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ADMINISTRAÇÃO

EM GESTÃO
DE SAÚDE
Prof: Ramon A. Neves

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO

A ORIGEM
Administração vem do latim Ad (direção ou tendência para) e Minister (subordinação ou obediência).
Significa aquele que presta serviço a outro ou aquele que realiza uma função sob o comando de outro.Essas
concepções vêm mudando ao longo dos anos, sofrendo uma radical transformação com o passar do tempo.

HISTÓRICO
IDADE ANTIGA
IDADE MÉDIA
IDADE MODERNA
IDADE CONTEMPORÂNEA
GRANDES INFLUENCIADORES
INFLUÊNCIA DA IGREJA

A hierarquia da igreja católica é tão simples e eficiente que sua enorme organização
mundial pode ser comandada por uma só pessoa: o Papa; Influenciou também na origem do marketing.

INFLUÊNCIA DO EXÉRCITO

Há 2500 anos, Sun Tzu, general chinês escreveu um livro sobre “A Arte da Guerra”. As
organizações lineares e o princípio da unidade de comando tem sua origem em organizações militares.
Assim como o pensamento estratégico e o planejamento: “Se você não planeja uma guerra, mais ela se
prolongará.” (Sun Tzu)

René Descartes (1596 – 1650), matemático e filósofo francês, considerado o pai da


Administração da filosofia moderna teve influência decisiva nas Teorias Científica,Clássica e
Neoclássica. Assim como a física determinista de Isaac Newton. Taylor e Fayol, os pais da
administração moderna, eram engenheiros.

HABILIDADES DO ADMINISTRADOR
As seis variáveis básicas, tarefas, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade,
constituem os principais componentes no estudo da Administração das empresas.

Atribuída às funções estão Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar.


TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO (TGA)

As seis variáveis básicas, tarefas, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade,


constituem os principais componentes no estudo da Administração das empresas.
DIFERENÇAS CONCEITUAIS

Gerente: Aquele que ocupa o nível administrativo tático.

Coordenador: Aquele que tem a função de integrar as áreas,unir e harmonizar.

Chefe: Nomenclatura muito empregada pela abordagem clássica da administração e significa aquele que
detém o poder hierárquico.

Líder: Nomenclatura de abordagem mais contemporânea e representa aquele que detém o poder de
influenciar seus liderados (autoridade).

Supervisor: Aquele que tem a função de controlar, fiscalizar. Ocupa o nível operacional.

Administrador: Profissional formado em administração que possui as funções de planejar, organizar, dirigir e
controlar.

Gestor: Aquele que planeja, organiza, dirige e controla sem possuir formação em administração (aquele que
faz especialização em administração).

Diretor: Aquele que ocupa o nível hierárquico estratégico. Podem existir diversos diretores. Possui a
atribuição de dirigir ou guiar a organização.

Presidente: Aquele que ocupa o nível hierárquico estratégico. Geralmente há apenas um presidente e essa
nomenclatura é mais adotada em empresas.

Executivo: Aquele que executa a gestão a nível estratégico. Segue a estratégia definida pelo dono ou
acionista.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Consultor: Aconselha sem ter o poder decisório.Possui a autoridade do saber.


Empreendedor: Abre seu próprio negócio
Docência: Professor
Gerente: Responsável pela gestão em nível tático.
ADMINISTRAÇÃO MODERNA
Nos dias atuais, as teorias administrativas têm um papel fundamental nas organizações como: elaborar
um bom planejamento, desenvolver boa visão de mercado, construindo alicerces para que não venha
prejudicar o bom funcionamento da organização.

Vivemos em um cenário altamente competitivo e marcado pelos adventos da quarta revolução


industrial, também conhecida como Indústria 4.0. Nesse sentido, a Administração tem de inovar o seu foco
gerencial e estratégico. Isto porque as mudanças aceleradas da dinâmica empresarial apresentam
demandas que exigem uma nova visão e ação gerencial. Pois, as organizações precisam responder aos
seguintes aspectos:

● Transformações rápidas no campo do conhecimento gerando novas demandas;


● Ampliação dos modelos de negócios para o mundo virtual e globalizado;
● Atividades exigindo dos profissionais diversas competências e qualificações;
● Necessidade constante de capacitação e atualização dos colaboradores;
● Utilização crescente dos recursos tecnológicos da Indústria 4.0;
● Novo perfil do consumidor muito mais exigente e seletivo;
● Aumento de produtividade com menor utilização de recursos.

CONCLUINDO

Administração é um sistema de recursos que procura realizar objetivos. Organizações tomam decisões
o tempo todo para atingir seus objetivos, são agentes que necessitam de administração: indivíduos, famílias,
grupos, organizações, governo, etc.

A Teoria Geral da Administração é o conjunto de conhecimentos organizados sistematicamente pela


prática e estudo das organizações.

Você sabe o que é Liderança?

“Um líder eficaz é alguém cujos seguidores fazem as coisas certas. Popularidade não é
liderança. Resultados sim.” (Peter F. Drucker)
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Na organização estrutural e funcional de um hospital, alguns aspectos devem ser considerados:

Missão: Que é a razão de ser do hospital e deve ser de conhecimento de todos na organização;

visão: Que é aonde o hospital deseja estar em longo prazo;

Objetivos e metas: Que referem-se aos resultados que o hospital deseja alcançar;

Características Demográficas: Referem-se às taxas de natalidade, fertilidade; morbidade e mortalidade da


população; idade, sexo, entre outros;

Condições de saúde: Da população atendida quanto à morbidade, mortalidade e incapacidade.

Conhecer esses aspectos é fundamental para identificar o perfil da população e a tendência de


demanda de assistência, o que permite o planejamento das ações e serviços de que a mesma necessita. Ou
seja, é essa previsão de demanda que permite determinar que tipos de serviços serão ofertados pelo
hospital, em que nível de atendimento médico e em que grau de complexidade, que, por sua vez, determinam
que tipo de recursos serão necessários para fazer frente aos serviços (BRASIL, 2007;
MALAGÓN-LONDOÑO; PONTÓN LAVERDE; REYNALES LONDOÑO, 2019).

De acordo com Cesar Simões Salim (Salim, 2001), o plano de negócios está muito ligado aos
empreendedores, que identificam as melhores oportunidades e as executam com base em estudos e
conhecimentos teóricos. Essas pessoas são cada vez mais guiadas a pensar sobre os vários fatores que
envolvem seu negócio e são orientadas a desenvolver planos bem detalhados. E com o auxílio desse plano,
elas podem dirigir e coordenar melhor suas organizações com o intuito de sobreviver por vários anos em um
mercado de elevada concorrência.
Após determinar os serviços que serão ofertados pelo hospital, é hora de distribuir responsabilidades e
autoridade para tornar reais as metas de cada objetivo traçado. É assim que as divisões vão sendo
construídas de modo a concretizar a missão da organização. Cabe destacar que a estrutura organizacional
dos hospitais é distinta, dependendo do porte de cada um deles (MALAGÓN-LONDOÑO; PONTÓN
LAVERDE; REYNALES LONDOÑO,2019):

Pequeno porte: menos de 200 leitos.


Médio porte: entre 200 e 399 leitos.
Grande porte: com 400 leitos ou mais.

GESTÃO DE PESSOAS

A gestão de pessoas é outro aspecto fundamental para o funcionamento de um hospital ou de qualquer


outra organização. O administrador tem por função principal, nesse caso, alcançar os objetivos da instituição
por meio das pessoas que nela atuam. As organizações, de um modo geral possuem a preocupação de
melhorar continuamente seu desempenho, por meio do comprometimento e envolvimento de pessoas, e, em
um hospital, isso é fundamental, uma vez que ele presta serviços a pessoas fragilizadas pela doença e que se
encontram em alto nível de sensibilidade física e emocional.

Cabe destacar que trabalhar em um hospital é algo bastante exaustivo,que demanda grande esforço
intelectual, emocional e físico, fato que deve ser considerado, uma vez que esses profissionais passam a
maior parte do dia no interior dessa organização. E, independente do setor onde atuam ou da função que
exercem, merecem destaque em sua atuação, ou seja, médicos,enfermeiros, pessoal da limpeza, da
manutenção, segurança, etc., merecem a mesma importância.Dessa forma, a organização hospitalar, por
meio do administrador e da gestão de pessoas, deve considerar seus funcionários como seu bem mais
precioso, adotando um conjunto de políticas e práticas integradas que equilibrem os interesses da
organização e das pessoas. Ou seja, deve adotar a gestão estratégica de pessoas, alinhando-as às
estratégias da organização.
Administrar ou gerir pessoas não é uma tarefa fácil, muito pelo contrário,é uma tarefa complexa e
delicada, uma vez que o gestor lida com pessoas com perfis e formações distintas e precisa fazer com que
todas, independente de suas diferenças, trabalhem para o alcance de objetivos comuns. Em um hospital, isso
se agrava, visto que a qualidade da prestação de serviços aos pacientes depende das pessoas, exigindo do
gestor dedicação, comprometimento, liderança e capacidade contínua de adaptação às diferentes situações
(MALAGÓN-LONDOÑO; PONTÓN LAVERDE; REYNALES LONDOÑO,2019).

ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇOS DE RADIOLOGIA


As tecnologias em saúde são entendidas como qualquer intervenção utilizada para a promoção da
saúde como: máquinas e equipamentos para diagnóstico e intervenção; materiais diversos; próteses e
órteses; procedimentos diversos, como transplantes e implantes; medicamentos e vacinas; robôs para
cirurgias; sistemas organizacionais, de informação, educacionais e de suporte, bem como de programas e
protocolos de assistência, utilizados para a atenção e o cuidado em saúde, oferecidos à população. Dessa
forma, necessitam de uma gestão capacitada para que possam cumprir sua finalidade. Essas tecnologias são
fundamentais na prevenção, detecção e tratamento de doenças, bem como de seus riscos e causas,
melhorando a qualidade e a expectativa de vida das pessoas, uma vez que contribuem para minimizar a
incidência de mortes prematuras (BRASIL, 2009; 2010; MALAGÓN-LONDOÑO; PONTÓN LAVERDE;
REYNALES LONDOÑO, 2019).

A radiologia ou, (CDI), constituem setor de prestação de serviços que mais tem despertado preocupação
por parte dos dirigentes hospitalares. Administrar o CDI significa utilizar todas as recomendações aplicadas à
prática da boa administração e ouvir do dirigente hospitalar que o departamento não conseguiu sair do
vermelho.

O CDI E SUAS CINCO GRANDES ATIVIDADES:

1. Controle da rotina de realização de exames


2. Implantação
3. Equipamentos manutenção de geradores de imagem nos diferentes métodos
4. Informatização do setor de diagnósticos
5. Implantação das redes de comunicação e arquivos de imagens
CONTROLE DA ROTINA DE REALIZAÇÃO DE EXAMES
O exame radiológico tem início com a solicitação médica feita por outro profissional legalmente
autorizado, através do pedido de exame.Este deve ser preenchido de forma clara e legível de forma a
mencionar o exame solicitado acompanhado de um pequeno relato da história clínica do paciente dos
objetivos do exame e das hipóteses diagnósticas. O pedido de exame deve estar devidamente assinado por
quem o solicita e incluir o registro do profissional nos órgãos competentes.

O setor de recepção do CDI recebe o pedido e, dependendo da natureza do exame, efetua seu registro
e encaminha o paciente à sala de exames correspondente. Alguns exames precisam ser pré-agendados, pois
demandam preparo do paciente ou necessitam maior tempo para sua realização e devem obedecer à ordem
do serviço.

EXAMES RADIOLÓGICOS COM CONTRASTE:

Entre os exames que necessitam de agendamento prévio podemos citar:

URETROCISTOGRAFIA = Avalia o tamanho e a forma da bexiga e da uretra, que é o canal por onde sai a
urina. Esse procedimento é indicado principalmente para pesquisar se uma criança tem refluxo vesicoureteral
— condição em que a urina da bexiga volta para cima, em sentido inverso, muitas vezes até os rins.

HISTEROSSALPINGOGRAFIA (HSG) = É um método diagnóstico de grande importância na pesquisa do


componente feminino da infertilidade conjugal, permitindo a avaliação do trajeto percorrido pelo
espermatozóide até a trompa de Falópio, local onde ocorre a fertilização do óvulo.

ANGIOGRAFIA = É um exame que utiliza raios X para visualizar e analisar possíveis alterações relacionadas
aos vasos sanguíneos. Tem como objetivo diagnosticar doenças como aneurismas e estenoses. Ela pode ser
feita em muitas partes do corpo humano.

TOMOGRAFIA= Também chamada de planigrafia e estratigrafia, é um exame médico radiológico que


permite visualizar as estruturas anatômicas na forma de cortes. É realizado por técnicos, tecnólogos em
radiologia e biomédicos.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA = Técnica de imagem médica usada em radiologia para formar imagens da
anatomia e dos processos fisiológicos do corpo, tanto na saúde como na doença. Os scanners de RM usam
campos magnéticos fortes, ondas de rádio e gradientes de campo para gerar imagens dos órgãos no corpo.

BIÓPSIAS = A biópsia é um procedimento cirúrgico no qual se colhe uma amostra de tecidos ou células para
posterior estudo em laboratório, tal como a evolução de determinada doença crônica. Uma biópsia é
frequentemente usada para diagnosticar se um tumor é benigno ou maligno.
EXAMES COM ANESTESIA = Os procedimentos mais comumente realizados sob anestesia são: a
Endoscopia e a colonoscopia, as Biópsias, as Ressonâncias Magnéticas, e a Histeroscopia, entre outros. A
escolha da técnica anestésica depende do tipo de exame e do estado clínico do cliente, podendo variar
desde sedação e anestesia geral.

MAMOGRAFIA = A mamografia ou mastografia é um exame de rastreio por imagem, que tem como
finalidade estudar o tecido mamário. Esse tipo de exame pode detectar um nódulo, mesmo que este ainda
não seja palpável.

ULTRASSONOGRAFIA = A ultrassonografia ou ecografia é um método diagnóstico muito recorrente na


medicina moderna que utiliza o eco gerado através de ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar,
em tempo real, as estruturas internas do organismo.

Uma vez registrado o pedido, o paciente é conduzido pelo pessoal de enfermagem à sala de
radiologia.Recebe vestimentas adequadas e é preparado para a realização do exame. O profissional que
realizará o procedimento radiológico– tecnólogo ou médico radiologista, iniciará o exame obedecendo ao
estritamente solicitado no pedido e permanecerá com o paciente até sua conclusão. Se necessário, solicitará
assistência de enfermagem.

Realizado o procedimento radiológico, o médico radiologista dá seu parecer e acena pela finalização ou
continuidade do exame, em conformidade com os objetivos diagnósticos.Uma vez concluído o procedimento,
o paciente novamente é conduzido a recepção para receber o protocolo ou resultado do exame.

O exame físico, radiografias e outros meios de registro de imagem são levados à sala de laudos. Nessa
sala, o médico radiologista analisa as imagens realizadas, os eventuais exames anteriores e as informações
anexas. Nesse momento, o exame pode ser considerado concluído e seguirá para o setor de guarda de
exames, onde o paciente fará sua retirada na data estabelecida.
Atualmente, no universo empresarial, as palavras de ordem são adaptação e atualização, visto que, no
mundo globalizado, as mudanças são rápidas e constantes. Dessa forma, as organizações, inclusive os
hospitais, devem trabalhar para criar vantagem competitiva, gerando resultados para seu negócio e seus
stakeholders por meio de estratégias adequadas ao negócio. Os profissionais, por sua vez, devem investir em
seu desenvolvimento contínuo por meio de novos conhecimentos, habilidades e aptidões que os permitam
atuar em diversas áreas (LUSTRI, 2005).

Hoje, aspectos como produtividade, iniciativa, criatividade, conhecimento e inovação são vistos como
diferenciais competitivos, e o indivíduo é visto como o vetor de criação de valor na organização. Sendo assim,
as organizações voltaram seu olhar para seu capital humano, com foco nas competências, tendo como
desafio promover ações e instrumentos capazes de interferir e direcionar o comportamento humano no
ambiente de trabalho (DUTRA, 2014).

O termo competência vem sendo ampliado pela contribuição de diversos autores, que a definiram como
o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para exercer determinada atividade, e como
o desempenho apresentado pelo indivíduo em determinado contexto, por meio da mobilização e aplicação de
conhecimentos, habilidades e atitudes para a execução de seu trabalho (CARBONE et al., 2006).

As habilidades são características que fazem parte de um conjunto de competências e referem-se à


capacidade de saber fazer, ou seja, é a capacidade que o indivíduo possui de aplicar seus conhecimentos na
execução de suas tarefas; na resolução de problemas; na melhoria de processos, na criação ou inovação de
produtos ou serviços, etc. (DURAND, 1998).
IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS
DE DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM
Reduzir os custos de um centro de diagnóstico por imagem é uma estratégia que pode ser
implementada na maioria dos negócios de saúde.Isso porque a evolução da tecnologia já permite otimizar e
automatizar processos desde o agendamento até a entrega de exames, gerando ganhos de tempo e cortando
gastos de processos que agora podem ser totalmente digitais.

No entanto, nem tudo é tão simples assim. Muitas das práticas dos centros de diagnóstico começaram a
ser desenvolvidas e utilizadas na década de 1970, sendo que desde então, muitas ficaram enraizadas na
rotina de diversas clínicas.
Por já fazer parte dos processos da clínica, da rotina dos funcionários e muitas vezes por se integrar à relação
com os clientes, esse ‘hábito’ tradicional é um dos fatores limitantes encontrados na hora de realizar
mudanças que mexem com o método de trabalho.

Mas como tudo na vida, quando as mudanças não vêm pelos benefícios da evolução, ela será
consequência de alguma necessidade que compromete o desempenho e o faturamento.Dessa forma, quais
são as práticas que gestores e diretores podem implementar no dia a dia para reduzir os custos de um centro
de diagnóstico por imagem? Respondemos a esta pergunta com 5 ações necessárias para as clínicas que
desejam fazer mais, gastando menos.

COMO REDUZIR OS CUSTOS DE UM CENTRO DE DIAGNÓSTICO POR


IMAGEM

● Atenção ao básico: tenha um calendário de manutenção


● Invista em tecnologia
● Laudo à distância: o futuro da radiologia
● Gestão e capacitação de equipe
● Processos e protocolos de exames

COMO REDUZIR OS CUSTOS DO (CDI)

O princípio de alcançar resultados melhores a partir da otimização do uso de recursos está em


aumentar a produtividade da equipe, aprimorar o atendimento e reduzir o tempo investido nos processos. E o
mesmo se aplica aos centros de imagem, mas com um detalhe:
Nos centros de diagnóstico por imagem existe uma grande necessidade de reduzir os custos com os
laudos de imagem impressos, fator que representa investimentos altos com impressão de filmes,
armazenamento e manutenção de máquinas.
Em meio a isso, há o crescimento natural das clínicas que exige que a qualidade no atendimento e
desempenho sejam mantidos. Considerando todos esses aspectos, elaboramos ações preventivas e de
mudanças que podem reduzir os custos dos centros de diagnóstico por imagem, com resultados a curto
prazo, médio e longo prazo.

Então, vamos às ações!

ATENÇÃO AO BÁSICO: Tenha um calendário de manutenção. A primeira dica diz respeito à área
principal de todo centro de diagnóstico: os aparelhos que realizam os exames de imagem. Parece uma
informação óbvia, mas as manutenções recorrentes não são realidade em muitos centros.

Inclusive, você sabia que existem diferentes tipos de manutenção? São elas a manutenção preditiva,
preventiva e corretiva, sendo que a manutenção preditiva e preventiva deve fazer parte do calendário dos
centros de diagnóstico por imagem.

● MANUTENÇÃO PREDITIVA

A manutenção preditiva trata-se do acompanhamento constante dos aparelhos a fim de prolongar a vida
útil e tirar melhor proveito do equipamento. Ela é realizada através de inspeções de ultrassom, de vibração e
outras análises técnicas que não envolvem desmontagem, por exemplo.
Manutenção preventiva

A manutenção preventiva tem como objetivo evitar falhas, consertos ou que os equipamentos fiquem
parados devido a danos que podem ser evitados. Dessa maneira, a manutenção preventiva é programada a
fim de verificar a lubrificação, calibração, revisões indicadas pelo fabricante, inspeções, entre outras coisas.
● MANUTENÇÃO CORRETIVA

A manutenção corretiva diz respeito a manutenção realizada para consertar alguma peça que apresenta
falha ou mal funcionamento. Neste caso, a manutenção corretiva pode ser planejada, quando a empresa
identifica que um erro virá a ocorrer. Há também a não planejada, como consequência da falta de
acompanhamento constante dos aparelhos.

Quando não realizadas de forma planejada, as manutenções representam alto impacto financeiro nos
centros de diagnóstico, sobretudo porque o conserto de peças e aparelhos tendem a ser mais caros do que
as manutenções preventivas. Além disso, a falta de manutenção tem impacto direto na qualidade do
atendimento prestado aos pacientes, visto que equipamentos com mau funcionamento podem influenciar na
qualidade final das imagens geradas, na eficiência dos procedimentos e até mesmo gerar cancelamentos
devido a equipamentos parados para manutenção.

INVISTA EM TECNOLOGIA
Investir em tecnologia é fundamental para automatizar e agilizar os procedimentos. Nesse sentido, o
RIS (Radiology Information System) é o sistema amplamente difundido e utilizado para controlar todas as
atividades que ocorrem dentro de um centro de diagnóstico: recepção, atendimento, agendamento, paciente,
diagnóstico e laudo.

O RIS tem como base a praticidade, por isso, tudo é feito de maneira organizada, integrada e conectada
no sistema.A automatização promovida pelo software permite deixar o preenchimento manual de fichas,
cadastros e laudos para trás, garantindo que tudo possa ser acessado rapidamente no sistema.Ou seja, o RIS
representa um adeus às salas e gavetas de armazenamento de fichas cadastrais e laudos impressos.

Uma realidade que proporciona mais eficiência à equipe na recepção, ao mesmo tempo que elimina o
trabalho de organização e limpeza dos arquivos, permitindo que as salas antes utilizadas para
armazenamento, agora sejam utilizadas para atendimento ou até para novas especialidades.O RIS fornece
ainda informações que fazem diferença na tomada de decisões: a partir do controle de ligações recebidas, o
RIS auxilia a registrar as especialidades mais solicitadas. Isso permite aos gestores avaliar a agenda e
analisar se é necessário disponibilizar mais horários e dias de atendimento e até mesmo ampliar o corpo
médico.
LAUDO À DISTÂNCIA: O FUTURO DA RADIOLOGIA

A emissão de laudo à distância é o futuro da radiologia. Mas o método já faz parte do presente dos
centros e clínicas que identificaram o potencial e a eficiência dessa prática. É que ao contrário do formato
tradicional, em que os exames de raio-x são impressos em filmes fotográficos, no laudo à distância o exame é
realizado dentro da plataforma de telerradiologia (contratada pelo centro de diagnóstico).

Dessa maneira, as imagens geradas são enviadas para o sistema junto com informações
complementares do paciente. No software de telerradiologia, os médicos cadastrados fazem a análise e
interpretação das imagens em alta qualidade e emitem o laudo à distância. Para os administradores e
gestores, tudo isso representa economia em vários âmbitos:

Com o uso de laudos digitais, os custos com impressão de filmes fotográficos


são reduzidos notavelmente, sendo que os exames são impressos apenas diante da solicitação do paciente.

Outro grande e principal benefício é o custo com equipe médica. As plataformas de telerradiologia
possuem médicos disponíveis 24h, durante os 7 dias da semana, eliminando a necessidade de ter
profissionais alocados nas clínicas e centros de diagnóstico para laudar os exames.

Por fim, o custo com a emissão de laudos será registrado a cada nova emissão, e não de acordo com
as horas em que os profissionais estão presentes nos consultórios – muitas vezes, sem atendimento devido a
falhas na agenda.Uma grande forma de economizar, qualificar e agilizar o atendimento.

GESTÃO E CAPACITAÇÃO DE EQUIPE


Nenhuma das práticas sugeridas acima realmente vão atingir seu potencial máximo de melhoria se a
equipe de colaboradores do centro de diagnóstico não for capacitada, nem estiver satisfeita. Isso porque,
estima-se que 40% dos chamados de manutenção ocorrem pelo mau uso do equipamento pelo operador.

Assim como a tecnologia passa por constantes atualizações, é necessário que os profissionais também
passem por treinamentos de atualização para acompanhar as mudanças nos sistemas e nos procedimentos.
Da mesma maneira, colaboradores que estão em um ambiente harmonioso e que são incentivados e
recompensados por cumprir metas, tendem a ser mais produtivos e externar a satisfação no atendimento aos
pacientes.

Um bom exemplo é que é possível promover incentivos através de bonificação financeira de acordo com
a taxa de comparecimento dos pacientes, o que incentiva a comunicação com pacientes, o envio de
lembretes e pedidos de confirmação, fazendo com que a agenda seja cumprida.

E isso tudo isso tem impacto direto na saúde financeira da empresa. O treinamento e capacitação é
parte da implementação de qualquer tecnologia que traz novas formas de realizar antigos processos. Mas
isso não se aplica somente à parte interna da clínica. Parte importante da telerradiologia é a possibilidade de
permitir que os pacientes acessem os resultados do exame online. Dessa maneira, também é
responsabilidade dos centros de diagnóstico capacitar e prover orientações que facilitem aos pacientes
acessar plataformas sem complicações. Ampliar a satisfação dos pacientes é também uma maneira de
manter a saúde financeira da empresa em dia.

PROCESSOS E PROTOCOLOS DE EXAMES

Por fim, outras ações que devem fazer parte da rotina é a criação de processos e o estabelecimento de
protocolos que devem ser cumpridos diariamente ou com frequência determinada.Nesse sentido, vale a pena
criar checklists de atividades diárias que devem ser cumpridas, de forma similar à manutenção preditiva e
preventiva.

Na prática, isso significa checar diariamente o posicionamento das mesas onde os exames são
realizados, dos aparelhos, dos componentes utilizados nos procedimentos e que influenciam diretamente na
qualidade da imagem, entre outras coisas.Além do mais, os protocolos utilizados durante os procedimentos
são decisivos para obter imagens com a melhor qualidade e, dessa forma, oferecer o melhor atendimento ao
paciente.

Muitos administradores e gestores não sabem, mas existe um tipo de protocolo indicado para cada
exame, sendo que isso vai influenciar não apenas na qualidade, mas no tempo de realização dos exames.
Com a equipe preparada para atingir a máxima eficiência a partir de um padrão estabelecido para cada
exame, pode-se captar imagens com mais qualidade e reduzir o número de procedimentos que precisam ser
refeitos.A necessidade de reduzir os custos em um centro de diagnóstico por imagem, normalmente, não é
motivada apenas pela questão financeira, mas pelo conhecimento de que é possível otimizar processos sem
perder a qualidade no atendimento.

As ferramentas desenvolvidas nas últimas décadas possibilitam que os centros de diagnóstico por
imagem combinem tecnologia de ponta com atendimento qualificado, a fim de alcançar eficiência,
produtividade e satisfação dos pacientes.

IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS


DE DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM NOS DIFERENTES MÉTODOS

Dependendo das características do hospital, o CDI poderá se tornar oneroso com altos investimentos, plano
de manutenção especializado e permanente.

VALORES DE MERCADO 2023


APARELHOS VALOR DE MERCADO QUANTIDADE DE TOTAL DE CUSTO
APARELHOS

Ressonância Magnética 3,5 a 10 milhões 2 13,5 milhões

Tomografia 850 a 1 milhão 1 1 milhão

Ultrassom 150 a 180 mil 8 1 milhão e 200 mil

Densitometria 150 a 180 mil 1 150 mil

RX 130 a 150 mil 1 130 mil

Manutenção Anual 9 a 13 % de manutenção do


valor do bem - 1 milhão 512 mil

- - - 18 milhões 312 mil


Equipamentos mais velhos podem onerar ainda mais a folha quando se trata de manutenção, os
equipamentos podem demandar mais assistência quando estão mais velhos. Acrescidos ainda de reparação
de área física e preparação das mesmas. A Implantação de um sistema de rede de comunicação entre esses
sistemas e interligação às unidades hospitalares.

CONTROLE DE MATERIAIS E INSUMOS UTILIZADOS NOS EXAMES

Os materiais e insumos utilizados na realização de exames por imagem preocupam inicialmente por
seus elevados custos, que necessitam ser repassados ao preço final dos exames ou, de alguma forma,
cobrados das empresas de convênio.

OS PRINCIPAIS MATERIAIS RADIODIAGNÓSTICO SÃO:

● Filmes radiológicos;
● Meios de contraste;
● Dispositivos de armazenamento de imagens; CDs,
● Discos ópticos, Fitas magnéticas;
● Cateteres e outros instrumentos descartáveis;
● Materiais utilizados nos procedimentos de intervenção e na assistência de enfermagem

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Gestão de pessoas implica em um conjunto integrado de atividades que desenvolvem contratar pessoas
a partir de cargos previamente escritos,remunerá-las por meio de salário, benefícios e incentivos, avaliar seu
desempenho profissional e desenvolvê-las em suas necessidades e naquelas das organizações. Proporcionar
condições de segurança e qualidade de vida no trabalho ajuda a mantê-las na empresa e a partir de sistemas
de informações gerenciais, monitorando pessoas em seus mais diversos aspectos (CHIAVENATO, 2014, p
11).

OS PRINCIPAIS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS QUE ATUAM NO SETOR DE


DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM

● Médico Radiologista
● Radiologista (Tecnólogo)
● Técnico em Radiologia
● Enfermeiro(a)
● Técnicos de Enfermagem
FORMAS DE CONTRATAÇÃO DE PESSOAL ESPECIALIZADO

● Contratação em regime CLT


● Contratação em regime de terceirização
● Contratação em cooperativas de profissionais
● Contratação por meio de pessoa jurídica

Contratação em regime CLT

Lei 7.394/85 - Regula o Exercício da Profissão de Técnico em Radiologia, e dá outras


providências.
CTPS
Segura; Benefícios
Piso salarial (2 salários mínimos);
Insalubridade (40%)
Jornada semanal (24 horas)
Aposentadoria especial (25 anos de atividade)
Contratação em regime de terceirização

Relação contratual moderna


Ampla liberdade para as partes
O tomador de serviços repassa uma atividade a um empresa legalmente constituída
Impostos cobrados normais (Confis, IR, INSS, ISS)
Livre negociação do valor do serviço
A empresa terceirizada não é subordinada ao tomador
Impessoalidade
Pode-se realizar para outras empresas
trabalhos (independência);
Flexibilidade de horários;

Contratação em cooperativas de profissionais

Contratação de Cooperativas de profissionais de Radiologia


Regida pela lei no 5.764/71;
Artigo 90: “não há vínculo empregatício entre o cooperado
e a cooperativa” ;
Relação do cooperado com a cooperativa: “dono”;
Estímulo a cooperativas (CFB/1988);
Capital social subdividido em partes (quotas),
compradas pelos associados;
Profissional é autônomo
Não tem direito aos benefícios regidos pela salário, férias,
aviso prévio, cobertura INSS, etc)
LEI 7.394/85
REGULA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE TÉCNICO EM RADIOLOGIA

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL ANTES DO ATUAL SUS
ANTES DE 1988 CONTEXTO HISTÓRICO
No processo do Descobrimento do Brasil, o colonizador trouxe consigo muitas doenças e as transmitiu
aos índios. A mortandade dos nativos foi, de certa forma, o primeiro problema de saúde pública brasileira
enfrentado.

BRASIL DESCOBERTO

No início do século XX, o Brasil começou a sofrer epidemias, muitas causadas pela falta de
saneamento. As ações preventivas se voltavam para os portos, por causa dos marinheiros, e também para as
vacinações populares. É nessa época a Revolta da Vacina (1904) contra Osvaldo Cruz.

REVOLTA DA VACINA: O POVO VAI ÀS RUAS E DIZ NÃO À VACINAÇÃO


OBRIGATÓRIA

Durante o processo de reforma do prefeito Pereira Passos muitos problemas foram encontrados e é
claro que no pacote de transformações esses problemas devem ser solucionados, um deles foi o surto de
varíola que a cidade do Rio de Janeiro passava. Pereira Passos não teve dúvidas e em comum acordo com o
médico sanitarista Oswaldo Cruz implantou o mutirão de vacinação obrigatória. Os ratos começam a tomar
conta da cidade devido ao surto de mosquitos que propagavam doenças que assolavam inúmeras vidas como
a peste bubônica e a febre amarela.
Era extremamente necessário exterminar os ratos e os mosquitos, acabar com o montante de lixo que
estava espalhado pela cidade, o governo então puxou da cartola a ideia de pagar para aqueles que
entregassem os ratos para os órgãos competentes, irônico? Talvez, porém, os menos favorecidos se
empenharam em iniciar um criadouro de ratos para obter um acúmulo de renda maior, em certo momento tal
tiro saiu pela culatra. O governo suspendeu o pagamento.
Os governantes Rodrigues Alves, Pereira Passos e o médico sanitarista começaram então o combate a
essas doenças. Entretanto, a classe menos favorecida, os pobres foram despejados. É verídico que essa
classe não estava nada contente com tais atitudes, porém, a gota d’água foi a vacinação obrigatória.

O ano é 1904 e se prezava a moral e os bons costumes de tal forma que um simples aparecer de braço
era sinônimo de imoralidade e falta de respeito. A lei da vacinação obrigatória era de fato aplicada de forma
truculenta e abusiva. Os agentes de saúde eram treinados e a ordem direta era de vacinar a qualquer custo.
Através de toda essa circunstância a população se rebela, e assim nasce o que chamamos de a Revolta da
Vacina. O povo vai às ruas, se organizam, decretam líderes de cada motim, os mais enérgicos e fortes
ficavam responsáveis pela linha de frente. A população está decidida. Avante contra os funcionários da vacina
e contra os policiais que os davam apoio.

A resistência da população durou seis dias, as praças públicas se transformaram em um campo de


guerra, o povo não recuou, foi em frente, os agentes da saúde pública continuavam amparados pela polícia
que mesmo portando armas de fogo tiveram um trabalho tremendo para conter a ira e a personalidade forte
dos moradores do centro da cidade do Rio de Janeiro.
A Revolta da Vacina mostra que de fato a união do povo e a resistência são fundamentais para a
obtenção de determinados objetivos. Parte da oposição política que queria tirar Rodrigues Alves da
presidência apoiou o povo, felizmente ou não, Rodrigues Alves não caiu. A vacina que era obrigatória passa a
ser facultativa.

“Um povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la”
(Edmund Burke)

LEI Nº 1.261, DE 31 DE OUTUBRO DE 1904

O PRIMEIRO PROTÓTIPO DE SAÚDE PÚBLICA


Na década de 1920, aparecem as chamadas Caixa de Aposentadoria e Pensão (CAP), que são pactos
entre empregador e empregado. Os empregados tinham acesso limitado aos recursos de saúde e
previdência, embora o CAP abrangesse um reduzido número de pessoas. Além disso, apenas quem estivesse
empregado teria acesso à saúde, posto que o governo tinha interesse em manter os trabalhadores bem. Em
1934 surge a licença gestante e, em 1943, a Consolidação das Leis Trabalhistas entra em vigor e traz algum
amparo na saúde.

Mas só quem tinha dinheiro conseguia assistência de um médico e dos serviços de saúde. Os pobres
tinham que buscar as santas-casas de misericórdia, que trabalhavam com caridade e tinham cunho religioso.
Só que elas não davam conta sozinhas da imensa demanda da população sem recursos financeiros.
A SAÚDE PÚBLICA NA ÉPOCA DOS MILITARES
Durante a Ditadura Militar, o governo investiu mais em saúde pública. Foi criado o Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), mais tarde substituído pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
Social (INAMPS), que tinha convênio com a rede privada.O governo criou o Fundo de Apoio à Assistência
Social (FAS) na Caixa Econômica Federal, financiado com recursos da loteria esportiva. Havia poucos
hospitais e usa-se a rede privada para atender à população.

No final da década de 1970, no entanto, médicos sanitaristas idealizaram uma forma de dar melhor
assistência aos carentes. Eles conceberam um atendimento mais próximo dos necessitados, em vez de
deslocá-los aos hospitais distantes. De certa forma era um meio de contestação aos institutos de saúde dos
militares, embora sem afrontas ou barulhos. Fizeram convênio com as prefeituras e improvisaram postos de
saúde na periferia, sem distinção alguma. Tanto quem estava desempregado quanto quem tinha carteira de
trabalho poderia se consultar.

Sem afrontar os militares ou mesmo criar uma celeuma sobre o assunto, implantaram pequenas
unidades de saúde nos bairros. Tal ideia foi crescendo e atraindo o interesse das prefeituras e Estados.Essa
foi a base do atual SUS, que não é bom, mas poderia ser pior. Na época dos grandes hospitais conveniados,
as filas se estendiam pelas calçadas e as pessoas amanheceram ali sem garantia de atendimento.

UM PROTÓTIPO DO SUS
A experiência dos convênios entre União e prefeitura deu tão certo, que em 1983 foi formalizada a
parceria. Nasciam as chamadas Ações Integradas em Saúde (AIS), pois o Governo Federal descobriu a
vantagem de investir nas prefeituras e isso trouxe uma otimização dos serviços.

Além disso, passou-se a economizar dinheiro, posto que investir nos convênios com a rede privada era
bem caro. Os Estados também começaram a participar e então se descobriu que o país poderia criar um
sistema único de saúde. A Previdência Social passaria a distribuir recursos e todos os entes da Federação
participariam.

A experiência da saúde única foi, portanto, lapidado de forma gradual. Não surgiu do nada como uma
ideia no novo texto constitucional, mas foi forjado nas experiências da prática nos postos de atendimento nos
bairros.

Na Constituição Federal, teve suas regras elevadas ao patamar de uma instituição, que está prevista
nos artigos 196 a 200. Embora seja atualmente sinônimo de mal atendimento e grande desorganização, o
SUS representa uma conquista social.
REFORMA SANITÁRIA
A principal proposta da Reforma Sanitária era promover o conhecimento e o desenvolvimento de
tecnologias voltadas às necessidades de saúde da população, com promoção de política industrial nacional
democrática e inovadora, capaz de reduzir a dependência da importação de medicamentos, equipamentos
médicos, kits diagnósticos e insumos.

O Movimento da Reforma Sanitária no Brasil ocorreu no final da década de 70, e culminou na VIII
Conferência Nacional de Saúde em 1986. Essa conferência ocorreu com o intuito de assegurar que a saúde
seja um direito do cidadão, um dever do Estado e que seja universal o acesso a todos os bens e serviços de
saúde.
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na universalidade do direito à saúde,
oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa nova
abordagem se torna conhecimento relevante, reconhecido academicamente, difundido e propagado.

O Sistema Único de Saúde - SUS - Foi criado pela Lei Orgânica da Saúde n.o 8080 em 1990, como um
produto de um longo processo de luta política e social ainda não finalizado, denominado Reforma Sanitária,
com a finalidade maior de atenuar a situação de desigualdade na assistência à saúde da população brasileira,
tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão.

“Os princípios da Reforma Sanitária são a universalidade da atenção, a integralidade em suas diversas
esferas e a participação social. A reforma não acontece sem um processo democrático”, observa.
“Políticas sociais são resultantes de direitos”.

8° CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE


Garantir o saneamento básico, elaborar ações para a prevenção de doenças e criar medidas para evitar
e tratar epidemias, são algumas das funções atribuídas aos sanitaristas, assim como a manutenção do
Sistema Único de Saúde (SUS).

A primeira política pública de atenção à saúde no Brasil foi promovida na Primeira República, no
governo do presidente Rodrigues Alves, em 1897. Foi criada, nesse ano, a Diretoria Geral de Saúde Pública,
órgão que, em 1903, foi chefiado pelo grande sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz.

DADOS DE ATENDIMENTO SUS

O SUS beneficia mais de 190 milhões de brasileiros 20% privado / 80% público
100% público

Vigilância em saúde, sanitária e ambiental Os serviços de atendimento hospitalar público contam com mais de
Registro e fiscalização de medicamentos 6.528 hospitais credenciados (públicos, privados e filantrópicos) e 38 mil
Assistência farmacêutica Unidades Básicas de Saúde.
Atenção básica Os planos de saúde e atendimento privado atendem 46,6 milhões de
Distribuição de medicamentos essenciais e antirretrovirais pessoas, mas é o SUS que realiza 75% dos procedimentos de alta
Regulação da saúde complexidade no País.
Bancos de sangue
e muito mais...
ESTRUTURA, PRINCÍPIOS E COMO FUNCIONA

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do
mundo, abrangendo desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção
Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do
país. Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem
discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de
todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a
prevenção e a promoção da saúde.

A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da
Federação: a União, os Estados e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações
quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média e alta complexidades, os serviços urgência e
emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e
assistência farmacêutica.

Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é direito de todos e dever do Estado”. No
período anterior à CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos trabalhadores vinculados
à Previdência Social, aproximadamente 30 milhões de pessoas com acesso aos serviços hospitalares, cabendo
o atendimento aos demais cidadãos às entidades filantrópicas.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DIRETRIZES

DESCENTRALIZAÇÃO
UNIVERSALIDADE
OS PODERES DEVEM SER DISTRIBUÍDOS
TODO CIDADÃO TEM DIREITO E ACESSO À DE FORMA INTEGRADA E ARTICULADA
SAÚDE E AOS SEUS SERVIÇOS E AÇÕES, E NOS TRÊS ESFERAS GOVERNAMENTAIS:
É DEVER DO PODER PÚBLICO GARANTIR FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL
ISSO.

INTEGRALIDADE REGIONALIZAÇÃO E

AS NECESSIDADES PARTICULARES DE
HIERARQUIZAÇÃO
PILARES DO SUS
UMA PESSOA OU DE UM GRUPO, MESMO OS SERVIÇOS DEVEM SE ARTICULAR DE
QUE MINORITÁRIO, DEVEM SER LEVADOS FORMA A HIERARQUIZAR OS CASOS
EM CONSIDERAÇÃO PARA QUE HAJA SEGUNDO SUA COMPLEXIDADE PARA
ATENDIMENTO INTEGRAL. ATENDER A DEMANDA DE DETERMINADA
ÁREA GEOGRÁFICA DE FORMA
INTEGRADA.

EQÜIDADE PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

VISA DIMINUIR AS DISPARIDADES ESTRATÉGIAS PARA ESTABELECER A


REGIONAIS E SOCIAIS, EM BUSCA DE PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA
MAIOR EQUILÍBRIO NO ACESSO E FORMULAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS
ATENDIMENTO AOS CIDADÃOS. POLÍTICAS DE SAÚDE, PRINCIPALMENTE
POR MEIO DOS CONSELHOS DE SAÚDE.

A DESCENTRALIZAÇÃO DO SUS
Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à
saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização
por parte dos cidadãos.
A descentralização por colaboração corresponde a empresas concessionárias, permissionárias e
autorizatárias de serviços públicos. Estas empresas prestam serviço ao Poder Público, por meio de contrato
de gestão ou termo de parceria.16 de fevereiro de 2018.
REGIONALIZAÇÃO E SEU OBJETIVO

Regionalizar é dividir ou classificar o espaço geográfico a partir de critérios específicos. Assim sendo, eu
posso classificar qualquer porção do espaço em várias áreas conforme uma característica que eu tenha
escolhido antes. Por exemplo: vou regionalizar a área da minha casa. A região de saúde é pré-requisito para a
ordenação sanitária, com o fim específico de garantir o acesso às ações e serviços de saúde dentro de um
território delimitado e disciplinado podendo ser inter-regional, conforme forem as necessidades de saúde.
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
A participação social é também denominada “participação comunitária” no contexto da saúde, sendo
estabelecida e regulada pela Lei nº 8.142/90, a partir da criação de Conselhos de Saúde e Conferências de
Saúde, nas três esferas de governo, bem como de colegiados de gestão nos serviços de saúde.

PACTO PELA SAÚDE


O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de
gestão (União, Estados e Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de
gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde. Ao mesmo
tempo, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de
saúde da população e na busca da equidade social.

A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, Estados e União ao Termo de
Compromisso de Gestão (TCG). O TCG substitui os processos de habilitação das várias formas de gestão
anteriormente vigentes e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação, sendo renovado
anualmente. Entre as prioridades definidas estão a redução da mortalidade infantil e materna, o controle das
doenças emergentes e endemias (como dengue e hanseníase) e a redução da mortalidade por câncer de colo
de útero e da mama, entre outras.

As formas de transferência dos recursos federais para estados e municípios também foram modificadas
pelo Pacto pela Saúde, passando a ser integradas em cinco grandes blocos de financiamento (Atenção,
Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e Gestão
do SUS), substituindo, assim, as mais de cem "caixinhas" que eram utilizadas para essa finalidade.
As instituições interessadas em receber os volumes 1, 2, 3, 5, 6 e 7 poderão solicitar através do e-mail
dad@saude.gov.br contendo CNPJ, razão social, endereço completo e responsável. As publicações são
distribuídas gratuitamente pelo Departamento de Apoio à Descentralização do Ministério da Saúde (DAD/MS).

REPASSE E FINANCIAMENTO DO SUS


O financiamento do SUS é oriundo de recursos financeiros do Orçamento da Seguridade Social, além
de recursos da União, dos Estados, dos Municípios e de outras fontes. Esses recursos são administrados em
contas bancárias específicas que constituem os Fundos de Saúde e estão sujeitos à fiscalização dos
Conselhos de Saúde e dos Órgãos de Controle.

O repasse financeiro dos recursos do SUS é feito diretamente do FNS para os fundos dos Estados e
para os fundos dos Municípios, ou de forma complementar, dos FES para os Fundos Municipais. Essa
modalidade de transferência é chamada de repasse fundo a fundo.

Em cada esfera de governo existe um Fundo de Saúde, que é o gestor financeiro dos recursos.

● Na esfera federal, o Ministério da Saúde administra os recursos, através do Fundo Nacional de Saúde
(FNS)
● Na esfera estadual, os Fundos Estaduais de Saúde (FES) gerenciam os recursos, através das
Secretarias Estaduais de Saúde
● Na esfera municipal, os Fundos Municipais de Saúde (FMS) são os gestores financeiros, através das
Secretarias Municipais de Saúde.
O Financiamento do SUS e o uso dos recursos estão sob fiscalização dos Conselhos de Saúde do nível
correspondente (Municipal, Estadual e Nacional) e dos Órgãos de Fiscalização e Controle, como os Tribunais
de Contas de cada esfera administrativa.

VALORES MÍNIMOS A SEREM APLICADOS


A responsabilidade do financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é Tripartite, ou seja, das três
esferas de governo: federal, estadual e municipal, por meio da vinculação de orçamento da seguridade social.
A Lei Complementar 141/2012 define os valores mínimos de recursos a serem aplicados anualmente pela
União, pelos estados e municípios na saúde na seguinte ordem:

● Recursos da União: o valor empenhado no exercício financeiro anterior,


acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no
ano anterior ao da Lei Orçamentária Anual. Caso a variação do PIB no período seja negativa, esta não poderá
ser deduzida do Orçamento para a Saúde. Esse repasse não pode ser inferior a 15% da arrecadação anual;
● Recursos Estaduais e do DF: no mínimo, 12% do valor arrecadado através
dos impostos;
● Recursos Municipais e do DF: no mínimo, 15% do valor arrecadado através
dos impostos;

O DF é um ente federado que assume a característica de estado e de município ao mesmo tempo,


tendo, portanto, a arrecadação de impostos que correspondem à receita dos Estados e impostos que
correspondem à receita dos Municípios. Neste caso, deve ser aplicado 12% da arrecadação com os impostos
estaduais e 15% da arrecadação dos recursos municipais.

REQUISITOS PARA RECEBER O REPASSE DE RECURSOS NA SAÚDE

Os recursos do FNS são transferidos para os fundos de saúde dos estados e dos municípios na
seguinte ordem: pelo menos 70% aos municípios e ao Distrito Federal (DF), sendo o restante repassado aos
Fundos Estaduais de Saúde.

Para receberem o repasse dos recursos, os estados, os municípios e o DF devem contar com:

● Fundo de Saúde;
● Conselho de Saúde, com composição paritária;
● Plano de saúde;
● Relatórios de gestão que permitam o controle financeiro;
● Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
● Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).
Na ausência das condições acima citadas nos municípios, os recursos provenientes do financiamento
do SUS serão administrados pelo estado correspondente ou pela União até que o município passe a cumprir
tais condições para a transferência ao FMS.
O repasse financeiro dos recursos do SUS é feito diretamente do FNS para os fundos dos Estados e para os
fundos dos Municípios, ou de forma complementar, dos FES para os Fundos Municipais. Essa modalidade de
transferência é chamada de repasse fundo a fundo.

FIM !

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