Você está na página 1de 3

DISCURSO - ORADOR DA TURMA MATHEUS HENRIQUE ANDRADE

Boa noite! Antes de dar início à minha fala, gostaria de agradecer à Elite Eventos
por toda organização e suporte durante esses anos de espera e principalmente
durante essas últimas semanas que antecederam o evento.

Bom, gostaria de cumprimentar primeiramente à coordenadora do curso e


presidente desta cerimônia, Profª Mestre Rafaella Sá, à Paraninfa da turma, Profª
Mestre Gina Quirino, o nosso Patrono, Profª Mestre João Damasceno e aos demais
professores e professoras que compõem esta mesa de honra. Caros docentes, é
com imensa gratidão que eu afirmo que cada um de vocês teve papel fundamental
em nossa jornada acadêmica. Divergências teóricas à parte, nos transmitiram
ensinamentos que vão para além das páginas das xerox (e foram muitas!). Durante
esses anos foram modelos de profissional e ser humano. E como resultado dos
seus esforços aqui estão os sonhos que vocês ajudaram a moldar. Vocês não estão
aqui por acaso. Obrigado!

Cumprimento também a todos vocês, familiares e amigos, por estarem aqui


presentes, não só durante esta etapa e nesta noite tão especial, mas em uma
jornada ainda maior, a vida. Vocês nos ajudaram a formar quem somos, eu sei que
isso parece uma despedida (e de certa forma é), mas carregaremos cada um de
vocês em todas as coisas que fizermos e para nos lembrarmos de quem nós somos
e de quem deveríamos ser. Vocês também não estão aqui por acaso. Obrigado!

Agora me dirijo aos caros colegas de turma, tanto os aqui presentes como os que
não puderam estar conosco esta noite.
6 anos… Após 6 longos anos de UESPI, estamos finalmente nos formando.
Entramos após uma greve, fomos afetados por mais uma no meio do caminho,
vivenciamos diversos problemas estruturais (falta de projetor, se teríamos sala, se o
teto ou o chão não iriam ceder a qualquer momento, se o ar-condicionado estava
funcionando), vários desafios acadêmicos e pessoais, falta de dinheiro, falta de
professores, professores cumprindo rigorosamente o horário até 20h, pegar ônibus,
mais falta de dinheiro, estagiar, trabalhar, estudar e por fim veio a cereja do bolo, a
pandemia. Eu sei, todos vão pensar que somos imortais. Pelo menos era pra ser
assim, afinal, após tudo isso, estamos finalmente nos formando. É, parece que
também não estamos aqui por acaso.

Mas em meio a tantas turbulências também vivenciamos momentos de calmaria e


muita alegria. Pelos corredores do CCS éramos conhecidos por ser uma turma
muito unida e de gente muito bonita. Tretas? Nem pensar, a gente só queria estudar
e tomar uns vinhos baratos no final da tarde. (Isso pode ter mudado ao longo do
tempo? Sim, faz parte da formação e do processo de conviver com as diferenças
uns dos outros). Calouradas, seminários, dieta a base de salgados da Modelo, coca,
café, bombons.
Almoço? Pra quê?!
Pensando bem, agora não sinto tanta falta daquela época. Kkk
Mas sinto falta da forma como encontrávamos prazer em coisas pequenas, mesmo
quando coisas maiores desmoronavam. Não podíamos controlar o mundo no qual
vivíamos, não podíamos fugir de coisas nem de pessoas nem de momentos que nos
faziam mal, mas tínhamos prazer nas coisas que nos deixavam felizes. Por favor,
não percamos isso nunca.

Mas como em nossos 6 anos de UESPI, o que torna a vida valiosa é justamente o
fato de não durar para sempre. O que a torna preciosa é que ela termina. Hoje é um
dia especial para nos lembrar que tempo é sorte. E eu tive muita sorte de
compartilhar parte dele com vocês. Então não desperdicemos nosso tempo vivendo
a vida e os anseios de outras pessoas. Às vezes podemos escolher o caminho que
seguimos. Às vezes nossas escolhas não são feitas por nós. E às vezes nós não
temos escolha nenhuma.
Durante esses 6 anos fomos mudando a cada dia, a cada aula, a cada elogio e
crítica. E é exatamente disso que se trata o fazer da Psicologia, independentemente
da abordagem: proporcionar a mudança.
Parafraseando o Skinner: Não considerem nenhuma prática como imutável. Mudem
e estejam prontos a mudar novamente. Não aceitem verdade eterna. Experimentem.

Por fim, pode ser fácil se sentir esperançoso em um dia lindo como hoje, mas
haverá dias difíceis à nossa frente. Dias em que nos sentiremos sozinhos, e é
nesses dias que precisamos de esperança. Não importa o quão ruim fiquemos ou o
quão perdidos nos sintamos. Não percamos a esperança - o que procuramos será
encontrado. Temos que ser maiores do que o que sofremos. Meu desejo é que nos
tornemos esperança. As pessoas precisam disso. E mesmo se falharmos não há
melhor forma de viver.

Confiemos naqueles que ajudamos para nos ajudarem na vez deles. Confiemos em
nossos sonhos. Confiemos em nosso coração e em nossa história. Nós estamos
vivos. Isso quer dizer que temos potencial infinito. Podemos fazer qualquer coisa,
construir qualquer coisa, sonhar qualquer coisa. É preciso enfrentar a vida e fazê-la
valer alguma coisa, lutemos por aquilo que nos importa. Seja o que for. Porque
mesmo que tenhamos dúvidas, não tem jeito melhor de viver.

Obrigado pelo caminho até aqui, mas nós ainda temos uma longa estrada a
percorrer. Boa sorte a todos!

Você também pode gostar