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ADMINISTRACAO EM

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ENFERMAGEM
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NANUAL – 4 UNIDADES

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Introdução

Olá, aluno!
Bem Vindo ao Curso Básico de Administração em Enfermagem.
O sistema de saúde é um campo vasto e altamente complexo. Com isso, precisamos estar sempre
preparados para gerir insumos, recursos e pessoas rumo a um objetivo comum: a manutenção da
vida.
De maneira geral, poderemos perceber ao longo desse curso que o processo de gestão e
administração faz parte da identidade do profissional de enfermagem. Por isso, este curso tem
como objetivo te auxiliar a entender um pouco mais acerca desses processos de gestão, seus
indicadores, teorias de base e como você pode avaliar se o seu ambiente de trabalho está atuando
com uma boa administração nos serviços de saúde.
Antes de mais nada, saiba que gestão, independente da área em que está inserida, é um fator
ligado a comportamento e posição de liderança. Logo, para que você seja capaz de ser um bom
gestor dos serviços de saúde, você precisará dominar os espaços de liderança inseridos no seu
ambiente de atuação.
Mas lembre-se, um bom líder está longe de ser alguém que intimida e oprime os seus colegas. A
posição de liderança é aquela que consegue adaptar os recursos e meios disponíveis, a partir da
utilização de tempo hábil, para encontrar a resposta das perguntas feitas.
Gerir um sistema de saúde não está longe disso. Como gestor de um centro de serviço à saúde,
você perceberá que nem sempre as opiniões e vontades dos envolvidos são convergentes,
inclusive as suas próprias. Entretanto, temos o objetivo de te auxiliar a entender como manejar
essas situações problema, a partir de princípios éticos e dos valores pressupostos pela moral e
pela organização do ambiente inserido.
Pensando nisso, neste curso, preparamos uma série de conteúdos para que você seja capaz de
aprimorar a sua experiência com a integração do processo administrativo e do cuidado em
enfermagem. Além disso, você poderá obter habilidades de gerenciamento de equipe e manejo
de crises dentro do ambiente hospitalar.
Sabemos que todos nós possuímos princípios e valores pessoais. Afinal, desde muito novos nós
observamos o comportamento dos nossos pais e responsáveis no manejo corriqueiro da vida.
Entretanto, quando paramos para refletir sobre os nossos valores enquanto profissionais, alguns
embates podem surgir no caminho, mas não se preocupe! Tudo isso faz parte das nossas
experiências enquanto enfermeiros e potenciais administradores, afinal, nossas experiências de
mundo também serão capazes de moldar a nossa percepção e responsabilidade de gestão desde
os primeiros anos de atuação.
Por outro lado, quando nos tornamos líderes de uma equipe, passamos a realizar diversos papéis
que nem sempre estamos preparados para exercer. São contas a serem consideradas, objetivos de
corporação, vontade dos presidentes e representantes corporativos, vontade dos pacientes, metas
a serem cumpridas e todo um mundo de possibilidades para a tomada de decisões que podem

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afetar diretamente a vida de uma pessoa. Essa falta de preparo e treinamento pode nos levar ao
desespero e a perda de produtividade enquanto profissionais.
Mas calma! Você já deu o passo mais difícil para o sucesso profissional: o primeiro.
Ao adquirir este curso, você já foi capaz de se destacar da grande maioria dos profissionais de
enfermagem, já que, ao dar este primeiro passo, você adquiriu um nível de conscientização sobre
a necessidade de entendimento das práticas administrativas associadas ao manejo de pacientes no
ambiente hospitalar.
Portanto, você deve entender que antes de mais nada, o passo mais difícil rumo ao
gerenciamento das práticas integrativas em enfermagem já foi realizado por você. Isto não
significa que está é uma trajetória fácil, mas deixe com a gente, pois o nosso papel é te ajudar na
conquista do sucesso e boa gestão da prática profissional.
Como você pôde perceber, este primeiro módulo possui alguns tópicos interessantes para o seu
desenvolvimento como gestor administrativo em enfermagem. O primeiro capítulo deste livro
trata-se do entendimento das principais teorias da administração e quais os seus impactos no
processo de planejamento e execução de assistência à saúde. Aqui, você saberá o porque é
essencial saber o mínimo sobre a administração de sistemas de saúde e como pequenas atitudes
poderão acarretar em grandes mudanças para a qualidade dos serviços ofertados.
Já o segundo capítulo, trata-se da indução de uma reflexão sobre qual a importância da
administração para os serviços de assistência à saúde. O que é gestão hospitalar? Como saber se
o meu ambiente de trabalho está realizando uma boa gestão de recursos? Como isso impacta no
atendimento aos pacientes? Como utilizar os conceitos aprendidos em enfermagem no processo
administrativo? Existe uma forma mais hábil de tomar decisões? Algumas destas respostas estão
escondidas neste módulo de ensino, portanto, cabe a você decifrá-las para conseguir entender e
aprimorar a sua relação como gestor de um serviço de saúde.

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UNIDADE 1
AS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SEUS IMPACTOS PARA O SECTOR DA
SAÚDE
Os centros clínicos e hospitalares são estruturas do mais alto nível de complexidade
administrativa. Isso acontece principalmente devido a necessidade de integrar as vontades e
benefícios de um amplo grupo de agentes em um só espaço.
Antes de mais nada a prestação de serviços de saúde é uma atividade de manutenção da vida.
Entretanto, devemos lembrar que para que esses serviços sejam fornecidos, precisamos também
considerar o nível comercial dessas atividades.
Para que ocorra um bom gerenciamento dos sistemas de saúde, as equipes profissionais devem
estar academicamente aptas a realizarem a gestão das atividades realizadas nestes setores. Como
consequência, existe a necessidade de embasar essa gestão através de estudos previamente
formulados para uma boa administração dos estabelecimentos de saúde.
Confira algumas das principais teorias de gestão administrativa aplicadas no setores de saúde e
os seus impactos positivos para um planejamento estratégico dos sistemas de saúde e dos
profissionais atuantes.
Teoria Científica
Essa foi uma das teorias desenvolvidas por Taylor em 1903. Ela tem como característica a
abordagem da administração como uma ciência aplicada no planejamento de processos
operacionais, assim como também na racionalização de algumas tarefas presentes no cotidiano.
Um ponto importante acerca dessa teoria é que ela estava baseada em um processo onde o
trabalhador de referência atuava sabendo o mínimo possível acerca do contexto geral do seu
trabalho. Isso significa que aquele funcionário estava restrito a conhecer apenas a operação a
qual era direcionado.
Apesar dos pontos negativos relacionados à aplicação dessa teoria baseada na restrição do
conhecimento, Taylor estava propondo um sistema onde o incentivo salarial e os prêmios, bônus
ou qualquer outro tipo de benefício se aplicasse em relação a compatibilidade de produção.

Qual a influência da teoria científica na administração de enfermagem?


A principal relação da teoria científica com a administração dos processos de enfermagem está
diretamente relacionada com a existência de locais onde há a necessidade de utilizar a divisão de
tarefas para a realização das atividades voltadas ao cuidado, em detrimento ao atendimento
integral realizado por aquele profissional.
Nesse caso, nas duas situações referidas, o profissional de enfermagem possui um papel de
liderança. Isso significa que seja nas atividades de cuidado ou no atendimento, o enfermeiro terá

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o objetivo de nortear a sua equipe da melhor forma possível e prezando a qualidade dos casos
relacionados à prestação de cuidado ao paciente, independente de sua aplicação (integral ou
parcial) em todas as tarefas desenvolvidas naquele setor. Ou seja, o enfermeiro deverá manter a
ordem em um todo e não apenas nas atividades que serão realizadas naquele momento pelo
profissional.

Teoria Clássica
Essa foi uma teoria desenvolvida anos depois da científica, em 1916 por Fayol. A principal
característica dessa corrente consiste em realizar os processos administrativos como uma ciência
concreta na estruturação e organização das corporações. A principal diferença entre essa teoria e
a citada anteriormente, está no destaque na estrutura e não na disposição de tarefas.
Com isso, uma dos principais pontos abordados por Henry Fayol em 1916 consiste na divisão do
trabalho em termos de órgãos setorizados. Dessa forma, a preocupação do gerenciamento não
estava nas atividades individuais, sendo o foco do processo direcionado a um nível mais
organizacional.
Por isso, podemos dizer que foi a partir da Teoria Clássica que surgiu a ideia de dividir o
trabalho de maneira horizontal, onde realizamos o agrupamento das tarefas, assim como a
hierarquia através de uma divisão mais verticalizada dos processos em uma corporação.
Mas agora, você deve estar se perguntando: como isso era feito?
Bom, ao desenvolver a sua teoria no século XX, Fayol descreveu uma empresa baseada na
divisão dos seus funcionários em até 6 funções, que são: segurança, contabilidade, comercial,
financeira, técnica e por fim a administrativa.

Qual a influência da teoria clássica para a administração em enfermagem?


Quando paramos para refletir no funcionamento dos principais centros de saúde existentes nos
dias atuais, podemos perceber uma estruturação de setores que conseguem atuar tanto de forma
individual, como também através da aplicação de hierarquia para a distinção de objetivos.
Com isso, temos a utilização da teoria clássica nos centros de saúde a partir da divisão dos
departamentos e das autoridades ou líderes que serão responsáveis por organizar e servir no
atendimento e cuidado ao paciente em sua totalidade e não na separação das suas funções.
Quando remetemos esse contexto mais especificamente nos ambientes hospitalares, onde a sua
grande maioria realiza a divisão do trabalho tanto de maneira vertical quanto horizontal, a partir
da aplicação dos organogramas, podemos destacar os grandes embates entre uma organização e
outra, um tipo de gerência e outro, causando assim uma espécie de deficiência na resolução dos
problemas e consequentemente um prejuízo na produtividade dos funcionários em relação ao seu
trabalho.

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Teoria Burocrática
Essa foi uma teoria desenvolvida por uma das grandes referências na administração e na
filosofia, Max Weber, nos meados do século XX, um pouco depois da teoria proposta por Fayol.
Ela surgiu em oposição à Teoria Clássica e a Teoria das Relações humanas, que veremos logo a
seguir ainda neste módulo.
De maneira geral, a Teoria Burocrática, como o próprio nome sugere, é um estudo de aplicação
baseado na organização humana a partir da racionalidade dos processos. Com isso, Weber
acreditava que os meios de trabalho deveriam ser avaliados e definidos de maneira formal e
seguindo os princípios da imparcialidade e somente assim poderíamos alcançar os objetivos
traçados enquanto corporação.
Com isso, temos a criticidade da teoria clássica devido ao seu excesso de mecanismos, enquanto,
a teoria das relações humanas era julgada por apresentar um pensamento utópico do
gerenciamento das empresas, como poderemos ver logo em seguida.
Por fim, podemos dizer que a Teoria Burocrática proposta por Weber tem como objetivo
alcançar a eficiência dos processos organizacionais a partir do detalhamento mínimo das tarefas
e de como as coisas deverão ser realizadas numa organização. Com isso, temos uma
racionalização dos processos a partir da sistemática da divisão de trabalho gerando uma maior
qualidade no funcionamento organizacional.

Qual a influência da Teoria Burocrática para a administração em enfermagem?


A Teoria Burocrática sugere um sistema onde as atividades e processos serão caracterizados por
uma imparcialidade das relações humanas. Isso significa que os membros da equipe de
funcionários irão exercer as suas tarefas de acordo com os seus cargos e funções naquela
organização, apenas.
Quando aplicamos isso ao sistema de organização das atividades da equipe de enfermagem em
específico, seja nos ambientes clínicos ou nos processos hospitalares, conseguiremos obter uma
maior regulamentação dos procedimentos executados pelos profissionais da enfermagem por
meio do detalhamento dos processos, a forma como os serviços são realizados, a especificação
de normas e rotinas para que assim possamos adquirir um atendimento e um cuidado ao paciente
com melhor qualidade.

 Teoria das Relações Humanas


Um dos estudos contestados por Weber foi a Teoria das Relações Humanas, desenvolvida por
Chester Barnard em 1932. Ela consiste em um gerenciamento de organizações levando em
consideração a visão do homem como um ser social, tirando um pouco o foco dado para as

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relações econômicas no fornecimento dos serviços, como muito era frisado pela Teoria de Taylor
e Fayol. 
É importante ressaltar que Barnard não estava batendo de frente com a proposta da Teoria
Científica, mas estava englobando os fatores relacionados ao que conseguem estimular o homem
a realizar um trabalho em grupo, garantindo assim um nível mais alto de qualidade das tarefas
realizadas numa organização. 
Essa teoria foi diretamente influenciada pelo desenvolvimento da psicologia e de outras ciências
humanas no meado do século XX, entretanto, é importante ressaltar que, assim como Weber
destaca anteriormente, esse é um modelo ainda utópico de aplicação, já que num sistema
capitalista, as relações econômicas sempre serão destaque de objetivo em uma empresa. 

Qual a influência da teoria das relações humanas para a administração na enfermagem?


Nesta teoria temos uma melhor relação e direcionamento da liderança para o direcionamento dos
subordinados, moldando assim a forma como esses indivíduos estarão lidando uns com os outros
de forma mais humanizada. Entretanto, quando trazemos esse tipo de gerenciamento para a
realidade, encontramos uma grande dificuldade na manutenção da liderança de forma que o
responsável por esse papel seja capaz de apontar os erros do processo sem que ocorra um
desgaste na pessoa que apresentou esse destaque negativo. 
Com isso, temos uma visão mais voltada para a valorização do homem como ser social e não
apenas como objeto de fomentação econômica. Trazendo assim uma perspectiva
multiprofissional nos centros de saúde que poderão retirar dos seus membros de equipe as suas
melhores qualidades, e por consequência, gerar um melhor serviço de atendimento e cuidado ao
paciente através da motivação do profissional responsável por executar aquela tarefa.

Teoria Contingencial
Esse é um dos modelos mais recentes aplicados na administração, não apenas nos serviços de
saúde, como nas organizações em geral. A Teoria Contingencial foi uma proposta realizada por
Mary Follet em 1926, ela parte da premissa de que o processo administrativo precisa considerar
as circunstâncias de sua aplicação, ou seja, a situação ambiental e tecnológica das organizações,
a forma como os funcionários se relacionam entre si, o tipo de público e de serviço fornecido e
etc.
Isso acontece, pois Mary Follet destaca muito em seu estudo as possíveis transformações que o
meio externo àquela organização consegue realizar nas atividades desenvolvidas naquela
empresa, assim como a sua estruturação. A Teoria Contingencial aborda ainda a utilização dos
recursos tecnológicos como um grande alicerce de uma organização. Por isso, existe a defesa de
que um negócio deve sempre ser adaptado e modificado em relação ao ambiente inserido e à
disponibilidade de tecnologia em uma empresa, para que assim ela se mantenha ativa e eficiente. 

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Qual a influência da Teoria Contingencial na administração em enfermagem?
Considerando todos os estudos realizados neste módulo em relação às teorias de administração e
as influências desses estudos nas rotinas de enfermagem dentro dos centros de saúde, podemos
identificar que não é apenas uma teoria que define um gerenciamento de enfermagem, mas sim
pequenos detalhes exibidos por cada estudioso que são aplicados no cotidiano de uma equipe de
enfermagem na sua administração.
A Teoria Contingencial nos mostra a necessidade de nos adaptarmos às transformações presentes
no nosso cotidiano. Quando imaginamos, por exemplo, um gerenciamento feito em tempos de
pandemia, não conseguimos obter resultados de qualidade naquele serviço se fornecermos ele da
mesma maneira que em situação de normalidade dos centros de atendimento à saúde.
Por isso, é importante que todos profissionais de enfermagem conheçam as teorias da
administração e seus impactos positivos ou negativos para o trabalho rotineiro da sua equipe.
Assim, o líder poderá dispor dos recursos necessários para o funcionamento correto dos sistemas
de saúde.

Importância da Administração na Rotina de Saúde


Administrar é ser capaz de adequar diferentes técnicas de gestão para dirigir uma determinada
organização, tendo como objetivo principal a integração dos saberes em setores de atuação
distintos. Dessa forma, quando nos referimos em administração voltado para os setores de saúde,
temos então um direcionamento da responsabilidade de integrar e gerenciar rotinas e melhorar a
experiência do usuário daquele serviço, que nesse caso, será o paciente.
Logo, temos que, de maneira geral, a administração dos serviços hospitalares é uma atividade
focada na melhora dos resultados, atendimentos e produtos oferecidos em um centro clínico.
Para isso, o profissional de saúde deve ser apto para coordenar pessoas com diferentes
personalidades e visões de mundo, assim como também será responsável por realizar o
planejamento dos processos de maneira que possam ser aplicados aos seus funcionários e
reproduzidos por outros indivíduos inseridos naquele meio.
O alcance desses objetivos depende diretamente da abordagem do líder, bem como quais as
metas definidas por ele para que ocorra o aumento da produtividade e do lucro naquele sistema
de saúde. Por isso, a administração em enfermagem é extremamente importante para a
otimização de processos, redução de custos e das taxas de desperdício de materiais, fidelização
de usuários do sistema (pacientes), e melhoria na qualidade de atendimento e aplicação dos
serviços.

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O que é a gestão hospitalar?
A Gestão Hospitalar, como o próprio nome sugere, é um conjunto de práticas voltadas à
administração de centros de saúde público ou privado (não necessariamente um grande centro
hospitalar), aplicados por um profissional da saúde ou um gestor por formação, com o objetivo
de manter aquele centro de saúde operando de maneira eficiente e com o mais alto nível de
qualidade.
A gestão hospitalar pode ser aprendida tanto em cursos de especialização básicos, como também
em cursos de ensino superior, para que o profissional possa ser treinado e orientado para se
tornar responsável por assumir a gestão de um centro de saúde, independente do seu porte.
Embora ainda exista a ideia de que os centros de saúde funcionam de maneira simples, sua
estrutura e nível de complexidade podem ser comparados a qualquer outro empreendimento.
Além disso, antes de mais nada, um serviço de saúde também pode ser considerado como uma
atividade comercial, onde estaremos vendendo o serviço de saúde por determinado preço para o
usuário daquele serviço. Por isso, é extremamente importante que exista um profissional na linha
de frente na administração desses centros de saúde, assim como os diretores e presidentes
daquela organização.
Isso acontece, pois estamos falando de um serviço que está sendo fornecido para a sociedade e
que pode impactar diretamente na manutenção da qualidade de vida de um paciente. Logo, os
interesses de ambas as partes devem ser levados em consideração no processo administrativo dos
sistemas de saúde.
Para isso, o gestor deve cuidar para que todas as atividades do cotidiano estejam em
comunicação. Assim, os diversos profissionais presentes na prestação deste serviço poderão
atuar em um ambiente organizado, com disponibilidade de recursos e materiais para o
atendimento de pacientes.
Devido a sua alta capacidade e complexidade, a Gestão Hospitalar é hoje uma das áreas mais
bem pagas e procuradas pelos profissionais da saúde. Isso gerou um grande aumento na demanda
de cursos voltados para a gestão hospitalar, já que existe a necessidade de obter profissionais
qualificados para o funcionamento dessas operações.

Principais actividades da gestão hospitalar


Para que você possa conhecer o processo de gestão hospitalar um pouco mais a fundo, separamos
algumas das suas principais atividades e quais os impactos dessas tarefas no funcionamento
pleno de um centro de saúde . Confira abaixo:

Planeamento administrativo
Todas as rotinas voltadas para o funcionamento do sistema de administração de um centro de
saúde estão a cargo da gestão hospitalar. É a equipe de gestão de um sistema de saúde que deverá
realizar o planejamento estratégico das operações dispostas no centro clínico. Com isso temos a
inclusão do processo de distribuição dos materiais e recursos de maneira que nenhum setor seja

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prejudicado, a administração dos sistemas burocráticos, bem como a tomada de decisões dos
sistemas internos.

Controle das atividades exercidas no centro de saúde


Em uma organização especializada no fornecimento de serviços de saúde, existem atividades que
são realizadas tanto dentro como fora do ambiente hospitalar. Dessa forma, os gestores desse
sistema precisam realizar todo o controle dessas atividades, para que elas ocorram sem o
desperdício de recursos ou através da realização de infrações do direito dos pacientes e dos
profissionais que ali estão.
É por esse motivo que os administradores de saúde necessitam de um grande aporte de
conhecimento não apenas das questões voltadas às atividades administrativas, como também
sobre as atividades desempenhadas pelo profissional da saúde em seu cotidiano. Afinal, são eles
os responsáveis por operar todo atendimento, tratamento, aplicação de medicamentos, utilização
de equipamentos e tecnologia, realização de exames e toda e qualquer abordagem realizada ao
paciente que acontecer no centro de saúde.

Organização de processos
Toda atividade desempenhada no ambiente hospitalar depende diretamente dos processos
relacionados a essas tarefas. Por isso, a gestão de um hospital precisa se preocupar não apenas
com o planejamento e a execução das atividades, como também com o agendamento de
consultas, uso de equipamentos e estruturas, gestão da rotina dos enfermeiros, médicos e
auxiliares, bem como a organização das rotinas de desinfecção e limpeza daquele ambiente.

Solução de problemas técnicos


Como em todo e qualquer negócio, o setor de gestão é aquele responsável por criar a resolução
de problemas de caráter técnico que possam surgir no ambiente organizacional. Dessa forma, os
profissionais da equipe administrativa precisam do conhecimento específico para o manuseio de
desafios e a execução correta dessa atividade.
Isso inclui tanto a abordagem de problemas em maquinários, materiais, insumos e equipamentos,
como também na integração das tarefas que são diretamente dependentes umas das outras para
que sejam aplicadas com qualidade do serviço. Em um ambiente hospitalar, quando uma rotina
técnica surge como problema, todo o fluxo operacional daquele centro de saúde é prejudicado.
Logo, a gestão hospitalar precisa agir com brevidade para a resolução desse assunto.

Quando é possível saber que a gestão hospitalar está operando de forma eficiente?
Se você faz parte da gestão hospitalar de algum centro de saúde e deseja saber como distinguir
uma boa administração dos processos hospitalares de medidas ineficientes, é importante que leve

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em consideração a capacidade de avaliar os resultados visíveis disponíveis na sua corporação.
Por que isso acontece?
Primeiramente, devemos entender que uma boa gestão reflete em um ambiente de trabalho mais
fluido, com rotinas integradas, processos e práticas mais acessíveis e de fácil execução e uma
boa comunicação entre os setores e profissionais da saúde atuantes. Dessa forma, a quantidade de
desafios presentes neste centro de saúde conseguirá diminuir drasticamente, e, quando
ocorrerem, poderão ser facilmente manuseados para que uma solução assertiva seja aplicada.
Outro ponto importante a ser levado em consideração é que você avalie se todos os processos
pertinentes dessa gestão estão sendo realizados sem interrupções e conseguem apresentar
resultados tangíveis como bom fechamento de contas, diagnósticos precisos e bom indicador de
satisfação dos usuários daquele serviço (os pacientes).
Por isso, todo o ambiente hospitalar deve ser avaliado de modo que você, como líder, consiga
identificar as possíveis falhas existentes na gestão e quais as possíveis estratégias de atuação
aplicáveis para a melhoria desse processo. Assim, você será capaz de realizar a otimização da
administração dos recursos e processos, bem como a gestão de crises presente no cotidiano do
centro de saúde.

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UNIDADE 2

GERENCIAMENTO, LIDERANÇA E TOMADA DE DECISÃO


A gestão de serviços de saúde é uma prática administrativa extremamente complexa em função
da alta diversidade presente neste campo e da necessidade de realizar a integração dos interesses
individuais, corporativos e comerciais que nem sempre estão atuando na mesma página. Por isso,
quando realizamos a avaliação do processo de gestão, existe a necessidade de considerarmos
algumas características fundamentais para a tomada de decisão.
Para isso, o gestor precisa utilizar alguns conhecimentos técnicos que tornem possível a
condução do processo de funcionamento dos serviços prestados nos serviços de saúde em
direção ao cumprimento das suas metas e objetivos pré-estabelecidos.

Avaliação no processo de gestão


A avaliação é todo e qualquer processo realizado no campo teórico-metodológico que seja
aplicável a um objeto ou a um contexto quando há a necessidade de emitir um julgamento de
valor, independentemente do que será feito com essa avaliação após o resultado das análises.
Essa ideia que temos sobre o processo avaliativo cria um campo próprio de conhecimento para o
diagnóstico, aumentando assim a capacidade de análise e de pesquisa nos diversos campos de
conhecimento.
Entretanto, devemos levar em consideração que a maior parte das definições de avaliação se
apresenta não está associada ao processo de tomada de decisão ou à sua aplicação no que se diz a
prática de gestão nos ambientes corporativos. É possível perceber isso quando realizamos a
análise do contexto em que as pesquisas de avaliação estão inseridas, constatando assim que elas
conferem a esse diagnóstico, quer seja ele administrativo ou de cunho científico, um objetivo,
que é a capacidade de utilizar isso para a tomada de decisão.
A gestão, portanto, envolve todo processo de obtenção de melhoria do funcionamento das
organizações. Sendo que, para isso, essa empresa tem que encontrar a melhor forma de dispor os
seus recursos disponíveis para atingir os seus objetivos e metas. Quando conseguimos encontrar
essa combinação entre aplicação de recursos para o cumprimento de objetivos, temos então a
institucionalização das estruturas, processos, rotinas, fluxos e procedimentos de maneira formal e
pragmática.
Todo esse processo é realizado, então, visando a aquisição do funcionamento otimizado dos
sistemas corporativos em um contexto complexo, caracterizado pelo conjunto de fatores que
condicionam a saúde e as enfermidades que são desenvolvidas de forma permanente.
Por isso, devemos entender que existem situações não previsíveis que exigem a nossa tomada de
decisões de maneira rápida e eficiente. E portanto, também existe a necessidade de conseguirmos
respostas a esses desafios a fim de manter o funcionamento ou melhorar os níveis de qualidade e
eficiência desses serviços para os pacientes.

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A Avaliação para a Gestão de Serviços de Saúde - AGSS
Quando realizamos o estudo da gestão dos Sistemas de Saúde, estamos, querendo ou não,
abordando um tema extremamente complexo e que, portanto, nos proporciona um grande desafio
enquanto profissionais. Isso acontece, pois, os serviços de saúde são estruturas organizacionais
extremamente diversificadas. Elas são construídas a partir da atuação de inúmeros profissionais e
tecnologias distintas, que devem ser organizados para a atenção à saúde de toda uma sociedade.
Por isso, a gestão dos serviços de saúde precisa levar em consideração tanto questões internas -
como a organização e funcionamento do serviço a nível técnico e de disposição de recursos -
como questões externas - o seu impacto no sistema de saúde,bem como a manutenção da saúde
da população.
Trata-se de algo que vai muito mais além de números e técnicas, é um papel próprio da área de
políticas, associando o planejamento e o conhecimento administrativo que atuam na manutenção
do funcionamento da saúde coletiva, sendo expressa com ainda mais clareza ao processo prático
e teórico de fato. Além disso, precisamos entender que o conhecimento produzido nessa
Avaliação para a Gestão dos Serviços de Saúde responde a problemas e desafios colocados por
todos os participantes desse contexto, ou seja, os profissionais, pacientes, e os líderes
corporativos.

Caracterização da Avaliação para a Gestão de Serviços de Saúde


A avaliação para a gestão de serviços de saúde é um processo que exige tanto o conhecimento de
caráter técnico como também administrativo e político para o julgamento do valor ou mérito de
algo relacionado àquele ambiente.
Esse processo está baseado na utilização de métodos e técnicas de diagnóstico na sua concepção,
formulação e implementação. Com isso, a AGSS tem origem no momento em que há a
necessidade de prevenir o centro de saúde de toda e qualquer situação que possa ser identificada
como problema, a partir da definição do propósito.
Ou seja, devemos encarar a avaliação como um meio, ou ainda, como um instrumento e
ferramenta da gestão para enfrentar e resolver possíveis problemas ou crises encontradas durante
o funcionamento do serviço ou do programa de saúde.
Assim, temos que esse diagnóstico possui como finalidade garantir um processo de decisão
oportuno em relação ao tempo disposto, com confiabilidade e segurança das informações,
considerando as metas e objetivos traçados no processo de planejamento desses serviços.

Princípios da Avaliação para a Gestão de Serviços de Saúde


Para que a gente seja capaz de estruturar um processo de diagnóstico consiga atingir os objetivos
da AGSS, é necessário que um conjunto de princípios seja levado em consideração:
a) Princípio da Utilidade: Neste conceito, a avaliação para a gestão de serviços de saúde tem
está fundamentada principalmente em relação a sua utilidade no funcionamento dos serviços de

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saúde.  Por isso, ela precisa subsidiar algumas das tomadas de decisão que sejam capazes de
trazer soluções aos problemas dos serviços que estão impedindo o cumprimento de metas fixadas
ou que ainda estão dificultando a obtenção de um maior impacto na saúde geral dos usuários
daquele serviço, os pacientes. 
b) Princípio da Oportunidade: Consiste na realização da avaliação de forma que os seus
resultados possam ser utilizados na tomada de decisão, ou seja, todo o diagnóstico é construído a
base de um prazo para a sua execução. Esse prazo, de maneira geral, pode ser entendido como o
tempo existente entre a demanda da avaliação e o momento em que o gestor precisa realizar a
tomada de decisão.
c) Princípio da Factibilidade: Quando realizamos uma avaliação, devemos nos lembrar que ela
não pode ser somente viável em termos técnicos, econômicos e políticos, como também tem que
ter a capacidade de garantir os impactos almejados das decisões tomadas. Em termos gerais, isso
significa que a avaliação  tem que ser pragmática, direcionando o gestor a realizar escolhas
viáveis e sobre as quais tenha total governabilidade.
d) Princípio da Confiabilidade:  Como um todo, o processo avaliativo tem como principal
objetivo o sustento tanto acerca da tomada de decisão como também sobre a sua implementação
nos sistemas de saúde. Portanto, essa prática tem que ser revestida de racionalidade, bem como a
coerência e consistência baseada nos princípios éticos. Dessa forma, conseguiremos garantir que
ela possa ser considerada como um método válido, gerando alta aceitação por todos aqueles que
estão envolvidos na decisão e na sua execução.
e) Princípio da Objetividade: Esse é um dos principais pilares da gestão dos sistemas de saúde.
Quando falamos na tomada de decisão e diagnóstico de gestão, devemos considerar a existência
de limites para a aplicação dessas atividades. A avaliação para o processo de gestão deve buscar
o melhor aporte de conhecimento e o maior aprofundamento possível dentro do tempo e dos
recursos e materiais disponíveis. Ou seja, em todo o processo realizado sobre essas condições,
precisamos almejar a obtenção da maior contribuição de informações possível para a tomada de
decisão, já que isso é mais importante que a busca de uma maior validade da avaliação, dando a
esse fator o nome de princípio da objetividade.
f) Direcionalidade: Como fomos capazes de perceber durante todos os outros fatores citados
anteriormente, o processo de avaliação para a gestão de serviços de saúde tem que realizar o
direcionamento das ações, em todos os espaços possíveis, acerca das escolhas feitas rumo a
resolução dos problemas que deram origem ao processo avaliativo. Como consequência, teremos
o aumento da satisfação da população em relação ao suprimento das suas necessidades e da
implementação das políticas do setor.

Delineamento da Avaliação para a Gestão de Serviços de Saúde


Durante o processo de gestão dos serviços de saúde, o fornecimento de informação em tempo
hábil para o líder responsável é um fator  imprescindível para a melhoria das decisões tomadas
por esse gestor. Dessa forma,quando ocorre um conhecimento acumulado tanto de estudos e 

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pesquisas, como também nas avaliações passadas naquele ambiente, cabe ao gestor realizar a
apropriação desse conhecimento e a sua utilização no processo de decisão. 
Agora, caso isso não ocorra, então a abordagem aplicada deve consistir na estruturação de um
processo avaliativo de maneira consistente, considerando fatores como o tempo disponível e
quantidade de recursos e materiais necessários para tal.
Com isso, devemos sempre ter em mente que, no ambiente hospitalar, existe a necessidade de
resolver problemas de saúde da população ou de satisfazer às demandas de usuários com uma
disponibilidade de tempo para a tomada de decisão muito limitada. Isso, pois a resposta às
situações problemas vivenciadas pelo gestor podem ser a diferença entre manter um paciente
vivo ou condená-lo à morte. 
Dessa forma,  enquanto gestores desses sistemas, precisamos executar essas avaliações com o
máximo de brevidade, utilizando as informações e os conhecimento já disponíveis no meio de
aplicação; não esquecendo ainda dos instrumentos metodológicos que sejam capazes de se
adaptar ao tempo e recursos existentes, reduzindo assim os elementos a serem estudados e
contribuindo para um maior grau de precisão (nível de confiança) dos resultados. Tudo isso irá
implicar numa melhor tomada de decisão pelo gestor responsável.

Estabelecimento de indicadores e parâmetros


Seja em um sistema de saúde ou em qualquer outro objeto corporativo, os indicadores são
variáveis capazes de fornecer a melhor visão possível de um objeto em momento de diagnóstico.
Porém, devemos levar em consideração as  inúmeras formas como esse objeto de avaliação pode
ser observado, já que existe a possibilidade de existir um número enorme de conjunto de
indicadores que poderão formar essa imagem. 
Logo, tendo em vista esse grande rol de possibilidades, a escolha dos indicadores que serão
utilizados em uma avaliação é caracterizada como uma das tarefas mais importantes do
avaliador. Agora, trazendo esse conteúdo para o contexto dos serviços de saúde, sabemos que,
para atingir os objetivos estabelecidos, os indicadores que serão aplicados na AGSS também
requererem alguns requisitos particulares:

a) O indicador deve ser capaz de dar uma solução à pergunta avaliativa;


b) O indicador deve ter um poder de síntese, ou seja, uma grande capacidade de descrever e
permitir a análise do objeto em questão, ou ainda das relações deste com os outros eventos do
serviço ou do sistema de saúde;
c) O indicador deve ser factível, ou seja, deve ser um dado passível de ser adquirido a tempo para
basear todo o processo de tomada de decisão, levando em consideração a limitação dos prazos e
os recursos existentes para esse fim;

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O conjunto de indicadores selecionados pelo gestor deverá refletir de maneira fiel o objeto, assim
como também deve integrar de forma adequada e os objetivos para a realização da avaliação.
Com isso, o  campo da avaliação em saúde deve estar referenciado a partir de estudos de cunho
teórico-metodológicos, bem como de natureza instrumental do processo de pesquisa que, como
em qualquer outro setor de aplicação, são passíveis de direcionamentos intencionais. Por isso,
muitos estudiosos acrescentam um destaque de que os indicadores refletem o sistema de valores
não só da corporação em si, como do profissional que os constrói. 
Dessa forma, cabe ao responsável pela aplicação do processo avaliativo fazer com que as 
políticas, os princípios e as estratégias institucionais sejam levadas em evidência acima dos seus
interesses individuais e da sua concepção pessoal de mundo, no momento em que o processo
avaliativo está sendo desenvolvido.

Enfermagem e as suas Funções Administrativas (planejamento, controle, direção e


organização)

Quando falamos do processo de gestão e controle dos serviços de saúde a partir da aplicação das
funções administrativas, temos como destaque o planejamento, a coordenação, organização,
direção e execução de tarefas pelo profissional da enfermagem responsável por essa liderança.
Com isso, o processo de gestão está diretamente ligado ao compromisso, responsabilidade,
empatia, habilidade para tomada de decisões e comunicação de forma efetiva e eficaz tanto com
os demais membros de equipe, como com os pacientes e líderes corporativos.
Quando o enfermeiro é o profissional à frente da tomada de decisões, ele influencia as ações dos
outros membros de equipe e do ambiente a sua volta para que o alcance das metas e objetivos
sejam alcançados.  Para isso, é necessário que esse profissional defina e planeje toda a
assistência de enfermagem a partir de um contexto interativo e multifacetado.
Dessa forma, como dito anteriormente em seções predispostas neste módulo de ensino, para que
a enfermagem esteja em um papel de liderança, ela precisa dominar e conciliar o emprego tanto
dos princípios e técnicas de administração, como os princípios e as técnicas que norteiam a
prestação do cuidado ao paciente em enfermagem. 
De acordo com a lei nº 7.498/86,  que condiz com a Regulamentação do Exercício Profissional,
redigida pelo Conselho Regional de Enfermagem (COREN), o profissional enfermeiro executa
atividades, cabendo-lhe: dirigir órgão de enfermagem integrante da estrutura básica do sistema
de saúde e liderar o serviço e a unidade de enfermagem local; Além disso, ele deve organizar e
dirigir os serviços de enfermagem, bem como as suas atividades técnicas e auxiliares no
atendimento ao paciente; planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços de
assistência de enfermagem; realizar sistematização da assistência de enfermagem; oferecer
cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; prestar cuidados de
enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e
capacidade de tomar decisões imediatas; participar do planejamento, da execução e da
avaliação da programação de saúde e participar da elaboração, execução e avaliação dos
planos assistenciais de saúde.

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Logo, consideramos que a integração das funções de supervisão e assistência à saúde é tida como
pressuposto à construção da identidade profissional do enfermeiro, bem como à prestação de
serviços de enfermagem com o mais alto nível qualidade ao usuário daquele serviço. 
Quando os conhecimentos administrativos são aplicados pela enfermagem, temos na verdade
uma parte da necessidade de estarem-se organizando um ambiente terapêutico nos hospitais
envolvidos no processo. Isso está ligado à aquisição de um conhecimento de gestão em
enfermagem que teve origem junto com a organização das técnicas e com os instrumentos de
trabalho para o cuidado ao paciente.
 Assim, podemos dizer que o trabalho da enfermagem está estruturado em três direções distintas,
definidas como: 1- a organização do cuidado ao doente, através da sistematização das técnicas de
enfermagem; 2- a organização do ambiente terapêutico através da discussão das condições de
trabalho e do meio ambiente;  e por fim, 3 - a disposição da equipe de enfermagem, através da
educação e desenvolvimento do pessoal.
A partir do final do século XX, tivemos a  enfermagem como fator intrínseco  do processo de
produção em saúde, dessa forma, a administração em enfermagem pode ser considerada como
uma prática social e não apenas técnica. Por isso, a prática de enfermagem é  marcada por
determinações sociais, econômicas e políticas, e consequentemente pelo modo de organização do
processo de produção em saúde e da forma como as instituições de saúde operam de maneira
geral.
Atualmente, o grande destaque relacionado a administração aplicada a enfermagem, vem sendo
substituído por um novo processo progressista, onde temos novas concepções que passam pela
sensibilidade, geração do processo criativo, tomada de decisões, visão estratégica, participação,
liderança integrativa, caminhando para um referencial mais humano das práticas de
administração nas organizações, assim como também na enfermagem.
E o que podemos concluir com isso? De forma simples,  toda enfermeira é uma administradora,
tanto da sua vida enquanto profissional, como dos cuidados aos seus pacientes. Porém, devemos
entender que a nível de prática profissional, a enfermeira precisa desenvolver competências na
teoria de administração em enfermagem, que significa que ela deve ter conhecimentos,
habilidades e atitudes que corroborem para tal.
Isso acontece, pois a administração é uma ciência exata e ao mesmo tempo adaptável e fluída
que possui um corpo de conhecimentos que lhe é próprio. Quando direcionamos essa ciência
para os cuidados de enfermagem, nós utilizamos o corpo de conhecimentos da administração em
relação às aplicações nos setores de saúde.

Ferramentas Administrativas em Enfermagem


Em primeiro lugar, para compreender como a Administração em Enfermagem funciona é
necessário dividir esses conhecimentos em algumas ferramentas principais, tais instrumentos
norteiam o que deve ser posto em prática pelo profissional em seu dia a dia de trabalho.

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Dessa forma, este capítulo tem por objetivo explanar sobre as informações das ferramentas
administrativas em enfermagem com o intuito de agregar conhecimento, sendo elas: manual de
rotina, manual de enfermagem, regulamento, regimento, norma e procedimento.

Manual de Rotina
O Manual de Rotina é a primeira ferramenta a ser estudada, ele pode ser definido como um
conjunto de elementos detalham a maneira exata de como uma ou mais atividades podem e
devem ser realizadas, ou seja, um manual de rotina instrui o que deve ser feito, assim como quem
vai fazer e em que local. Por outro lado, os Manuais de Rotina não descrevem os procedimentos,
já que estes serão discriminados especificamente pelos Procedimentos Operacionais Padrão
(POP’s) – que serão abordados ainda neste capítulo.
Este Manual de Rotina dita a sequência da função a ser executada, visando também uma certa
padronização e eficácia dessas atividades.
De forma geral, as consultas nos Manuais de Rotinas têm por finalidade padronizar os métodos,
racionalizar o trabalho exercido (seja ele no âmbito da saúde ou não), evitar gasto de tempo,
diminuir a incidência de erros, acidentes, retrabalho e sempre proporcionar a segurança do
paciente.
Os Manuais de Rotinas devem ser específicos e atualizados de acordo com a determinada
unidade de saúde, e o enfermeiro que construir um manual de rotina deve assinar e carimbar ao
final do documento com a categoria e o número de inscrição no Coren.

Manual de Enfermagem
A segunda ferramenta a ser estudada é o Manual de Enfermagem - ME, este tem por definição
ser um instrumento administrativo de informação para a organização que, de forma escrita,
informa as orientações ao corpo de funcionários do setor de enfermagem para o desenvolvimento
de atividades.
Com o manual de enfermagem é possível reproduzir a estrutura formal do serviço desempenhado
na enfermagem, sendo seu objetivo inicial ser um aparelho de consulta para eliminar dúvidas.
Para implementar um Manual de Enfermagem é necessário, primeiramente, seguir algumas
etapas, sendo elas:

1. Diagnóstico da situação
Para o diagnóstico da situação é necessário realizar o levantamento das informações sobre o
serviço que é prestado na enfermagem, podendo incluir as informações sobre a clientela, a
filosofia que norteiam as ações, os objetivos que devem ser alcançados e qual é o tipo de
assistência que é ofertada.
2. Determinação dos assuntos que serão abordados

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A determinação do assunto dita qual será o foco do manual, o que ele irá abordar, bem como
qual será a linha de assunto trabalhado.
O conteúdo do Manual de enfermagem, segundo GAMA (2009), é determinado pela necessidade
de informação demandada na unidade/instituição/serviço onde será implementado, porém, de
forma geral poderá conter:

 O regulamento do estabelecimento de saúde em questão;


 O regimento do Serviço de Enfermagem;
 A filosofia do Serviço de Enfermagem;
 A estrutura administrativa do Serviço de Enfermagem e da Instituição;
 A planta física da unidade;
 A descrição das funções de cada elemento da equipe;
 O quadro de pessoal da unidade;
 A descrição dos cuidados em enfermagem;
 Os roteiros;
 As normas, rotinas e procedimentos;
 A descrição do funcionamento de cada equipamento;
 Os direitos e deveres dos elementos da equipe e outros.

3. Estruturação e confecção dos instrumentos


Neste momento de estruturação é necessário inferir os assuntos que foram determinados para que
sejam contemplados.

4. Implantação
É no momento de implantação que o manual começa a ser posto em prática, ficando disponível
para consulta dos enfermeiros (as) e do pessoal que o utiliza.

5. Avaliação
A avaliação pode ser comparada com um “feedback” para determinar se o manual de fato
cumpriu com o seu objetivo que é o de facilitar a implantação de normas, procedimentos e
funções, ajudar na fixação de critérios e padrões, além de atuar na uniformização da terminologia
técnica básica do processo do trabalho.
Sendo assim, o Manual de Enfermagem reúne, de forma sintetizada, rotinas, normas,
procedimentos e também outras informações extremamente necessárias para a execução das
ações de Enfermagem, que podem ser reunidas em um único manual ou podem ser divididas de
acordo com sua finalidade. Paralelo a isso, também vale ressaltar que esta ferramenta deve ser
constantemente revisada e atualizada de acordo com os novos avanços científicos e visando as
necessidades do paciente/família/equipe/comunidade ou também da instituição.

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Regulamento
O regulamento é um ato normativo de caráter estável, nele é possível encontrar as diretrizes
básicas da organização dentro do âmbito da saúde.
O objetivo do regulamento é justamente estabelecer como deve funcionar uma organização,
evidenciando a filosofia, a finalidade, a abrangência na atuação, a estrutura administrativa e as
atividades que serão desenvolvidas na unidade, bem como quem irá realizá-las.

Regimento
De acordo com Paulina Kurcgant (1991), o regimento dentro da Administração em Enfermagem
é um ato normativo aprovado pela administração superior, possuindo caráter flexível. Neste
regimento contém diretrizes básicas para o funcionamento do serviço de enfermagem.
Ainda segundo Kurcgant, o regimento descreve as disposições do regulamento para o serviço, e
por isso deve, portanto, estar embasado nele.
O regimento deve conter os itens listados a seguir:

 A filosofia ou finalidade e objetivos do serviço;


 A posição do serviço na estrutura da organização e descrição das linhas hierárquicas
(Organograma);
 O horário de trabalho;
 O quadro de pessoal;
 As atividades a serem desenvolvidas;
 A competência de cada membro da equipe de enfermagem;

Além desses itens citados acima, vale ressaltar que não são via de regra e que outras disposições
também podem ser incluídas.

Norma
Norma é o conjunto de regras ou instruções com o objetivo de fixar métodos, procedimentos e
promover organização, que são utilizados no desenvolvimento das atividades.
As normas são conhecidas como leis que definem os princípios das ações de enfermagem.

Para elaborar uma norma o profissional de enfermagem deve seguir algumas orientações:
1. A norma é estabelecida por uma autoridade reconhecida, como por exemplo o enfermeiro;
2. É necessário levar em conta o público alvo na escolha da linguagem a ser utilizada;
3. Para prever as possíveis penalidades deve-se estabelecer a conduta desejada;

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4. É importante escolher os meios de divulgação;
5. Deve ser ampla e expressada de maneira clara, concisa, adequada aos propósitos e definida
para poder determinar se foi ou não cumprida;
6. Deve ser flexível para permitir o raciocínio e iniciativa;
7. Deve ser passível de avaliação para o estabelecimento de medidas qualitativas e quantitativas
do serviço;
8. Deve estar sujeita a contínua revisão e atualização;
9. Para ter respaldo deve basear-se em teorias e práticas atualizadas.

Procedimento Operacional Padrão - POP


O procedimento é a descrição detalhada, sequencial e que possui linguagem facilitada de como a
atividade deve ser realizada com base nos princípios apresentados pela ciência.
O procedimento, também chamado pelo seu termo composto Procedimento Operacional Padrão,
é a base para que a padronização das tarefas seja garantida e assim proporcionar um serviço ou
produto livre de variações indesejáveis aos seus usuários.
O objetivo do procedimento é padronizar e minimizar a ocorrência de desvio na execução de
tarefas fundamentais para a qualidade da assistência, independente do profissional que as faça.
Algumas informações devem conter em todo procedimento:

 Nome da unidade/instituição;
 Título da tarefa;
 Data da elaboração, número e data da revisão;
 Número do documento;
 Executante;
 Resultados esperados;
 Materiais necessários para que a tarefa seja executada e concluída;
 Descrição por passo a passo das atividades;
 Paginação;
 Aprovação.

Os POP’s também são utilizados em outras áreas que exigem uma orientação para determinada
prática, eles são muito importantes para nortear as atividades e impedir que haja dúvidas do que
fazer em cada etapa, e por isso ele deve ser construído com atenção.

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UNIDADE 3

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E GESTÃO DE PESSOAS


Assim como toda organização pública ou privada, as instituições de saúde também necessitam de
um bom funcionamento de seus materiais e recursos humanos. Sendo assim, é importante então
que se tenha recursos materiais e humanos necessários para que seja proporcionada uma
assistência de qualidade e que estes sejam corretamente administrados.
Devido à grande importância, abordaremos neste capítulo sobre a administração de matérias e de
gestão de pessoas, o papel do enfermeiro quanto a esses tópicos, definições e informações
relevantes que cercam esses assuntos.
Sendo assim, começaremos com a Administração de Materiais e suas principais noções para o
conhecimento do enfermeiro.

Administração de Materiais
A definição de Administração de Materiais, nas instituições de saúde, contempla coordenar todas
as atividades necessárias para que assim seja possível garantir o abastecimento de todos os
ambientes dessa organização. Para isso, é importante realizar com o menor custo possível e de
forma que a prestação de seus serviços não sofra impactos negativos aos clientes ou pacientes.
A Administração de Materiais envolve, majoritariamente, a totalidade dos fluxos dos materiais
de uma organização, compreendendo:

 A programação;
 A compra;
 A recepção; O armazenamento (localizado no almoxarifado);
 A movimentação desses materiais;
 O transporte interno deles;
 O armazenamento no depósito de produtos acabados

A Importância da Administração de Materiais


Recursos materiais são imprescindíveis para o funcionamento de qualquer tipo de organização,
seja de serviços ou de fabricação, com objetivo de obter lucro ou não, e constituem fator que
possibilita o alcance dos objetivos propostos por essas organizações.
Segundo Kurcgant (1991), tais recursos representam cerca de 75% do patrimônio das instituições
hospitalares e 30 a 45% dos gastos das instituições com materiais.
Paralelo a isso, estima-se que em uma organização hospitalar geral de ensino, com 300 leitos
aproximadamente, ou seja, um hospital de grande porte, trabalha com aproximadamente 2.500

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materiais de consumo destinados para a assistência à saúde. Com isso, tais materiais representam
uma média de 1.500.000 unidades consumidas todos os meses, o que pode gerar um custo anual
de, aproximadamente, R $4.000.000,00.
Portanto, os gastos provenientes de recursos materiais têm representado uma parcela importante
do orçamento dessas instituições, e para que não haja falta de material (prejudicando a
assistência à saúde) nem excessos (elevando custos desnecessários) os materiais devem possuir
suas qualidades e quantidades planejadas previamente e controladas.

O papel do enfermeiro para a Administração de Materiais


Os enfermeiros, ao prestarem a assistência à saúde utilizem recursos materiais, possuem a
competência e deveres pela administração dos materiais em suas unidades de trabalho, podendo
chegar através da determinação do material necessário para a realização da assistência seja na
configuração qualitativa como também no quantitativa, na definição das especificações técnicas,
na atuação no processo de compra, na organização, no controle e avaliação desses materiais.
Sendo assim, o papel do enfermeiro é preponderante no que tange a determinação do material
necessário à consecução da assistência.
Segundo Castilho e Gonçalves (2014), um papel relevante que o enfermeiro desempenha é no
gerenciamento desses recursos materiais que consiste em saber e acompanhar a utilização de
materiais da unidade sob sua responsabilidade. Além disso, é de extrema importância que o
enfermeiro esteja atualizado constantemente no que se refere às tecnologias e produtos que são
lançados no mercado, ponderando sempre o custo-benefício da utilização de um novo produto e
o impacto de novas tecnologias para assistência, com o objetivo de garantir a qualidade da
assistência prestada.
Entretanto, o enfermeiro deve ter a atenção de não transformar a administração de materiais
desenvolvida por ele em uma atividade de caráter burocrático que visa exclusivamente à
manutenção das prioridades financeiras da instituição, mas sim como uma conquista que realça o
importante papel que o enfermeiro desempenha na dimensão técnico administrativa, que faz
parte dos processos do cuidado e da gerência.
Assim, pode-se concluir que as atividades de gerência de recursos materiais desempenhada pelos
enfermeiros devem ter como objetivo o aperfeiçoamento da assistência à saúde de indivíduos e
comunidade, assim como as condições de trabalho das equipes de enfermagem e de saúde.

Objetivos da Administração de Materiais


Os objetivos da Administração de Recursos Materiais nas instituições de saúde podem ser
divididos em primários e secundários:

 Primários: alcançar custos baixos de aquisição, de manutenção, de reposição e de mão de


obra; promover a rotatividade de estoques, estimular o aperfeiçoamento e treinamento do
corpo de funcionários; possibilitar a continuidade de fornecimento; garantir a qualidade
dos materiais que foram e serão adquiridos; promover boa relação com os fornecedores,

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assim como bons registros e cadastros; realizar a padronização, otimização do
atendimento, maximização de retornos, e centralização de atividades.
 Secundários: garantir harmonia interdepartamental, economia, reciprocidade, atualização
e melhoria da qualidade.

Com isso, a finalidade da Administração de Materiais equivale a coordenar as atividades que


garantam o fornecimento das necessidades da instituição, com qualidade e em quantidades
adequadas, no tempo correto e ao menor custo provável, através da compra, armazenamento,
distribuição e controle.

Classificação dos materiais 


Em unidades hospitalares, normalmente os materiais são classificados segundo a sua duração,
sendo associados em materiais de consumo e materiais permanentes.

 Materiais permanentes: são aqueles que não serão estocados, ou que permitem apenas
uma estocagem temporária ou transitória, apresentando assim um tempo de vida útil igual
ou maior a dois anos constituem o patrimônio da instituição, como por exemplo,
mobiliários, equipamentos, instrumentais e outros.
 Materiais de consumo: são aqueles estocados e com o uso acabam por perder as suas
propriedades, tendo uma duração de, no máximo, dois anos como, por exemplo,
esparadrapos, extensão para oxigênio, inaladores, seringas, agulhas e outros,

Etapas da Administração de Materiais em enfermagem


É necessário para a compreensão deste curso ter o conhecimento referente aos elementos
necessários para a previsão, provisão, organização e controle dos recursos materiais em
enfermagem.

 Previsão de materiais em enfermagem

De maneira geral, prever tem por significado “conhecer com antecipação”, por outro lado, a
previsão de materiais nas unidades de enfermagem consiste em realizar um levantamento das
necessidades e exigência da unidade de enfermagem, identificando assim a quantidade e a
especificidade deles para suprir essas demandas. 
E para acontecer essa função em uma unidade de enfermagem, o enfermeiro deve definir por
meio de um levantamento as necessidades de recursos, distinguindo a quantidade e a
especificidade deles. Além da quantidade e da especificidade dos materiais necessários, o
enfermeiro ao realizar a previsão deve levar em conta também: a especificidade da unidade; as
características da clientela; a frequência no uso dos materiais, o número de leitos na unidade; o
local de guarda; a durabilidade do material e a periodicidade da reposição do material.
Em suma, a previsão é definida como um levantamento das necessidades da unidade de saúde,
identificando a quantidade e a especificidade para o suprimento devido.

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A estimativa de material pode ser calculada através da seguinte expressão matemática:

CM = CMM + ES
Sendo que: 
CM = cota mensal;
CMM = consumo médio mensal;
ES = estoque de segurança.
O estoque de segurança, também pode ser chamado de “estoque mínimo” e é calculado
acrescentando-se de 10 a 20% do CMM, adicionando também o consumo diário durante o tempo
de reposição (CTR):

ES = 10 a 20% do CMM + CTR


CTR = CMM/30 x N

N = número de dias de espera para reposição que pode variar de acordo com o sistema de compra
do serviço de saúde.
No caso que foi exemplificado acima, o cálculo seria o seguinte considerando o N= 15 dias:

CMM = 200 + 250 + 180/3 = 210


CTR = 210 x 15/30 = 105
ES = 10% de 210 + 105 = 126
Dessa forma, o CM será igual a: CM = 210 + 126 = 336

Para atualização dos dados a cada o novo mês, acrescenta-se o valor do consumo mais recente e
se despreza o mais antigo. Além disso, é necessário e importante acrescentar 10% ao valor do
gasto mensal como margem de segurança, garantindo assim que não falte material para a devida
realização dos cuidados.

 Provisão de materiais em enfermagem

A provisão se enquadra no que tange à reposição dos materiais necessários para a realização de
atividades na unidade de enfermagem, e para que o enfermeiro desempenhe essa função é

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necessário que ele encaminhe o impresso de solicitação aos serviços competentes que fornecem
materiais. 

De modo geral, a rotina de requisição segue os seguintes passos: 


1. Apresentação do material em ordem alfabética com especificação do tipo, dimensão e
quantidade; 
2. Verificação do estoque já existente; 
3. Solicitação semanal, quinzenal ou mensal em impresso de solicitação, em duas vias ou mais; 
4. Envio à Chefia do SE – quando necessário; 
5. Direcionamento da requisição ao almoxarifado de acordo com as normas do serviço,
recebimento do material do almoxarifado sendo que nesse momento deve-se conferir e guardar;
6. Controlar os gastos.

O sistema de reposição pode ser realizado de quatro maneiras diferentes: 


1. Sistema de reposição por tempo: em épocas predeterminadas as cotas são repostas de forma
integral. A vantagem atribuída a esse método se baseia por ele ser forma mais utilizada na
enfermagem, porém propicia a formação de grandes estoques na unidade;
2. Sistema de reposição por quantidade: quando o estoque se encontra em um nível mínimo, mais
conhecido como estoque de reposição, é feita a reposição do material obtido por base a cota pré
determinada e independente de um prazo estipulado. Se bem utilizado, pode ser bastante
vantajoso, mas também pode ocasionar falta de material caso não seja observado regularmente o
nível mínimo de estoque;
3. Sistema de reposição por quantidade e tempo: é estabelecida uma cota para um determinado
tempo, e em uma época pré determinada, sendo feita a solicitação de materiais na quantidade
necessária para repor o estoque. Este sistema colabora para que a emissão de solicitação de
material não seja esquecida, além de evitar o aumento de estoque, por outro lado, sua realização
depende de que se disponha de estudo frequente da previsão de materiais;
4. Sistema de reposição imediata por quantidade: os materiais são encaminhados diariamente, ou
com uma frequência de tempo ainda maior, para a unidade de acordo com seu consumo. Nesta
forma de reposição é percebido um inconveniente: quando ocorre o esquecimento do débito de
material, gerando uma unidade desfalcada.

 Organização e armazenamento de material

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Após realizar a previsão e provisão dos materiais, é necessário que haja um estudo que
identifique em quais locais e de que forma estes materiais serão distribuídos, armazenados e por
fim estocados.
Segundo a definição de Gama (1997), “armazenar ou estocar materiais é dispor de forma
racional e técnica cada produto em seus depósitos (almoxarifado). O material deve ser
acondicionado em estantes, armários, estrados, prateleiras, gavetas ou em pilhas seguindo
normas técnicas para evitar riscos de queda, achatamento, deterioração, perda e outros”. Ou seja,
a organização consiste na forma em que o enfermeiro irá dispor desses materiais em sua unidade.
Tratando-se da forma geral de realizar o material, é importante seguir algumas
recomendações:

 Observar se há facilidade de visualização para os colaboradores;


 Evitar riscos de contaminação, seja poeira, umidade, luz ou outros; 
 Assegurar a facilidade de realização de inventários, reposição e controle;
 Proporcionar rigoroso controle;
 Facilitar à equipe de enfermagem o acesso aos materiais conforme as necessidades do
Serviço de Enfermagem.
 Evitar ao máximo o sub-estoque e a guarda descentralizada, o que pode dificultar o
controle e favorecer o desvio. 

É necessário o conhecimento atemporal da equipe do almoxarifado para um armazenamento


adequado dos materiais, pois a manutenção da viabilidade dos itens até a sua distribuição para as
unidades depende de forma direta das condições de armazenamento, como por exemplo a
temperatura, umidade e ventilação, além do Layout otimizado

No que tange os enfermeiros, cabem a eles também a orientação a outros setores com a guarda
do material.

 Controle

Esta função de controle na Administração de Materiais pode ser considerada bastante ampla,
uma vez que diz respeito à quantidade, à qualidade, à conservação, aos reparos e à proteção
desses materiais utilizados nas unidades. 

A importância de um controle adequado está justamente no auxílio que é prestado no


desenvolvimento das demais funções, pois este fornece informações para a previsão, permite
informações sobre a qualidade e a durabilidade do material, diminui o extravio, alavanca a
eficiência dos equipamentos permitindo dessa forma a garantia de uma utilização apropriada dos
recursos materiais, a continuidade da assistência digna ao paciente e a retardação dos custos
relacionados aos materiais.

O controle dos materiais pode ser realizado por meio de algumas maneiras:

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 Através do método ABC que classifica os materiais segundo custo para a instituição;
 Empregando o sistema de troca/reposição; 
 Por meio do uso de cadernos com o número de patrimônio e quantidade; 
 Utilizando fichas técnicas e atualmente o uso do computador.

Para que se possa ter um controle eficaz dos materiais é necessário, antes de qualquer coisa, que
se tenha uma relação desses, ou seja, de um inventário. O inventário consiste na verificação de
todo material para que seja comprovado a existência e a quantidade, assim é possível saber o que
se tem, se é necessário para atender a demanda ou se é necessário realizar a compra, evitando
dessa forma gastos desnecessários e falta de conhecimento acerca do que se tem em mãos.

Dessa forma, os inventários podem ser:


Gerais – realizados ao final do exercício fiscal da corporação, por meio da contagem de todos os
itens do estoque, sem que haja a possibilidade de reconciliação ou ajustes, nem a análise das
causas das diferenças; 
Rotativos - realizados através de uma programação mensal para itens específicos a cada mês,
sem carência de paralisação do serviço, proporcionando a análise das causas e diferenças e,
portanto, um melhor controle de material.

 Manutenção de materiais

Para que os enfermeiros, bem como a equipe de saúde em sua totalidade, possam prestar uma
adequada assistência à saúde de indivíduos e comunidade, é necessário que os equipamentos
existentes na unidade estejam em perfeito funcionamento, garantindo dessa forma não apenas a
assistência, como também a segurança do operador do equipamento.

A manutenção, como o próprio nome sugere, consiste em manter os materiais (e também


equipamentos) se mantenham em perfeitas condições de uso, e para que ela perdure é necessário
que a equipe de enfermagem ou corpo de colaboradores da saúde estejam atentos a
irregularidades e que estes sejam encaminhados para o serviço de consertos e reparos.

Podemos classificar a manutenção de matérias de duas formas:


1. Manutenção preventiva: Aquela que é realizada periodicamente nos equipamentos com o
objetivo de se detectar e principalmente evitar que este venha a apresentar defeitos ou mau
funcionamento, é também conhecida somente como a famosa “manutenção”.

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2. Manutenção corretiva ou reparadora: Diferente da manutenção anterior, está é realizada após o
aparelho ter apresentado algum tipo de problema, possuindo como objetivo restaurar e corrigir o
defeito apresentado pelo item, muitos também a chamam somente por “manutenção”.

Gestão de pessoas
É de informação coletiva que o cuidar depende de pessoas e estas concentram o capital
intelectual das organizações. Nos dias atuais é exigido cada vez mais algumas competências ao
profissional enfermeiro, e saber gerir pessoas está incluída nelas. 

A gestão de recursos humanos é uma das dimensões do processo de trabalho do enfermeiro que
requer constante atualização de conhecimentos, habilidades e ações específicas para coordenação
do cuidado em enfermagem de maneira eficiente, eficaz e resolutiva.

Para o profissional enfermeiro é necessário, no âmbito da Administração em Enfermagem, que


ele entenda e tenha a capacidade de recrutar e selecionar. O recrutamento e seleção, bem como o
dimensionamento são os pontos iniciais para o seu desempenho nessa área, e uma boa visão
desses fatores pode agregar muito a sua unidade de saúde.

 Competências de um enfermeiro para bom gerenciamento de recursos humanos:

1. Planejar e traçar metas juntamente com os membros dos grupos – Aprender a solucionar as
problemáticas que surgem ao longo do trabalho é imprescindível para que se consiga alcançar
resultados palpáveis nas unidades de saúde, e fazer isso atrelado aos membros da equipe
proporciona uma relação de parceria que ultrapassa a individualidade e superioridade.
2. Comunicação como ponto central – Para que uma organização seja feita de forma eficaz é
necessário comunicar-se visando estabelecer metas, identificar soluções e sincronizar as energias
para um bom funcionamento de equipe. Este direcionamento permite que o enfermeiro alinhe
informações, orientações e decisões que circundam o processo de cuidar do outro
3. Saber gerir conflitos – Para ser experiente nesse ponto é necessário conhecer as pessoas com
quem você trabalha, dessa forma as diferenças entre elas serão exaltadas e respeitadas. Nesse
momento é importante que a confiança esteja presente no meio para que os conflitos possam ser
solucionados por você de forma mais branda e com segurança.
4. Liderança – Possuir espírito de liderança abarca todos os pontos anteriormente citados, ser
líder é caminhar lado a lado com todos os colegas de trabalho de forma a incentivar a capacidade
e trabalho deles. Planejar, organizar e dirigir recursos humanos não é uma tarefa fácil, dessa
forma é necessário muito desempenho e compromisso com este objetivo.

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Um enfermeiro que gere pessoas deve entender sobre a tabela de distribuição percentual dos
profissionais de enfermagem (SCP): 

Cabe ao Enfermeiro as atividades de registro diário:


1. Das ausências ao serviço de profissionais de enfermagem; 
2. Da presença de crianças menores de seis anos e de clientes crônicos, com mais de sessenta
anos, sem acompanhantes; 
3. Da classificação dos clientes segundo o SCP, para subsidiar a composição do quadro de
enfermagem para as unidades assistenciais.

Desafios da Gestão dos Serviços de Saúde


Com os conhecimentos supracitados no capítulo anterior, podemos chegar à conclusão de que a
prática da gestão pela participação dos enfermeiros é algo imprescindível nas instituições de
saúde contemporâneas, no entanto, não se pode dizer que é uma tarefa fácil.
De qualquer forma, todas as áreas possuem desafios, no momento de gerir os recursos da área de
saúde eles se mostram ainda maiores, afinal de contas, saúde, bem-estar e vidas podem estar em
jogo. E é por ser um assunto tão relevante que este capítulo abordará as suas principais noções e
conhecimentos com o objetivo de sempre agregar aprendizado.
Desafios encontrados ao longo da jornada
Alguns desafios podem cruzar a linha de trabalho do enfermeiro que busca trabalhar nesse meio,
mas o mais importante é saber identificá-los para que assim eles consigam ser superados com

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sabedoria e nitidez. Acompanhe abaixo alguns desafios comumente encontrados no caminho
profissionais dessa classe:

 Desafio 1 – Gerenciamento autoritário

Este desafio está associado de maneira direta ao enfermeiro, é uma problemática que deve ser
desenvolvida e estudada nele. O autoritarismo pode gerar certo conforto e estabilidade ao
autoritário, mas a longo prazo isso gera impactos negativos reduzindo a autonomia e aumentando
o desinteresse da equipe que é liderada por ele.
• Desafio 2 – Condições e ambientes das instituições
As condições em que os líderes estão inseridos, bem como os ambientes impactam de forma
direta na gestão que eles irão proporcionar. A filosofia, valores, e premissas da organização
podem influenciar negativamente no modelo de liderança adotado. Este desafio tem um
significado mais profundo para os enfermeiros que ocupam estes cargos, visto que envolve a
efetividade entre o grupo, além de ter um embate no trabalho diário, coletivo, partilhado e
democrático.
Ao exercer a prática, muitas situações de divergências de ideias, interesses e expectativas
deverão ser superadas com a habilidade do gestor no manejo de conflitos e possibilidades,
desenvolvidas ao longo do tempo. Por esta razão, o líder deverá criar estratégias com auxílio da
comunicação, como foi explanado no capítulo anterior, para identificação dos problemas a serem
resolvidos e assim conseguir listar as possíveis causas e consequências e buscar alternativas que
concentrem os interesses chegando a uma decisão comum.
• Desafio 3 – Acompanhamento da legislação
Atender as normas reguladoras e acompanhar a legislação é um dos grandes desafios da gestão
dentro da saúde. Líderes precisam, regularmente, se adequar aos processos dentro de uma
instituição de acordo com novas resoluções principalmente nos períodos de transição
governamental, em que a saúde se encontra em um lugar de destaque no cenário político.
Desse modo, os líderes devem se manter informados e atualizados, e além de oferecer a eles
mesmos esse conhecimento deve ser passado a suas equipes. Além disso, muitas vezes, tais
líderes precisam lidar com cenários que não atendem a real necessidade de seu setor.
Outro fator relevante se refere aos desafios ligados às mudanças regulatórias, estas tendem a
aumentar os custos da prestação dos serviços de saúde. Dessa forma, há uma sobrecarga dos
gestores, que precisam cumprir os padrões estabelecidos e, ao mesmo tempo, conter os gastos
mantendo sempre a qualidade do atendimento.
• Desafio 4 – Custos crescentes
Não é novidade que o valor de todas as coisas cresceu exponencialmente nos últimos anos, e
com o preço dos insumos não foi diferente, este cresceu abruptamente em percentuais muito
elevados, os crescentes custos do setor de saúde são um desafio para os líderes.
Em 2017, uma pesquisa realizada com CEOs da área mostrou que, dos mais de 180
entrevistados, 57% veem os custos operacionais cada vez mais elevados como uma das
principais preocupações.

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Do mesmo modo, a falta de eficiência das equipes com relação ao desperdício de materiais
corrobora com o aumento dos gastos. Ao mesmo modo, reduz as margens de lucro, o que gera o
aumento da cobrança pelos serviços.
• Desafio 5 – Implementação de novas tecnologias
A evolução proporcionada pela medicina juntamente à crescente tecnologia ao mesmo modo que
revoluciona novas oportunidades, também lança desafios, e este peso recai principalmente para
líderes que têm o dever de tornar a gestão em saúde mais eficaz.
Se de um lado estão sistemas e ferramentas que otimizam processos fazendo os olhos brilharem,
tornando o atendimento mais seguro, eficaz e com qualidade, do outro estão os custos que essa
implementação causa. Além disso, ainda há o maior dos desafios: a mentalidade mais tradicional
– principalmente aquelas presentes nos níveis hierárquicos superiores – que ainda relutam em
aceitar tantas transformações tecnológicas e “complicadas”.
Essa via de mão dupla torna o trabalho do líder essencial, uma vez que vencer o desafio de
implementar novas tecnologias tem como resultado garantir uma melhoria em diversos
processos. Como consequência a isso, quando esse desafio é vencido, outros também se fazem
obsoletos, inclusive com relação ao aspecto financeiro, que é sempre tão preocupante.
• Desafio 6 – Segurança de dados
Seguindo o ideal da implementação de tecnologias, podemos trazer como exemplo a adoção do
registro eletrônico em saúde (EHR). Essa ferramenta tende a trazer um número grande de
benefícios para as instituições. Porém, exige cuidados relacionados à segurança de dados e
integridade das informações pertencentes ao paciente.
É necessário, portanto, unir outras especialidades profissionais para gerenciar o processo de
atualização dos sistemas de acordo com a atual legislação. Esse caminho passa por modificar a
cultura organizacional, fazendo com os colaboradores redobrem a atenção e o cuidado ao tratar
de tais informações.
• Desafio 7 – Padronização de práticas
No setor de saúde como um todo, o trabalho é feito por pessoas e para pessoas. Por mais que
existam regulamentações e normas definindo as boas práticas e a adoção de Procedimentos
Operacionais Padrão para diversas de atividades, é comum que os resultados sejam variáveis,
infelizmente.
Para os líderes, a falta de padronização e tais resultados variados é um enorme desafio na gestão
em saúde. Isso porque alcançar um fluxo de trabalho padronizado requer o aprimoramento
técnico da equipe, junto com a implementação de ferramentas que atuam de maneira autônoma.
Além disso, também exige também o uso de recursos dentro de um contexto clínico e
operacional, assim como uma compreensão de TI, com o objetivo de proporcionar e visar o
equilíbrio entre as necessidades e as limitações existentes.

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Enfrentamento de desafios
Como foi dito na introdução dos desafios, é importante que estes sejam identificados para que se
alcance uma solução. Os desafios na gestão de saúde, sobretudo dos seus recursos humanos,
requerem do enfermeiro gestor, mais do que nunca, uma postura proativa.
Dessa forma, cabe ao líder atuar de maneira ativa e incisiva para promover uma conscientização
por meio da comunicação efetiva e clara.
A implementação dos programas de treinamento e conformidade é uma solução acertada para
promover o conhecimento atualizado visando promover uma mudança dentro das unidades
institucionais.
No tocante às novas tecnologias, a resiliência do gestor é de suma importância para sobrepor a
cultura arcaica do local, introduzir novos sistemas eletrônicos e implementar estes gradualmente
é uma saída viável.
Apesar de não existir uma fórmula simples para solucionar problemas financeiros, é importante
salientar que investir em inovação coloca a organização em uma posição de destaque, e com isso
o retorno é produzido. Nesse contexto, é importante que o enfermeiro gestor tenha uma visão
mercadológica, tanto no âmbito de saúde privada como na pública.

Auditoria em Enfermagem
Apesar de ser uma prática bastante utilizada nos dias atuais, a auditoria tem sua origem na
antiguidade quatro mil e quinhentos anos antes de Cristo.
Definindo o termo, este é um exame pericial e analítico que segue o desenvolvimento das
operações contábeis, desde o início até o balanço, ou seja, é uma avaliação sistemática, analítica,
formal e pericial de uma atividade, ela é desenvolvida por uma pessoa que não é envolvida
diretamente na sua execução, para determinar se essa atividade está sendo levada a efeito de
acordo com os objetivos.
No entanto, este capítulo possui o objetivo de desenvolver os conceitos e informações baseados
na auditoria em saúde para que seja útil e condizente com a temática desenvolvida sobre
Administração em Enfermagem.

Auditoria na saúde
A auditoria na saúde pode ser definida como um instrumento de gestão que visa proteger e
fortalecer o SUS contribuindo efetivamente para a alocação e aplicação adequadas dos recursos e
para a qualidade da atenção oferecida aos cidadãos.
Um relatório de auditoria em saúde apresenta os aspectos que devem ser alterados no
funcionamento do estremecimento. Entre esses aspectos, pode-se constar grandes mudanças ou
apenas pequenos ajustes. Com este relatório, as mudanças exigidas e necessárias são organizadas
por ordem de prioridade, buscando com isso a melhor aplicação dos recursos para que seja feita a
transformação gradual da unidade.

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O auditor, seu perfil e sua atuação
O auditor é aquele que ouve, é um perito e até mesmo o contador encarregado de auditoria. Se
preparar para ser um bom auditor garante ou fim do processo os benefícios de uma auditoria bem
feita
O perfil desse auditor desse ser baseado no:

1. Conhecimento das leis;


2. Saber sobre a vigilância;
3. Capacidade de ouvir;
4. Processar e ter discernimento para retroalimentar;
5. Postura pessoal;
6. Mediador de conflito;
7. Praticar burocracia básica.

Os auditores precisam ter os conhecimentos específicos sobre os indicadores administrativos


para a área de saúde conforme a especificidade do setor. Dessa forma, terão a habilidade para
juntar informações e elaborar um plano de ação para que seja executado de maneira efetiva.
A atuação do auditor se baseia nas seguintes funções:

1. Planejar, definir objetivos e fazer um cronograma de execução juntamente com todos os


colaboradores;
2. Organizar;
3. Dirigir, coordenar e ajudar os colaboradores com informações e treinamentos;
4. Avaliar e controlar;
5. Prestar devida consultoria;
6. Emitir parecer e elaborar relatórios de auditoria

Objetivo da auditoria
Apesar de ter sido brevemente explanado as informações introdutórias, cabe a este tópico frisar
os objetivos da auditoria:

1. Avaliar sistematicamente todos os processos relacionados à assistência;


2. Controlar os custos;
3. Busca da qualidade;
4. Identificar áreas de deficiência;
5. Verificar aplicação dos recursos;
6. Subsidiar a gestão.

O ciclo PDCA e a auditoria em enfermagem


Para o compreendimento da realização da auditoria pode ser atribuído os conceitos explanados
no ciclo PDCA. 

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O ciclo PDCA é um método de melhoria contínua capaz de abranger as metas de melhoria e de
manter a melhoria alcançada. De maneira geral, tal método se mostra muito eficaz ao agregar
para as empresas desde o momento de entender quais são as suas dificuldades até o de melhorar
seus processos, dando suporte na tomada de decisão. 
Ele é dividido em 4 etapas: 

 Planejamento 

Esta é a fase conhecida como “plan” dentro do ciclo. É importante saber elaborar um plano ou
estratégia que possa resolver os problemas encontrados em uma unidade. Para isso, deve-se
desenvolvê-los de acordo com os valores e diretrizes políticas da corporação. Posteriormente,
levará em consideração o estabelecimento dos objetivos pretendidos com tal ciclo. Ou seja, ele
aborda a identificação do problema, observação, análise e plano de ação;

 Execução

Esta é a fase “do” que pode-se encontrar no ciclo. Essa é uma das etapas mais importantes do
ciclo e por isso deve ser acompanhada de perto. Dessa forma, as ações serão executadas
conforme planejado.

 Verificação

Esta é a fase “check” do ciclo. Onde há comparação dos resultados, listagem dos efeitos
secundários e verificação da continuidade ou não do problema;

 Ação

Esta é a última etapa, “act” no ciclo. Ela é dividida em padronização (evitando que o problema
ocorra novamente) e conclusão (onde há uma reflexão com ajuda de gráficos em relação aos
resultados).
Dentro da auditoria, pode-se personificar, de forma análoga, essas etapas com base no que
exigidos nos processos, como mostra a imagem adaptada de Martins e Cerqueira (1996):

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UNIDADE 4

CLASSIFICAÇÕES DA AUDITORIA
Quanto ao método de execução, a classificação da auditoria pode ser dada através de 3 formas: 

 PROSPECTIVA: A prospectiva é de certa forma uma auditoria prévia que tem por
objetivo avaliar os procedimentos antes da execução. O caráter é dito como preventivo
para as futuras ações;
 OPERACIONAL: É um tipo de auditoria concorrente, podendo também ser chamada de
auditoria de desempenho ou auditoria gerencial. Ela avalia os procedimentos durante a
execução dos serviços, além disso, é medido os 3Es – Economia, Eficiência, e Eficácia
dos processos;
 RETROSPECTIVA: A auditoria retrospectiva avalia os procedimentos após a execução
dos serviços que foram feitos. Este tipo de auditoria realiza a análise da relação entre os
critérios estabelecidos e os danos encontrados.

Quanto à forma de intervenção, a classificação da auditoria também pode ser dada através de 3
maneiras:

 Interna ou de parte 1: Pode ser chamada também de parte 1, utilizando profissionais do


próprio setor ou departamento;
 Externa ou de parte 2: Para isso é utilizado profissionais de fora do setor ou
departamento;
 Externa ou de parte 3: Para isso é utilizado profissionais de fora da instituição.

Quanto ao tempo, a classificação pode ser:

 Contínua: Esta é caracterizada por ser permanente ou de acompanhamento, por ser


regular, ordinária e sem interrupções (mensais ou no máximo trimestrais);
 Periódica: Esta é definida por ser temporária em períodos pré-definidos (semestrais,
anuais);
 Extraordinária: Possui um tempo especial de realização.

Quanto a natureza, a classificação poder feita de forma normal ou especial:

 Normal: Possui objetivos regulares, sem finalidades isoladas na gestão;


    Especial: Esta é específica, focando em fatos particulares na gestão.

Quanto aos limites, a auditoria pode ser classificada de duas maneiras:

 Total: Envolve toda a organização;


 Parcial: Apenas parte da organização.

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Quanto ao tipo ela pode ser:

 Analítica;
 Operativa;
 De gestão
 Contábil

Importância e vantagens da auditoria em saúde


A auditoria é extremamente importante para os serviços de saúde pois busca a adequação das
ações que são realizadas na organização de acordo com as premissas legais dos órgãos que as
regularizam. Paralelo a isso, é possível que haja a possibilidade da identificação e da correção de
falhas operacionais que podem comprometer ou provocar danos à saúde do paciente.

 Vantagens da auditoria em saúde:

A Auditoria ajuda a aumentar a qualidade do atendimento e consequentemente isso proporciona


uma redução de custos e a adequação às normas de controles de risco. Com a elevação do nível,
a competitividade também cresce, sendo dessa forma uma motivação para bater níveis maiores e
melhores de qualidade.
Além das vantagens citadas, também pode-se incluir o fato de a auditoria garantir uma maior
segurança nos procedimentos, sendo algo importante não só para o paciente, mas também para
aqueles profissionais que estão diariamente prestando serviços de saúde nas unidades.

Bases Legais da Administração em Enfermagem


O conhecimento específico da legislação em enfermagem é imprescindível para a atuação do
enfermeiro que busca se aperfeiçoar na área de administração, bem como da legislação que
regulamenta as relações de trabalho de forma geral. Assim, com a construção de competências, o
enfermeiro assume legitimamente mais um espaço.
Ser leigo no que tange os seus deveres e seus direitos não é interessante para nenhuma área,
muito menos a área da saúde por envolver, diariamente, o cuidado com a vida de um terceiro.
Sendo assim, esse conhecimento sobre leis e resoluções é de total interesse do profissional
enfermeiro administrativo em construção.
Portanto, reconhecendo essa importância para o profissional enfermeiro administrativo, este
capítulo abordará sobre as leis que circundam esse âmbito, com o objetivo de respaldar o
enfermeiro em conhecimento.

 Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 - Lei orgânica da Saúde

Em primeiro plano, vale trazer informações e registrar esta lei que dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes, além de dar outras providências. O início desses parâmetros
envolvendo a administração na enfermagem começou a ser percebido e reconhecido.

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 Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955.

Para introduzir a questão das leis, é importante elucidar primeiramente uma das primeiras leis
importantes dessa área. Sendo assim, esta tem por objetivo regular o exercício da enfermagem
profissional.

 A Lei nº 7.498 de 26 de junho de 1986

Dispõe acerca da regulamentação do exercício da enfermagem, e também dá outras


providências. Trazendo um enfoque maior no assunto discutido, em seu artigo de número 11 é
dito que o enfermeiro exerce as atividades de enfermagem e lhe cabe:
I – Privativamente:
a) A direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde,
pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
b) A organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e
auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) O planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência
de enfermagem.

 O Código de Ética (Res. COFEN 311/2007)

Essa resolução é muito importante por explicitar a função administrativa em questão para os
enfermeiros. Em seu artigo de número 66 é informado as competências do enfermeiro,
incluindo: “exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício
profissional e do setor saúde”.

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CONCLUSÃO

Parabéns, aluna(o)!
Você chegou ao final do curso!
Nós esperamos que você tenha absorvido e aproveitado todo o conteúdo que dispomos para
você, e acima de tudo, aprendido sobre todos os assuntos que foram trazidos sobre a
Administração em Enfermagem.
Com o curso finalizado, você é capaz de compreender a introdução da Administração em
Enfermagem e todos os conceitos básicos necessários para que fosse possível entrar nessa área
tão rica da administração.
Em paralelo, foi possível construir conhecimento pragmático sobre as diversas teorias da
administração e seus impactos para o Setor da Saúde, onde tivemos como objetivo entender
como essas teorias funcional em sua totalidade no processo administrativo e, posteriormente,
como elas são capazes de afetar o processo de gerenciamento dos setores da saúde e de suas
equipes de trabalho.
Abordamos também sobre essa importância da administração, ressaltando de forma muito
minuciosa os aspectos que valorizam essa prática. E não podemos esquecer do capítulo que
abordou sobre o gerenciamento, liderança e tomada de decisão, que são tópicos importantes para
quem deseja seguir essa carreira.
Outro ponto abordado é muito importante, foi o da enfermagem e as suas funções
administrativas, trazendo uma explicação teórica muito rica sobre o planejamento, controle,
direção e organização. Além disso, a explicação referente às ferramentas administrativas em
enfermagem também foi dada de forma bastante detalhada e atualizada, contando com
informações sobre o manual de rotina, manual de enfermagem, regulamento, regimento, norma e
procedimento.
Seu aprendizado aqui foi além, saindo do básico e chegando inclusive a abordar sobre a
administração de materiais e gestão de pessoas, com enfoque grande no papel e importância do
enfermeiro administrativo dessas duas funções. Também foi trazido um capítulo inteiro sobre os
desafios dessa gestão, com enfoque na administração de materiais.
Para agregar mais conhecimento ao seu aprendizado no nosso curso, trouxemos o tópico
“Auditoria em enfermagem” para que nenhuma dúvida esteja presente a respeito desse assunto.
Além disso, também foram trazidas leis e resoluções para que você, profissional, não se esqueça
de nada. Nós finalizamos com perguntas que abordam os conteúdos ministrados no curso, para
que você consiga sair deste material sabendo de tudo e mais um pouco!
Caso você não saiba, todos os nossos cursos são completamente gratuitos e possuem ao final um
certificado de conclusão. No entanto, é importante que você realize os exercícios dispostos neste
módulo, para que assim esteja treinado para realizar a sua avaliação final.
A solicitação do certificado é permitida mediante a aprovação desta avaliação. Não perca essa
oportunidade e não se esqueça: esse curso foi apenas uma etapa de aprendizado e você ainda
pode concluir outras com outros cursos!

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