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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU
CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
FORTALEZA
2023
2
FORTALEZA
2023
3
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Prof. Esp. Daniel Soares do Nascimento
Centro Universitário Uninassau - (Orientador/Presidente)
______________________________________________
Profa. Dra. Malena Gadelha Cavalcante
Centro Universitário Uninassau - (1º Membro)
______________________________________________
Profa. Dra. Joyce Fonteles Ribeiro
(2º Membro)
4
1,2
Graduandas do curso de Farmácia do Centro Universitário Maurício de Nassau - Uninassau
3
Prof. Esp. Daniel Soares do Nascimento do Centro Universitário Maurício de Nassau - Uninassau
5
ABSTRACT
Obesity is a disease characterized by the excessive accumulation of body fat at a level that
compromises the health of individuals, causing various losses. One of the medications
widely used for weight loss is Ozempic®, which has semaglutide as its active ingredient.
The present study aimed to evaluate the knowledge and use of the drug Ozempic® in
controlling obesity among students on health courses at a Higher Education institution.
Data collection was carried out through the application of a questionnaire with multiple
choice and open questions, which was made available to students online. Data were
collected from a sample of 105 participants, 83.8% female and 16.2% male. The age group
comprised young adults between 18 and 55 years old and the majority, 80% were enrolled
in the Pharmacy course. Regarding knowledge and use of the medication Ozempic®, 90.5%
have heard of the medication, but only 20% have used it at some point in their lives.
Regarding adverse reactions, 8.6% reported nausea, 2.9% headache and 2.9% did not have
any adverse reaction. A total of 5.8% of participants obtained the desired result from using
the medication. It is concluded that most students know the medication Ozempic® as well
as its purpose. The use of Ozempic® proved to be efficient in treating obesity. However, it
is important to emphasize that this treatment must be accompanied by a better lifestyle,
adequate diets, as well as correct and rational use with the supervision of health
professionals.
1. INTRODUÇÃO
A obesidade é um desafio de saúde global, uma doença caracterizada pelo acúmulo
excessivo de gordura corporal em um nível que compromete a saúde dos indivíduos,
acarretando prejuízos como: alterações metabólicas, dificuldades respiratórias e do aparelho
locomotor, além de resistência a insulina, hipertensão, dislipidemia e diabetes mellitus tipo
2 (Wanderley; Ferreira, 2010).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, essa doença crônica
aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. Os
parâmetros estipulados pela OMS para o diagnóstico da obesidade são obtido através do
índice corporal (IMC), a partir da relação entre peso corpóreo (kg) e estatura (m)² dos
indivíduos, considerando sobrepeso, IMC entre 25 a 29,9, e para obesos valores acima de
30 (OMS, 2019).
O tratamento farmacológico da obesidade é um adjuvante para a comorbidade e a
escolha do medicamento depende da necessidade de cada paciente, em conjunto com suas
mudanças de hábitos alimentares e atividades físicas, que representa a perda angular do
controle de peso. A eficácia e o bom resultado do tratamento dependem da perda de peso e
da redução dos fatores de risco presente no início do tratamento (Halpern; Mancini, 2022).
Um dos medicamentos bastante utilizados para perda de peso é o Ozempic®, que
tem como princípio ativo a semaglutida. Vale ressaltar que, esse fármaco é indicado para
tratamento de pacientes com diabetes mellitus tipo 2, no entanto, estudos evidenciam que
há eficiência na perda de peso (Sabbá et al., 2022). De acordo com O'Neil et al. (2018), em
seu estudo feito com 957 pessoas com sobrepeso, verificaram que 67% dos indivíduos que
utilizaram a semaglutida por quatro meses, chegaram a ter até 10% do peso corporal
reduzido.
Embora esse fármaco tenha demonstrado eficácia no controle glicêmico e na
redução de peso em estudos clínicos, a dosagem adequada e os efeitos em longo prazo
ainda estão sendo investigados (Sagratzki et al., 2023). Segundo Smits e Van (2021), os
eventos relatados mais comumente com o uso da substância são os distúrbios
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados dados de uma amostra de 105 participantes, sendo 83,8% (n=88)
do sexo feminino e 16,2% (n=17) do sexo masculino. A faixa etária compreendeu jovens
adultos entre 18 a 55 anos, sendo que 34,3% (n=36) estão na faixa etária de 18-25 anos,
32,4% (n=34) possuem entre 25-35 anos, 24,8% (n=26) entre 35-45 anos e 8,6% (n=9)
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entre 45-55 anos de idade, conforme demonstrado na Tabela 1. A maioria 80% (n=84) está
matriculada no curso de Farmácia.
Quando questionados acerca dos hábitos de vida, 62,9% (n=66) dos entrevistados
são praticantes de atividade física e 72,4% (n=76) já fez dieta em algum momento da sua
vida.
Com relação ao conhecimento e uso do medicamento Ozempic®, 90,5% (n=95) já
ouviu falar no medicamento, mas apenas 20% (n=21) já fez uso dele em algum momento
da sua vida.
O Ozempic® é um medicamento conhecido como análogo do GLP e age como
antagonista do receptor do GLP, um hormônio fisiológico liberado no trato gastrointestinal,
que aumenta a secreção de insulina e inibe a produção hepática de glicose. A ação na
glicemia e os efeitos no apetite são mediados pelos receptores de GLP1 no pâncreas e no
cérebro, com isso retarda o esvaziamento gástrico e reduz o peso por déficit calórico
(Wright; Aroda, 2020).
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Em relação às reações adversas, 8,6% (n=9) relataram náuseas, 2,9% (n=3) dor de
cabeça e 2,9% (n=3) não tiveram qualquer reação adversa, conforme demonstrado na
Figura 1.
Figura 1. Reações adversas devido ao uso do medicamento Ozempic®.
8,6%
9,00%
8,00%
7,00%
porcentagem (%)
6,00%
5,00%
4,00% 2,9% 2,9%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
náuseas dor de cabeça nenhuma
reações adversas
De acordo com Wilding et al. (2021), em seu estudo realizado com 1.961 adultos,
foi constatado que os efeitos adversos mais comuns relatados pelas pessoas que faziam uso
de semaglutida foram náuseas e diarreia. Conforme Elliott e Chan (2021), tal como
acontece com outros agonistas do receptor GLP-1, a semaglutida traz um alerta para o risco
de tumores de células C da tireoide, sendo contra-indicada em pacientes com história
pessoal ou familiar de carcinoma medular da tireoide. Pancreatite aguda e vesícula biliar
aguda foram relatadas em alguns ensaios clínicos. As reações adversas frequentemente
notificadas foram: náuseas (44%), diarreia (30%) vômitos (24%) e dores abdominais
(20%).
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Quanto ao tempo de uso do medicamento, 11,5% (n=12) utilizou entre 1-5 meses,
2,9% (n=2) até 30 dias, 1,9% (n=1) entre 1-2 anos e 2,9% (n=2) não lembra. Quando
questionados acerca dos riscos, um total de 70,5% (n=74) dos participantes está ciente dos
riscos e 29,5% (n=31) desconhecem esses riscos.
Com relação à indicação do uso desse medicamento por profissionais da saúde,
12,5% (n=13) afirmam que foi prescrito pelo médico, 2,9% (n=3) pelo nutricionista e 4,8%
(n=5) por conta própria (Figura 2).
14,00% 12,5%
12,00%
10,00%
porcentagem (%)
8,00%
4,8%
6,00%
2,9%
4,00%
2,00%
0,00%
médico nutricionista conta prórpia
indicação
saudável, não devendo, portanto, estar apoiada apenas em medicamentos, que trazem
efeitos colaterais em u um acompanhamento adequado, os
resultados não são duradouros e tornam-se insatisfatórios.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), existe
uma grande preocupação relacionado ao aumento de pessoas que tentam emagrecer por
conta própria. Muitos fazem o uso de medicamentos para emagrecer sem o
acompanhamento de um profissional de saúde e apresentam condutas arriscadas, fazendo
substituições de refeições por chás ou fármacos vendidos pela internet (ABESO, 2021).
Nascimento, Lima e Trevisan (2021) deixam claro a importância da atuação do
profissional farmacêutico para proporcionar benefícios direto aos pacientes, através da
identificação, prevenção e resolução de problemas relacionados aos medicamentos,
evidenciando a responsabilidade do farmacêutico na realização de um acompanhamento
farmacológico de qualidade.
Um total de 5,8% (n=6) dos participantes obteve resultado desejado com o uso do
medicamento e 3,8% (n=4) afirmam não ter tido o resultado esperado. Além disso, 6,7%
recuperaram o peso após parar de tomar o medicamento e 2,9% (n=3) mantiveram o peso.
Conforme Wilding et al. (2021), os participantes que fizeram tratamento com
semaglutida por 68 semanas tiveram uma melhora significativa em relação aos fatores de
riscos cardiometabólicos e uma diminuição no percentual de gordura. Phillips et al. (2022)
realizaram um ensaio clínico com 5.000 participantes que estavam acima do peso ou tinham
obesidade e que usaram a semaglutida 2,4 mg uma vez por semana. Os participantes
tiveram uma redução de 5-10% do peso corporal demonstrando a eficácia do medicamento.
Wilding et al. (2021) apresentaram dados de um pesquisa realizada com 1.961
indivíduos, em situação de sobrepeso. Por um período de 15 meses, nestes indivíduos
foram aplicados uma dose semanal de semaglutida de forma subcutânea. Ao final dos
testes, os pesquisadores notaram que os participantes com uso de 2,4mg de semaglutida
uma vez por semana, aliado a um estilo de vida sem sedentarismo, apresentaram uma
redução sustentada e clinicamente relevante no peso corporal.
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O presente estudo mostrou que 6,7% dos estudantes recuperaram o peso após parar a
medicação. Conforme Castro, Reis e Paixão (2022), esses medicamentos não curam a
obesidade, mas auxiliam no processo inicial da perda de peso. Ao finalizar o tratamento
farmacológico, o peso pode retornar, caso o paciente não procure ajuda de um profissional
qualificado e não siga as mudanças alimentares necessárias.
4. CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos, conclui-se que a maioria dos participantes era do
sexo feminino, estando numa faixa etária entre 18 a 55 anos, pertencentes principalmente
ao curso de Farmácia. A maioria dos estudantes conhece o medicamento Ozempic®, bem
como sua finalidade. O uso desse medicamento se mostrou eficiente no tratamento da
obesidade entre a população entrevistada. Contudo, ressalta-se que esse tratamento deve ser
acompanhado de um melhor estilo de vida, dietas adequadas, além de uso correto e racional
com acompanhamento de profissionais da área da saúde. Vale ressaltar que, a obesidade é
uma doença crônica, progressiva com muitos índices no Brasil, prejudicando gravemente a
saúde. Pessoas com obesidade devem ter uma atenção especial quanto à doença, pois pode
acarretar e desenvolver outras comorbidades e outras doenças concomitantes.
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REFERÊNCIAS
O'NEIL, P. et al. Efficacy and safety of semaglutide compared with liraglutide and placebo
for weight loss in patients with obesity: a randomised, double-blind, placebo and active
controlled, dose-ranging, phase 2 trial. The Lancet, v. 392, n.1, p. 637-649, 2018.
WRIGHT J.R., EUGENE E.; ARODA, V. R. Clinical review of the efficacy and safety of
oral semaglutide in patients with type 2 diabetes considered for injectable GLP-1 receptor
agonist therapy or currently on insulin therapy. Postgraduate medicine, v. 132, n. 2, p. 26-
36, 2020.
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO
1- Idade?
_______________________________
2- Sexo?
_______________________________
3- Curso
( ) Farmácia
17
( ) Nutrição
( ) Enfermagem
( ) fisioterapia
( ) medicina
( ) Psicologia
( ) Educação Física
( ) Odontologia
8- Você teve alguma reação adversa com o uso desse(s) medicamento(s)? Se sim,
qual?
( ) Náuseas
( ) Insônia
( ) Arritmia
( ) Dor de Cabeça
( ) Outros? _________
( ) Não tive
( ) Sim
( ) Não