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Aula 04 – Pediatria Básica – Aula do dia 06/06/2023 Diarreia Persistente:

 Originária da aguda. Então é decorrente de


uma aguda que não se autolimitou/ não
Diarreia Aguda e Terapia de conseguiu se resolver por si, algum fator de
persistência (lesão da mucosa intestinal, por
Reidratação exemplo, que fez com que ela persistisse.
 Se perpetua por alterações secundárias do TGI
 Duração > 14 dias e < 30 dias.
INTRODUÇÃO:
Diarreia crônica:
É um sintoma (não é diagnóstico) que consiste na
alteração do hábito intestinal caracterizado por  Evolução não é potencialmente autolimitada
diminuição da consistência das fezes, devido à  Não tem origem da aguda nem de um processo
presença de maior conteúdo fluido, e/ou aumento do infeccioso, ela é por si a etiologia da diarreia:
número de evacuações. alergia alimentar, doença celíaca, fibrose
cística, condições crônicas que cursam com
 Diminuição da consistência e/ou aumento no diarreia crônica, mas que não tem origem do
número das evacuações. processo inflamatório. Doença de base a ser
 Aumento da frequência >= 3 evacuações/dia, descoberta e tratada.
ou 2 evacuações ou mais que excedem o  Duração > 30 dias
hábito intestinal habitual da criança pastosas
ou aquosas. Quando falamos sobre a EPIDEMIOLOGIA
frequência não se aplica a crianças do primeiro Diarreia aguda e suas complicações ainda são um
ano de vida, que podem ter uma frequência de problema de saúde pública e levam a grande
evacuação maior. morbimortalidade. Uma das principais causas de morte
 Diminuição da consistência: pastosas ou do mundo, porém sua incidência tem caído bastante ao
aquosas longo do tempo. Aumento de vacinação, medidas
 Exceto no aleitamento materna exclusiva sanitárias, uso de sais de hidratação oral causando
(AME) diminuição das mortes por diarreia aguda.
CLASSIFICAÇÃO: Queda da mortalidade global de diarreia:
A melhor classificação não é sobre o tempo, mas  1982: 5 milhões por anos
sobre a fisiopatologia da diarreia, o que causou a  1990: 2.6 milhões por ano
diarreia. Mais do que tempo é saber, que:
 2013: 1.3 milhões por ano
Diarreia aguda: Origem predominantemente
Para crianças vem caindo cerca de 5% ao ano. Apesar
infecciosa e uma evolução potencialmente
disso ainda é a segunda causa de mortalidade em
autolimitada.
crianças menores de 5 anos. Principalmente em regiões
Diarreia persistente: uma aguda que não se pobres. África subsaariana e sudeste asiático,
autolimitou, tem algum fator de persistência (lesão da principalmente, mimetizando o mapa da desnutrição.
mucosa intestinal, por exemplo) que fez com que ela Brasil está numa posição intermediária, uma condição
persistisse. não muito desejável.

Crônica: não tem origem da aguda/ do processo


infeccioso, ela é por si a etiologia da diarreia. Alergia
alimentar, fibrose cística – condições crônicas que
cursam com diarreia crônica. Sem relação com
processo infeccioso.
Diarreia aguda:

 Origem predominantemente infecciosa (viral,


bacteriana, parasitária)
 Evolução potencialmente autolimitada. NO BRASIL:
Tratada suas complicações, em geral ela irá se
Mapa da mortalidade por diarreia no Brasil:
resolver sozinha.
 Duração <= 14 dias.
 Áreas de menor IDH estão sujeitas a maior alcançam o cólon onde existe uma microbiota
morbimortalidade por diarreia aguda. residente que fermenta esses açúcares que passam
 Consistente com o descrito mundialmente pelas áreas de absorção sem serem absorvidos e
 Predomina em áreas pobres provocam diarreia osmótica).
 Cerca de 15 óbitos por mil nascidos vivos DIARREIA SECRETORA
Principalmente através de enterotoxinas como
rotavírus que produz a proteína ISP4 que vai ter uma
ação nos mediadores de secreção inflamatória,
principalmente o AMPc que acaba abrindo canais de
cloro levando a um maior afluxo de água e menor
absorção de NaCl; além disso vai fazer com que as
células desidratem – muito líquido na luz intestinal
e pouco líquido intracelular.
Além dessa situação com a proteína ISP4 o vírus
também leva a destruição dos enterócitos invade o
enterócito através do mecanismo de duplicação (ciclo
FISIOPATOLOGIA de vida do vírus que acaba por destruir os enterócitos,
Diarreia aguda infecciosa: principalmente os enterócitos das regiões apicais das
vilosidades intestinais reposição desses enterócitos é
Adquirida via fecal-oral seja por vírus, bactéria ou feita pela cripta que faz o “Turnover” celular e
parasita (água, alimentos e objetos contaminados por reposição dessas células que morreram Como a
microrganismos patogênicos) que vencem as barreiras velocidade de destruição é mais rápida que de
de proteção do organismo, colonizando e gerando uma reposição, essas células acabam por se achatar e ficam
resposta inflamatória que irá gerar complicações. com enterócitos imaturos que não funcionam bem.
Como mecanismo extra você pode ter uma diarreia
Infecção individual e em surtos
osmótica por má absorção de carboidratos. Então, o
Enteropatógenos ultrapassam as barreiras de defesa do rotavírus pode exercer esse efeito sobre as células dos
TGI (acidez gástrica, muco, peristaltismo, microflora e enterócitos
imunidade que atuam como fatores de proteção contra
esse tipo de colonização) e colonizam o intestino;
invocando resposta inflamatória, determinando A diarreia secretora é devido a diminuição da absorção
distúrbios do movimento de água, eletrólitos e de íons e água ou excreção ativa deles podendo ser
nutrientes. Uso indiscriminado de IBP, medicamentos através da alteração do AMPc que causa diminuição da
que levam a diminuição da acidez gástrica, tira uma absorção e/ou aumento da secreção de íons e água.
barreira de proteção do delgado, vencidas essas
barreiras naturais que existem no intestino, os As enterotoxinas – como as produzidas pelo rotavírus
Enteropatógenos conseguem realizar a colonização do – agridem receptores específicos na membrana celular
intestino. das células absortivas com posterior indução do
sistema adenilciclase/ AMPc. Toxina absorvida nas
Vírus, bactérias e parasitas vilosidades e criptas da mucosa intestinal e estimula
mecanismos de transporte de eletrólitos e água –
Mecanismo de diarreia
aumentando secreção de cloro e bicarbonato e
Distúrbio de motilidade ( intestino que funciona reduzindo absorção de sódio e cloro.
muito rápido, como, por exemplo, síndrome do
intestino irritado), inflamatória, esteatorreia
A diarreia pode ser intensa, com evacuação de
( condição de diarreia crônica que dura mais que 30 mais de um litro de fezes por hora em casos de
dias e tem origem em uma doença de base, se essa cólera.
doença de base é uma enteropatia leva a síndromes
desabsortivas – síndrome de má absorção intestinal,
paciente pode perder gordura nas fezes), secretora,
osmótica (quando tem grande quantidade de,
principalmente, carboidrato não digerido na mucosa
intestina, lesões da mucosa intestinal área nobre de
absorção de nutrientes, esses nutrientes passam e
Distúrbio no processo hidroeletrolítico pela mucosa morreram. Como a velocidade de destruição é mais
intestinal, por meio do aumento da secreção de íons e rápida do que a velocidade de reposição essas
água para o lúmen ou inibição da absorção por meio de vilosidades acabam por achatar e ficam com
drogas ou toxinas. Diferentemente da osmótica, tem enterócitos imaturos que não funcionam bem e pode
gap osmolar baixo, não melhora com jejum e é ter uma diarreia osmótica por má absorção de
responsável por um grande volume de fezes aquosas. carboidratos. Excesso de carboidrato não absorvido
Este é o tipo de diarreia provocada por E. coli devido a mucosa lesada irá causar
enterotoxigênica, Vibrio cholerae, Salmonella sp. hiperosmolaridade e distensão abdominal irá puxar
liquido para dentro da luz – efeito secretor da
enterotoxina mais efeito somatório numa situação
osmótica; esses açúcares alcançam a microbiota
intestinal levando a fermentação bacteriana, as
bactérias usarão esses açúcares em seu metabolismo
produzindo ácidos graxos de cadeia curta, CO2,
hidrogênio e metano.
A consequência da fermentação e uma diarreia
explosiva, volumosa e de odor azedo/ ácida que pode
levar a assadura. Diarreia osmótica. Explosivas,
aquosas, volumosas, odor ácido e dermatite de
fraldas. A diarreia osmótica pode vir em consequência
de um processo inflamatório agudo como uma
infecção do rotavírus. A infecção do rotavírus
classicamente causa uma diarreia secretora, mas que
pode se complicar para uma diarreia osmótica que
pode se comportar como fator de resistência. O que era
diarreia aguda acaba persistindo, não se autolimita, se
torna uma diarreia persistente.
Rotavírus – diarreia tipicamente secretora porque
produz enterotoxinas. Porém, pode ter efeito de lesão
celular. Por exemplo, enterócito imaturo não tem
lactase o suficiente para digerir a lactose, ela passa
pela área de absorção e vai fermentar no cólon
produzindo então uma diarreia do tipo osmótica. Esse
mecanismo de hiperosmolaridade/diarreia osmótica vai
agir como fator de persistência de uma diarreia aguda.
Se fosse somente pelo rotavírus tinha tudo para acabar
em até 7 dias, como evoluiu com lesão intestinal se
você não tratar ela vai persistir, ela não se auto limita.
O que era diarreia tipicamente secretora agora é
osmótica

 Acúmulo de solutos osmoticamente ativos não


absorvíveis no lúmen intestinal. Assim, ocorre
retenção de líquidos intraluminais e
consequentemente diarreia. É a partir deste
mesmo mecanismo que funciona os laxativos.
Uso de antibióticos também pode causa-la. As
DIARREIA OSMÓTICA
características deste tipo de diarreia é o fato de
O vírus também leva a destruição dos enterócitos, ele ter gap osmolar alto, melhora em jejum e com
acaba por invadir o enterócito no seu mecanismo de suspensão de substâncias osmóticas. Ex:
duplicação no ciclo de vida do vírus, e esse ciclo de deficiência de dissacarídeos, alta ingestão de
vida acaba por destruir os enterócitos, principalmente carboidratos pouco absorvíveis (sorbitol,
os enterócitos apicais das vilosidades intestinais. A manitol, lactulose), abuso de laxativos;
reposição desses enterócitos é feita pela cripta que faz
um turnover celular, reposição dessas células que
*Gap osmolar: trata-se de uma estimativa da Chamada de invasora porque a bactéria (em geral,
contribuição de eletrólitos para a retenção de água no causada por bactérias) penetra as células invocando
lúmen intestinal. Fórmula: 290-2x(Na+ + K+) fecal. uma resposta do tipo purulenta por polimorfonucleares
– envolve invasão.
Se caracteriza por lesão e morte de enterócitos, atrofia
de vilosidades e hiperplasia de criptas. As criptas
hiperplásicas preservam sua capacidade secretória de
Cl-. Na inflamação grave ocorre extravasamento
linfático, além da ativação de vários mediadores
inflamatórios, que promovem aumento de secreção de
Cl- contribuindo para a diarreia. A interleucina 1 (IL1)
e o fator de necrose tumoral (TNF) também são
liberados no sangue, causando febre e mal estar.
Caracterizada por evacuações frequentes, de menor
volumo, com presença de produtos patógenos nas
fezes, como muco, pus ou sangue. Nesses pacientes é
frequente o aparecimento de febre acima de 39,5°,
toxemia, dor abdominal intensa e tenesmo.

ADERÊNCIA

Fezes explosivas, aquosas, volumosas, odor ácido e


dermatite de fraldas.
DIARREIA INFLAMATÓRIA
Infecção generalizada – SEPSE – Salmonella typhi e
paratyphi
Diarreia secretora a célula desidrata, ela secreta líquido Frequência e volume:
que vai para dentro da luz
SEMIOLOGIA
Frequência: alta, moderada, baixa
Volume: pequeno, moderado, grande
O intestino delgado é o responsável por absorver
líquidos no TGI. O cólon é responsável por concentrar
as fezes.
Se você tem uma doença de delgado – enteropatia –
você tem diminuição da absorção de líquidos o cólon
não compensa, ele tem um limite, consequentemente
tem uma grande perda de líquidos. Em contrapartida,
se a doença está no cólon, a perda é menor.
Diarreia de grande volume – diarreia de delgado;
agente predominantemente presente no delgado,
espera-se uma diarreia volumosa.
Diarreia – colite – com inflamação do cólon, em geral,
é de baixo volume.
Frequência: no delgado é baixa (consegue acumular
esse líquido – está longe da saída). No cólon a
frequência é alta (próximo da saída), não consegue
segurar. COLITES: Inflamatória, presença de muco e sangue
com maior frequência e menor volume.
Tipos de Delgado Cólon
diarreia DELGADO: secretora/ aquosa, com menor frequência
Frequência Baixa (menos Alta (mais de e maior volume.
de 10x por 10x ao dia)
dia). Componente osmótico: mais volumosa ainda, muita
Volume Alto Baixo flatulência, distensão abdominal e odor azedo.
*Colite tem tenesmo – grande vontade de evacuar,
porém com sensação de evacuação incompleta. E tem QUADRO CLÍNICO
empuxo  Dependerá de fatores como idade, estado
nutricional, competência imunológica,
alterações morfofuncionais do intestino, do
agente etiológico. Criança desnutrida quando
tem diarreia pode entrar no sistema chamado
diarreia protraída que leva a desnutrição e a
desnutrição leva a diarreia entrando num ciclo
de looping infinito que pode levar a óbito sem
intervenção.
 Poderá apresentar (por ser processo
inflamatório infeccioso) febre, dor abdominal,
vômitos, inapetência, oligúria, flatulência,
tenesmo.
 Desidratação e se o processo persiste,
desnutrição
 Distúrbios hidroeletrolíticos e ácidos-básicos
 Alteração do estado mental

Turgor Frouxo

A porcentagem (de 0% a 10%) está se referindo a


Clinical Dehydratation Scale:
porcentagem de perda de água corporal total.
Quando se torna grave paciente pode ter alterações
hemodinâmicas como acidose metabólica e o paciente
pode entrar em choque hipovolêmico.
Diarreia de delgado espera-se desidratação por ter
maior perda de água, já no cólon não costuma causar
desidratação.
Deve-se pesar paciente antes e após tratar a
desidratação porque o peso é um critério – água
corporal também pesa.
Olhos encovados:
Ocorre por desidratação da gordura retroobritária
– olhos ficam fundos.

DESIDRATAÇÃO – TIPOS:
Tudo isso é situacional, mas na maioria das vezes não
precisará de exames complementares.

Mais comum: isonatrêmica – rins compensam


inicialmente.
DIAGNÓSTICO pH = < 5,5 – fermentação – componente osmótico
na diarreia. Suspender carboidrato.
Quando considerar exames laboratoriais:
Benedict – identifica presença de carboidratos nas
As de delgado, principalmente, que são mais típicas
fezes de maneira direta.
quase não precisa de exames já que são mais
facilmente identificáveis e conseguimos tratar. Sudam – pesquisa de gordura – mais importante no
contexto de esteatorreia, diarreias crônicas.
 Idade < 6 meses ou peso < 8 kg
Gotículas de gordura se tornam alaranjadas.
 Desidratação moderada a grave – rompeu
barreiras, é importante que entenda o porque Leucócitos – mais presentes nas colites
disso se algo aconteceu ou se é uma condição inflamatórias.
própria da criança
 Diarreia inflamatória – identificar agente
 Dor abdominal intensa COPROGRAMA X DIAGNÓSTICO:
 Febre ou outros sintomas sistêmicos (toxemia)
 Mais de 14 dias de duração
 Viagem recente a áreas de grande risco
 Surtos na comunidade – definir isso do ponto
de vista epidemiológico.
 Pacientes imunocomprometidos – pacientes de
risco para evoluir para complicações;
demandam mais cuidados.
Litoral no verão corre bastante risco de
desenvolver diarreia.
Exames laboratoriais úteis na diarreia aguda:
TRATAMENTO:
Na maioria das vezes não precisa!
Tratamento da diarreia aguda, principalmente de
 Coprograma – análise das fezes.
delgado, as enterites.
 Eletrólitos, U, Cr, Gasometria
 Coprocultura Tratamento de suporte: hidratação e nutricional, até
 Hemograma que a mucosa intestinal se recupere.
 Pesquisa de rotavírus Na maioria das vezes não será necessária nenhuma
 Pesquisa de toxina de clostridium sp. modificação nutricional, na maioria dos casos aumenta
 Pesquisa da toxina E. coli O157:H7 a oferta de líquidos e mantém alimentação usual da
 PPF e pesquisa de Criptosporidium criança.
Impacto do tratamento da diarreia desde a década de  Osmolaridade do plasma celular – 285 mEq/l.
70:  SRO discretamente hiperosmolar
Prevenção de mais de 2 milhões de mortes por diarreia SORO CASEIRO:
aguda/ ano.

 TRO – terapia de reidratação oral.


 Nutrição durante os episódios diarreicos
 Aleitamento materno – agente de proteção.
 Acesso a água limpa
 Uso de antimicrobianos na disenteria –
COLITE (diarreia de delgado não precisa)
Osmolaridade variável = dependente do preparo.
Mecanismo de ação do SRO:

PLANO DE TRATAMENTO DO MS:

Transporte acoplado de sódio e glicose e


consequentemente absorção mais efetiva de água.
Canal de cloro aberto com maior afluxo de líquidos e
sais para a luz intestinal. Quando você oferece, na O que define ABC é o estado de hidratação da criança
proporção correta, sódio e glicose com a água ela é associado a diarreia aguda.
mais bem absorvida.
1. Uso de SRO
 Solução preferencialmente de 60 mmol/L
evitar as soluções 90 mmHg porque elas
são hiperosmolares (pacientes com cólera,
diarreias secretoras mais graves)
 Hidratação oral rápida (3-4 horas)
 Suplementação com SRO para perdas
ainda por vir
2. Realimentação rápida com dieta habitual,
inclusive sólidos
 Uso desnecessário de fórmula especial/
diluída
 Continuação do leite materno em qualquer
tempo
3. Não oferecer medicações desnecessárias
Plano A:

COMPOSIÇÃO DO SRO:  Aumentar a oferta de líquidos para prevenir


desidratação
 Retornar ao serviço de saúde se não melhorar
em até 2 dias ou se algum desses sintomas:
SINAIS DE ALERTA
 Piora da diarreia
 Vômitos repetidos
 Muita sede
 Recusa alimentar
 Febre  Paciente chocado deve dar VOLUME.
 Sangue nas fezes  CHOQUE: SF 20 ml/kg em 20 minutos
A partir da 3ª pode dar coloide, encaminhar
Não há necessidade Sais de reidratação oral (SRO)
para UTI situação mais complicada.
para criança que não desidratou.
Paciente chocado deve dar VOLUME.
Plano B:
Se não consegue fazer AVP a prioridade é intraóssea.
 Administrar SRO Face anterior da tíbia mais fácil.
 Volume: 50-100 ml/kg em 4-6 horas
 Manter aleitamento materno TRIV: TRATAMENTO REIDRATAÇÃO
 Evitar outros alimentos durante TRO INTRAVENOSO
Pesar criança no inicio e ao longo do
tratamento.
Se vômitos: Hidratar:
o Se vômitos persistentes: mais de 4
vômitos/hora
o Se perda de peso após 2 horas de TRO
o Se distensão abdominal
o Se dificuldade de ingestão

o Gastróclise: 20-30 ml/kg/h, reduz a metade Usado pelo professor: mais fácil de lembrar!
dos vômitos. Sonda nasogástrica.
 Choque: 20 mL/kg SF em 20 minutos, duas
o Se persistem vômitos, se convulsão, se perda vezes.
de peso após 2 horas de gastróclise:  ESPGHAN: Se desidratação grave: 20
Hidratação venosa mL/kg de SF por hora por 2-4 horas

OUTROS TRATAMENTOS:
NA PRÁTICA: Já usa hidratação venosa. Tratamento de acordo com padrão diarreico:
Manutenção do estado de hidratação:

 Alta para casa com TRO: 5-10 ml/kg a cada


evacuação diarreica Criança pequena meio
copo, criança grande um copo.
 Refeição extra até recuperação nutricional
 Manter aleitamento materno
Plano C:

 Diarreia + desidratação grave


 Crise convulsiva Antieméticos:
 Alteração do nível de consciência (“Bebe mal
os SRO)  Ondansetrona IV (0.15-0.3 mg/kg/dose) ou
 Choque (pulso imperceptível, enchimento Ondansetrona VO (2-8 mg/dose a cada 8h)
capilar lento > 5)  Diminui vômitos em crianças com diarreia
 Íleo para lítico; não consegue usar TGI, RHA aguda viral
baixo.
 Diminui necessidade de hospitalização em  a na colite.
crianças com vômitos associados a diarreia
Antisecretores:
aguda viral
 Efeitos adversos do Ondansetron - < 1% das  Se mecanismo secretor envolvido
crianças  Inibidor da Encefalinase: racecadotrila – reduz
volume de perda fecal e duração do quadro
 Sempre associado a TRO
 Maiores de 3 meses de idade
PREVENÇÃO
Sulfato de zinco:
 Vacina oral contra rotavírus humano (VORH)
Brasil todas as crianças com diarreia aguda.  Elaborada com o tipo G1 atenuado, mas
Critério: crianças com maior risco a deficiência de confere imunidade cruzada com outros 5
zinco. Estado nutricional prejudicado. sorotipos
 Realizada aos 2 e aos 4 meses de idade
Espaça episódios de diarreia em desnutridos  Contraindicada em pacientes imunodeprimidos
e com história prévia de invaginação intestinal
 Rotarix monovalente (GSK) aplicada pelo
SUS 92 doses)
 Pentavalente (Merck) rede privada (3 doses)
Crianças < 6 meses – sem evidencia de resultado  Principal via é fecal-oral, logo, é importante
manter higiene sanitária e lavagem das mãos.
Crianças > 6 meses: 20 mg/dia
Duração: 10-14 dias
Antibióticos:
A OMS sugere 4 indicações específicas para uso de
antimicrobianos em diarreia aguda:
Colite: frequência alta, volume baixo, muco e sangue
nas fezes ATB porque reduz tempo de evolução

 Cólera
 Disenteria grave por Shigella
 Disenteria Amebiana
 Giardíase aguda
Em geral, azitromicina.
Probióticos:
Probióticos = microrganismos: lactobacillus
rhamnosus GG e Saccharomyces boulardii. Efeito
de passagem não coloniza intestino.
Mecanismo de ação:

 Competição com outros organismos por


nutrientes e substratos
 Produção de fatores inibidores do crescimento
microbiano
 Modificação de receptores de toxinas
 Melhorada resposta imune
 Efeito benéfico na duração, volume de perda
fecal e taxa de hospitalização. Efeitos
discretos. Não adiant

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