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HOSPITALAR
Introdução
A farmácia hospitalar passou por grande evolução ao longo da história.
Sua relativa importância na manipulação e dispensação de medicamentos
foi perdendo espaço com o crescimento da indústria farmacêutica e o
consequente afastamento desses profissionais. Porém, ganhou nova
significância com o surgimento dos antibióticos, momento em que se fez
necessária a presença, dentro da farmácia, de profissionais qualificados
com conhecimento específico para prover serviços adequados e melhor
aproveitamento dos novos insumos disponíveis (MAIA NETO, 2005).
Atualmente, a farmácia hospitalar faz parte da base fundamental
da prestação do serviço hospitalar de qualidade e, em razão da alta
complexidade de suas atividades, encontra na Sociedade Brasileira de
Farmácia Hospitalar os parâmetros mínimos para o seu estabelecimento
(SBRAFH, 2017).
Neste capítulo, você vai conhecer o serviço de farmácia hospitalar, seu
papel dentro da instituição hospitalar, por meio dos objetivos designados
a esse setor, suas definições e a implicância do seu cumprimento de forma
efetiva e eficaz. Além disso, serão abordadas as atribuições essenciais do
serviço de farmácia hospitalar, contemplando individualmente os itens de
caráter técnico-administrativo, com enfoque na assistência farmacêutica.
Por fim, você vai entender o papel do farmacêutico hospitalar dentro
2 Atribuições e competências do serviço de farmácia hospitalar
(Continua)
Atribuições e competências do serviço de farmácia hospitalar 3
(Continuação)
gestão;
desenvolvimento de infraestrutura;
logística farmacêutica e preparo de medicamentos;
otimização da terapia medicamentosa;
farmacovigilância e segurança do paciente;
informações sobre medicamentos e produtos para saúde;
ensino, educação permanente e pesquisa.
Gestão
A direção técnica hospitalar, sob responsabilidade exclusiva do farmacêutico,
desenvolve a estrutura organizacional da unidade, conforme as normativas
vigentes. Essa estrutura inicia a partir da missão, dos valores e da visão de
futuro do serviço de saúde (hospital), que deverão servir de guia para as
atividades realizadas. Para o cumprimento e o acompanhamento da implan-
tação desses princípios, é estabelecido o planejamento estratégico, no qual,
utilizando o auxílio de indicadores, é possível avaliar o desenvolvimento e
a aplicação desse serviço. O monitoramento e o registro dessas atividades
são fundamentais para a avaliação contínua do seu desempenho e permite o
estabelecimento de ações preventivas ou de correção dos quesitos identificados
como não conformes ou insuficientes (SBRAFH, 2017).
A gestão também compreende o provimento do corpo funcional capacitado
para a execução dos serviços, cuja dimensão deve estar adequada às neces-
sidades do hospital, conforme porte e complexidade deste. A direção técnica
deve garantir que a equipe se submeta a contínuo aperfeiçoamento por meio
de treinamentos de capacitação e qualificação, além de garantir a assistência
farmacêutica em período integral de funcionamento da instituição e a elabora-
ção de planos de contingência para situações emergenciais (SBRAFH, 2017).
Desenvolvimento de infraestrutura
A infraestrutura implantada deve ser adequada para o cumprimento dos ser-
viços farmacêuticos, de acordo com a missão e os valores estabelecidos, com
a legislação sanitária, trabalhista e profissional. As instalações, os móveis e
os equipamentos devem ser compatíveis com o perfil do serviço farmacêutico
e atualmente é praticamente indispensável a implantação de um sistema de
gestão informatizado. Além disso, a estrutura física deve dispor de áreas
específicas para a segregação de produtos (como medicamentos vencidos,
por exemplo) e área para fracionamento. Outros itens contemplados pelo
desenvolvimento de infraestrutura adequada compreendem os itens tecnoló-
gicos, como computadores e impressoras, realização de calibração periódica
de equipamentos e instrumentos e manutenção preventiva e corretiva, tanto
das instalações físicas quanto dos instrumentos de medição (SBRAFH, 2017;
BRASIL, 2010). A infraestrutura costuma ser um ponto bastante frágil, dado
que envolve demandas financeiras nem sempre disponíveis a contento. Nesse
sentido, o papel do farmacêutico é o de garantir um ambiente seguro que atenda
às normativas sanitárias, ponderando a realidade do hospital onde se encontra.
6 Atribuições e competências do serviço de farmácia hospitalar
Atividades logísticas
Compete ao farmacêutico a responsabilidade sobre as atividades de logística
hospitalar referentes a planejamento, implementação, controle, fluxo e arma-
zenagem de materiais médico-hospitalares, medicamentos e outros materiais,
bem como a aplicação adequada de custos e a elaboração de normas e controles
para a sua regulamentação (DANTAS, 2011; BRASIL, 2008).
Atividades de manipulação/produção
Para a manipulação de fármacos, a legislação vigente preconiza o atendi-
mento às boas práticas de manipulação em farmácia, conforme Resolução da
Diretoria Colegiada da Anvisa nº 67/2007, que prevê as condições mínimas
necessárias para a sua realização. Por conta dos itens exigidos, tal atividade
se torna inviável para hospitais de menor porte, porém, para aqueles que
atendem às exigências, sua implantação possibilita a adaptação de fórmulas
magistrais, oficinais e parenterais à necessidade da população atendida e pode,
ainda, trazer vantagens de interesse estratégico e econômico (DANTAS, 2011;
BRASIL, 2007).
Atribuições e competências do serviço de farmácia hospitalar 11
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Atividades intersetoriais
A alta complexidade do ambiente hospitalar permite a exploração da ação
conjunta de profissionais com diferentes formações no objetivo comum de
garantir a melhora da saúde dos pacientes atendidos. Dessa forma, o far-
macêutico hospitalar pode atuar desenvolvendo atividades intersetoriais,
como programas de pesquisas clínicas e capacitações de ensino, abrangendo
estágios curriculares do ensino superior, palestras e cursos para a equipe
multidisciplinar, pacientes e público externo. Além disso, o farmacêutico tem
a possibilidade de participar das diversas comissões hospitalares e do Centro
de Informações de Medicamentos, responsável pela seleção e sistematização
12 Atribuições e competências do serviço de farmácia hospitalar
Controle de qualidade
A preocupação com a preservação da vida e a melhoria permanente da quali-
dade dos serviços oferecidos pela instituição hospitalar movimenta esforços
constantes em direção ao aprimoramento da gestão e da assistência, visando
à integração harmônica das áreas médica, tecnológica, administrativa, eco-
nômica, assistencial e de docência e pesquisa, quando houver. O controle de
qualidade é o serviço que garante a cultura de qualidade da instituição. Por
meio dele, o hospital pode se submeter a acreditações referentes ao padrão
dos serviços oferecidos, tornando-se um diferencial para a instituição. Dentro
desse contexto, o papel do serviço de farmácia hospitalar é o de garantir a
satisfação de clientes externos (pacientes) e internos (médicos, enfermeiros
e demais profissionais da saúde (DANTAS, 2011).
Leitura recomendada
WORLD ALLIANCE FOR PATIENT SAFETY. WHO draft guidelines for adverse event reporting
and learning systems: from information to action. Geneva: World Health Organization,
2005.
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