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Títulos Públicos e Privados no Mercado de Capitais

Obs.: Para cada questão, faça um levantamento bem completo de informações, para embasar seu
conhecimento e os debates que serão realizados em sala de aula.
1. O que são títulos públicos?
Os títulos públicos são papéis emitidos pelo tesouro nacional e têm como finalidade principal auxiliar no
pagamento de gastos do governo. De forma simples é através dos títulos públicos que o governo financia a
dívida pública.
2. Quem emite os títulos públicos no Brasil? E qual o papel do BACEN nessa história?
No Brasil o órgão responsável pela administração e planejamento da dívida mobiliária interna e pela
emissão de títulos públicos é a Secretaria do Tesouro Nacional, a qual pertence ao Ministério da Fazenda e
foi criada em 1986.
Mas e qual é o papel do Banco Central (BACEN)? Após a emissão dos títulos pelo Tesouro Nacional, o
BACEN executa a política monetária por meio de operações de compra e venda desses títulos no mercado
aberto (open market). Na política monetária o Banco Central regula a quantidade de moeda disponível em
um país.
Curiosidade: se o BACEN compra títulos públicos ele entrega dinheiro em troca de títulos, favorecendo um
aumento na inflação. Já se o BACEN vende títulos, então ele entrega títulos e recebe dinheiro, induzindo a
uma redução na inflação.
O que é o tesouro direto?
Em 2002 foi lançado o programa Tesouro Direto: um sistema que permite a venda de títulos públicos a
cidadãos, como incentivo à formação de poupança. A partir dessa data os títulos começaram a ser
amplamente utilizados nas carteiras dos investidores brasileiros.
Atualmente, com o avanço da internet e com integrações entre as plataformas das corretoras de valores e
o Tesouro Direto é possível comprar títulos públicos com muita facilidade por meio dos sites de corretoras e
bancos.
3. O que torna o investimento em títulos públicos interessante?
Uma característica que torna o investimento em títulos públicos interessantes é a recompra garantida pelo
Tesouro. O tesouro no entanto, não garante o rendimento de títulos quando vendidos antes da data do
vencimento. O preço dos títulos públicos podem oscilar de acordo com as condições de mercado e as
variações da taxa de juros, mas se você mantiver o investimento até o vencimento terá a garantia de 100%
da rentabilidade contratada.
4. Temos 3 tipos de títulos públicos: os pré-fixados, os pós-fixados e os mistos. Explique cada tipo e os
títulos existentes dentro de cada tipo, considerando como é determinada a rentabilidade, características
mais relevantes e para que tipo de investidor é indicada.
 Títulos pré-fixados: a rentabilidade é conhecida antecipadamente, mas somente nos casos nos quais ele
mantenha os títulos até o vencimento. Caso contrário, ou seja, em situações nas quais ele vende o papel
antes do vencimento, a rentabilidade pode variar.
O Tesouro Direto oferece dois tipos de títulos públicos pré-fixados. O Tesouro Prefixado (antiga LTN) e o
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (antiga NTN-F).
São títulos indicados para quem quer saber exatamente a taxa de rendimento anual até o vencimento do
título, não ficando sujeito às variações das taxas de juros desde que deixe o título investido até o seu
vencimento. Devem ser associados a planos de médio e longo prazo.
A única desvantagem dos títulos prefixados é que dependendo das oscilações do mercado, o valor do seu
título pode cair. Mas fique tranquilo, desde que você respeito a data de vencimento do título, você terá o
retorno prometido no dia da compra.
Quanto ao título com pagamento de juros semestrais, os cupons, é um investimento mais recomendado
para quem ter uma renda extra.
 Títulos pós-fixados: a rentabilidade do investimento dependerá do desempenho de um indexador, que é
usado para corrigir o valor ou a remuneração dos títulos.
O único título público pós-fixado é o Tesouro Selic (antiga LFT).
É uma boa alternativa para quem pode precisar resgatar o dinheiro a qualquer momento, pois não tem
oscilações negativas. É a melhor alternativa do Tesouro Direto para quem quer possuir uma reserva de
emergência e ainda contar com uma boa rentabilidade.
O Tesouro Selic tem o seu rendimento justamente atrelado à taxa de juros básica da economia, a Selic.
Fique atento que no momento da compra a remuneração do título é acrescida (ou decrescida) de um
pequeno ágio (ou deságio).
 Títulos mistos: taxa pré-fixada mais correção pelo índice de inflação.
Existem dois tipos de título públicos mistos, ambos indexados ao IPCA, que é o índice oficial da inflação
brasileira. São eles: o Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B Principal) e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais
(antiga NTN-B).
A grande vantagem desses títulos é que além de serem corrigidos pela inflação (parte pós-fixada),
remuneram um adicional contratado no dia da compra (parte prefixada). Assim, o seu ganho real é
garantido, pois o rendimento do seu título sempre irá superar a inflação.
Geralmente são títulos com prazo de vencimento mais longo, ficando sujeitos à fortes oscilações. Desse
modo, é um título recomendado para quem não vai precisar do dinheiro em breve. É uma ótima opção para
quem quer planejar uma aposentadoria confortável.
Da mesma forma que os títulos prefixados, os títulos indexados a inflação também oferecem a modalidade
com pagamento de juros semestrais. Este também é recomendável para quem quer ter um complemento a
renda.
5. Quais os custos e tributação (tabela progressiva) para investir em títulos?
Taxas:
Taxa de administração - É um valor cobrado pela corretora para cobrir custos como cadastro,
intermediação dos títulos e transferência de valores. A cobrança não é obrigatória e pode variar de
corretora para corretora. Inclusive, algumas isentam seus clientes dessa taxa.
Taxa de custódia - Valor percentual cobrado pela BM&F Bovespa para guardar, proteger e movimentar os
títulos comprados de um investidor.
Tributação:
O Imposto de Renda é cobrado de forma regressiva sobre os rendimentos. Veja a seguir:
 Até 180 dias: imposto de 22,5%.
 De 181 dias a 360 dias: imposto de 20%.
 De 361 dias a 720 dias: imposto de 17,5%.
 Acima de 720 dias: imposto de 15%.
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF - O IOF é cobrado apenas se uma aplicação durar menos que 30
dias. A tributação é regressiva, com as alíquotas começando em 96% para um dia de aplicação até 3% para
29 dias de aplicação. Depois disso, não é preciso mais pagar IOF.
6. Quais as vantagens e riscos de se investir em títulos públicos?
Considerado por muitos como a alternativa mais segura em renda fixa, o investimento em títulos públicos
do Tesouro Direto oferece uma série de vantagens para quem investe. Confira alguma delas:
 Segurança - O Tesouro Direto é considerado por muitas pessoas o investimento menos arriscado do
mercado. Isso porque todos os títulos públicos federais são totalmente garantidos pelo Tesouro
Nacional — ou seja, o próprio Governo Federal assegura o seu pagamento.
 Liquidez - O Tesouro Nacional permite que os títulos adquiridos sejam resgatados a qualquer
momento. Por meio de um sistema de recompra diária dos seus títulos públicos, o Tesouro Nacional
oferece liquidez a quem investe a preços de mercado, realizando o resgate em até um dia útil. Ou
seja, caso ocorra alguma mudança nos seus planos, você pode pedir o resgate antecipado e ter o
dinheiro de volta. É claro que é preciso analisar bem as condições antes de tomar essa decisão,
porque, caso você resgate antes do prazo, há o risco da rentabilidade paga ser menor que a
prevista no momento da compra do título.
 Acessibilidade - É possível investir em títulos públicos a partir de R$30,00, o que torna o Tesouro
Direto uma das aplicações mais acessíveis do mercado. Além disso, por meio das plataformas
virtuais das corretoras, o investimento pode ser feito 100% online, de forma rápida e
descomplicada.
Existem dois riscos do Tesouro Direto que precisam ser esclarecidos:

 O Risco de Mercado, que é a probabilidade de eventuais perdas devido a variações nos preços dos
títulos. O principal responsável pela variação nos preços dos títulos é a taxa de juros da economia.
Esse é o maior risco desse investimento: você compra um título de longo prazo, por exemplo, e
precisa vender o título antes do seu vencimento, por algum motivo pessoal. Nesse caso você estará
sujeito ao preço que o mercado estiver pagando pelo título no dia, podendo ter até rentabilidade
negativa.
 O Risco de Crédito, que é a probabilidade do emissor do título, que no caso é o governo, não
conseguir ou não desejar saldar suas dívidas. Este é o chamado risco de calote da dívida, o que os
economistas chama de default (se pronuncia “defôu”). Considero este risco bem baixo. Vamos
imaginar… o que aconteceria se o Governo Federal desse calote? O risco de calote dos títulos pelo
governo sempre existirá, mas para que aconteça o calote da dívida pública do Brasil, a situação
teria que ser de extrema gravidade. Ainda estamos longe disso, mesmo na atual crise em que
vivemos. Se isso acontecesse, teria um efeito devastador nas empresas e pessoas físicas, até
mesmo nos investidores estrangeiros. Se o governo estiver em situação muito complicada, pode
elevar os impostos, ou então o Banco Central pode emitir mais moeda para pagar essa dívida. O
que já ocorreu no Brasil na década de 80 foi o calote da dívida externa, já que o governo não tem o
poder de emitir moedas estrangeiras. No entanto, desde de 2008 o Brasil é credor de moeda
estrangeira, isto é, possui mais ativos em dólar do que dívidas em dólar. Se chegarmos ao ponto do
governo quebrar e dar calote na dívida pública, isso significa que bancos, empresas e a bolsa de
valores já quebraram antes.
7. O que são títulos privados?
Os títulos privados são títulos de renda fixa que podem ser emitidos por bancos, financeiras ou mesmo
empresas.
8. Explique cada um dos títulos privados disponíveis no mercado (quanto à sua rentabilidade,
características mais relevantes e para que tipo de investidor é indicada).
Dentre os títulos privados mais conhecidos são:
 CDBs;
 CRIs;
 CRAs;
 LCIs;
 LCAs;
 LCs;
 DPGEs;
 Debêntures;
 Commercial papers;
9. Quem pode emitir títulos privados no Brasil?
Os títulos privados são emitidos por bancos, financeiras ou empresas, dependendo do tipo.
10. O que torna o investimento em títulos privados interessante?
Seu maior benefício é a sua rentabilidade. Enquanto os títulos públicos têm o objetivo de manter o seu
poder de compra, os títulos privados têm o objetivo de aumentar o seu poder de compra.
12. O que é o FGC (Fundo Garantidor de Crédito)? E o que é garantido pelo FGC?
O FGC não é um banco nem um órgão governamental. Tecnicamente ele é uma entidade privada, sem fins
lucrativos. Ele é mantido pelas instituições financeiras através de contribuições mensais de 0,0125% sobre
todo o dinheiro que os seus investidores possuem aplicado. É importante ressaltar que essas contribuições
são feitas diretamente pela instituição financeira associada, e que não há nenhum tipo de cobrança direta
do investidor para que ele tenha proteção do FGC.
O limite de cobertura do FGC atualmente é de R$250 mil. Esse limite vale por CPF ou CNPJ, para
investidores residentes ou não-residentes, por conglomerado financeiro até o valor máximo de R$1 milhão,
que é recomposto a cada quatro anos.
Os produtos financeiros garantidos pelo FGC são:
 Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
 Depósitos de poupança;
 Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado (CDB/RDB);
 Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques, destinadas ao registro e controle
do fluxo de recursos referentes à prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos,
aposentadorias, pensões e similares;
 Letras de câmbio;
 Letras imobiliárias;
 Letras hipotecárias;
 Letras de crédito imobiliário (LCI);
 Letras de crédito do agronegócio (LCA);
 Operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos após 08.03.2012 por empresa
ligada.
13. Qual a relação dos títulos, sejam públicos ou privados, com a taxa Selic?
Da mesma forma como os títulos públicos, os títulos privados de renda fixa dependem da taxa básica de
juros da economia, a Selic.
Quando ela está em trajetória de crescimento, a rentabilidade dos ativos privados tende a aumentar.
Quando ela se encontra em tendência de queda, o rendimento desse tipo de título costuma se reduzir.
14. Como você investe demonstra seu perfil de investidor. Com base nisso, escolha se investiria em títulos
públicos ou privados, e explique a sua escolha.

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