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Dependendo das singularidades de cada organização, o administrador define estratégias, diagnostica situações, mede
recursos, planeja sua integração, resolve problemas e gera inovações e competitividade. Um administrador bem-sucedido
em uma organização pode não ter sucesso em outra. A empregabilidade é a capacidade de uma pessoa de ganhar e
manter um emprego. Conquistar um emprego pode ser fácil, o difícil é mantê-lo a longo prazo.
A TGA tem como objetivo desenvolver a capacidade de pensar, de definir situações organizacionais complexas, de
diagnosticar e propor soluções e inovações na organização.
Tudo isso é necessário porque dificilmente o executivo consegue passar de uma organização para outra sem passar por
algum problema de adaptação. Embora o executivo tenha profundo conhecimento de gestão e seu currículo profissional
seja excelente, ele só será julgado pelo que sabe sobre as funções de sua especialidade, mas principalmente pela forma
como realiza seu trabalho e pelos resultados que obtém com os recursos disponíveis. As organizações não avaliam
apenas seus conhecimentos técnicos de Administração, mas principalmente sua forma de agir, suas atitudes,
conhecimentos, habilidades, competências, personalidade e filosofia de trabalho.
Segundo Katz, existem três habilidades importantes para o desempenho gerencial bem-sucedido: técnica, humana e
conceitual.
• HABILIDADES TÉCNICAS: incluem o uso de conhecimentos especializados e a facilidade para aplicar técnicas
relacionadas ao trabalho e procedimentos As habilidades técnicas referem-se ao trabalho com "objetos", sejam processos
físicos, concretos ou materiais.
• HABILIDADES HUMANAS: estão relacionadas ao trato com pessoas, e referem-se à facilidade de relacionamento
interpessoal e grupal. Eles incluem a capacidade de se comunicar, motivar, coordenar, dirigir e resolver conflitos
pessoais ou de grupo. As habilidades humanas estão relacionadas à interação pessoal.
A combinação dessas habilidades é importante para o gestor." À medida que um indivíduo sobe os níveis da organização,
sua necessidade de habilidades técnicas diminui e sua necessidade de habilidades conceituais aumenta. Nos níveis
inferiores, os supervisores exigem considerável habilidade técnica para lidar com os problemas operacionais concretos e
cotidianos da organização.
No entanto, essas três habilidades exigem outras competências pessoais para ter sucesso na prática. As competências são
o maior patrimônio do administrador, seu capital intelectual, sua maior riqueza. Diante desses desafios, o gestor (para ter
sucesso profissional) deve desenvolver três competências duradouras:
• PERSPECTIVA é a capacidade de colocar o conhecimento em ação, de saber transformar a teoria em prática, de aplicar
o conhecimento na análise de situações e na solução de problemas e na gestão do negócio. Não basta ter conhecimento
porque ele pode permanecer em um estado potencial. É preciso saber usá-lo e aplicá-lo em diversas situações e na
resolução de problemas. Perspectiva é a capacidade de colocar em prática as ideias e conceitos abstratos que estão na
mente do gestor, bem como enxergar oportunidades (nem sempre percebidas por pessoas comuns) e transformá-las em
novos produtos, serviços ou ações pessoais.
• ATITUDE significa o comportamento pessoal do gestor frente às situações de trabalho; re apresenta o estilo pessoal de
fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, motivar, comunicar e fazer as coisas avançarem. Inclui a garra e a
determinação para inovar, a convicção de melhorar continuamente, o espírito empreendedor, a insatisfação diante dos
problemas atuais e, principalmente, a capacidade de trabalhar e confiar em outras pessoas.
Mintzberg prefere identificar dez papéis específicos do gestor, distribuídos em três categorias: interpessoal, informativo e
decisivo. Um papel é o conjunto de expectativas da organização em relação ao comportamento de uma pessoa. Cada
função representa as atividades desempenhadas pelo gestor para cumprir as funções de planejar, organizar, dirigir e
controlar.
Na verdade, gerenciar é muito mais do que apenas monitorar pessoas, recursos e atividades. Quando tudo muda e as
regras de mudança são complicadas, não se trata apenas de manter a situação, mas de inovar e renovar continuamente a
organização. O papel do gestor em tempos de mudança e instabilidade se concentra mais na inovação do que na
manutenção do status organizacional.
A palavra administração vem do latim ad (para, direção, tendência) e ministro (subordinação ou obediencia), e significa
aquele que desempenha uma função sob o comando de outro, ou seja, aquele que presta um serviço a outro.
A TGA (Teoria Geral da Administração) estuda a Administração de organizações e empresas do ponto de vista da
interação e interdependência das seis principais variáveis (tarefas, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e
competitividade). Estes são os principais componentes no estudo da Administração de organizações e empresas.
O comportamento desses componentes é sistêmico e complexo: cada um influencia o outro, e experimenta a influência
destes.
Modificações em um componente causam alterações nos outros em maior ou menor grau.
Nos próximos anos a tarefa administrativa será incerta e desafiadora, pois será afetada por inúmeras variáveis, mudanças
e transformações cheias de ambiguidade e incerteza. O administrador se deparará com problemas multifacetados e cada
vez mais complexos que os anteriores; Sua atenção será disputada entre eventos e grupos dentro e fora da empresa. Estes
fornecerão informações contraditórias que complicarão seu diagnóstico perceptivo e sua visão dos problemas a serem
resolvidos ou das situações a serem enfrentadas: as demandas da sociedade, clientes, fornecedores, agências reguladoras,
os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta administração, subordinados, acionistas e assim por diante. Essas
demandas, desafios e expectativas passam por mudanças que ultrapassam a capacidade de compreensão do
administrador. Essas mudanças tendem a aumentar com a inclusão de novas variáveis à medida que o processo se
desenvolve, e criam turbulências que atrapalham e complicam a tarefa administrativa de planejar, organizar, dirigir e
controlar uma empresa eficiente e eficaz. O futuro parece complicar cada vez mais essa realidade. Diversos fatores terão
impactos profundos nas organizações e empresas, tais como:
1. O crescimento das organizações. Organizações de sucesso tendem a crescer e expandir suas atividades. O
crescimento é uma consequência inevitável do sucesso organizacional. À medida que uma organização cresce, os
gerentes "gerais", dotados de habilidades genéricas e variadas, terão perspectivas mais promissoras do que os gerentes
"especialistas" e concentrados em poucas habilidades gerenciais.
2. Concorrência mais acirrada. À medida que os mercados e as empresas crescem, crescem também os riscos para a
atividade empresarial. O desenvolvimento de produtos ou serviços exigirá mais investimento em pesquisa e
desenvolvimento, aprimoramento de tecnologia, dissolução de antigos departamentos e criação de novos, busca
incessante por novos mercados e necessidade de competir com outras organizações para sobreviver e crescer.
3. Sofisticação da tecnologia. Com o progresso das telecomunicações, computadores e transportes, organizações e
empresas internacionalizaram suas operações e atividades. A tecnologia proporciona mais eficiência e precisão, além de
permitir que mais tempo seja gasto em tarefas mais complexas que exigem planejamento e criatividade. A tecnologia
introduzirá novos processos e instrumentos que impactarão as organizações.
4. Altas taxas de inflação. Os custos de energia, matérias-primas, mão de obra e dinheiro estão aumentando
continuamente. A inflação inevitavelmente imporá novas pressões e ameaças às organizações, que devem lutar pelo lucro
e pela sobrevivência por meio de maior produtividade.
5. Globalização da economia e internacionalização dos negócios. A competição torna-se global devido à globalização
e às trocas planetárias.
6. Maior visibilidade das organizações. À medida que as organizações crescem, tornam-se competitivas, sofisticadas,
internacionalizam-se e, consequentemente, aumentam sua influência ambiental. A visibilidade da organização (sua
capacidade de atrair a atenção dos outros) pode ser positiva (imagem positiva para o público) ou negativa (imagem
negativa). De qualquer forma, a organização jamais será ignorada por consumidores, fornecedores, imprensa, sindicatos,
governo, etc., fato que influenciará seu comportamento.
Consequentemente, novas formas e modelos de organização serão necessários, e será essencial mudar a mentalidade dos
gestores nos novos tempos.
O futuro parece complicar ainda mais essa realidade. A sociedade passa por grandes transformações (chamadas de
megatendências), que têm grande impacto na vida das organizações, pois constituem parte integrante e inseparável da
sociedade. Essas mega tendências são:"
De Durante Modificação
Sociedade industrial Sociedade da informação Inovação e mudança
Tecnologia simples Tecnologia sofisticada Maior eficiência
Economia nacional Economia mundial Globalização e competitividade
Curto prazo Longo prazo Visão do negócio e do futuro
Democracia representativa Democracia participativa Pluralismo e participação
Hierarquia Comunicação lateral Democratização e empoderamento
Opção dupla ou binária Múltipla escolha Visão sistemática e contingencial
Centralização Descentralização Incerteza e imprevisibilidade
Apoio institucional Auto-ajuda Autonomia e serviços diferenciados
•Primeira fase: Mecanização da indústria e da agricultura. No final do século XVIII o aparecimento do. Fiação, tear
hidráulico, tear mecânico e máquina de descaroçamento de algodão, substituíram o trabalho e sua força muscular, o
trabalho do animal roda d'água. O gin de algodão processava mil quilos de algodão, enquanto um escravo processava
cinco no mesmo tempo.
•Segunda fase: Aplicação da força motriz à indústria. Com a aplicação do vapor nas máquinas, grandes transformações
começaram nas oficinas (que se tornaram fábricas), nos transportes, nas comunicações e na agricultura.
•Terceira fase: Desenvolvimento do sistema de fabricação. O artesão e sua pequena oficina desapareceram para dar lugar
ao operador, às pequenas e grandes fábricas baseadas na divisão do trabalho. A migração de massas humanas das áreas
agrícolas para as proximidades das fábricas levou à urbanização.
•Quarta fase: uma aceleração dramática dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor mais tarde conseguiu
que as rodas motrizes fossem substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada. Este novo meio de
transporte tornou-se popular de forma vertiginosa. Outros meios de comunicação logo apareceram com surpreendente
rapidez: Morse inventou o telégrafo elétrico, o selo postal surgiu na Inglaterra, Graham Bell inventou o telefone.
A produção artesanal silenciosa foi substituída pelo regime de produção com máquinas dentro de grandes fábricas. Com
base nisso, houve uma súbita transformação causada por dois aspectos, a saber:
1. Transferência da habilidade do artesão para a máquina, para produzir mais quantidade com maior rapidez e qualidade,
o que permitiu uma forte redução nos custos de produção.
2. Substituição da resistência do animal ou do homem pela potência da máquina a vapor (e, posteriormente, do motor), o
que permitiu maior produção e economia.
O homem só era substituído pela máquina naquelas tarefas que podiam ser automatizadas e aceleradas pela repetição. A
mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simplificação das operações, e fez com que os ofícios
tradicionais fossem substituídos por tarefas semi-automatizadas e repetitivas, que poderiam ser facilmente executadas
por pessoas sem qualquer qualificação e com enorme simplicidade no controle.
Parte 3: "Abordagem Clássica de Gestão"
No início do século XX, dois engenheiros desenvolveram trabalhos pioneiros na área administrativa. Um deles, o
americano Frederick Winslow. Taylor iniciou a chamada escola de gestão científica, que busca aumentar a eficiência da
empresa racionalizando o trabalho do trabalhador. O outro, o europeu Henri Fayol, desenvolveu a chamada teoria
clássica, que trata de aumentar a eficiência da empresa organizando e aplicando princípios científicos gerais de gestão.
De um lado, a escola de administração científica, desenvolvida nos Estados Unidos a partir do trabalho de Taylor. Sua
preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa, aumentando a eficiência do nível operacional ou nível dos
trabalhadores. A gestão científica desenvolve uma abordagem ascendente (do trabalhador ao supervisor e gerente) e das
partes (trabalhadores e suas posições) ao todo (organização da empresa). O foco está no método de trabalho. Essa
orientação analítica e detalhada permite a especialização do trabalhador e o reagrupamento dos movimentos, operações,
tarefas, posições etc., que constituem a chamada Organização Racional do Trabalho (ORT).
Por outro lado, a corrente de anatomistas e fisiologistas da organização (teoria clássica), desenvolvida na França a
partir dos trabalhos pioneiros de Fayol. A preocupação básica desta corrente é aumentar a eficiência da empresa através
da forma e arranjo dos órgãos componentes da organização (departamentos) e suas inter-relações estruturais. Daí a
ênfase na anatomia (estrutura) e fisiologia (funcionamento) da organização. A corrente anatômica e fisiologística
desenvolve uma abordagem oposta à da administração científica: de cima para baixo (da direção à execução) e do todo
(organização) às partes (departamentos). O foco está na estrutura organizacional. Essa orientação para a síntese e visão
global permitiu que a empresa fosse melhor subdividida, centralizando a gestão em um chefe principal.
A abordagem típica da escola para a gestão científica baseia-se na ênfase dada às tarefas. A escola de administração
científica foi iniciada no início do século XX pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, que é considerado o
fundador da TGA moderna. Taylor teve inúmeros seguidores (como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth e outros) e
causou uma verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo dos negócios de seu tempo. No início, esta
escola se propôs a eliminar desperdícios e perdas sofridas pelas empresas e elevar os níveis de produtividade através da
aplicação de métodos e técnicas de engenharia industrial.
O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação de seu livro Shop Management
(Administração de oficinas), em 1903, sobre técnicas de racionalização do trabalho do operador através do estudo de
tempos e movimentos (Estudo do Movimento-Tempo). Taylor partiu de baixo, com os operadores do nível de execução,
analisando pacientemente as tarefas de cada operador, detalhando seus movimentos e processos de trabalho para
aperfeiçoá-los e racionalizá-los.
Em essência, Taylor expressa em Shop Management:
1. O objetivo da administração é pagar altos salários e ter baixos custos unitários de produção.
2. Para atingir esse objetivo, a administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa e experimentação para
formular princípios e estabelecer processos padronizados para o controle das operações de produção.
3. Os trabalhadores devem ser cientificamente seleccionados e promovidos a postos de trabalho em que as condições de
trabalho sejam adequadas, de modo a poderem cumprir as normas.
4. Os funcionários devem ser cientificamente treinados na execução da tarefa para melhorar suas habilidades, de modo
que eles cumpram a produção normal.
5. A administração deve estabelecer um clima de cooperação íntima e cordial com os trabalhadores, a fim de assegurar a
continuidade deste ambiente psicológico que permita a aplicação dos outros princípios por ela enunciados.
Corresponde à época da publicação de seu livro sobre administração científica, quando concluiu que a racionalização do
trabalho operacional deveria ser sustentada por uma estrutura geral que desse coerência à aplicação de seus princípios.
Taylor afirmava que as empresas de seu tempo sofriam de males que poderiam ser agrupados em três fatores:
1 Ociosidade sistemática por parte dos operadores, reduzindo a produção a quase um terço do normal para evitar que a
administração reduza os salários.
2. Desconhecimento da gestão em relação às rotinas de trabalho e ao tempo necessário para realizá-las.
3. Falta de uniformidade nas técnicas ou métodos de trabalho.
Para remediar esses males, Taylor idealizou a gestão científica, Segundo Taylor, a administração científica é uma
evolução e não uma teoria, cujos ingredientes são 75% de análise e 25% de bom senso. Para Taylor, a implementação da
gestão científica deve ser gradual e requer um período de quatro a cinco anos para evitar alterações repentinas que
causem descontentamento entre os empregados e prejuízos aos empregadores.
Para Taylor, organização e gestão devem ser estudadas e tratadas como ciência, não empiricamente.
Os elementos de aplicação da gestão científica nos padrões de produção são: padronização de máquinas e ferramentas,
métodos e rotinas para execução de tarefas e premiação da produção para incentivar a produtividade.
Uma vez que entre os diferentes métodos e instrumentos utilizados em cada trabalho existe sempre um método mais
rápido e um instrumento mais adequado do que os outros, é possível encontrá-los e aperfeiçoá-los através de uma análise
científica e de um estudo detalhado dos tempos e movimentos, em vez de deixá-los a critério pessoal de cada operador.
Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos em todos os ofícios foi chamada
de Organização Racional do Trabalho (ORT). Com a gestão científica há uma distribuição de responsabilidades: a
administração (gerência) fica com o planejamento e a supervisão, e o trabalhador fica, apenas, com a execução do
trabalho.
Ford adotou três princípios básicos para estabelecer um esquema de produção acelerada caracterizado por trabalho
rítmico, coordenado e econômico:
A Ford foi uma das iniciadoras da produção em série, através da padronização de máquinas e equipamentos, mão de obra
e matérias-primas e, consequentemente, produtos.
Princípios de exceção
As decisões mais frequentes devem ser reduzidas à rotina e delegadas aos subordinados, deixando os problemas mais
graves e importantes para o comando superior. O princípio da excepção é um sistema de informação que só apresenta os
seus dados quando os resultados divergem ou se desviam dos resultados esperados num programa.
Inúmeras críticas podem ser feitas a essa escola: o mecanismo de sua abordagem (do qual deriva o nome teoria da
máquina): superespecialização (que robotiza o operador); a visão microscópica do homem (tomada isoladamente como
apêndice da maquinaria industrial); a ausência de comprovação científica de suas alegações e princípios; a abordagem
incompleta (envolvendo apenas a organização formal); a limitação do campo de aplicação à fábrica (que deixa de lado o
resto da vida de uma empresa) e a abordagem eminentemente prescritiva e normativa característica do sistema fechado.
No entanto, essas limitações e restrições não retiraram o fato de que a administração científica foi o primeiro passo na
busca de uma 'teoria administrativa', um passo fundamental e decisivo.
A estrutura organizacional caracteriza-se por possuir uma hierarquia, ou seja, uma linha de autoridade que articula as
posições da organização e especifica quem está subordinado a quem. A hierarquia (também chamada de cadeia escalar)
baseia-se no princípio da unidade de comando, o que significa que cada funcionário deve se reportar a apenas um
superior.
Para a teoria clássica, a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo (na direção da execução) e do todo para
as partes (da síntese para a análise), contrariando a abordagem da administração científica.
Elementos da administração
Ao determinar o que é gestão, Fayol definiu os elementos que a compõem: planejamento, organização, direção,
coordenação e controle. No entanto, os seguidores de Fayol não aceitaram a definição do velho mestre dos elementos da
administração.
Para. Planejamento: atividade de traçar as linhas gerais do que deve ser feito e definir os métodos de fazê-lo, a fim de
atingir os objetivos da empresa.
b. Organização: estabelecimento da estrutura formal de autoridade, que integra, define e coordena as subdivisões do
trabalho, em busca do objetivo almejado.
c. Aconselhamento: função de preparar e treinar pessoal e manter condições adequadas de trabalho. .
d. Gestão: atividade contínua de tomar decisões e traduzi-las em ordens e instruções específicas e gerais; Além disso,
assuma a liderança da empresa.
e. Coordenação: dever de estabelecer relações entre as diferentes partes do trabalho.
f. Informação: atividade de manter aqueles a quem o chefe é responsável informados sobre o que está acontecendo; Essa
atividade pressupõe a existência de registros, documentação, investigação e inspeções.
g. Orçamento: função que engloba tudo relacionado à elaboração, execução e controle orçamentário, ou seja, o plano
fiscal, contabilidade e controle.
Várias críticas podem ser feitas à teoria clássica: a abordagem extremamente simplificada da organização formal, que
ignora a organização informal; a ausência de trabalhos experimentais capazes de fundamentar cientificamente suas
pretensões e princípios; o mecanismo de sua abordagem, que lhe rendeu o nome de Teoria da Máquina; a abordagem
incompleta da organização e a visualização da organização como se fosse um sistema fechado. No entanto, as críticas
feitas à teoria clássica não obscurecem o fato de que a ela devemos os fundamentos da teoria administrativa moderna.
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos, como consequência das conclusões do experimento de
Hawthorne, e foi desenvolvida por Elton Mayo. Foi um movimento de reação e oposição à Teoria Clássica da
Administração.
O experimento de Hawthorne
Em 1924, a Academia Nacional de Ciências dos EUA fez uma pesquisa para verificar a correlação entre produtividade e
iluminação do local de trabalho.
Elton Mayo coordenou o experimento, que se estendeu ao estudo da fadiga, dos acidentes de trabalho, da rotatividade e
do efeito das condições de trabalho na produtividade da equipe. Os pesquisadores perceberam que os resultados do
experimento foram afetados por variáveis de natureza psicológica. A empresa que se prestou ao experimento não estava
interessada em aumentar a produção, mas em conhecer melhor seus funcionários.
O experimento de Hawthome forneceu um esboço dos princípios básicos da Escola de Relações Humanas. As suas
conclusões são as seguintes:
a) O nível de produção é o resultado da integração social
O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do funcionário, mas por normas sociais e
expectativas do grupo. A capacidade social do trabalhador é o que determina seu nível de competência e eficiência, mas
não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. Quanto maior a integração social
no grupo de trabalho, maior a disposição para produzir. Se o empregado apresenta excelentes condições físicas e
fisiológicas para o trabalho, mas não está socialmente integrado, sua eficiência sofrerá a influência do desajuste social.
b) Comportamento social dos empregados
O comportamento do indivíduo é totalmente apoiado pelo grupo. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente
como indivíduos, mas como membros do grupo.
c) Recompensas sociais e sanções
O comportamento dos trabalhadores é condicionado por normas e padrões sociais. Os trabalhadores que produzem mais
ou menos do que a norma socialmente determinada estabelece perdem o respeito e a consideração de seus colegas. Os
operadores preferem produzir menos (e ganhar menos) do que comprometer suas relações amistosas com os operadores
Para a maioria dos autores clássicos, predominou o conceito de homem econômico, segundo o qual o homem é motivado
e incentivado por estímulos salariais (hombre economicus). Para Mayo e seus seguidores, eles acreditavam que essa
motivação econômica era secundária na determinação do desempenho do trabalhador. Para a teoria das relações
humanas, as pessoas são motivadas pela necessidade de "reconhecimento" da "aprovação social" e da "participação" nas
atividades dos grupos sociais em que vivem. Daí surge o conceito de Homem Social.
d) Grupos informais
Enquanto os clássicos se preocupavam com os aspectos formais da organização (como autoridade, responsabilidade,
especialização, estudos de tempos e movimentos, etc.), os autores humanistas se concentravam nos aspectos informais da
organização (como grupos informais, comportamento social dos funcionários, crenças, atitudes e expectativas,
motivação, etc.). A empresa foi visualizada como uma organização social composta por grupos sociais informais, cuja
estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa; ou seja, com os propósitos definidos pela empresa.
Grupos informais definem suas regras de comportamento, formas de recompensa ou sanções sociais, objetivos, escala de
valores sociais, crenças e expectativas que cada um de seus membros assimila e integra em suas atitudes e
comportamentos.
e) Relações humanas
As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos.
As pessoas tentam se adaptar a outras pessoas e grupos: querem ser compreendidas, aceitas e participadas, a fim de
atender seus interesses e aspirações pessoais. O comportamento humano é influenciado pelas atitudes e normas informais
que existem nos grupos dos quais fazem parte.
Diferenças entre:
O surgimento da teoria das relações humanas traz uma nova linguagem para o repertório administrativo, agora falando
sobre motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo, etc., e criticando e deixando de lado
os velhos conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios
gerais de administração, etc. O engenheiro e o técnico também dão lugar ao psicólogo e ao sociólogo, e a fornalha
econômica dá lugar ao homem social. Essa revolução na administração ocorreu no final da Segunda Guerra Mundial.
Com a Teoria das Relações Humanas surgiu outra concepção sobre a natureza do homem: a do homem social, baseada
nos seguintes aspectos.
1. Os trabalhadores são criaturas sociais complexas que têm sentimentos, desejos e medos. O comportamento no
trabalho, como em qualquer lugar, é consequência de muitos fatores motivacionais.
2. As pessoas são motivadas por determinadas necessidades que conseguem satisfazer nos grupos sociais em que
interagem. Se há dificuldades na participação e no relacionamento com o grupo, a rotatividade aumenta, o moral diminui,
o cansaço psicológico aumenta e os níveis de desempenho são reduzidos.
3. O comportamento dos grupos depende do estilo de supervisão e liderança. O supervisor efetivo influencia seus
subordinados a alcançar lealdade, altos padrões de desempenho e comprometimento com os objetivos da organização.
4. As regras do grupo servem como mecanismos que regulam o comportamento dos membros e controlam
informalmente os níveis de produção. Esse controle social pode adotar sanções positivas (estímulos, aceitação social,
etc.) ou negativas (zombaria, rejeição pelo grupo, sanções simbólicas, etc.).
A experiência realizada em Hawthorne mostrou que a recompensa salarial (mesmo quando feita em uma base justa ou
generosa) não é o único fator decisivo para a satisfação do trabalhador na situação de emprego. O ser humano é motivado
não apenas por estímulos econômicos e salariais, mas também por recompensas sociais e simbólicas.
Necessidades humanas básicas
Frustração e compensação
Há momentos em que as necessidades não são atendidas devido a uma determinada barreira ou obstáculo que a impede.
Quando isso acontece, surge a frustração, que impede a liberação da tensão e mantém o estado de desequilíbrio e tensão.
O ciclo motivacional pode ter uma terceira solução: compensação ou transferência. A compensação ocorre quando a
pessoa tenta satisfazer alguma necessidade satisfazendo outra. Nas necessidades fisiológicas, os objetivos são
relativamente fixos: a fome é satisfeita apenas pela comida. Nas necessidades psicológicas e na auto-realização os
objetivos são mais flexíveis e permitem compensações.
A frustração pode levar a alterações de comportamento, agressividade, reações emocionais e/ou alienação e apatia.
Liderança
A teoria clássica não se preocupava com a liderança e suas implicações. A liderança é necessária em todos os tipos de
organização humana, seja nas empresas ou em cada um de seus departamentos. Também é essencial nas funções de
administração, pois o administrador precisa conhecer a motivação humana e saber liderar pessoas, ou seja, ser um líder.
As teorias sobre liderança podem ser classificadas em três grupos, cada um com suas próprias características:
Comunicação
A comunicação é uma atividade administrativa com duas finalidades fundamentais:
Para. Fornecer as informações e explicações necessárias para que as pessoas executem suas tarefas.
b. Adotar as atitudes necessárias que promovam motivação, cooperação e satisfação nos cargos.
Na teoria das relações humanas, a comunicação é importante para a relação entre as partes e para explicar claramente,
aos subordinados, as razões das decisões tomadas.
Organização informal
O conjunto de interações e relações estabelecidas entre as pessoas é chamado de organização informal, em oposição à
organização formal, constituída pela estrutura de órgãos, cargos, relações funcionais, níveis hierárquicos, etc., da
organização. O comportamento dos grupos sociais de uma empresa é condicionado por dois tipos de organização: a
organização formal (ou racional) e a organização informal (ou natural).
A organização informal origina-se da necessidade de conviver com outras pessoas. Estes; Ao associarem-se a outras
pessoas da empresa, criam relações sociais e integram grupos informais em que cada pessoa adquire uma determinada
posição ou status.
A administração
Para os autores neoclássicos, a administração consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de
indivíduos para alcançar um objetivo comum.
Todas as instituições são organizações e têm uma dimensão administrativa comum:
Quanto aos objetivos. As organizações não vivem para si mesmas; São apenas meios ou órgãos sociais que pretendem
realizar uma tarefa social. Não existe um processo científico para estabelecer os objetivos de uma organização.
Quanto à administração. Grandes organizações diferem em seus objetivos e propósitos, mas são essencialmente
semelhantes na área administrativa. Todos exigem a reunião de muitas pessoas que devem agir em conjunto e ser
integradas em um esforço comum. Todas as organizações devem adaptar os objetivos da organização à necessidade de
flexibilidade e liberdade individual.
Quanto ao desempenho individual. Neste campo há a menor diferença entre as organizações. O desempenho individual
indica a eficácia do pessoal que trabalha nas organizações. Os indivíduos executam, decidem e planejam, já que as
organizações são ficções jurídicas que nada fazem, decidem ou planejam por si mesmas; As organizações agem apenas
na medida em que seus gestores atuam. A eficácia é necessária para a organização (para poder funcionar) e para o
próprio indivíduo (para ser capaz de alcançar sua satisfação).
Eficiência e eficácia
Cada empresa deve ser considerada do ponto de vista da eficácia e eficiência simultaneamente. A eficácia é uma medida
de obtenção de resultados, enquanto a eficiência é uma medida do uso de recursos nesse processo. Em termos
econômicos, a eficácia de uma empresa refere-se à capacidade de satisfazer uma necessidade da sociedade, por meio do
fornecimento de produtos (bens ou serviços), enquanto a eficiência é uma relação entre insumos e produtos;
Desse ponto de vista, trata-se de uma relação entre custos e benefícios.
Se o gestor se preocupa em fazer as coisas corretamente, ele estará caminhando para a eficiência (o melhor uso dos
recursos disponíveis). Avaliar o alcance dos resultados, ou seja, verificar se bem feitos são aqueles que realmente devem
ser feitos, então você estará orientado para a efetividade (o alcance dos objetivos através dos recursos disponíveis).
Princípios básicos da organização
Os princípios fundamentais da organização formal são:
1. Divisão do trabalho
Para ser eficiente, a produção deve ser baseada na divisão do trabalho, que consiste em dividir um processo complexo em
uma série de pequenas tarefas.
No curto prazo, as consequências da divisão do trabalho foram:
Para. Aumento da produtividade e desempenho do pessoal envolvido.
b. Aumento da eficiência organizacional
c. Redução dos custos de produção, especialmente de matérias-primas e mão de obra.
2. Especialização
A especialização é uma consequência da divisão do trabalho: cada órgão ou cargo tem funções e tarefas específicas e
especializadas.
3. Hierarquia
É mais uma consequência da divisão do trabalho e da diversificação funcional na organização. Cuja missão é dirigir as
atividades para que cumpram suas respectivas missões em harmonia. A organização precisa de uma estrutura hierárquica
para dirigir as operações dos níveis subordinados. É composto por Autoridade, Responsabilidade e Delegação.
4. Âmbito administrativo
Como consequência do princípio da distribuição de autoridade e responsabilidade, os autores neoclássicos analisam a
amplitude administrativa (amplitude de comando ou amplitude de controle), que indica o número de subordinados que
um gerente pode supervisionar.
Vantagens da centralização
A centralização foi muito pujante no passado devido às seguintes vantagens:
1. As decisões são tomadas por gestores que têm uma visão global da empresa.
2. Os decisores em altos cargos são mais bem treinados e preparados do que os de níveis inferiores.
3. As decisões tomadas são mais consistentes com os objetivos gerais do negócio.
4. A centralização elimina a duplicação de esforços por parte dos tomadores de decisão e reduz os custos operacionais.
5. Certas funções, como compras e tesouraria, permitem maior especialização e outras vantagens.
Desvantagens da centralização
1. As decisões são tomadas pela liderança, longe dos fatos e das circunstâncias.
2. Os tomadores de decisão no topo têm pouco contato com as pessoas e situações envolvidas.
3. As linhas de comunicação da cadeia hierárquica ou escala causam atrasos e maior custo operacional.
4. Como as decisões devem passar pela cadeia escalar e envolver muitas pessoas no nível intermediário, pode haver
distorções e erros pessoais no processo de comunicação das decisões.
2. Descentralização
Permite que os níveis inferiores da organização analisem as decisões em detalhes. Nas últimas décadas, houve uma
tendência à descentralização para melhor aproveitamento dos recursos humanos. Este princípio é definido: a autoridade
para empreender ou iniciar uma ação deve ser delegada o mais próximo possível do cenário da ação.
Vantagens da descentralização
1. Os gestores estão mais próximos de onde as decisões precisam ser tomadas.
2. Permite aumentar a eficiência e a motivação, aproveitar melhor o tempo e a aptidão dos funcionários.
3. Melhora a qualidade das decisões, pois seu volume e complexidade são reduzidos, e diminui a tomada de decisões dos
principais chefes.
4. Reduz a burocracia do pessoal da matriz, bem como as respectivas despesas.
5. Os custos de coordenação podem ser reduzidos devido à maior autonomia na tomada de decisões.
6. Permite a formação de executivos locais ou regionais mais motivados e conscientes dos seus resultados.
Desvantagens da descentralização
1. Falta de uniformidade nas decisões.
2. Uso insuficiente de especialistas.
3. Falta de equipamento ou de funcionários adequados no domínio das actividades.
Funções da administração
De acordo com a teoria neoclássica, as funções do administrador correspondem aos elementos de administração que
Fayol definiu na época (planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar).
Processo administrativo:
A organização linear é aplicável quando a organização é pequena e não requer especialistas em tarefas altamente
técnicas, quando a organização está apenas começando, quando tem pouco tempo de atividade e velocidade na execução.
Organização funcional (Taylor)
Aplicar o princípio da especialização das funções a cada tarefa. O princípio funcional separa, distingue e especializa.
Taylor verificou que, além do tempo gasto na comunicação, havia a necessidade de envolver o chefe de produção, o
gerente geral e o chefe de reparos em um simples problema de rotina. Consequentemente, substituiu a supervisão linear
dos gerentes de produção pela supervisão funcional. Suas características são: a. Autoridade funcional ou dividida (com
base na especialização); b. Linhas diretas de comunicação (sem necessidade de mediação)c. Descentralização das
decisões (as decisões são delegadas a cargos especializados que possuem o conhecimento necessário para melhor
implementá-las.); d. Ênfase na especialização. Suas vantagens: a. Proporciona a máxima especialização nos diversos
órgãos ou cargos da organização; b. Permite a melhor supervisão técnica possível, com especialização em todos os
níveis; c. Desenvolve comunicações diretas, sem intermediários; d. Separa as funções de planejamento e controle das
funções de execução. Suas desvantagens: a. Diluição e consequente perda de autoridade; b. Subordinação múltipla; c.
Tendência à competição entre especialistas; d. Tendência a tensões e conflitos dentro da organização.
Esta organização é aplicável quando: a. A organização, por ser pequena, conta com uma equipe de especialistas bem
conectados reportando a um líder eficaz e orientado para objetivos comuns muito bem definidos e colocados.
Conceito de departamentalização
Para autores clássicos, a especialização em organização pode ocorrer em dois sentidos: vertical e horizontal. A
especialização vertical ocorre quando se observa a necessidade de aumentar a qualidade da supervisão ou direção,
agregando mais níveis hierárquicos na estrutura.
Por outro lado, a especialização horizontal (departamentalização) ocorre quando se observa a necessidade de aumentar a
expertise, a eficiência e a melhor qualidade do próprio trabalho. Corresponde a uma especialização da atividade e do
conhecimento. A especialização horizontal é feita em detrimento de um maior número de órgãos especializados, no
mesmo nível hierárquico, cada um em sua tarefa.
A especialização vertical raramente ocorre sem especialização horizontal, e vice-versa. Ambos se complementam e
dificilmente se distanciam.
A especialização vertical é uma divisão do trabalho em termos de autoridade e responsabilidade, enquanto a
departamentalização é uma divisão do trabalho em termos de diferenciação entre os vários tipos de tarefas executadas
pelos órgãos.
Definição de metas
A gestão por objetivos é um modelo de gestão por meio do qual a gestão de uma organização estabelece metas para suas
administrações.
Um objetivo é uma declaração escrita sobre os resultados que serão alcançados em um determinado período. O objectivo
deve ser quantificável, difícil, pertinente e compatível. Tanto quanto possível em números.
Existem três níveis de objetivos:
Para. Objetivos estratégicos. São objetivos amplos que abrangem a organização como um todo. Suas características
básicas são: globalidade e prazo.
b. Objetivos táticos. São objetivos referentes a cada departamento da organização. Suas características são: conexão com
cada departamento e médio prazo.
c. Objetivos operacionais: São objetivos referentes a cada atividade ou tarefa. Suas características são: quebra e curto
prazo.
De acordo com o conceito popular atual, a burocracia é entendida como uma organização onde a papelada se multiplica e
aumenta, impedindo soluções rápidas ou eficientes. O conceito de burocracia para Max Weber é exatamente o oposto.
Para ele, a burocracia é a organização eficiente por excelência.
Segundo Max Weber, a burocracia tem as seguintes características:
1. Natureza jurídica das normas e regulamentos (a burocracia é uma organização baseada em legislação própria, que
define previamente como deve funcionar a organização burocrática).
2. Natureza formal das comunicações (burocracia é uma organização unida por comunicações escritas. As regras,
decisões e ações administrativas são formuladas e registradas por escrito.)
3. Caráter racional e divisão do trabalho (cada participante deve saber qual é a sua tarefa, qual é a sua capacidade de
comandar sobre os outros e, acima de tudo, quais são os limites da sua tarefa, direito e poder).
4. Impessoalidade nas relações (a administração da burocracia é realizada sem considerar as pessoas como pessoas, mas
como ocupantes de cargos e funções).
5. Hierarquia de autoridade (cada cargo inferior deve estar sob o controle e supervisão de um cargo superior).
6. Rotinas e procedimentos padronizados (o ocupante de um cargo não faz o que quer, mas o que a burocracia lhe impõe
fazer).
7. Competência técnica e meritocrática (A burocracia é uma organização em que a escolha das pessoas é baseada no
mérito e na competência técnica e não em preferências pessoais).
8. Especialização da gestão (o líder não é necessariamente o dono do negócio ou grande acionista da organização; é mais
um profissional especializado em sua administração).
9. Profissionalização dos participantes (Todo funcionário da burocracia é um profissional)
10. Previsão completa de operação (todos os colaboradores devem se comportar de acordo com as normas e
regulamentos da organização, a fim de que ela atinja a máxima eficiência possível).
Racionalidade burocrática
Um conceito intimamente ligado à burocracia é o de racionalidade. No sentido weberiano, racionalidade implica
adequação dos meios aos fins. No contexto burocrático, isso significa eficiência. Uma organização é racional se forem
selecionados os meios mais eficientes para a implementação das metas.
Dilemas da burocracia
Weber observou a fragilidade da estrutura burocrática, que enfrenta um dilema típico: de um lado, pressões de forças
externas para motivar o burocrata a seguir normas diferentes das da organização e, de outro, o comprometimento dos
subordinados com as regras burocráticas tende a enfraquecer gradualmente. A organização, para ser eficiente, exige um
tipo especial de legitimidade, racionalidade, disciplina e limitações de escopo.
Disfunções da burocracia
Para Weber, a burocracia é uma organização cujas consequências desejadas se resumem na previsibilidade de seu
funcionamento para obter a maior eficiência da organização. No entanto, ao estudar as consequências pretendidas (ou
desejadas) da burocracia que a levam à máxima eficiência, Merton também observou as consequências não intencionais e
usou o nome de disfunções da burocracia para designar anomalias de funcionamento. Essas disfunções são: 1.
internalização de regras e aderência a regulamentos; 2. Excesso de formalismo e papelada; 3. Resistência à mudança; 4.
Despersonalização do relacionamento; 5. Categorização como base do processo decisório; 6. Superconformidade com
rotinas e procedimentos; 7. Exibição de sinais de autoridade; B. Dificuldade no atendimento e conflitos com o público.
Selznick apresenta a interação entre a burocracia e seu ambiente, funcionando como um sistema também focado em
transações ambientais.
Para Gouldner, há graus de burocratização nas organizações formais. O modelo proposto por Weber constituiu o modelo
ideal de burocracia e não o único modelo absoluto.
Uma cuidadosa avaliação crítica da burocracia nos leva à conclusão de que, apesar de todas as limitações e restrições, a
burocracia talvez seja uma das melhores alternativas organizacionais, superior a várias outras alternativas tentadas ao
longo do século XX. Mais importante ainda, a Teoria da Burocracia deixou de lado a abordagem normativa e prescritiva
para se engajar em uma abordagem descritiva e explicativa.
O homem organizacional
Enquanto a teoria clássica caracteriza o homo economicus e a teoria das relações humanas "o homem social", a teoria
estruturalista enfoca o "homem organizacional", o homem que desempenha diferentes papéis em várias organizações.
Suas características são: flexibilidade (diante das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna); tolerância a
frustrações; capacidade de adiar recompensas; e desejo permanente de realização.
Não há duas organizações iguais. As organizações são diferentes entre si e exibem enorme variabilidade.
Parte 7: Abordagem Comportamental na Gestão
Capítulo 13: Teoria Comportamental em Administração
A teoria comportamental é baseada no comportamento individual das pessoas. Para explicar como as pessoas se
comportam, é necessário estudar a motivação humana.
As teorias da motivação de Maslow e Herzberg apresentam pontos de concordância. Os fatores higiênicos de Herzberg
estão relacionados às necessidades primárias de Mazlow (necessidades fisiológicas e de segurança, incluindo algumas
necessidades sociais), enquanto os fatores motivacionais estão relacionados às necessidades secundárias (necessidades de
estima e auto-realização).
Teoria X e Teoria Y
McGregor compara dois estilos opostos e antagônicos de gestão: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional,
mecanicista e pragmática (que ele chamou de Teoria X) e, de outro, um estilo baseado em concepções modernas do
comportamento humano (que ele chamou de Teoria Y).
Para. Teoria X
É a concepção tradicional de gestão e baseia-se em convicções errôneas e incorretas sobre o comportamento humano,
que são:
• As pessoas são indolentes e preguiçosas por natureza: evitam o trabalho ou trabalham o mínimo possível.
• Falta-lhes ambição: não gostam de assumir responsabilidades e preferem ser dirigidos e sentirem-se nessa dependência.
• Sua própria natureza os leva a resistir às mudanças, pois buscam sua segurança e fingem não correr riscos que os
coloquem em risco.
• Sua dependência os torna incapazes de autocontrole e autodisciplina: as pessoas precisam ser dirigidas e controladas
pela gerência.
b. Teoria Y
É a concepção moderna de administração segundo a Teoria Behaviorista. A teoria Y baseia-se em concepções e
premissas atuais e não preconcebidas sobre a natureza humana, que são:
• As pessoas não têm antipatia inerente ao trabalho. Dependendo de certas condições, o trabalho pode ser uma fonte de
satisfação e recompensa.
• As pessoas não são, por sua natureza, passivas ou resistentes às necessidades da empresa.
• As pessoas têm motivação, potencial de desenvolvimento, padrões de comportamento adequados e capacidade de
assumir responsabilidades.
• O homem medíocre aprende sob certas condições a aceitar, mas também a buscar responsabilidades.
• A capacidade de um alto grau de imaginação e criatividade na resolução de problemas empresariais é amplamente (e
não raramente) distribuída entre as pessoas.
Sistemas de Gestão
Líkert, expoente da Teoria do Comportamento, considera a administração um processo relativo, no qual não existem
normas e princípios universais válidos para todas as circunstâncias e situações. A gestão nunca é a mesma em todas as
organizações e pode assumir diferentes características, dependendo das condições internas e externas existentes. A partir
de suas pesquisas, Likert propõe uma classificação dos sistemas de gestão. Os sistemas administrativos são
caracterizados em relação a quatro variáveis:
Para. SISTEMA 1: "Autoritário coercitivo". É um sistema administrativo autocrático e forte, coercitivo e arbitrário, que
controla rigidamente tudo o que acontece dentro da organização.
B. SISTEMA 2: "Autoritário benevolente", é um sistema administrativo autoritário constituído por uma variação
atenuada do Sistema 1. Em essência, é um Sistema 1 mais condescendente e menos rigoroso.
C. SISTEMA 3: "Consultivo". É um sistema que tende mais para o lado participativo do que para o lado autocrático e
tributário, como nos dois sistemas anteriores. Representa um abrandamento gradual das arbitrariedades organizacionais.
D. Sistema 4: "Participativo". É o sistema administrativo democrático por excelência. É o mais aberto de todos os
sistemas.
Os quatro sistemas não têm fronteiras definidas entre si. Uma empresa pode estar localizada acima do Sistema 2 e abaixo
do Sistema 3, ou seja, em torno de 2,5. Também pode ser classificado como Sistema 2 no processo de tomada de decisão
e 3 no sistema de recompensa.
Teoria da decisão
Decisão é o processo de analisar e escolher entre as alternativas disponíveis de cursos de ação que a pessoa deve seguir.
O tomador de decisão está em uma situação, visa atingir metas, tem preferências pessoais e segue estratégias (cursos de
ação). Para alcançar resultados. A decisão implica uma escolha.
A racionalidade está na escolha dos meios adequados para atingir determinados fins, a fim de obter os melhores
resultados.