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- T IPOS

DIARREIA A QUOSA
 Osmótica -> ingestão de Mg2+, Po4 e SO4 ou
DEFINIÇÃO : quando ocorre um aumento do número de por má absorção
evacuações com menor consistência (aumento da  Secretória -> uso de laxantes, síndromes
fluidez). Classicamente, valorizam-se ao menos três congênitas, toxinas, neoplasia, tumores
evacuações diárias, no entanto deve-se atentar para neuroendócrinos, doença de Addison...
alterações em relação ao número habitual do paciente.
G ORDUROSA / DISABSORTIVA - APRESENTA
CLASSIFICAÇÃO
RESTOS ALIMENTARES
- QUANTO AO TEMPO
 Síndromes disabsortiva
 Aguda – presença de três ou mais fezes
 Insuficiência pancreática
diminuídas de consistência e aquosas em um
período de 24 horas I NFLAMATÓRIA – PRESENÇA DE PRODUTOS
 Disenteria: se presença de sangue e muco INFLAMATÓRIOS
visível
 Dlls (colite ulcerativa, doença de Crohn,
 Persistente ou Subaguda: episódio com
diverticulite)
duração maior do que 14 dias
 Doenças infecciosas
 Crônica: duração maior do que 30 dias
 Colite isquêmica
- E TIOLOGIA : Em consideração as possíveis infecções  Neoplasia
– causa de 90% as diarreias agudas- teríamos as de
causa viral, sobretudo rotavírus, causa bacteriana se EPIDEMIOLOGIA : doença frequente e uma das
destaca as infecções por E. coli e Salmonella. Além principais causas de mortalidade infantil em países em
das afecções por parasitas que formas 5% dos quadros desenvolvimento. Estudos mostram a ocorrência de,
de diarreia. em média, dois a três episódios de diarreia por criança,
por ano, em áreas desenvolvidas, e até 10 ou mais
Outras causas: medicamentos, inflamação pélvica ou episódios nos países em desenvolvimento.
isquemia intestinal.
Segundo OMS a diarreia é responsável por 18% das
Obs. Intoxicação alimentar é ocorrida pelo acúmulo de mortes de crianças menores de 5 anos, embora a queda
toxina nos alimentos decorrente do crescimento de na mortalidade e incidência, está relacionada com a
microrganismos produtores de toxinas. desnutrição infantil, retardo do crescimento e prejuízo
do desenvolvimento cognitivo. A mortalidade é maior
- L OCALIZAÇÃO em crianças com menos de 1 ano. Mais de 7 milhões
de crianças nos EUA frequentam creches, onde
 A LTA - Quando a doença está localizada no diarreia é extremamente comum e infecção secundária
intestino delgado ou no cólon proximal, as dos familiares ocorre em 10 a 20% dos caso.
fezes são claras, aquosas, espumosas, de
grande volume, com pequeno número de P ATOLOGIA :
evacuações, às vezes apresentando gotículas
de gordura e quase sempre contendo restos Com a entrada da pasta intestinal ao cólon, a
alimentares; a dor é intermitente, com concentração de sódio é mantida enquanto a de cloreto
localização periumbilical ou no quadrante é diminuída e a de bicarbonato aumentada, movimento
inferior do abdome e com borborigmos ocorrido pelos cotransportes de secreções ionicos em
 B AIXA - pequena quantidade de fezes, lúmen intestinal. As concentrações de ânions no cólon
maior número de evacuações, eliminação de mudam drasticamente porque a degradação bacteriana
fezes de cor escura e pastosa, com muco, pus e de carboidratos cria ácidos graxos de cadeia curta que
sangue – configurando síndrome desintérica –, contribuem para o pH do cólon. A absorção dos
e sensação urgente de defecação com dor e nutrientes bem como a troca de íons é garantido por
tenesmo, muito provavelmente a doença estará nervos adrenérgicos extrínsecos e neuropeptídios e
localizada no cólon ou no reto. Nessa hormônios pró-absorventes. A diarreia é causada por
eventualidade, a dor é contínua ou em cólica, alterações de desiquilíbrio osmótico, com uma maior
situada no hipogástrio ou quadrantes inferior quantidade líquida retida em lúmen intestinal por meio
direito ou esquerdo do abdome, ou, ainda, na de força osmótica do soluto alterada. Tal processo
região sacra, e melhora com o ato da pode ocorre um ingestão de produtos não absorvíveis,
defecação toxina, inflamação...

-M OMENTO QUADRO CLÍNICO


 Diurna e noturna – secretivas ou sistêmicas
 Diurna – doenças funcionais ou de exposição
A avaliação em exame físico determina a gravidade da
diarreia, a desidratação pode ser identificada por
redução de turgor, prolongamento do tempo de
reperfusão capilar, alteração cor de mucosas, alteração
padrão respiratório. Sendo então o diagnóstico clínico,
Deve-se ainda verificar a presença de febre e mensurar
vide os quadros geralmente autolimitados e curtos,
peso, ainda mais em crianças. Além disso, deve-se
portanto, sem a necessidade de exames
avaliar pulso, frequência cardíaca, frequência
complementares. Em alguns casos graves,
respiratória e pressão arterial. No exame abdominal,
inflamatórios e com presença de sangue em fezes,
deve-se focar em alterações dos ruídos hidroaéreos,
hospitalizações de 3-5 dias, pode ser solicitado a
presença de distensão, presença de massa ou de dor à
coprocultura. Outra situação para solicitação se é
palpação, bem como defesa e sinal de descompressão
houver surto de cólera.
súbita.
O exame parasitológico é raro de se solicitar, apenas
Manejo
pedido se em situações de persistência por mais de 2
semanas. Exames laboratoriais podem ser úteis na
avaliação da desidratação grave, para apoiar o médico
na suplementação de eletrólitos (especialmente
potássio e bicarbonato de sódio).

Tenesmo é o esforço e a sensação aguda de aperto


anorretal, com contrações da musculatura anoperineal
e retal, sensação de peso que se irradia para a bexiga.
A sensação é de evacuação abundante, mas é pouco
volume. Puxos correspondem a sensações retais
agudas sob a forma de contrações, com período de
acalmia. Consiste em 3 objetivos:

 Prevenir e tratar a desidratação, se houver


 Prevenir/tratar a desnutrição.
SINAIS DE ALERTA
 Diminuir a duração e a gravidade do quadro
 Estado geral ruim ou deteriorando atual de diarreia, bem como prevenir futuros
 Estado de consciência alterado episódios
 Olhos fundos
 Taquicardia Pode ser obtido por meio da terapia de reidratação oral,
 Taquipneia manutenção de alimentação adequada, e em alguns
 Turgor da pele reduzido casos, uso de medicação sintomática.

Resumidamente, se classificado em:

 A – Hidratação é oral e feita em casa, com o


aumento da ingesta líquida e manutenção da
alimentação da pessoa
 B - Hidratação é oral e feita em unidade de
saúde, SRO (50ml/kg), com administração em
quantidades pequenas e observação se
aparecimento de vômitos. Excetuando-se a
amamentação materna, os alimentos devem ser
suspensos nas primeiras 4 h do tratamento.
Após isso, se a pessoa ainda necessitar do
plano B de tratamento, oferecer alimentos de O impacto do uso de suplementação de zinco, tanto na
3/3 h redução da gravidade do episódio diarreico quanto na
 C – Tratamento hospitalar feito por IV, pode redução de episódios subsequentes de diarreia em
ser com Ringer lactado ou SF, 0,9% ou SF, crianças menores de 5 anos, tem sido demonstrado nos
0,9%, + glicose, 5%. Reavaliar paciente de 15 últimos ano. Então, sendo indicado a dose de 20mg por
em 15 minutos. dia, durante 10 dias, para as crianças com diarreia.
Menores de 2 meses usa-se de 10 mg por 10 dias.

Pode-se usar algusn probióticos para reduçaõ da


gravidade da diarreia em crianças.

Obs. Nitaxoanita é um antiparasitário de a indicado


para diarreias causada por rotavírus, helmintíases,
amebíases, giardíases e criptosporidíase.

PROFILAXIA : Medidas para prevenção dos episódios


de diarreia e de promoção da saúde

 Estimular o aleitamento materno exclusivo até


os 6 meses de idade e complementado até 2
anos de idade.
 Usar alimentos com valor nutricional
adequado e sem contaminação
 Ingerir apenas água filtrada ou fervida
M EDICAMENTOS :  Estimular políticas governamentais de
saneamento básico
Maioria dos casos é autolimitada sem a necessidade de  Educar sobre a lavagem adequada dos
antibioticoterapia, sendo indicada se presença de alimentos
sangue ou muco – causa mais provável seja Salmonela  Orientar a respeito da lavagem correta das
-, septicemia, suspeita de cólera, quadro de giardíase mãos
ou amebíase confirmado em exame laboratorial. É  Informar sobre a imunização contra o rotavírus
importante destacar, no entanto, que, assim como em
qualquer outro tratamento, a pessoa deve ser reavaliada Obs. Soro caseiro -> um litro de água filtrada ou
pelo médico até 48 horas após o início da fervida + uma colher rasa de sal + oito colheres
antibioticoterapia (de modo geral opta-se por rasas de açúcar.
fluoroquinolonas, sulfas ou trimetoprima).

 Cólera – doxicilina ou tetraciclina ou


eritromicina
 Disenteria – ciprofloxacino ou sulfametoxazol
+ trimetoprima
 Amebíase – metronidazol
 Giardíase - metronidazol

È contraindicado o uso de antidiarreicos, já os


antieméticos, sobretudo a metoclopramida, não
possuem evidencias de suporte adequado. A

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