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AVIES ENSINO SUPERIOR DE VITÓRIA LTDA INSTITUTO DE

ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO AVANÇADA DE VITÓRIA -


IESFAVI
CURSO: FARMÁCIA

MAELI BORLOT DE FRANÇA

VAGNER MARTINS VALADÃO

PERFIL DOS USUÁRIOS DE


DESCONGESTIONANTES NASAIS TÓPICOS EM
UMA FARMÁCIA EM SERRA - ES

VITÓRIA - ES
2022
MAELI BORLOT DE FRANÇA
VAGNER MARTINS VALADÃO

PERFIL DOS USUÁRIOS DE


DESCONGESTIONANTES NASAIS TÓPICOS EM
UMA FARMÁCIA EM SERRA - ES

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao


Instituto de Ensino Superior e Formação Avançada
de Vitória – IESFAVI da AVIES Ensino Superior de
Vitória Ltda., como requisito parcial para obtenção
do grau de Bacharel em Farmácia.
Orientadora: Prof. Dra. Claudia Janaína Torres
Müller

VITÓRIA - ES
2022
MAELI BORLOT DE FRANÇA
VAGNER MARTINS VALADÃO

PERFIL DOS USUÁRIOS DE


DESCONGESTIONANTES NASAIS TÓPICOS EM
UMA FARMÁCIA EM SERRA - ES

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior e


Formação Avançada de Vitória – IESFAVI da AVIES Ensino Superior de Vitória
Ltda., como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Farmácia.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

________________________________
Prof. Dra. Cláudia Janaína Torres Müller
Ensino Superior e Formação Avançada
de Vitória - IESFAVI

_______________________________
Prof.
Ensino Superior e Formação Avançada
de Vitória - IESFAVI

_______________________________
Prof.
Ensino Superior e Formação Avançada
de vitória - IESFAVI
DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a todos os professores que muito me ensinaram ao longo do curso de
graduação. A Prof.ª. Drª. Cláudia Janaina Torres Müller pelas aulas e pela orientação de
como fazer um trabalho de conclusão de curso, gratidão pelo grande apoio ao longo do
período de elaboração deste trabalho, muito obrigado.

Vagner Martins Valadão


________________________________________________________________________

Dedico esse trabalho aos meus pais, que fizeram de tudo para a faculdade se tornar um
sonho possível.
A minha orientadora Prof.ª. Drª. Cláudia Janaína Torres Müller pela orientação desse
trabalho e a todos os professores que fizeram parte da minha graduação.

Maeli Borlot de França


________________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço а Deus, à instituição de ensino FAVI, essencial no meu


processo de formação profissional, sendo representada pelos seus colaboradores e
professores que com conselhos, com ajuda e paciência foram guia para o meu
aprendizado.
Agradeço a Maeli Borlot, integrante deste trabalho que desde o primeiro período do
curso esteve ao meu lado, obrigado pelo companheirismo.
Por fim agradeço a todos que participaram, de forma direta e indireta no
desenvolvimento deste trabalho, enriquecendo assim o meu processo de
aprendizado.

Vagner Martins Valadão


________________________________________________________________________

Agradeço a Deus por tudo que ele tem feito em minha vida.
A instituição FAVI pela oportunidade de realizar o curso bem como aos professores
que passaram pela minha trajetória. Em especial a Prof.ª. Drª. Cláudia Janaína
Torres Müller que lecionou algumas matérias durante a graduação e neste trabalho
de conclusão de curso tive o prazer de tê-la como orientadora, obrigada por todo
conhecimento compartilhado.
Ao meu Coordenador de curso Prof. Ms. Odilon Calian por todo apoio e suporte
durante a graduação.
Ao meu esposo Dennys River que me acompanhou desde o início da graduação e
sempre me incentivou.
Aos meus pais Marcos França (in memoriam) e Elida Borlot que me deram apoio e
suporte, vocês foram essenciais no meu desenvolvimento acadêmico.
As Minhas irmãs Marceli, Alida que estiveram sempre ao meu lado.
A minha dupla que desde o primeiro período esteve comigo Vagner Valadão,
agradeço toda a ajuda e o companheirismo.

Maeli Borlot de França


__________________________________________________________________
“Manter o corpo em boa saúde é um dever... do
contrário, não seremos capazes de manter a mente
forte e clara”. – (Buda)
RESUMO

A congestão nasal é um estado clínico caracterizado pela restrição do fluxo aéreo na


cavidade nasal, provocando desconforto respiratório. Para amenizar esse estado, a
maioria dos pacientes utiliza os descongestionantes nasais, vasoconstritores que
promovem o alívio dos sintomas. Os descongestionantes são os maiores
responsáveis pelo efeito rebote, causado pelo uso prolongado do fármaco e, apesar
dos potenciais riscos de agravo, observa-se o uso abusivo desses medicamentos,
de forma prevalente e muitas vezes, dependente, através da automedicação. Tal uso
irracional está ligado a diversos fatores como a falta de conhecimento dos perigos
do uso abusivo, da falta de orientação farmacêutica na dispensação e a facilidade
de compra. O objetivo desse estudo foi analisar o perfil dos usuários de
descongestionantes nasais tópicos que frequentam uma farmácia no município de
Serra – ES, utilizando-se da coleta de dados, através de um questionário
semiestruturado. Os resultados demonstram que não houve diferenças estatísticas
entre os participantes do sexo masculino e feminino, com faixa etária predominante
entre 21 e 30 anos (36,17%), a maioria solteiros (44,68%) e com ensino médio
completo (46,81%). A maioria dos participantes negam doenças crônicas ou o uso
de inibidores da monoaminaoxidase ou antidepressivos tricíclicos. Os indivíduos
fazem uso de descongestionante nasal tópico para alívio dos sintomas gripais
(80,85%), por conta própria (51,06%), apesar de afirmarem administrar o
medicamento conforme a prescrição médica (27,66%) ou a posologia (21,28%), mas,
25,53% dos entrevistados afirmam não fazer nenhum controle sobre a administração
do medicamento e do tempo de uso (38,30%). Observou-se que os indivíduos
raramente procuram orientação farmacêutica para sanar suas dúvidas sobre o uso
de medicamentos, apesar de demonstrarem interesse em receber informações sobre
a posologia, reações adversas e, se pelo seu histórico de saúde podem utilizar esses
vasoconstritores. Conclui-se que os participantes fazem uso de descongestionantes
nasais tópicos, através da automedicação principalmente, com intuito de aliviar os
sintomas gripais e alérgicos, sem controle sobre sua administração ou tempo de uso,
não procurando orientações farmacêuticas para tirar suas dúvidas e portanto,
caracterizando o uso indiscriminado, sem conhecer os potenciais riscos à saúde com
uso inadequado desses fármacos. É importante que o farmacêutico assuma suas
atribuições, orientando, promovendo o uso racional e prevenindo agravos.

Palavras-chave: Automedicação. Descongestionantes nasais. Farmácia.


Orientação. Uso de medicamentos.
ABSTRACT

Nasal congestion is a clinical condition characterized by airflow restriction in the nasal


cavity, causing respiratory distress. To alleviate this state, most patients use nasal
decongestants, vasoconstrictors that promote symptom relief. Decongestants are
most responsible for the rebound effect caused by prolonged use of the drug, and,
despite the potential risks of aggravation, the abusive use of these drugs is observed,
in a prevalent and often dependent way, through self-medication. Such irrational use
is linked to several factors such as lack of knowledge of the dangers of abusive use,
lack of pharmaceutical guidance in dispensing and ease of purchase. The objective
of this study was to analyze the profile of users of topical nasal decongestants who
attend a pharmacy in the city of Serra - ES, using data collection through a semi-
structured questionnaire. The results demonstrate that there were no statistical
differences between male and female participants, with a predominant age group
between 21 and 30 years (36.17%), most of them single (44.68%) and with complete
high school (46, 81%). Most participants deny chronic diseases or the use of
monoamine oxidase inhibitors or tricyclic antidepressants. Individuals use topical
nasal decongestant to relieve flu-like symptoms (80.85%), on their own (51.06%),
despite claiming to administer the medication according to the medical prescription
(27,66%) or dosage ( 21.28%), but 27.66% of respondents say they have no control
over the administration of the drug and the time of use (38.30%). It was observed that
individuals rarely seek pharmaceutical guidance to resolve their doubts about the use
of medications, despite showing interest in receiving information about dosage,
adverse reactions and, if, due to their health history, they can use these
vasoconstrictors. It is concluded that the participants make use of topical nasal
decongestants, mainly through self-medication, with the aim of relieving flu and
allergic symptoms, without control over their administration or time of use, not looking
for pharmaceutical guidelines to clear their doubts and therefore, characterizing
indiscriminate use, without knowing the potential health risks with inappropriate use
of these drugs. It is important that the pharmacist assumes his/her attributions,
guiding, promoting rational use, and preventing injuries.

Keywords: Self-medication. Nasal decongestants. Drugstore. Orientation.


Medication use.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária


CFF Conselho Federal de Farmácia
DN Descongestionante nasal
PRM Problemas relacionados à medicamentos
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO …………………...……………………….................………….11

2. REFERENCIAL TEÓRICO …………………………….................…………….13


2.1 A CONGESTÃO NASAL E OS VASOCONSTRITORES ……….....….…13
2.2 OS DESCONGESTIONANTES IMIDAZÓLICOS E SEUS EFEITOS
ADVERSOS ................................................................................................. 14
2.2.1 Nafazolina .......................................................................................... 14
2.2.2 Oximetazolina .................................................................................... 15
2.2.3 Tetraidrozolina .................................................................................. 16
2.2.4 Xilometazolina ................................................................................... 16
2.3 O USO INDISCRIMINADO RELACIONADO AOS
DESCONGESTIONANTES NASAIS ............................................................ 17
2.4 INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS E USO RACIONAL……………... 18

3. OBJETIVOS …………………………………………………………….............. 20

3.1 OBJETIVO GERAL ………………………………………………………..... 20


3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ………………………………………………. 20

4. METODOLOGIA ……………………………………………………….............. 21

4.1 PÚBLICO-ALVO ………..………………………………………….............. 21


4.2 INSTRUMENTO DE COLETA …………………………...…...…………… 21
4.3 PERÍODO DE COLETA/LOCAL DE COLETA …………..………………. 21
4.4 ANÁLISE DE DADOS ………………………………………………….…... 22

5. RESULTADOS ……………………………...………………………….............. 23

6. DISCUSSÃO ……………………………………………...…………….............. 31

7. CONCLUSÃO …………………............………………………………………... 35

8. REFERÊNCIAS ………………………………………............……………….... 36

9. APÊNDICES ……………………………………………………...…….............. 42
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................... 42
APÊNDICE B – Questionário ...................................................................... 43
11

1. INTRODUÇÃO

A congestão nasal é um estado clínico que se caracteriza pela restrição objetiva ao


fluxo aéreo na cavidade nasal, que acontece quando há o aumento da resistência
nasal ao fluxo de ar, mas na congestão nasal, os indivíduos manifestam desconforto
respiratório, o que pode comprometer a qualidade de vida (BRANCO; FERRARI;
WEBER, 2007; MENDES et al., 2012). Dentre os quadros clínicos onde podem
ocorrer a congestão nasal estão as sinusites, rinite alérgica, além de outras doenças
respiratórias. Para amenizar o estado de congestão nasal, a maioria dos pacientes
fazem o uso frequentemente de descongestionantes nasais (DN), que contém
principalmente substâncias vasoconstritoras, que promovem o alívio do sintoma
(BALBANI; DUARTE; MONTOVANI, 2004).

De forma geral, os DN podem pertencer às classes catecolaminas, como a efedrina,


epinefrina e fenilefrina ou a classe dos imidazolínicos, como a nafazolina,
tetraidrozolina e oximetazolina. Estes medicamentos imidazolínicos são os maiores
responsáveis pelo chamado efeito rebote, por causa de sua ação rápida e longa
duração (FREITAS, 2014). Esses medicamentos que possuem ação direta reduzem
de forma excessiva o tamanho de vasos sanguíneos, o que afeta diretamente a
nutrição da mucosa nasal. O efeito rebote ocorre quando o organismo tende a
compensar, usando mecanismos para aumentar o tamanho do vaso e desta forma,
leva a congestão nasal, e o indivíduo volta a utilizar tais medicamentos, tornando
este um ciclo vicioso (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO PARANÁ, 2018).

Apesar dos perigos do uso irracional de DN, observa-se o uso abusivo de DN, em
muitas ocasiões de forma prevalente e dependente por aqueles que fazem uso desse
fármaco, através da automedicação (CASTRO; MELLO; FERNANDES, 2016). De
fato, um estudo de Lague, Roithmann e Augusto (2013), observou um uso abusivo
de DN por acadêmicos de uma universidade privada do Rio Grande do Sul. No
estudo, os usuários admitiram fazer uso de DN por mais de uma e menos de duas
semanas (16 %), por até ́ 30 dias (10%), por dois meses (3%) e alguns por até um
ano ou mais (6,8%).
12

O uso irracional de DN pode estar relacionado a diversos fatores, dentre eles, a falta
de conhecimentos dos perigos do uso abusivo, falta de orientação farmacêutica na
dispensação e a facilidade de compra (CASTRO; MELLO; FERNANDES, 2016).

Segundo Dantas Junior (2021) tem-se pouco conhecimento sobre o perfil de uso
indiscriminado de medicamentos pela população e escassos estudos sobre a
utilização de fármacos para doenças respiratórias, tais como o uso dos DN. Sendo
assim, é relevante que um estudo que analise o perfil dos usuários de
descongestionantes em uma farmácia, de forma a compreender as motivações para
o uso e as orientações que recebem na aquisição desses medicamentos.

Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar o perfil dos usuários de


descongestionantes nasais tópicos que frequentam uma farmácia em Serra - ES.
13

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONGESTÃO NASAL E VASOCONSTRITORES

A congestão nasal é um estado que interfere na respiração do indivíduo, causando


dificuldade respiratória e desconforto que devido a restrição do fluxo de ar que passa
pelas narinas. A congestão nasal pode estar relacionada a alterações
fisiopatológicas, variações ambientais ou condições clínicas. A congestão nasal
constante pode levar a obstrução nasal, muitas vezes irreversível (SANTOS, 2014).
Este estado clínico pode ocorrer em qualquer idade, pode interferir na amamentação
e no crescimento de bebês. Quando um indivíduo sofre de obstrução nasal, aguda
ou crônica, pode sofrer redução na qualidade de vida, podendo-se citar a qualidade
do sono, no desempenho profissional e escolar (BRANCO-FERREIRA et al., 2008).

No intuito de amenizar os incômodos da congestão nasal, os pacientes fazem o uso


de descongestionantes nasais (DN), constituídos principalmente substâncias
vasoconstritoras (BALBANI; DUARTE; MONTOVANI, 2004). Existem hoje no
mercado duas classes farmacológicas de DN as aminas simpaticomiméticas
(efedrina, epinefrina, benzedrina, fenilpropanolamina e fenilefrina) e os
imidazolínicos (nafazolina, oximetazolina, tetraidrozolina e xilometazolina), com
destaque para a efedrina, nafazolina e oximetazolina. Os imidazolínicos são
considerados mais potentes, por sua rápida ação descongestionante e longa
duração dos efeitos, em comparação com outros adrenérgicos (FREITAS, 2014;
CASTRO; MELLO; FERNANDES, 2016). Entretanto, métodos menos agressivos
como as soluções de cloreto de sódio, nas concentrações 0,9 e 3 % também estão
disponíveis no mercado e são utilizadas para esses fins (CONSELHO FEDERAL DE
FARMÁCIA, CFF, 2016).

As aminas simpaticomiméticas estimulam os receptores adrenérgicos na junção do


nervo simpático do músculo das paredes dos vasos sanguíneos, realizando assim a
vasoconstrição. As aminas mais utilizadas para o tratamento da congestão nasal são
a efedrina e a pseudoefedrina, por possuírem alta seletividade à mucosa nasal.
14

Porém, a aplicação diretamente deste DN na mucosa pode causar arritmias


cardíacas e aumento na pressão arterial (CASTRO; MELLO; FERNANDES, 2016).

Os imidazolínicos estimulam os receptores agonistas α2-adrenérgicos pré-sinápticos


dos centros de controle cardiovascular do Sistema Nervoso Central. Isso promove a
inibição da atividade simpática cerebral, levando a um processo de constrição de
vasos dilatados da mucosa nasal, reduzindo o fluxo sanguíneo e edema tissular
(BUCARETCHI; DRAGOSAVAC; VIEIRA, 2003; BRASIL, 2014).

Devido ao seu mecanismo de ação, os DN imidazolínicos são mais potentes,


destacando no número de seus usuários (BORGES, CARVALHO, MAGALHÃES,
2019).

2.2 OS DESCONGESTIONANTES IMIDAZÓLICOSE SEUS EFEITOS ADVERSOS

Os descongestionantes nasais da classe dos imidazólicos considerados


vasoconstritores eficazes, com capacidade de causar estimulação alfa-adrenérgica
central (FREITAS, 2014). Apesar de aliviar rapidamente a congestão nasal, possuem
efeitos adversos graves como arritmia cardíaca, hipertensão e principalmente o
efeito rebote que leva a rinite medicamentosa e a dependência. Por tal fato, seu uso
deve ser limitado e cauteloso (BINOW, 2015). Os principais imidazólicos
comercializados são a nafazolina, a oximetazolina, a tetraidrozolina e a
xilometazolina.

2.2.1 Nafazolina

A nafazolina é o principal derivado imidazólico encontrado no mercado brasileiro


como descongestionante. É o mais procurado na prática da automedicação
(FREITAS, 2014).

O cloridrato de nafazolina atua como vasoconstritor por sua ação α-adrenérgica


rápida, com efeito prolongado, através de sua ligação aos receptores alfa e beta
adrenérgicos. As particularidades farmacodinâmicas e farmacocinéticas são
15

incitadas por receptores adrenérgicos α-2 pós-sinápticos localizados na mucosa


nasal, causando vasoconstrição local e, ocasionalmente, sistêmica, que pode causar
hipertensão arterial transitória, além de suor e palidez (WANG et al., 2009).

Entretanto, a ligação da nafazolina aos receptores β-adrenérgicos, podem promover


nos indivíduos efeitos adversos como taquicardia, broncodilatação, aumento da
lipólise e vasodilatação secundária ou reflexa (OLIVEIRA, 2009; BRASIL, 2019).

A Nafazolina pode também estimular receptores α2-adrenérgicos pré-sinápticos dos


centros de controle cardiovascular no Sistema Nervoso Central, o que promove a
inibição da atividade simpática no cérebro, causando depressão neurológica e
respiratória, bradicardia e hipotensão, principalmente em crianças em doses tóxicas
(WANG et al., 2009).

O uso prolongado de nafazolina também está relacionada a produção de


vasodilatação reativa, conhecido como efeito rebote dos DN. O efeito rebote pode
levar o paciente a aumentar a dose, o que levará a perda da sensibilidade dos
receptores α2-adrenérgicos pós-sinápticos e lesão das mucosas nasais (FREITAS,
2014). O mecanismo relativo ao efeito rebote, pode estar relacionado a
vasoconstrição prolongada, devido ao uso contínuo, que leva a hipóxia da mucosa
nasal, gerando uma hiperemia reativa com vasodilatação severa. Além disso, o uso
prolongado de nafazolina estimula a atividade parassimpática, aumentando a
permeabilidade vascular, produzindo edema, alteração da motilidade ciliar,
(FREITAS, 2014; RODRIGUES et al., 2017; BORGES, CARVALHO, MAGALHÃES,
2019). Sendo seus efeitos adversos mais proeminentes em crianças menores de
seis anos e pessoas que possuem diabetes mellitus e/ou hipotireoidismo (DIONÍSIO
et al., 2020).

2.2.2 Oximetazolina

A oximetazolina é também um agonista α-adrenérgico imidazólico de efeito


vasoconstritor com ação terapêutica maior que outros DN, cujo efeito de duração é
de 6 a 12 horas, em média (BUCARETCHI ; DRAGOSAVAC; VIEIRA, 2003; BRASIL,
2017).
16

Usualmente, as principais reações adversas da oximetazolina são dores de cabeça,


hipertensão, palpitação, tremores e sensibilidade. No uso excessivo, a oximetazolina
pode causar hemorragia meníngea e convulsões, sendo que em crianças, há relatos
de convulsões, sedação, insônia, irritabilidade e alucinações (BALBANI; DUARTE;
MONTOVANI, 2004).

Além disso, segundo Dionizio e colaboradores (2020) a oximetazolina pode causar


reações alérgicas em situações mais vulneráveis.

2.2.3 Tetraidrozolina

A tetraidrozolina é um imidazólico muito usado em fórmulas de colírios. Como


descongestionante nasal, atua de forma semelhante a nafazolina, porém apresenta
ação mais sistêmica, devido a pequena janela terapêutica (YAGIELA et al., 2011).

Suas reações adversas são mais frequentes devido ao uso em superdoses,


apresentando efeitos sistêmicos se expressa através de sinais de estimulação
adrenérgica excessiva. Dentre estes efeitos adversos estão a sonolência, sono
comatoso, hipotensão e bradicardia. Esses efeitos são produzidos devido a ação do
medicamento no sistema nervoso central, estimulando receptores α2-adrenérgicos
centrais. Bebês e crianças apresentam grande vulnerabilidade terapêutica, mesmo
em doses sub-terapêuticas (MARIOTTI, 2011; YAGIELA et al., 2011; SÃO PAULO,
2017).

2.2.4 Xilometazolina

O cloridrato de xilometazolina é um derivado imidazólico com ações


simpaticomiméticas, por seletividade sobre os receptores α-adrenérgicos, sendo
utilizada topicamente para o alívio da congestão nasal associada a rinite, resfriado,
sinusite, entre outras alergias. A xilometazolina promove a vasoconstrição dos vasos
da submucosa nasal, tendo seu efeito em 5 a 10 minutos, perdurando por 6 a 8
horas. Podem causar hipertensão, cefaleia, ansiedade, tremores, palpitações,
náuseas, vômitos, convulsões e arritmia cardíaca (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
17

ALERGIA E IMUNOPATOLOGIA/ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL, 2012).

Dentre as reações adversas causadas por este DN estão hipertensão, cefaleia,


ansiedade, tremores, palpitações, náuseas, vômitos, convulsões e arritmia cardíaca.
Seu uso prolongado é sugerido apenas para aliviar sintomas do resfriado comum,
mas o abuso do fármaco ocorre frequentemente. Contudo, o uso prolongado de
xilometazolina está relacionado com casos de intoxicação e sintomas como
bradicardia, hipotensão, síncope (UNSAL et al., 2018).

2.3 O USO INDISCRIMINADO RELACIONADO DE DESCONGESTIONANTES


NASAIS

Os DN são fármacos que são utilizados por via intranasal, para tratamento de
patologias nasossinusais, trazendo alívio rápido da congestão nasal, o que facilita a
respiração nos casos de obstrução nasal (FERNANDES, 2017). Os DN são
medicamentos de venda livre em drogarias e farmácias, possibilitando o fácil acesso,
o que contribui para prática do uso indiscriminado e irracional (FREITAS, 2014).

Entretanto, os usuários desse tipo de medicamento, em grande parte, desconhecem


os efeitos adversos, interações medicamentosas e toxicidade desses fármacos, que
podem ser nocivos à saúde (TORQUATO et al., 2020). A prática da automedicação
e o uso indiscriminado desses medicamentos podem mascarar problemas já
existentes no trato respiratório, potencializar a congestão nasal, além de provocar
problemas sistêmicos. A utilização indiscriminada de DN leva ao efeito fazendo com
que o paciente faça uso de doses maiores dos DN para obterem o efeito, o que
poderia levar a dependência física, psíquica e farmacológica (BATAIER et al. 2017).

O uso indiscriminado de DN também estão relacionados a reações como


palpitações, arritmias cardíacas, erupções cutâneas, síndrome do balonamento
apical, acidente vascular encefálico hemorrágico, depressão respiratória, depressão
neurológica, cefaleia, insônia, irritação da mucosa nasal, agitação, espirros, tremores
musculares, retenção urinária, além de poder causar a morte de seus usuários
(LAGUE et al., 2013).
18

Borges; Carvalho e Magalhães (2019) indicam como causa do uso indiscriminado a


falta de informação, propagandas, indicação de amigos, parentes e balconistas de
farmácias contribuindo ativamente para a prática da automedicação e uso irracional,
sendo um problema de saúde pública.

Neste cenário, o farmacêutico, como profissional conhecedor de medicamentos é o


responsável por promover a orientação e realizar intervenções sobre o uso desses
fármacos, seus efeitos adversos e as interações medicamentosas que possam
ocorrer. Ao identificar as formas de intervenção, deve tomar atitudes para que esses
riscos sejam minimizados (BORGES; CARVALHO; MAGALHÃES, 2019).

2.4 INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS E USO RACIONAL

O farmacêutico deve buscar em seu exercício profissional a concepção clínica de


sua atividade, cuidando diretamente do paciente, com objetivo de promover a melhor
assistência em termos terapêuticos, humanísticos e de segurança no uso de
medicamentos. Deve visar, ainda, a assistência integral, promoção, proteção e
recuperação da saúde, tendo o medicamento como ferramenta, por seu acesso e
uso racional (RIBEIRO et al., 2015).

A intervenção farmacêutica deve ser realizada através de um planejamento, que


deverá ser documentado e feito conjuntamente aos usuários, bem como com
profissionais de saúde, objetivando a solução e prevenção de problemas que
possam interferir na farmacoterapia. As ações devem integrar o processo de
acompanhamento farmacoterapêutico e serem feitas com objetivo de prevenir os
erros de administração dos medicamentos e/ou prescrição medicamentosa, e uso
racional, tendo o farmacêutico papel fundamental para a garantia da farmacoterapia
adequada, resultados terapêuticos seguros, minimizando efeitos indesejados (REIS
et al., 2013).

A Resolução CFF n.585, de 29 de agosto de 2013 define farmácia clínica como área
voltada à ciência e ao uso racional de medicamentos, onde os farmacêuticos são os
responsáveis por prestar o cuidado, otimizando a farmacoterapia, promovendo
saúde e bem-estar e na prevenção de agravos. Uma de suas funções é a prevenção
19

de problemas relacionados à medicamentos, classificados como a maior causa de


efeitos adversos, podendo ser evitados pelas intervenções farmacêuticas (SOUZA
et al., 2018).

As ações do farmacêutico que colaboram para garantia do uso racional de


medicamentos são aqueles onde os medicamentos trazem maior benefício ao menor
custo, com maior segurança terapêutica, com redução de possíveis danos e melhor
alcance de resultados terapêuticos (SERPA; PAULO FILHO; SILVA, 2018).

O envolvimento do farmacêutico é fundamental na promoção e racionalização do uso


de medicamentos e nesse sentido, a orientação farmacêutica pode causar impacto
para redução da automedicação e uso indiscriminado. Em sua prática qualificada, o
farmacêutico pode aumentar o impacto e a credibilidade dos serviços prestados,
obtendo melhores indicadores para redução da automedicação e uso indiscriminado
de medicamentos (SANTOS, 2018).

Pois segundo Zubioli (2000), o farmacêutico é o responsável pela automedicação,


isso porque o profissional tem sempre de fazer o questionamento “por que?”. O
farmacêutico deve então, ter o conhecimento de sua competência e dos limites de
sua intervenção, assumindo ações corretas, no momento oportuno, avaliando o
paciente, conduzindo-o a melhores atitudes.

É o farmacêutico orientador, agente sanitário, que deve contribuir para o uso racional
dos descongestionantes nasais, amenizando os possíveis problemas advindos do
uso desses fármacos, beneficiando o usuário e a coletividade (FERNANDES;
CEMBRANELLI, 2014).
20

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o perfil dos usuários de descongestionantes nasais tópicos que frequentam


uma farmácia em Serra - ES.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Averiguar o perfil sócio demográficos dos participantes do estudo;


● Analisar o perfil de saúde dos usuários de DN entrevistados;
● Verificar como é feito o uso de DN pelos participantes do estudo;
● Analisar a assistência farmacêutica recebida pelos entrevistados ao
adquirirem os DN.
21

4. METODOLOGIA

O estudo analisou o perfil dos usuários de descongestionantes nasais em uma


farmácia no município de Serra no estado do Espírito Santo. Para isto foram
convidados frequentadores da farmácia, com idades acima de 18 anos que fizessem
uso de algum tipo de DN.

4.1 PÚBLICO-ALVO

O público-alvo deste presente estudo, visa os critérios de inclusão que envolve


participantes com idade entre 18 a maiores de 60 anos, que fazem uso de
descongestionantes nasais.

4.2 INSTRUMENTO DE COLETA

A coleta de dados ocorreu através de um questionário semiestruturado ( APÊNDICE


B), contendo perguntas sobre os dados sociodemográficos, perfil de saúde, uso de
descongestionantes nasais e assistência farmacêutica recebida na aquisição dos
medicamentos. Além disso, antes de iniciarem sua participação tiveram acesso para
leitura e assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE A). O TCLE esclareceu aa importância e o propósito da pesquisa, bem
como esclareceu que será preservado o sigilo de dados pessoais, a não colocação
de riscos físicos à pessoa e responsabilidade do pesquisador em sanar as atuais
dúvidas de cada participante.

4.3 PERÍODO DE COLETA/LOCAL DE COLETA

O período de coletados dados aconteceu aos fins de semana nos fins de semana
(sábado e domingo), no período da manhã, horário compreendido entre as 07 Horas
às 12 Horas, entre os dias 03/04/2021 e 03/05/2021.
22

4.4 ANÁLISE DE DADOS

Após a aplicação dos questionários, os dados obtidos foram separados, compilados


e inseridos no software Microsoft Excel (versão 2013), onde os dados foram
tabulados e após a inserção foram realizados cálculos percentuais e o teste qui-
quadrado. As significâncias foram consideradas para o valor de p<0,05.
23

5. RESULTADOS

O presente estudo contou com a participação de 47 entrevistados. Segundo os


dados sócios demográficos (tabela 1) o estudo contou com 20 participantes do sexo
masculino (42,55%) e 27 do sexo feminino (57,45%). A idade dos entrevistados era
entre 18 a maiores de 60 anos onde 8 entrevistados com idade entre 18 e 20 anos
(17,02%), 17 com idade entre 21 e 30 anos (36,17%), 12 com idade entre 31 e 40
(25,53%), 5 com idade entre 41 e 50 (10,64%), 5 com idade entre 51 anos (10,64%).
Não houve registro entre os 47 participantes de entrevistado com idade igual ou
superior a 60 anos sendo assim o dado apresentou o valor de zero. Quanto ao estado
civil dos participantes foi possível observar que a quantidade de solteiros foi de 21
(44,68%), a quantidade de casados foi de 17 (36,17%), a quantidade de participantes
com registro civil de união estável foi de 2 (4,26%), a quantidade de participantes
com registro civil de união consensual foi de 1 (2,13%), a quantidade de participantes
viúvos (a) foi de 2 (4,26%) e a quantidade de participantes com registro civil no status
de separado/divorciado foi de 3 apresentando (6,38%).

Referente ao grau de escolaridade de cada participante da amostra, de acordo com


os dados sócios demográficos observou-se que 1 participante apresentou ensino
fundamental incompleto (2,13%), 3 participantes ensino médio incompleto (6,38%),
11 participantes ensino superior incompleto (23,40%), nenhum participante declarou
ter ensino fundamental completo, 22 participantes ensino médio completo (46,81%)
e 10 participantes ensino superior completo (21,28%).
24

Tabela 1 - Perfil sociodemográfico de entrevistados dos usuários de DN de uma


farmácia de Serra – ES (*Significância p<0,05).

DADOS SÓCIO DEMOGRÁFICOS


VARIÁVEL AMOSTRA PORCENTAGEM
Sexo
Masculino 20 42,55%
Feminino 27 57,45%

Faixa etária
18-20 8 17,02%
21-30 17 36,17% *
31-40 12 25,53% *
41-50 5 10,64%
51-60 5 10,64%
> 60 Anos 0 0,00%

Estado Civil
Solteiro (a) 21 44,68% *
Casado 17 36,17% *
União estável 2 4,26%
União consensual 1 2,13%
Viúvo (a) 2 4,26%
Separado/Divorciado(a) 3 6,38%

Nível de escolaridade
Fundamental incompleto 1 2,13%
Fundamental completo 0 0,00%
Ensino médio incompleto 3 6,38%
Ensino médio completo 22 46,81% *
Superior incompleto 11 23,40%
Superior completo 10 21,28%

Os entrevistados foram também questionados quanto a serem portadores de alguma


doença crônica, e observou-se (Figura 1) que, 31,91% responderam que tinham
sinusite (15), 6,38% disseram ter diabetes (3), 6,38% ter hipertensão arterial (3),
17,02% tinhas asma (8), 4,26% rinite crônica (2) e 44,68% responderam não possuir
nem uma das doenças descritas nas opções de escolha (21).
25

100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00% 44,68%
40,00% 31,91%
30,00%
20,00% 17,02%

10,00% 6,38% 6,38% 4,26%


0,00%
Diabetes Hipertensão Asma Rinite Crônica Sinusite Não possuo
nenhuma das
opções acima.

Figura 1 – Levantamento das principais doenças crônicas relacionadas ao sistema


respiratório dos participantes do estudo.

Questionou-se ainda sobre o perfil de saúde dos entrevistados se faziam uso de


medicamentos pertencentes a classe dos inibidores da monoaminaoxidase e classe
dos antidepressivos tricíclicos, e observou-se (Figura 2) que 46 participantes a
maioria estatística, não fazem uso destes medicamentos (97,87%) e apenas 1
participante (2,13%) respondeu fazer o uso do medicamento amitriptilina.

Figura 2 Levantamento do uso de medicamentos da classe dos inibidores da


Monoaminaoxidase e classe dos antidepressivos tricíclicos (* Significância p <
0,05).
26

Quando os participantes foram questionados sobre quais os fatores os levaram a


fazer o uso de descongestionantes nasais (Figura 3), averiguou-se que 19 (40,43%)
participantes responderam fazer o uso por conta do tempo seco do inverno, 8
(17,02%) participantes responderam fazer uso por conta do ar-condicionado, 19
(40,43%) fazem o uso por conta de exposição a poeiras ou alérgenos, 38 (80,85%)
participantes afirmou ser devido a resfriados e gripe e 6 (12,77%) participantes
informaram fazer o uso por conta de infecções no trato respiratório.
100,00%
90,00%
80,85%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,43% 40,43%
40,00%
30,00%
20,00% 17,02%
12,77%
10,00%
0,00%
O tempo seco do Exposição ao ar Exposição a Resfriados e Infecções do trato
inverno condicionado poeira ou gripes respiratório
alergenos

Figura 3 – Levantamento dos fatores que fazem os participantes do estudo a fazerem


uso dos descongestionantes nasais.

Os participantes foram questionados sobre quem fazia a indicação dos


descongestionantes nasais (Figura 4) foi possível observar que 24 participantes
faziam o uso do medicamento por conta própria (51,06%), 12 participantes por
indicação médica (25,53%), 10 participantes por indicação farmacêutica (21,28%), 3
participantes por familiares (6,38%), 1 participante por indicação de amigos (2,13%)
e dos 47 participantes nenhum afirmou fazer o uso por indicação de vizinhos.
27

100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00% 51,06%
50,00%
40,00%
30,00% 25,53%
21,28%
20,00%
10,00% 6,38%
0,00% 2,13%
0,00%
Médico Farmacêutico Faço uso por Familiares Vizinhos Amigos
conta própria.

Figura 4 – Levantamento sobre a indicação para o uso dos descongestionantes


nasais.

Quando os participantes foram questionados sobre o controle da administração dos


descongestionantes nasais de sua preferência (Figura 5), foi possível observar de
acordo com os dados da amostra que 25,53% dos participantes não faziam controle
da administração dos descongestionantes nasais (12), 27,66% disseram fazer o uso
de acordo com a prescrição médica (13), 23,40% fazem o uso de acordo com
informações da internet (11), 21,28% usam de acordo com a posologia do seu
medicamento de preferência (10) e 12,77%fazem o uso de acordo com a informação
de amigos e parentes (6).

Figura 5 – Levantamento sobre o controle da administração do uso dos


descongestionantes nasais.
28

Questionou-se os participantes do estudo sobre o controle do tempo de uso dos


descongestionantes nasais de sua preferência (Figura 6), e verificou-se que 18, a
maioria estatística, não fazem o controle do uso da medicação (38,30%), 13 fazem
o uso por menos de 3 dias (27,66%), 10 participantes disseram fazer o uso entre 3
e 5 dias (21,28%) e 6 participantes informaram fazer o uso por mais de 5 dias
(12,77%).

100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
38,30%
40,00%
27,66%
30,00%
21,28%
20,00% 12,77%
10,00%
0,00%
Faço o uso por Faço o uso entre 3 a 5 Faço o uso por mais Não faço controle
menos de 3 dias. dias. de 5 dias.

Figura 6 – Levantamento sobre o controle sobre o tempo de uso dos


descongestionantes nasais.

Entretanto, quando os participantes foram questionados sobre as reações adversas


causadas por uso de descongestionantes nasais (Figura 7), observou-se que
51,06% dos participantes disseram sentir ressecamento nasal (24), 44,68% dos
participantes relataram não sentir nenhum tipo de reação adversa (21), 4,26%
participantes disseram sentir taquicardia (2) e nenhum dos participantes alegaram
ter rinite medicamentosa.
29

Figura 7 – Levantamento sobre as reações adversas apresentadas com uso de


descongestionantes nasais.

O estudo também analisou a assistência farmacêutica do ponto de vista dos


participantes sendo assim questionou-se os entrevistados se procuravam tirar
dúvidas sobre os descongestionantes nasais (Figura 8) e observou-se que 17
participantes tiram dúvidas raramente com o farmacêutico (a) (36,17%),14
participantes tiram dúvidas às vezes (29,79%), 9 participantes relataram não tirar
dúvidas com o farmacêutico (a) (19,15%) e 7 participantes informaram sempre
esclarecer suas dúvidas com o farmacêutico (14,89%).

Figura 8 – Levantamento sobre o esclarecimento de dúvidas no uso dos


descongestionantes nasais.
30

Quando questionados sobre qual orientação gostaria de receber do farmacêutico


(Figura 9) notou-se que 36 participantes (76,60%) relataram querer receber
informações sobre a posologia do medicamento, efeitos adversos do medicamento
e saber se pelo seu histórico se poderiam vir a realizar o uso de descongestionantes
nasais, 8 participantes disseram quererem ter somente informações sobre os efeitos
adversos do medicamento (17,02%), 3 participantes informaram no questionário
quererem saber somente se pelo seu histórico de saúde poderiam fazer uso dos
descongestionantes nasais (6,38%) e 1 participante informou ter somente interesse
em ter assistência farmacêutica sobre a posologia dos descongestionantes nasais
(2,13%).

Figura 9 – Levantamento sobre o tipo de orientação gostaria de receber do


farmacêutico (a).
31

6. DISCUSSÃO

De acordo com os resultados foi possível identificar o perfil sociodemográfico dos


usuários de DN de uso tópico em uma farmácia localizada no município de Serra –
ES, observando-se predomínio do sexo feminino. Este dado mostra similaridade
quando comparamos os dados que foram encontrados no estudo de pesquisa de
Zaffani e colaboradores (2007), na qual observou-se que a maioria dos participantes
também foram do sexo feminino. Tal diferença relacionado ao gênero pode estar
relacionado ao fato de que as mulheres procuram se cuidar mais, procurando assim
mais estabelecimentos de saúde.

Este estudo verificou a predominância de pessoas jovens, de 21 a 30 anos. Os


resultados obtidos por Lague, Roithmann, Augusto (2013) agregaram com este
estudo, pois observaram uma prevalência de jovens, com idade média de 26,1 ± 7,4.
Estes resultados podem estar relacionados ao uso prevalente de DN por pessoas
nessa faixa etária predominantemente. Observamos também que a maioria dos
entrevistados era solteiro (44,68%).

Quanto aos graus de escolaridade verificou-se que a maioria tinha ensino médio
completo (46,81%). o que mostra semelhança quando comparamos o estudo de
Dantas Júnior (2021) que observou um elevado grau de escolaridade,
compreendendo que as pessoas possuem acesso à informação, o que também pode
ocorrer com esses indivíduos com o nível de escolaridade que predominou nesse
estudo.

Quando os participantes foram questionados sobre possuir alguma doença crônica,


a maioria (44,68%) disseram não possuir e 31,91% (15) disseram ter sinusite. Bataier
e colaboradores (2017) encontraram resultados semelhantes, quando realizaram
estudo sobre o uso de medicamentos e observou que 22% disseram ter sinusite e
29% alergias e que 73% de sua amostra utilizava medicamentos para tratar gripes e
resfriados. O que demonstra um elevado percentual de pessoas que utilizam esses
tipos de medicamentos, incluindo os DN para o tratamento desses sintomas.

Questionou-se ainda o uso de medicamentos da classe dos inibidores da


Monoaminaoxidase e classe dos antidepressivos tricíclicos, tendo observado que
97,87% não utilizavam os medicamentos listados e apenas 2,13% faziam uso de
32

amitriptilina. Santos (2014) relata o uso concomitante dos medicamentos inibidores


da monoaminaoxidase e antidepressivos tricíclicos e sua relação com o aumento da
pressão arterial. Então também indagou aos participantes se possuíam doenças
crônicas e verificou que 60,25% das pessoas disseram não possuir qualquer doença
crônica e do percentual que possuía citou diabetes, doenças da tireoide, hipertensão,
doença na próstata e doenças cardiovasculares. Assim também nesse estudo, um
percentual afirma ter diabetes e hipertensão, em que a administração de DN está
contraindicada e mesmo assim fazem uso desses medicamentos, o que leva a
pensar se foram orientados sobre esta contraindicação.

Então, os entrevistados responderam qual a motivação para o uso de DN, verificando


que 80,85% utilizavam tratar os sintomas de gripes e resfriados e 40,43% para
melhorar os sintomas causados pela exposição à poeira ou alérgenos, corroborando
com o estudo Zaffani e colaboradores (2007) que observaram um percentual de
56,80% de pessoas cuja motivação para o uso desse fármaco foi a obstrução nasal
e outras citações como gripe e coriza. Esses dados expõem que um percentual
grande de pessoas com sintomas gripais e de resfriado utilizam medicamentos para
tratar esses sintomas.

Pergunta-se então quem realizou a indicação para o uso dos descongestionantes


nasais, observando que um pouco mais da metade, 51,06% usam por conta própria
e que 25,53%usam por indicação médica e 21,28% por indicação farmacêutica. Com
resultados equivalentes, Cavalcante e colaboradores (2018) verificaram que 65% de
seus participantes utilizaram DN por automedicação e afirmam terem utilizado pois
não foram orientados ou prescritos por um profissional. Segundo Balbani; Duarte;
Montovani (2004) existe uma alta prevalência no Brasil de sintomas gripais e de
resfriados todos os anos, o que vem acompanhado de muitas prescrições médicas
e automedicação de DN.

Nesse contexto, questionou-se se os entrevistados faziam o controle do uso desses


medicamentos, verificando que 25,53% não faz qualquer controle de uso de DN,
23,40% fazem esse controle segundo informações pesquisadas na internet, 21,28%
de acordo com a posologia e 27,66% pela prescrição médica. Santos (2014)
observou que 69,57% de sua amostra não tinha qualquer aconselhamento, ou seja,
não fazem nenhum controle sobre o uso desses medicamentos. Também verificou
33

que 24,84% dos entrevistados tinham como aconselhamento a posologia da


medicação. Apesar desse estudo não ter mostrado diferenças estatísticas
significativas do controle do uso desses medicamentos, mostrou que uma parcela
dos usuários de DN não faz qualquer controle e que outra parcela procuram
informações na internet, não procurando serviço médico ou orientação farmacêutica
para tal.

Quanto ao controle do tempo de uso de descongestionantes nasais, 38,30% não faz


qualquer controle no tempo de uso. Entretanto, 27,66% dizem usar por 3 dias e
21,28% de 3 a 5 dias. Lague; Rotihmann; Augusto (2013) também observaram dados
similares, pois 25,5% de sua amostra utilizou por menos de 3 dias o medicamento e
12,3% de 3 a 6 dias. Esses resultados são de medicamentos prescritos por médico.
Nesse sentido, Paula; Vieira (2021) observaram que 18,51% dos respondentes não
utilizavam os medicamentos da forma recomendada, usando pelo menos cinco
vezes ao dia (68,75%), e ainda, por período maior que seis meses (61,25%), o que
pode se caracterizar rinite medicamentosa.

Os medicamentos podem causar reações adversas e dessa forma, os participantes


foram questionados se observaram tais reações com uso de DN. Os resultados
observados neste estudo mostram que apesar do uso continuado desse tipo de
medicamento, não foi relatado muitas reações adversas, sendo que 44,86% nunca
sentiram qualquer reação. O ressecamento nasal foi citado por 51,06% dos
participantes, como o mais prevalente. De forma igual, a amostra do estudo de
Santos (2014) verificou que 56,5% das pessoas que utilizaram descongestionantes
nasais não tiveram reação adversa. Dos que referiram (43,5%) alguma reação, o
ardor nasal (23,70%) foi o mais citado, seguido de ressecamento da mucosa (16%).
As reações adversas decorrentes do uso de descongestionantes nasais, podem
ocorrer consequentes ao uso excessivo desse tipo de fármaco.

No tocante a atenção farmacêutica, quando questionados sobre procurar tirar suas


dúvidas quanto ao uso de DN, 36,17% relataram raramente tirar tais dúvidas com
farmacêutico e 19,19% às vezes procuram o profissional para sanar suas dúvidas.
No estudo de Lenz e colaboradores (2011) houve a observação de que poucos
usuários desses medicamentos consultaram farmacêuticos para orientação e
aconselhamento. Segundo este estudo existe uma falta de orientação farmacêutica
34

para o uso racional de DN, isso porque metade de sua amostra utilizaram o
medicamento sem orientação e não seguiram as orientações da bula. Concluíram
que a presença do farmacêutico ajuda a estabelecer orientações aos usuários
desses medicamentos. É necessário afirmar que os usuários não procuram os
serviços farmacêuticos para aconselhamento no uso de medicamentos, sendo um
dos fatores que dificulta a assistência farmacêutica.

Mas, quando perguntados sobre quais as informações gostariam de receber do


farmacêutico, a maioria estatística 76,60% apreciariam ter orientações sobre a
posologia, reações adversas, e saber, se pelo seu histórico de saúde, se podem vir
a utilizar os DN. Dantas Junior (2021) relatou que seus entrevistados só solicitavam
orientação farmacêuticas quando achasse necessário, apesar do profissional estar
acessível nas farmácias e que mesmo quando têm a orientação, costumam fazer o
uso indiscriminado de descongestionante nasal. Analisando que nesse estudo, o
maior percentual de pessoas sequer procura o farmacêutico para orientações, leva
a crer que a automedicação e o uso sem prescrição ou aconselhamento ocorrem
com frequência. E que apesar de estimarem receber orientações farmacêuticas, elas
não ocorrem.
35

7. CONCLUSÃO

Este estudo observou que não houve diferenças estatísticas entre os sexos
masculino e feminino na amostra, cuja faixa etária predominante foi de 21 a 30 anos,
indivíduos jovens, em sua maioria solteiros, com ensino médio completo. Sobre seu
perfil de saúde, houve predominância de pessoas que não possuíam doenças
crônicas, porém, um percentual de pessoas relatou ter sinusite, que não fazem uso
dos inibidores da monoaminaoxidase ou de antidepressivos tricíclicos.

Quanto ao uso de descongestionantes nasais, os indivíduos utilizam esses fármacos


para redução dos sintomas de gripes e resfriados, se automedicando para isso.
Entretanto, afirmaram fazer a administração do medicamento de acordo com a
prescrição médica ou a posologia, e ainda simplesmente não fazem nenhum controle
sobre a administração da medicação ou do tempo de uso, afirmando em sua maioria
que nunca sentiram reações adversas com uso de descongestionantes nasais.

Percebeu-se que as pessoas raramente procuram orientações farmacêuticas para


tirar suas dúvidas no uso desses medicamentos, apesar de quererem receber
orientações sobre a posologia, reações adversas e se pelo histórico de saúde podem
fazer uso desses fármacos.

Conclui-se que os indivíduos fazem uso dos descongestionantes nasais para alívio
dos sintomas gripais ou alérgicos por conta própria, ou seja, praticam
automedicação, sem controle sobre a posologia e que não procuram receber
orientações, apesar de gostar de recebê-las. Ou seja, há o uso indiscriminado
desses medicamentos sem conhecimento sobre as consequências que o uso
irracional pode causar. Assim, é de suma importância que o farmacêutico, como
responsável pela atenção farmacêutica assuma suas atribuições, orientando os
usuários de medicamentos, garantindo a promoção do uso racional e alertando sobre
o uso correto para que se possa prevenir agravos.

Estudos mais amplos sobre o tema devem ser desenvolvidos, uma vez que a maioria
dos autores realizam revisões de literatura, o que limita a comparação dos resultados
encontrados com uma diversidade de estudos de campo.
36

8. REFERÊNCIAS
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41

APÊNDICES
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Caro participante,

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa intitulada


“Perfil dos usuários de descongestionantes nasais tópicos em uma farmácia”. Esta
pesquisa se refere a um Trabalho de conclusão de curso (TCC) dos alunos, Maeli
Borlot de França e Vagner Martins Valadão, como requisito parcial para conclusão
do Curso de Graduação em Farmácia do Instituto de Ensino Superior e Formação
Avançada de Vitória (IESFAVI), da AVIES Ensino Superior de Vitória. O propósito
desta pesquisa é ter ciência da quantidade de frequentadores de uma farmácia no
município de Serra ES que tem conhecimento sobre o uso correto dos
descongestionantes nasais. Os dados serão coletados por meio da aplicação de
questionário, apenas presencialmente. Aqueles que fornecerem dados
espontaneamente pós-esclarecimento terão suas identidades preservadas mesmo
após elaboração de relatório final deste estudo. Sendo assim, o principal objetivo
deste estudo é conhecer o comportamento dos entrevistados quanto ao uso dos
descongestionantes nasais e verificação do conhecimento sobre os riscos desse
medicamento quando feito de forma indevida. Este termo em duas vias é para
certificar que eu,
_______________________________________________________________conc
ordo em participar voluntariamente da pesquisa mencionada e sei que posso retirar
meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo. Estou ciente de que
o anonimato daqueles que preencherem este questionário poderá contribuir para os
resultados do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos alunos citados acima.
Estou ciente de que a pesquisa não implicará em riscos físicos à minha pessoa nem
à comunidade da qual faço parte, porém poderá modificar comportamentos.
Finalizando, sou sabedor de que terei todas as dúvidas respondidas a contento pelo
pesquisador responsável Maeli Borlot de França, no e-mail
maelifranca804@gmail.com
____________________________________
Assinatura do entrevistado de Pesquisa
____________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
_____/_____/_____

Entrevistado nº_______
42

APÊNDICE B – Questionário

Participante nº
DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
1. Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino
2. Faixa etária (em anos):
( ) 18 a 20 ( ) 21 a 30 ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50 ( ) 51 a 60 ( ) > 60 anos
3. Estado civil:
( ) Solteiro (a) ( ) União consensual
( ) Casado (a) ( ) Viúvo (a)
( ) União Estável ( ) Separado/Divorciado (a)
4. Nível de escolaridade:
( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental completo
( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo
( ) Superior incompleto ( ) Superior completo
PERFIL DE SAÚDE
5. Possui algumas das seguintes doenças crônicas?
( ) Diabetes
( ) Hipertensão
( ) Asma
( ) Rinite crônica
( ) Sinusite
( ) Não possuo nenhuma das opções acima.
6.Faz o uso dos seguintes medicamentos?
( ) Nardil (fenelzina).
( ) Parnate (Tranilcipromina).
( ) Aurorix (moclobemida).
( ) Amytril (Amitriptilina).
( ) Tofranil (Imipramina).
( ) Clo (Clomipramina).
( ) Não faço uso de nenhum dos medicamentos acima.
USO DE DESCONGESTIONANTES NASAIS
7.Qual(is) fator(es) leva(m) você a fazer uso dos descongestionantes nasais?
( ) O tempo seco do inverno.
( ) Exposição ao ar-condicionado.
( ) Exposição a poeira ou alérgenos.
( ) Resfriados e gripes.
( ) Infecções do trato respiratório.
8.Quem faz as indicações para o uso dos descongestionantes nasais?
( ) Médico.
( ) Farmacêutico.
( ) Faço o uso por conta própria.
( ) Familiares.
( ) Vizinhos.
( ) Amigos.
( ) Outros.
43

9.Como faz a administração do descongestionante nasal


( ) De acordo com a prescrição do médico.
( ) De acordo com a posologia.
( ) De acordo com Informações da internet.
( ) De acordo com Informações de amigos e parentes
( ) Não faço controle mediante a administração do descongestionante nasal.
10. Em geral, por quanto tempo faz uso do descongestionante nasal?
( ) Faço uso por menos de 3 dias.
( ) Faço uso entre 3 a 5 dias.
( ) Faço uso por mais de 5 dias.
( ) Não faço controle mediante ao tempo de uso do descongestionante nasal.
11.Ao fazer uso de descongestionantes nasais que reações adversas já sentiu?
( ) Nunca senti nenhuma reação adversa.
( ) Efeito rebote.
( ) Insônia.
( ) Taquicardia.
( ) Rinite medicamentosa.
( ) Ressecamento nasal.
( ) Elevação da pressão arterial.
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
12.Você procura tirar dúvidas sobre os descongestionas nasais com o(a)
farmacêutico(a)?
( ) Raramente.
( ) Às vezes.
( ) Sempre esclareço minhas dúvidas com o(a) farmacêutico(a)
( ) Não
13.Qual o tipo de orientação você gostaria de receber?
( ) Posologia do medicamento.
( ) Efeitos adversos do medicamento.
( ) Se pelo seu histórico você pode ou não fazer uso do medicamento.
( ) Todas as opções acima.

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