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A Lacuna no Desempenho
Uma CTRP bem sucedida entre cuidadores é definida como uma transferência e aceitação de
responsabilidade pelo cuidado que é atingida pela comunicação efetiva. É um processo em tempo real
de transmitir informação específica do paciente de um cuidador ou equipe para outro, para garantir
a continuidade e segurança do cuidado. O processo de transferência de responsabilidade do paciente
envolve “remetentes” - os cuidadores transmitindo informação e transicionando o cuidado ao
próximo cuidador, e “destinatários” - os cuidadores que aceitam a informação sobre e cuidado do
paciente.
Risco ao paciente na CTRP ocorre quando médicos falham em comunicar informações de tratamento
e cuidado médicos específicos do paciente (por exemplo, a condição do paciente, terapias e planos de
tratamento ou quaisquer outras considerações especiais) de uma maneira completa, acurada e
oportuna. Comunicação é tanto inerente quanto essencial ao cuidado do paciente, e ainda assim é
frequentemente incompleta, inefetiva ou inexistente nas transições mais essenciais de cuidado. A
Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) relata que quase metade dos funcionários de
hospital acreditam que informação do paciente é perdida durante transferências pelas unidades do
hospital ou durante passagens de plantão.1 Falha de comunicação era a causa raiz principal de eventos
sentinela reportados a The Joint Comission entre 1995 e 20062
CTRPs deficientes causou, e continua a causar, lesão e morte preveníveis ao paciente, e aumento dos
custos em saúde. Fechar a lacuna de performance exigirá que instituições de saúde se comprometam
a ações específicas.
Plano de Liderança
- A administração hospitalar e diretoria administrativa sênior devem se comprometer em se
tornar cientes desta séria lacuna de performance em sua própria instituição.
- A administração hospitalar, a diretoria administrativa sênior e diretorias clínica e de segurança
devem fechar esta lacuna de performance implementando uma abordagem detalhada à
Comunicação na Transferência de Responsabilidade do Paciente.
- Direções hospitalares devem reforçar seu comprometimento assumindo um papel ativo em
defender o processo de aprimoramento, dedicando seu tempo e atenção, removendo
barreiras e provendo os recursos necessários.
- A Direção deve demonstrar seu comprometimento e apoio desenhando uma visão do futuro,
definindo metas claramente, apoiando a equipe enquanto eles trabalham em iniciativas de
aprimoramento, medindo resultados e comunicando progressos em direção às metas. Ações
1
Agency for Healthcare Research and Quality. (2009). Hospital survey on patient safety culture: 2009
comparative database report. Retrieved from: https://archive.ahrq.gov/professionals/quality-patient-
safety/patientsafetyculture/hospital/2009/hospsurv091.pdf
2
The Joint Commission. (2013). Sentinel Events (SE). Retrieved from:
https://www.jointcommission.org/assets/1/6/CAMH_2012_Update2_24_SE.pdf
Plano Prático
Não há “um tamanho que sirva para todos” na abordagem da Comunicação na Transferência de
Responsabilidade do Paciente; isto exige uma abordagem orientada por dados para determinar os
fatores contribuintes únicos a cada transição de cuidado específica e as soluções direcionadas
apropriadas a implementar. Nós identificamos pelo menos 17 tipos distintos de CTRP no hospital.
conforme descrito abaixo. The Joint Commission Center for Transforming Healthcare Targeted
Solutions Tool (do inglês, Ferramenta de Soluções Direcionadas do Centro para Transformação do
Cuidado em Saúde, TST®) fornece às instituições de saúde uma abordagem sistemática passo-a-passo
detalhada que aprimore a Comunicação na Transferência de Responsabilidade do Paciente. A TST
ajuda instituições a medir acuradamente sua verdadeira performance, identificar suas barreiras a
performance excelente e dirigi-las a soluções comprovadas que são personalizadas para abordar suas
barreiras específicas relacionadas a Comunicação na Transferência de Responsabilidade do Paciente.3
Instituições de saúde que usaram esta abordagem e a TST relataram um aumento na satisfação do
paciente e da família, satisfação da equipe e transferências bem sucedidas de pacientes. Uma
instituição reduziu suas readmissões em 50% enquanto outra reduziu o tempo necessário para
transferir o paciente da emergência a unidade de internação em 33%. Instituições de saúde são
capazes de completar um projeto de Comunicação na Transferência de Responsabilidade do Paciente
em aproximadamente quatro meses, utilizando recursos mínimos. Utilizando soluções direcionadas
às causas raiz específicas de sua instituição, você pode começar a ver resultados dentro de 16 a 21
semanas.
A TST recomendas os seguintes passos para aprimorar a CTRP:
- Estabelecer a Comunicação efetiva na Transferência de Responsabilidade do Paciente como
uma prioridade institucional e expectativa de performance.
- Estabelecer um time núcleo. O time deve incluir um apoiador relevante (diretoria sênior é
recomendada para este papel), apoiadores médico e de enfermagem e um líder do projeto. O
líder do projeto facilitará reuniões e ajudará a ganhar apoio das partes interessadas. Nós
recomendamos que o líder do projeto tenha compreensão operacional das áreas do projeto.
- Identificar e considerar as partes interessadas no projeto. Uma análise das partes interessadas
pode ajudar o time núcleo a identificar os papéis e indivíduos que são chave ao sucesso do
projeto.
- Definir Comunicação efetiva na Transferência de Responsabilidade do Paciente e os papéis do
remetente e destinatário.
- Transferência de Responsabilidade do Paciente: a transferência e aceitação da
responsabilidade do cuidado do paciente alcançada através de comunicação efetiva.
É um processo em tempo-real de passar informação específica do paciente de um
3
Joint Commission Center for Transforming Healthcare. Targeted solutions tool for hand-off
communications. Retrieved from: http://www.centerfortransforminghealthcare.org/tst_hoc.aspx
Enquanto cada um destes checklists serão distintamente diferentes, todos eles devem conter a
informação vital necessária pelo cuidador/equipe destinatário(a) para fornecer o melhor cuidado ao
paciente. Esta informação incluirá, mas não será limitada a, os seguintes:
- queixa principal: por que ele está no hospital?
- lista de problemas: todos os problemas médicos, mesmo se não relevantes nesta internação
- anamnese e exame físico: incluir partes relevantes da revisão dos aparelhos.
- exames laboratoriais e outros resultados de exames complementares.
- Medicações e tratamentos - atuais e planejados.
- Balanço hídrico; cateteres (intravenosos, urina, etc)
- evolução hospitalar, complicações e progresso.
- Plano de alta hospitalar: como levar este paciente para casa? (transferência de
responsabilidade do paciente final?)
- Recomendações: isto é o que penso e sugiro.
Presidência
Steven J. Barker, PhD, MD, Patient Safety Movement Foundation, Masimo, University of Arizona
Membros
Victoria Baskett, Patient Advocate, Victoria Baskett Patient Safety Foundation
Misti Baskett, Patient Advocate
Michael Becker, PhD, RN, Masimo
Hisham El-Bayar, MD, Global Transitional Care
Frank Gencorelli, MD, University of Miami
Amer Haider, MD, Doctella
Ariana Longley, MPH, Patient Safety Movement Foundation
David Lubarsky, MD, University of Miami Health System
Peter Melrose, BA, Independent Healthcare Provider, Information Technology Consultant
Michael Ramsay, MD, FRCA, Baylor Research Institute
Patricia Roth, MD, University of California San Francisco
Laura Batz Townsend, Louise Batz Patient Safety Foundation
Histórico de revisão
1. Principais Queixas
- Por que o paciente está indo para sala de cirurgia? É uma emergência?
- Se é uma doença crônica, quais são sua evolução, tratamentos, complicações e prognóstico?
2. Planejamento cirúrgico
- Exatamente qual o procedimento proposto?
- Quais os maiores riscos cirúrgicos conhecidos?
3. Necessidades anestésicas especiais
- Posicionamento do paciente, paralisia ou sua ausência, perdas sanguíneas previstas, etc
4. Estado da coluna cervical
- Estabilizada? Se sim, como?
- Antecedente pessoal de doença ou lesão cervical?
5. Outras lesões ou doenças agudas
- Outras doenças agudas conhecidas, além do motivo de realização do procedimento cirúrgico?
- Se trauma, há outras lesões além daquelas relacionadas ao procedimento cirúrgico?
6. Antecedentes pessoais e cirúrgicos
- Tanto quanto conhecido e o tempo permitir. Revisão por sistemas se disponível
7. Achados de exame físico: dados positivos somente, incluir ABC
- Via aérea: patente? assistência necessária?
- Respiração: ventilação e oxigenação
- Circulação: sinais vitais, incluindo PA e outros achados de circulação
8. Perda sanguínea e Infusão volêmica
- Perda sanguínea estimada decorrente da doença ou lesão atual
- Infusão volêmica realizada: tipo, volume e via
- Outros balanços: ingesta oral recente, débito urinário, vômitos, drenagem
9. Invasões e acessos
- Todos os acessos venosos, seus calibres e localizações
- Todas as outras invasões, incluindo acesso venoso central, tubo endotraqueal, cateter de
Foley, cânulas intra-arteriais, etc
10. Exames laboratoriais e de imagem
- Resultados laboratoriais atuais e resultados anteriores relevantes
- Resultados de radiografias, TCs, RMs entre outros exames
11. Drogas
- Analgesia fornecida nas últimas 24h. Uso de opióides?
- Todas as outras medicações tomadas pelo paciente
- Quaisquer outras medicações desde que o problema atual começou, com dose, frequência e
resposta
12. Orientações especiais e outros achados
- Achados incomuns ou notáveis, não descritos acima?
4
Alder, K., Bloink, J. (2013). Transitional care management services: New codes, new requirements.
Family Practice Management, 20(3), 12-17.)
5
Schick, L. & Windle, P. (2016). Discharge Criteria, Education and Postprocedure Care.
PeriAnesthesia Nursing Core Curriculum. 1281-1282.
6
Bloink, J., Adler, K. G. (2013). Transitional care management services: New codes, new
requirement. Retrieved from: http://www.aafp.org/fpm/2013/0500/p12.html