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Protocolo Assistencial de Dor em 1/14


Adultos PROT-0009

Fluxograma: Avaliação Inicial do Paciente

Cópia não controlada: documento com caráter apenas de estudo, orientação e treinamento. Está cópia deve ser utilizada para consulta local,
não sendo arquivada e após a sua utilização, deve ser destruída. O HCPA não se responsabiliza se a versão desta cópia estiver obsoleta.
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Abrangência e Definições

O protocolo visa normatizar rastreamento, identificação, caracterização, mensuração e


tratamento de dor em pacientes adultos, no âmbito do Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
salvo naquelas unidades em que houver necessidade de procedimentos específicos (por
exemplo, Bloco Cirúrgico, Centro Cirúrgico Ambulatorial e CTIs) ou houver protocolos de
manejo de dor específicos (como o Protocolo Assistencial de Dor Torácica).

O manejo desses pacientes se dá de acordo com o mecanismo biológico da dor, que difere nos
casos de Dor Oncológica, Dor Crônica Não-Oncológica, e Dor Nova ou Pós Operatória. Cada
um desses tópicos é discutido em mais detalhes a seguir.

Avaliação Inicial dos Pacientes

Todos os pacientes devem ser avaliados no momento da admissão quanto à presença de dor e
ao histórico prévio do sintoma. A anamnese da dor deve incluir informações quanto a:
 Localização: superficial (tegumentar), somática profunda (com origem em ossos,
músculos, tendões ou articulações) ou visceral; bem delimitada ou difusa; presença de
dor referida;
 Característica: pulsátil, em queimação ou ardência, pontada, choque, aperto,
formigamento ou cólica;
 Início: súbito ou gradual;
 Duração: minutos ou horas, dias ou meses;
 Periodicidade: contínua ou intermitente;
 Fatores de agravamento ou alívio: posicionamento, aplicação de calor ou frio, repouso
ou movimento (dor dinâmica), durante respiração profunda ou tosse;
 Presença de manifestações associadas, como náusea, vômito, sudorese, alterações de
pressão arterial, frequências respiratória e cardíaca;
 Presença de limitação funcional por dor;
 Intensidade no momento da admissão, mensurada por meio de:
- Escalas Numérica Verbal (ENV) ou Analógica Visual (EAV), com escores que
variam de 0 a 10 (em que 0 significa ausência de dor e 10, a pior dor possível), ou
- Escala Categórica Verbal (ECV), em que a dor é categorizada como leve
(equivalendo a escores ENV ou EAV de 1 a 3), moderada (escores de 4 a 6) ou intensa
(escores de 7 a 9) e insuportável (escore de 10).
 Uso de medicamentos com finalidade analgésica: nome(s), dose, intervalo de
administração e horário da última dose, com registro do alívio obtido (avaliado por ENV,
EAV ou ECV).

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O exame físico deve ser dirigido, tendo como base as informações da anamnese,
especialmente quanto ao local e características da dor. A avaliação inicial deve buscar afastar
condições clínicas de potencial urgência/emergência, que necessitam intervenções imediatas
(por exemplo, cefaleia por hemorragia subaracnoide, dor torácica, abdome agudo, entre
outras).
Quando relevante, o exame físico deve incluir exame neurológico (força, sensibilidade,
dermátomos acometidos) e/ou exame musculoesquelético (sinais inflamatórios, pontos
dolorosos, contraturas musculares, exame das articulações).

 A dor somática é bem localizada e dolente, originando-se de pele, tecido subcutâneo ou


muscular, ligamentos e ossos. Pode ser contínua ou apresentar piora à mobilização.

 A dor visceral apresenta localização difusa e início insidioso. Pode ser continua ou em
cólicas, e ter área de projeção em camadas superficiais (dor referida). São exemplos as
dores relacionadas a pancreatite, úlcera péptica, neoplasias de fígado e cólon.

 A dor neuropática é definida como aquela causada por lesão ou disfunção do sistema
nervoso, resultando da ativação anormal da via nociceptiva (fibras de pequeno calibre e
trato espinotalâmico). Suas principais causas são neuropatia por diabetes melito, neuralgia
pós-herpética, neuralgia trigeminal, dor regional complexa, dores relacionadas a acidente
vascular encefálico, esclerose múltipla ou lesão medular, entre outros. É descrita como uma
dor em “queimação”, em “choques” ou lancinante, e o paciente pode apresentar alterações
de sensibilidade tais como alodinia.

Pacientes e familiares devem ser orientados quanto à comunicação da presença de dor,


efetividade do tratamento analgésico e utilização das escalas de avaliação da dor.

Avaliação e Manejo da Dor Crônica Não Oncológica

 Dor persistente é mais bem tratada com esquemas de fármacos e doses fixos.
 O uso repetido de doses adicionais, em esquema de demanda (“se necessário”) aponta
para a necessidade de revisão da analgesia basal (em esquema de doses fixas).
 A prescrição deve especificar parâmetros objetivos para a administração de analgésicos
de demanda (intensidade da dor, intervalo mínimo de uso e/ou dose máxima diária).
 Tratamento analgésico eficaz é aquele que reduz a intensidade da dor em pelo menos
50%, propiciando melhora de padrão de sono e desempenho locomotor,
desaparecimento de posturas antálgicas, realização de movimentos respiratórios e
tosse efetiva com conforto, diminuição de espasmos musculares, incapacidade
funcional e outras manifestações dependentes de localização e intensidade da dor.

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Manejo Medicamentoso

 Dor leve (ENV ou EAV 1-3):


Considerar o uso de analgésico não opioide, como paracetamol ou dipirona.

Via oral liberada:


- Paracetamol, 750 mg, via oral, a cada 6 h

Via oral não liberada:


- Dipirona, 1.000 mg, via intravenosa, a cada 6 h,

 Dor moderada (ENV ou EAV 4-6):


Considerar o uso da associação de codeína e paracetamol ou o uso de tramadol, associado
ou não a analgésico não opioide.

Via oral liberada:


- Codeína 30 a 60 mg, via oral, a cada 6 h, associada a paracetamol 750 mg, a cada 6h;
e/ou
- Ibuprofeno 600 mg, via oral, a cada 8 h, ou diclofenaco 50 mg, via oral, a cada 8 h (na
ausência de contraindicações)

Via oral não liberada


- Tramadol, 100 mg, via intravenosa, a cada 6 h; e/ou
- Dipirona, 1.000 mg, via intravenosa, a cada 6 h; e/ou
- Tenoxicam, 40 mg, via intravenosa, uma vez ao dia (na ausência de contraindicações);

 Dor intensa ou insuportável (ENV ou EAV ≥7):


Considerar o uso de morfina.

Via oral liberada:


- Morfina 5 mg, por via oral, a cada 4 horas

Via oral não liberada, ou preferência da equipe / paciente:


- Morfina 0,05 mg/kg, a cada 3 h, por via intravenosa, ou a cada 4 h, por via subcutânea

 Dose de resgate: se houver dor nos intervalos, utilizar 50% da dose calculada, por via
intravenosa, até de hora em hora.

Observação: Considerar redução de doses de opióides em pacientes idosos, debilitados ou


em uso de outros medicamentos depressores do sistema nervoso central.

Reavaliação

A adequação da analgesia deverá ser verificada após 30 min a 1 h, por meio da mensuração
da intensidade da dor, utilizando-se os escores ENV ou EAV.
Para pacientes com dores leves e moderadas, considera-se como resposta adequada a
redução de pelo menos 50% do escore de dor, enquanto que, naqueles com dores intensas,
considera-se como resposta adequada a obtenção de escore ≤3 (equivalendo a dor leve).

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Para os pacientes que não obtiverem resposta adequada ao controle da dor, sugere-se:
 Verificar a utilização correta (dose, intervalo) dos analgésicos;
 Avaliar aderência de paciente e equipe ao tratamento proposto;
 Melhorar posicionamento e conforto ambiental;
 Avaliar se há piora do quadro clínico ou intercorrência;
 Avaliar a presença de ansiedade de paciente, família e equipe;
 Utilizar analgesia de resgate e revisar o esquema analgésico prescrito.

Avaliação e Manejo da Dor Pós-operatória

A avaliação da dor relacionada a procedimentos cirúrgicos segue os mesmos princípios


previamente descritos para as dores em geral. A mensuração de sua intensidade também é
feita por meio das escalas EAV, ECV e ENV.
A analgesia pós-operatória deve levar em conta as necessidades individuais do paciente,
atentando para sua idade, presença de comorbidades, tipo de cirurgia realizada, resposta
prévia a agentes analgésicos e presença de contraindicações para uso dos mesmos.
O adequado manejo da dor no período pós-operatório proporciona conforto ao paciente,
mobilização precoce e redução de tempo de hospitalização e custos hospitalares.

Previsão de dor de Previsão de dor de


Previsão de dor de alta intensidade
moderada intensidade baixa intensidade
Cirurgias convencionais do abdome
superior
Apendicectomia Procedimentos
Cirurgia torácica convencional ou
videolaparoscópicos
procedimento com drenagem tubular de Herniorrafia inguinal
tórax convencional Procedimentos
endoscópicos
Cirurgia ortopédica de quadril ou joelho Histerectomia vaginal
Cirurgias oftalmológicas
Cirurgias de grande porte de cabeça e Videocirurgia torácica
pescoço Cirurgias
Cirurgias oncológicas de
otorrinolaringológicas de
Incisão tipo lombotomia (subcostal mama
pequeno porte
posterior) Tireoidectomia
Cirurgias superficiais de
Craniotomias
Endarterectomia de carótida mama
Cirurgias de coluna (fixação) Cirurgias vasculares Safenectomia
Cirurgias de aorta e seus ramos periféricas
Procedimentos cirúrgicos
(técnica convencional)
Cesariana superficiais
Pacientes com dor crônica pré-
Parto com episiotomia
operatória
Cirurgia cardíaca

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As recomendações a seguir não se aplicam a pacientes sob os cuidados da equipe de


Cuidados Pós-Anestésicos (CPA), sobretudo àqueles em uso de analgesia por cateter
peridural.

 Manejo das situações em que há previsão de dor de alta intensidade

Primeiras 48 h:
- Morfina:
- 0,05 mg/kg, a cada 3 h, via intravenosa, ou a cada 4 h, via subcutânea, em doses fixas.
- Dose de resgate: se houver dor nos intervalos, utilizar 50% da dose calculada, por via
intravenosa, até de hora em hora.

- Dipirona:
- 1.000 mg, via intravenosa, a cada 6 h, em doses fixas.
- Se via oral disponível, utilizar paracetamol 750 mg, a cada 6 h, em doses fixas.

- Tenoxicam:
- 40 mg, via intravenosa, uma vez ao dia, em dose fixa.

Deve ser observada a dose titulada na Sala de Recuperação Pós-Anestésica, dando-se


sequência ao esquema analgésico. Nos pacientes sem resposta adequada à analgesia deve-
se tentar identificar potenciais causas para tal e proceder com escalonamento analgésico,
devendo ser consideradas avaliação pelas equipes de Cuidados Pós-Anestésicos e/ou
Tratamento da Dor.

Após 48 h, se resposta adequada à analgesia e via oral liberada:


- Codeína, 30 a 60 mg, associada a paracetamol, 750 mg, a cada 6 h, em doses fixas, em
associação ou não a:
- Ibuprofeno, 600 mg, via oral, a cada 8 h, ou diclofenaco, 50 mg, via oral, a cada 8 h, em
doses fixas.
- Resgate: Morfina, 0,025 mg/kg, via intravenosa, a cada 1 h.

Após 48 h, se resposta adequada à analgesia e via oral não liberada:


- Tramadol, 100 mg, via intravenosa, a cada 6 h, em doses fixas, e
- Dipirona, 1.000 mg, via intravenosa, a cada 6 h, em doses fixas, em associação ou não a:
- Tenoxicam, 40 mg, via intravenosa, uma vez ao dia, em dose fixa.
- Resgate: Morfina, 0,025 mg/kg, via intravenosa, a cada 1 h.

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 Manejo das situações em que há previsão de dor de moderada intensidade

Via oral liberada


- Codeína, 30 a 60 mg, associada a paracetamol, 750 mg, via oral, a cada 6 h, em doses
fixas, em associação ou não a:
- Ibuprofeno, 600 mg, via oral, a cada 8 h, ou diclofenaco, 50 mg, via oral, a cada 8 h, em
doses fixas.
- Resgate: Morfina, 0,025 mg/kg, via intravenosa, a cada 1 h.

Via oral não liberada


- Tramadol, 100 mg, via intravenosa, a cada 6 h, em doses fixas, e
- Dipirona, 1.000 mg, via intravenosa, a cada 6 h, em doses fixas, em associação ou não a:
- Tenoxicam, 40 mg, via intravenosa, uma vez ao dia, em doses fixas.
- Resgate: Morfina, 0,025 mg/kg, via intravenosa, a cada 1 h.

 Manejo das situações em que há previsão de dor de leve intensidade

Via oral liberada


- Paracetamol, 750 mg, via oral, a cada 6 h, em doses fixas, associado ou não a:
- Ibuprofeno, 600 mg, via oral, a cada 8 h, ou diclofenaco, 50 mg, via oral, a cada 8 h, em
doses fixas.
- Resgate: Codeína, 30-60 mg, via oral, a cada 6 h, se dor ainda persistir.

Via oral não liberada


- Dipirona, 1.000 mg, via intravenosa, a cada 6 h, em doses fixas, associada ou não a:
- Tenoxicam, 40 mg, via intravenosa, uma vez ao dia, em dose fixa.
- Resgate: Tramadol, 50-100 mg, via intravenosa, a cada 6 h.

Avaliação e Manejo da Dor Oncológica

 Dor oncológica tem alta prevalência, estando presente em 60-80% durante a evolução da
doença oncológica, sendo 1/3 desta severa (AV>7).
 A sua etiologia está relacionada, na maioria dos casos, a envolvimento direto do tumor ou
suas metástases, mas em algumas situações são decorrente do seu tratamento
(quimioterapia, radioterapia ou cirurgia).
 Avaliação semiológica é fundamental na definição do manejo farmacológico, além de ser
responsáveis diretamente pela indicação de exames complementares capazes de modificar
a conduta.

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 É preciso atenção especial ao diagnóstico fisiopatológico que direciona para a causa da dor
e o manejo específico mais adequado:
a) Noceptiva visceral: tumor primário ou metastático de fígado, pâncreas, tracto
digestivo, útero, ovário, etc...
b) Noceptivo somático: primário ou metastático de pele, músculo, osso, etc...
c) Neuropático: dor neuropática periférica ou central por tumor primário, metastático ou
complicações por compressão ou fratura patológica.
 É importante atuar precocemente na dor e reavaliar frequentemente modificações no
quadro clínico são fundamentais para um resultado satisfatório.
 O tratamento concomitante de outros sintomas associados a doença ou ao seu tratamento,
favorece ao tratamento adequado da dor e melhor qualidade de vida.Tratamento
concomitante de outros sintomas associados a doença ou ao seu tratamento, favorece ao
adequado manejo da dor e melhor qualidade de vida.

Manejo Medicamentoso

 Direcionado a Escada Analgésica da OMS(2006)


 Direcionado ao clínico.
 Aproximadamente 80% de resposta.

Princípios do tratamento da dor da OMS


a) Pela escada
b) Pela boca
c) Pelo relógio
d) Pelo indivíduo
e) Atenção aos detalhes: Quais?
f) Uso de resgate quando necessário

Escada Analgésica sa OMS (1986)

_______________
Opióide forte ±
AINE e adjuvantes
______________
Opióide fraco ±
AINE e adjuvantes
______________
AINE ± adjuvantes

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 Uso de Analgésicos não Opióides (primeiro degrau da escada analgésica)


AINE:
- inibição cicloxigenase com redução das prostaglandinas, com boa resposta na dor
óssea e outras dores nociceptivas inflamatórias.
- Risco de toxidade gastrointestinal, hepática e renal, além de piora cardiovascular.
- Usar menor dose e tempo possível.

DIPIRONA: Analgésico e antipirético por ação central e inibição da prostaglandina.


- Dose: 2- 6g dia com NNT 2,4 (edwards et al 2001)
- Segurança gastrointestinal e overdose.
- Agranulocitose em apenas 1/1milhão.

PARACETAMOL: Analgésico e antipiréticos com ação sobre COX3.


- Segurança gastrointestinal
- Até 4g/dia seguro para toxidade hepática.

 Opióides Fracos (segundo degrau da escada analgésica)


CODEINA:
- Caracteriza-se por efeito teto, decorrente da utilização da via metabólica hepática
do citocromo P450 no fígado, que pode estar reduzida por
- deficiência ou por associação de outras drogas que utilizam a mesma via.
- Metabólito ativo morfina-6-glucoronídeo.
- Apresentação entérica e parenteral.
- Dose: 2-4mg/kg/dia.

TRAMADOL:
- Apresenta efeito teto, possuindo baixa afinidade sobre receptor opióide, mas com
ação sobre receptores serotoninérgicos e noradrenérgicos,
- potencializando do efeito analgésico.
- Apresentação entérica e parenteral.
- Apresenta maior incidência de náuseas e vômitos, mas menor incidência de
constipação em relação aos outros opióides.
- Necessita cuidado com uso de outros inibidores da receptação da serotonina, pela
possibilidade de síndrome serotoninérgica.
- Dose: 200-300mg/dia.

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 Opióides fortes (terceiro degrau da escada analgésica)


MORFINA:
- Potente ação sobre receptor opióide, com biodisponibilidade de 30-50% por via
entérica.
- Droga de primeira escolha na dor intensa, pela fácil titulação, diversas formas de
apresentação e baixo custo.
- Apresentação parenteral e entérica na forma de curta duração e de liberação
prolongada.
- Relação parenteral x entérica= 1:2-3.
- Dose: iniciar com dose baixa(ex: 5mg/4h via entérica) e titulação progressiva.
- Reduzir a dose em paciente idosos, debilitados, insuficiência renal ou hepática.

METADONA:
- Droga com ampla ação sobre os receptores opióides, além de receptores NMDA,
serotoninérgicos e noradrenérgicos, que permite ser uma
- opção interessante em pacientes com dor neuropática e na rotação dos opióides.
- Apresenta na formulação convencional com meia vida longa e variável, melhorando
assim, a comodidade posológica. Esta droga necessita titulação
- cuidados, pelo risco de acúmulo e toxidade.
- Apresenta biodisponibilidade de 80% com eliminação renal e hepática, sendo boa
indicação em pacientes com perda de função renal pela ausência
- de metabólitos ativos conhecidos.
- A metadona apresenta como desvantagem múltiplas interações farmacológicas, além
de variável dose equianalgésica com relação aos outros
- opióides.
- Apresentação parenteral e enteral.
- Dose: 2,5-5mg/8-12h(importante cuidar na titulação da dose inicial pelo risco de
toxidade).

OXICODONE:
- Opoióide com excelente ação sobre receptores kapa, que lhe confere uma boa opção
para a rotação de opióides.
- Droga com boa biodisponibilidade, apresentação entérica na forma de liberação curta e
prolongada, esta última à disposição no mercado nacional.
- Dose: inicial de 10mg/12hs (liberação prolongada).

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FENTANIL TRANSDÉRMICO:
- Opióide potente disponível em patch de liberação gradual em várias concentrações(12-
100mcg/h).
- Apresenta a vantagem em dispensar a via entéricanos em paciente com inviabilidade
desta, além de menor incidência de constipação intestinal.
- Desvantagem na dificuldade titulação da dose respostapela latência de 12hs e duração
do efeito por 72hs.

IMPORTANTE: INICIAR LAXATIVO CONCOMITANTE AO OPIÓIDE QUANDO NECESSITAR USO


PROLONGADO, EXCETO EM PACIENTE COM DIARREIA.

 Drogas adjuvantes:
 Utilizadas em qualquer degrau da escada conforme o diagnóstico fisiopatológico.
 Potencializam o efeito dos opióides.
 Tratamento de outros sintomas da doença ou paraefeitos dos opióides.

ANTIDEPRESSIVOS:
- Evidência com os tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina, etc...) e duais (duloxetina e
venlafaxina).
- Ação sobre receptores de serotonina e noradrenalina.
- Tricíclicos responde a doses baixas não terapêuticas para a depressão e modula o
sono.

ANTICONVULSIVANTES:
- Evidência para os bloqueadores dos canais de Ca++ α2δ (gabapentina e pregabalina)
- Resposta em sintomas positivos(alodinia, hiperalgesia e hiperestesia)
- Dose de resposta semelhante as dose anticonvulsivantes.

CETAMINA:
- Droga que em dose subanestésica permite um melhor controle da dor e redução da
dose de opióide em paciente com dor neuropática ou com progressiva tolerância aos
opióides.
- Mecanismo de ação principal pelo bloqueio dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA),
além de possíveis ações sobre os canais de sódio e cálcio,
- óxido nítrico e receptores opióides ao nível central.
- Droga de uso hospitalar e apresentação parenteral, com baixa biodisponibilidade quanto
a administração entérica(<20%). A norcetamina é o seu
- metabólito ativo com potencial analgésico.
- A cetamina tem efeito precoce em melhora do humor, mas podem desencadear
sintomas psíquicos como alucinação e agitação psicomotora,

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- podendo estes, serem prevenidos com administração de benzodiazepínicos.


- Dose: 0,05-0,3mg/kg/h parenteral ou 25-50mg cada 8hs entérico.
- Obs: sugere-se na administração entérica, diluir a cetamina em solução conforme
padronização na instituição.

BIFOSFONADOS:
- Indicado para melhora da dor e redução de fraturas em pacientes com doença
metastática para óssos, principalmente neoplasia maligna de mama e melanoma.
- Ação por inibição da atividade dos osteoclastos. Apresentando toxidade renal e
gastrointestinal.
- Drogas: pamidronato ,clodronate, ibandronate, etc.

RADIOFÁRMACOS:
- Utilizado principalmente nos pacientes com neoplasia metastática para ossos com
predomínio osteoblástico (ex: próstata).
- Apresentam mielotoxidade como principal efeito colateral.
- Drogas: stroncium-89 e samarium-153.

Consultoria com Serviço de Dor

Para pacientes com dor persistentemente elevada (ENV ou EAV acima de 4), com dor não
oncológica em uso crônico de opióides, ou em outras situações que exijam manejo
especializado devem receber consultoria do Serviço de Dor.

Evitando Prescrições Desnecessárias

É importante que cada paciente seja avaliado e tenha sua prescrição individualizada. Evite
prescrever medicamentos dos segundo e terceiro degraus da escada analgésica de dor como
“se necessário” indiscriminadamente.

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Indicadores de Adesão e de Impacto Assistencial

 Pacientes com dor moderada-intensa (ENV ≥ 4), com reavaliação registrada nas 2 horas
subsequentes
 Pacientes com dor intensa (ENV ≥ 7) e com registro de ausência de dor ou dor leve (ENV <
4) registrada nas 2 horas subsequentes
 Taxa de prescrições de analgésico (paracetamol) com parâmetros de intensidade para
administração

Glossário
CPA – Cuidados Pós-Anestésicos
CTI – Centro de Tratamento Intensivo
EAV – Escala Analógica Visual
ECV – Escala Categórica Verbal
ENV – Escala Numérica Verbal

Referências Bibliográficas

Wells N, Pasero C, McCaffery M. Improving the quality of care through pain assessment and management (Chapter
17). In: Patient safety and quality: An evidence-based handbook for nurses. Rockville: Agency for Healthcare
Research and Quality (US); 2008 Apr. Chapter 17. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK2658/

McCaffery M, PAsero C. Pain assessment and pharmacological management. St Louis: Elsevier, 2011. p.15-159.

Hurley RW, Wu CL. Acute post-operative pain. In: Miller´s anesthesia. 7th Ed. Philadelphia; Churchill Livingstone;
2010: p. 2757-2781.

Elaborado por: Adivânio Cardoso Américo, Luciana Paula Cadore Stefani, Simone Silveira Pasin, Wolnei Caumo.
(autores em ordem alfabética)

Responsável: Serviço de Dor

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Código do documento
Título: Protocolo Assistencial de Dor em Adultos
PROT-0009

Cadastrado por: JERUZA LAVANHOLI NEYELOFF


Data:
Revisado por: JERUZA LAVANHOLI NEYELOFF
09/05/2018
Data:
Versão liberada por: JERUZA LAVANHOLI NEYELOFF
09/05/2018
Data de emissão: Número da revisão: Data da última revisão: Validade:
30/04/2013 2 09/05/2018 09/05/2020

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