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9 ações para

melhorar
a gestão
do pronto
atendimento
em 2022
Introdução

A gestão do pronto atendimento é uma das funções


mais desafiantes da gestão na saúde.

Com o surgimento da COVID-19, os gestores


de pronto atendimento tiveram que lidar com
alterações significativas na curva de demanda,
alternando momentos em que a quantidade média
de atendimentos chegou a dobrar, enquanto que
em outros períodos a demanda caiu de 70% a 80%
em relação à média histórica.

Essas alterações de demanda colocam uma


pressão enorme na gestão que precisa adequar
a infraestrutura, equipamentos e profissionais,
de forma a responder às curvas de demanda, ao
mesmo tempo que precisam manter a rentabilidade
da operação do pronto atendimento.

Mas além de lidar com alterações de demanda, o


pronto atendimento precisa atender a uma grande
diversidade de perfis de pacientes. Muitas pessoas
usam o pronto atendimento como o primeiro ponto
de contato, tanto para emergências como para
pequenos problemas de saúde.
Na verdade, dados levantados pela ToLife mostram
que, em média, quase 70% dos pacientes atendidos
em pronto atendimento se encaixam na classificação
de risco pouco urgente ou não urgente na escala
do Protocolo de Manchester.

Em paralelo a todas essas questões, temos um


paciente/cliente cada vez mais exigente e que
demanda qualidade e rapidez no atendimento de
urgência e emergência.

O pronto atendimento é, atualmente, a área com as


piores avaliações de atendimento, muito em função
do tempo de espera a que vários pacientes são
submetidos antes do desfecho assistencial.

Todo esse cenário reforça a importância de uma


gestão profissional do pronto atendimento.
Quais os principais problemas na
gestão do pronto atendimento?
Uma boa gestão passa obrigatoriamente pelo endereçamento efetivo
dos principais problemas que o pronto atendimento enfrenta no dia a dia.

Quais seriam, então, os principais problemas que o gestor


do pronto atendimento precisa entender e resolver?
Superlotação Filas e tempo de espera

A superlotação no pronto atendimento está Dados do projeto Lean nas Emergências indicam que
diretamente relacionada à capacidade projetada a média de tempo de espera (LOS) nas UPAs é de
para atender a quantidade de pacientes diários. 220 minutos, quase 4 horas, para os pacientes que
têm alta e não são internados.
O excesso de pessoas gera as filas e insatisfação
dos pacientes, colocando uma pressão enorme sobre O tempo de espera é a principal variável relacionada
as equipes assistenciais que precisam desempenhar à satisfação dos pacientes com o atendimento.
as suas funções com velocidade e precisão, duas Portanto, é um fator determinante da percepção de
características que costumam não andar juntas. qualidade da instituição e da sua imagem perante o
público.
Como consequência, a superlotação acaba gerando
custos elevados e erros, prejudicando a qualidade Em uma pesquisa realizada com pacientes do SUS,
do cuidado e a segurança do paciente. a demora para ser atendido foi o item mais citado
pelos usuários, com 58% das reclamações.
Erros de processos
O tempo de espera alto também prejudica a
A cada hora, seis pessoas morrem por “eventos qualidade do cuidado, aumentando óbitos e custos
adversos graves”, ocasionados por erros, falhas de todo o sistema de saúde.
assistenciais ou processuais, ainda, por infecções nos
hospitais brasileiros. Desses óbitos, quatro poderiam Outra consequência é a evasão de pacientes
ser evitados com a realização dos procedimentos que desistem do atendimento e saem sem serem
corretos. atendidos, resultando em mais custos para o sistema
e óbitos, no caso de pacientes mais graves ou na
Na área da saúde, literalmente, cada erro pode ser piora da imagem da instituição.
fatal. Além de eventos adversos e óbitos, os erros
causam retrabalhos e, consequentemente, mais
custos. Ainda, os erros levam ao desgaste da equipe
e à perda de imagem da instituição.
Altos custos Alocação ineficiente de recursos

A gestão de custos em uma instituição de saúde é Segundo o relatório Observatório 2021, emitido pela
um dos grandes desafios que o gestor do pronto Anahp, as despesas com mão de obra, que envolvem
atendimento precisa lidar. tanto os empregos com carteira assinada (custo
de pessoal) quanto os serviços técnicos (contratos
O Instituto Juran (PORTER; TEISBERG, 2006) e o National técnicos e operacionais), responderam por mais de
Institute for Healthcare Management (NIHCM, 23 50% das despesas dos hospitais Anahp em 2020.
2007) concluíram que cerca 30% dos custos globais
com saúde nos EUA são determinados pelas falhas Esses dados mostram como a alocação eficiente de
originadas na assistência médico-hospitalar. recursos, sejam profissionais ou de equipamentos,
é um dos pontos fundamentais da gestão do
Este é apenas um dos pontos que um gestor deve pronto atendimento. Isso ocorre justamente porque
observar para controlar melhor os custos do pronto recursos em excesso impactam a rentabilidade da
atendimento. operação, enquanto recursos escassos impactam
na qualidade do cuidado prestado.
É importante ressaltar, que todos os processos
precisam ser medidos e acompanhados de perto A rentabilidade da operação é um componente
porque tudo o que acontece no pronto atendimento importante da gestão para que o negócio seja
acaba impactando tanto na qualidade assistencial sustentável no longo prazo, ao mesmo tempo que
quanto no custo da operação. cumpre a sua função de garantir a qualidade do
cuidado.
Aliás, qualidade assistencial e custos andam sempre
juntos. Em 2010, a academia de ciências americana
constatou que hospitais com alto desempenho
assistencial, caracterizados pela baixa mortalidade,
são aqueles que também têm os menores custos
assistenciais.
Dificuldade no treinamento e Insatisfação dos pacientes
qualificação da equipe
Vivemos a era da experiência do cliente e no segmento
Outro grande desafio na gestão do pronto atendimento de saúde não seria diferente. Os pacientes exigem
é o treinamento e a qualificação das equipes. um tratamento na área de saúde em linha com a
mesma qualidade de atendimento que os clientes
Esse desafio torna-se mais difícil quanto maior for a experienciam em outros tipos de serviço.
rotatividade de pessoal, o que faz com que os custos
de treinamento aumentem. Dados da Anahp indicam Serviços como Uber, Ifood e outros aumentam cada
que a rotatividade média em 2020 chegou a quase vez mais a expectativa dos clientes sobre a velocidade,
2%. eficiência e eficácia dos serviços de saúde.

Nesse cenário, é importante criar um ambiente com Uma boa experiência do paciente ajuda na motivação
boas condições de trabalho. Umas das iniciativas que dos funcionários, tornando-os mais realizados e
tem um grande impacto na qualidade do trabalho também reduzindo o risco de burnout.
das equipes assistenciais é a adoção de tecnologias
como sistemas de automação do fluxo em pronto Um estudo da Universidade de Stanford mostrou,
atendimento. inclusive, que as palavras utilizadas pelos médicos
tinham efeito positivo sobre os sintomas dos
Estes sistemas facilitam o trabalho dos profissionais, o pacientes.
treinamento de novos funcionários, ao mesmo tempo
que possibilita que os gestores, por meio de uma solução Organizações de saúde que investem na experiência
de BI (Business Intelligence) consigam visualizar onde do paciente melhoram a sua reputação e atraem mais
estão os gargalos do processo do pronto atendimento clientes através de indicações, sem ter que investir em
para direcionar os esforços de qualificação da equipe campanhas de aquisição de novos clientes.
de forma adequada.
Uma das ações para melhorar a gestão do pronto
atendimento é justamente o investimento em
tecnologias que possam melhorar a jornada dos
pacientes.
Por que é importante melhorar a
gestão do pronto atendimento?
Um estudo da Federação Brasileira de Hospitais,
feito em 2018, mostrou que nos 8 anos anteriores
quase 1800 hospitais privados fecharam as portas.
Isso aponta o quão importante é o controle efetivo

A EFICIÊNCIA DE
dos custos hospitalares.

Este controle é mais importante ainda em hospitais


CUSTOS DETERMINA de pequeno porte, com até 50 leitos, que é o perfil de
estabelecimento de saúde que mais sofre.
A SUSTENTABILIDADE A pandemia de COVID-19 colocou mais pressão

E LONGEVIDADE neste cenário, quando as cirurgias eletivas foram


reduzidas, os custos com insumos e recursos

DOS HOSPITAIS
aumentaram e, em alguns meses, houve um aumento
significativo nas visitas em pronto atendimento.

Por este motivo, uma gestão que tem o controle


preciso dos seus custos e processos tem mais
chance de sobreviver às mudanças de cenário.
A superlotação é o maior inimigo do pronto
atendimento e, como consequência, traz impactos
muito negativos para os indicadores hospitalares.
SUPERLOTAÇÃO
GERA MAIS ÓBITOS
Segundo um estudo de 2014, que monitorou quase
1 milhão de visitas a pronto atendimento em 187
hospitais, pacientes, quando são internados em
dias de superlotação, têm 5% de chance a mais de
óbitos.
E AUMENTA OS
De acordo com o mesmo estudo, pacientes admitidos
CUSTOS
no pronto atendimento em dias de alta lotação
resultaram em aumento de custos.
Dados do anuário -Observatório 2019- da Anahp,
Associação Nacional de Hospitais Privados, mostram
que 8,90% das visitas realizadas no pronto
atendimento são convertidas em internação,
justamente o perfil de paciente que traz maior
faturamento para os hospitais.

O PRONTO O mesmo anuário indica que o faturamento médio

ATENDIMENTO É
por internação é R$ 20.798 por paciente.

Se cruzarmos esses dados, chegamos a conclusão


UM GERADOR DE de que a cada 100 pacientes atendidos no pronto
atendimento, é gerado um faturamento médio de
FATURAMENTO PARA R$ 44.500,00 (considerando os dados acima).

OS HOSPITAIS Isso mostra o potencial de geração de faturamento


para cada visita feita ao pronto atendimento. Segundo
a Anahp, cerca de 44% de todas as internações são
provenientes do pronto atendimento. É certo que
o faturamento proveniente de cirurgias eletivas é a
principal fonte de receita, mas os números mostram
de forma inequívoca a importância do pronto
atendimento para o faturamento dos hospitais.
A taxa de evasão é um excelente indicador a ser
acompanhado pelo gestor do pronto atendimento.

Este indicador é uma medida da satisfação do usuário


com o atendimento e com a instituição. Pacientes
satisfeitos retornam sempre que necessário quando
são bem atendidos, enquanto pacientes insatisfeitos,
além procurar outro concorrente, podem denegrir a
A TAXA DE EVASÃO DO
imagem do hospital com amigos e familiares.
PRONTO ATENDIMENTO
Se considerarmos os mesmos percentuais citados
no item anterior, para um pronto atendimento com
PREJUDICA DIRETAMENTE
100 visitas diárias e com uma taxa de evasão de 1%,
a perda de faturamento mensal é de R$ 13.350,00.
O FATURAMENTO E A
Se a taxa for de 2%, o valor seria o dobro. RENTABILIDADE
Esses valores mostram a importância de um pronto
atendimento com processos otimizados e com
baixo tempo de espera que, com certeza, resultarão
em uma taxa de evasão mais baixa e maior
faturamento.
A experiência do paciente está no centro da estratégia
das empresas mais bem-sucedidas. Segundo uma
pesquisa CX Global Report Insights feita pela Oracle,
90% das empresas consideram a experiência do
paciente como o foco primário de suas ações.

O motivo disso é que hoje as emoções experimentadas


pelos clientes no uso de produtos e serviços são mais
importantes do que as características do produto em

OS PACIENTES
si.

O mais importante é que o nível de experiência


SÃO CADA VEZ MAIS determina se os clientes voltarão ou não a ter
contato novamente com uma empresa e como vão
EXIGENTES COM relatar para amigos e familiares a sua experiência
com outras marcas.

A QUALIDADE Dois pontos importantes devem ser levados em

DO SERVIÇO
consideração pelos gestores de pronto atendimento:
quais indicadores serão utilizados para medir ou
monitorar a satisfação dos pacientes e quais ações
podem ser implementadas para melhorá-la?

O fato é que o aumento dos níveis de exigência


dos pacientes com a qualidade dos serviços tem
incentivado mais investimentos em transformação
digital , já que o investimento em tecnologia é um
caminho mais óbvio para melhorar a experiência dos
pacientes.
Quais os pilares de uma
boa gestão?
Não importa o negócio que está sendo gerenciado, o papel do gestor é
alcançar os objetivos de forma eficiente e com o menor custo possível.

No pronto atendimento, a meta principal é a qualidade do cuidado ou, de


forma mais direta, salvar vidas. Ocorre que para alcançar esse objetivo
alguns pilares precisam ser cuidados.

Conheça a seguir os principais pilares de uma boa gestão:


GESTÃO DE CUSTOS

A gestão de custo é parte fundamental de qualquer negócio. No pronto atendimento


privado é a garantia de que o negócio terá sustentabilidade. Já no pronto atendimento
público, significa a possibilidade de estender o cuidado a mais pessoas e salvar mais vidas.

Na gestão de custos existem duas lições muito importantes.

A primeira é que todo gestor deve conhecer e controlar no detalhe todos os seus custos.
Procure entender os custos de cada processo e de cada etapa da jornada do paciente. É
importante também entender como as métricas de custos variam, por exemplo, por dia, por
paciente, por perfil de paciente e outras variáveis que permitam ao gestor ter profundidade
de análise.

A segunda lição é que os custos devem ser cortados com inteligência. Os cortes não podem
prejudicar o atingimento da meta final (cuidado), e sim precisam primar por eficiência.

Muitas vezes, a redução de custos pode ser atingida com investimento em novas tecnologias
que trarão mais eficiência aos processos.
GESTÃO DE PROCESSOS

No pronto atendimento a gestão dos processos tem papel relevante porque um erro de
processo pode gerar eventos adversos e óbitos.

O papel do gestor é mapear, padronizar e acompanhar a execução dos processos e


protocolos definidos.

Para garantir o cumprimento de protocolos, o ideal é a implementação da automação de


processos, possibilitada por softwares especializados na gestão de pronto atendimento.

Esses softwares podem controlar não só o passo a passo correto das tarefas a serem
executadas como também otimizar e ao mesmo tempo controlar a execução no tempo
correto definido pelos protocolos e linhas de cuidado adotados pela instituição.
GESTÃO DE PESSOAS

Por mais que se invista em tecnologia, as pessoas são a peça mais importante na gestão
do pronto atendimento.

Ter as pessoas certas, com o perfil certo, no local e em quantidade correta, devidamente
treinadas e motivadas para o trabalho, é a chave do sucesso para um pronto atendimento
bem gerenciado.

O papel do gestor é garantir o ambiente adequado para que as pessoas possam realizar o
seu trabalho e se sentirem plenas e realizadas.
FERRAMENTAS E SISTEMAS

Para que as equipes que trabalham no pronto atendimento possam realizar todo o seu
potencial, o gestor deve garantir que elas tenham as ferramentas e sistemas necessários
para executar as suas tarefas corretamente.

Salvar vidas, otimizar o tempo e reduzir custos são 3 objetivos que, juntos, resultam na
melhor qualidade do cuidado, com eficiência. Esses objetivos, entretanto, só são atingidos
com as ferramentas e sistemas (softwares) adequados.
INDICADORES

A área da saúde é uma das que mais demanda de acompanhamento contínuo dos
indicadores.

Afinal, cada minuto conta em um pronto atendimento.

Como primeiro passo, o gestor precisa definir quais indicadores serão acompanhados e
com qual frequência. Os indicadores precisam ter metas definidas e orientar as ações a
serem tomadas, sempre que não cumprem as metas definidas.

Os indicadores devem orientar tanto uma gestão da rotina (assegurar que as metas que
garantam a segurança do paciente sejam atendidas) como também orientar a gestão
da melhoria contínua, buscando sempre o desenho de planos de ação para melhoria da
experiência do paciente e da eficiência.
9 ações para melhorar a gestão do
Pronto Atendimento em 2022
1. Invista em Tecnologia

Segundo um estudo da Deloitte, em 2011, o


investimento em tecnologia na área de saúde foi
de 1,1 bilhão de dólares. Este número saltou para 7,4
bilhões em 2019 e para 14 bilhões em 2020.

Estes números mostram a corrida pela busca das


melhores soluções e o uso da tecnologia para
melhorar o cuidado, o uso eficiente de recursos
e a melhoria da experiência do paciente e dos
profissionais de saúde.

Nessa corrida, quem não investe em tecnologia


fica parado e perde inevitavelmente para a
concorrência.

Veja este post com as principais tendências que vão


transformar o futuro do pronto atendimento.
2. Digitalize a jornada do paciente

Toda essa aceleração tecnológica que estamos falando até


agora, e que foi multiplicada pela pandemia da COVID-19,
mudou para sempre a forma como prestamos os serviços de
saúde e também a expectativa dos pacientes com relação ao
cuidado, principalmente voltado à conveniência e velocidade
do serviço.

Neste cenário, não existe espaço para processos manuais,


que estão sujeitos a erros, são mais lentos e difíceis de
gerenciar.

O pronto atendimento de 2022 precisa ter a jornada do


paciente completamente digital. Se pensarmos nessa jornada
apenas dentro do pronto atendimento, é fundamental que a
unidade tenha um totem para fazer a identificação do paciente
e monitorar o momento exato de chegada na unidade.

Ainda encontramos muitos pronto atendimentos em que


a jornada só e digital até o atendimento médico e não
acompanha corretamente durante cada etapa: exames,
observação e retorno para consulta médica.

Acompanhar só parte do trajeto impede o gestor de enxergar


toda a jornada do paciente e pode causar transtornos ao
paciente quando ele se perde no fluxo da unidade, gerando
atrasos no seu desfecho e, consequentemente, superlotação
no pronto atendimento, já que o tempo médio de permanência
é aumentado.

Outra tendência importante, é a facilitação do check-in


remoto por parte do paciente e o acompanhamento do
paciente após a alta. Tudo isso vai de encontro ao novo
consumidor, mais exigente e menos receptivo a erros e tempo
de espera.
3. Acompanhe os indicadores
do pronto atendimento
Não existe gestão sem acompanhamento de indicadores e
não é possível acompanhar os indicadores sem a definição
de metas.

As metas servem tanto para alinhar o desempenho do pronto


atendimento aos melhores do mercado como também
garantir a evolução contínua da própria unidade.

Cada indicador deve ter uma frequência específica de


acompanhamento e um conjunto de ações específicas para
solução sempre que o indicador não for atingido.

A cada mês, os indicadores não atingidos devem gerar planos


de ação específicos para que a organização se reinvente,
criando novas práticas e métodos, ou buscando novas
tecnologias e soluções que corrijam ou facilitem o atingimento
das metas.

Para uma sugestão de lista de indicadores a serem


acompanhados, veja o nosso post sobre 15 Indicadores
obrigatórios para todo gestor de pronto atendimento.

O acompanhamento de indicadores só será eficiente se o


pronto atendimento estiver completamente digitalizado. Isso
facilita a captação dos dados, armazenamento e organização
de uma forma que seja facilmente gerenciada, em tempo real,
sem a necessidade de pessoas para criar manualmente os
relatórios.

Ter os dados à mão, seja em tempo real ou em históricos,


faz uma diferença enorme no dia a dia do gestor de pronto
atendimento.
4. Entenda onde estão os gargalos e
desperdícios no Pronto Atendimento

Todo o processo que mencionamos acima, de


digitalização para facilitar o acompanhamento dos
indicadores, existe para empoderar os gestores de
forma que eles saibam atuar no lugar certo e no
tempo certo.

Se pensarmos no pronto atendimento como um fluxo,


o papel do gestor é garantir que o paciente passe
por todas as etapas do processo o mais rápido
possível.

A melhor forma de garantir isso é acompanhar todas


as etapas do processo e entender onde ocorrem
as retenções. Em que etapa elas acontecem?
Acompanhe os tempos de espera em cada fase do
fluxo: classificação de risco, recepção, atendimento
médico, exames, observação, reavaliação médica e
liberação do paciente de acordo com os desfechos
assistenciais.
5. Avalie a produtividade dos
profissionais

Nem sempre os gargalos e retenções no pronto


atendimento são decorrentes de baixa capacidade
(subdimensionamento) ou de picos de demanda.

As retenções no fluxo do pronto atendimento podem ser


consequência de profissionais específicos. Para isso, é
fundamental entender o que é esperado de cada profissional
em termos de quantidade de atendimentos por hora ou por
dia.

Com um sistema que acompanha as retenções em tempo


real e o desempenho de cada profissional é possível
entender rapidamente quais pessoas que precisam
ajustar a performance para melhorar os tempos de espera
e a satisfação dos pacientes.

Essa avaliação terá como resultado desde as ações mais


óbvias, como a definição de redimensionamento do quadro
de funcionários, como também a melhoria de treinamento e
reciclagem e a alocação correta dos profissionais em cada
função de acordo com o seu perfil.

Nesse sentido, as áreas de classificação de risco devem


priorizar profissionais mais rápidos e mais produtivos.

Nas unidades em que o fast track está implantado, deve-


se avaliar o perfil dos médicos em cada fluxo, privilegiando
os médicos mais criteriosos e com tendência a tempos de
atendimento maiores nos fluxos de paciente mais graves.
6. Meça o tempo dos processos

Cada processo no pronto atendimento deve ter


seu tempo medido e comparado com uma meta ou
benchmark de mercado.

É importante salientar que o objetivo não é apenas


a redução das filas, a melhoria da satisfação do
paciente ou a melhor alocação de recursos. Muitos
dos indicadores estão relacionados a qualidade do
cuidado e a segurança do paciente.

Pensando nos principais indicadores de entrada,


muitos pronto atendimentos não atendem os
indicadores básicos de classificação de risco, como
fazer a classificação de risco em até 3 minutos e
classificar o risco do paciente em até 10 minutos
após a sua chegada ao pronto atendimento.

Este acompanhamento também é fundamental


para monitorar o tempo para início de atendimento
médico de acordo com a classificação de risco e o
monitoramento dos tempos das principais linhas de
cuidado do pronto atendimento, como infarto agudo
do miocárdio, sepse e AVC.
Esses são apenas os mais básicos indicadores de
tempo a serem acompanhados. Uma vez que essas
metas de tempo são alcançadas, o gestor passa a
ver o LOS - tempo total de permanência na unidade,
como o alvo a ser melhorado.

Nessa jornada de melhoria contínua, o gestor


passa a mergulhar cada vez mais nos detalhes
do fluxo, avaliando indicadores como tempo para
dispensação da medicação, tempo de reavaliação,
tempo para alta do paciente, tempo para liberação
de leito, entre outros.

Por último, mas não menos importante, vale


quebrar o processo em etapas para entender onde
realmente estão os gargalos. Por exemplo, para
a conclusão da etapa de exame existem diversas
avaliações: o gargalo está no tempo de espera, no
tempo de coleta ou no tempo de processamento?

A gestão do pronto atendimento é um mergulho


contínuo nos indicadores para que o gestor possa
resolver de forma assertiva todos os indicadores.
7. Redesenhe plantões e escalas

Você conhece a curva exata de demanda de


pacientes do seu pronto atendimento?

Sabe quantos pacientes chegam por hora do dia


para cada dia de semana?

Sabe o tempo de espera médio em cada etapa e


como esse tempo varia ao longo do dia?

O correto desenho dos plantões e escalas deve levar


em consideração essas variáveis, ao mesmo tempo
em que endereça questões como absenteísmo e
exaustão dos profissionais de saúde.

Mais uma vez, o levantamento dessas informações


a partir de um sistema digitalizado, que acompanha
todo o fluxo dos pacientes, com uma solução de
acompanhamento de indicadores embutida é
fundamental na gestão do pronto atendimento.
8. Implemente práticas LEAN

O Lean não é novo. Na verdade, essa técnica de


gestão de fluxo foi desenvolvida pela Toyota na
década de 50, mas seus preceitos e práticas são
válidos até hoje.

Em um mundo em que o consumidor está cada vez


mais exigente, os gestores precisam usar todas as
ferramentas ao seu alcance para reduzir os tempos
e entregar mais valor para os pacientes.

Tudo o que falamos até o momento está


intrinsecamente ligado às práticas de Lean
Healthcare. Todas as ações citadas são ferramenta
ou agilizam a adoção de práticas LEAN.
9. Controle os custos do Pronto
Atendimento

Todas as ações citadas neste e-book ajudam a


dar mais eficiência aos recursos, principalmente
a alocação correta de mão de obra, que é um dos
principais custos operacionais do pronto atendimento.

Se todos os indicadores citados forem acompanhados,


e as ações corretivas forem implementadas,
naturalmente os custos com equipes estarão bem
equacionados.

Outro ponto importante é a verificação dos custos


com exames e medicamentos. Se o seu pronto
atendimento funcionar com um modelo de pagamento
de fee-for-service, talvez esse tipo de controle não seja
necessário.

Por outro lado, unidades de urgência e emergência que


privilegiam o atendimento com o menor custo possível
precisam acompanhar a quantidade, os valores e os
tipos de medicamentos e exames prescritos por cada
médico.

Dessa forma, cada unidade consegue traçar um perfil


médio ideal de prescrições para o perfil de pacientes
da unidade, para acompanhar, sem restringir a prática
médica, focando sempre na qualidade do cuidado
com o melhor custo possível.
Conclusão
Não existem soluções prontas que se aplicam a qualquer pronto atendimento.

Cada unidade tem a sua história, suas particularidades, seu perfil de demanda e uma estrutura desenhada
para acomodar as variações no fluxo de pacientes.

O objetivo deste e-book foi apresentar as principais ações que são implementadas pelos melhores gestores
de pronto atendimento.

Cabe a cada gestor definir aquilo que melhor se aplica ao seu pronto atendimento, de acordo com o nível de
maturidade da unidade.

A melhor estrutura é aquela que acomoda a maior parte da demanda, com a melhor experiência do paciente,
com o melhor custo, mas sempre garantindo a segurança do paciente, principalmente para aqueles com risco
clínico maior.

Esse desafio é um alvo móvel que só é atendido com uma gestão forte e constante dos indicadores.
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