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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

PORTFÓLIO ACADÊMICO:
RELATO DE UMA VIVÊNCIA DE ESTÁGIO EM FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO

LUCIANA APARECIDA DE CARVALLHO

LAVRAS-MG
2023
LUCIANA APARECIDA DE CARVALHO

PORTFÓLIO ACADÊMICO:
RELATO DE UMA VIVÊNCIA DE ESTÁGIO EM FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO

Portfólio acadêmico apresentado ao Centro


Universitário de Lavras, como parte das
exigências da disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso, curso de graduação em Farmácia.

PROFESSORA
Profa. Ma. Adrielle Pieve de Castro

LAVRAS-MG
2023
LUCIANA APARECIDA DE CARVALHO

PORTFÓLIO ACADÊMICO:
RELATO DE UMA VIVÊNCIA DE ESTÁGIO EM FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO

Portfólio acadêmico apresentado ao Centro


Universitário de Lavras, como parte das
exigências da disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso, curso de graduação em Farmácia.

Aprovado em: ___/___/___

PROFESSORA
Profa. Ma. Adrielle Pieve de Castro

LAVRAS-MG
2023
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, que esteve comigo em todos os momentos e


não permitiu que eu desistisse, apesar de várias vezes eu cogitar essa possibilidade.
Ele me deu força e perseverança para superar e vencer mais uma batalha.
À toda a minha família, em especial meus pais, Antônio Teodoro de Carvalho e
Ilma Correa de Carvalho, que são meus maiores exemplo de determinação e
persistência.
Aos meus cinco irmãos que, sempre me incentivaram e me apoiaram me dando
segurança para acreditar no meu potencial.
Aos meus quatro filhos Gabriel, Gabrielly, Geovanna e Giovani Matheus, que
foram mais meus pais do que meus filhos nessa caminhada, ao me colocar para cima
e me impulsionar, me dando o ombro pra chorar quando batia o desespero.
A meu neto José Lucas, que é meu presentinho do céu.
Aos sobrinhos e sobrinhas, em especial Lucas Felizardo, o qual me orientou.
Aos meus cunhados.
Aos meus tios queridos e primos.
Aos meus amigos que acreditaram na minha capacidade, obrigada pelo
incentivo e apoio constante.
A todos que me incentivaram a lutar e buscar por meu sonho e por me ajudar
a vencer tantos desafios. A vocês que sustentaram a conquista dos meus objetivos, a
minha eterna gratidão.
À minha orientadora Profa. Ma. Adrielle Pieve de Castro que me auxiliou.
À minha professora Aline, a qual também me auxiliou me dando apoio,
orientação, tendo bastante paciência, confiança, força e não me deixou desistir.
Aos demais professores que contribuíram para a minha formação acadêmica,
ética e humana. Sempre levarei comigo o semblante e o sorriso de cada um e seu
exemplo de parceria.
Aos amigos da faculdade pelos sorrisos, brincadeiras, descontração e amizade.
Em especial à Dalila Tavares Fernandes e Giovana Gajio, que sempre me deram as
mãos nos piores momentos e estiveram presentes nos melhores momentos.
A todos aqueles que se fizeram presente e jamais deixaram de acreditar na
minha vitória e determinação.
A todos vocês os meus sinceros agradecimentos!
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 9
3 AUTOAVALIAÇÃO ................................................................................................. 19
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Representação das cápsulas nº 00 à nº 03. ............................................... 11


Figura 2: Cápsula Gastrorresistente. ......................................................................... 12
Figura 3: Distribuição do fármaco sobre as cápsulas, utilizando a encapsuladora. .. 13
Figura 4: Cápsulas limpas e polidas. ......................................................................... 14
Figura 5:Controle de qualidade..................................................................................16
8

1 INTRODUÇÃO

Este portfólio foi realizado por mim, Luciana Aparecida de Carvalho, durante
uma vivência realizada na Farmácia de Manipulação Melissa, sob a orientação da
farmacêutica, Elaine das Graças Lima Dias.
Durante o estágio, pude vivenciar como são realizados os procedimentos para a
manipulação de cápsulas e semissólidos, com base nos critérios de Boas Práticas de
Manipulação em Farmácias (BPMF).
Foi possível observar na prática como são manipuladas as cápsulas, o tamanho
ideal para comportar os princípios ativos, qual a melhor cápsula a ser utilizada
(cápsula gastro-resistente, de gelatina, de tapioca), ainda pude vivenciar o controle de
qualidade, peso médio, rotulagem e, por fim, o atendimento aos clientes.
Essa vivência foi de extrema importância para meu desenvolvimento
profissional e pessoal, pois a prática me colocou em contato com o dia a dia do
farmacêutico.
9

2 DESENVOLVIMENTO

As farmácias magistrais é um espaço de grande atuação do profissional


farmacêutico, resgata a prática de preparar, conservar, manipular e dispensar. A
fórmula magistral valoriza o médico que a prescreve, melhora a relação “médico-
paciente” permitindo um equilíbrio da fórmula para o paciente que, como pessoa única
e individual em sua sintomatologia, nem sempre se adapta a formulações já
estabelecidas (MIGUEL et al., 2002).
As farmácias magistrais representam 10% do mercado brasileiro de
medicamentos. Nesse estabelecimento o farmacêutico desempenha um papel
significativo, prestando diversos serviços de saúde relevantes, cumprindo a
legislação vigente (GERMANO; SOARES, 2021).
Santos (2022) fala da importância das farmácias de manipulação no papel do
farmacêutico como agente de saúde, dispensador de medicamentos e orientador em
tratamentos de saúde seja via médico, odontólogo e farmacêutico.
A preparação personalizada de medicamento destinado a determinado
usuário, portador de prescrição ou orientação terapêutica realizada por profissional
habilitado, considerando as características de cada paciente, torna-se a principal
característica da manipulação de medicamentos (BUSANELLO et al., 2022).
A farmácia magistral é um setor que apresenta um crescimento em potencial
no mercado brasileiro de medicamentos, sendo que o farmacêutico desempenha um
papel significativo neste estabelecimento de saúde, prestando diversos serviços
importantes a saúde e cumprindo a legislação vigente (DE BARROS et al., 2022).
O setor magistral vem passando por muitas transformações, tendo como
objetivo atender às crescentes exigências de qualidade. Os requisitos mínimos para
o setor são estipulados de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada nº 67, de
8 de outubro de 2007 (GERMANO; SOARES, 2021)
As Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (BPMF) tem como base a
constituição de medidas, com o objetivo de assegurar padrões de qualidade aos
produtos manipulados e controlados, que sejam apropriados para o uso pretendido e
requeridos na prescrição (GERMANO; SOARES, 2021)
As BPMF abordam aspectos gerais da farmácia magistral, como: organização,
recursos humanos, equipamentos, controle de processos, estoque, controle de
10

qualidade, análises de matérias-primas, registros e relatórios. A estruturação


correta desses processos tem como finalidade assegurar que a garantia de qualidade
minimize possíveis riscos a qualquer produção farmacêutica, os quais não podem ser
evitados através de testes de produto final. (GERMANO; SOARES, 2021).
A Farmácia de Manipulação Melissa é composta com um laboratório de sólidos,
para realizarem a manipulação de cápsulas, além de um laboratório de controle de
qualidade onde são realizados o controle de qualidade.
Diante desse contesto no período do meu estágio, vivenciei a rotina de uma
farmácia de manipulação que compreende várias etapas dentre elas a análise da
prescrição, conferência da ficha de pesagem ou ordem de manipulação. Essas
atribuições e a assistência farmacêutica eram realizadas pela farmacêutica
responsável Elaine das Graças Lima Dias, conforme a Resolução RDC nº 67/2007.
Assistência Farmacêutica é o conjunto de ações e serviços relacionadas com
o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma
comunidade (BRASIL, 2002). A Assistência Farmacêutica é responsável pelo
abastecimento de medicamentos, em todas as etapas constitutivas, como na
conservação e controle de qualidade; na segurança e na eficácia terapêutica dos
medicamentos; no acompanhamento e na avaliação da utilização; na obtenção e na
difusão de informação sobre medicamentos e na educação permanente dos
profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional
de medicamentos (BRASIL, 2002).
Na assistência farmacêutica também se faz a análise da prescrição avaliando
a concentração e a compatibilidade físico-química dos componentes, a dose, a via de
administração, a forma farmacêutica e o grau de risco. A ordem de manipulação ou
ficha de pesagem deve conter informações necessárias para a preparação das
fórmulas como: o nome do paciente, o nome do prescritor, a composição da
formulação e seus sinônimos, os cálculos, as precauções; o horário de entrega etc.
Uma atenção farmacêutica que é exclusiva para cada cliente (BRASIL, 2002).
Durante a minha vivência de estágio foi possível entender que as cápsulas
duras são as formas farmacêuticas mais manipulada dentre as formas farmacêuticas
sólidas. Sendo que a cápsula gelatinosa dura oferece muitas vantagens que vão
desde a produção até a dispensação para o paciente, protegendo e conservando o
fármaco, mascarando odor e sabores indesejáveis, facilitando a biodisponibilidade do
11

princípio ativo e ajuda na identificação por cores e tamanhos. As cápsulas duras são
compostas por duas seções cilíndricas (corpo e tampa), cujas bordas são
arredondadas, preenchidas com princípios ativos e excipientes na forma sólida. A
maioria da sua composição é de gelatina, mas hoje em dia existe a disponibilidade de
outras substâncias (FARMACÓPÉIA BRASILEIRA 6ª ed, 2019). As cápsulas podem
ser de tamanhos e cores variados (Figura 1), sendo a cápsula nº 00 considerada a
maior e a cápsula nº 5 a menor, como observado durante o estágio

Figura 1: Representação das cápsulas nº 00 à nº 03.


Fonte: Autoria própria (2022).
Disciplinas relacionadas: Farmacotécnica, Tecnologia Farmacêutica e Operações
Unitárias e Controle de Qualidade de Medicamentos

Essas disciplinas ajudam a determinar a quantidade de princípio ativo e


excipientes necessários para atingir a dose terapêutica desejada. A escolha do
tamanho da cápsula (por exemplo),pois está relacionada à quantidade de pó que a
capsula pode conter. Já na Farmacotécnica aprendemos que o ativo é determinado
com base em considerações farmacológicas, como a potência do medicamento e a
resposta desejada. Na Tecnologia Farmacêutica e Operações Unitárias, essa
disciplina contribuiu para a compreensão das propriedades físicas e químicas do
princípio ativo, o que pode influenciar a formulação e a dosagem.
Durante a vivência de estágio, tive a oportunidade de aprender sobre a
diferença do tamanho das cápsulas e qual a quantidade ideal de fármacos e
excipientes para cada formulação, onde foi possível correlacionar com os conteúdos
apresentados na disciplina de Farmacotécnica e Tecnologia Farmacêutica, essas
12

disciplinas ajudam a determinar a quantidade de princípio ativo e excipientes


necessários para atingir a dose terapêutica desejada. A escolha do tamanho da
cápsula (por exemplo, 00, 0, 1, 2, 3, 4) está relacionada à quantidade de pó que uma
cápsula pode conter. Já na disciplina de Farmacologia foi nos ensinado que a
dosagem do princípio ativo é determinada com base em considerações
farmacológicas, como a potência do medicamento e a resposta terapêutica desejada.
A forma farmacêutica de maior uso no setor magistral são as cápsulas
gelatinosas duras, na qual o princípio ativo e os excipientes estão contidos em um
invólucro de formato e tamanho variado (BRASIL, 2012). As cápsulas são fabricadas
tradicionalmente de gelatina, glicerina e água, corantes e o pacificantes, mas também
pode ser constituído de outros materiais de origem vegetal, como os polímeros,
tapioca, clorofila, entre outros (BRASIL, 2012).

Figura 2: Cápsula Gastro resistente.


Fonte: Autoria própria (2022).
Disciplinas relacionadas: Controle de Qualidade de
Medicamentos, Cosméticos e Alimentos , Química Farmacêutica, e Farmacotécnica I

A imagem da figura 2 demonstra que, a cápsula gastro resistente, que são


capsulas resistente ao suco gástrico sendo assim os fármacos são absorvidos no
intestino.
Através dessa vivência foi possível correlacionar os ensinamentos da disciplina
de farmacologia, onde aprendemos a importância do local de absorção dos
medicamentos.
Já na disciplina Farmacotécnica I, onde os princípios ativos e as substâncias
necessárias usadas na manipulação. As capsulas gastro resistentes trazem proteção
13

dos ativos do estomago. Evita a perda da atividade farmacológica dos ativos e reduz
possíveis irritações do estomago. Pude acompanhar essa manipulação onde o
paciente estava com sensibilidade estomacal devido a gastrite relatada pelo mesmo.
Posso correlacionar essa vivência com a disciplina de Controle de Qualidade e
Química Farmacêutica porque elas envolvem métodos analíticos para garantir a
qualidade e a consistência dos produtos. A integração dessas disciplinas contribuem
para a produção segura e eficaz de capsulas em farmácias. Já na Farmacotécnica,
aborda a disciplina dos princípios ativos e técnicas envolvidas na formulação e
produção de formas farmacêuticas, por exemplo as capsulas que é o tema desse
portifólio.
A compreensão da Farmacotécnica é fundamental para garantir a estabilidade
e eficácia do medicamento. A maioria dos fármacos administrados em cápsulas
necessita do uso de excipientes para se ter uma homogeneidade no preenchimento
das cápsulas, melhorar a administração, adequar a velocidade de liberação do
fármaco, facilitar a produção e aumentar a estabilidade da formulação.
(PINHEIRO,2008). Embora tradicionalmente os excipientes sejam vistos como
substâncias inertes farmacologicamente, atualmente sabe-se que estes podem
interagir com o fármaco promovendo alterações químicas e físicas e influenciar na
velocidade de liberação. (WELLS,2005).
A Química Analítica nos auxilia na compreensão da composição química dos
fármacos e sua interação com os excipientes presentes na formulação da capsula.

Figura 3: Distribuição do fármaco sobre as cápsulas, utilizando a encapsuladora.


Fonte: Autoria própria (2022).
Disciplinas relacionadas: Farmacotécnica I, e Tecnologia Farmacêutica e Operações
Unitárias.
14

A figura 3 mostra o momento em que o medicamento é encapsulado.


Antes de encapsular os medicamentos é necessário calcular a quantidade de
ativos e excipientes, realizar a pesagem e escolher o tipo e tamanho da cápsula, com
a vivência dessas etapas foi possível colocar em prática os ensinamentos obtidos na
disciplina de Farmacotécnica l
Após a pesagem e os cálculos para definir o tamanho ideal das cápsulas (nº00,
nº0, nº1, nº2, nº3 e nº4), os pós são homogeneizados em graal com pistilo, a fim de
reduzir o tamanho das partículas. As capsulas são distribuídas nos encapsuladora,
suas tampas são removidas e assim o pó é distribuído sobre as cápsulas com a
utilização de uma espátula, facilitando assim, a uniformidade do seu espalhamento
entre as cápsulas (PINHEIRO, 2008).
Se necessário a encapsuladora é batida algumas vezes contra uma superfície,
tendo como finalidade a compactação do pó no interior das cápsulas, esse processo
é repetido até que todo o pó seja acondicionado. Finalmente, as cápsulas são
fechadas, removidas da encapsuladora e limpas com papel toalha, são contadas e
acondicionadas em embalagens (PINHEIRO, 2008) e enviadas ao controle de
qualidade.

Figura 4: Cápsulas limpas e polidas.


Fonte: Site Formédica.
Disciplinas relacionadas: Farmacotécnica I, Farmacotécnica II e Controle de Qualidade.
15

A disciplina de farmacotécnica I ensinou as práticas de manuseio e limpeza das


cápsulas. e a disciplina de Controle de Qualidade de Medicamentos, ensinou que se
sobrarem restos de outros pós nas fórmulas encapsuladas, pode haver interações dos
ativos com os medicamentos da fórmula atual e causar sérios riscos à saúde do
paciente.
Após avaliação do farmacêutico responsável, o medicamento é encaminhado
para o setor de controle de qualidade onde é realizado o peso médio, desvio padrão
e coeficiente de variação (DUTRA, 2012).
Segundo a Farmacopeia Brasileira (DUTRA, 2012), a determinação de peso
médio é um ensaio obrigatório e deve ser realizado em todos os produtos
manipulados. Sendo assim, dez cápsulas são selecionadas aleatoriamente para
verificação do peso médio e desvio padrão, em que a variação depende do peso
médio das cápsulas. Cápsulas que tenham peso médio menor de 300 mg podem
apresentar variações de até ±10%, enquanto para aquelas que apresentam 300 mg
ou mais podem ter variações de até ±7,5%. Após a realização do peso médio, é
importante aplicar os conceitos de desvio padrão e coeficiente de variação, pois
somente o peso médio pode proporcionar um resultado final errôneo (BRASIL, 2019).
O objetivo de avaliar o desvio padrão é encontrar uma quantidade que indique
a variação em torno da média de um conjunto de medidas (BRASIL, 2019). O desvio
padrão pode ser considerado um parâmetro estatístico que descreve a variabilidade
ou espalhamento de dados, que representa o quanto um determinado dado está
distante da média. Na prática, quanto menor o desvio padrão, melhor a
homogeneidade (BRASIL, 2019).
Coeficiente de variação é a média do desvio padrão. O coeficiente de variação
não pode ultrapassar 5% (FARMACOPEIA BRASILEIRA IV, 2004) .
Quando foram ofertadas a disciplina de Farmacotécnica I e II, eu pude observar
que é de grande importância uma pesagem de matéria-prima bem feita, da escolha
correta do tamanho da cápsula e do processo de encapsulação feito de maneira
correta e com atenção.
16

Figura 5: Balança de precisão do Controle de Qualidade


Fonte: Autoria própria (2022).
Disciplinas relacionadas: Controle de Qualidade, Tecnologia Farmacêutica, Legislação
Farmacêutica

Essas disciplinas nos ensinam que o Controle de Qualidade e Tecnologia


Farmacêutica nos garantem a precisão da dosagem, suas conformidades e pureza.
Já a disciplina de Legislação Farmacêutica regulamenta requisitos específicos a
rotulagem e garantia das propriedades físico-químicas.
Caso o desvio padrão da capsula aconteça, a fórmula deve ser desprezada e
refeita. (Considerando a Resolução de Diretoria Colegiada da ANVISA - RDC nº 67,
de 9 de outubro de 2007, a qual trata das Boas Práticas de Manipulação em Farmácias
e estabelece requisitos mínimos para o exercício das atividades de manipulação de
preparações magistrais e oficinais, desde suas instalações, equipamentos e recursos
humanos, aquisição e controle da qualidade da matéria-prima, armazenamento,
avaliação farmacêutica da prescrição, mani
pulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações,
além da atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia
de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional .
( RESOLUÇÃO SESA Nº 00X/2015 Publicada no Diário Oficial do Estado nº X, de
xx/xx/xx )

Após todas as etapas do processo de manipulação, as cápsulas são enviadas


dentro das suas embalagens, livres de contaminação e com sílica absorvente para
evitar umidade com o intuito de proteger o medicamento de contaminação ou
proliferação de micro-organismos. É necessário que as embalagens contenham os
17

rótulos com todas as informações previstas nas legislações vigentes. As normas


atuais não vêm sendo aplicadas em sua totalidade, visto que ainda são
comercializados medicamentos com informações incompletas (DUTRA, 2012).
Todos os medicamentos devem apresentar em seu rótulo, o nome do
responsável técnico seguido de seu registro no Conselho Profissional correspondente.
A indicação do profissional, responsável técnico pelo produto, informando que uma
pessoa habilitada responde pela qualidade do medicamento (DUTRA, 2012).
De acordo com Brasil (2010) devem existir procedimentos operacionais escritos
para rotulagem e embalagem de produtos manipulados. Os rótulos devem ser
armazenados de forma segura e com acesso restrito. Toda preparação magistral deve
ser rotulada e conter as seguintes informações:
a) nome do prescritor;
b) nome do paciente;
c) número de registro da formulação no Livro de Receituário
d) data da manipulação;
e) prazo de validade;
f) componentes da formulação com respectivas quantidades;
g) número de unidades;
h) peso ou volume contidos;
i) posologia;
j) identificação da farmácia;
k) C.N.P.J;
l) endereço completo e,
m) nome do farmacêutico responsável técnico com o respectivo número no
Conselho Regional de Farmácia.
Para algumas preparações magistrais ou oficinais são necessários rótulos ou
etiquetas com advertências complementares impressas, tais como: “Agite antes de
usar”; “conservar em geladeira”; “uso interno”; “uso externo”; “não deixe ao alcance
de crianças”; “veneno’; “diluir antes de usar” e, outras que sejam previstas em
legislação específica e que venham auxiliar o uso correto do produto (BRASIL, 2010).
As substâncias que compõem as preparações magistrais e oficinais devem ser
denominadas de acordo com a DCB (Denominação Comum Brasileira) ou, na sua
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ausência, a DCI (Denominação Comum Internacional) ou CAS (Comissão de


Assuntos Sociais vigentes, quando houver. Rótulos de preparações magistrais
contendo substâncias sujeitas a controle especial devem conter ainda informações
previstas em legislação sanitária específica (BRASIL, 2010).
As análises das informações técnico-científicas contidas nos rótulos foram
baseadas nas exigências e obrigatoriedade da legislação brasileira vigente. A
embalagem é um elemento de comunicação direta entre o usuário e o produto. Possui
importância quanto ao caráter formal, poder de informação e influência junto ao
usuário (BRASIL, 2010). Esta deve seguir a legislação em vigor, a fim de conferir
segurança ao uso correto do medicamento (BRASIL, 2010).
Após esses processos citados o medicamento é armazenado em um armário
fechado, longe de calor e fonte de luz direta, com temperatura média, aguardando a
retirada do usuário. Caso aconteça de haver alguma dúvida quanto à administração,
armazenamento e posologia, a farmacêutica fica responsável para sanar qualquer
dúvida, colocando assim, em prática a Atenção Farmacêutica.
Segundo o Art. 20, parágrafo único da RDC 44/2009, as atribuições do
farmacêutico responsável técnico são aquelas estabelecidas pelos conselhos federal
e regional de farmácia, observando a legislação sanitária vigente para farmácias e
drogarias. Segundo a RDC 44/2009, da ANVISA, Parágrafo único. O farmacêutico
responsável técnico pode delegar algumas das atribuições para outro farmacêutico,
com exceção das relacionadas à supervisão e responsabilidade pela assistência
técnica do estabelecimento, bem como daquelas consideradas indelegáveis pela
legislação específica dos conselhos federal e regional de farmácia (BRASIL, 2009).
Como vivenciado durante o estágio a farmácia de magistral é considerada um
estabelecimento da área saúde onde são produzidos medicamentos e cosméticos de
acordo com a necessidade de cada paciente, por isso é um serviço de saúde
individualizado e personalizado (BRASIL, 2019).
O farmacêutico é sempre requisitado e desempenha um papel muito importante
no balcão, como aprendemos em Atenção Farmacêutica. Sua atenção e empatia são
primordiais. A maioria dos pacientes chegam com dores, outros querem o suplemento
para a melhoria de sua qualidade de vida e outros se tornam muito amigos e sempre
passam para dar um oi. Todos sempre foram tratados com muito respeito e carinho,
como pude observar durante o estágio.
19

3 AUTOAVALIAÇÃO

Chegar ao final de uma graduação em Farmácia é imensamente gratificante.


Olhar para trás e ver todo o trajeto e os desafios enfrentados e conquistados não tem
como resumir em uma palavra apenas. Acredito que todos passamos por desafios e
inseguranças durante esse percurso e chegar ao final dele é de uma gratidão sem
tamanho.
Foram muitas vivencias e experiências instigantes, porém a Farmácia Magistral
sempre me fez brilhar os olhos. Cada cliente exclusivo no balcão, cada fórmula única
e cada gesto de satisfação do cliente é simplesmente engrandecedor. Cresci muito
como profissional quando desenvolvi os estágios e quando tive contato com
professores e colegas do curso.
São aprendizados que me acompanharão por toda vida e que serão usados e
relembrados em várias situações do cotidiano em qualquer estabelecimento de
Farmácia que eu vier a atuar.
20

4 CONCLUSÃO

A profissão farmacêutica vai muito além de um profissional na área da saúde.


Suas habilidades diárias têm um importante impacto na vida de várias pessoas que
se encaminha a um balcão de drogaria, de Farmácia Magistral ou em outra área que
a Farmácia abrange. Várias situações em que a intervenção farmacêutica é de
extrema necessidade. A praticidade para o uso de cápsulas evita que o paciente
venha a ingerir vários medicamentos, pois a capsula permite administrar apenas uma
dose desde que não haja a interação errada dos componentes. A intervenção
farmacêutica vem a agregar resultados e fortalecer a equipe de saúde quer seja num
balcão de farmácia ou num laboratório.
21

REFERÊNCIAS

BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO RDC


33/00, 19 de abril de 2000. Aprova o regulamento técnico sobre Boas Práticas
de Manipulação de Medicamentos em Farmácias e seus anexos. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2000/33_00rdc.htm> Acesso em: 06 out. 2023.

BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO RDC Nº


87, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008. Altera o Regulamento Técnico sobre as
Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (RDC67/07). Disponível em:
<http://www.anfarmag.org.br/integra.php?codigo=1247&codcategoria_menu=184>
Acesso em: 06 out. 2023.

BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO RDC Nº


21, DE 20 DE MAIO DE 2009. Altera o item 2.7, do Anexo III, da Resolução RDC
Nº 67/07.Disponível em: <http://www.anfarmag.org.br/integra.php?codigo=1514>
Acesso em: 06 out. 2023.
22

BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO RDC Nº


44, 17 DE AGOSTO DE 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o
controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de
produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e
dá outras providências. Disponível em:<http://cfo.org.br/wp-
content/uploads/2010/02/180809_rdc_44.pdf> Acesso em: 06 out. 2023.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. 2019. Disponível


em:http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259143/Volume+I+Pronto.pdf/4ff0d
fe8-8a1d-46b9-84f7-7fa9673e1ee1. Acesso em: 06 out. 2023.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência Farmacêutica na Atenção Básica:


instruções técnicas para sua organização. 2002. Disponível em: <
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_15.pdf > Acesso em: 06 out. 2023.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILANCIA


SANITÁRIA. RESOLUÇÃO-RDC Nº 67, DE 8 DE OUTUBRO DE 2007. Dispõe
sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais
para Uso Humano em farmácias. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html
> Acesso em: 06 out. 2023.

BRASIL, CF DO B. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA). Brazilian Pharmacopeia, 5. ed, 2010.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA


SANITÁRIA. Formulário nacional da farmacopéia brasileira. 2.ed. Brasília:
Anvisa, 2012. 2 2 4 p. Disponível em: < https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/assuntos/farmacopeia/formulario-nacional/arquivos/8065json-file-1>. Acesso em:
06 out. 2023.
23

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA


SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira, 6ª edição – Volume I. Brasília: Anvisa, 2019.
Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259143/Volume+I+Pronto.pdf/4ff0d
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BUSANELLO, C. et al. Farmácia com manipulação. Guia da profissão


farmacêutica. Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná. 1ed. 2022.
Disponível em:
https://www.crfpr.org.br/uploads/revista/28746/aZZf464JBFpB_j0DtYTwkQy0BI3URo
hA.pdf.

DE BARROS, J. C et al. Controle de qualidade físico-químico das cápsulas de


Cetoprofeno produzidas nas farmácias de manipulação de Aracaju/SE/Physico-
chemical quality Control f Ketoprofene capsules produced in Aracaju/SE handling
pharmacies. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 4, p. 31713-31730, 2022.

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