Você está na página 1de 4

GASTROENTEROLOGIA

Diarreia
Objetivos Salmonella, Yersinia e
Campylobacter)
1 – Compreender os diferentes
 Ativação de linfócitos,
tipos de diarreia
fagócitos e fibroblastos
2 – Elucidar as principais liberando mediadores que
etiologias, manifestações clínicas, induzem a secreção de
diagnóstico e tratamento das cloreto intestinal
diarreias
*IL-1 e TNF são liberados no
Etiopatologia sangue causando febre e mal-
estar
Eliminação excessivamente
frequente de fezes moles ou - Pode ter alteração da
malformadas calprotectina fecal
Alta: decorrente do ID, volumosa, Não inflamatória
geralmente causada por má
Volumes grandes, sem sangue,
absorção
cólicas periumbilicais, distensão
Baixa: proveniente do cólon, abdominal por gases, náuseas e
pequeno volume, com muco, vômitos
tenesmo e urgência evacuatória
Causada por bactérias
Diarreia aguda produtoras de toxinas (S. aureus,
E. coli, Cryptosporidium parvum e
Com duração menor que 4
Vibrio cholerae) ou outros
semanas, causadas por agentes
patógenos (vírus, Giardia) que
infecciosos e com evolução
desregulam o ID
autolimitada
Vômitos abundantes = enterite
*Se por alimento contaminado, se
viral/intoxicação alimentar (S.
inicia rapidamente (4 horas após
aureus)
a ingestão)
Os patógenos podem secretar
Inflamatória
toxinas que estimulam a secreção
Volumes pequenos, de líquidos ou destruir as células
sanguinolenta e com febre, epiteliais alterando o transporte
cólicas no quadrante inferior dos líquidos (com atividade
esquerdo, urgência para defecar secretória, mas sem atividade
e tenesmo absortiva)
Causada pela invasão das Complicações: hipopotassemia e
células intestinais (Shigella, acidose metabólica
GASTROENTEROLOGIA
Diarreia crônica *Leite de magnésia e alguns
antiácidos também podem não
Com duração maior que 4
ser bem absorvidos e causar
semanas, associada a DII,
diarreia
síndrome do cólon irritável,
síndrome de má absorção Por aumento dos processos
(gorduras, vitaminas, proteínas, secretórios do intestino
carboidratos, eletrólitos, minerais
Diarreia secretória: pode ocorrer
e água), doenças endócrinas e
quando ácidos biliares em
colite pós-irradiação
excesso permanecem no intestino
Síndrome de má absorção  a à medida que chegam no cólon
absorção pode ser diminuída ou por proliferação bacteriana
pelo efeito tóxico do álcool e excessiva no ID, interferindo na
lesão da mucosa por agentes absorção da bile
infecciosos e citocinas/
- O transporte iônico alterado
procinéticos
aumenta a secreção ou diminui a
*Os procinéticos aceleram a reabsorção intestinal
motilidade GI, diminuindo o
*Permanece durante o jejum
tempo para absorção
Por doenças inflamatórias
Por conteúdo intraluminal
hiperosmótico Associada a inflamação aguda
ou crônica ou doença do
Diarreia osmótica: a água é
intestino grosso (DII)
atraída para o lúmen a um
volume que o cólon não Há aumento da frequência e
consegue reabsorver, pode urgência para defecar, dor
ocorrer pela intolerância à abdominal tipo cólica, tenesmo,
lactose ou abuso de laxativos, incontinência fecal e despertar a
regride com a suspensão da noite
ingesta Por processos infecciosos
- Os solutos não absorvidos Protozoários como Giardia, E.
aumentam a quantidade de água histolytica e Cyclospora
reduzindo a consistência das
fezes • Fezes purulenta e
sanguinolentas que continuam
• Pode ocorrer em distúrbios da com o jejum
motilidade, insuficiência
pancreática e lesão de Aguda = causa infecciosa
enterócitos (diminuindo a Não infecciosa = efeitos
atividade da hidrolase colaterais de medicamentos
dissacaridase e peptídeo
hidrolase com redução dos Outras manifestações clínicas:
mecanismos de transporte esteatorreia (no caso de má
celular) absorção), desidratação, má
GASTROENTEROLOGIA
nutrição flatulência e perda de produção de fezes, mas reidrata
peso o paciente
Diarreia do viajante  a maioria Tratamento de reposição oral
é por E. coli (TRO)
Diarreia hospitalar  associada As soluções completas contêm
a antibióticos, infecção por carboidrato, sódio, potássio,
Clostridium difficile, cloreto e uma base
medicamentos e doença
- Requer alimentação frequente e
subjacente
pode precisar de tubo para
Dx diferencial alimentação nasogástrica
Aguda  apendicite, diverticulite, Difenoxilato, loperamida:
peritonite, infecções sistêmicas, reduzem a motilidade GI e
DII, colite isquêmica estimulam a absorção de água e
eletrólitos
Crônica  SCI, DII, insuficiência
pancreática Bismuto: reduz a frequência de
eliminação de fezes malformadas
Diagnóstico e aumenta a consistência das
fezes, pode inibir a secreção
• EPF; avaliar peso, gordura fecal,
intestinal causada por E. coli
osmolaridade, presença de ovos
e se leucócitos nas fezes, sugere Racecadotrila: droga
origem infecciosa ou inflamatória antissecretora que inibe a
encefalinase intestinal sem
• Coprocultura; para pct com
reduzir o trânsito intestinal ou
febre e diarreia aquosa ou
promover supercrescimento
sanguinolenta (Campylobacter,
bacteriano
Salmonella e Shigella)
Antieméticos: ondasterona
• Sigmoidoscopia; diferencia
diarreia infecciosa de colite ATB: Para pacientes com
patógenos entéricos confirmados
• Pesquisa de antígeno fecal ou
(levofloxacina, ciprofloxacina)
biópsia intestinal; para parasitos
específicos *Se infecção por Campylobacter,
adiciona azitromicina
Crônica
Suplementação com zinco:
Hemograma, PCR, eletrólitos,
prevenção de recorrências da
testes hepáticos, proteínas,
diarreia em crianças desnutridas
albumina, cálcio, TP, vitamina B12
Probióticos: diminuem a duração
Tratamento da diarreia
Reposição de líquidos e Na criança
eletrólitos: não diminui a
GASTROENTEROLOGIA
Os vírus são a causa mais comum
de diarreia na infância (rotavírus,
norovírus, astrovírus, adenovírus)
– transmitidos por alimentos,
água e de paciente para paciente
• A transmissão da maioria dos
patógenos é fecal-oral
Causas não infecciosas
frequentes: intolerância
alimentar e medicamentos
Desidratação  sede, mucosas
secas, turgor reduzido e febre
(também associada a inflamação)
- Crianças com menos de 1 ano
são as mais vulneráveis
 A diarreia no lactente pode
acompanhar casos de
pneumonia, otite média, ITU,
meningite e septicemia
bacteriana

Referências
• Bases patológicas da doença
Robbins e Cotran
• Fisiopatologia da doença Lange
• Porth fisiopatologia
• Goldman Cecil Medicina
Tratado de pediatria

Você também pode gostar