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apresenta febre, mal-estar, cólica, vômitos e fecal, exposição à aves e animais de fazenda e
diarreia com muco e sangue. Há leucócitos nas carne contaminada.
fezes, assim como sangue visível ou oculto.
Os agentes mais comuns são: E. coli,
Shigella, Salmonella, C. difficile, Campylobacter
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL jejuni, Yersinia enterocolitica. Em pacientes
imunossuprimidos ou com uso recente de
O quadro clínico pode ajudar na suspeita antibióticos, pensar em Klebsiella, Pseudomonas e
da etiologia. Abaixo, descrevemos as C. difficile.
características das principais etiologias.
As diarreias bacterianas seguem padrão
GASTROENTERITE VIRAL semelhante entre si, com febre alta, vômitos,
toxemia e distensão abdominal e tenesmo. Em
É a causa mais comum de diarreia vista na
alguns casos, as fezes apresentam muco e sangue
emergência. Pode ser causada por rotavírus,
e são acompanhadas de cólicas intensas que
norovírus (em surtos), adenovirus, coronavirus.
melhoram com a evacuação. Os aspecto comum da
O tempo da incubação, sazonalidade, diarreia, independentemente do agente, é seu
severidade e duração depende do tipo específico risco potencial de causar desidratação e distúrbios
de vírus. Não há necessidade de teste diagnóstico eletrolíticos. Em alguns casos pode ser muito
na maioria das vezes. similar à gastroenterite viral e uma cultura de
fezes é necessária para diagnóstico.
O quadro típico é uma diarreia sem sangue,
vômitos e febre. Alguns sintomas são típicos de alguns
agentes, como é ocaso de convulsões na
A diarreia causada pelo rotavírus (mais infecção por Shigella.
comum no Brasil, seguida pelo norovírus) Já a cólera é caracterizada por uma diarréia
apresenta pródromos de 1 a 3 dias de febre, com intensa, com perda de litros de água por
sintomas gripais e vômitos frequentes e dia e fezes em “água de arroz”.
volumosos que, por si só, já causam desidratação. O Campylobacter está associado à
Em seguida, instala-se um quadro de diarreia Síndrome de Guillain-Barré.
aquosa, profusa, com diversos episódios ao dia e, A salmonelose é mais grave em pacientes
muitas vezes, explosiva. Tem dois mecanismos: com anemia falciforme, imunodeprimidos e
- Osmótico: vírus causa achatamento de menores de 3 anos.
vilosidades com diminuição das
dissacaridases (lactase, maltase, sacarase),
que leva ao acúmulo de dissacarídeos na
luz intestinal. Ocorre aumento da
INFECÇÕES EXTRAINTESTINAIS
osmolaridade intraluminal, com aumento
de água, logo, diarreia. A diarreia é autolimitada, sem sangue,
- Secretor: proteína NST-4 que atua nos acompanhada de febre ou vômitos. As infecções
receptores dos enterócitos, estimulando mais comuns são a sepse bacteriana, otite média,
secreção de água e eletrólitos. infecção do trato urinário e pneumonia.
- Tóxico: efeito direto da toxina NST-4 na
DIARREIA ASSOCIADA À ANTIBIÓTICOS
mucosa.
Ocorre após o uso de diversos antibióticos,
GASTROENTERITE BACTERIANA
como amoxicilina, amoxicilina-clavulanato,
A infecção bacteriana acomete crianças cefalosporinas e clindamicina. Acredita-se que o
maiores de 2 anos, através de contaminação oral-
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Este material é elaborado de forma colaborativa, sendo vedadas práticas que caracterizem plágio ou violem direitos autorais e/ou de propriedade intelectual.
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mecanismo esteja associado à alteração da flora Os agentes mais comuns são: Giardia,
fecal com supercrescimento de enteropatógenos. Cryptosporidium, Entamoeba histolytica, Taenia,
entre outros. O exame de fezes pode revelar
A suspeita clínica se dá pela diarreia
presença de ovos e parasitas.
durante ou após o uso de antibióticos.
A giardíase, por exemplo, pode cursar com
DIARRÉIA FUNCIONAL
diarreia aguda, intermitente ou crônica, ou mesmo
Decorrente do consumo de fluidos ser assintomática.
hiperosmolares ou excesso de carboidratos.
SEPSE BACTERIANA
Ocorre passagem de 4 ou mais fezes mal formadas
ao dia e melhora com aumento de volume da Comum associada à Salmonelose e
fórmula ou redução do consumo de carboidratos Síndrome do Choque Tóxico Estafilocócico.
osmoticamente ativos.
A sepse por Salmonella acomete
DIARREIA POR INANIÇÃO principalmente menores de 1 ano e
imunocomprometidos. Causa febre, diarreia com
Ocorre diarreia devido à baixa ingestão de
sangue e mal estado geral, podendo levar ao
alimentos sólidos, principalmente em crianças
choque séptico.
desnutridas ou após um episódio de
gastroenterite. Melhora com o retorno da dieta. O choque estafilocócico (S. aureus) leva a
hipotensão e diarreia aquosa.
DEFICIÊNCIA DE LACTASE
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL
Nas crianças pequenas, a deficiência da
lactase é transitória, devido a lesão da mucosa Acomete crianças menores de 2 anos, mais
intestinal após infecção, ocorrendo uma diarreia comum entre 6 a 12 meses. A clínica é
leve e autolimitada. caracterizada por cólica intestinal intensa e
intermitente, choro inconsolável e, às vezes,
Em crianças maiores, com deficiência
sangue nas fezes (“fezes em geleia de morango”).
crônica de lactase (congênita ou por hipolactasia),
Os episódios duram 15-20 minutos, ficando mais
a ingestão de lactose resulta em dor abdominal,
frequentes. Pode ocorrer vômitos alimentares,
flatulência, eructação e diarreia, após algumas
que evoluem para biliosos. Uma massa palpável no
horas. A melhora ocorre após 5-7 dias com
lado direito do abdome pode ser encontrada. O
restrição de lactose.
diagnóstico é complementado com USG ou enema
A lactose não digerida aumenta com contraste aéreo.
osmolaridade intraluminal, causando diarreia
SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA
osmótica. A lactose sofre fermentação e forma
ácidos orgânicos e gases. Os ácidos acidificam as Ocorre pela Shiga-like, toxina produzida
fezes e causam assaduras com hiperemia perianal pela E. coli enterohemorrágica (cepa O157-H7). O
e os gases levam à distensão, flatulência e fezes contágio ocorre pelo consumo de carne mal
explosivas. cozida, leite e derivados não pasteurizados, água e
alimentos contaminados. A toxina faz lesão do
INFECÇÕES PARASITÁRIAS
endotélio, gerando trombose arteriolar. Quando
Comum em locais sem saneamento básico, afeta os rins faz lesão glomerular e mesangial,
consumo de carne processada, exposição à levando à insuficiência renal.
animais e pacientes imunocomprometidos. Ocorre
Os fatores de risco são crianças < 5 anos,
diarreia aquosa, cólicas abdominais, vômitos e
sexo feminino, uso de anti-espástico e antibióticos
febre baixa.
e leucocitose.
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Tratamento: ambulatorial
Soro de reposição oral: 75 ou 50 a
PLANO A - sem desidratação 100ml/kg em 1 a 4-6 horas, até o
Terapia de reidratação oral domiciliar desaparecimento dos sinais de
desidratação, conforme a sede, em
Nível de hidratação: bom estado geral, olhos pequenas porções.
normais, lágrimas presentes, lactente normal, Manter aleitamento materno. Jejum de
bebe líquidos normalmente, sinal da prega com dieta sólida oral.
desaparecimento rápido e pulso cheio. O paciente Reavaliação
não apresenta sinais de desidratação. Caso os sinais de desidratação
desapareçam, utilizar o plano A.
Tratamento: domiciliar
Caso a desidratação se mantenha ou esteja
Líquidos caseiros ou soro de reposição com vômitos persistentes, dificuldade de
oral após cada evacuação diarreica ingestão, distensão abdominal ou perda de
<1 ano = 50-100 ml peso, indicar sonda nasogástrica
1-10 anos = 100-200 ml (gastróclise) ou acesso venoso para
> 10 anos = quanto aceitar reidratação, com 20-30 ml/kg/hora de SRO.
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intelectual. Qualquer prática dessa natureza ou
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pode ser denunciada ao setor responsável pelo canal
de suporte.
- 2ª opção: Azitromicina
- Escolha para Cólera
Indicação conforme a etiologia
Shigella: disenteria + febre + queda do
estado geral
Ciprofloxacino por 3 dias
Ceftriaxone por 3 a 5 dias
Azitromicina por 5 dias
Campylobacter: disenteria + febre + queda
do estado geral
Azitromicina por 3 dias
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