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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

HELLEN GOMES CONCEIÇÃO SILVA

FARMÁCIA UNIVERSITÁRIA E FORMAÇÃO FARMACÊUTICA: ANÁLISE DO


CENÁRIO BRASILEIRO

Feira de Santana-BA
2021
HELLEN GOMES CONCEIÇÃO SILVA

FARMÁCIA UNIVERSITÁRIA E FORMAÇÃO FARMACÊUTICA: ANÁLISE DO


CENÁRIO BRASILEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Estadual de Feira de Santana, para
obtenção do título de bacharel em farmácia.
Orientadora: Profa. Dra. Tatiane de Oliveira Silva
Alencar

Feira de Santana-BA
2021
SUMÁRIO
4

Colocar na estrutura do artigo

Resumo (até 200 palavras)

Descritores:

Abstract:

Keywords

Coloca o artigo como deve ser

Título

autores

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem como objeto de estudo as Farmácias Universitárias e sua


contribuição para a formação farmacêutica. Preliminarmente, cabe esclarecer que a
nomenclatura “Farmácia Universitária” (FU) tem como sinonímia “Farmácia Escola” (FE),
sendo a primeira utilizada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e é a que será
priorizada neste estudo.
Rossignoli, Correr e Fernandéz-Llimós (2003), definiam a Farmácia Escola (FE)
como um mecanismo de extensão das Faculdades de Farmácia, e tem como objetivo
proporcionar ao aluno, além da integração teórico-prática, a vivência profissional por meio da
prestação de serviços farmacêuticos à comunidade interna e externa à Instituição de Ensino
Superior (IES). Assim, visa trazer a realidade social para dentro da universidade, ao mesmo
passo que leva a universidade a atuar e relacionar-se com a comunidade, sendo uma unidade
de ensino que proporciona aos acadêmicos a prática do cotidiano da profissão farmacêutica.
Neste mesmo sentido, Souza e Silva (2010) afirmam que as Farmácias Universitárias
(FU) devem estar comprometidas com o ensino, pesquisa e extensão para cumprirem o seu
papel principal de formar profissionais críticos, capazes de exercerem uma prática reflexiva
que alcance as necessidades da comunidade na qual estão inseridos.
A ideia de FE como espaço pedagógico continuou ao longo do tempo, passando a ser
uma exigência para a formação farmacêutica. A obrigatoriedade da FE para os cursos de
Farmácia foi regulamentada por meio da Nota Técnica nº 008/2015, do Instituto Nacional de
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Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada ao


Ministério da Educação – MEC (BRASIL, 2015).
Posteriormente, as Novas Diretrizes Curriculares para a graduação em Farmácia,
publicadas na Resolução Conselho Nacional de Educação (CNE) nº 6, de 19 de outubro de
2017 (CNE, 2017), colocam a farmácia universitária como cenário obrigatório de prática,
podendo ser na IES ou em outro estabelecimento, relacionado à assistência farmacêutica, por
meio de convênio, visando à execução de atividades de estágio obrigatório, para todos os
estudantes do curso.
Tais diretrizes reforçam que a farmácia universitária (FU) é importante para construir
o perfil acadêmico e profissional com competências, habilidades e atitudes, dentro de
perspectivas e abordagens contemporâneas de formação; possibilitando ao estudante, em seu
processo de formação, aprender a trabalhar com qualidade, eficiência e resolubilidade no SUS
e nos demais espaços de atuação do farmacêutico.
Todas as expectativas de contribuição da FU à formação farmacêutica são
corroboradas pelo Fórum Nacional de Farmácias Universitárias (FNFU), entidade que
representa uma rede nacional de natureza colegiada, que luta em defesa das Farmácias
Universitárias. O FNFU tem como objetivos principais promover a interlocução política com
diferentes órgãos e entidades, público e privada a fim de colaborar para implantação e
manutenção das Farmácias Universitárias dos cursos de graduação em farmácia no Brasil
(FNFU, 2015).
Para tal, a FU pode desenvolver atividades relacionadas aos medicamentos
industrializados e magistrais, que favorecem a promoção, o acesso e o uso racional de
medicamentos, possibilitando melhora na farmacoterapia. Trata-se, também, de um local de
pesquisa e extensão, sendo obrigatório estar em conformidade com as legislações sanitária,
profissional e trabalhista vigentes. No contexto da educação interdisciplinar, corresponde a
um cenário que favorece a formação do farmacêutico para atuar em equipes
multiprofissionais, participando de ações integradas aos demais níveis de atenção à saúde
(CFF, 2016).
Saturnino e Fernández-Llimós (2009), descrevem em estudo realizado com 41
Farmácias Escolas do país, no qual a maioria dos farmacêuticos (97%) afirmou que o objetivo
de uma FE é, entre outros, o de oferecer estágios aos alunos; 77% concordaram também que,
uma vez implantada a FE, esta deveria ser modelo exemplo de uma Farmácia Comunitária. Os
dois serviços mais oferecidos nas FE, ambos em 70% delas, foram o de Atenção Farmacêutica
com propósito de Seguimento Farmacoterapêutico e o de aferição de pressão arterial que, de
6

certa forma, estão interligados. Os tipos de serviços oferecidos pelas FE refletiam as áreas de
estágios disponibilizadas aos alunos.
Um levantamento com 49 instituições de ensino superior que ofertam o curso de
farmácia, sobre as características das Farmácias Universitárias (FU) no Brasil, mostrou que
em 63,3% das FU os estudantes estagiam nas FU. O estudo revelou que a quantidade
insuficiente de Recursos Humanos (RH), escassez de recursos financeiros, baixa quantidade
de clientes e difícil aquisição de medicamentos estão entre os principais desafios para o
funcionamento das FU (PEREIRA, et al. 2020).
Tendo em vista todo o exposto, delimita-se como questões desse estudo: Qual o perfil
das farmácias universitárias do Brasil considerando os padrões mínimos definidos pelo Fórum
Nacional de Farmácias Universitárias? Em que medida as farmácias universitárias têm
contribuído para a formação farmacêutica?
Considerando que a FU se constitui um cenário de prática diferenciado de ensino e
aprendizagem, que deve estar previsto no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Farmácia de
todas as instituições do país, conforme delimita as Diretrizes Curriculares Nacionais, com
caráter formador, inovador e comprometido com a ética e a qualidade da educação
farmacêutica, justifica-se o estudo deste objeto, tendo-se como objetivo geral: discutir como
as farmácias universitárias têm contribuído para a formação farmacêutica; e como Objetivos
Específicos:
 Identificar o perfil das farmácias universitárias do Brasil em relação a interface ensino,
pesquisa e extensão;
 Caracterizar o perfil das farmácias universitárias do Brasil em relação a infraestrutura
e recursos humanos;
 Descrever o perfil das farmácias universitárias do Brasil em relação aos padrões
mínimos de serviços e procedimentos farmacêuticos;
 Definir o perfil das farmácias universitárias do Brasil em relação aos padrões mínimos
de garantia da qualidade.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

ENXUGAR E DEPOIS LEVAR PARA A INTRODUÇÃO. ENXUGA


NOVAMENTE. Manter os parágrafos sobre estudos e dados da FU e as referências
atualizadas.

A formação farmacêutica é fundamentada no conhecimento das áreas de atuação,


favorecendo o desenvolvimento de habilidades e competências para formação voltada ao
atendimento das necessidades sociais de saúde (SOUZA, et al. 2013).
O farmacêutico atua nos níveis de atenção integral à saúde, com destaque para o
Sistema Único de Saúde (SUS), os conteúdos essenciais devem estar relacionados com todo o
processo de saúde doença do cidadão, da família e da comunidade, integrados à realidade
epidemiológica e profissional (SOUZA, et al. 2013).
Nesse sentido, o farmacêutico é o profissional com capacitação voltada ao fármaco e
ao medicamento em todas as abrangências, ampliada pelo conhecimento analítico,
administrativo, social e biológico com ênfase clínico-patológica. Possui formação generalista,
preconizada pelas novas diretrizes curriculares nacionais, que enfatiza os temas relacionados
às questões sanitárias e sociais, incluindo a prática da atenção farmacêutica, sendo um
profissional de múltiplas habilidades, apto a exercer a farmácia em todos os seus seguimentos
e atividades (OLIVEIRA, et al. 2005).
A formação do farmacêutico deve ter como foco a preparação para atuar no Sistema
Único de Saúde - SUS, e nos diversos âmbitos de atuação, articulado ao contexto social,
participando e contribuindo para o desenvolvimento da sociedade. O que se espera do
profissional farmacêutico, é que seja capaz de gerenciar o serviço e as pessoas, inovar,
integrar e cuidar, com base em critérios científicos e éticos para a consolidação dos princípios
do SUS, deve possuir uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em
todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual (LEITE, et al.
2008).
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a graduação em Farmácia, publicadas na
Resolução Conselho Nacional de Educação (CNE) nº 6, de 19 de outubro de 2017 (CNE,
2017), descreve e afirma que a formação farmacêutica deve ser pautada em princípios éticos e
científicos, capacitando-o para o trabalho nos diferentes níveis de complexidade do sistema de
saúde, por meio de ações de prevenção de doenças, de promoção, proteção e recuperação da
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saúde, bem como em trabalho de pesquisa e desenvolvimento de serviços e de produtos para a


saúde.
A FU se insere, portanto, como cenário de prática obrigatório, no processo de
formação farmacêutica e tem como grande desafio a integração das necessidades pedagógicas
e dos interesses políticos e de gestão das Instituição de Ensino Superior (IES) (SILVÉRIO;
CORRÊA, 2018).
Em levantamento sobre as farmácias universitárias do Brasil, demonstrou que entre os
serviços oferecidos nas FU, os mais frequentes são: manipulação e dispensação de
medicamentos, aferição de padrões bioquímicos e fisiológicos, além do acompanhamento
farmacoterapêutico. Das 49 FU que participaram do estudo, 38,8% realizam dispensação de
forma gratuita, 36,7% de forma comercial, 8,2% de forma mista e 16,3% não dispensam. Das
FU que realizam dispensação, 27 afirmaram dispensar medicamentos do componente básico
(PEREIRA, et al. 2020).
Tal perfil corrobora com Batista (2012) ao afirmar que a FE propicia a integração
das diversas áreas de conhecimento que compõem o curso de graduação em Farmácia,
constituindo um âmbito de vivência profissional que reforçará o processo de aprendizagem e a
avaliação formativa, na busca de melhoria da qualidade da educação farmacêutica, tendo
como um dos principais objetivos capacitar os acadêmicos de farmácia para atuação
profissional.
Também reitera o entendimento do Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio
da Resolução nº 610, de 20 de março de 2015 (CFF, 2015), de que este espaço deve ser um
laboratório didático-especializado com critérios técnicos-científicos, tornando-se um
referencial de qualidade, tendo em vista as ações direcionadas ao cuidado do paciente e aos
serviços prestados.
Posto isto, a Farmácia Universitária (FU) também denominada Farmácia Escola
(FE), é um estabelecimento de saúde que oferece serviços farmacêuticos aos indivíduos,
família e comunidade, de modo a contribuir para a promoção, proteção, prevenção e
recuperação da saúde e para o uso racional de medicamentos. É no contexto de prática que
desenvolve atividades relacionadas aos medicamentos. Caracterizado por ser um ambiente de
ensino, no qual os alunos do curso de farmácia vivenciam o cotidiano da profissão
farmacêutica (BATISTA, 2012; FNFU, 2017).
Para o desenvolvimento da Farmácia Universitária, a Instituição de Ensino Superior
(IES) destina-se a capacitar, preparar e formar farmacêuticos para exercer com
responsabilidade, profissionalismo e ética sua função, tendo em vista o aprimoramento nos
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estudantes dos conhecimentos, habilidades e atitudes na provisão de cuidados à saúde e


concernentes aos medicamentos (SATURNINO; FERNÁNDEZ-LLIMÓS, 2009).
Esses autores também esclarecem que as faculdades de Farmácia podem definir quais
as modalidades de serviço irão prestar à comunidade, como: manipulações alopáticas,
homeopática e/ou fitoterápicas. Dessa forma, a farmácia universitária se propõe a oferecer
campo de prática para os acadêmicos do curso de farmácia, promovendo experiências e
compondo a formação farmacêutica por meio da experiência clínica, como também ofertar
serviços de cuidado em saúde para comunidade.
A finalidade da farmácia universitária é o fornecimento de serviços e informações para
os pacientes, a saber: como utilizar os medicamentos de forma racional, através de um
atendimento especializado e humanizado durante a consulta farmacêutica e dispensação de
medicamentos; instruir os usuários sobre a forma correta de manter os medicamentos em casa,
armazenando-os corretamente e como descartá-los de maneira adequada quando for
necessário. Para o acadêmico, será mostrado a realidade do seu futuro local de trabalho, bem
como a oportunidade de desenvolvimento social e profissional junto à comunidade (CONEX,
2014).
Com base nessas reflexões a respeito da contribuição das farmácias universitárias para
a formação farmacêutica, em 2017, o Fórum Nacional de Farmácias Universitárias (FNFU)
estabeleceu os padrões mínimos para farmácias universitárias, a construção dos padrões
mínimos para a FU envolveu a discussão de temas fundamentais para a estruturação dos
estabelecimentos de saúde, voltados à Educação Farmacêutica, para o desenvolvimento de
atividades de ensino, extensão e pesquisa, sendo o eixo ensino subdividido em cuidado em
saúde; gestão em saúde; e tecnologia e inovação (FNFU, 2017).
Os padrões mínimos para farmácia universitária estabelecidos pelo FNFU (2017) é um
documento que reúne vários parâmetros (eixos), com o intuito de ser guia para efetivação da
farmácia universitária, a saber:
 Ensino, pesquisa e extensão;
Os padrões mínimos para o eixo ensino foram subdivididos em três áreas de atividades
prioritárias: Cuidado em saúde, Gestão em saúde e Tecnologia e Inovação. A pesquisa busca
os meios para o incentivo e a realização desta atividade na Farmácia Universitária de
diferentes categorias institucionais abordando as competências, habilidades e atitudes, que a
Farmácia Universitária deve proporcionar para o estudante na pesquisa. A extensão é
fundamentada para o desenvolvimento junto à comunidade no formato programa, projeto ou
evento.
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 Infraestrutura e recursos humanos mínimos da farmácia universitária;


As áreas/salas deverão ser definidas de acordo com os serviços disponíveis na
Farmácia Universitária, devendo conter, no mínimo: área de dispensação; área administrativa;
sala da coordenação; sala de atendimento farmacêutico; sala de administração de
medicamento; salas de manipulação; sala de controle de qualidade; sala para lavagem de
utensílios e materiais de embalagens; sala de paramentação; vestiário; sanitários; depósito de
material de limpeza; sala de armazenamento de insumos; área de descarte; sala de
estudos/reunião. O número de funcionários envolvidos para manter o funcionamento regular
da Farmácia Universitária irá depender dos tipos de serviços prestados pelo estabelecimento.
 Padrões mínimos de serviços e procedimentos farmacêuticos;
Entre os serviços mínimos, o FNFU elegeu a dispensação, manipulação de
medicamentos, revisão da farmacoterapia, acompanhamento farmacoterapêutico, educação
em saúde, verificação da pressão arterial; realização de testes rápidos de determinação de
glicemia capilar, verificação de temperatura corporal, verificação de parâmetros
antropométricos, como procedimentos mínimos a serem ofertados nas Farmácias
Universitárias.
 Padrões mínimos para a garantia da qualidade;
A Garantia da Qualidade na Farmácia Universitária envolve cinco parâmetros que têm
como objetivo assegurar seu desempenho, segundo os eixos descritos a seguir: produtos;
gestão organizacional; apoio técnico e logístico; gestão da atenção à saúde; formação
acadêmica.
Os eixos descritos pelo FNFU nos Padrões Mínimos para Farmácias Universitárias
serão os elementos que nortearão a análise dos dados da pesquisa.
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3 METODOLOGIA

Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, fundamentado em pesquisa documental


(MARCONI; LAKATOS, 2003), tendo sida desenvolvida por meio de fonte de dados
primárias. Previamente, foram definidas como fontes de dados os seguintes documentos:
 Projetos Pedagógico dos Cursos (PPC) de Farmácia com farmácias
universitárias no Brasil disponibilizados no formato eletrônico, documento
obrigatório para todo curso e norteador de suas caraterísticas didático-
pedagógicas, devendo estar disponíveis para acesso ao público conforme
dispõe a Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011 (BRASIL, 2011);
 Sítios das instituições de ensino superior com cursos de Farmácia, sites dos
cursos de Farmácia com farmácias universitárias ou sites das farmácias
universitárias, visto que os sítios são importantes fontes de informação e de
domínio público;
 Resolução Conselho Nacional de Educação (CNE) nº 6, de 19 de outubro de
2017, que define Diretrizes curriculares do curso de Farmácia (CNE, 2017).
Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram os roteiros elaborados
previamente (APÊNDICES A, B, C, D) construídos com base nos padrões mínimos para
farmácia universitária definidos pelo FNFU. Esses roteiros foram importantes para a
ordenação e análise dos dados.
A coleta de dados se deu por meio do preenchimento dos instrumentos a partir da
busca de informações nas fontes de evidência. Através de uma busca prévia foram
identificadas 50 Farmácias Universitárias no país, sendo 22 públicas e 28 privadas. A partir
desta constatação realizou-se busca seguida de análise dos Projetos Pedagógicos dos Cursos
(PPC) de farmácia com farmácias universitárias, ou de Regimento da FU disponibilizados nos
sites das universidades ou no site da própria farmácia. Assim, foi possível identificar, definir,
descrever e caracterizar as interfaces dos eixos elencados nos padrões mínimos para farmácias
universitárias, objeto de estudo da pesquisa.
Foram delimitados critérios para definição da amostra a ser pesquisada. Assim, foram
considerados como critério de inclusão: Farmácias Universitárias de instituições de ensino
públicas; Farmácias Universitárias que disponibilizaram informações nos PPC ou em sites
próprios ou da instituição de ensino; e FU que disponibilizaram informações sobre, pelo
menos, um dos padrões mínimos estabelecidos pelo FNFU nos PPC ou nos sites. Já os
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critérios de exclusão foram: FU de instituições de ensino privadas, pois considerou-se que os


aspectos que condicionam a implantação e estruturação de Farmácias Universitárias nos
setores público e privados são distintos; Farmácias Universitárias que não possuíam
informações disponibilizadas em sites da instituição de ensino superior ou da própria FU e
aquelas que não disponibilizaram informações sobre, pelo menos, um dos padrões mínimos
estabelecidos pelo FNFU nos PPC ou nos sites.
Para tratamento dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, que de acordo
com Minayo (2014), se divide em três etapas: ordenação dos dados, classificação dos dados e
análise final dos dados. A análise dos dados teve como elementos balizadores os padrões
mínimos conforme mencionado no referencial teórico. A partir desta dinâmica de ordenação
dos dados, obteve-se como categorias de análise: dimensão ensino, pesquisa e extensão;
infraestrutura mínima e recursos humanos da farmácia universitária; padrões mínimos de
serviços e procedimentos farmacêuticos e padrões mínimos para garantia da qualidade.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No que se refere a regulamentação e a implantação das Farmácias Universitárias no


país, estas incentivam os pilares que sustentam e reforçam a identidade das farmácias
universitárias, como a propagação da educação permanente, estímulo do ensino, pesquisa e
extensão, efetividade e segurança para o conjunto de ações assistenciais que envolvem
diferentes sujeitos, deste modo destacamos as principais normativas que respaldam as
farmácias universitárias do Brasil, indicadas no Quadro 01. (Colocar a referência)

Quadro 01: Normativas que regulamentam a Farmácia Universitária como cenário


obrigatório aos cursos de Farmácia.
LEGISLAÇÕES/ NORMATIVAS SÍNTESE Do Conteúdo
Resolução nº 480 de 25 de junho de 2008 do Dispõe sobre os serviços farmacêuticos que podem
Conselho Federal de Farmácia (CFF) ser realizados na farmácia escola, pública ou privada,
compreendendo: o cuidado farmacêutico, a
manipulação e/ou dispensação de medicamentos
industrializados e preparações magistrais (alopáticas
ou homeopáticas), plantas medicinais, drogas
vegetais e outras categorias ou relações de
medicamentos, visando ao seu acesso e uso racional,
sendo e dá outras providências.
Resolução nº 610 de 20 de março de 2015, Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na
do Conselho Federal de Farmácia (CFF) farmácia universitária, a saber: comprovação da
qualidade dos serviços prestados à população por
meio de monitoramento e documentação; o
desenvolvimento de um processo eficaz de
comunicação com pacientes, cuidadores, família,
equipe de saúde e comunidade, visando a construir e
manter relações de trabalho; a gestão de problemas e
questões interpessoais, assim como a tomada de
decisões baseadas nas melhores evidências para o
cuidado do paciente; elaborar protocolos de
vigilância farmacológica de medicamentos, produtos
farmacêuticos e correlatos; notificar aos órgãos
sanitários os incidentes, as queixas técnicas e os
eventos adversos a medicamentos e outros produtos
para a saúde; notificar aos órgãos sanitários os
incidentes, as queixas técnicas e os eventos adversos
a medicamentos e outros produtos para a saúde;
organizar e manter cadastro atualizado com dados
técnico-científicos dos insumos, das drogas, dos
fármacos e dos medicamentos disponíveis na
farmácia universitária, e dá outras providências.
Nota Técnica nº 01 junho de 2016 do Conselho Dispõe sobre a farmácia universitária como indicador
Federal de Farmácia (CFF) obrigatório na avaliação dos cursos de Farmácia.
De modo que a FU assegure a qualificação
acadêmica dos estudantes e propiciar a integração das
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diversas áreas de conhecimento que compõem o


curso de graduação em Farmácia, por meio de
estágios e outras atividades, e sendo capaz de
reforçar o processo de ensino aprendizagem e a
avaliação formativa, na busca pela melhoria da
qualidade da educação farmacêutica.
Resolução CNE/CES nº 06, de 19 de outubro de Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso
fevereiro de 2017 de Graduação em Farmácia e dá outras providências.
Dispõe que a Farmácia Universitária é cenário
obrigatório de prática, podendo ser na IES ou em
outro estabelecimento.
Padrões mínimos para Farmácias Universitárias É um documento definido pelo Fórum de
(Fórum Nacional de Farmácias Universitárias 2017) Farmácias Universitárias (FNFU), que tem como
objetivo colaborar, instruir acerca da
implementação de Farmácias Universitárias no
Brasil, considerando sua importância como um
estabelecimento de saúde de referência para a
educação farmacêutica no Brasil.
Fonte: Elaboração própria.
As normativas que foram apresentadas têm por finalidade nortear, organizar e
auxiliar a regularização e implantação dos serviços farmacêuticos na Farmácia Universitária,
bem como o papel do farmacêutico na farmácia universitária, promovendo educação em saúde
contribuindo para formação farmacêutica.
A pesquisa dos documentos resultou em 19 Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC)
de Farmácia de instituições de ensino superior públicas, e três regimentos interno de
farmácias universitárias, totalizando 22 documentos como fonte de evidência.
Contudo, só foram selecionados para pesquisa os PPCs e regimentos internos que
descreviam pelo menos um dos eixos descritos nos padrões mínimos para farmácias
universitárias. Os dados contidos nestes documentos foram complementar as informações
disponibilizadas nos sítios eletrônicos1 das instituições de ensino superior, dos cursos de
farmácia ou das farmácias universitárias.
Para caracterizar as FU e entender a sua contribuição para formação farmacêutica,
foram identificados os elementos componentes dos eixos elencados nos Padrões mínimos
para Farmácias Universitárias (relação a interface ensino, pesquisa e extensão; infraestrutura
e recursos humanos; padrões mínimos de serviços e procedimentos farmacêuticos; padrões
mínimos para garantia da qualidade), a partir das fontes de evidências utilizadas para coleta de
dados.
Foram selecionados para a pesquisa os Projetos Pedagógicos dos Cursos de farmácia
e Regimentos Internos das farmácias universitárias, que apresentaram pelo menos um dos

1
Os sítios eletrônicos que disponibilizam informações sobre as FU, de modo geral, trazem elementos
relacionadas as ações desenvolvidas nas farmácias universitárias, como os serviços e procedimentos ofertados, a
equipe que compõe a farmácia universitária, infraestrutura, horário de funcionamento e meios de contato.
15

eixos dos padrões mínimos para implantação das farmácias universitárias, o que resultou após
análise dos documentos, em 14 arquivos para coleta de dados, como mostra o quadro 02.
Quadro 02. Atendimento dos eixos previstos nos padrões mínimos para Farmácias
Universitárias a partir dos Projetos Pedagógicos dos Cursos e Regimentos Internos das FU.
Projetos Eixos dos Padrões Mínimos
Pedagógicos dos Ensino, Pesquisa e Infraestrutura e Serviços e Procedimentos Padrões
Cursos de Extensão Recursos Humanos Farmacêuticos Mínimos de
Farmácia (PPC) Garantia da
Qualidade
PPC de Farmácia Descreve atividades Descreve a Dispensação de Dispõem de um
Universidade de de ensino pesquisa e infraestrutura da medicamentos, coordenador
São Paulo USP – extensão. FU, como áreas e acompanhamento farmacêutico
Ano 2018 salas. Não descreve farmacoterapêutico. responsável
o pessoal que Possui convênio com a técnico.
compõe a equipe de Secretaria de Estado da Saúde O PPC não
RH. de São Paulo (SES-SP), os disponibiliza
medicamentos dispensados outras
são do componente básico, informações que
estratégico e especializado. caracterizam este
eixo.
PPC de Farmácia Desenvolverá Descreve o pessoal Desenvolverá dispensação de Dispõem de
Instituto Federal atividades de ensino, de RH, composto medicamentos. coordenador
do Paraná IFPR – pesquisa e extensão. por coordenador Já possui convênio firmado farmacêutico
Ano 2019 farmacêutico, com a prefeitura de Palmas- responsável
assistentes e PR, mas não esclarece o técnico.
técnicos. elenco dos medicamentos. O PPC não
Não descreve a Os principais serviços que disponibiliza
infraestrutura da serão ofertados são: outras
FU. Verificação de pressão informações que
arterial; caracterizam este
Verificação de temperatura eixo.
corporal; Determinação
capilar de teor sanguíneo de
glicose;
Execução de procedimentos
de inalação e nebulização;
Aplicação de medicamentos
injetáveis; Disponibilização
de vacinas, soros e
imunobiológicos; Perfuração
de lóbulo auricular para
colocação de brinco;
Realização de curativos de
pequeno porte.
PPC de Farmácia Desenvolve atividades O PPC não dispõe O PPC não descreve sobre os O PPC não revela
Universidade de ensino, pesquisa e de informações serviços ofertados. nenhum dado
Estadual da extensão. sobre a relacionado a
Paraíba UEPB – infraestrutura e RH. garantia da
Ano 2016 qualidade.
PPC de Farmácia Desenvolverá O PPC não dispõe Desenvolverá dispensação O PPC não revela
Universidade atividades de ensino, de informações de medicamento, nenhum dado
Federal do pesquisa e extensão. sobre a manipulação de relacionado a
Espirito Santo infraestrutura e RH. garantia da
medicamentos e
UFES – Ano 2017 qualidade.
cosméticos.

PPC de Farmácia Desenvolverá O PPC não dispõe Desenvolverá dispensação O PPC não revela
Universidade do atividades de ensino, de informações e manipulação de nenhum dado
Estado da Bahia pesquisa e extensão. sobre a medicamentos. relacionado a
UNEB – Ano infraestrutura e RH. garantia da
qualidade.
PPC de Farmácia O PPC não descreve o Descreve as Desenvolverá dispensação e O PPC não revela
Universidade desenvolvimento de áreas/salas da FU, manipulação de nenhum dado
16

Federal do Oeste atividades de ensino, contudo os verbos medicamentos. relacionado a


do Pará UFOPA – pesquisa e extensão. se encontram no . garantia da
Ano 2016 futuro, mas não qualidade.
descreve a equipe
de RH.
PPC de Farmácia Desenvolve atividades Descreve a Dispensação de Dispõem de
Universidade de ensino, pesquisa e infraestrutura da FE, medicamentos por meio de coordenador
Federal de Ouro extensão. com a descrição das convênio com a Secretaria farmacêutico
Preto UFOP – salas existentes na Municipal de Saúde (SMS) da responsável
Ano 2018 FU. Mas não Prefeitura Municipal de Ouro técnico.
descreve o pessoal Preto. OPPC não detalha O PPC não
de RH. sobre qual componente da disponibiliza
assistência farmacêutica os outros detalhes
medicamentos fazem parte. que caracterizam
este eixo.
PPC de Farmácia Desenvolve atividades O PPC não dispõe Dispensação e manipulação Dispõem de
Universidade de ensino, pesquisa e de informações de medicamentos. O PPC não coordenador
Federal do Paraná extensão. sobre a detalha sobre qual farmacêutico
UFPR – Ano infraestrutura e RH. componente da assistência responsável
2020 farmacêutica os técnico.
medicamentos fazem parte. O PPC não
disponibiliza
outras
informações que
caracterizam este
eixo.
PPC de Farmácia Desenvolve atividades O PPC não dispõe Dispensação e manipulação Dispõem de
Universidade de ensino, pesquisa e de informações de medicamentos. O PPC não coordenador
Federal de extensão. sobre a detalha sobre qual farmacêutico
Pernambuco infraestrutura e RH. componente da assistência responsável
UFPE – Ano 2013 farmacêutica os técnico.
medicamentos fazem parte.
PPC de Farmácia Desenvolve atividades O PPC não dispõe Manipulação, dispensação de Dispõem de
Universidade de ensino, pesquisa e de informações medicamentos, orientação coordenador
Federal do Rio de extensão. sobre a farmacêutica. farmacêutico
Janeiro UFRJ – infraestrutura e responsável
Ano 2012 equipe de RH. técnico.
PPC de Farmácia Desenvolve O PPC descreve a Dispensação de Dispõe de
Universidade atividade de ensino, infraestrutura medicamentos do coordenador
Estadual de Feira pesquisa sobre mínima da farmácia componente básico, por farmacêutico,
de Santana UEFS universitária, como
utilização de meio de convênio com a possui plano de
– 2021 também
medicamentos e disponibiliza os
Prefeitura Municipal; trabalho para as
extensão com membros que acompanhamento atividades
ênfase na promoção compõe a equipe de farmacoterapêutico; realizadas pelos
do uso racional de RH. aplicação de injetáveis, discentes,
medicamentos. aferição de pressão registro e
arterial, realização de documentação
testes rápidos de das atividades
determinação de glicemia realizadas em
capilar, verificação de formulários
temperatura corporal, específicos;
verificação de parâmetros avaliação das
antropométrico; atividades
gerenciamento dos realizadas por
medicamentos vencidos. meio de
indicadores.
PPC de farmácia Desenvolvimento de Descreve o pessoal Dispensação e manipulação Dispõem de
Universidade ensino, pesquisa e de RH da FU. de medicamentos. coordenador
Federal de projetos de extensão Responsável técnico Possui convênio com a farmacêutico
Alfenas UNIFAL vinculados a FU. farmacêutico, Prefeitura Municipal de responsável
- 2019, técnicos. Alfenas, mas não descreve de técnico.
Regimento Não descreve sobre qual componente da
Interno da a infraestrutura assistência farmacêutica os
Farmácia física da farmácia medicamentos fazem parte.
Universitária universitária.
17

Regimento Desenvolve atividades Descreve os Dispensação e manipulação Dispõem de


Interno da de ensino, pesquisa e membros de RH, e a de medicamentos. coordenador
Universidade extensão. infraestrutura física, O regimento interno da farmacêutico
Estadual de com a descrição das farmácia universitária, não responsável
Londrina UEL salas destinadas detalha sobre qual técnico.
para cada setor. componente da assistência Controle de
farmacêutica os qualidade na
medicamentos fazem parte. manipulação de
medicamentos, e
serviços
relacionados aos
medicamentos.
Regimento Desenvolve atividades Descreve o pessoal Dispensação e manipulação Dispõem de
Interno da de ensino, pesquisa e de RH. Não de medicamentos. coordenador
Universidade extensão. descreve a estrutura O regimento interno da farmacêutico
Federal de Juiz de física da farmácia farmácia universitária, não responsável
Fora UFJF universitária. detalha sobre qual técnico.
componente da assistência
farmacêutica os
medicamentos fazem parte.
Fonte: Elaboração própria.

A análise dos dados nos Projetos Pedagógicos dos Cursos, permitiu constatar que,
em relação a interface ensino, pesquisa e extensão, a maioria das instituições desenvolvem
atividades relacionadas a este eixo, já que das 22 farmácias universitárias de instituições
públicas participantes do estudo, 14 apresentaram dados relacionados ao ensino, pesquisa e
extensão, com o desenvolvimento de atividades e disciplinas de estágios, linhas de pesquisas e
projetos ou programas de extensão.
Quanto a dimensão infraestrutura e recursos humanos, verificou-se que cinco das
farmácias universitárias analisadas nos PPC, descreveram infraestrutura mínima de acordo
com os serviços ofertados na FU, como preconiza os padrões mínimos para implantação das
farmácias universitárias.
Genericamente a estrutura física das farmácias universitárias, dispõe de área de
recepção; laboratório de ensino, pesquisa e extensão; laboratório para manipulação de
medicamentos; sala da coordenação; sala de reuniões; consultório farmacêutico;
almoxarifado; banheiros e copa. É importante destacar que há predomínio de farmácias
universitárias comunitárias, e também que oferecem a manipulação de medicamentos e
cosméticos.
Em relação aos recursos humanos, as FU dispõem de trabalhadores conforme os
serviços ofertados, mas no geral estão presentes: farmacêutico responsável técnico, técnicos
administrativos, docentes e auxiliares.
Na dimensão de análise serviços e procedimentos farmacêuticos, 13 das farmácias
universitárias em estudo, disponibilizam os serviços ofertados, como dispensação,
manipulação de medicamentos, revisão da farmacoterapia e acompanhamento
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farmacoterapêutico, manipulação de fórmulas magistrais, demonstrando a dispensação de


medicamentos como serviço essencial na rotina e no funcionamento das FU.
No que diz respeito aos procedimentos mínimos, que é uma sub dimensão dentro dos
serviços e procedimentos farmacêuticos, de modo geral os PPCs não especificam
detalhadamente este requisito, apenas a farmácia universitária do IFPR que está em
estruturação e a farmácia universitária da UEFS descrevem os procedimentos mínimos
ofertados, a saber: verificação de pressão arterial; verificação de temperatura corporal;
determinação capilar de teor sanguíneo de glicose; execução de procedimentos de inalação e
nebulização; aplicação de medicamentos injetáveis; disponibilização de vacinas, soros e
imunobiológicos; perfuração de lóbulo auricular para colocação de brinco; realização de
curativos de pequeno porte, , aplicação de injetáveis, e gerenciamento dos resíduos de
medicamentos vencidos e avariados
Nos padrões mínimos para garantia da qualidade, a respeito dos produtos fornecidos
pelas farmácias universitários, das FU que enfatizaram este dado, em sua maioria definem que
são medicamentos do elenco básico da assistência, salientando a Farmácia Universitária da
USP (FARMUSP), que disponibiliza medicamentos do componente básico, estratégico e
especializado da assistência farmacêutica.
Nos PPCs do curso de farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade
de São Paulo e a Universidade Estadual de Feira de Santana, informam que os medicamentos
são fornecidos por meio de parcerias e convênios com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
e com as prefeituras municipais.
Para o eixo gestão organizacional, das farmácias universitárias que descreveram este
aspecto, demonstrou que há existência de pelo menos um coordenador farmacêutico técnico.
No que se refere o apoio técnico e logístico das FU, não houve resultados nos PPCs e nem
mesmo nos sites que representasse esta dimensão de análise.
No eixo gestão de atenção à saúde, dos PPCs analisados, destaca-se a farmácia
universitária da UEL e da UEFS que apresenta anualmente plano de trabalho e relatório de
atividades para apreciação pelo conselho do respectivo centro de estudos e aprovação pelo
Conselho de ensino, pesquisa e extensão e Conselho de Administração da IES; apresenta,
anualmente, durante o 1° trimestre, ao conselho diretor, a prestação de contas do exercício
anterior e o relatório das atividades desenvolvidas na farmácia universitária, no período
correspondente.
Para o eixo formação acadêmica, a maior parte das instituições analisadas nos PPCs
não apontam dados sobre documentação comprovando que ocorre avaliação dos discentes,
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aplicação de avaliações qualitativas e quantitativas do desempenho dos discentes ou se possui


plano de educação permanente e continuada. Contudo o PPC da UEFS descreve que possui
plano de trabalho para as atividades realizadas pelos discentes, e ocorre registro e
documentação das atividades realizadas em formulários específicos, como também avaliação
das atividades realizadas por meio de indicadores.
O PPC do curso de farmácia da Universidade Federal da Bahia - UFBA,
Universidade Federal de Goiás - UFG, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG,
Universidade Federal do Piauí - UFPI, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM,
Universidade Estadual Paulista - UNESP, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e o
boletim da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS não detalham características
de nenhum eixo dos padrões mínimos para farmácias universitárias, por este fato, não foram
incluídas no quadro 02, que caracteriza os eixos dos padrões mínimos, de acordo com o que
cada PPC disponibiliza a respeito das farmácias universitárias.
Contudo, é importante ressaltar que o sítio da Universidade Federal de Goiás, descreve
dados relacionados a farmácia universitária, com os serviços e procedimentos ofertados, a
equipe, envolvendo farmacêutico responsável técnico, docentes, descreve a infraestrutura
física da farmácia, e disponibiliza os meios de contato. Na Farmácia Escola da Universidade
Federal do Piauí, o sítio da instituição detalha que fornece medicamentos do componente
especializado da assistência farmacêutica.
A farmácia universitária da UFOPA, IFPR, UFES e UNEB estão em estruturação,
isso explica o fato de que assim como o PPCs, os sítios destas farmácias universitárias,
evidenciam informações e dados descritos no futuro, ou seja, que serão implementados.
Entretanto há indícios que indicam que as farmácias universitárias já estão em funcionamento,
como notícias e notas nos sítios, e nas mídias sociais das IES.
Diante de todo exposto, cabe ressaltar que os PPCs estão em atualização, em função
do processo de reforma curricular motivado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
para o curso de Farmácia, instituída em 2017, que definem os princípios, fundamentos,
condições e os procedimentos da formação de farmacêuticos.
Com base nos PPCs que foram utilizados para coleta de dados, foi observado que
quatro dos projetos consultados, possui ano de publicação anterior a Resolução CNE/CES nº
06, de 19 de outubro de fevereiro de 2017, que institui a obrigatoriedade da farmácia
universitária nas IES, este fato pode justificar a ausência de dados relacionados a estruturação,
prestação de serviços, por parte dos projetos pedagógicos dos cursos.
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Os sítios de determinadas instituições de ensino dos cursos de farmácia e das


farmácias universitárias, complementaram os dados contidos nos projetos pedagógicos dos
cursos, descreveram informações da estrutura mínima das farmácias de acordo com os
serviços ofertados, o pessoal que compõe a equipe de Recursos Humanos, assim como,
coordenador farmacêutico e docentes, os serviços e procedimentos mínimos ofertados pela
farmácia, e meios de contato das farmácias universitárias.
Contudo vale ressaltar que houve limitação das informações pertinentes relacionadas
as farmácias universitárias nos PPCs e nos sites das instituições em estudo, no tocante a
algumas instituições, que não trouxeram informações sobre as farmácias universitárias,
destaca-se que a Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011 (BRASIL, 2011), regula o acesso
a informações e a assegurar o direito fundamental de acesso à informação dos órgãos
públicos.

No embasamento bibliográfico considerar como serviço aqueles previstos na Resolução


CFF/2018. Inclusive podemos discutir um pouco mais sobre isso, já que a FU deve ser um
ambiente para propiciar o máximo de serviços possíveis.

Qual o entendimento que se tem sobre as FU nas IES: as IES têm esse equipamento, mas não
há divulgação das ações e serviços realizados, dificultando a obtenção de informações de
maneira sistemática. Apesar de ser um a estrutura obrigatória à formação farmacêutica, os
PPC não abordam ou mencionam de maneira superficial informações que situem a FU como
um espaço pedagógico aos cursos.
Aqueles cursos que têm informações sobre a FU não são detalhadas exigindo que vc fosse
para outras fontes, mas reforçar a necessidade de que estas informações estejam completas e
acessíveis.
Comentar sobre os serviços: as normativas delimitam os serviços, mas as FU não dispõem de
informaçõeos sobre eles. Reforçar o desenvolvimento dos serviços para garantir melhor
formação. Retomar a DCN de Farmácia qd trata da FU.
Considerações Finais

- a metodologia te permitiu compreender o objeto proposto?

- Sua pesquisa respondeu seus objetivos? Responda ai seu objetivo principal


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A metodologia utilizada permitiu compreender que, apesar de ter havido limitações para a
pesquisa, considera-se que as farmácias universitárias têm contribuído para a formação
farmacêutica, haja vista que elas se configuram em espaços diferenciados de aprendizagem
em relação às farmácias privadas, por exemplo, que estão inseridos num prioritariamente
cenário mercadológico. AS FU fundamentam-se na tríade ensino-pesquisa- extensão, sendo
este um importante diferencial.
Destaca-se ainda o esforço que as instituições continuam fazendo para a implementação de
FU.
-Entre as limitações do estudo.... A ausência de resultados relacionados as
Farmácias Universitárias nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de farmácias que possuem FU
é um aspecto limitante, pois sem as informações concernentes aos eixos para implantação da
FU e o cenário das FU no tocante ao funcionamento e a estruturação, prejudica análise mais
detalhada sobre atuação das FU, diante disso não é possível obter a previsão para os objetivos
especificados na pesquisa.

-campo aberto para outras investigações são possíveis de serem realizadas?

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