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Sumário

Introdução ............................................................................................................................. 3
1. O que é Renda Fixa? ...................................................................................................... 5
2. Como Funciona? .............................................................................................................. 5
3. Quais as referências de rendimento da renda fixa? ............................................ 6
• Taxa SELIC................................................................................................................... 6
• CDI – Certificado de Depósito Interbancário ................................................... 6
• IPCA – Índice de Preços para o Consumidor Amplo ...................................... 7
• TR - Taxa Referencial ............................................................................................... 7
4. Quais são os riscos da renda fixa?............................................................................. 8
5. Como o Fundo Garantidor de Créditos protege meus investimentos em
renda fixa? ........................................................................................................................... 10
6. Tipos de Renda Fixa ..................................................................................................... 11
6.1. Títulos Públicos ....................................................................................................... 11
Como funciona o Tesouro Direto? ........................................................................ 12
6.2. Renda Fixa Privada ................................................................................................ 15
a. Debêntures ........................................................................................................... 16
b. CDB e CCB ............................................................................................................. 17
c. LC ............................................................................................................................. 19
d. LCI e LCA ................................................................................................................ 20
e. CRI e CRA ............................................................................................................... 21
6. Vantagens e Desvantagens de investir em Renda Fixa ..................................... 24
7. Diferença da Renda Fixa para outros tipos de investimentos ........................ 25
7.1. Renda Fixa X Renda Variável ............................................................................... 25
7.2. Renda Fixa X Fundo de Investimentos em Renda Fixa ............................... 26
8. Custos ............................................................................................................................... 27
• Imposto de Renda (IR) ....................................................................................... 27
• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) .............................................. 28
• Taxa de Custódia................................................................................................. 29
• Taxa de Administração ...................................................................................... 29
Conclusão ............................................................................................................................ 29

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Introdução

Qual é a melhor forma de investir com mais segurança? Por onde


começar? Quais são as aplicações mais indicadas ao meu perfil
iniciante? Essas e muitas outras perguntas fazem parte do
pensamento de diversas pessoas que estão pensando
em começar a aplicar o seu dinheiro.

Para a maioria da população brasileira, o investimento


mais comum e seguro é a poupança. De acordo com os
dados divulgados pelo Banco Central, o montante total
de capital investido em setembro de 2020 bateu uma
marca histórica de 1 trilhão de reais. Isso comprova que
a caderneta de poupança é o investimento queridinho
no país.

Hoje a poupança está rendendo por volta de


1,4% ao ano, mais ou menos 0,11% ao
mês. E a projeção da inflação para 2020
é de 3,6%. Quando analisamos a
poupança como um investimento,
principalmente no quesito
rentabilidade, é uma das
aplicações que vai oferecer a
menor rentabilidade do
mercado e pode chegar a
perder valor para a
inflação.

Mas você sabia que existem


opções seguras e com mais
rentabilidade fora da poupança? Pois
é, a renda fixa é, na maioria das vezes,
o ponto de partida para os
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investidores que estão começando no mercado financeiro. Quem
tem vontade de construir uma reserva de emergência e rentabilizar
o seu capital, mas possui pouco conhecimento e tolerância ao risco,
pode ter como carta na manga a aplicação em títulos de renda fixa.
Ela é um investimento que possui um baixo nível de risco e oferece
uma maior tranquilidade no início do processo.

Diante disso, preparamos um e-book que servirá como guia para


você iniciar no mundo dos investimentos em renda fixa. Confira!

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1. O que é Renda Fixa?

A renda fixa é uma modalidade de investimento onde qualquer tipo


de aplicação é baseado em regras pré-estabelecidas de retorno do
capital, que são definidas no momento da aplicação. Essas regras
estipulam o prazo da remuneração e a forma que será calculada e
paga ao investidor. Portanto, considerando que você fique até o
vencimento daquele título, irá receber uma remuneração previsível
e, às vezes, até fixa.

O ideal é que este tipo de investimento seja o primeiro a ser


considerado pelo investidor, por ser mais simples, previsível e,
principalmente, por ser uma das melhores opções para se constituir
reservas de emergência. Fora isso, existem diversos tipos de
aplicações na renda fixa que se enquadram para objetivos, riscos,
emissores, e rentabilidades distintas.

2. Como Funciona?

Os investimentos de renda fixa funcionam como um empréstimo do


seu dinheiro para o emissor. O valor captado é utilizado para
financiamento de projetos, pagamento de dívidas ou

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desenvolvimento de áreas específicas, como o agronegócio e o
setor imobiliário, por exemplo. Então, ao investir em títulos de renda
fixa você remunera seu investimento e ajuda no crescimento de
vários setores importantes para a economia.

3. Quais as referências de rendimento da renda fixa?

A maior preocupação dos investidores é saber mais detalhes sobre


a rentabilidade de um título. É importante conhecer os indexadores
que podem influenciar no rendimento dos investimentos em Renda
Fixa. Abaixo listamos os índices que podem ser usados como base
para o cálculo da rentabilidade dessa modalidade de
investimentos.

• Taxa SELIC

Definida pelo Banco Central a cada 45 dias, a SELIC representa a


taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve para regular
a reserva de curto prazo e injetar ou retirar liquidez (entende-se
como dinheiro) da economia. No bom português, isso significa que
quanto mais baixa a taxa de juros mais dinheiro pode circular na
economia. Isso acontece através da seguinte dinâmica: com juros
muito baixos, perde-se a atratividade de deixar o dinheiro parado
em aplicações conservadoras e liquidas, então a tendência é que o
dinheiro seja investido pensando no longo prazo, mirando em
rentabilidades maiores e/ou esse dinheiro seja utilizado para
consumo. Ou seja, os juros baixos estimulam tanto investimentos
como consumo.

• CDI – Certificado de Depósito Interbancário

Acompanhando a SELIC, temos o CDI (Certificado de Depósito


Interbancário). É uma taxa que foi criada para regular os

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empréstimos de curto prazo entre os bancos. Por exemplo, se um
banco está precisando de dinheiro para equalizar os depósitos de
curto prazo, ele pega emprestado de outro banco que tenha
recursos sobrando e o Banco Central faz essa intermediação. A taxa
de juros cobrada é o CDI, normalmente muito próxima a SELIC. Essa
taxa acabou se tornando a mais comum do mercado como
referência para remuneração de títulos de dívida diversos (CDB, LCI,
LCA, CCB, CRI, CRA).

• IPCA – Índice de Preços para o Consumidor Amplo

Já o IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo), é um


indicador que mostra a variação dos preços de diversos produtos e
serviços consumidos pelas famílias brasileiras. Para definir o IPCA
do mês, o IBGE calcula o valor de vários itens de consumo como
alimentos, energia elétrica, água, gasolina, mensalidade escolar,
consultas médicas, atividades de lazer, etc. É com base nele que o
Banco Central calcula o índice brasileiro de inflação e deflação, ou
seja, ele é usado como termômetro mensal da variação dos
preços.

• TR - Taxa Referencial

A Taxa Referencial, conhecida pela sigla TR, é usada como valor de


referência para o cálculo de rendimento de alguns investimentos. A
finalidade da sua criação foi servir como base para as demais taxas
de juros no país, porém, atualmente a taxa Selic é a responsável por
esse papel. Ainda assim, ela influencia diretamente em aplicações
populares no Brasil, como a poupança, FGTS, títulos de
capitalização, atuando como um indexador. Hoje, a TR apresenta o
valor de 0,0%, isto é, está em estabilidade.

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Vale lembrar que não existe um padrão, isto é, cada aplicação em
Renda Fixa vai variar quanto aos seus índices de referência e pode
usar um deles ou mais como base de cálculo dos seus rendimentos.
No tópico 6, sobre os Tipos de Renda Fixa, serão listados os títulos,
como cada um deles é categorizado e os indexadores utilizados
neles.

4. Quais são os riscos da renda fixa?

O pensamento que não deve ser descartado em todas as


operações no mercado financeiro é que quanto maior for a
expectativa de retorno, maior é o risco, e vice-versa. Todo
investimento, seja renda fixa ou não, tem risco.

O risco para o senso comum muitas vezes se refere a incerteza da


rentabilidade. Contudo, existem vários tipos de risco no mercado
financeiro e falaremos a seguir dos principais que impactam os
títulos de renda fixa.

O primeiro risco é o risco de liquidez. Não são todos os casos em


que o investidor pode vender o seu título antes da data de
vencimento. Mas, em ocasiões em que é possível o resgate a
qualquer momento, é importante estar atento ao seguinte: os
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valores pagos pelo mercado no ato da venda, ao serem retirados
antes do prazo acordado, podem fazer o investidor deixar de
ganhar uma rentabilidade maior no longo prazo ou até perder
dinheiro.

O segundo é o risco de mercado, que está relacionado as oscilações


no cenário macroeconômico, como mudanças na política monetária
e fiscal. Os investimentos prefixados, como os de renda fixa,
apresentam um risco de ter a rentabilidade real prejudicada por
uma alta da inflação, caso os preços sofram uma elevação grande
ou quando o câmbio tem uma variação muito significativa. Também
é necessário que os investidores levem em conta os riscos que o
cenário político pode influenciar negativamente nas instituições.

E por fim, existe o risco de crédito que varia de acordo com a saúde
financeira da instituição escolhida para a emissão dos títulos. É
quando se avalia a possibilidade de o devedor não cumprir com as
suas dívidas ou outro imprevisto que possa comprometer o
pagamento do papel. O Tesouro Direto é um exemplo de título que
apresenta um risco de crédito menor, por ser emitido pelo Governo
Federal e assim, a chance de ele não pagar os seus credores é bem
baixa.

Os títulos emitidos por empresas ou bancos têm o risco atrelado a


solidez da própria instituição emissora. São as agências de
classificação de risco de crédito que fazem a avaliação das
companhias e costumam ajudar os investidores a não fazer
escolhas ruins. Por meio da nota dada por elas, o investidor diminui
a chance de não ter o seu dinheiro de volta.

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5. Como o Fundo Garantidor de Créditos protege meus
investimentos em renda fixa?

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma associação privada e


sem fins lucrativos que administra uma proteção aos investidores e
correntistas. Isto é, em casos de falência ou fechamento de uma
instituição financeira credenciada ao FGC, esse fundo pode
recuperar até R$250 mil em depósitos ou créditos. Ou seja, alguns
tipos de ativos contam com essa garantia que representa segurança
nas aplicações dos investidores em casos extremos.

Se um banco decreta falência, os investidores que têm o capital


aplicado nele, automaticamente perdem seu dinheiro. Mas a
história ganha um outro desfecho com o FGC. Isso porque ele conta
com instituições associadas que repassam, mensalmente, uma
parte das suas contas para a manutenção do fundo. Caso essa
organização financeira entre em falência ou algo semelhante e
esteja associada ao Fundo Garantidor de Créditos, existem
garantias de até R$ 250 mil (por CPF – apenas pessoa física) que
restituem parte ou total do que foi investido no título de renda fixa.
O que quer dizer que até o limite desses valores, o investidor não
perde o valor aplicado.

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Tipos de instituições associadas ao FGC:
• Caixa Econômica Federal
• Bancos
• Financeiras
• Bancos de desenvolvimento
• Sociedades de crédito, financiamento e investimento
• Sociedades de crédito imobiliário
• Companhias hipotecárias
• Associações de poupança e empréstimo

É importante dizer que o fundo é fiscalizado pelo Banco Central e


segue normas de capital em padrões internacionais. Além disso,
possui diversos modelos estatísticos de análise de risco ao sistema
e conseguem chegar a uma segurança na identificação dos
tamanhos de reservas ideais pensando no risco do sistema
financeiro. Desde o ano de sua criação, 1995, o fundo sempre
cumpriu com as garantias dos investidores quando foi necessário,
em um prazo médio de pagamento de 90 dias.

É possível haver prejuízo mesmo com o FGC, em um cenário


improvável, que seria uma falência generalizada, ou seja, as
instituições financeiras e os bancos quebrando ao mesmo tempo.
Porém isso é algo que, até os dias atuais, nunca aconteceu no
Brasil.

6. Tipos de Renda Fixa

6.1. Títulos Públicos

A modalidade de investimento em renda fixa que se enquadra


nessa categoria é o Tesouro Direto. Ele é um programa do Tesouro
Nacional – órgão responsável pela gestão da dívida pública, criado
em 2002 e elaborado em parceria com a Bolsa de Valores Brasileira.
É uma plataforma totalmente on-line para pessoas físicas poderem
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comprar títulos públicos federais a preços acessíveis. Mas antes de
darmos continuidade aos detalhes dessa modalidade de
investimentos, é importante explicar o que são títulos públicos.

Compreender o que é um título e como ele funciona é basicamente


pensar em um empréstimo, que nada mais é do que um montante
que você pega emprestado por um tempo e devolve ao credor,
futuramente, com os juros. Ou seja, os títulos públicos são papéis
que o Governo Federal emite para financiar os seus gastos.

Uma forma de investir em títulos públicos de maneira mais


democrática, com muitas opções de rentabilidade e rápida, é pelo
Tesouro Direto.

Como funciona o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto funciona como um empréstimo para o governo,


em que o investidor aplica um montante e o recebe acrescido de
juros no prazo de vencimento do título, definido no momento da
compra.

O Tesouro Direto é um título público de Renda Fixa emitido pelo


Governo Federal e por isso, o risco da operação tende a ser bem

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mais baixo. É um investimento acessível, com aplicações a partir de
R$30 e possuem uma boa rentabilidade. Além disso, a liquidez
desse título é diária para todos os papéis., permitindo o resgate do
valor investido a qualquer momento.

Os investidores que aplicam no Tesouro Direto podem recorrer a


diversas instituições financeiras como bancos e corretoras de
valores.

Nele existe uma variedade de títulos à venda que atendem a


diversos perfis de investidor. O rendimento dele pode estar
atrelado a alguns indexadores, a seguir detalhamos cada um deles:

Tesouro Selic - Esse modelo de Tesouro Direto é caracterizado


como pós-fixado e o seu rendimento está atrelado à variação da
taxa básica de juros da economia brasileira – a taxa Selic.

Tesouro Prefixado – Nessa modalidade do Tesouro Direto, a


rentabilidade anual é fixada, ou seja, é informada no momento da
compra do título. Caso o investidor decida resgatar os rendimentos
antes do prazo, tem a possibilidade de ganhar mais do que o
esperado, ou ter prejuízo – sacando menos do que o investido
inicialmente. Isso acontece porque a rentabilidade do título ao
longo do tempo, apresenta variação, subindo ou descendo de
acordo com as expectativas dos juros. Resumindo, o rendimento do
título vai depender do momento em que será resgatado.

Tesouro Prefixado com juros semestrais – Esse é o tipo de aplicação


em que o investidor também sabe, no momento da compra, qual
será o retorno obtido no vencimento do papel. A sua
particularidade está no pagamento do chamado cupom, juros
devidos até determinada data, que deve ser pago duas vezes ao
ano. A vantagem do título com juros semestrais está na

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possibilidade de o investidor ter um fluxo de caixa sem que para
isso seja necessário vender o papel antes do seu vencimento.

Vale lembrar que toda vez que o cupom é gerado, há o desconto da


alíquota máxima do Imposto de Renda (IR), 22,5%, sobre o ganho.
Essa é uma modalidade indicada para os investidores que
procuram por um fluxo de caixa semestral.

Tesouro IPCA – Esse modelo de Tesouro Direto é caracterizado


como híbrido, ou seja, mistura um retorno prefixado - definido no
momento da compra do título - com um pós-fixado, que é indexado
ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice que mede
a inflação. Portanto, o investidor terá um rendimento fixo e variável.

Por exemplo: Imagine um investidor que faz uma aplicação com 3%


de retorno nominal em um ano, porém a inflação desse mesmo
período ficou em 4%. Nesse caso, o dinheiro perdeu o seu valor. Já
nessa modalidade do Tesouro IPCA, o investidor terá um ganho real
– obtido pela parte prefixada do título, que ficará sempre acima da
inflação, e assim o papel fica protegido contra as oscilações da
mesma.

Tesouro IPCA com juros semestrais – É um modelo caracterizado


também como híbrido, com uma parte do seu rendimento
atrelado à variação do IPCA e a outra definida no momento da
compra do título. Vale lembrar que a parcela ligada ao rendimento
prefixado faz o pagamento integral apenas na data de resgate do
papel.

Essa modalidade do Tesouro IPCA com juros semestrais, a cada


semestre do ano paga um valor equivalente a remuneração
combinada no momento da compra do título. E a tributação do IR
seguirá da seguinte forma: no primeiro pagamento incide uma

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alíquota de 22,5% e nos demais o tributo segue a tabela regressiva
– até 15% para juros distribuídos em, no máximo, 720 dias.

Caso o investidor precise resgatar o capital aplicado antes do seu


vencimento, ele estará suscetível às circunstâncias do mercado no
momento presente. Isso quer dizer que o investidor pode receber
mais que o esperado - obtendo vantagem, ou menos, resultando
em prejuízo
.
Tem proteção FGC? Custos
Taxa de Custódia
Taxa de Administração
Não
IOF
IR

6.2. Renda Fixa Privada

Já na modalidade dos títulos privados em renda fixa, temos os


demais investimentos, com exceção da poupança.

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a. Debêntures

Em princípio, a debênture é um investimento em renda fixa que se


baseia em emprestar dinheiro para uma grande empresa pública
ou privada. Logo, o investidor concede um valor para a companhia,
ela investe e devolve o capital com juros no prazo acordado.

Geralmente, as organizações precisam captar recursos para


financiamentos de dívidas e investimentos. É aí que as instituições
financeiras, como os grandes bancos ou as corretoras, entram em
cena e distribuem essas dívidas para o mercado, buscando os
possíveis investidores. Depois de achados, elas emitem as
debêntures e estipulam um prazo de retirada do valor acrescido de
juros, que costumam ser maiores do que os juros de títulos de
instituições financeiras. A lógica é semelhante à de um
CDB (Certificado de Depósito Bancário), só que ele é emitido por
um banco e as debêntures são de empresas variadas.

Tipos de debêntures
• Simples – não permitem a conversão em ações. Sua finalidade
é apenas de financiamento da empresa emissora.

• Conversíveis – permitem a conversão em ações da própria


empresa na data do título ou no prazo estabelecido com a
organização. Os investidores que acreditam no potencial da
empresa emissora do título, geralmente, optam por esse tipo
de debêntures.

• Permutáveis – têm um funcionamento semelhante a anterior,


se diferenciando apenas na parte das ações. Ou seja, as
debêntures permutáveis podem ser convertidas em ações de
uma outra empresa, e não necessariamente a mesma
organização emissora.

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• Normativas – são expedidas em nome do investidor inicial.
Logo, o controle de transferências e o registro da debênture
são feitos em livro próprio da empresa emissora.

• Escriturais – também possuem o controle de transferências e


o registro emitido pela empresa. Porém, o ativo é mantido em
uma conta de custódia que fica no nome do investidor. Isso é
feito por meio de uma instituição financeira, que geralmente é
uma corretora de valores.

Vale ressaltar que há duas formas de resgate do dinheiro dos


investimentos feitos. A primeira é retirar o capital acrescido dos
juros no vencimento acordado e a segunda adquirir o montante no
mercado secundário, isto é, revendendo as suas debêntures pelo
preço de mercado.

Empresas emissoras de debêntures


Sociedades Anônimas (S.A.) com capital aberto ou fechado, não
podem ser do ramo de finanças e devem ter, obrigatoriamente,
cadastro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Tem proteção FGC? Custos


Não Debêntures comuns – IR
Debêntures incentivadas – Não têm

b. CDB e CCB

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e a Cédula de Crédito


Bancário (CCB) são aplicações em renda fixa emitidas por bancos
ou corretoras que remuneram o investidor dentro de um prazo
estabelecido no momento do investimento. Na prática, é por meio

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deles que as instituições financeiras arrecadam capital e devolvem
o dinheiro aplicado pelo investidor acrescido de juros (taxa de
rentabilidade).

O investidor empresta dinheiro para o banco e o mesmo concede


esse valor para pessoa física ou jurídica que solicite um empréstimo
naquela instituição financeira. Os ganhos de quem empresta -
investidor e banco - são obtidos por meio dos juros. O banco
estipula uma taxa de juros para compensar o investidor com aquela
opção de aplicação e ao transferir o dinheiro para um tomador de
crédito, repassa os juros ainda maiores para o retorno do capital.

Por exemplo, imagine um investidor que empresta R$4 mil para o


banco a uma taxa de juros de 2%. O banco repassa esses 4 mil reais
para uma pessoa física, mas com uma taxa de juros um pouco
maior, de 4%. Portanto, ao longo do tempo o banco irá recuperar o
dinheiro emprestado com um lucro suficiente para ele e para o
investidor.

A única diferença entre eles é a garantia, isto é, enquanto o CDB


possui uma proteção do FGC, a CCB não é protegida por ele. Porém
os emissores do título devem oferecer uma garantia real para os
investidores, como forma de segurança. Imóveis são exemplos
dessa garantia, pois em caso de o banco quebrar, a ponto de não
conseguir arcar com o pagamento da Cédula de Crédito Bancário,
essas construções são oferecidas. Outra garantia, além dos imóveis,
é a obrigação do banco de alocar diariamente todo o capital
proveniente de investimentos em Tesouro Selic. Dessa forma, a
garantia passa a ser o Estado.

Tem proteção FGC? Custos


CDB – Sim
IOF e IR
CCB – Não, possui garantia real

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c. LC

A Letra de Câmbio, conhecida pela sigla LC, é uma modalidade de


investimento em Renda Fixa utilizada pelas financeiras. Esse é o
detalhe que a diferencia dos CDBs, que são emitidos por bancos. O
objetivo dessa aplicação é captar recursos no mercado para
emprestar aos seus clientes.

Por não terem a mesma força que os grandes bancos, as financeiras


podem dar a falsa impressão de saírem na desvantagem. Porém
elas usam isso ao seu favor: transformam a oferta de juros mais
atrativas aos clientes, mostrando que na maioria das vezes,
superam a remuneração oferecida pelos bancos aos investidores
que aplicam em CDB.

Fugindo ao padrão dos demais investimentos em renda fixa, as


letras de câmbio geralmente não apresentam liquidez diária e o
vencimento fica entre 2 ou 3 anos. Portanto são aplicações
indicadas a investidores que procuram rendimentos a longo prazo.

O processo de investimento em LC é simples. No momento em que


o investidor adquire uma letra de câmbio, ele está emprestando
dinheiro para a companhia emissora do título. Em troca, ele recebe
o valor corrigido por juros. A rentabilidade acontece dentro de um
prazo estipulado na hora da compra da LC. Vale ressaltar que o
valor mínimo de aporte para essa modalidade de investimento varia
de acordo com cada financeira.

Tem proteção FGC? Custos


Sim IOF e IR

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d. LCI e LCA

A Letra de Crédito é uma categoria de investimentos em Renda Fixa,


emitida por instituições financeiras que possuam autorização do
Banco Central para efetuar operações de crédito que podem ser
destinadas ao setor imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). Isso
acontece porque a instituição financeira precisa de capital extra
entrando para ser capaz de conceder os empréstimos. A aplicação,
como o próprio nome sugere, estabelece uma relação com esses
dois mercados, de maneira que o objetivo é a captação de recursos
para investir nesses setores, incluindo projetos e financiamentos.

O processo ocorre da seguinte forma, o investidor compra uma LCI


ou LCA que foi emitida, por exemplo, por um banco. A instituição
financeira repassa o capital aplicado ao setor envolvido e por fim,
depois de um período acordado de tempo, o valor é devolvido ao
investidor acrescido de juros. Essas modalidades funcionam como
um empréstimo em que o investidor é o credor.

Os juros são a forma como os bancos lucram com esses serviços de


crédito. O que também é o fator que torna essas aplicações
atrativas ao investidor, já que o dinheiro investido volta para ele
acrescido de juros. Claro, que os juros obtidos pela instituição
financeira são bem maiores que os repassados ao investidor, mas
isso não tira do investimento o seu caráter vantajoso.

Tem proteção FGC? Custos


Sim Não tem

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e. CRI e CRA

Quem investe em Certificados de Recebíveis adquire um fluxo de


rendimentos de créditos que são fornecidos por meio do
financiamento de projetos imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA).
Uma vez que o investidor compra esses papéis, pode receber uma
remuneração do emissor do título somado ao montante investido
inicialmente de forma periódica ou em uma data de vencimento do
papel, estabelecida na hora da aplicação.

Por exemplo, existem títulos que pagam os juros periodicamente ao


investidor, já outros pagam o valor completo no vencimento do
papel. E além deles, há os que retornam parte do dinheiro ao
investidor acrescido aos juros. Nesse último caso, o débito da
empresa com o investidor vai sendo amortizado, ou seja, liquidado
aos poucos.

A companhia que concede o crédito para o empreendimento usa


os certificados de recebíveis como forma de antecipação dos seus
recursos. E, por isso, contrata uma empresa securitizadora que faz
a ponte entre as instituições que precisam de crédito e os
investidores que querem lucrar com esse tipo de aplicação.

O ato de securitizar significa transformar créditos a receber –


pagamentos de um financiamento ou parcelas de uma venda a
prazo, em papéis que permitem ser comprados por investidores e
são negociados no mercado.

Pode ser que surja o questionamento sobre a diferença entre a


Letra de Crédito e o Certificado de Recebíveis. Por isso, montamos
uma tabela que facilita essa assimilação. Veja:

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Letra de Crédito Certificado de Recebíveis
IR Isento Isento
FGC Possui Não possui
EMISSOR Banco Companhia Securitizadora
RISCO DE CRÉDITO Falência do banco emissor Risco de calote dos compradores
LIQUIDEZ No vencimento No vencimento

Vale ressaltar que os investidores que escolhem aplicar em


certificado de recebíveis podem comprar os títulos participando de
uma oferta pública – venda direta do emissor, ou aderir ao papel no
mercado secundário - comprar de outro investidor.

Ao que se refere aos prazos dessa modalidade de investimento, na


maioria das vezes, são aplicações que ficam entre cinco a dez anos,
podendo chegar a 15. E o resgate antecipado não é permitido, logo,
é um investimento de longo prazo.

Tem proteção FGC? Custos

Não Não tem

Rentabilidade da Renda Fixa Privada


A rentabilidade desses papéis pode ser fixada no momento da
compra, ou pode apresentar variações de acordo com índices bases
da economia, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), a
inflação, a taxa de juros e outros. De maneira geral, o indexador
mais utilizado é o CDI.

A classe da Renda Fixa pode ser:


Prefixada – A taxa de rentabilidade dos ativos é fixa e o investidor
sabe no momento da compra quanto o capital aplicado vai render
até o vencimento. Essa modalidade é recomendada quando a
previsão é de queda dos juros da economia.

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Além disso, a renda fixa prefixada é caracterizada por ter os papéis
mais negociados do mercado, ocasionando a definição diária dos
seus preços. Sendo assim, o investidor que escolhe esse tipo de
aplicação pode ser beneficiado, já que as taxas de juros ao cair
valorizam o preço dos títulos;

Pós-fixada – Na renda fixa pós-fixada o investidor tem a informação


de qual será o indicador de referência para calcular a rentabilidade
do papel desde o momento do investimento. Porém não existe a
certeza de qual será o retorno da aplicação, porque o valor pode
apresentar variação de acordo com o indexador base do título.
Existe apenas uma previsão de qual será a rentabilidade do
investimento, tendo como base as expectativas sobre o
comportamento do índice de referência e do tempo de aplicação.

Nesse caso, ao escolher esse modelo de investimento em renda


fixa, o investidor se beneficia com a alta dos juros da economia, já
que os títulos acompanham esse comportamento e acabam
rendendo mais.

Híbrida – Como o nome já deixa claro, essa categoria de


investimento em renda fixa mistura a taxa de rentabilidade entre
fixa e variável. Ou seja, ele corrige um índice e ainda adiciona um
rendimento fixo.

Por exemplo, uma aplicação que oferece um rendimento de 4% +


CDI. Logo, o investidor tem uma parte da rentabilidade que vai
variar de acordo com o índice de referência do título, nesse caso o
CDI e ainda haverá um acréscimo de rendimento prefixado, de 4%.

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6. Vantagens e Desvantagens de investir em Renda Fixa

Como falamos inicialmente, uma das grandes vantagens da renda


fixa é sua previsibilidade de retorno. Do ativo mais conservador até
o ativo mais arriscado, é possível estimar mais facilmente o quanto
um ativo de renda fixa pode te remunerar.

Acompanhada dessa vantagem de previsibilidade, existe a


vantagem de que ter ativos previsíveis facilitam o planejamento
financeiro. Essa previsibilidade ajuda na construção de objetivos de
vida ao facilitar provisionamentos e planejamento de reservas.

Uma outra vantagem da renda fixa é a possibilidade de usá-las


como garantia para alavancagem patrimonial. Muitas vezes esses
investimentos servem como garantia para empréstimos ou até
mesmo como garantia para operações mais arriscadas no mercado
financeiro.

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Uma desvantagem dos ativos de renda fixa é que, às vezes e a
depender do prazo de vencimento do título, as remunerações
pactuadas podem não acompanhar as oscilações dos cenários
macroeconômicos. Por exemplo, se hoje você tem um título de
renda fixa que rende 3% fixo e a inflação está 4%, então você está
perdendo dinheiro.

Uma outra desvantagem é depender do risco e coberturas, você


pode sim perder todo o dinheiro investido caso o devedor não
consiga arcar com a dívida. O FGC reduz esse risco, contudo não é
todo ativo de renda fixa que é coberto por ele.

7. Diferença da Renda Fixa para outros tipos de


investimentos

7.1. Renda Fixa X Renda Variável

As duas rendas são modalidades de investimentos e estão


associadas a previsibilidade de retorno. Mas ao contrário da renda
fixa, a variável não apresenta essa previsão de retorno. Ou seja, não
há certeza de quanto será o rendimento. O motivo dessa
indefinição é que as condições de mercado impactam muito
rapidamente os ativos. Além disso, outros fatores acabam
impactando o preço como o cenário político e econômico dentro e
fora do país, a área de atuação de cada mercado e outras variáveis
que não dependem do ativo em si.

O funcionamento entre elas também é distinto, pois a renda variável


se baseia na compra de parte de um negócio, como uma empresa
ou um empreendimento imobiliário. E a renda fixa, como citamos
anteriormente, é uma espécie de empréstimo do dinheiro para o
emissor, que podem ser bancos, empresas ou o próprio governo.

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O mercado de ações é um exemplo de investimento em renda
variável. No momento em que o investidor compra uma ação de
uma companhia, torna-se sócio dela e, automaticamente, tem
participação nos lucros. Porém o recebimento deles vai depender
do desempenho da instituição, ou seja, se ela está financeiramente
bem ou mal. Essa modalidade de aplicação não apresenta
previsibilidade de retorno, já que é impossível prever em qual
situação uma empresa vai estar no futuro.

7.2. Renda Fixa X Fundo de Investimentos em Renda Fixa

O Fundo de Investimentos em Renda Fixa é uma espécie de


aplicação coletiva em que diversos investidores compram cotas e
adquirem os rendimentos de acordo com a política de cada fundo,
que são previamente estabelecidas. Nessa modalidade de
investimento a aplicação é feita em vários ativos dessa categoria e
garante uma grande diversificação da carteira. O que não acontece
quando o investimento é em apenas um dos tipos de papéis da
renda fixa.

O fundo não é gerenciado pelo investidor, e sim por um gestor,


profissional responsável por toda a administração dos ativos. Por
isso, alguns fundos possuem a cobrança de uma taxa de
administração, por esse serviço personalizado.

Para escolher entre um ativo ou um fundo de Renda Fixa é


importante que o investidor leve em consideração outros fatores
como:

Prazo de vencimento – por quanto tempo você quer deixar o seu


dinheiro aplicado? Quando pretende fazer o resgate? Isso porque
os fundos oferecem uma rentabilidade em um tempo menor que
os ativos. Logo, se a intenção do investidor é um resgate em um

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prazo menor, o fundo é mais aconselhável. Caso isso não faça
diferença, a escolha pelos títulos de renda fixa não fará diferença
nesse quesito.

Garantia – Ao contrário dos ativos em renda fixa, o fundo não


oferece garantia do FGC. Mas se o investidor for aplicar um capital
superior aos R$250 mil, valor limite coberto pelo Fundo Garantidor
de Créditos, não faz diferença optar pelo ativo ou pelo fundo. Isso
porque ambos não estarão protegendo o seu patrimônio. Caso o
investidor aplique um valor inferior ao coberto pelo FGC, nesse
critério o investimento em títulos sai em vantagem.

A escolha por uma das duas formas de aplicação é muito particular


a cada investidor. Por isso, é fundamental analisar os critérios. A
questão maior será atender as suas prioridades, então analise
todos os fatores característicos das duas modalidades e veja qual
se encaixa melhor com os seus objetivos.

8. Custos

A maioria dos investimentos em Renda Fixa envolvem custos. Os


principais deles são os tributos de Imposto de Renda (IR) e o
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

• Imposto de Renda (IR)

O IR vai apresentar uma variação de acordo com o tempo que o


investimento ficará aplicado. Ele é cobrado no rendimento final, na
hora do resgate. Observe a tabela a seguir:

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Prazo de Aplicação Alíquota
Até 180 dias 22,5%
De 181 dias até 360 dias 20%
De 361 dias até 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15%

• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

O IOF incide sobre o rendimento que é resgatado antes do


investimento completar 30 dias. Montamos uma tabela com o IOF
aplicado durante cada dia desse período.

Dias IOF Dias IOF Dias IOF


corridos corridos corridos
1 96% 11 63% 21 30%
2 93% 12 60% 22 26%
3 90% 13 56% 23 23%
4 86% 14 53% 24 20%
5 83% 15 50% 25 16%
6 80% 16 46% 26 13%
7 76% 17 43% 27 10%
8 73% 18 40% 28 6%
9 70% 19 36% 29 3%
10 66% 20 33% 30 0%

Alguns investimentos, como é o caso do Tesouro Direto, podem


apresentar a cobrança de taxas de custódia e administração. A
seguir explicamos como funcionam esses custos.

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• Taxa de Custódia

A taxa de custódia atrelada ao Tesouro Direto é configurada pelo


valor pago pelo serviço da Bolsa de Valores Brasileira, que fica
responsável pela tutela dos títulos públicos. Além disso, ela oferece
as informações e movimentações de saldos ao investidor. Essa taxa
corresponde a 0,25% ao ano sobre o capital investido e é cobrada
semestralmente.

A exceção da taxa de custódia é para os investidores com, no


máximo, R$10 mil no Tesouro Selic. Logo, investidores que
pertencem a esse perfil são isentos dessa cobrança. Caso os
estoques superem esse limite de 10 mil reais, a taxa incide apenas
sobre o valor que excedeu.

Por exemplo: suponha que um investidor tem um montante de


R$13 mil aplicados no Tesouro Selic. Nesse contexto, ele pagará
0,25%, que equivale a R$2,50 ao ano, referente ao valor de R$3 mil,
que foi a quantia excedente ao limite.

• Taxa de Administração

A taxa de administração é uma forma de remuneração cobrada por


fundos de investimento para fazer gestão de carteiras de ativos de
renda fixa diversificados. Como são gestores profissionais e têm a
possibilidade de investir grandes quantidades de dinheiro,
conseguem ativos e oportunidades melhores.

Conclusão

Depois de reunir vários detalhes importantes sobre a Renda Fixa


nesse guia completo, a dica que te damos é: conte com o suporte
de um dos melhores escritórios de investimentos do Brasil, a
InvestSmart. Marque uma reunião e comece a investir hoje mesmo!

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