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1- É um bom momento para emitir?

Que fatores favorecem a emissã o agora e


quais nã o?
2- Que riscos a WorldCom enfrenta ao emitir até 6 mil milhõ es de dó lares em
dívida? Como os investidores e o mercado reagirã o ao grande tamanho da
oferta? Uma série de questõ es menores seria uma estratégia melhor?

3- Como o financiamento com títulos corporativos normalmente difere de um


empréstimo bancá rio? Quais sã o as principais incertezas que uma empresa
enfrenta quando emite títulos?

4- Estime os custos esperados (rendimento percentual) que a WorldCom


incorrerá nas notas de 3, 5, 7 e 30 anos. Como você tentaria explicar a alguém
que nã o está familiarizado com os mercados de crédito por que os títulos
deveriam ser precificados dessa maneira?

1) É um bom momento para emitir? Que fatores favorecem a


emissão agora e quais não?

A WorldCom poderia optar por nã o emitir obrigaçõ es, tendo em conta o clima
econó mico volá til prevalecente naquela altura. Os mercados internacionais
volá teis, aliados a um abrandamento previsto na economia americana, poderã o
tornar a emissã o de dívida arriscada. Naquela altura, havia indicadores de um
potencial abrandamento da rentabilidade das empresas americanas no segundo
trimestre desse ano. A incerteza política nos EUA naquela altura aumenta o
enigma. Além disso, estava programado o preço de uma emissã o de dívida de
cerca de 40 mil milhõ es de dó lares, na mesma semana em que a WorldCom
procurava emitir a sua dívida, o que poderia levar à saturaçã o do mercado em
termos de procura dos investidores para comprar dívida. O objectivo da
WorldCom de uma ú nica emissã o de dívida de 6 mil milhõ es de dó lares pode ser
demasiado grande quando se consideram as incertezas econó micas e políticas
acima mencionadas.

Por outro lado, espera-se que a Moody's e a S&P aumentem a dívida da


WorldCom de Baa2 e BBB+ para a á rea baixa de A ú nico no pró ximo ano. Este é
um indicador vital de que a dívida da WorldCom é relativamente segura. Embora
o preço da emissã o de dívida de 40 mil milhõ es de dó lares esteja previsto para a
mesma semana em que a WorldCom pretende emitir a sua dívida, a classificaçã o
mais elevada da dívida da WorldCom deverá torná -la um investimento favorá vel
para potenciais investidores quando comparado com o resto do mercado. Além
disso, a fusã o da WorldCom com a MCI, que deverá gerar receitas de 30 mil
milhõ es de dó lares e o aumento do rendimento líquido da WorldCom de cerca de
418% em relaçã o ao ano anterior, traduziu-se num aumento do preço das açõ es
e na confiança entre os investidores no que diz respeito ao desempenho futuro
da WorldCom. Além disso, com as incertezas econó micas iminentes na economia
americana, os investidores estavam a transferir o seu dinheiro de acçõ es para
títulos empresariais e do tesouro, uma tendência que funcionará a favor da
WorldCom quando chegar a altura de emitirem a sua dívida.
A percepçã o do mercado da WorldCom como líder da indú stria, combinada com
receitas crescentes e uma melhoria na classificaçã o da dívida, poderia tornar este
um bom momento para a WorldCom emitir 6 mil milhõ es de dó lares em dívida,
apesar das incertezas políticas e econó micas entã o prevalecentes.

2) Que riscos a WorldCom enfrenta ao emitir até 6 mil milhões


de dólares em dívidas? Como os investidores e o mercado
reagirão ao grande tamanho da oferta? Uma série de questões
menores seria uma estratégia melhor?

A WorldCom enfrenta uma série de riscos ao emitir dívida de 6 mil milhõ es de


dó lares. Em primeiro lugar, o momento parece arriscado, considerando que
havia uma dívida de 40 mil milhõ es de dó lares (duas a três vezes o montante
habitual) programada para ser emitida durante a mesma semana em que iriam
emitir a sua. Esta grande oferta que chegava ao mercado estava a pressionar as
obrigaçõ es empresariais. E correr o risco de ser cobrado uma concessã o a
questõ es pendentes. Eles também precisavam
* US$ 40 bilhõ es em dívidas seriam emitidas na mesma semana em que a
WorldCom iria emitir a dívida
* se nã o levantarem a totalidade dos 6 mil milhõ es de dó lares em
financiamento da dívida, terã o de levantar o restante dos fundos através de
métodos alternativos...rá pido
* o empréstimo bancá rio com 7 mil milhõ es de dó lares com vencimento em 2
anos e 5 mil milhõ es com vencimento em 4 anos está em perigo, se a WorldCom
nã o levantar os 6 mil milhõ es de dó lares completos nesta emissã o de dívida
*reaçã o dos investidores
* Negativos: mercados externos ruins, situaçã o interna incerta, emissã o
recorde de dívida de 40 bilhõ es de dó lares podem saturar a reaçã o do mercado
para a compra de dívida
* positivos: pá gina 4, primeiros dois pará grafos
* investidores mudando para títulos corporativos e do tesouro.
* uma vez que os títulos sã o pagos no futuro e estamos determinando quais
juros estamos pagando hoje, há uma suposiçã o sobre as taxas de imposto.
* mais taxa de juros que os títulos pú blicos
* questõ es menores: arriscadas porque a situaçã o da empresa pode mudar no
futuro e há um interesse/confiança sem precedentes na empresa neste
momento. As incertezas econó micas podem afectar uma empresa se uma parte
excessiva da dívida for contraída através de obrigaçõ es.

3) Como o financiamento com títulos corporativos normalmente


difere de um empréstimo bancário? Quais são as principais
incertezas que uma empresa enfrenta quando emite títulos?

A decisã o de aproveitar empréstimos bancá rios em vez de emitir títulos


corporativos depende do tamanho e da situaçã o de vida da empresa. Para títulos
corporativos, as empresas abordam os mercados financeiros. Para levantar uma
grande quantidade de capital a uma taxa favorá vel, a empresa precisa ter uma
reputaçã o muito boa no mercado e mostrar promessa de retornos futuros. As
agências de classificaçã o classificam os títulos com base nas condiçõ es
financeiras e na promessa de crescimento de uma empresa. Os investidores
institucionais e de varejo consideram essas classificaçõ es como uma orientaçã o
para fazer investimentos. As empresas têm de planear cuidadosamente as
futuras obrigaçõ es de pagamento sob a forma de pagamentos de cupõ es e
pagamentos no vencimento. Mas as empresas têm grande flexibilidade na
estruturaçã o do preço dos títulos, especialmente se tiverem boa reputaçã o e
classificaçã o.
Os empréstimos bancá rios sã o um tanto semelhantes aos títulos nesse aspecto,
mas quase todo o dinheiro é obtido através do banco a uma taxa de juros
negociada com o banco. A taxa de juros é principalmente regida pelas taxas de
juros vigentes e estas sã o geralmente mais caras do que as taxas de rendimento
dos títulos. Pequenas, médias empresas e start-ups optam por esta opçã o por ser
mais fá cil.

Ao emitir títulos, as empresas devem planejar as seguintes incertezas:


1) Flutuaçõ es nas taxas de juros: Depois que as empresas emitem títulos, a taxa
do cupom permanece fixa, o que significa que as obrigaçõ es de pagamento das
empresas sã o fixas. Assim, os ganhos de investimento obtidos a partir de
dinheiro arrecadado com títulos deverã o ser capazes de cumprir as obrigaçõ es
de reembolso.
2) Inflaçã o: A inflaçã o tem efeito semelhante ao dos juros. Se uma empresa nã o
levar em consideraçã o os efeitos da inflaçã o, ela nã o será capaz de reembolsar os
pagamentos dos cupons.
3) Risco de inadimplência: Os pagamentos de títulos sã o obrigató rios, caso
contrá rio, os proprietá rios de títulos podem ter direitos legais sobre uma
empresa. Ao contrá rio do capital pró prio, os títulos têm de ser reembolsados. Se
nã o forem efectuados pagamentos, a empresa poderá perder a sua reputaçã o,
dificultando a angariaçã o de fundos no futuro. As incertezas econó micas podem
afectar uma empresa se uma parte excessiva da dívida for contraída através de
obrigaçõ es.
4) Falta de liquidez: A empresa em situaçã o financeira só lida pode nã o ser capaz
de reembolsar o título se pagar problemas de liquidez devido à estrutura de
investimento. Se forem contraídos empréstimos dispendiosos a curto prazo para
cumprir tais obrigaçõ es, isso afectará a classificaçã o da empresa.
5) Capacidade de angariar dinheiro: As obrigaçõ es sã o emitidas nos mercados
financeiros, o que significa que as obrigaçõ es têm de competir com outras
obrigaçõ es e devem ser consideradas só lidas pelos investidores.

4) Estime os custos esperados (rendimento percentual) que a


WorldCom incorrerá nas notas de 3, 5, 7 e 30 anos. Como você
tentaria explicar a alguém que não está familiarizado com os
mercados de crédito por que os títulos deveriam ser
precificados dessa maneira?

Consulte o Anexo A para cá lculos detalhados

Anexo A: -
YTM para títulos de 3 anos

Principal = $ 1.500.000
Nú mero de anos = 3
Taxa de cupom = 6,39% (esta taxa foi comparada com a taxa de cupom da GTE
Corp, pois tinha a classificaçã o de dívida mais pró xima quando comparada com a
WorldCom e também correspondia à oferta de parcelas da WorldCom)
Portanto, CPN = 1.500.000 * 0,0639 = 95.850.000
Preço por US$ 100 do valor nominal = 100,68%
Portanto, Valor de Mercado = 100,68% * 1.500.000 = 1.510.200.000

Portanto, para encontrar 'r'

1.510.200.000 = (95.850.000 / r) * (1-(1/(1+r)^3)) + (1.500.000 / (1+r)^3)

estimando o valor de 'r', obtemos, r = 0,06135

Portanto semestralmente, r = 0,03068 = 3,068%

YTM para títulos de 5 anos

Principal = $ 1.000.000
Nú mero de anos = 5
Taxa de cupom = 8,625% (esta taxa foi comparada com a taxa de cupom da News
America Holding, pois tinha a classificaçã o de dívida mais pró xima quando
comparada com a WorldCom e também correspondia à oferta de parcelas da
WorldCom)
Portanto, CPN = 1.000.000 * 0,08625 = 86.250.000
Preço por US$ 100 do valor nominal = 109,12%
Portanto, Valor de Mercado = 109,12% * 1.000.000 = 1.091.200.000

Portanto, para encontrar 'r'

1.091.200.000 = (86.250.000 / r) * (1-(1/(1+r)^5)) + (1.000.000 / (1+r)^5)

estimando o valor de 'r', obtemos, r = 0,06433

Portanto semestralmente, r = 0,03217 = 3,217%

YTM para títulos de 7 anos

Principal = $ 2.000.000
Nú mero de anos = 7
Taxa de cupom = 8,5% (esta taxa foi comparada com a taxa de cupom da News
America Holding, pois tinha a classificaçã o de dívida mais pró xima quando
comparada com a WorldCom e também correspondia à oferta de parcelas da
WorldCom)
Portanto, CPN = 2.000.000 * 0,085 = 170.000.000
Preço por $ 100 do valor nominal = 110,5%
Portanto, Valor de Mercado = 110,5% * 2.000.000 = 2.210.000.000

Portanto, para encontrar 'r'

2.210.000.000 = (170.000.000 / r) * (1-(1/(1+r)^7)) + (2.000.000 / (1+r)^7)

estimando o valor de 'r', obtemos, r = 0,0658

Portanto semestralmente, r = 0,03290 = 3,290%

YTM para títulos de 30 anos

Principal = $ 1.500.000
Nú mero de anos = 30
Taxa de cupom = 7,75% (esta taxa foi comparada com a taxa de cupom da News
America Holding, pois tinha a classificaçã o de dívida mais pró xima quando
comparada com a WorldCom e também correspondia à oferta de parcelas da
WorldCom)
Portanto, CPN = 1.500.000 * 0,0775 = 116.250.000
Preço por US$ 100 do valor nominal = 106,63%
Portanto, Valor de Mercado = 106,63% * 1.500.000 = 1.599.450.000

Portanto, para encontrar 'r'

1.599.450.000 = (116.250.000 / r) * (1-(1/(1+r)^30)) + (1.500.000 / (1+r)^30)

estimando o valor de 'r', obtemos, r = 0,0721

Portanto semestralmente, r = 0,03605 = 3,605%

Como você tentaria explicar a alguém que nã o está familiarizado com os


mercados de crédito por que os títulos deveriam ser precificados dessa maneira?

Quando uma empresa emite títulos, ela reembolsa os investidores de duas


maneiras. Primeiro, ele tem que devolver ao investidor o principal aos juros
prevalecentes durante o vencimento do título. Em segundo lugar, tem também de
efectuar pagamentos de cupõ es em intervalos fixos (anual ou semestral) à taxa
de cupã o prometida.

Portanto, ao definir o preço das empresas obrigacionistas, é necessá rio calcular o


seguinte:
a) Valor de face: é o valor que a empresa deve pagar aos detentores dos títulos
no vencimento do título. Como esse pagamento é feito no futuro, é computado o
valor presente do valor de face.
b) Pagamentos de cupom: Os pagamentos de cupom sã o feitos como uma série
de anuidades até o vencimento do título. O valor presente dessas anuidades é o
segundo componente pago aos detentores de títulos.
Valor do título = C * [1 - 1/(1 + r)t ] / r + F(1 + r)t |

A soma destes dois valores deverá oferecer retornos superiores à s taxas de juro
prevalecentes para tornar lucrativa a compra do título pelos investidores.

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