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DIARREIA E


ABSORÇÃO
PROF.: LORENNA P. DE SOUZA

OUTUBRO, 2022
CONCEITOS
• DIARREIA:
o A síndrome diarreica caracteriza-se pelo aumento do número e do
volume das evacuações, com diminuição da consistência das fezes, que
se tornam pastosas ou liquefeitas, podendo conter restos alimentares.

• DISENTERIA:
o A síndrome disentérica distingue-se da síndrome diarreica pela presença
de muco, pus e sangue nas fezes. A disenteria quase sempre está
associada ao tenesmo e traduz lesão orgânica do reto ou do cólon
distal, sendo manifestação frequente de shigellose, amebíase, retocolite
ulcerativa, proctite e balantidíase.

Em várias enfermidades, a diarreia obedece a mais


de um destes mecanismos:

Porto, 2017
CLASSIFICAÇÃO
• Alta :
o Relacionada ao intestino delgado (diarreia alta)

• Baixa:
o Originada no cólon (diarreia baixa)

• Difícil diferenciar uma de outra


• Análise criteriosa das características semiológicas
“Costuma-se dizer, inclusive, que o cólon “dorme” à
noite. Isto significa que, se um paciente apresenta
uma diarreia contínua, dia e noite, deve-se
considerar que sua origem possivelmente não é
colônica ou exclusivamente colônica.”

Porto, 2017
CLASSIFICAÇÃO
• CRÔNICA/PERSISTENTE:
o As diarreias crônicas se caracterizam por início insidioso e longa duração,
podendo ser decorrentes das mais diversas causas.
o As causas de diarreia crônica são de diagnóstico mais difícil e exigem
investigação clínica mais acurada. Principais causas:

• AGUDA:
o Em geral, têm início súbito e duração limitada.
o Na maioria dos casos são causadas por infecções intestinais, virais ou
bacterianas, ou ingestão de toxinas pré-formadas.

Porto, 2017
CLASSIFICAÇÃO
• CRÔNICA/PERSISTENTE:
o As diarreias crônicas se caracterizam por início insidioso e longa duração,
podendo ser decorrentes das mais diversas causas.
o As causas de diarreia crônica são de diagnóstico mais difícil e exigem
investigação clínica mais acurada. Principais causas:

• AGUDA:
o Em geral, têm início súbito e duração limitada.
o Na maioria dos casos são causadas por infecções intestinais, virais ou
bacterianas, ou ingestão de toxinas pré-formadas.

Porto, 2017
Brasil, 2022
Brasil, 2022
CAUSAS DIARREIA
CRÔNICA

Brasil, 2022
DOENÇAS DIARREICAS
AGUDAS
Caracterizam-se pela diminuição da consistência das fezes,
aumento do número de evacuações, com fezes
aquosas; em alguns casos, há presença de muco e sangue
(disenteria).

• São autolimitadas, com duração de até 14 dias, podendo estar


acompanhadas de dor abdominal, febre, náusea e vômito.
• Classificação:
o diarreia sem desidratação
o diarreia com desidratação
o diarreia com desidratação grave

• Quando tratadas incorretamente ou não tratadas, podem levar


à desidratação grave e ao
distúrbio hidroeletrolítico, podendo ocorrer óbito, principalmente
quando associadas à desnutrição.

Brasil, 2017
EPIDEMIOLOGIA
• Causa importante de morbimortalidade nos países
em desenvolvimento em crianças < 5 anos de
idade
o OMS: 19% dos óbitos de 0 – 5 anos
• Estima-se que a hidratação oral venha evitando 1
milhão de óbitos / ano
• Brasil – Mortalidade proporcional por diarreia:
o 2,69 a 17,65 em diferentes estados

Brasil, 2022
ETIOLOGIA
• Infecções
• Nem sempre as diarreias agudas são de origem
infecciosa e parasitária.
• Podem ser causadas por:
o Excessos alimentares
o Alergia alimentar
o Medicamentos
o Estresse emocional.

Moraes, 2014
ETIOLOGIA
• Infecções
• Nem sempre as diarreias agudas são de origem
infecciosa e parasitária.
• Podem ser causadas por:
o Excessos alimentares
o Alergia alimentar
o Medicamentos
o Estresse emocional.

Moraes, 2014
ETIOLOGIA
• O que avaliar em um paciente com diarreia
infecciosa?

IDSA, 2017
Brasil, 2017
Brasil, 2017
Brasil, 2017
Brasil, 2017
Brasil, 2017
Brasil, 2017
DIAGNÓSTICO
• Diagnóstico clínico! Anamnese - informações fundamentais:
o Idade do paciente
o Duração da doença diarreica atual
o Características das fezes (consistência e presença de sangue ou muco)
o Frequência e volume das evacuações
o Associação a vômitos, dor abdominal, febre (duração), tenesmo (tentativa
dolorosa de evacuar), cãibras.
• A história epidemiológica e social: local onde o paciente
reside e suas condições sanitárias, história de viagem recente
a lugares endêmicos ou não endêmicos.
• É importante saber se o paciente é portador de doença que
possa estar relacionada com o quadro ou interferir no manejo
• O diagnóstico das causas etiológicas é laboratorial, por meio
de exames parasitológicos, cultura de bactérias e pesquisa
de vírus em amostras de fezes
• Exame físico cuidadoso

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Brasil, 2017
TRATAMENTO

Moraes, 2014
DÚVIDAS?
SÍNDROME DE

ABSORÇÃO
SÍNDROME DE MÁ
ABSORÇÃO
A síndrome de má absorção compreende um
conjunto de sinais e sintomas comuns a várias
condições e enfermidades que interferem na
absorção dos nutrientes, com repercussão no estado
nutricional do paciente.

• A má absorção poderá ser :


o Global (de todos os alimentos)
o De determinados nutrientes, com sintomas
carenciais específicos.

Porto, 2017
SÍNDROME DE MÁ
ABSORÇÃO GLOBAL
• Na síndrome global, completa, as principais manifestações
clínicas são:
o a perda de peso ou atraso no desenvolvimento físico, no caso de crianças,
o alterações na cor e na textura da pele e dos cabelos,
o Palidez,
o glossite,
o queilite angular,
o hemeralopia,
o fraqueza e atrofia muscular,
o abdome distendido,
o edema dos membros inferiores
o diarreia com esteatorreia.

O organismo é acometido em sua totalidade pela desnutrição,


compreendendo diferentes alterações que podem ser
detectadas ao exame dos diversos sistemas orgânicos.

Porto, 2017
MANIFESTAÇÃO X NUTRIENTE

• Diarréia, borborigmos. • Defic. Dissacaridase ou Infec. Intestinal.

• Aumento na produção de H2/CO2/CH4


• Distensão abdominal,cólicas, flatulência
• Má absorção de nutrientes
• Perda de peso
• Deficiência de Vit. D, cálcio e magnésio.
• Tetania, parestesias, fraturas patológicas
• Deficiência de Vit.C e K.
• Sangramentos/ Equimoses
• Deficiência do compl. B , ác. Fólico e ferrro.
• Glossite/quelite
• Hipoalbuminemia.
• Edema
• Hipoproteinemia, deficiência da vit. E.
• Amenorréia, diminuição da libido
• Deficiência de vit. “A”
• Nictalopia
• Deficiência de ac. Graxos essenciais e zinco.
• Acrodermite
• Pancreatopatias
• Alterações nas fezes: Esteatorreia
(fezes gordurosas, brilhantes,
acinzentadas, odor rançoso), fezes aquosas
• Anemia.
• Fadiga, fraqueza
ETIOLOGIA
• Defeito de digestão (pré-entérica)
• Defeito de absorção (entérica e pós-entérica)

Há várias classificações com base na etiologia e


fisiopatologia das condições e doenças que
ocasionam má absorção:

Porto, 2017
ETIOLOGIA
• Defeito de digestão (pré-entérica)
• Defeito de absorção (entérica e pós-entérica)

Há várias classificações com base na etiologia e


fisiopatologia das condições e doenças que
ocasionam má absorção:

Porto, 2017
DOENÇA CELÍACA
É uma afecção difusa e crônica da mucosa do intestino delgado
proximal, constituindo o exemplo mais representativo de
comprometimento global do epitélio de absorção, pois provoca
má absorção de todos os nutrientes.
• A etiopatogenia não é perfeitamente conhecida, mas
admite-se que existam fatores genéticos que predisponham a
uma reação inflamatória da mucosa intestinal ao glúten
• As alterações histopatológicas são características, ainda que
não patognomônicas:
o atrofia difusa e intensa das vilosidades intestinais, as quais, em alguns
casos, desaparecem completamente
o hiperplasia das criptas em grau suficiente para compensar a atrofia
vilositária, de modo que a espessura total da mucosa fique pouco
diminuída
o invasão da lâmina própria por um infiltrado inflamatório no qual
predominam as células mononucleares.

Porto, 2017
DOENÇA CELÍACA
• As manifestações clínicas são muito variáveis:
o Muitos pacientes as apresentam desde a infância, coincidindo
com a introdução de derivados do trigo na alimentação.
o Os sintomas podem diminuir na adolescência para voltarem a
incomodar os pacientes após os 30 ou 40 anos de idade.
o Quase sempre existe deficiência do desenvolvimento somático.

Em alguns casos, a doença só se manifesta na quinta


ou na sexta década da vida, sem que haja
antecedentes de doença intestinal ou indícios de
hipodesenvolvimento.

Porto, 2017
DOENÇA CELÍACA
• Manifestações extra intestinais:
o Anemia resistente a terapia com ferro por via oral.
o Baixa estatura.
o Infertilidade.
o Osteopenia.
o Lesões bucais.
o Hipoplasia do esmalte dentário.

Porto, 2017
DOENÇA CELÍACA
• Diagnóstico:
o Anamnese detalhada e exame físico.
o Análise histopatológica do intestino delgado
o Positividade de testes sorológicos : Anticorpo
anti-gliadina, anti-endomísio,
antitransglutaminase – determinados no soro de
pacientes.
DOENÇA CELÍACA
• Tratamento:
o Exclusão do trigo, centeio, cevada e aveia
(pode ser tolerada em alguns casos).

o Corticoides nas formas intensas da doença por


curto período.

o Suplementação vitamínica- ácido Fólico,


vitamina B12, cálcio e vitamina D.
LINFANGIECTASIAS
INTESTINAIS
• Constituem um conjunto de afecções que têm
como substrato comum a dilatação dos linfáticos
intestinais, secundária à estagnação da linfa.
• A anormalidade dos ductos linfáticos pode ser
congênita ou adquirida, em função de doenças
que afetam a estrutura dos linfonodos ou o fluxo da
linfa.
• Integram este grupo os linfomas, a tuberculose, a
paracoccidioidomicose, as doenças fibrosantes do
mediastino e a insuficiência cardíaca congestiva
crônica.

Porto, 2017
INTOLERÂNCIA À
FRUTOSE
• Sabe-se que a frutose pode ser ingerida em sua
forma livre ou na forma de um dissacarídeo com a
glicose (a sacarose).
• O dissacarídeo sofre hidrólise pela sacarase
integrado à transferência pela membrana apical
da célula epitelial.
• Mas a forma livre apresenta capacidade absortiva
relativamente pequena.
• A capacidade de tolerância à frutose é
pobremente entendida, mas sabe-se que a ingesta
de alimentos que contêm frutose em excesso pode
resultar em diarreia, dor e distensão abdominal.

Porto, 2017
DEFICIÊNCIA PRIMÁRIA
DE LACTASE DO ADULTO
• Esta é a forma mais frequente de má absorção isolada de um
único nutriente.
• É importante diferenciá-la da deficiência congênita de
lactase, que é mais rara e encontrada quase exclusivamente
em crianças, e das deficiências secundárias da lactase,
provocadas por doenças que afetam o intestino delgado,
como as infecções e infestações difusas crônicas.
• O ponto em comum é a intolerância à lactose, ou seja, a
ocorrência de manifestações clínicas associadas à ingestão
de leite.
• A confusão entre intolerância à lactose e alergia à proteína
do leite de vaca é relativamente comum entre os pacientes
e leigos, porém é necessário diferenciar os dois quadros.

Porto, 2017
DEFICIÊNCIA PRIMÁRIA
DE LACTASE DO ADULTO
• A deficiência primária de lactase no adulto pode
ser vista como um traço constitucional, ligado à
origem racial.
• Nos negros, nos asiáticos e em certos índios
americanos, a prevalência da deficiência da
lactase chega a quase 100%, enquanto, entre os
árabes, nas populações do Mediterrâneo e em
comunidades de origem racial mista, sua
frequência varia de 50 a 70%.

Porto, 2017
SOBRECRESCIMENTO BACTERIANO
DE INTESTINO DELGADO
A síndrome de proliferação bacteriana excessiva
consiste em um conjunto de manifestações clínicas e
laboratoriais decorrentes do aumento do número de
bactérias presentes no intestino delgado, quase
sempre resultado da estagnação do conteúdo
intestinal, provocada por vários mecanismos
• Situação especial e cada vez mais comum são
pacientes pós-cirurgia bariátrica, cuja anatomia do
intestino delgado fica modificada profundamente.

Porto, 2017
SOBRECRESCIMENTO BACTERIANO
DE INTESTINO DELGADO
• A ressecção gástrica leva a uma hipocloridria que
também favorece o sobrecrescimento bacteriano.
• As bactérias em número anormalmente alto do intestino
delgado promovem desconjugação dos sais biliares,
seguida pela sua precipitação intraluminal.
• Como consequência, fica prejudicada a solubilização
das gorduras, levando à esteatorreia.
• Além disso, a flora bacteriana excessiva consome
nutrientes como açúcares, aminoácidos e vitaminas.
• Observam-se, também, alterações tróficas e
inflamatórias da mucosa jejunal associadas ao número
excessivo de bactérias.
• Estes vários mecanismos resultam em deficiência global
da absorção intestinal.

Porto, 2017
DUVIDAS?

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