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Gestão de Enfermagem em UTI

Renata Siqueira Pereira

FACULDADE MÉTODO DE SÃO PAULO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)
MBA GESTÃO EM SAÚDE E CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR

São Paulo
2015
Renata Siqueira Pereira

Gestão de Enfermagem em UTI

Monografia apresentada a FAMESP para


obtenção do título de MBA em Gestão em
Saúde e Controle de Infecção sob orientação
da Profª. Ms. Thalita Gomes do Carmo.

São Paulo
2015
Pereira, Renata Siqueira. Gestão em Unidade de Terapia Intensiva.
São Paulo, 2015.

63p.

Monografia – Gestão de Enfermagem em UTI - MBA em Saúde e


Controle de Infecção – FAMESP.

1. Enfermagem. 2. Unidade de terapia Intensiva. 3. Gestão 4. CCIH


DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho ao nossos pais que, acima de tudo, mostrou-nos o


caminho da educação, do respeito e da dedicação ao trabalho.
AGRADECIMENTO

Agradecemos a orientadora a Profª. Ms.Thalita Gomes do Carmo, pelo apoio


prestado para elaboração deste trabalho tão importante para nossa formação
acadêmica.
“Não confunda jamais conhecimento com sabedoria.

Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida”

Sandra Carey
Resumo

Introdução: Neste trabalho buscou-se realizar um levantamento bibliográfico com o


objetivo de verificar junto a literatura a relevância na gestão em unidade de terapia
intensiva, esta pesquisa mostra que a liderança é fundamental para retenção de
talentos, que a gestão com eficiência resulta em qualidade de serviços como um
todo, benefícios tanto para instituição como ao cliente e na qualidade de serviços
prestrados, produtividade e motivação dos integradores. Objetivo: Buscar maior
conhecimento para gestão em unidade de terapia intensiva eficaz enfatizando o
controle de infecção hospitalar. Método: Trata-se de uma pesquisa de revisão
bibliográfica na qual foi utilizado publicações científicas nacionais e internacionais no
período de 2005 á 2015 indexados nas bases de bases LILACS, SCIELO, Livros,
utilizando as palavras chave: Unidade de Terapia Intensiva, Enfermagem, Gestão.
Resultado e Discussão: Encontra-se valorizados e incorporados os conceitos de
humanização, acreditação, qualidade, acolhimento nas quais são os pilares do
atendimento à saúde. A liderança é utilizada como meio de manter a produtividade,
a motivação e a fidelidade dos integradores, o que só traz benefícios à empresa, aos
líderes bem treinados e aos seus liderados. Conclusão Nesta pesquisa foi
encontrado a resposta que buscava: a gestão em unidade de terapia intensiva (UTI)
tem na liderança o que é fundamental para a retenção de talentos na empresa que
a equipe de enfermagem motivada e de forma inter-relacionada e com protocolos
unificados trabalha a nível de excelência na qualidade da prestração de serviços em
saúde.

Descritores: 1. Enfermagem. 2. Unidade de terapia Intensiva. 3. Gestão 4.CCIH


Abstract

Introduction: In this study we sought to conduct a literature survey in order to verify


with the relevant literature on management in the intensive care unit, this research
shows that leadership is critical to retaining talent, that management effectively
results in quality service as a whole, benefits for both the customer and the institution
as acting as prestrados services, productivity and motivation of integrators.
Objective: Seek greater knowledge for effective management in the intensive care
unit. Method: This is a survey of literature review which was used in national and
international scientific publications from 2005 to 2015 indexed in the databases
LILACS, SciELO, Books, using the key words: Intensive Care Unit, Nursing,
Management . Results and Discussion: It is valued and incorporated the concepts of
humanization, accreditation, quality care in which are the pillars of health care.
Leadership is used as a means to maintain productivity, motivation and loyalty of
integrators, which only brings benefits to the company, the well-trained leaders and
their subordinates. Conclusion In this study it was found that the answer sought:
management in the intensive care unit (ICU) has leadership that is critical to retaining
talent in the company that the nursing staff motivated and interrelated manner and
with unified protocols works at the level of excellence in the quality of services in
health installment.

Keywords: Nursing 1.. 2. Intensive Care Unit. 3. Management 4.CCIH


LISTA DE ABREVIATURAS

UTI Unidade de Terapia Intensiva

CCIH Comissão controle infecção hospitalar

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

ONA Organização Nacional de Acreditação

EPI Equipamento de proteção individual

SESMT Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho


SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 20

3 OBJETIVO ............................................................................................................. 21

4 METODO ............................................................................................................... 21

4.1 Tipo de estudo .................................................................................................... 22

4.2 Procedimento de coleta ...................................................................................... 22

4.3 Critérios de inclusão e exclusão ......................................................................... 22

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 35

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 41

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 43

ANEXO
10

1 INTRODUÇÃO

Em virtude, sobretudo, da complexidade do conhecimento da equipe que


compõe uma unidade de terapia intensiva (UTI), do avanço tecnológico e da
qualificação do cuidado em saúde, foram criadas as Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs), locais em que é possível aumentar as chances de se
recomporem as condições estáveis do paciente e de propiciar sua recuperação e
sobrevivência. Porém, com o passar do tempo, a UTI tornou-se um local em que a
técnica se sobrepõe aos aspectos relacionais de cuidado, uma vez que os
profissionais que ali desenvolvem suas ações estão sobremaneira envolvidos com
máquinas e monitores e tendem a esquecer que, velados pelos problemas de
doença, existem um paciente e sua família concomitante com recursos suficientes
materiais e humanos.
A Gestão no processo de trabalho nas UTIs demanda cooperação
coletiva, uma vez que a gravidade e complexidade dos pacientes impõem a
necessidade de lidar com equipamentos sofisticados, realizar avaliações clínicas
constantes e procedimentos complexos, com tomadas de decisões imediatas.
A introdução maciça de novas tecnologias nos serviços de saúde de alta
complexidade, como nas UTIs, tem não só modificado como conformado a
subcultura nesses espaços de trabalho, isto é, interfere no sistema de valores,
nas normas e nos sistemas de pensamento e de ação. Assim sendo, é importante
e necessário captar e analisar os sinais e símbolos culturais nesses serviços,
especialmente a política de recursos humanos que mediatiza os termos da
relação que ordena e determina significados muito interligados entre o sistema
cultural e simbólico, que conformam, juntos, a identidade organizacional, que age
tanto como elemento de comunicação e consenso como oculta e instrumentaliza
as relações de dominação entre os diversos agentes (SHIMIZU, 2004).

Diante das velozes transformações que vêm ocorrendo nas


organizações em todo o mundo, torna-se cada vez mais clara a necessidade de
estudar os modelos de gestão de pessoas utilizados, área já reconhecida como
estratégica para a empresa.
11

É notória a importância da área de gestão de pessoas nas


organizações. Mostra-se a cada dia uma das mais importantes da empresa, pois
está altamente relacionada às questões estratégicas e de eficiência e eficácia nas
organizações.

Em unidade de terapia intensiva onde o estresse é maior do que


comparado a outros setores de um hospital pode acontecer o tunover devido
aumentar a pressão psicológica sobre os funcionários e a carga de trabalho nos
colaboradores que permaneceram no trabalho, os modelos de gestão de pessoas,
de forma geral, são questionados quanto a sua natureza. Estudos críticos
analisam alguns modelos como uma forma de manipulação dos funcionários e do
público em geral para ocultar o seu real objetivo, os benefícios da empresa
(PIMENTA et al, 2010).

Tanta diversidade de definições de liderança resulta em uma grande


variedade de pesquisas, cada uma explorando aspectos diversos. Ao analisarmos
as definições da liderança, muitas vezes nos lembramos também do termo
“gestão”. Mas precisamos entender bem suas diferenças. Os gerentes se utilizam
de estruturas, regras e procedimentos formais, enquanto que os líderes somam a
esta estrutura as questões emocionais e culturais (EBOLI, 2010).

De acordo com Eboli (2010, p. 11) O líder autêntico possui algumas


características peculiares que o distingue de outras modalidades de liderança, e
estão relacionadas a seguir:

a) Possui auto-conhecimento, tendo consciência de suas forças e


fraquezas.

b) Pratica valores sólidos, possui grande orientação moral,


demonstrando forte integridade através de suas ações. Educa pelo
exemplo. Inspira pelos valores, em vez de apenas pelo carisma.

c) Lidera com o coração, interage com as emoções de seus


subordinados através de um senso de propósito, construindo
relacionamentos duradouros.
12

d) O líder autêntico apela para valores universais, de fraternidade,


enquanto que o líder transformacional apela para valores particulares,
argumentando que estes são melhores que os dos “outros”.

e) O líder autêntico é bastante preocupado com o bem que pode ser


alcançado para o grupo pelo qual se sente responsável, enquanto o líder
transformacional, por mais que não pareça, está mais preocupado com o
bem que pode conseguir para si mesmo.

f) O líder autêntico possui mais fortemente os traços psicológicos


positivos esperança, otimismo e resiliência, além de ser capaz de
promover emoções.

Na unidade de terapia intensiva aonde existe o estresse constante a


liderança tem papel crucial, mas se for fraca as relações acabam por se
distanciarem e acontece malefícios às organizações que ainda ocorre de forma
displicente e são poucas as empresas que possuem uma forma estabilidade no
ambiente hospitalar, Silva (2006) explica que é patente o fato de as pessoas
permanecem em determinada organização por diferentes razões, e cita as
principais destas que foram observadas através de algumas pesquisas:

a) segurança no trabalho;

b) cultura que oferece o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, isto é,

além do trabalho dispor de tempo para dedicar à vida familiar e à

comunidade;

c) satisfação, comprometimento com a organização, reconhecimento pelo

bom trabalho;

d) horário flexível;

e) treinamento e desenvolvimento;

f) sentimento de fazer parte do grupo ou equipe de trabalho;

g) desafios profissionais de carreira;


13

h) cultura corporativa alegre e descontraída;

i) orgulho da organização;

j) líder compatível e apoiador;

k) afiliação e

l) tarefa significativa.

As vantagens proporcionadas tornam-se estratégias das


organizações para fazerem seus colaboradores acreditarem no desejo
organizacional de investir no futuro. Geralmente, tais estratégias garantem que as
linhas de comunicação entre líderes e colaboradores permaneçam abertas, o que
faz com que o relacionamento entre um e outro seja cada vez melhor, ajudando o
ambiente de trabalho.

A rotatividade de pessoal é o constante adiamento da reposição


imediata de funcionários demitidos, no ambiente hospitalar de acordo com os
valores éticos consiste fundamentalmente, em tornar uma prática bela, por mais
que ela lide com o que tem de mais degradante, doloroso e triste na natureza
humana, o sofrimento, a deterioração e a morte. Refere-se, portanto, a
possibilidade de assumir uma posição ética de respeito ao outro e de
reconhecimento dos limites. O ponto chave do trabalho de humanização está no
fortalecimento desta posição ética de articulação do cuidado técnico cientifico, já
construído, conhecido e dominado, ao cuidado que incorpora a necessidade, a
exploração e o acolhimento do imprevisível, do incontrolável, ao indiferente e
singular (MORAES et al, 2005).

O modelo de relações humanas e o modelo do comportamento


humano são as origens do modelo que a partir de 1970, é necessário existir
coerência em todos os procedimentos no serviço de enfermagem pois na arte do
cuidar é necessário ter humanização e recursos humanos concomitante com as
estratégias organizacionais (FICHER, 2005).

A humanização tem papel muito importante na arte do cuidar, este


processo de aprendizado como qualquer outra atividade social, promove a
14

internalização de normas e valores relevantes; Na arte do cuidar os profissionais


de Enfermagem não aprendem apenas as técnicas apropriadas para dar o
cuidado ao paciente, mas aprendem também como se relacionar com o mesmo e
como se relacionar consigo mesmos utilizando da ética como base para tudo,
para construir uma identidade como profissionais é necessário entender que o ser
humano é um ser de cuidado, nascemos com este potencial, portanto, todas
as pessoas são capazes de cuidar e necessitam, igualmente, de serem cuidadas,
o papel da enfermagem em diferentes pesquisas de enfermagem tem como foco
o cuidar e o define como um processo interativo, pois se dá na relação entre o
enfermagem e o paciente, pressupõe-se uma relação terapêutica que se traduz
por comportamentos de cuidar com humanização, ética, respeito, atenção,
empatia, escuta ativa, segurança, enfim ações que ajudem o paciente naquilo que
está necessitando no momento, humanizar passa a ser responsabilidade de
todos, individual e coletivamente, sendo preciso reconstruí-la em todos atos de
saúde, quer aqueles burocráticos administrativos, quer aqueles relacionais,
humanização no setor saúde é ir além da competência técnocientifica política dos
profissionais, compreende o desenvolvimento da competência das relações
interpessoais que precisam estar pautadas no respeito ao ser humano, no
respeito à vida, na solidariedade, na sensibilidade de percepção das
necessidades singulares dos sujeitos envolvidos (CASATE & CORRÊA, 2005).

O tipo de liderança denominado empoderador produz resultados


significativos e visíveis à organização como um todo. Essa modalidade imprime
uma cadência e tamanha energia, fazendo com que seja transferido poder à força
de trabalho, isto é, ao capital humano da empresa. Neste caso, a autonomia é o
efeito coletivo da liderança.

A qualidade de produtos ou serviços depende dos esforços de


indivíduos e de grupos. O futuro de uma empresa ou organização depende de ela
conseguir satisfazer os requisitos de qualidade do mundo exterior. É fundamental
produzir e entregar bens e serviços que satisfaçam às exigências e expectativas
de clientes e usuários. A confiabilidade é a capacidade de o produto ou serviço
continuar atendendo às exigências do cliente. Sendo assim, confiabilidade tem o
mesmo grau de importância que qualidade, pois é fator-chave em muitas decisões
15

de compra, quando alternativas estão sendo consideradas. Muitas das exigências


dos gerentes relacionadas com a obtenção da qualidade do produto ou serviço
são também aplicáveis à confiabilidade. A qualidade no aspecto objetivo,
mensurável da qualidade, é o processo. Contudo, quando falamos de Qualidade
temos definições mais abrangentes. "Qualidade tem a haver, primordialmente,
com o processo pelo qual os produtos ou serviços são materializados. Se o
processo for bem realizado, um bom produto final naturalmente virá. A Qualidade
reside no que se faz – em tudo o que se faz – e não apenas no que se tem como
consequência disso" Ou, em outras palavras, todos os processos de uma
determinada atividade são importantes; se os processos forem desenvolvidos
com qualidade, o produto final terá qualidade. Se perguntarmos a várias pessoas
leigas, provavelmente haverá várias respostas diferentes. A Qualidade está ligada
a sentimentos subjetivos que refletem as necessidades internas de cada um. O
conceito de cliente deve ser estendido a todos numa organização que é
constituída pelos clientes externos (todos que entram em contato com a
organização e que não são parte integrante da mesma) e os clientes internos
(todos os funcionários e setores da organização). Na gestão é necessário levar
em consideração o fator humano na qual é muitas vezes subestimado pela
iniciativa privada por peritos em qualidade, infelizmente muitos líderes que
ocupam cargos-chave em organizações importantes ainda não possuem essa
consciência. É importante também observar no ambiente de trabalho a
rotatividade, a ambientação e integração dos novos colaboradores, a perda de
produtividade e qualificação e o tempo de adaptação destes (ALVES, 2005).

A busca da qualidade em saúde levou a melhorias nos processos


internos das instituições de saúde, o que implicou na formação de um conceito
específico de qualidade em saúde, a acreditação em saúde. Novos modelos de
gestão têm trazido diversas inovações para o segmento de gestão hospitalar,
fazendo um ambiente mais dinâmico, onde não basta conhecer apenas o
ambiente de saúde, mas, é imperioso conhecer profundamente os processos
administrativos, voltados para a melhoria da gestão hospitalar, Hoje vivemos em
dias em que a ordem é a qualidade do serviço prestado e a satisfação do cliente;
Na saúde não é diferente somos constantemente cobrados a prestar assistência
16

de qualidade e que atenda às expectativas dos clientes, dessa maneira, a


enfermagem como categoria presente em tempo integral nas unidades de saúde,
é o alvo principal das mais constantes especulações sobre seu serviço.
Agregando esforços junto à equipe de enfermagem para que as
necessidades coletivas e individuais sejam atendidas, e buscando prover
encaminhamentos que sejam de fato resolutivos para as situações que se
desenham diariamente, o papel do supervisor passa a ser o de um orientador e
facilitador no ambiente de trabalho.
Aproxima-se desta concepção quando, por exemplo, fomenta
mudanças necessárias visando melhorias, apropriando-se de atribuições de
gerência e planejamento com o propósito de aprimorar a capacidade de trabalho
dos indivíduos, tal como é descrito na literatura (LIBERARY, 2008). No serviço de
saude é necessário compreender o contexto em que se vive e trabalha, e
desenvolver competências para enfrentar os desafios do século XXI, construindo,
sobretudo, uma consciência crítica a respeito do contexto em que estão inseridos
os serviços de saúde, na avaliação e correção de possíveis deficiências, nos
processos de trabalho em todo esse contexto complexo em que se encontram
atualmente os serviços de saúde, deve-se lançar mão de ferramentas
administrativas, que além de precisas, devem ser coerentes com toda essa
complexidade. É nesse contexto em que a auditoria se insere para respaldo em
processos de trabalho, as auditorias médicas são aplicadas principalmente em
gráficos escolhidos devido a mortes ou complicações; Os três níveis são: Nível 1:
Segurança (estrutura): pressupõe atendimento aos requisitos básicos de
qualidade na assistência prestada ao cliente, com recursos humanos em
quantidade e qualificação compatíveis com a complexidade do serviço. Nível 2:
Organização (processo): verifica a organização da assistência, conferindo
documentação, treinamento dos trabalhadores, rotinas, uso de indicadores para a
tomada de decisão clínica e gerencial, e prática de auditoria interna. Nível 3:
Práticas de Gestão e Qualidade (resultados): constata que existem políticas
institucionais de melhoria contínua em termos de estrutura, novas tecnologias,
atualização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos médico-
sanitários (BRASIL, 2010).
17

No ambiente hospitalar inclusive na UTI o gestor quando faz uma


auditoria de prontuário consegue verificar possíveis erros, a auditoria é seguida
por avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada
ao cliente pela análise dos prontuários, acompanhamento do cliente “in loco” e
verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens que
compõem a conta hospitalar cobrados, garantindo um pagamento justo mediante
a cobrança adequada.
Segundo o mesmo autor as etapas de uma auditoria são:
planejamento, verificação e avaliação das informações (observação direta e
entrevistas) diagnóstico; comunicação dos resultados; intervenção e
acompanhamento; Na adequação e eficácia dos controles internos e das
informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade. A
auditoria em enfermagem interna, ou seja, da realização da análise das contas
hospitalares pela enfermeira auditora da operadora de planos de saúde dentro de
suas próprias instalações. As auditorias podem ser ordinárias, especiais e
extraordinária.
Segundo Liberalli (2008) as atribuições e responsabilidades são
definidas mediante o preenchimento de quadros correspondentes a cada um dos
seguintes eixos: responsabilidades gerais da gestão do SUS; regionalização;
planejamento e programação; regulação, controle, avaliação e auditoria; Gestão
do trabalho; Educação na Saúde; Participação e controle social.

O Enfermeiro deve fornecer treinamento a sua equipe a fim de


capacitá-la a realizar procedimentos altamente técnicos em situações
emergenciais, uma vez que é exigido tal preparo para um atendimento eficaz
(BERKOW, 2009).

O Enfermeiro mesmo no atendimento emergencial deve realizar a SAE


na qual é privativo do mesmo; A SAE proporciona uma maior autonomia para o
Enfermeiro, um respaldo seguro através do registro, que garante a
continuidade/complementaridade multiprofissional, além de promover uma
aproximação enfermeiro- usuário, enfermeiro- equipe multiprofissional
(NASCIMENTO, 2008).
18

Faz-se necessário que os profissionais de saúde continuem a busca


do aprimoramento contínuo de sua prática, contribuindo para as ações cada vez
mais embasadas em princípios científicos, o que refletirá na melhor qualidade de
cuidado oferecido a quem cuidamos.

Nos setores como de unidade de terapia intensiva há necessidade


de procurar novas opções de gestão, em que a avaliação de todos os processos
envolvidos no sistema de saúde se torna prioridade, destacando-se as ações com
prioridade sendo na educação continuada dos trabalhadores, liderança, auditoria
revendo fonte de falhas de qualidade diante dos problemas nos processos de
trabalho.
19

2 JUSTIFICATIVA

A partir das justificativas mencionadas, é possível destacar que a


pesquisa aqui apresentada é essencial no que tange a gestão em unidade de
terapia intensiva e controle de infecção hospitalar, nas diversas pautas discutidas
possui a finalidade de obter conclusões que possam contribuir com a literatura
referente o tema abordado.
20

3 OBJETIVO

Identificar maior conhecimento em gestão em unidade de terapia intensiva,


considerando o controle de infecção hospitalar num contexto geral.
21

4 METODO

4.1 Tipo de estudo

O estudo foi realizado por meio de busca on-line, uma revisão


bibiográfica que é um método de revisão ampla, pois permite incluir literatura
teórica com diferentes abordagens metodológicas (GALVÃO et al, 2005), foram
utilizadas produções científicas, na literatura nacional no período de 2005 a 2015,
utilizando as seguintes bases de dados: Eletronic Library Online (SCIELO).

4.2 Procedimento de coleta

A pesquisa foi realizada no período de Outubro de 2005 à julho 2015


por meio da busca de artigos científicos em bases de dados eletrônicas.
Todos os estudos obtidos a partir dos descritores definidos na
estratégia de busca foram avaliados pelos títulos e resumos. Após a leitura dos
resumos dos estudos, estes foram pré-selecionados e seus dados foram
extraídos por meio de análise de conteúdo para a fase de selecionados.

4.3 Critérios de inclusão e exclusão

Critérios de inclusão, todos os artigos publicados no período do ano


de 2005 até o ano de 2015. Artigos encontrados nas bases de dados eletrônicos
que correspondam à busca feita pelos descritores referenciados. Artigos que
estejam nos idioma: português.
Critérios de exclusão, artigos que não foram publicados no período do
ano de 2005 até o ano de 2015. Artigos que não correspondam ao tema proposto,
artigos que não estejam no idioma: português. Serem duplicados, editais, cartas
ou comentários de réplicas resumos sem localização de estudo original, relatórios
de conferência e outros, assim como drafts sem concretização da publicação do
artigo original.
22

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando falamos de gestão temos que considerar o ambiente de trabalho,


neste contexto que envolve os trabalhadores, existe riscos diversos que também
envolve a infecção hospitalar o risco ocupacional. O empregador deve garantir na
no caso de acontecimento envolvendo riscos ambientais nos locais de trabalho no
que refere-se situação de grave também de risco um ou mais trabalhadores, os
mesmos possam interromper de imediato as suas atividades, comunicando o fato
ao superior hierárquico direto para as devidas providências.
Normalmente os acidentes de trabalho envolve o uso e antes do descarte
de um perfurocortante em torno de 40%, durante seu uso em um paciente
aproximadamente 41%, quando após descarte de 15%. Acontece de nos
ambientes hospitalares, o setor centro cirúrgico é o segundo local com a maior
frequência de acidentes com perfurocortantes, e neste item é considerado 27%,
com metade destes normalmente expostos a sangue.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH ou Comissões de
Biossegurança e os Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina no
Trabalho - SESMT, abrange toda a comunidade do estabelecimento, em
consonância com as legislações de saúde, ambiental e de energia nuclear
vigentes.
O COFEN (Conselho Federal de Enfermagem), incluiu a Resolução
COFEN nº 303/2005, que autoriza o Enfermeiro a assumir a coordenação como
Responsável Técnico do Plano de Gerenciamento de resíduos sólidos nas
instituições de saúde, a classificação destes resíduos tem por objetivo destacar a
composição desses resíduos segundo as suas características biológicas, físicas,
químicas, estado da matéria e origem, para o seu manejo seguro, como base de
medidas Resolução CONAMA nº 5, de agosto de 1993, Resolução CONAMA nº
283, de julho de 2001, da classificação temos:
GRUPO A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características, podem apresentar risco de infecção.
A1
23

- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de


produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de
microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados
para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de
manipulação genética.
- Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com
suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4,
microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou
causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou
cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.
- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas
por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e
aquelas oriundas de coleta incompleta.
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos,
recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo
sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
A2
- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de
animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de
microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais
suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e
com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo
anatomopatológico ou confirmação diagnóstica.
A3
- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem
sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25
centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor
científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.
A4
- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.
- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de
equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.
24

- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e


secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam
suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância
epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença
emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de
transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.
- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou
outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.
- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que
não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
- Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de
procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação
diagnóstica.
- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de
animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de
microorganismos, bem como suas forrações.
- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
A5
- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes
e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com
suspeita ou certeza de contaminação com príons.
GRUPO B
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
- Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; antineoplásicos;
imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; antirretrovirais, quando
descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de
medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos
Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.
- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo
metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes
contaminados por estes.
25

- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).


- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas
- Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR
10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).
GRUPO C
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados
nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não
prevista.
- Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com
radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clinicas, serviços de
medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05.
GRUPO D
Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
- papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis
de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e
hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados
como A1;
- sobras de alimentos e do preparo de alimentos;
- resto alimentar de refeitório;
- resíduos provenientes das áreas administrativas;
- resíduos de varrição, flores, podas e jardins
- resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde

GRUPO E

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear,


agulhas, escalpes, ampolas de vidro,brocas, limas endodônticas, pontas
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas
e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório
(pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
26

O CCIH deve com obrigatoriedade verificar os riscos de infecção,


utilizando indicadores de qualidade em todos os processos. A necessidade da
interação entre equipe multidisciplinar é necessário para o melhor atendimento
das crianças hospitalizadas.
Na gestão o Enfermeiro deve dispor de outros instrumentos como por exemplo a
auditoria, essa que já passou além da análise de registros, como instrumento
administrativo para avaliação do cuidado, também para fins de qualidade de todos
os processos inclusive para controle de infecção hospitalar, assim pode-se
comparar entre a assistência prestada e as normas institucionais, para aquela de
identificar pontos fracos dos serviços, garantindo o direito do paciente em receber
cuidado digno, além de não perder a visão econômica dos serviços prestados
(LUZ, 2007), nas unidades de terapia intensiva existe os aspectos nos quais as
relações interpessoais não são devidamente valorizados e adequadamente
trabalhados, os trabalhadores de enfermagem se desgastam intensamente para
suportarem a convivência grupal no cotidiano de trabalho e, ainda, vivem o temor
de que os conflitos intragrupais possam ser manifestados nos pacientes; A
equipe de enfermagem tende a manter apenas a identidade sincrética, quando
há cristalização dessa identidade, o grupo torna-se rígido, assume
comportamento estereotipado e com tendência à burocratização, apesar das
condições desfavoráveis encontradas no cotidiano de trabalho nas UTIs,
relacionados ao trabalho em equipe, verifica-se que os trabalhadores de
enfermagem lutam constantemente para fortalecer a convivência no grupo onde
estão inseridos, procurando valorizar o que existe de satisfatório na convivência
grupal.
Assim, tal relação pessoal deve significar que não deixará de ser feita uma
avaliação crítica do desempenho de recompensação, pautada no desempenho,
bem como expectativas de retorno e cumprimento de metas. Existe uma
consideração que a modelagem no trabalho consiste na arte de enquadrar cada
colaborador segundo a manifestação de seus objetivos profissionais e interesses
pessoais mais profundos. Consiste na arte de personalizar a trajetória
profissional, face a possibilidade de majorar as chance de reter colaboradores,
sobrtetudo os mais talentosos.
27

Os fatos acima expostos constituem-se no maior desafio dos últimos


tempos, algo que demanda que os líderes exerçam um duplo papel, ora de
detetive, ora de psicólogo, na modelagem no trabalho têm início no momento em
que os gerentes percebem, pesquisam e passam a observar frequentemente os
interesses pessoais dos seus liderados, passando a visualizar as causas que os
levariam a gostar ou não de dado tipo de atribuição. Nos tempos atuais o líder
necessita trabalhar com pessoas competentes, procurando seu comprometimento
com os obejtivos organizacionais, e desafiando-as o tempo todo.
outros instrumentos são de avaliar os serviços de forma a sujeitar a
possíveis mudanças como conseqüentes melhorias no processo utilizando de
uma de auditoria interna evitando erros também para fins de atingir qualidade de
serviços prestados, o método para realização da auditoria se de forma abrangente
e seguindo as etapas apontadas pela literatura atinge uma avaliação integrada,
cenário este que reverte em qualidade total de serviços prestrados .

Estudos devem ser incentivados no sentido de avaliar os instrumentos


e sujeitar a possíveis mudanças com conseqüentes melhorias no processo de
auditoria evitando glosas e também para fins de atingir qualidade de serviços
prestados, o método para realização da auditoria não está sendo feito de forma
abrangente segundo as etapas apontadas pela literatura e nem tão pouco com
uma avaliação integrada, cenário este que se reverterá segundo tendência para o
futuro. Por fim, as atribuições e responsabilidades sanitárias de cada esfera de
gestão compõem o seu Termo de Compromisso de Gestão (TCG), elaborado de
forma pactuada e aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde. O gestor no que
tange a auditoria observa o preenchimento de quadros correspondentes a cada
um dos seguintes eixos: responsabilidades gerais da gestão, regulação,
avaliação e auditoria, gestão do trabalho, educação na Saúde, participação e
controle social, na auditoria os Enfermeiros avaliem como estão sendo realizados
os registros, tendo uma visão crítica e propositora de sua atuação.

No sentido mais amplo, a qualidade de vida pode ser descrita como


uma medida da própria dignidade humana, as necessidades humanas
fundamentais devem ser atendidas, para que se possa alcançar a satisfação
28

individual, se devem atingir padrões individuais, que afetam diretamente na


qualidade de vida, principalmente os componentes do estilo de vida, influenciam
na saúde e bem-estar, a humanização do trabalho e valorização de fatores como
satisfação, realização pessoal, qualidade dos relacionamentos, opções de lazer,
acesso a eventos culturais, percepção de bem-estar geral, entre outros.
Em geral, se considera como pré-requisito, ou mesmo um
componente fundamental sobre o qual se pode construir uma vida com qualidade,
está necessariamente voltado ao atendimento das necessidades humanas
básicas, as quais são as fisiológicas e as de segurança, assim como na Teoria
das Necessidades de Maslow, onde a alimentação, a moradia, a educação e o
trabalho compreendem as necessidades primarias e essencial para se alcançar
as necessidades básicas.
A expressão “qualidade de vida” propriamente dita tem sua origem
recente, com os olhares voltados a ela especificamente há pouco mais de 30
anos, decorrentes de problemas ambientais oriundas da industrialização
descontrolada e a consideração de avaliar a qualidade de vida implicam na
adoção de múltiplos critérios de natureza biológica, psicológica e sócio estrutural,
e vários elementos são apontados como indicadores ou mesmo determinantes do
bem estar, tais como: saúde biológica, saúde mental, longevidade, satisfação,
controle cognitivo, competência social, produtividade, status social, renda,
continuidade de papéis familiares e ocupacionais.
De tudo que envolve a gestão no ambiente de uma unidade de terapia
intensiva o trabalhador no ambiente hospitalar busca concomitante com o trabalho
harmonia, o equilíbrio interior, no entanto o alcance depende de fatores externos
a ele, pois a vivência do cotidiano e situações diárias faz com que as pessoas se
sintam esmagadas por conflitos, aflições, angústias e insatisfações que
decorrente da vida moderna, propicia ao indivíduo situações antagônico como os
agentes estressores e qualidade de vida no trabalho. Fato este que todo o
indivíduo busca certo equilíbrio para melhor poder sobreviver, em outras palavras,
a busca pelo encaixe no contexto sócio-político-cultural ao qual pertence.
Em setores como unidade de terapia intensiva o gestor deve se
atentar para o sinal de alerta referente aos trabalhadores do serviço de saúde
devido a exposição ao estresse no que tange ao nervosismo, ou a irritabilidade é
29

uma manifestação psíquica é decorrente da fadiga do estado mental, advindo do


desgaste do processo de trabalho. Dentro da literatura internacional, burnout tem
sido objeto de estudo e muito pesquisado entre professores do que entre outros
grupos ocupacionais, aparentando ser um indicador que o trabalho docente seja
aquele que oferece condições mais propícias ao seu desenvolvimento. A
síndrome de Burnout inicia com uma sensação de inquietação, a qual vai
aumentando na mesma proporção em que a alegria de lecionar gradativamente
vai desaparecendo.
A literatura científica apresentou partir da década de 1970, o termo
em inglês “burn-out” ou “burnout”. Este termo “burnout” refere-se, de forma geral,
aos aspectos negativos do trabalho capazes de produzir redução da condição
mental dos trabalhadores. Anteriormente, outros termos foram também
vastamente utilizados para se referir a situação semelhante, como “alta
exigência”, “astenia neurocirculatória” e “fadiga industrial”, a síndrome de burnout
envolve três dimensões: despersonalização sentimento de indiferença, reduzida
realização profissional (sentimento de insuficiência e fracasso profissional) e
exaustão emocional (sentimento de esgotamento tanto físico como mental,
sentimento de não dispor de energia para qualquer tipo de atividade) o cansaço
mental como a perda da capacidade potencial ou efetiva, corporal e psíquica.
Existe a doença conhecida como síndrome de Burnout é uma
resposta ao estado emocional a situações de estresse crônico em razão de
relações intensas que os professores vivenciam, seja em situações de trabalho,
com outras pessoas, estando associado às grandes expectativas com relação a
seu desenvolvimento profissional e dedicação à profissão e por diversos
obstáculos, não alcançaram o retorno esperado, que hoje acomete uma parcela
dos profissionais de saúde.
As mudanças no gerenciamento do processo de trabalho, é necessário
refletir coletivamente sobre a prática, permitindo a abertura de novos espaços aos
trabalhadores na organização. Essa maneira estruturante envolve o trabalho em
equipe, a tomada de decisões por consenso e a comunicação, como a principal
ferramenta para a implementação/aplicação do cuidado (MEDEIROS, 2010). Na
gestão de enfermagem em unidade de terapia intensiva é necessário pensar na
biossegurança devido a equipe estar exposta a situações de alto risco biológico.
30

O Enfermeiro atuante na gestão de UTI deve observar o incorreto manuseio de


materiais perfurocortantes, o contato com secreções e fluidos corporais dos
clientes internados e/ou portadores de tuberculose e de microorganismos como
Acinetobacter, Methicillin Resistant Staphylococcus Aureus (MRSA), Klebsiella,
dentre outros, contribui de forma relevante para o agravamento de doenças
relacionadas ao trabalho na qual provém tunover na instituição.
A questão dos problemas de saúde que afetam os profissionais de
enfermagem no ambiente hospitalar está diretamente relacionada aos riscos
ocupacionais aos quais estão submetidos cotidianamente, incorrendo em
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais; A doença ocupacional é aquela
produzida ou desencadeada pelo exercício profissional peculiar a determinada
atividade. No caso dos membros da equipe de enfermagem, a doença
ocupacional está relacionada aos riscos a que estão submetidos e às suas
condições de trabalho, que podem ocasionar acidentes ou resultar em problemas
de saúde para seus integrantes.

As doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho constituem-se


em importantes questões de saúde pública que ainda precisam ser mais bem
discutidas, porque os acidentes de trabalho são os agravos mais documentados
em relação à saúde do trabalhador, mesmo sabendo-se ainda que existem
profissionais de saúde que não os notificam2 .

Dependendo da gravidade, além da própria lesão corporal ou


perturbação funcional, os acidentes podem causar perda ou redução permanente
ou temporária da capacidade para o exercício da profissão. Na prática, nem todos
os profissionais de enfermagem que atuam em ambientes semicríticos ou críticos,
como as UTIs, adotam as medidas de biossegurança necessárias à sua proteção
durante a assistência que realizam, o que pode ocasionar agravos à sua saúde e
à do cliente sob seus cuidados. Na segurança do paciente existe alguns itens a
serem continuamente avaliados sendo
-Paciente certo
31

Este direito é autoevidente: o medicamento deve ser administrado ao


paciente para quem é prescrito. Administração de um medicamento para o
paciente errado é, no entanto, um erro comum.
-Droga certa
Pesquisas mostram que mais de um terço dos erros de medicamentos
ocorre pela administração de droga, os Enfermeiros não estão legalmente
habilitadas a receitar medicamentos, mas se não tiver certeza do nome da
medicação prescrita (ou acha que é um medicamento errado), não devem
administrá-lo antes de verificar com o médico prescritor.

- Caminho certo
Os Enfermeiros só estão autorizados a administrar
medicamentos por via prescrita, embora às vezes o médico pode dar uma escolha
(IV / PO). O enfermeiro deve compreender as diferenças entre estas rotas, tais
como a taxa de absorção ou início de ação.

- Dose certa

Conferência da dose prescrita com a apresentação da dosagem no rótulo da


droga.

-Hora certa
A medicação deve ser administrada no tempo correto para garantir
níveis séricos terapêuticos. Administrar a medicação na hora errada é, portanto,
um tipo de erro.

-Documentação certa
Quando um enfermeiro administra uma medicação deve checar por
escrito. Isso fornece evidências de que o medicamento foi administrado ao
paciente. Checar antes de administrar é um risco, pois o paciente pode recusar a
medicação ou pode acorrer algo que suspenda a medicação. Da mesma forma,
deixando de assinar quando um medicamento foi administrado cria o risco de que
outro que assumiu o paciente repita a dose.
32

- Ação Certa
Garantir que o medicamento é prescrito pela razão certa.

-Forma certa
Muitos medicamentos estão disponíveis em diferentes formas para
administração por várias vias. Por exemplo, paracetamol vem na forma de
comprimidos, cápsulas, xarope, supositórios e ampolas para administração
intravenosa. A checagem da forma deve assegurar que atenda às especificidades
do paciente, com a análise do tempo de absorção frente a cada apresentação da
droga.

-Resposta Certa
Monitorar o paciente para que a medicação tenha o efeito. Este
direito da administração de medicamentos envolve uma avaliação da eficácia da
finalidade da medicação, que é crucial para alguns medicamentos de alto risco,
tais como anticoagulantes, antiarrítmicos e insulina. Monitoramento para a
resposta certa e detecção dos eventos adversos (farmacovigilância).

Por estes motivos e de acordo com o que dispõe a Lei n° 6.367 de 19


de outubro de 1976, é necessário ressaltar a relevância da atenção que deve ser
dada às questões de biossegurança no âmbito hospitalar, em especial em UTI, a
fim de reduzir o risco de o trabalhador adquirir alguma patologia e a sua
exposição aos acidentes de trabalho, durante a prestação da assistência de
enfermagem.

Diante desta realidade, o gestor continuamente observa se o cliente


tem atendimento com qualidade em todo processo do tratamento/cuidado no
sentido amplo no que se refere a qualidade de atendimento. A percepção do
Enfermeiro Gestor é importante para adotar e implementar medidas de
biossegurança em uma unidade de terapia intensiva, como questão norteadora:
"como se dá a incorporação das medidas de biossegurança pela equipe de
enfermagem em sua prática na UTI e como objetivos: descrever as medidas de
33

biossegurança adotadas pela equipe de enfermagem durante a assistência


prestada em UTI; identificar a percepção da equipe de enfermagem acerca da
importância da adoção e implementação de medidas de biossegurança durante a
assistência prestada em UTI e analisar as possibilidades de implementação pela
equipe de enfermagem de medidas de biossegurança durante a assistência
prestada em UTI, um aspecto que não pode ser descurado é o fato de que esta
equipe deve ser objeto de permanente atenção do Setor de Saúde do
Trabalhador, visando à vacinação contra a hepatite B, a prevenção contra o vírus
HIV, o controle da tuberculose e a promoção à saúde através de ações contínuas
junto aos seus integrantes.
O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental
do processo que servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção,
eli¬minação ou controle desses riscos, reconhecer o risco significa identificar, no
ambiente de trabalho, fatores ou situações com potencial de dano à saúde do
trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade deste dano; As
instituições de saúde e seus administradores que investirem em prevenção e
segurança reduzirão os acidentes ocupacionais e com isto pagarão menos SAT –
Seguro Acidente de Trabalho. Quanto aos riscos por definição são ocorrências de
acontecimentos desfavoráveis, possíveis danos em período de tempo, evento
perigoso e ou danoso em virtude do trabalho, 1. Riscos biológicos: São aqueles
causados por microorganismos como bactérias, fungos, vírus e outros. São
capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria natureza
do trabalho. Das medidas de controle as mais comuns são: saneamento básico
(água e esgoto), controle médico permanente, uso de EPI, higiene rigorosa nos
locais de trabalho, hábitos de higiene pessoal, uso de roupas adequadas,
vacinação, treinamento, sistema de ventilação/exaustão. Para que uma
substância seja nociva ao homem, é necessário que ela entre em contato com
seu corpo. Existem diferentes vias de penetração no organismo humano, com
relação à ação dos riscos biológicos.
Deve ser ressaltada a necessidade de adoção de medidas voltadas
para a educação permanente da equipe de enfermagem no que se refere às
normas de biossegurança. Para tanto, o Gestor deve proporcionar aulas, cursos,
seminários, palestras e workshops com o objetivo de que todos compreendam a
34

importância da adoção e implementação dessas medidas na UTI, pois as mesmas


visam também à proteção e à segurança do cliente e a de outros profissionais que
exercem atividades naquele contexto laboral, considerando que a percepção deve
levar em consideração não apenas os sentidos, mas também a captação de
conhecimento como promoção da coordenação da conduta, pode-se concluir que
a adoção e a implementação das medidas de biossegurança na UTI não foram
suficientemente profundas, devido à desinformação, à pouca discussão sobre os
riscos residuais e à visão acerca destas medidas, que se restringem basicamente
à utilização dos EPIs (equipamento de proteção individual) (CORRÊA, 2007).
A empresa deve utilizar de vários instrumentos para promover a
saúde do trabalhador também com programa de orientação e esclarecimentos
através de palestras freqüentes com profissionais gabaritados para que o
trabalhador esteja sempre orientado.

A prestação de cuidados de qualidade se caracteriza pelos seguintes


atributos: um alto grau de competência profissional; uso eficiente dos recursos;
redução a um nível mínimo de lesões produzidas ou decorrentes da assistência,
satisfação dos clientes quanto às suas demandas, expectativas e acessibilidade
aos serviços de saúde, envolvem a prescrição, omissão de doses, administração
de medicamentos, avaliação do cuidado de enfermagem está intrinsicamente
envolvida com qualidade na prestração de serviço.

O cuidado significa desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção e se


concretiza no contexto da vida em sociedade, cuidar implica colocar-se no lugar
do outro, geralmente em situações diversas, quer na dimensão pessoal, quer na
social, é um modo de estar com o outro, no que se refere a questões especiais da
vida dos cidadãos e de suas relações sociais, dentre estas o nascimento, a
promoção e a recuperação da saúde e a própria morte, compreender o valor do
cuidado de enfermagem requer uma concepção ética que contemple a vida como
um bem valioso em si, começando pela valorização da própria vida para respeitar
a do outro em sua complexidade, suas escolhas, inclusive a escolha da
enfermagem como profissão da arte do cuidar (SOUZA, 2009).
35

Os serviços de emergência hospitalar podem ser considerados como


uma das áreas do hospital com mais complexidade de assistência e com maior
fluxo de atividade de profissionais e usuários (ALMEIDA; PIRES, 2009). O
profissional deve ser treinado em situações de emergências, para poder agir com
toda competência necessária conforme a gravidade de cada caso, levando em
conta que o paciente tem poucos minutos para se restabelecer. Portanto, para
agir com competência faz-se necessário que o enfermeiro realize estudos sobre o
assunto, busque o máximo possível de informações teórico – cientificas (BARRA,
2011).

A qualidade de serviços de saúde para os indivíduos e populações


aumenta a probabilidade de resultados de saúde politicamente almejados e de
acordo com o conhecimento disponível, a qualidade deveria: abranger a avaliação
de todo sistema; proporcionar acesso aos serviços necessários e apropriados
para todos; atender às expectativas da população e detectar se o estado de
saúde está melhorando os aspectos arrolados, o foco da qualidade está no
acesso ao cuidado, na definição da herança cultural, das características sociais,
demografias, geografia, na inclusão dos mais vulneráveis e na detecção da fonte
de vulnerabilidade e da seriedade do problema de saúde, a qualidade é
redimensionada como uma das importantes balizas do direito à proteção da
saúde, mediante as atuais balizas do direito à proteção da saúde, é necessário
enfocar a problemática hospitalar e suas soluções, talvez re/significando alguns
pressupostos já tornados senso comum nos processos de modernização, acima
de tudo o gestor deve ficar atento ao direito à saúde perante a constituição, no
que tange ao direito garantido, tanto por condições inerentes à vida humana – que
seguirá adoecendo e morrendo; que nunca será homogeneizada em suas
diferenças, como por desigualdades e iniqüidades produzidas e evitáveis. A
satisfação do usuárioe suas respectivas percepções sobre saúde também serão
produzidas na complexa interação dos contextos que costumamos identificar e
isolar em fatores e padrões sócio-econômicos-culturais. Um outro pressuposto
abarca as importantes questões da medicalização da saúde, do desequilíbrio na
distribuição dos recursos, da síndrome da escassez de recursos, da
segmentação, da desintegração e das deficiências na capacidade de trabalho em
36

rede de nossos sistemas. O tratamento na UTI resulta numa diminuição de quase


quatro vezes a mortalidade quando comparado com pacientes tratados em
enfermarias.

Os serviços hospitalares em avaliação pela ONA são: liderança


eadministração; serviços profissionais e organização da assistência no quala
enfermagem está inserida –; serviços de atenção ao paciente/cliente; Serviço de
apoio ao diagnóstico; serviços assistenciais e de abastecimento; Serviços de
infra-estrutura e apoio logístico; ensino e pesquisa. Para fins de avaliação a ONA
distingue três níveis. Ou seja, para atingir o nível 1 as instituições necessitam
priorizar a estrutura e a segurança; no nível 2 acrescenta-se a descrição e o
registro dos processos internos e, para conseguir o melhor nível de acreditação,
que é o 3, elas devem enfocar os processos vinculados à sua estratégia e
melhoria contínua da qualidade. Para alcançar nível todos os serviços deverão
obter o nível de acreditação, se apenas um dos serviços obtém nível 2, toda a
instituição recebe a acreditação nível 2 com suas respectivas conseqüências, pois
menor nota, significa menores recursos disponibilizados.

Normalmente, os serviços de enfermagem nos hospitais apresentam


como pontos fortes no nível ONA 1: presença responsável técnico habilitado,
assim como supervisão contínua e sistematizada nas diferentes áreas; Adequado
quantitativo de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem às demandas de
atendimento da instituição; escala que assegura a cobertura da assistência nas
24 horas; registros de evolução e administração de cuidados e medicamentos em
prontuários, bem como processo de auditoria por equipe específica e registros
nos prontuários dos procedimentos e controle de pacientes internados; comissões
obrigatórias de enfermagem.

O entendimento é asseverado que uma enfermagem em situação de


trabalho hospitalar deficiente pode determinar a associação entre a razão
pacientes por enfermeiros e mortalidade-complicação pacientes. Já, no nível 2
destacam-se: disposição de manuais de procedimentos operacionais
padronizados (Pops) por todas as unidades que utilizam serviços de enfermagem;
representação de todas as unidades na elaboração dos Pops; utilização de
37

programa de educação e capacitação continuada; Existência de grupos de


trabalho voltados para a melhoria do atendimento de enfermagem em toda a
instituição; evidência de procedimentos direcionados para o seguimento de
cuidados e de casos; presença dos indicadores de qualidade assistencial “queda
do leito”, “erros de medicação” e “incidência de escaras”; qualidade assistencial
aprimorada através do diagnóstico de enfermagem; participação da equipe de
enfermagem na elaboração e treinamentos de protocolos clínicos. Por fim, os
pontos fortes na enfermagem nível 3 seriam: integração no programa institucional
da qualidade e produtividade; organização de um “plano de metas com resultados
numéricos” e classificadas em atingidas, não atingidas e em andamento; procura
de aperfeiçoamento da qualidade assistencial; evidência de pesquisa de
satisfação dos usuários funcionários e pacientes. Contudo, as instituições não
atingem, normalmente, o nível 3 de Acreditação por deixarem a desejar na
elaboração dos indicadores epidemiológicos, que deveriam ser utilizados no
planejamento e na definição do modelo assistencial e na comparação de
resultados obtidos com referenciais e análise do impacto gerado junto à
comunidade e ao sistema de análise da satisfação dos usuários(QVIST, 2004)

A equipe de enfermagem na UTI tem um papel importante durante o


atendimento ao paciente tetânico, identificando sinais clínicos e realizando
intervenções para melhorar a condição do paciente (sistematização dos cuidados
de enfermagem), o gestor deve ter um olhar para a manutenção de um ambiente
tranquilo, garantindo o uso de tampões para os ouvidos a fim de minimizar o ruído
durante a prática de enfermagem, o controle da luminosidade é importante numa
unidade de terapia intensiva, a excelência de atendimento em unidade de terapia
intensiva está relacionada aos avanços na gestão de UTI e uma equipe médica e
de enfermagem bem treinadas.
38

6 CONCLUSÃO

O foco deste trabalho está na gestão de unidade de terapia intensiva


e controle de infecção hospitalar, na qual é necessário prestar uma assistência
integral de saúde visando cuidados intensivos, promoção e proteção da saúde
além do cliente a do trabalhador, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
reabilitação e manutenção da saúde, nestas ações desde a gestão até nos
cuidados do cliente que seja estabelecidos pelos gestores de saúde, bem como o
planejamento, o gerenciamento, a coordenação e a avaliação das ações
desenvolvidas, tudo isso é possível com uma liderança que estabelece vínculos
com o integrador, busca suas melhores capacidades, incita-as e as coloca a
serviço da organização, o gestor trabalha a conscientização da equipe de
enfermagem no tratamento dos clientes na UTI com acolhimento humano e digno
de forma inter-relacionada e com protocolos unificados desta forma é alcançado
a gestão eficaz..
39

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Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende, RJ, 2010.

QVIST P, Rasmussen L, Bonnevie B, Gjorup T. Repeated measurements of

generic indicators: a Danish national program to benchmark and improve

quality of care. Int J Quality Health Care 2005;16(2):141-8.


43

SILVA, E. M. Os Efeitos da Liderança na Retenção de Talentos: Um Estudo

sobre Comprometimento e Rotatividade numa Indústria Petroquímica

(Dissertação de Mestrado). Rio de Janeiro: Faculdade de Economia e Finanças

Ibmec, 2006.

SOUZA ML, Sartor VVB, Prado ML. Subsídios para uma ética da

responsabilidade em enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2009 Jan - Mar;

14(1): 75-81.
44

Anexo I

RESOLUÇÃO - RDC Nº 189, DE 18 DE JULHO DE 2003


Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos de análise,
avaliação e aprovação dos projetos físicos de
estabelecimentos de saúde no Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária, altera o Regulamento Técnico aprovado pela RDC
nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 e dá outras providências.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso de sua atribuição que lhe
confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de
1999, art. 111, inciso I, alínea "b", § 1º do Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 593, de 25 de
agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada em 16 de julho
de 2003, considerando o princípio da descentralização político-administrativa, previsto na Constituição
Federal; considerando o disposto no Art. 7º, inciso IX e no Art. 16, inciso III, alínea "d" da Lei nº 8.080 de
19 de setembro de 1990; considerando o disposto no Art. 2º, inciso V e Art. 7º, inciso III da Lei nº 9782, de
26 de janeiro de 1999; considerando o disposto no Art. 10, inciso II e Art. 14 da Lei 6.437/77, de 20 de
agosto de 1977;considerando a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, RDC nº
50, de 21 de fevereiro de 2002; considerando a Consultas Públicas da ANVISA nº 07 de 02 de abril de
2003 e nº 16 de 22 de abril de 2003; considerando a necessidade de regulamentação no Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária dos procedimentos de análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos
de estabelecimentos de saúde, considerando que o disposto nesta Resolução não se trata da revisão do
Regulamento Técnico com o objetivo de atualização ao desenvolvimento científico e tecnológico do País,
disposta no art. 4º da RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002;

adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua


publicação: Art 1º Todos projetos de arquitetura de estabelecimentos de saúde públicos e privados devem
ser avaliados e aprovados pelas vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais previamente ao início da
obra a que se referem os projetos. Art. 2º A Licença Sanitária de Funcionamento destinada a construções
novas, áreas a serem ampliadas e/ou reformadas de estabelecimentos já existentes e dos anteriormente
não destinados a estabelecimentos de saúde, de serviços de saúde públicos e privados fica condicionada
ao cumprimento das disposições contidas nesta Resolução e na Resolução ANVISA RDC nº 50 de 21 de
fevereiro de 2002. Art. 3º O item 1.2.2.1. da Parte I do Regulamento Técnico aprovado pela Resolução nº
50/02 passa a vigorar com a seguinte redação: 1.2.2.1 Arquitetura O projeto básico de arquitetura - PBA
será composto da representação gráfica + relatório técnico conforme descrito a seguir. 1.2.2.1.1.
Representação Gráfica: a) as plantas baixas, cortes e fachadas, com escalas não menores que 1:100;
exceto as plantas de locação, de situação e de cobertura, que poderá ter a escala definida pelo autor do
projeto ou pela legislação local pertinente; b) todos os ambientes com nomenclatura conforme listagem
contida nesta Resolução e demais normas federais; c) todas as dimensões (medidas lineares e áreas
internas dos compartimentos e espessura das paredes); d) a locação de louças sanitárias e bancadas,
posição dos leitos (quando houver), locação dos equipamentos não portáteis médico-hospitalares e de
infra-estrutura, equipamentos de geração de água quente e vapor, equipamentos de fornecimento de
energia elétrica regular e alternativa, equipamentos de fornecimento ou geração de gases medicinais,
equipamentos de climatização, locais de armazenamento e, quando houver, tratamento de RSS
(Resíduos de Serviços de Saúde);

e) indicações de cortes, elevações, ampliações e detalhes; f) em se tratando de reforma e/ou ampliação


e/ou conclusão, as plantas devem conter legenda indicando área a ser demolida, área a ser construída e
45

área existente; g) locação da edificação ou conjunto de edificações e seus acessos de pedestres e


veículos; h) planta de cobertura com todas as indicações pertinentes; i) planta de situação do terreno em
relação ao seu entorno urbano; j) identificação e endereço completo do estabelecimento, data da
conclusão do projeto, número seqüencial das pranchas, área total e do pavimento. 1.2.2.1.2. Relatório
Técnico: a) dados cadastrais do estabelecimento de saúde, tais como: razão social, nome fantasia,
endereço, CNPJ e número da licença sanitária de funcionamento anterior, caso exista, dentre outras que a
vigilância sanitária local considere pertinente; b) memorial do projeto de arquitetura descrevendo as
soluções adotadas no mesmo, onde se incluem, necessariamente, considerações sobre os fluxos internos
e externos; c) resumo da proposta assistencial, contendo listagem de atividades que serão executadas na
edificação do estabelecimento de saúde, assim como de atividades de apoio técnico ou logístico que
sejam executadas fora da edificação do estabelecimento em análise ; d) quadro de número de leitos,
quando houver, discriminando: leitos de internação, leitos de observação e leitos de tratamento intensivo,
conforme Portaria nº 1101/GM de 12 de junho de 2002, do Ministério da Saúde publicada no DOU de 13
de junho de 2002; e) especificação básica de materiais de acabamento e equipamentos de infra-estrutura
(poderá estar indicado nas plantas de arquitetura) e quando solicitado, dos equipamentos médico-
hospitalares não portáteis; f) descrição sucinta da solução adotada para o abastecimento de água potável,
energia elétrica, coleta e destinação de esgoto, resíduos sólidos e águas pluviais da edificação; g) no
caso de instalações radioativas, o licenciamento de acordo com as normas do Conselho Nacional de
Energia Nuclear - CNEN NE 6.02.

O Projeto Básico de Arquitetura - PBA (representação gráfica + relatório técnico) será a base para o
desenvolvimento dos projetos complementares de engenharia (estrutura e instalações)

Art 4º O item 1.3 da Parte I do Regulamento Técnico aprovado pela RDC nº 50/2002 passa a vigorar com
a seguinte redação: 1.3 RESPONSABILIDADES1.3.1. Cabe a cada área técnica o desenvolvimento do
projeto executivo respectivo. O projeto executivo completo da edificação será constituído por todos os
projetos especializados devidamente compatibilizados, de maneira a considerar todas as suas
interferências. 1.3.2. Só serão analisados pelas vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais, projetos
elaborados por técnicos ou firmas legalmente habilitados pelo Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia - CREA local. 1.3.3. O autor ou autores dos projetos devem assinar todas as
peças gráficas dos projetos respectivos, mencionando o número do CREA e providenciar sempre a ART
(Anotação de Responsabilidade Técnica) correspondente e recolhida na jurisdição onde for elaborado o
projeto. 1.3.4. O autor ou autores do projeto de arquitetura e o responsável técnico pelo estabelecimento
de saúde devem assinar o Relatório Técnico descrito no item 1.2.2.1.2., mencionando o seu número de
registro no órgão de classe. A aprovação do projeto não eximirá seus autores das responsabilidades
estabelecidas pelas normas, regulamentos e legislação pertinentes às atividades profissionais. O projeto
deverá ser encaminhado para aprovação formal nos diversos órgãos de fiscalização e controle, como
Prefeitura Municipal, Corpo de Bombeiros e entidades de proteção sanitária e do meio ambiente, assim
como, será de responsabilidade do autor ou autores do projeto a introdução das modificações necessárias
à sua aprovação. Art. 5º O item 1.6 da Parte I do Regulamento Técnico aprovado pela RDC nº 50/2002
passa a vigorar com a seguinte redação: Para a execução de qualquer obra nova, de reforma ou de
ampliação de estabelecimento assistencial de saúde-EAS é exigida a avaliação do projeto físico em
questão pela Vigilância Sanitária local (estadual ou municipal), que licenciará a sua execução, conforme o
inciso II do art. 10 e art. 14 da Lei 6437/77 que configura as infrações à legislação sanitária federal, Lei
8080/90 - Lei Orgânica da Saúde e Constituição Federal. A avaliação de projetos físicos de EAS exige a
documentação denominada PBA - Projeto Básico de Arquitetura (representação gráfica + relatório
técnico), conforme descrito no item 1.2.2.1 e ART prevista no item 1.3 dessa Resolução. Quando do
término da execução da obra e solicitação de licença de funcionamento do estabelecimento, as vigilâncias
sanitárias estaduais ou municipais farão inspeção no local para verificar a conformidade do construído
46

com o projeto aprovado anteriormente. A equipe de inspeção deve possuir necessariamente um


profissional habilitado pelo sistema CREA/CONFEA. O proprietário deve manter arquivado em conjunto
com o projeto aprovado pela vigilância sanitária, as ARTs referentes aos projetos complementares de
estruturas e instalações, quando couber, conforme previsto no item 1.3 dessa Resolução. Art. 6º O item
1.6.1 do Regulamento Técnico aprovado pela Resolução nº 50/2002 passa a vigorar com a seguinte
redação: A avaliação do PBA pelas vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais, compreende a análise
do projeto por uma equipe multiprofissional e elaboração de parecer técnico assinado no mínimo por
arquiteto, engenheiro civil, ou outro técnico legalmente habilitado pelo sistema CREA/CONFEA, para as
atividades em questão. O parecer deverá descrever o objeto de análise e conter uma avaliação do projeto
básico arquitetônico quanto a: · Adequação do projeto arquitetônico às atividades propostas pelo EAS -
verificação da pertinência do projeto físico apresentado com a proposta assistencial pretendida, por
unidade funcional e conjunto do EAS, objetivando o cumprimento da assistência proposta; ·
Funcionalidade do edifício - verificação dos fluxos de trabalho/materiais/insumos propostos no projeto
físico, visando evitar problemas futuros de funcionamento e de controle de infecção (se for o caso) na
unidade e no EAS como um todo; · Dimensionamento dos ambientes - verificação das áreas e dimensões
lineares dos ambientes propostos em relação ao dimensionamento mínimo exigido por este regulamento,
observando uma flexibilidade nos casos de reformas e adequações, desde que justificadas as diferenças
e a não interferência no resultado final do procedimento a ser realizado; · Instalações ordinárias e
especiais - verificação da adequação dos pontos de instalações projetados em relação ao determinado
por este regulamento, assim como das instalações de suporte ao funcionamento geral da unidade (ex.:
sistema de ar condicionado adotado nas áreas críticas, sistema de fornecimento de energia geral e de
emergência (transformadores, e gerador de emergência e no-break), sistema de gases medicinais
adotado, sistema de tratamento de esgoto e sistema de tratamento de resíduos de serviços de saúde-RSS
, quando da instalação de sistemas para esses fins, e equipamentos de infra-estrutura, tais como:
elevadores, monta-cargas, caldeiras, visando evitar futuros problemas decorrentes da falta dessas
instalações; · Especificação básica dos materiais - verificação da adequação dos materiais de
acabamento propostos com as exigências normativas de uso por ambiente e conjunto do EAS, visando
adequar os materiais empregados com os procedimentos a serem realizados. O parecer deve ser
conclusivo e conter a análise do PBA sobre cada um dos itens acima relacionados, identificando os
problemas existentes de forma descritiva e solicitando as alterações ou complementações necessárias
para a correção, assim como conter a observação da necessidade de apreciação e aprovação do projeto
pelos órgãos competentes do nível local para execução da obra. No caso de obras públicas, o parecer
deve conter ainda a observação quanto à exigência de conclusão dos projetos de instalações e estruturas
(Lei 8.666 em seus artigos 6º e 7º e Resolução CONFEA n.º 361/91), assim como sua apreciação e
aprovação pelos órgãos competentes do nível local, quando couber, para realização do processo de
licitação e conseqüente execução da obra.

Nota: As peças gráficas e descritivas do PBA analisado devem possuir registro de identificação do parecer
técnico emitido, com data, nome, assinatura e número de inscrição no Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia-CREA, do responsável pelo parecer. Art. 7º O item 1.6.2 da Parte I do
Regulamento Técnico aprovado pela RDC nº 50/2002 passa avigorar com a seguinte redação: Para
edificações novas, sejam estabelecimentos completos ou partes a serem ampliadas, é obrigatória a
aplicação total desta norma e da legislação em vigor. |Para obras de reforma e adequações, quando
esgotadas todas as possibilidades sem que existam condições de cumprimento integral desta norma,
devem-se privilegiar os fluxos de trabalho/material/paciente (quando houver), adotando-se a seguinte
documentação complementar, que será analisada em conjunto com o projeto básico de arquitetura: 1 -
Planta baixa com leiaute dos equipamentos não portáteis (quando houver) e mobiliário principal, com as
devidas dimensões consignadas ou representadas em escala; 2 - Declaração do projetista e do
responsável pelo EAS de que o projeto proposto atende parcialmente as normas vigentes para o
47

desenvolvimento das atividades assistenciais e de apoio previstas, relacionando as ressalvas que não
serão atendidas e o modo como estão sendo supridas no projeto em análise. Procedimento igual ao das
reformas deve ser seguido quando se tratar da adoção de uma nova tecnologia não abordada pela
legislação sanitária, diferente das usuais. Em todos os casos, os projetos deverão ser acompanhados de
relatório técnico conforme explanado no item 1.2.2.1 do item Elaboração de Projetos Físicos desta norma.
A Gerência do Estabelecimento de Saúde deve manter arquivados os projetos aprovados, mantendo-os
disponíveis para consulta por ocasião das inspeções ou fiscalizações. A direção do Estabelecimento de
Saúde deverá encaminhar as vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais , os projetos físicos referentes
as modificações na estrutura física que impliquem mudanças de fluxos ou alteração substancial de leiaute
ou incorporação de nova atividade, para que sejam avaliadas, segundo as normas vigentes. A área
técnica de análise de projetos da vigilância sanitária estadual ou municipal poderá solicitar os projetos
complementares de estruturas e instalações ordinárias e especiais, conforme dispõe os itens 1.2.1.3. e
1.2.2.2. do capítulo - Elaboração de Projetos Físicos, quando couber. Art. 8º O item 1.6.3 da Parte I do
Regulamento Técnico aprovado pela RDC nº 50/2002 passa avigorar com a seguinte redação: 1.6.3.
Obras Financiadas por Órgãos Públicos As obras a serem financiadas por órgãos públicos terão seus
projetos físicos avaliados conforme as orientações contidas nas normas de financiamento Nestes órgãos,
sem prejuízo dos definido nesta Resolução, em especial do item 1.6. Art. 9º Todos os projetos de
estabelecimentos de saúde devem dar entrada no setor de protocolo das vigilâncias sanitárias estaduais
ou municipais, quando da solicitação de avaliação dos mesmos. I - Só serão protocolados os projetos
cuja documentação esteja completa, conforme o item 1.6 do Regulamento Técnico aprovado pela RDC nº
50/2002. Art. 10 Mediante a entrega de toda a documentação para a análise, será fixado um prazo
máximo 90dias, contados a partir da data do protocolo, ou inferior, definido em função da capacidade
operacional de cada vigilância sanitária, para entrega do parecer técnico ou aprovação do projeto,
assinado por técnico das vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais. Art. 11 As vigilâncias sanitárias
estaduais ou municipais devem possuir um setor responsável pela análise e aprovação dos projetos
físicos de estabelecimentos de saúde.

Art. 12 A aprovação dos projetos de estabelecimentos de saúde pelas vigilâncias sanitárias estaduais ou
municipais, não exclui a necessidade de sua avaliação pelos demais órgãos competentes da
administração pública para respectiva aprovação, nem exime o responsável pelo estabelecimento de
saúde do atendimento das demais obrigações legais.

Art. 13 A aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde nas vigilâncias sanitárias
estaduais ou municipais devem atender preferencialmente as seguintes atividades:

I. Solicitação de consulta prévia do projeto físico por parte do interessado no setor de análise de projetos
da vigilância sanitária (opcional) II. Entrega do projeto físico no setor de protocolo da vigilância sanitária
ou da secretaria de saúde, conforme definição administrativa local ; III. Abertura de processo com o
projeto; IV. encaminhamento do processo para o setor de análise de projetos da vigilância sanitária; V.
Análise do projeto com emissão de parecer técnico; VI. encaminhamento de exigências ao interessado (se
for o caso);

VII. recebimento do projeto corrigido pelo interessado no setor de protocolo (se for o caso);

VIII. Re-análise do projeto; IX. Aprovação do projeto pelo setor de análise de projetos da vigilância
sanitária , ao serem atendidas as exigências, com emissão de parecer técnico final;

X. Entrega ao interessado de uma cópia do projeto aprovado com carimbo da vigilância sanitária estadual
ou municipal, nas plantas e no relatório técnico; XI. Arquivamento na vigilância sanitária estadual ou
48

municipal dos projetos físicos, do relatório técnico aprovado e do parecer final carimbados. Art 14 As
vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais devem elaborar material informativo, disponibilizado através
de seu protocolo e meios de comunicação, contendo todas as instruções necessárias a análise e
aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde, de modo a divulgar essas informações aos
interessados. Art. 15 A inobservância das normas aprovadas por esta Resolução, constitui infração à
Legislação Sanitária Federal, conforme dispõe o artigo 10, incisos II e III, da Lei Nº 6437, de 20 de agosto
de 1977, bem como Legislação Estadual pertinente. Art. 16 Os municípios, habilitados em Gestão Plena
de Sistema, que possuírem serviços de vigilância sanitária devidamente estruturados, com profissional
habilitado nos termos do item 1.6.1. do Regulamento Técnico aprovado pela RDC nº 50/2002 deverão
analisar, avaliar e aprovar os projetos físicos de estabelecimentos de saúde localizados em seus limites
territoriais, cabendo ao estado prestar assessoria técnica quando solicitado. Art. 17 A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde prestará cooperação técnica às secretarias estaduais e
municipais de saúde, a fim de orientá-las sobre o exato cumprimento e interpretação desta resolução. Art.
18 As secretarias estaduais e municipais de saúde podem estabelecer normas de caráter supletivo ou
complementar a fim de adequar o disposto nesta Resolução às especificidades locais.

Art. 19 Projetos que já se encontram em trâmite de análise seguirão as normas anteriores a esta
Resolução. Projetos já aprovados e com obra não iniciada terão sua aprovação validada por 180 dias.
Projetos já aprovados e com obra já iniciada terão seu trâmite conforme rotina anterior a esta Resolução.
Art. 20 As secretariais estaduais e municipais terão um prazo de 180 dias a contar da data da publicação
desta Resolução para se adequar ao disposto nesta Resolução. Art. 21 Esta Resolução da Diretoria
Colegiada entrará em vigor na data da sua publicação.

CLÁUDIO MAIEROVITCH PESSANHA HENRIQUES_Agência Nacional de Vigilância Sanitária - SEPN


515, Bl.B, Ed.Ômega - Brasília (DF) CEP 70770-502 - Tel: (61) 3448-1000 - Disque Saúde: 0 800 61
1997
49

Anexo II

Portaria MS 2.616 / 98, que regulamenta as ações de controle de infecção


hospitalar no país, em substituição a Portaria MS 930 / 92. As principais
alterações são comentadas a seguir, ao lado de uma análise crítica a respeito de
suas repercussões para a assistência à saúde em nosso país.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Gabinete do Ministro
Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998
O Ministro de Estado da Saúde, Interino, no uso das suas atribuições que lhe
confere o art. 87, inciso II da Constituição, e
Considerando as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde
dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de
qualificação da assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no
âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes ao seu
funcionamento;
Considerando que o Capítulo I art. 5º e inciso III da Lei nº 8.080 de 19 de
setembro de 1990, estabelece como objetivo e atribuição do Sistema Único de
Saúde (SUS), “a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da Saúde com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas”,
Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora os órgãos estaduais de
saúde deverão observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela
instituição prestadora de serviços, de meios de proteção capazes de evitar efeitos
nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos circunstantes (Decreto nº
77.052, de 19 de janeiro de 1976, art. 2º, inciso IV);
Considerando os avanços técnico-científico, os resultados do Estudo Brasileiro
da Magnitude das Infecções hospitalares. Avaliação da Qualidade das Ações de
Controle de Infecção Hospitalar, o reconhecimento mundial destas ações como as
que implementam a melhoria da qualidade da assistência à Saúde, reduzem
esforços, problemas, complicações e recursos;
Considerando a necessidade de informações e instrução oficialmente constituída
para respaldar a formação técnico-profissional, resolve:
Art. 1º Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV, e V, diretrizes e normas para a
prevenção e o controle das infecções hospitalares.
Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da
gravidade das infecções dos hospitais, compõem o Programa de Controle de
infecções Hospitalares.
Art. 3º A secretaria de Política de Saúde, do Ministério da Saúde, prestará
cooperação técnica às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de
orientá-las sobre o exato cumprimento e interpretação das normas aprovadas por
esta Portaria.
50

Art. 4º As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão adequar as


normas conforme prevê a Constituição da República Federativa do Brasil de
1988.
Art. 5º A inobservância ou o descumprimento das normas aprovadas por esta
Portaria sujeitará o infrator ao processo e às penalidades previstas na Lei nº
6.437, de 20 agosto de 1977, ou outra que a substitua, com encaminhamento dos
casos ou ocorrências ao Ministério Público e órgãos de defesa do consumidor
para aplicação da legislação pertinente (Lei nº 8.078/90 ou outra que a substitua).
Art 6º Este regulamento deve ser adotado em todo território nacional, pelas
pessoas jurídicas e físicas, de direito público e privado envolvidas nas atividades
hospitalares de assistência à saúde.
Art 7º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.
Art 8º Fica revogada a Portaria nº 930, de 27 de agosto de 1992.
Barjas Negri

Programa de Controle de Infecção Hospitalar


ANEXO I
ORGANIZAÇÃO
1. O Programa de Controle de Infecção Hospitalares (PCIH) é um conjunto de
ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução
máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares.
2. Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade
máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção
hospitalar.
2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível
superior, formalmente designados.
2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores.
2.2.1 O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da
mesma, indicado pela direção do hospital.
2.3 Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços:
2.3.1 serviço médico;
2.3.2 serviço de enfermagem;
2.3.3 serviço de farmácia;
2.3.4 laboratório de microbiologia;
2.3.5 administração.
2.4 Os hospitais com número de leitos igual ou inferior a 70 (setenta) atendem os
números 2.3.1 e 2.3.2.
2.5 Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de
Infecção hospitalar e, portanto, são encarregados da execução programada de
controle de infecção hospitalar;
2.5.1. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível
superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste
número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4
(quatro) horas para os demais profissionais.
51

2.5.1.1. - Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um


enfermeiro.
2.5.1.2. - A carga horária diária, dos membros executores, deverá ser calculada
na base da proporcionalidade de leitos indicado no número 2.5.1.
2.5.1.3. - Nos hospitais com leitos destinados a paciente críticos, a CCIH deverá
ser acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os
membros executores terão acrescidas 2 (duas) horas semanais de trabalho para
cada 10 (dez) leitos ou fração.
2.5.1.3.1. Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes críticos:
2.5.1.3.1.1. pacientes de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal);
2.5.1.3.1.2. pacientes de berçário de alto risco;
2.5.1.3.1.3. pacientes queimados;
2.5.1.3.1.4. pacientes submetidos a transplantes de órgãos;
2.5.1.3.1.5. pacientes hemato-oncológicos;
2.5.1.3.1.6. pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
2.5.1.4 - Admite-se, no caso do número 2.5.1.3., o aumento do número de
profissionais executores na CCIH, ou a relativa adequação de carga horária de
trabalho da equipe original expressa no número 2.5.1;
2.5.1.5 - Em hospitais com regime exclusivo de internação tipo paciente-dia,
deve-se atender aos números 2.1, 2.2 e 2.3, e com relação ao número 2.5.1., a
carga de trabalho dos profissionais será de 2 (duas) horas diárias para o
enfermeiro e 1 (uma) hora para os demais profissionais, independente do número
de leitos da instituição.
2.5.1.6 - Os hospitais poderão consorciar-se no sentido da utilização recíproca de
recursos técnicos, materiais e humanos, com vistas à implantação e manutenção
do Programa de Controle da infecção Hospitalar.
2.5.1.7 - Os hospitais consorciados deverão constituir CCIH própria, conforme os
números 2 e 2.1, com relação aos membros consultores, e prover todos os
recursos necessários à sua atuação.
2.5.1.8 - O consórcio deve ser formalizado entre os hospitais componentes. Os
membros executores, no consórcio, devem atender aos números 2.5.1, 2.5.1.1,
2.5.1.2, 2.5.1.3 e 2.5.1.4.
COMPETÊNCIAS
3. A CCIH do hospital deverá:
3.1 elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção
hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição,
contemplando no mínimo, ações relativas a:
3.1.1 implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções
Hos-pitalares, de acordo com o Anexo III;
3.1.2 adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-
operacionais, visando a prevenção e controle das infecções hospitalares;
3.1.3 capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que
diz respeito à prevenção e controle das infecções hospitalares;
3.1.4 uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-
hospitalares;
3.2 avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema
de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de
controle propostas pelos membros executores de CCIH;
52

3.3 realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado,


e implantar medidas imediatas de controle;
3.4 elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à
autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a
situação do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate
na comunidade hospitalar;
3.5 elaborar, implantar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções
em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento;
3.6 adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas
técnico-operacionais, visando à prevenção e ao tratamento das infecções
hospitalares;
3.7 definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política
de utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para
a instituição;
3.8 cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento,
com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e
profissionais, no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares;
3.9 elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar;
3.10 cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer,
prontamente, as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades
competentes;
3.11 notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de
gestão do SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob
vigilância epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos
serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de
saúde coletiva;
3.12 notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo
de gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecção
associadas à utilização de insumos e/ou produtos industrializados.
4. Caberá à autoridade máxima da instituição:
4.1 constituir formalmente a CCIH;
4.2 nomear os componentes da CCIH por meio de ato próprio;
4.3 propiciar a infra-estrutura necessária à correta operacionalização da CCIH;
4.4 aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH;
4.5 garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados
delibera-tivos e formuladores de política da instituição, como, por exemplo, os
conselhos técnicos, independente da natureza da entidade mantenedora da
instituição de saúde;
4.6 garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação
Municipal, Estadual/Distrital de Controle de Infecção Hospitalar;
4.7 Informar o órgão oficial municipal ou estadual quanto à composição da CCIH
e às alterações que venham a ocorrer;
4.8 fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal hospitalar.
5. À Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde,
compete:
5.1 definir diretrizes de ações de controle de infecção hospitalar;
53

5.2 apoiar a descentralização das ações de prevenção e controle de infecção


hospitalar;
5.3 coordenar as ações nacionais de prevenção e controle de infecção hospitalar;
5.4 estabelecer normas gerais para a prevenção e controle das infecções
hospitalares;
5.5 estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle de infecção
hospitalar;
5.6 promover a articulação com órgãos formadores, com vistas à difusão do
conteúdo de conhecimento do controle de infecção hospitalar;
5.7 cooperar com a capacitação dos profissionais de saúde para o controle de
infecção hospitalar;
5.8 identificar serviços municipais, estaduais e hospitalares para o
estabelecimento de padrões técnicos de referência nacional;
5.9 prestar cooperação técnica, política e financeira aos Estados e aos
Municípios, para aperfeiçoamento da sua atuação em prevenção e controle de
infecção hospitalar;
5.10 acompanhar e avaliar as ações implementadas, respeitadas as
competências estaduais/distrital e municipais de atuação, na prevenção e controle
das infecções hospitalares;
5.11 estabelecer sistema nacional de informações sobre infecção hospitalar na
área de vigilância epidemiológica;
5.12 estabelecer sistema de avaliação e divulgação nacional dos indicadores da
magnitude e gravidade das infecções hospitalares e da qualidade das ações de
seu controle;
5.13 planejar ações estratégicas em cooperação técnica com os Estados, Distrito
Federal e os Municípios;
5.14 acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção
hospitalar.
6. Às Coordenações Estaduais e Distrital de Controle de Infecção Hospitalar,
compete:
6.1 definir diretrizes de ação estadual/distrital, baseadas na política nacional de
controle de infecção hospitalar;
6.2 estabelecer normas, em caráter suplementar, para a prevenção e controle de
infecção hospitalar;
6.3 descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos
Municípios;
6.4 prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios, executando,
supletivamente, ações e serviços de saúde, caso necessário;
6.5 coordenar, acompanhar, controlar e avaliar as ações de prevenção e controle
de infecção hospitalar do Estado e Distrito Federal;
6.6 acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção
hospitalar;
6.7 informar, sistematicamente, à Coordenação de Controle de Infecção
Hospitalar, do Ministério da Saúde, a partir da rede distrital, municipal e hospitalar,
os indicadores de infecção hospitalar estabelecidos.
7. Às Coordenações Municipais de Controle de Infecção Hospitalar, compete:
7.1 coordenar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar na rede
hospitalar do Município;
54

7.2 participar do planejamento, da programação e da organização da rede


regionalizada e hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação
Estadual de controle de infecção hospitalar;
7.3 colaborar e acompanhar os hospitais na execução das ações de controle de
infecção hospitalar;
7.4 prestar apoio técnico às CCIH dos hospitais;
7.5 informar, sistematicamente, à Coordenação Estadual de controle de infecção
hospitalar do seu Estado, a partir da rede hospitalar, os indicadores de infecção
hospitalar estabelecidos.
Programa de Controle de Infecção Hospitalar
ANEXO II
CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES
HOSPITALARES
1. Conceitos básicos.
1.1 Infecção comunitária (IC):
1.1.1 é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente,
desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital.
1.1.2 São também comunitárias:
1.1.2.1 a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção
já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos com sinais
ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção;
1.1.2.2 a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é
co-nhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento
(exemplo: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e
AIDS);
1.1.2.3 As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa superior e 24
(vinte e quatro) horas.
1.2. Infecção hospitalar (IH):
1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste
durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a
internação ou procedimentos hospitalares.
2. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar, previamente estabelecidos e
descritos.
2.1 Princípios:
2.1.1 o diagnóstico das infecções hospitalares deverá valorizar informações
oriundas de:
2.1.1.1 evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da
análise de seu prontuário;
2.1.1.2 resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames
microbiológicos, a pesquisa de antígenos, anticorpos e métodos de visualização
realizados.
2.1.1.3 evidências de estudos com métodos de imagem;
2.1.1.4 endoscopia;
2.1.1.5 biópsia e outros.
2.2 Critérios gerais:
2.2.1 quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção
comunitária, foi isolado um germe diferente, seguido do agravamento das
condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como infecção
hospitalar;
55

2.2.2 quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não


houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da
internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de
infecção que se apre-sentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a
admissão;
2.2.3 são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas
antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a
procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados durante este período;
2.2.4 as infecções recém-nascido são hospitalares, com exceção das
transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior
a 24 (vinte e quatro) horas;
2.2.5 os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção,
são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem
infecção hospitalar. Nestes casos, a Coordenação Estadual/Distrital/Municipal
e/ou o hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como
infecção hospitalar naquele hospital.
3. Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica
3.1 as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas conforme o potencial de
contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de microrganismos
presentes no tecido a ser operado;
3.2 a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico, pelo
cirurgião, de acordo com as seguintes indicações;
3.2.1 Cirurgias Limpas - são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis
de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou
falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção
e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetração nos tratos
digestivos, respiratório ou urinário;
3.2.2 Cirurgias Potencialmente Contaminadas - são aquelas realizadas em
tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas
técnicas discretas no trans-operatório. Cirurgias com drenagem aberta
enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivos,
respiratório ou urinário sem contaminação significativa.
3.2.3 Cirurgias Contaminadas - são aquelas realizadas em tecidos recentemente
traumatizados e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja
descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que
tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Na
presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, ou
grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária
também se incluem nesta categoria.
3.2.4 Cirurgias Infectadas - são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em
qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local)
e/ou tecido necrótico.

ANEXO III
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DAS
INFECÇÕES HOSPITALARES
56

1. Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares é a observação ativa,


sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes,
hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o risco de sua
ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle.
2. A CCIH deverá escolher o método de Vigilância Epidemiológica mais
adequado às características do hospital, à estrutura de pessoal e à natureza do
risco da assistência, com base em critérios de magnitude, gravidade,
redutibilidade das taxas ou custo;
2.1 São indicados os métodos prospectivos, retrospectivos e transversais,
visando determinar taxas de incidência ou prevalência.
3. São recomendados os métodos de busca ativos de coleta de dados para
Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares.
4. Todas as alterações de comportamento epidemiológico deverão ser objeto de
in-vestigação epidemiológica específica.
5. Os indicadores mais importantes a serem obtidos e analisados periodicamente
no hospital e, especialmente, nos serviços de Berçário de Alto Risco, UTI
(adulto/pediátrica/neonatal) Queimados, são;
5.1 Taxa de Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número
de episódios de infecção hospitalar no período considerado e como denominados
o total de saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no mesmo período;
5.2 Taxa de Pacientes com Infecção Hospitalar, calculada tomando como
numerador o número de doentes que apresentam infecção hospitalar no período
considerado, e como denominador o total de saídas (altas, óbitos e
transferências) ou entradas no período;
5.3 Distribuição Percentual das Infecções Hospitalares por localização
topográfica no paciente, calculada tendo como numerador o número de episódios
de infecção hospitalar em cada topografia, no período considerado e como
denominador o número total de episódios de infecção hospitalar ocorridos no
período;
5.4 Taxa de Infecções Hospitalares por Procedimento, calculada tendo como
numerador o número de pacientes submetidos a um procedimento de risco que
desenvolveram infecção hospitalar e como denominador o total de pacientes
submetidos a este tipo de procedimento.
Exemplos:
Taxa de infecção do sitio cirúrgico, de acordo com o potencial de contaminação.
Taxa de infecção urinária após cateterismo vesical.
Taxa de pneumonia após uso de respirador.
5.5 Recomenda-se que os indicadores epidemiológicos dos números 5.1 e 5.2
sejam calculados utilizando-se no denominador o total de pacientes dia, no
período.
5.5.1. O número de pacientes dia é obtido somando-se os dias totais de
permanência de todos os pacientes no período considerado.
5.6 Recomenda-se que o indicador do inúmero 5.4 pode ser calculado utilizando-
se como denominador o número total de procedimentos dia.
5.6.1. O número de pacientes dia é obtido somando-se o total de dias de
permanência do procedimento realizado no período considerado.
5.7. outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a
ocorrência respectiva o indicar, da mesma forma que é de utilidade o
57

levantamento das taxas de infecção do sitio cirúrgico, por cirurgião e por


especialidade.
5.8 Freqüência das Infecções Hospitalares por Microrganismos ou por etiologia,
calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar
por microrganismo e como denominador o número de episódios de infecções
hospitalares que ocorreram no período considerado.
5.9 Coeficiente de Sensibilidade aos Antimicrobianos, calculado tendo como
numerador o número de cepas bacterianas de um determinado microrganismo
sensível e determinado antimicrobiano e como denominador o número total de
cepas testadas do mesmo agente com antibiograma realizado a partir das
espécimes encontradas.
5.10. Indicadores de uso de antimicrobianos.
5.10.1 Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos (uso profilático ou te-
rapêutico) no período considerado. Pode ser especificado por clínica de
internação. É calculado tendo como numerador o total de pacientes em uso de
antimicrobiano e como denominador o número total de pacientes no período.
5.10.2 Freqüência com que cada antimicrobiano é empregado em relação aos
demais, É calculada tendo como numerador o total de tratamentos iniciados com
determinado antimicrobiano no período, e como denominador o total de
tratamentos com antimicrobianos iniciados no mesmo período.
5.11 Taxa de letalidade associada a infecção hospitalar, é calculada tendo como
numerador o número de óbitos ocorridos de pacientes com infecção hospitalar no
período considerado, e como denominador o número de pacientes que
desenvolveram infecção hospitalar no período.
5.12 Consideram-se obrigatórias as informações relativas aos indicadores
epidemiológicos 5.1, 5.2, 5.3 e 5.11, no mínimo com relação aos serviços de
Berçário de alto risco, UTI (adulto/ pediátrica/neonatal) e queimados.
6. Relatórios e Notificações
6.1 A CCIH deverá elaborar periodicamente um relatório com os indicadores
epidemiológicos interpretados e analisados. Esse relatório deverá ser divulgado a
todos os serviços e à direção, promovendo-se seu debate na comunidade
hospitalar.
6.2 O relatório deverá conter informações sobre o nível endêmico das infecções
hospitalares sob vigilância e as alterações de comportamento epidemiológico
detectadas, bem como as medidas de controle adotadas e os resultados obtidos.
6.3 É desejável que cada cirurgião receba, anualmente, relatório com as taxas de
infecção em cirurgias limpas referentes às suas atividades, e a taxa média de
infecção de cirurgias limpas entre pacientes de outros cirurgiões de mesma
especialidade ou equivalente.
6.4 O relatório de vigilância epidemiológica e os relatórios de investigações
epidemiológicas deverão ser enviados às Coordenações Estaduais/
Distrital/Municipais e à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do
Ministério da Saúde, conforme as normas específicas das referidas
Coordenações.
Programa de Controle de Infecção Hospitalar
ANEXO IV
LAVAGEM DAS MÃOS
58

1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos
e punhos, utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágüe abundante em
água corrente.
2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a
prevenção e controle das infecções hospitalares.
3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que
envolvam mucosas, sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.
4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária,
durante a assistência a um único paciente, sempre que envolver contato com
diversos sítios corporais, entre cada uma das atividades.
4.1 A lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos é realizada sempre antes dos
procedimentos cirúrgicos.
5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de anti-séptico deve considerar
o tipo de contato, o grau de contaminação, as condições do paciente e o
procedimento a ser realizado.
5.1 A lavagem das mãos com anti-séptico é recomendada em;
realização de procedimentos invasivos;
prestação de cuidados a pacientes críticos;
contato direto com feridas e/ou dispositivos, tais como cateteres e drenos.
6. Devem ser empregadas medidas e recursos com o objetivo de incorporar a
prática da lavagem das mãos em todos os níveis de assistência hospitalar.
6.1 A distribuição e a localização de unidades ou pias para lavagem das mãos,
de forma a atender à necessidade mas diversas áreas hospitalares, além da
presença dos produtos, é fundamental para a obrigatoriedade da prática.
Programa de Controle de Infecção Hospitalar
ANEXO V
RECOMENDAÇÕES GERAIS.
1 A utilização dos anti-sépticos, desinfetantes e esterilizantes seguirá as
determinações da Portaria nº 15, de 23 de agosto de 1988, da Secretaria de
Vigilância Sanitária (SVS)/ do Ministério da Saúde e o Processamento de Artigos
e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde/MS, 2ª edição, 1994, ou outras que
as complementem ou substituam.
1.1 Não são recomendadas, para a finalidade de anti-sepsia, as formulações
contendo mercuriais orgânicos, acetona, quaternário de amônio, líquido de Dakin,
éter e clorofórmio.
2. As normas de limpeza, desinfecção e esterilização são aquelas definidas pela
publicação do Ministério da Saúde, Processamento de Artigos e Superfícies em
Estabele-cimentos de Saúde, 2ª edição, 1994 - princípios ativos liberados
conforme os definidos pela Portaria nº 15, SVS, de 23 de agosto de 1988, ou
outras que a complementem ou substituam.
3. As normas de procedimentos na área de Microbiologia são aquelas definidas
pela publicação do Ministério da Saúde - Manual de Procedimentos Básicos em
Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Hospitalar, 1ª edição, 1991, ou
outras que as complementem ou substituam.
4. As normas para lavanderia são aquelas definidas pela publicação do Ministério
da Saúde - Manual de Lavanderia Hospitalar, 1ª edição, 1986, ou outras que as
complementem ou substituam.
59

5. A Farmácia Hospitalar seguirá as orientações contidas na publicação do


Ministério da Saúde - Guia Básico para a Farmácia Hospitalar, 1ª edição, 1994, ou
outras que as complemetem ou substituam.
(Of. nº 31/98)

2. Repercussões da Portaria MS 2.616 / 98 para o controle de infecções


A Portaria 2.616/98 representou a adequação da antiga regulamentação
ministerial às novas determinações da Lei Federal 9.431 de 06 de janeiro de
1997. A partir de um projeto de lei que aperfeiçoava a Portaria MS 930/ 92, esta
lei, aprovada pelo Congresso, foi vetada em vários de seus artigos, causando um
profundo impacto negativo, principalmente diante dos profissionais, que de
alguma forma atuavam no controle efetivo das in-fecções hospitalares. Apesar da
controvérsia instalada, a referida lei teve como aspecto positivo a destacar ter
tornado obrigatória a existência de uma Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares
(PCIH), definido como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e
sistematicamente, tendo como objetivo a redução máxima possível da incidência
e gravidade das infecções nosocomiais.
Como as portarias anteriores, a 2.616/98 é composta por cinco anexos com as
diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. O
anexo I trata da organização e competências do programa e da comissão de
controle de infecção. No anexo II temos conceito e critérios diagnósticos das
infecções hospitalares; no anexo III temos orientações sobre a vigilância
epidemiológica das infecções hospitalares e seus indicadores; nos anexos IV e V
observamos recomendações sobre a lavagem das mãos e outros temas como
uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia, dando ênfase à
observância de publicações anteriores do Ministério da Saúde.
O anexo I mantém as definições da CCIH e PCIH da Lei Federal. Há uma melhor
especificação da composição da CCIH, que deverá ter seus membros
formalmente designados pela direção do hospital, incluindo seu presidente, que
fará obrigatoriamente parte do conselho diretivo da instituição. Os membros são
divididos em consultores e executores, sendo estes últimos encarregados da
execução do PCIH, representando o ex- Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar (SCIH). Uma importante novidade é que a sua composição deve ser
informada ao órgão oficial municipal ou estadual.
Na composição deste serviço observamos uma importante alteração, ao
recomendar preferentemente um enfermeiro e que o segundo profissional de nível
superior não seja necessariamente um médico. À carga horária recomendada
anteriormente (6 horas diárias para o enfermeiro e 4 horas diárias para o outro
profissional, para cada 200 leitos) foram acrescidas duas horas adicionais de
trabalho diário para cada 10 leitos des-tinados aos pacientes críticos (terapia
intensiva, berçário de alto risco, queimados, transplante de órgãos, pacientes
hemato-oncológicos ou com AIDS). Isto parte do princípio que a vigilância e as
medidas de controle nestas unidades requerem atenção diferenciada. Entretanto,
esta composição deve acompanhar a política de recursos humanos do hospital
como um todo, particularmente nas instituições com deficiências de pessoal em
outras áreas essenciais do atendimento.
A competência da CCIH na Portaria 2616/98 é uma somatória do que foi
atribuído à CCIH e ao SCIH na recomendação anterior, acrescidas de novas e
60

importantes deter-minações, de acordo com as características e necessidades da


instituição. Dentre estas destacam-se: o uso racional de antimicrobianos,
germicidas e materiais médico-hospitalares. Além disso, em conjunto com a
Comissão de Farmácia e Terapêutica, deve definir uma política de utilização de
antimicrobianos e na ausência de um núcleo de epidemiologia deve informar às
autoridades sanitárias, os casos diagnosticados ou suspeitos de doenças de
notificação compulsória, relatar as informações epidemiológicas solicita-das e os
casos suspeitos de estarem relacionados à utilização de insumos ou produtos
industrializados. Estas novas recomendações objetivam tornar mais atuante as
ações de controle de infecção, integrando-as na estrutura administrativa da
instituição, substituindo seu papel eminentemente consultivo para participar com
maior profundidade dos processos decisórios. Além disso, aprimora a integração
do controle de infecção com as autoridades sanitárias.
Outro aspecto importante introduzido por esta nova portaria é a atribuição de
competências específicas ao Estado, seja a nível federal, estadual ou municipal.
Para a Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde
ficou a definição das diretrizes e sua coordenação geral, apoiando a
descentralização das ações, estabelecendo as normas, critérios, parâmetros e
métodos para o controle de infecções. É deste nível a responsabilidade para
promover a articulação com órgãos formadores, para a difusão do conhecimento
do controle de infecções, cooperando com a capacitação dos profissionais de
saúde, identificando serviços de referência. Destacamos que muitas destas
atividades, mesmo sem estar formalmente estabelecidas, já foram desenvolvidas
pelo Ministério da Saúde, mas depois foram inexplicavelmente abandonadas.
Além disto, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Política de Saúde e
da Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, deve cooperar técnica,
política e financeiramente com as ações desenvolvidas pelos Estados e
Municípios, acompanhando e avaliando-as, procurando estabelecer um sistema
nacional sobre infecção hospitalar, divulgando indicadores da sua magnitude,
gravidade e qualidade das ações de controle. Assim os dados seriam coletados
regionalmente e encaminhados ao Ministério da Saúde para uma consolidação de
caráter nacional. Logo, compete às coordenações Estaduais e Municipais definir
as normas locais, descentralizando efetivamente as ações, prestando apoio
técnico, financeiro e político aos municípios, acompanhando, avaliando e
divulgando os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar, além de
informá-los periodicamente ao Ministério da Saúde. Para os municípios cabe
adicionalmente acompanhar os hospitais nas ações de controle de infecção,
prestando apoio técnico à sua execução.
De acordo com o que foi noticiado pela imprensa leiga, existe uma tendência a
se tornar as infecções hospitalares uma doença de notificação compulsória.
Apesar da importância inquestionável de termos dados nacionais a respeito deste
problema de saúde pública, esta medida deve ser repensada, tendo em vista o
questionável valor prático de sua implantação neste moldes e principalmente das
possíveis repercussões no atendimento à saúde, particularmente para os que são
assistidos pela iniciativa privada, onde muitas vezes as patologias de notificação
compulsória não são cobertas pela preestabelecida abrangência contratual de
assistência. Assim tememos as sérias conseqüências para cada um destes
pacientes, que ficariam a mercê de seus próprios recursos, de eventuais
demandas jurídicas contra os hospitais ou seus convênios, ou estariam
61

sobrecarregando o sistema público de atendimento, como já acontece com a


maioria das doenças que atualmente são de notificação compulsória. Ao nosso
ver, seria preferível que as instituições fossem efetivamente obrigadas a notificar
periodicamente seus indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar e estes
dados seriam consolidados em um sistema de vigilância epidemiológica, como
aliás está recomendado atualmente.
Os critérios diagnósticos de infecção hospitalar, discutidos no anexo II, sofreram
uma importante alteração no que refere à classificação das infecções em recém-
nascidos. Assim, passaram a ser consideradas comunitárias, além das
transmitidas de forma trans-placentária, aquelas associadas à bolsa rota por
período superior a 24 horas. Outro ponto enfatizado é a necessidade de se
informar os casos de IH adquiridas em outro hospital à Coordenação
Estadual/Distrital/Municipal ou à instituição de origem.
Este mesmo anexo apresenta uma classificação das cirurgias por potencial de
contaminação, que, de acordo com sua recomendação, deverá ser feita pelo
cirurgião, ao final do ato operatório. Basicamente, o princípio que norteia estes
critérios, coincide com o exposto no decorrer deste livro, ou seja o intra-operatório
determina a classificação e não mais aquelas “famosas” listas de procedimentos,
que classificavam-no arbitrária e previamente. Assim, as cirurgias limpas são as
realizadas sem intercorrências em tecidos estéreis. As operações potencialmente
contaminadas ocorrem em tecidos colonizados com flora pouco numerosa e em
tecidos estéreis mas com falhas técnicas discretas ou drenagem. Os
procedimentos contaminados são executados nos casos de tecidos recen-
temente traumatizados ou abertos, falhas técnicas grosseiras, inflamação aguda,
cicatrização em segundo intenção, ou em locais com flora bacteriana abundante.
Finalmente, as cirurgias infectadas são aquelas realizadas em presença de
supuração ou necrose.
No anexo III, o conceito de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares
determina a observação ativa, sistemática e contínua da sua distribuição e dos
eventos e condições que afetam sua ocorrência. Inclui também a possibilidade de
avaliar pacientes não hospitalizados, nos métodos de vigilância pós alta e
principalmente que as atividades devem ser realizadas “com vistas à execução
oportuna das ações de prevenção e controle”, ou seja a consolidação e
interpretação dos dados deve ser ágil, indicando rapidamente as prioridades das
ações de controle, possibilitando resultados práticos desta atividade. Permanece
a recomendação pelos métodos ativos de vigilância, que deverão ser adequados
às características do hospital. Foi introduzida também a possibilidade de realizar o
método apenas em determinados setores do hospital, de acordo com as opções
desenvolvidas pelos componentes da metodologia NNIS.
É obrigatório pelo menos o cálculo da taxa de infecção hospitalar; taxa de
pacientes com infecção hospitalar; distribuição percentual dos episódios de IH; e
a taxa de letalidade associada a infecção hospitalar. Os dois primeiros podem ser
obtidos em relação ao total de diárias (pacientes-dia) e não apenas em relação às
saídas, calculando-se assim a taxa de densidade, que melhor reflete a exposição
dos doentes a estes episódios. É recomendado que a freqüência das infecções
por microorganismos seja calculada a partir do número de episódios de infecção
hospitalar e não pelo total de agentes isolados, caso em que obtemos a sua
distribuição. É sugerido que o dimensionamento do consumo de antibióticos seja
feito através do cálculo do percentual de pacientes que utilizaram estas drogas e
62

pela freqüência relativa do emprego de cada princípio ativo. Ressaltamos que o


cálculo da Dose Diária Definida, recomendada pelo Manual de Farmácia
Hospitalar editado pelo próprio Ministério da Saúde, é um melhor indicador da
utilização destas drogas.
O anexo IV é dedicado especificamente à lavagem das mãos, identificada como
a mais importante ação para o controle das infecções hospitalares, devendo ser
realizada após contatos que envolvam mucosas, secreções, excretas e sangue ou
outros fluídos corpóreos. Mesmo na assistência a um único paciente ela deve ser
realizada sempre que envolver a manipulação de um outro sítio corporal.
Adicionalmente é recomendada a lavagem com anti-sépticos na realização de
procedimentos invasivos, prestação de cuidados a doentes críticos e no contato
direto com feridas ou dispositivos invasivos como catéteres e drenos. Por sua vez,
o anexo V trás recomendações gerais sobre o uso de germicidas (mantendo a
proibição do emprego de vários anti-séptico tradicionais), normas para limpeza,
desinfecção e esterilização, além de orientações para os procedimentos na área
de microbiologia, lavanderia e farmácia, sempre recomendando o seguimento das
orientações definidas em portarias e normas previamente elaboradas pelo
Ministério da Saúde.

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