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Atuação do farmacêutico
no centro cirúrgico
1. INTRODUÇÃO
3. ROTINAS OPERACIONAIS
A programação cirúrgica é feita pelo coor- bém em se tratando de fios, serem classifica-
denador médico, que recebe das unidades de dos de acordo com o procedimento.
internação, 48h antes da cirurgia, a solicitação Como a farmácia do centro cirúrgico
para intervenção cirúrgica, com a identificação funciona 24 horas, a distribuição de tarefas
dos pacientes e os tipos de procedimentos a entre os auxiliares de farmácia é realizada da
serem realizados. A programação é discutida seguinte forma:
pelo coordenador cirúrgico e coordenador da
Período diurno:
anestesiologia. Após a confirmação pela enfer-
• reposição dos materiais e medica
magem, a farmácia do centro cirúrgico recebe a
mentos,
demanda de materiais a serem providenciados
para os procedimentos. • conferência e montagem dos kits
O atendimento pela farmácia do centro dispensados,
cirúrgico é realizado com kits para facilitar o • realização dos pedidos diários e se-
processo de débito em conta e movimentação manais,
dos materiais no controle do estoque. Os kits • organização dos estoques,
podem ser divididos em adulto, infantil e tam- • verificação da validade;
4. ATIVIDADES DO FARMACÊUTICO
5. FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES NA
FARMÁCIA EM CENTRO CIRÚRGICO
6. FÁRMACO E TECNOVIGILÂNCIA
Figura 2. Impresso para notificação de produtos com desvio de qualidade ou não conformidade.
Figura 3. Impresso para notificação de produto que causou dano à saúde do usuário ou do profissional.
7. RELACIONAMENTO MÉDICO X
FARMACÊUTICO X ENFERMEIRO
Dentro do centro cirúrgico, os principais da, em que se busque não somente o bem‑es-
agentes da assistência hospitalar são os grupos tar do paciente, mas também dos profissio-
de médico e enfermeiros, sendo considerados nais de saúde que nele atuam, é necessária.
os grupos de maior representatividade para os Portanto, o Centro Cirúrgico precisa criar um
serviços da saúde devido às distintas funções ambiente que satisfaça tanto às demandas de
que exercem. O médico encarrega‑se do proce- cuidado do paciente, quanto às ações dos pro-
dimento cirúrgico do paciente e ao enfermeiro fissionais, favorecendo o relacionamento entre
cabe a execução dos cuidados complementares. estes, contribuindo, assim, com o desempenho
O papel do farmacêutico aparece para visando o cuidado integral do paciente.
que se tenha além da provisão de medicamen- Todos os participantes envolvidos na
tos e materiais específicos, contato direto com assistência prestada ao paciente cirúrgico de-
ambas as equipes para o aperfeiçoamento das vem falar a mesma linguagem, voltados para
atividades desempenhadas pelos profissionais um objetivo comum, dessa maneira as infor-
da Farmácia em centro cirúrgico, agregando mações serão adequadamente transmitidas e
qualidade na assistência prestada. entendidas (OLM, 1987).
A existência de um ambiente agradável Para que as relações de um bom trabalho
que inclui uma assistência também humaniza- em equipe sejam realizadas, são necessários
8. PLANEJAMENTO
com objetivos e define os planos para alcan- derando que o produto do centro cirúrgico é
çá‑los”, e que para um instrumento gerencial a “prestação de cuidados, em caráter eletivo
mostra o que deve ser feito, quando, como e ou emergencial, suas atividades são comple-
em que seqüência se deve fazer. xas e os processos necessários na produção do
Torna‑se importante ressaltar que es- resultado sejam desenvolvidos de modo har-
tes processos é um conjunto de operações monioso, sincronizado e eficiente, com vistas
sucessivas que proporcionam um resultado à segurança dos recursos humanos atuantes e
definido, o produto. (Deus, 2009, p.4) Consi- do paciente”. (SILVA, 1997, p.21)
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda é um pouco recente, a participação Isto posto, que atividades essenciais fica-
efetiva do farmacêutico no processo de aten- riam nas mãos do farmacêutico em centro ci-
dimento dentro do centro cirúrgico. Apesar de rúrgico?
utilizar alguns medicamentos específicos, anes- 1. Elaboração da política de medica
tésicos em sua maioria, a área cirúrgica neces- mentos.
sita de produtos para saúde, e estes tem uma 2. Estabelecimento de padrões aceitá-
ligação umbilical com a área de suprimentos, veis para a reposição de materiais.
responsável pelo abastecimento e aquisição
3. Otimização do relacionamento com
dos mesmos.
cirurgiões, anestesistas, enfermeiros
Alguns hospitais já conseguiram organizar
e outros profissionais envolvidos no
uma área de logística que possua dupla coor-
processo.
denação (técnica e operacional) e que cuida
de forma integrada da provisão, abastecimen- 4. Disponibilização de informações fár-
to, distribuição, aquisição e controle. maco‑cirúrgicas à equipe multidisci
Assim é que o farmacêutico assume as plinar.
funções de gestor, embasado em instrumentos 5. Gerenciamento de conflitos envol-
administrativos e consegue estabelecer diálogo vendo faltas de medicamentos e ma-
utilizando evidências fármaco‑clínicas e cirúr- teriais convencionais e especiais.
gicas, para manter atualizado o planejamento Fica como lembrete aos novos profissio-
elaborado em conjunto com os gestores de nais que pretendem atuar em centro cirúrgico,
Suprimentos, reduzindo a ruptura de estoque que o modus faciendi é: faça segundo a arte,
tão indesejável. conforme manda a receita!
10. REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração, 6ª. Ed. Rio de janeiro: Campus, 2000.
DEUS, A.D. Oficina de Planejamento do HC/UFMG: Uma só direção, esta peça também é sua.
Belo Horizonte, in mimeo, fev. 2009.
NOVAES, MRCG; SOUZA, NNR et al. Guia de Boas Práticas em Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde
– Sbrafh. Vide o Verso, cap. 2, pág.37, São Paulo, 2009.
SILVA, A.C.C, BARROS, L.C et al. Médicos e enfermeiras: O relacionamento numa unidade de
emergência (UE). Fortaleza, CE, Brasil, 2006.
SILVA, D.C.; ALVIM, N.A.T. Ambiente do Centro Cirúrgico e os elementos que o integram: impli-
cações para os cuidados de enfermagem. Brasília, Revista Brasileira de Enfermagem, vol 63, maio‑ju-
nho 2010.
WWW.HSE.RJ.SAUDE.GOV.BR
Marco Aurélio Ilenir Leão Tuma Eugenie Desireé José Ferreira Marcos George Washington
Schramm Ribeiro Rabelo Neri Bezerra da Cunha
Este encarte foi idealizado e organizado pela Comissão de Farmácia Hospitalar do Conselho Federal de Far‑
mácia (Comfarhosp), composta pelos farmacêuticos hospitalares Marco Aurélio Schramm Ribeiro, Presidente
(CE), Ilenir Leão Tuma (GO), Eugenie Desireé Rabelo Nery (CE), José Ferreira Marcos (SP) e George Washing‑
ton Bezerra da Cunha (SP). O e‑mail da Comissão é comfarhosp@cff.org.br