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Departamento Científico de Gastroenterologia (Gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Guia Prático de Atualização


Departamento Científico de
Gastroenterologia (gestão 2022-2024)

Nº 74, 06 de Junho de 2023

Diarreia Aguda Infecciosa

Departamento Científico de Gastroenterologia (gestão 2022-2024)


Presidente: Cristina Helena Targa Ferreira
Secretária: Elisa de Carvalho
Conselho Científico: Amália Maria Porto Lustosa (Relatora), Caroline Sales de Souza,
Maria do Carmo Barros de Melo (Relatora),
Marise Helena Cardoso Tófoli (Relatora), Mauro Batista de Morais (Relator),
Roberta Paranhos Fragoso (Relatora), Rose Terezinha Marcelino
Colaboradora: Luciana Rodrigues Silva

Introdução cipais mudanças se referem à valorização da


avaliação dos sinais de desidratação, caracterís-
ticas do pulso no plano B, ênfase na avaliação da
A diarreia aguda na faixa etária pediátrica
perda de peso, observação quanto ao tempo de
ainda é motivo de preocupação no Brasil, pois
diarreia, alteração do volume de soro segundo a
nosso país apresenta dimensões territoriais
faixa etária no plano C de reidratação e o uso de
continentais e ampla diversidade quanto ao
antieméticos e antibióticos.1
nível socioeconômico e cultural da população.
Diante disto, o Ministério da Saúde do Brasil A morbimortalidade por diarreia aguda, ape-
(MS) estabeleceu em 2022 um grupo de traba- sar de estar em declínio no mundo, ainda é causa
lho para rever o fluxograma de abordagem do importante determinada por infecções em crian-
paciente com diarreia aguda, com o lançamento ças menores de cinco anos de idade. Fatores de
da nova versão em fevereiro de 2023. As prin- risco como a desnutrição, oferta inadequada de

1
Diarreia Aguda Infecciosa

saneamento e água potável, falha nas medidas a necessidade de investigações.3,5 Após este
educacionais para a saúde devem ser considera- período, passa a ser referida como persistente,
dos.2 Episódios repetidos podem ocasionar atra- a qual pode ser classificada em leve, moderada
so no crescimento/desenvolvimento e déficit e grave, exigindo cuidado especial e monitora-
nutricional.3 mento dos pacientes. A diarreia com duração su-
perior a 30 dias, é denominada crônica.3
Com ampliação dos conhecimentos sobre a
microbiota intestinal, várias situações implicam O MS define diarreia aguda como uma sín-
na determinação de disbiose, sendo uma delas a drome na qual ocorre três ou mais episódios di-
diarreia aguda. ários de evacuações com fezes diarreicas e que
apresenta evolução autolimitada com duração
O tratamento da diarreia aguda, tanto am-
máxima de 14 dias.
bulatorial como hospitalar geram custos para os
cofres públicos.2 Em países pobres ou em bol- Pode ocorrer simultaneamente náusea,
sões de pobreza pode ocorrer um círculo vicioso: vômitos, febre e dor abdominal, e em alguns ca-
diarreia causa desnutrição, que determina maior sos a presença de muco e sangue (disenteria),
chance de diarreia e mais desnutrição.3 podendo ocasionar desidratação leve, moderada
ou grave.8,9
Para o combate, é prioritário ter-se ampla co-
bertura vacinal contra o rotavírus, implementa-
ção de medidas educativas para a comunidade,
como lavagem de mãos com sabão e higiene dos
alimentos e do domicílio, disponibilização de sa- Etiopatogenia
neamento básico, oferta de água potável, educa-
ção familiar e oferta do soro de reidratação oral
A diarreia aguda pode ter causas infeccio-
(SRO), além do estímulo à amamentação por um
sas e não infecciosas. Mundialmente, as causas
período mais prolongado. Há a necessidade de
infecciosas apresentam maior prevalência e im-
pesquisas que abordem o microbioma e o me-
pacto na saúde das crianças, principalmente nas
taboloma e a associação com a diarreia aguda,
menores de cinco anos.8
e de novas abordagens terapêuticas.5,6 Em fe-
vereiro de 2023, a ESPGHAN (European Society As diarreias agudas de origem infecciosa têm
for Paediatric Gastroenterology Hepatology and como principais agentes os vírus, as bactérias e
Nutrition) publicou um artigo com posiciona- os protozoários.
mento sobre o uso de probióticos em distúrbios O lactente em aleitamento materno exclusivo
gastrointestinais, incluindo a diarreia aguda.7 pode evacuar mais vezes ao dia, em geral, após
as mamadas, devido ao reflexo gastrocólico. As
fezes são semilíquidas e às vezes apresentam
muco em pequena quantidade. Nesses, o ganho
Definições de peso é adequado e não possuem outros sinais
clínicos, reforçando sua benignidade. Portanto,
em aleitamento materno exclusivo, esse padrão
A Organização Mundial da Saúde (OMS) de-
de evacuação não é considerado diarreia.
fine diarreia aguda como “a mudança do hábito
intestinal caracterizada pela ocorrência de eli- A “diarreia de fome” deve ser considerada
minação de três ou mais evacuações menos con- em determinadas populações, ocorrendo eli-
sistentes ou líquidas” por dia, com duração de minação de fezes amolecidas, esverdeadas, de
até 14 dias.8 Alguns autores consideram como pequeno volume, resultando de descamação
diarreia aguda prolongada aquela que apresen- celular e muco intestinal em pacientes desnu-
ta duração entre 7 e 14 dias, podendo indicar tridos.8

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Globalmente, o rotavírus é a principal causa Os astrovírus são menos prevalentes.


de diarreia aguda, sendo o agente mais frequen- Apesar de poder ocorrer em adultos e crianças,
te de diarreia grave em crianças menores de cin- os lactentes são os mais acometidos. A trans-
co anos de idade. A vacinação contra rotavírus é missão é pessoa a pessoa e geralmente pro-
um fator determinante para a redução dos casos vocam casos de diarreia aguda leve e autoli-
em alguns países. Segundo o Global Rotavirus mitadas.
Surveillance Network, a vacinação reduziu as
Durante a COVID-19, doença que se mani-
hospitalizações em crianças menores de cinco
festa após infecção pelo novo coronavírus, pode
anos em diferentes países, de forma relevante.
ocorrer a infecção e replicação viral nos enteró-
Nos países que não introduziram a vacinação, o
citos, levando a danos diretos no epitélio intes-
rotavírus foi detectado em 38,0% das interna-
tinal e consequente diarreia. Os efeitos citopá-
ções anuais por gastroenterite aguda, enquanto
ticos diretos do SARS-CoV-2, disbiose intestinal
naqueles vacinados, o rotavírus foi detectado
e resposta imune aberrante desencadeados pelo
em 23,0%, resultando em declínio relativo de
vírus resultam em aumento da permeabilidade
39,6% após a implementação da vacina. Na Eu-
intestinal, o que pode exacerbar os sintomas
ropa, os dados são semelhantes.2 Com a redução
existentes.
da incidência de rotavírus, aumentaram os casos
de diarreia aguda por norovírus.8 As diarreias agudas de causa bacteriana e
parasitária têm maior prevalência nos países em
Os norovírus são os principais agentes de
desenvolvimento e têm pico de incidência nas
surtos epidêmicos de gastroenterites virais
estações chuvosas e quentes.
transmitidos por água ou alimentos, ocorrendo
em todas as faixas etárias. Também podem ser Os agentes parasitários mais frequente-
encontrados em quadros esporádicos; e 30% mente envolvidos na etiologia da diarreia
das infecções são assintomáticas. aguda são: Cryptosporidium parvum, Giardia
intestinalis, Entamoeba histolytica e Cyclospora
Os adenovírus causam com mais frequência
cayetanensis.
infecção do aparelho respiratório, mas, depen-
dendo do sorotipo podem determinar quadros O quadro 1 resume os principais agentes
de diarreia aguda. bacterianos envolvidos.

Quadro 1. Principais características, quadro clínico e mecanismo de ação dos agentes bacterianos
que causam diarreia aguda.

Mecanismo de
Agente Infeccioso Característica Quadro clínico
produção de diarreia

Escherichia coli Diarreia do viajante Líquida, abundante sem Diarreia secretora


enterotoxigênica Diarreia do lactente sangue, dor abdominal e
(ETEC) febre baixa

Escherichia coli Lactentes e adultos Diarreia com muco, sem Lesão de


enteropatogênica sangue, dor abdominal microvilosidade
clássica (EPEC) vômitos e febre

Escherichia coli Maiores de 2 anos e adultos Disenteria, febre cólica, Invade o enterócito
enteroinvasiva mal-estar. Assemelha-se
(EIEC) a Shiguella

continua...

3
Diarreia Aguda Infecciosa

... continuação

Mecanismo de
Agente Infeccioso Característica Quadro clínico
produção de diarreia

Escherichia coli Gado é o principal Enterocolite, sangue sem Lesão vilositária


enterohemorrágica reservatório leucócitos nas fezes, colite Toxina shiga 1 e 2, sendo
(EHEC) hemorrágica, SHU* a última mais tóxica

Escherichia coli Crianças e adultos Diarreia líquida Ainda não


enteroagregativa Persistente completamente definido
(EagEC) Portador assintomático

Campylobacter spp. Lactente, aves domésticas Líquida ou disenteria. Invasão da mucosa,


fonte de contaminação Dor abdominal, náuseas, penetração em lâmina
vômitos, cefaleia e dores própria
musculares

Shigella spp S. sonei mais frequente, Secretora, enterocolite, Acomete intestino


sem gravidade; S. flexineri SHU, febre alta, dor delgado e grosso.
endêmico em país abdominal intensa Toxina shiga + invasão
em desenvolvimento; celular
S. dysentaerae tipo 1 toxina
shiga. Diarreia do viajante

Salmonella spp. – Mais de 2000 sorotipos, Diarreia, náuseas, vômitos, Invasão de mucosa,
lactentes idosos e dor abdominal, febre Infecção sistêmica
imunocomprometidos moderada
Animais são reservatórios

Yersinia País de clima frio Suínos Enterocolite, linfadenite Invasão de mucosa


enterocolitica são reservatórios, ingestão mesentérica e inflamação
de água e alimentos do íleo. Pode mimetizar
contaminado ou de forma apendicite aguda. Pode
direta por transfusão de também causar bacteremia
sangue. Pode sobreviver com focos de metástases
em alimentos congelados Febre, diarreia, dor
acentuado tropismo pelo abdominal. Pode ter
sistema linfático. Íleo terminal leucócitos e mais
e tecido linfoide – alvos raramente sangue

Aeromonas Aquática. Ingestão de água e Diarreia secretora Enterotoxina, citotoxina,


alimentos contaminados. hemolisinas e proteases

Plesiomonas Águas não tratadas usadas Diarreia líquida, febre, Enterotoxina termolábil,
para beber, lavar alimentos calafrios, náusea e vômitos. aumenta a secreção do
consumidos crus e para Casos graves – disenteria tubo digestório
recreação

Clostridium difficille Uso prévio de antibiótico, Diarreia líquida ou Diarreia secretora, Colite
diarreia nosocomial disenteria pseudomembranosa

Vibrio cholerae Início abrupto Vômitos e diarreia Enterotoxina termolábil,


líquida semelhante a aumento da secreção do
água de arroz. Levando a sistema digestório
desidratação e até choque
hipovolêmico

*SHU: Síndrome hemolítica urêmica

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No Brasil, as internações e óbitos por


Avaliação e tratamento
diarreia no período de 2006 a 2018 diminuí-
ram com a cobertura vacinal contra rotavírus.
A taxa de hospitalização reduziu em 52,5% das A avaliação clínica adequada do paciente é
crianças até cinco anos de idade, com redução fundamental para a decisão quanto à forma de
significativa da mortalidade por diarreia, em tratamento. O MS publicou um novo fluxogra-
especial na região Nordeste do país. A cober- ma, com mudanças importantes na classificação
tura vacinal e a mortalidade por diarreia foram do quadro clínico e nas condutas.
inversamente correlacionadas com o índice de
A implementação do SRO em serviços pú-
vulnerabilidade social.10
blicos de saúde mudou historicamente, de for-
ma significativa, a evolução dos quadros de
diarreia aguda, impactando nas taxas de hos-
pitalização e mortalidade. A partir de 2005, a
Exames laboratoriais OMS passou a recomendar o uso da solução de
reidratação oral com 75 mMol/L de sódio ao
invés da solução com 90 mMol/L de sódio. Es-
Os exames laboratoriais não são indicados tudos demonstram menor duração da diarreia
nos quadros leves, mas podem ser úteis nos e menor frequência de vômitos com a solução
casos moderados de difícil abordagem ou nos com menor osmolaridade. O MS ainda não fez a
quadros graves. Devem preferencialmente ser adequação.
colhidos após o paciente receber volume de
expansão, pois ao contrário, a hemoconcen- O novo fluxograma do MS enfatiza a impor-
tração presente na desidratação pode levar à tância da avaliação e do acompanhamento da
interpretação errônea dos resultados. O leuco- perda de peso, em especial, no paciente hospi-
grama pode mostrar leucocitose com desvio à talizado e naqueles que evoluem com diarreia
esquerda. Pode ser necessária a solicitação dos e vômito. A avaliação do estado de hidrata-
seguintes exames: ionograma; gasometria; pes- ção está melhor representado, com etapas de:
quisa de leucócitos, sangue, parasitos e subs- observe, explore, decida e trate.1
tâncias redutoras nas fezes.8 O paciente e/ou o cuidador devem ser orien-
tados para reconhecer os sinais de desidratação
O diagnóstico das causas etiológicas pode
e os sinais de alerta, preparar e administrar a
ser realizado por exames parasitológicos de fe-
solução de sais de reidratação oral, praticar me-
zes, coprocultura e pesquisa de vírus.
didas de higiene pessoal e domiciliar, como a la-
Em casos de surto, os profissionais de saúde vagem adequada das mãos, tratamento da água
são orientados a solicitar à equipe de vigilân- intradomiciliar e higienização dos alimentos.1,8
cia epidemiológica do município para coleta de
O quadro abaixo descreve as principais ca-
amostras.
racterísticas clínicas do paciente separados
Detalhes sobre a aplicabilidade dos exames de acordo com o grau de desidratação e com o
podem ser vistos no “Exames complementares objetivo de decidir o plano de tratamento mais
mais comuns na prática clínica da Gastroente- adequado para cada caso. Dessa forma os pla-
rologia e Hepatologia Pediátricas”, publicado nos de tratamento são subdivididos em Planos
pela Sociedade Brasileira de Pediatria.11 A, B e C como descrito (Quadro 2).

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Diarreia Aguda Infecciosa

Quadro 2. Manifestações clínicas e decisão do tipo de tratamento segundo a presença ou


gravidade de desidratação

A B C
Etapas
(sem desidratação) (com desidratação) (com desidratação grave)

Comatoso, hipotônico,
Estado geral1 Ativo, alerta Irritado, intranquilo
letárgico ou inconsciente*

Olhos1 Sem alteração Fundos Fundos

OBSERVE Sedento, bebe rápido


Sede1 Sem sede Não é capaz de beber*
e avidamente

Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes

Boca/língua Úmida Seca ou levemente seca Muito seca

Sinal da prega Desaparece Desaparece muito lentamente


Desaparece lentamente
abdominal1 imediatamente (mais de 2 segundos)
EXPLORE
Pulso Cheio Cheio Fraco ou ausente*

Perda de peso2 Sem perda Até 10% Acima de 10%

Se apresentar dois ou mais


Se apresentar dois
SEM SINAIS DE sinais sendo ao menos um
DECIDA ou mais sinais:
DESIDRATAÇÃO destacado com asterisco (*):
COM DESIDRATAÇÃO
DESIDRATAÇÃO GRAVE

TRATE PLANO A PLANO B PLANO C


1
 ariáveis para avaliação do estado de hidratação do paciente que têm maior relação de sensibilidade e
V
especificidade, segundo a Organização Mundial da Saúde.
2
A avaliação da perda de peso é necessária quando o paciente está internado e evolui com diarreia e vômito.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

PLANO A
• Orientação sistemática do paciente/responsá-
vel/acompanhante para reconhecer os sinais
Consiste em cinco etapas direcionadas ao pa-
de desidratação; preparar adequadamente e
ciente hidratado para realizar no domicílio:
administrar a SRO e praticar ações de higiene
• Aumento da ingestão de água e outros líqui-
pessoal e domiciliar (lavagem adequada das
dos incluindo SRO, principalmente após cada
mãos, tratamento da água e higienização dos
episódio de diarreia, pois dessa forma evita-se
alimentos);
a desidratação; não utilizar refrigerantes e de
• Administração de zinco uma vez ao dia, du-
preferência não adoçar chás ou sucos;
rante 10 a 14 dias (até os 6 meses de idade
• Manutenção da alimentação habitual; conti-
10mg/dia e em maiores de 6 meses até os
nuidade do aleitamento materno;
5 anos de idade 20mg/dia)
• Retorno do paciente ao serviço, caso não melho-
re em dois dias ou apresente piora da diarreia, As recomendações de oferta de SRO após
vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimen- cada evacuação variam de acordo com a faixa
tos, sangue nas fezes ou diminuição da diurese; etária (Quadro 3).

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Quadro 3. Volume de soro de reidratação oral • Ingestão de solução de SRO, inicialmente em


(SRO) a ser oferecido de acordo com a faixa etária pequenos volumes e aumento da oferta e da
frequência aos poucos. A quantidade a ser in-
Faixa etária Volume de SRO gerida dependerá da sede do paciente, mas
menores de 1 ano 50 a 100mL deve ser administrada continuamente até que
desapareçam os sinais da desidratação;
de 1 a 10 anos 100 a 200mL
• Reavaliação do paciente constantemente, pois
Acima de 10 anos o volume tolerado o Plano B termina quando desaparecem os
sinais de desidratação, a partir de quando se
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
deve adotar ou retornar ao Plano A;
em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. • Orientação do paciente/responsável/acompa-
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023. nhante para reconhecer os sinais de desidra-
tação; preparar adequadamente e administrar
Segundo a OMS é importante orientar que se a solução de SRO e praticar ações de higiene
houver aparecimento dos sinais de alerta apre- pessoal e domiciliar (lavagem adequada das
sentados no quadro 4 o paciente deve ser reava- mãos, tratamento da água e higienização dos
liado na unidade de saúde. alimentos).

Se o paciente desidratado, durante o trata-


Quadro 4. Sinais de alerta para retorno mento com o PLANO B, apresentar vômitos per-
à unidade de saúde sistentes, deve-se administrar uma dose de an-
tiemético ondansetrona (Quadro 5). Existe alerta
Sinais de alerta ANVISA para não usar em gestantes.1 Avaliar cau-
telosamente uso em lactentes.
Não melhora em dois dias

Aumento da frequência e/ou do volume


da diarreia Quadro 5. Dose de ondansetrona, de acordo
com idade e peso
Vômitos repetidos
Dose de
Sangue nas fezes Faixa etária
ondansetrona via oral

Diminuição da diurese 2 mg
6 meses a 2 anos
(0,2 a 0,4 mg/kg)
Sede excessiva
Maiores de 2 anos a
Recusa de alimentos 4 mg
10 anos (até 30Kg)
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância acima de 10 anos
em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças (mais de 30Kg) e 8 mg
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia.
adultos
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.
Fonte: Manejo do paciente com diarreia aguda: SBP,
Sociedade Brasileira de Infectologia, SUS, Ministério
da Saúde
PLANO B A metoclopramida teve seu uso proibido para
menores de 18 anos de idade pela ANVISA.8
Consiste em três etapas direcionadas ao pa-
ciente com desidratação, porém sem gravidade,
com capacidade de ingerir líquidos, que deve ser Caso após seis horas de tratamento, não
tratado com SRO na Unidade de Saúde, onde per- houver melhora da desidratação, encaminhar
manecerá até a reidratação completa. ao hospital de referência para internação1, mas

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Diarreia Aguda Infecciosa

na prática considera-se prudente encaminhar se prega abdominal desaparece muito lentamen-


não ocorrer melhora após três a quatro horas. te (mais que dois segundos); pulsos periféricos
No PLANO B estima-se que sejam necessários fracos ou ausentes*. Sinais de choque hipovo-
50 a 100 mL/kg de SRO em quatro a seis horas. lêmico como perfusão lentificada e taquicardia
importante são aparentes nessa fase.1 A acidose
O aleitamento materno pode ser mantido,
metabólica e outros distúrbios hidroeletrolíticos
se for tolerado. A alimentação habitual deve ser
podem acompanhar os episódios de desidrata-
reiniciada após a fase de reidratação.1 Pacien-
ção grave.1,8
tes que evoluem com piora ou não resposta ou
ainda apresentam doenças graves associadas, O Plano C consiste em duas fases de reidra-
principalmente com alteração do sensório, de- tação endovenosa destinada ao paciente com
vem receber hidratação venosa de imediato. desidratação grave. Nessa situação o paciente
É importante avaliar a necessidade de adequa- deverá ser transferido o mais rapidamente possí-
ções nutricionais para os pacientes desnutridos vel. Os primeiros cuidados na unidade de saúde
moderados e graves.8 Se existir dúvida quanto são importantíssimos e já devem ser efetuados
à classificação do paciente entre PLANO B ou à medida que o paciente seja encaminhado ao
PLANO C, deve-se considerar o pior cenário, es- serviço hospitalar de saúde.
tando indicado o PLANO C.
• Realizar reidratação endovenosa no serviço
Se o paciente continuar desidratado com saúde (fases rápida e de manutenção);
pouca tolerância à reidratação oral, a sonda
• O paciente deve ser reavaliado após duas ho-
nasogástrica (gastróclise) pode ser utilizada.
ras, se persistirem os sinais de choque, repetir
Se o paciente evoluir para desidratação grave,
a prescrição; caso contrário, iniciar balanço hí-
deve-se seguir para o Plano C.
drico com as mesmas soluções preconizadas;

• Administrar por via oral a solução de SRO em


PLANO C
doses pequenas e frequentes, tão logo o pa-
Está indicado nos quadros de desidrata- ciente aceite. Isso acelera a sua recuperação e
ção grave, com perda de peso maior que 10%. reduz drasticamente o risco de complicações;
O diagnóstico é realizado pela presença de • Suspender a hidratação endovenosa quando o
pelo menos dois dos seguintes sinais, sendo ao paciente estiver hidratado, com boa tolerância
menos um destacado com asterisco: sinais de à solução de SRO e sem vômitos.
coma*, hipotonia*, letargia* ou inconsciência*;
olhos fundos; incapacidade de ingerir líquidos; O volume de reposição indicada no PLANO C
lágrimas ausentes; boca muito seca; sinal da está apresentado no quadro 6.

Quadro 6. Volume a ser administrado nos pacientes do Plano C, de acordo com a faixa etária

Solução: SF0,9% ou Ringer lactato Volume na primeira etapa Volume na segunda etapa

Menores de 1 ano 30mL/kg em 1h 70 mL/kg em 5h

Acima de 1 ano 10mL/kg em 30 min 70mL/kg em 2,5h

Recém-nascidos e menores de cinco 10mL/kg Avaliar parâmetros clínicos


anos com cardiopatia grave para adequar velocidade de
infusão

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

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Após a desidratação ser corrigida, a fase de manutenção pode ser orientada de acordo com o
quadro 7 abaixo.

Quadro 7. Fase de manutenção para o paciente inserido no plano C

Fase de Manutenção/Reposição para todas as Faixas Etárias

Tempo de
Solução Volume
Administração

Peso até 10 kg 100 ml/kg

Soro Glicosado a 5% + 1.000 ml + 50 ml/kg de


Peso de 10 a 20 kg
Soro Fisiológico a 0,9% peso que exceder 10 kg
na proporção de 4:1
(manutenção) 1.500 ml + 20 ml/kg de
Peso acima de 20 kg peso que exceder 20 kg
(no máximo 2.000 ml)

+ 24 horas
Soro Glicosado a 5% +
Iniciar com 50 ml/kg/dia.
Soro Fisiológico a 0,9%
Reavaliar esta quantidade de acordo
na proporção de 1:1
com as perdas do paciente.
(reposição)

+
2 ml para cada 100 ml de solução
KCL a 10%
da fase de manutenção

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

A reidratação por via oral com SRO deve ser pneumonia, otite, amigdalite, faringite, infec-
iniciada quando o paciente for capaz de ingerir ção urinária.1 Se a diarreia persistir por mais de
líquidos, geralmente duas a três horas após o 14 dias e a criança for menor de seis meses
início da reidratação endovenosa, concomitan- de idade ou apresentar sinais de desidratação
temente ao soro venoso. A reidratação por via (hidratar primeiro), é necessário encaminhar para
endovenosa deve ser interrompida quando o pa- uma unidade hospitalar1 ou para um especialista
ciente for capaz de ingerir o SRO em quantidade (pediatra ou gastroenterologista pediátrico).
suficiente para se manter hidratado. O volume e
consistência das fezes deve ser avaliado e o pa-
ciente observado por pelo menos seis horas, com
reavaliações quanto ao estado de hidratação.1
Pacientes desnutridos
A alimentação e o aleitamento podem ser rein-
troduzidos quando houver melhora da desi-
Atenção especial deve ser dada aos pacien-
dratação com o paciente hemodinamicamente
tes desnutridos graves, com ou sem edema. Ne-
estável.1,8
les é mais difícil a avaliação do quadro de de-
Se o paciente estiver com a temperatura de sidratação, pois podem confundir com os sinais
39°C ou mais, além do quadro diarreico, investi- de desnutrição. É importante avaliar a ativida-
gar e tratar outras possíveis causas, por exemplo, de geral do paciente, características do pulso,

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Diarreia Aguda Infecciosa

frequência cardíaca e fluxo de extremidades.


Tratamento medicamentoso
A OMS recomenda concentrações menores
de sódio (45 mmol/L) e maiores de potássio
(40 mmol/l) e de glicose (125mmol/L).12 A solu- O tratamento medicamentoso deve ser ava-
ção original preconizada contém oligoelemen- liado de forma criteriosa.
tos. No nosso meio, esta solução não está dispo- Antipiréticos: estão indicados nos casos de
nível, devendo ser preparada pelos profissionais febre e dor (dipirona ou paracetamol).8
de saúde, diluindo o sachê do SRO (contendo
Antiemético: Apenas deve ser usado se o pa-
90mEq/L) em 2 litros de água e, a seguir, acres-
ciente apresentar vômitos persistentes.1
centando cloreto de potássio e glicose até atin-
Antibióticos: Devem ser usados somente
gir a concentração de 40mEq de potássio e 30g
para casos de diarreia com sangue (disenteria)
de glicose por litro. Na hidratação venosa não
e comprometimento do estado geral ou em caso
se deve superestimar a desidratação, evitando
de cólera grave. Em outras condições, os antibi-
sobrecarga hídrica, devendo ser administrado
óticos são ineficazes, causam resistência antimi-
10 mL/Kg de SF 0,9%, com avaliação frequen-
crobiana e, portanto, não devem ser prescritos.1
te a cada hora.10 É importante avaliar deficiên-
cias nutricionais específicas e tratar de forma Os antibióticos indicados sofreram mu-
adequada, como por exemplo, a deficiência de danças segundo a nova recomendação do MS
Vitamina A, além da reposição de zinco. (Quadro 8).1

Quadro 8. Antibioticoterapia, dose indicada para crianças, de acordo com o peso.

Idade / peso Antibiótico Dose

10mg/kg no primeiro dia e 5mg/kg por mais 4 dias,


Azitromicina
via oral. Total: 5 dias

50 a 100 mg/kg intramuscular 1 vez ao dia.


até 10 anos / até 30Kg
Total: 3 a 5 dias
Ceftriaxona Se menor de 3 meses ou em caso de
imunodeficiência: 50 a 100mg/kg endovenosa,
1 vez ao dia.

1 comprimido de 500mg de 12/12h, via oral,


Ciprofloxacino
por 3 dias

50 a 100mg/kg intramuscular 1 vez ao dia


>10 anos / > 30Kg por 3 a 5 dias.
Ceftriaxona
Casos graves: 50 a 100mg/kg/dia endovenosa,
por 3 a 5 dias.

Cefotaxima Casos graves: 100mg/Kg, dividido em 4 doses

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças
Transmissíveis. Manejo do paciente com diarreia. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023.

Crianças com quadro de desnutrição devem ta, até que cheguem ao hospital. Se não estiver
ter o primeiro atendimento em qualquer esta- hospitalizada, administrar a primeira dose do
belecimento de saúde, devendo-se iniciar hi- antibiótico intramuscular e referenciar ao hos-
dratação e antibioticoterapia de forma imedia- pital.1

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Departamento Científico de Gastroenterologia (Gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Antiparasitários: Devem ser usados somen- tanálises e estudos randomizados publicados


te para: amebíase, quando o tratamento de di- até 2021 com cepas especificas ou suas com-
senteria por Shigella sp fracassar, ou em casos binações testadas em pelo menos dois estudos
em que se identificam nas fezes trofozoítos de randomizados duplo cegos. Três cepas e uma
Entamoeba histolytica englobando hemácias: mistura de duas cepas foram recomendadas no
metronidazol 50mg/kg/dia 3x/dia por 10 dias. tratamento da diarreia aguda de acordo com a
Giardíase, quando a diarreia durar 14 dias ou ESPGHAN 2022 e 2023:
mais, se forem identificados cistos ou trofozoítos Saccharomyces boulardii cepa específica
nas fezes ou no aspirado intestinal: metronidazol CNCM I-745: na dose de 250–750mg/dia, por
15 mg/kg/dia 3x/dia por cinco dias.1 5 a 7 dias,
Zinco está indicado para crianças menores Lacticaseibacillus rhamnosus GG ATCC53103:
de cinco anos de idade, como foi descrito no na dose de ≥1010 unidades formadoras de
PLANO A.1 colônia (UFC) /dia, por 5 a 7 dias;
Limosilactobacillus reuteri DSM 17938: do-
Vitamina A reduz mortalidade e internações
ses diárias 1×108 a 4×108 UFC, por 5 a 7 dias;
em populações com alto risco de deficiência, por
exemplo desnutridos. A dose é variável de acor- L. rhamnosus 19070-2 & L. reuteri DSM
do com o quadro nutricional do paciente, mas 12246: dose de 106 UFC de cada cepa duas vezes
em geral é de 50.000 UI em lactentes menores ao dia por 5 dias.
de seis meses de idade; 100.000 UI em lacten-
As cepas testadas reduzem, em média, um
tes de seis a 12 meses; 200.000 U em crianças
dia da duração de diarreia.
maiores.
Não está recomendada a combinação de
Antissecretor: Racecadotrila é considerada Lactobacillus helveticus R0052 e L. rhamnosus
como uma possibilidade de tratamento coad- R0011 para o tratamento da gastroenterite agu-
juvante pela Sociedade Europeia de Gastro- da devido à falta de eficácia. Da mesma forma,
enterologia Pediátrica Hepatologia e Nutrição as cepas de Bacillus clausii O/C, SIN, N/R e T não
(ESPGHAN) e pela diretriz Iberoamericana no estão indicadas.
tratamento da diarreia aguda. Ensaios clíni-
cos e metanálise demonstraram o seu papel
na redução das perdas e na duração da diar-
reia aguda. A dose é de 1,5mg/Kg, 3 vezes ao
dia, sendo contraindicado em menores de três Considerações finais
meses de idade. É disponibilizado comercial-
mente em sachê (pó) na dose de 10 e 30mg ou
A diarreia aguda ainda é um grande proble-
em comprimido de 100mg, devendo ser inter-
ma de saúde pública, com grandes repercussões
rompido assim que cessar a diarreia. Adultos
no estado nutricional das crianças, ocasionando
não devem receber mais que 400mg/dia.9 O MS
atraso no desenvolvimento e crescimento, em
não menciona antissecretórios no seu plano de
especial em crianças previamente desnutridas.
tratamento.
O novo fluxograma do MS traz contribuições
Probióticos: Em fevereiro de 2023 foi pu- para o tratamento adequado, mas falta ainda a
blicado pela ESPGHAN o posicionamento com ampla disponibilização do zinco e probióticos
relação ao uso de Probióticos no tratamento na rede pública de saúde. Deve ser mencionado
dos distúrbios gastrointestinais pediátricos, in- também que o MS ainda não adotou a nova solu-
cluindo as diarreias agudas. O documento teve ção de reidratação oral com menor osmolaridade
como método a busca de documentos anteriores recomendada pela OMS. O aleitamento materno
da ESPGHAN como revisões sistemáticas, me- não deve ser interrompido e alimentação regular

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Diarreia Aguda Infecciosa

deve continuar sem mudanças na dieta. Atenção de racecadrotila, outra reflexão é necessária,
especial deve ser dada aos pacientes desnutri- pois a redução da duração da diarreia repercute
dos, com cuidado em relação ao soro a ser pres- no retorno às atividades habituais dos pacientes
crito e ao volume a ser administrado. e na redução da contaminação.

Outra questão que deve ser levantada é a É muito importante valorizar a terapia de SRO
disponibilização de probióticos, com a avaliação nas unidades de saúde, evitando soroterapia ve-
do custo-efetividade. A redução do tempo de du- nosa nos casos em que não houver indicação.
ração da diarreia é considerada importante para O paciente e familiares devem ser orientados
o paciente desnutrido e naquele que necessita quanto à observação dos sinais de alerta, retor-
de frequentar creche. Além disso, a redução de no à unidade de saúde sempre que necessário e
eliminação de fezes reduz a chance de contami- atentar aos cuidados domiciliares com a higiene
nação ambiental pelo paciente. Quanto ao uso pessoal e do ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Departamento Científico de Gastroenterologia (Gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Diretoria Plena
Triênio 2022/2024

PRESIDENTE: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL Anamaria Cavalcante e Silva (CE) AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA
Clóvis Francisco Constantino (SP) DIRETOR: Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Camila dos Santos Salomão
1º VICE-PRESIDENTE: Fabio Augusto de Castro Guerra (MG) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA ADJUNTA: Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) Ana Luiza Velloso da Paz Matos
2º VICE-PRESIDENTE: Sidnei Ferreira (RJ) Claudio Hoineff (RJ) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA
Edson Ferreira Liberal (RJ) Sidnei Ferreira (RJ) Anamaria Cavalcante e Silva
Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL
SECRETÁRIO GERAL: MEMBROS: Donizetti Dimer Giambernardino (PR)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Gilberto Pascolat (PR) Renata Belém Pessoa de Melo Seixas
1º SECRETÁRIO: Paulo Tadeu Falanghe (SP) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) À DISTÂNCIA Roberta Paranhos Fragoso
Ricardo Maria Nobre Othon Sidou (CE) Luciana Rodrigues Silva (BA) GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA
2º SECRETÁRIO:
Anenisia Coelho de Andrade (PI) Edson Ferreira Liberal (RJ) Valéria Granieri de Oliveira Araújo
Rodrigo Aboudib Ferreira (ES)
Isabel Rey Madeira (RJ) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
3º SECRETÁRIO: Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) DO MARANHÃO
Fábio Ancona Lopez (SP)
Claudio Hoineff (RJ) Jocileide Sales Campos (CE) Editores do Jornal de Pediatria (JPED) Marynea Silva do Vale
DIRETORIA FINANCEIRA: Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) COORDENAÇÃO: MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Renato Soibelmann Procianoy (RS) Cássio da Cunha Ibiapina
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: DIRETORIA CIENTÍFICA MEMBROS: MS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO DO SUL
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) Carmen Lúcia de Almeida Santos
DIRETOR:
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Dirceu Solé (SP) Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA
Donizetti Dimer Giambernardino (PR) João Guilherme Bezerra Alves (PE) Paula Helena de Almeida Gattass Bumlai
DIRETORIA CIENTÍFICA - ADJUNTA
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Luciana Rodrigues Silva (BA) Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Magda Lahorgue Nunes (RS) Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS: Giselia Alves Pontes da Silva (PE) PB - SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA
Dirceu Solé (SP) Dirceu Solé (SP) Maria do Socorro Ferreira Martins
COORDENADORES REGIONAIS
Luciana Rodrigues Silva (BA) Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ)
NORTE: PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO
GRUPOS DE TRABALHO EDITORES REVISTA Alexsandra Ferreira da Costa Coelho
Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Dirceu Solé (SP) Residência Pediátrica
NORDESTE: PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ
Luciana Rodrigues Silva (BA)
Marynea Silva do Vale (MA) EDITORES CIENTÍFICOS: Anenísia Coelho de Andrade
MÍDIAS EDUCACIONAIS Clémax Couto Sant’Anna (RJ) PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA
SUDESTE: Luciana Rodrigues Silva (BA)
Marisa Lages Ribeiro (MG) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) Victor Horácio de Souza Costa Junior
Edson Ferreira Liberal (RJ)
SUL: Rosana Alves (ES) EDITORA ADJUNTA: RJ - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Cristina Targa Ferreira (RS) Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (ES) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) Cláudio Hoineff
CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO: RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO-OESTE: PROGRAMAS NACIONAIS DE ATUALIZAÇÃO Sidnei Ferreira (RJ) Manoel Reginaldo Rocha de Holanda
Renata Belem Pessoa de Melo Seixas (DF)
PEDIATRIA - PRONAP EDITORES ASSOCIADOS: RO - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira (SP) Danilo Blank (RS) Wilmerson Vieira da Silva
TITULARES: Tulio Konstantyner (SP) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) RR - SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA
Jose Hugo Lins Pessoa (SP) Claudia Bezerra Almeida (SP) Renata Dejtiar Waksman (SP) Mareny Damasceno Pereira
Marisa Lages Ribeiro (MG) NEONATOLOGIA - PRORN DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA RS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL
Marynea Silva do Vale (MA) Renato Soibelmann Procianoy (RS) Angelica Maria Bicudo (SP) Sérgio Luis Amantéa
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Clea Rodrigues Leone (SP) COORDENAÇÃO DE PESQUISA SC - SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza (PA) TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA - PROTIPED Cláudio Leone (SP) Nilza Maria Medeiros Perin
SUPLENTES: Werther Bronow de Carvalho (SP) SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA
TERAPÊUTICA PEDIÁTRICA - PROPED COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO Ana Jovina Barreto Bispo
Analiria Moraes Pimentel (PE)
Dolores Fernanadez Fernandez (BA) Claudio Leone (SP) COORDENAÇÃO: SP - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO
Rosana Alves (ES) Sérgio Augusto Cabral (RJ) Rosana Fiorini Puccini (SP) Renata Dejtiar Waksman
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA - PROEMPED MEMBROS: TO - SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA
Sulim Abramovici (SP) Hany Simon Júnior (SP) Rosana Alves (ES) Ana Mackartney de Souza Marinho
Gilberto Pascolat (PR) Suzy Santana Cavalcante (BA)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS PÚBLICAS: Ana Lucia Ferreira (RJ) DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
DOCUMENTOS CIENTÍFICOS • Adolescência
COORDENAÇÃO: Emanuel Savio Cavalcanti Sarinho (PE) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) • Aleitamento Materno
Dirceu Solé (SP) • Alergia
DIRETORIA E COORDENAÇÕES Luciana Rodrigues Silva (BA) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA • Bioética
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PUBLICAÇÕES COORDENAÇÃO: • Cardiologia
PROFISSIONAL Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) • Dermatologia
TRATADO DE PEDIATRIA
Edson Ferreira Liberal (RJ) MEMBROS: • Emergência
Fábio Ancona Lopes (SP)
José Hugo de Lins Pessoa (SP) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) • Endocrinologia
Luciana Rodrigues Silva (BA)
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) • Gastroenterologia
Dirceu Solé (SP)
Victor Horácio da Costa Junior (PR) • Genética
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Clovis Artur Almeida da Silva (SP)
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) • Hematologia
Sidnei Ferreira (RJ) Clóvis Francisco Constantino (SP)
Tânia Denise Resener (RS) • Hepatologia
Edson Ferreira Liberal (RJ)
COORDENAÇÃO DO CEXTEP (COMISSÃO EXECUTIVA DO Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) • Imunizações
Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) • Imunologia Clínica
OUTROS LIVROS • Infectologia
COORDENAÇÃO: Fábio Ancona Lopes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)
Sérgio Luís Amantéa (RS) • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
Hélcio Villaça Simões (RJ) Dirceu Solé (SP) • Medicina Intensiva Pediátrica
Clóvis Francisco Constantino (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
COORDENAÇÃO ADJUNTA: Aurimery Gomes Chermont (PA) • Nefrologia
Ricardo do Rego Barros (RJ) Silvia Regina Marques (SP) • Neonatologia
DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES
MEMBROS: Claudio Barssanti (SP) • Neurologia
DIRETORA:
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Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES • Pediatria Ambulatorial
Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) Paulo César Guimarães (RJ) COORDENADOR: • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
Sidnei Ferreira (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP) Lelia Cardamone Gouveia (SP) • Pneumologia
Silvio Rocha Carvalho (RJ) Paulo Tadeu de Mattos Prereira Poggiali (MG) • Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas
MUSEU DA PEDIATRIA na Infância e Adolescência
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA OBTENÇÃO DO COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL (MEMORIAL DA PEDIATRIA BRASILEIRA)
Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) • Reumatologia
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA AVALIAÇÃO COORDENAÇÃO: • Saúde Escolar
SERIADA Ruth Guinsburg (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Sono
COORDENAÇÃO: COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO MEMBROS: • Suporte Nutricional
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) Mario Santoro Junior (SP) • Toxicologia e Saúde Ambiental
Luciana Cordeiro Souza (PE) Virgínia Resende Silva Weffort (MG) José Hugo de Lins Pessoa (SP)
Sidnei Ferreira (RJ) GRUPOS DE TRABALHO
MEMBROS: PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Jeferson Pedro Piva (RS) • Atividade física
João Carlos Batista Santana (RS)
COORDENAÇÃO GERAL: • Cirurgia pediátrica
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO
Edson Ferreira Liberal (RJ) • Criança, adolescente e natureza
Ricardo Mendes Pereira (SP) COORDENAÇÃO: • Doença inflamatória intestinal
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Vera Hermina Kalika Koch (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Drogas e violência na adolescência
Renata Dejtiar Waksman (SP)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) • Educação é Saúde
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS MEMBROS: Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Nelson Augusto Rosário Filho (PR) • Imunobiológicos em pediatria
Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Sergio Augusto Cabral (RJ) • Metodologia científica
Marcia de Freitas (SP) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA • Oftalmologia pediátrica
Nelson Grisard (SC) Ana Isabel Coelho Montero
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA • Ortopedia pediátrica
Normeide Pedreira dos Santos Franca (BA) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA
Ricardo do Rego Barros (RJ) • Pediatria e humanidades
PORTAL SBP Marcos Reis Gonçalves • Políticas públicas para neonatologia
INTERCÂMBIO COM OS PAÍSES DA LÍNGUA PORTUGUESA Clovis Francisco Constantino (SP) AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA • Saúde mental
Marcela Damasio Ribeiro de Castro (MG) Edson Ferreira Liberal (RJ) Adriana Távora de Albuquerque Taveira • Saúde digital

www.sbp.com.br
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