Você está na página 1de 25

47

48
As Autoras

Doraci Batista de Tolêdo Manguci possui graduação em CIÊNCIAS CONTÁBEIS


e em DIREITO pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Pós-
Graduada em Prática Jurídica, Direito Tributário e Processo Tributário, Pós-
Graduanda em Ciências de Segurança Pública pela Universidade Estadual de Goiás
(UEG), Mestra pela PUC-GO, Professora de Graduação e Pós-Graduação e MBA,
leciona a mais de sete anos nos cursos de Contabilidade, Administração, Gestão
Comercial e Direito. Orientadora de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC),
trabalhos acadêmicos na graduação, como Artigos Científicos, Monografias. Na pós-
graduação orienta artigos científicos. Tem experiência na área de Assessoria,
Consultoria e Administrativa, com ênfase em Ciências Contábeis. E-mail:
mangucci.toledo@gmail.

Soraya Pedroso Coqueiro possui graduação em CIÊNCIAS CONTÁBEIS pela


PUC-GO, Pós-Graduada em Auditoria e Gestão Governamental, Mestra pela PUC-
GO em Desenvolvimento e Planejamento Territorial, Professora na Graduação.
Leciona a mais de nove anos nos cursos de Contabilidade, Administração e Gestão
Comercial. Orientadora de TCC, trabalhos acadêmicos na graduação, como
artigos científicos, monografias. Atua na área de Contabilidade Pública Municipal.
E-mail: sorayapedrosoc@gmail.com.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

M277c Manguci, Doraci Batista de Toledo


Contabilidade geral I / Doraci Batista de Toledo
Manguci; Soraya Pedroso Coqueiro – Goiânia: NUTEC,
2017.
66 p. : il. - (Educação a distância Araguaia).

Possui bibliografia.

1. Contabilidade. 2. Educação a distância –


Contabilidade. 3. Educação superior. I. Faculdade Araguaia.
II. Título.
ISBN: 978-85-98300-25-2
CDU:
657(07)

49
FACULDADE ARAGUAIA – FARA
1º Edição – 2016

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais.

DIRETORIA GERAL
Professor Mestre Arnaldo Cardoso Freire
DIRETORIA FINANCEIRA
Professora Adriana Cardoso Freire
DIRETORIA ACADÊMICA
Professora Ana Angélica Cardoso Freire
DIRETORIA ADMINISTRATIVA
Professor Hernalde Menezes
DIRETORIA PEDAGÓGICA
Professora Mestra Rita de Cássia Rodrigues Del Bianco
VICE-DIRETORIA PEDAGÓGICA
Professor Mestre Hamilcar Pereira e Costa
COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Professora Especialista Terezinha de J. Araújo Castro
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Professora Doutora Tatiana Carilly Oliveira Andrade
Professora Mestra MonikeHyasmin Gomes Miranda
Professor Especialista Guilherme Augusto Montes
COORDENAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO EM VÍDEO E WEB
Professora Doutora Tatiana Carilly Oliveira Andrade
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL
Bruno Adan Vieira Haringl
Isabela De Souza Takahashi

FACULDADE ARAGUAIA
Unidade Centro – Polo de Apoio Presencial
Endereço: Rua 18 nº 81 - Centro - Goiânia-GO, CEP: 74.030.040
Fone: (62) 3224-8829
Unidade Bueno
Endereço: Av. T-10 nº 1.047, Setor Bueno - Goiânia-GO, CEP: 74.223.060
Fone: (62) 3274-3161
Site Institucional
www.faculdadearaguaia.edu.br

NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Polo Goiânia: Unidade Centro
Correio eletrônico: nutec@faculdadearaguaia.edu.br

50
SUMÁRIO

UNIDADE IV – DEMONSTRAÇOES CONTABEIS .................................................. 52


4.1 Balanço Patrimonial (BP) ............................................................................. 52
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ...................................... 54
4.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ................. 55
4.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) .................. 56
4.5 Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) ..................................................... 57
4.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas e Parecer
de Auditoria ......................................................................................................... 60
4.7 Operações Com Mercadorias....................................................................... 61
4.7.1 Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) ....................................... 61
4.7.2 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ........................................ 62
4.7.3 Métodos de avaliação de estoques ................................................. 63
ATIVIDADES ......................................................................................................... 70
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 71

51
UNIDADE IV – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Caros alunos, durante o curso, já tivemos a oportunidade de estudar o Balanço


Patrimonial e as Variações Patrimoniais, nesta unidade, estudaremos a
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros e Prejuízos
Acumulados, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos
Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado, também veremos as Notas
Explicativas e faremos uma introdução aos Pareceres de Auditoria.
As Demonstrações Contábeis são exigidas pela Lei n. 6.404/1976 – Lei das
Sociedades Anônimas –, pelo Regulamento do Imposto de Renda – RIR –, pelo
Conselho Federal de Contabilidade – CFC –, mas os tipos de Demonstração que cada
entidade deve apresentar vai depender do formato de sua constituição e porte.
Conforme a Lei n. 6.404/1976, em seu artigo 176, ao final de cada exercício
social, cada entidade deve apresentar as seguintes Demonstrações:
I – balanço patrimonial;
II – demonstração de lucros ou prejuízos acumulados,
III – demonstração do resultado do exercício;
IV – demonstração dos fluxos de caixa;
V – demonstração do valor adicionado.

4.1 Balanço Patrimonial (BP)

O Balanço Patrimonial é o resultado dos saldos de todas as contas de uma


empresa, é por meio dele que a empresa tem uma posição de como foi o seu
desempenho em período ou exercício, esta demonstração apresenta todos os bens e
direitos da empresa, como também todas as obrigações em determinada data.
O Balanço Patrimonial é obrigatório em todas as empresas (exceto Micro
Empreendedor Individual – MEI), é com ele que a entidade tem a ciência do que
obteve de crescimento tanto nos seus recursos.
O balanço patrimonial é a demonstração responsável por mostrar em um
determinado momento, normalmente, quantitativa e qualitativamente o patrimônio
líquido de uma organização. O balanço pode ser apresentado em colunas justapostas,
ou seja, Ativo de um lado e Passivo + Patrimônio Líquido (PL) do outro lado, ou em

52
colunas sobrepostas, sendo uma em cima do outro, sempre na ordem Ativo, Passivo,
PL.
Os grupos de contas do balanço já sofreram várias modificações desde o
surgimento dessa demonstração, a última alteração ocorreu com a Lei n. 11.941, de
2009. Com essa alteração, o balanço passou a ter a seguinte estrutura conforme o
art. 178: Ativo Circulante, Ativo Não Circulante (Realizável a Longo Prazo;
Investimentos; Imobilizado; Intangível), Passivo Circulante; Passivo Não Circulante;
Patrimônio Líquido.
O ativo é o grupo onde se localizam os bens e direitos da organização, dividido
naqueles de curto e longo prazos, mostra para o usuário de que forma foi investido o
capital da empresa. O passivo é onde ficam as obrigações da empresa, ou seja, suas
dívidas e compromissos. O passivo também se divide naqueles de curto e longo
prazos, ficando os de curto prazo no Circulante e os de longo prazo no Não Circulante.
Essa parte do passivo é chamada de capital de terceiros, pois é obtido por intermédio
de empréstimos, financiamentos, compra a prazo, em suma, recursos de outras
pessoas ou empresas emprestadas à organização para manutenção de sua operação.
Patrimônio Líquido (PL), também chamado de capital próprio, é onde fica a
fonte de recursos próprios da empresa, que são o capital social (recursos ou estruturas
cedidas pelos sócios para composição da empresa), os lucros, as reservas, entre
outras.

Patrimônio Líquido corresponde à parcela do patrimônio que


pertence ao proprietário do negócio. Os elementos do
Patrimônio Líquido são constituídos pelo capital, representado
pela soma de investimentos realizados pelo proprietário, pelos
sócios, pelas reservas de capital e de lucros, entre outros
(ARAÚJO, 2009, p. 15).

O passivo total (que é a soma do capital de terceiros e o capital próprio) é


chamado de origem dos recursos. O passivo tem suas contas organizados pela ordem
de exigibilidade. A ordem de liquidez do ativo significa o quão liquida é a conta, ou
seja, com que velocidade ela se transformará em dinheiro (espécie), por esse motivo
as contas caixa e banco serão sempre as contas mais líquidas do ativo, assim como
contas de terrenos e outros imobilizados que têm uma certa dificuldade na venda ou
demora no processo de recebimento serão contas de menor liquidez.
No passivo, a ordem de exigibilidade se dá na forma que serão pagas as
53
dívidas e os compromissos, logo, aquelas que serão pagas mais cedo serão as
primeiras na ordem de classificação. Essa ordem de liquidez/exigibilidade ajuda o
usuário a ter conhecimento de quais são seus compromissos mais urgentes ou
recebimentos, de forma a manter um melhor controle de seu capital de giro.

Estrutura Básica do Balanço Patrimonial


BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
- Disponível PASSIVO NÃO CIRCULANTE
- Créditos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
- Estoques - Capital Social
- Despesas do exercício seguinte - Reservas de capital
ATIVO NÃO CIRCULANTE - Ajustes de avaliação patrimonial
- Realizável a longo Prazo - Reservas de lucros
- Investimentos - Ações em tesouraria (-)
- Imobilizado - Resultados acumulados (+/-)
- Intangível
Fonte: Quintana (2012, p. 66) apud Quintana (2014).

4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada de forma


qualitativa e quantitativa da posição patrimonial e financeira, o objetivo é fornecer
informações sobre a posição patrimonial e financeira, resultado e o fluxo financeiro de
uma entidade, são úteis para os usuários na tomada de decisões.
Os usuários internos das informações contábeis, para fins de administração da
entidade, como o titular da firma, ou seja, empresário, sócios, acionistas, diretores,
utilizam essas informações para as tomadas de decisão. Os usuários externos são
governo, bancos, fornecedores, auditores, eles concentram suas atenções nas
demonstrações contábeis, devem ser suficientes para a avaliação da situação
patrimonial da entidade e das mutações ocorridas em seu patrimônio.
Demonstração do Resulto do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil
que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do
patrimônio líquido entre duas datas. Ela deve ser apresentada de forma dedutiva, isto

54
é, inicia-se com receita bruta operacional e dela deduz-se custos e despesas, para
apurar o lucro líquido. Ela demonstra a situação dinâmica da empresa.
A DRE é uma demonstração que tem o objetivo de mostrar a situação
econômica real da entidade, seja lucro ou prejuízo.
A Lei n. 6.404/1976 em seu artigo 187 descreve a DRE:

art. 187. A Demonstração do Resultado do Exercício discriminará:


I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e
serviços vendidos e o lucro líquido;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras
despesas [...] (BRASIL, 1976).

Conhecendo a DRE
Receita bruta – total geral das vendas
(-) Deduções – impostos cobrados do consumidor/devoluções
(=) Receita líquida – total das vendas menos os impostos
(-) custos da mercadoria vendida – gastos de produção
(=) lucro bruto – receita líquida menos o CMV
(-) despesas – gastos operacionais
(=) lucro/prejuízo operacional – resultado após os gastos operacionais
(-) outras despesas – gastos imprevistos
(=) lucro antes do Imposto de Renda – lucro antes do IR
(-) Despesa com IR – parcela com IR
(-) Participações Estatutárias sobre o Lucro – distribuição do lucro
(=) Lucro /Prejuízo Líquido – parcela da entidade

4.3 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

Demonstração do lucro ou prejuízo acumulados (DLPA) é a demonstração que


tem o objetivo de apresentar todas as alterações no saldo da conta de prejuízos ou
lucros acumulados no Patrimônio Líquido que ainda não foram divididos entre os
acionistas ou sócios. O detalhamento de como aconteceram essas modificações no

55
patrimônio deve ser feito. É obrigatória para as sociedades limitadas e algumas outras
empresas determinadas pela legislação do Imposto de Renda.
A DLPA deve apresentar as modificações de todas as contas que compõem o
Patrimônio Líquido da entidade. O lucro do exercício acarretará um lançamento credor
no PL na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados e o prejuízo credor. Após a apuração
do lucro nas entidades, é necessário saber o que fazer com ele, normalmente uma
parcela do lucro é distribuída aos donos da empresa (acionistas ou sócios) em
dinheiro, remunerando o capital investido, em forma de dividendos. Outra parcela
pode retornar à entidade, em forma de reservas. Esta parcela é conhecida como lucro
retido (não distribuído) e, mais cedo ou mais tarde, será incorporada ao Capital Social.
Após a apuração do lucro, soma-se ao lucro já existente e faz-se as destinações
específicas. A legislação brasileira estabelece que o lucro não pode ser influenciado
por valores anteriores. A DLPA representa um elo entre o Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício.
Após a apuração do lucro, o resultado será anunciado aos sócios para a
indicação das tomadas de decisões.

4.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) expõe a


movimentação das contas do Patrimônio Líquido ocorrida durante o exercício. Assim,
todo aumento e a diminuição do Patrimônio Líquido são apresentados por meio desta
demonstração, também evidencia na formação e utilização das reservas. A DMPL não
é obrigatória pela lei 6404/1976, mas sua publicação é exigida pela CVM em sua
instrução n. 59, de 22 de dezembro, de 1986, para as companhias abertas. A DMPL,
dada sua amplitude inclui, a DLPA.

Fatos contábeis que aumentam o patrimônio líquido:


 lucro líquido do exercício;
 ajustes credores de exercícios anteriores;
 aumento do capital por integralização dos sócios;
 constituição de reservas de capital.

56
Fatos contábeis que diminuem o patrimônio líquido:
 prejuízo do exercício;
 ajustes devedores de exercícios anteriores;
 distribuição de dividendos.

Fatos contábeis que não alteram o patrimônio líquido:


 aumento do capital com utilização de reservas;
 formação de reservas criadas a partir do saldo da conta lucros ou prejuízos
acumulados;
 reversões de reservas;
 compensação de prejuízos com reservas.

4.5 Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) deve fornecer informações


importantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de determinado
período, apresentando as transações de caixa oriundas das seguintes atividades:
operacionais, de investimentos e de financiamento. As informações contidas na DFC,
em conjunto com outras demonstrações contábeis, devem ser suficientes para que
seus usuários possam conhecer e avaliar a capacidade de geração de caixa da
empresa. Pode ser elaborada pelo método direto ou indireto.
Esta Demonstração tem o objetivo de apresentar toda a movimentação ocorrida
no caixa durante o exercício social. Lembrando que a DFC apresenta a movimentação
da conta caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo (equivalente de caixa).
A DFC deve apresentar as variações do caixa, nos três segmentos:
operacionais, investimentos e financiamentos. Ela pode ser apresentada da forma
direta ou indireta, a diferença principal está na maneira de apresentação das
atividades operacionais, as atividades de investimentos e financiamentos se
apresentam da mesma forma em ambas.
As atividades operacionais estão ligadas ao esforço para a realização das
atividades finalísticas da entidade e podem acontecer em forma de ingressos ou
saídas.

57
Como exemplos de ingressos operacionais temos recebimentos de receitas,
comissões ou desconto de duplicadas; como saídas temos os pagamentos à vista de
fornecedores, despesas financeiras e indenizações.
As atividades de investimentos estão ligadas a aplicações financeiras e podem
ser em forma de aquisição de títulos do mercado financeiro, empréstimos e
adiantamentos e/ou recebimento de venda de títulos, e amortizações de empréstimos
ou adiantamentos concedidos.
Nas atividades de financiamento, temos como exemplo os aumentos de capital
pelos sócios ou distribuição de dividendos.
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO DIRETO
Fluxos de caixa das atividades operacionais:
Recebimento de clientes (+)
Pagamentos de Fornecedores (-)
Pagamentos de empregados (-)
Pagamentos de seguros (-)
Pagamentos de impostos e outras despesas legais (-)
Recebimentos de seguros (+)
Caixa líquido resultante das atividades operacionais (=)
Fluxos de caixa das atividades de investimentos:
Recebimento por venda de imobilizado ou intangível (+)
Pagamento por aquisição de imobilizado ou intangível (-)
Pagamento por aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido resultante das atividades de investimento (=)
Fluxos de caixa das atividades de financiamento:
Recebimento por empréstimos obtidos (+)
Recebimento por emissão de ações (+)
Pagamento por aquisição de ações próprias (-)
Caixa líquido resultante das atividades de financiamento (=)
Aumento/diminuição do líquido de caixa e equivalentes de caixa (=)
Caixa e equivalentes de caixa – início do ano
Caixa e equivalentes de caixa – final do ano

Fonte: Quintana (2012, p. 72) apud Quintana (2014).

58
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO
Fluxos de caixa das atividades operacionais:
Lucro líquido antes do imposto de renda e da contribuição social
Ajustes:
Depreciação e amortização (+)
Provisão para devedores duvidosos (+)
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-)
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-)
Aumento/diminuição em clientes (+/-)
Aumento/diminuição em estoques (+/-)
Imposto de renda e contribuição social pagos (-)
Caixa líquido resultante das atividades operacionais (=)
Fluxos de caixa das atividades de investimentos:
Recebimento por venda de imobilizado ou intangível (+)
Pagamento por aquisição de imobilizado ou intangível (-)
Pagamento por aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido resultante das atividades de investimento (=)
Fluxos de caixa das atividades de financiamento:
Recebimento por empréstimos obtidos (+)
Recebimento por emissão de ações (+)
Pagamento por aquisição de ações próprias (-)
Caixa líquido resultante das atividades de financiamento (=)
Aumento/diminuição do líquido de caixa e equivalentes de caixa (=)
Caixa e equivalentes de caixa – início do ano
Caixa e equivalentes de caixa – final do ano

Fonte: Quintana (2012, p. 73) apud Quintana (2014).

59
1.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Nota Explicativa e Parecer de
Auditoria

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) deve fornecer informações


relativas à riqueza criada pela empresa e como elas foram distribuídas e as
distribuições da riqueza criada devem ser detalhadas da seguinte forma: pessoal e
encargo; imposto, taxas e contribuições; juros e aluguéis; juros sobre o capital próprio
e dividendos; e lucros retidos.
A Demonstração do Valor Adicionado tem o objetivo principal de evidenciar a
riqueza gerada pela entidade e sua distribuição, no Brasil, é obrigatória para as
sociedades por ações de capital aberto.
O valor adicionado pode ser gerado pela simples operação de venda de
mercadorias, onde se apresenta na diferença entre o custo da mercadoria e o valor
da venda. O valor adicionado criado representa a capacidade da entidade em efetuar
contratações, pagamentos de impostos, fornecedores etc.
A DVA é constituída de duas partes, a primeira, apresenta o valor adicionado a
distribuir; a segunda, os beneficiados.

Notas Explicativas

As Notas Explicativas complementam as Demonstrações Contábeis com


informações relevantes que não estejam claramente evidenciadas nas
demonstrações, conforme o artigo n. 176 da Lei n. 6.404/1976, de acordo com o §5º
elas podem apresentar os critérios de avaliação dos elementos patrimoniais –
estoques, cálculos de depreciações, constituições de provisões, investimentos, taxas
de juros praticadas e eventos subsequentes que possam interferir em resultados
futuros da entidade.

Parecer de Auditoria

A auditoria é uma técnica contábil que visa à verificação da fidelidade das


informações contábeis podendo detectar erros e fraudes e ao final dos trabalhos os

60
auditores emitirão relatórios com as informações que deverão ser apresentadas aos
seus usuários.

4.7 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

“Mercadorias são produtos adquiridos por uma empresa comercial, mediante


pagamento à vista ou a prazo, com o objetivo de auferir lucro com a venda” (ARAÚJO,
2009, p. 59).
“O valor do custo de uma mercadoria em geral deve incluir todos os custos de
aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os
estoques à sua condição e localização atuais” (CFC, 2009).

O Custo de Mercadoria Comprada Compreende:

• Valor da Nota Fiscal, incluindo IPI e excluindo o ICMS;


• O custo do transporte até o estabelecimento do comprador e o
respectivo seguro;
• Os tributos devidos na aquisição exceto o ICMS e o IPI
recuperáveis;
• As devoluções de compras, compras anuladas ou canceladas;
• Os descontos incondicionais obtidos e/ou abatimentos
incondicionais sobre compras (QUINTANA, 2014, p. 97).

4.7.1 Resultado Bruto com Mercadoria – RCM (Lucro Bruto)

Conforme Montoto (2012, p. 378), “o lucro Bruto é um lucro obtido


preliminarmente que deverá ser suficiente para suportar todas as despesas da
empresa”.
Para se descobrir o Lucro Bruto, a contabilidade utiliza a fórmula:

LB=V-CMV

Legenda:
LB – Lucro Bruto
V – Vendas
CMV – Custo das Mercadorias Vendidas

61
4.7.2 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)

Para se descobrir o Custo das Mercadorias Vendidas, a contabilidade utiliza a


fórmula:

CMV=MDV-EF

Legenda:
CMV – Custo das Mercadorias Vendidas
MDV –Mercadorias Disponíveis para Vendas
EF – Estoque Final
OU

CMV=EI+(CL)-EF

Legenda:
CMV – Custo das Mercadorias Vendidas
EI – Estoque Inicial
CL – Compras Líquidas
EF – Estoque Final

Exemplo
Considere que o valor do estoque no primeiro dia do exercício é de R$ 1.000,00.
A entidade realiza uma compra no valor de R$ 500,00 e vendas no valor de R$
3.000,00.
Foram devolvidas compras no valor de R$ 100,00.
O Estoque final apresenta o valor de R$ 200,00.

Obtendo o valor do Custo da Mercadoria Vendida

CMV= EI + (C - DC) - EF
CMV= 1.000,00 + (500 - 100) - 200
CMV = 1.200,00

62
Custo da Mercadoria Vendida= R$ 1.200,00

Para se descobrir o Lucro Bruto, a contabilidade utiliza a fórmula:

LB=V-CMV

Legenda:
LB – Lucro Bruto
V – Vendas
CMV – Custo das Mercadorias Vendidas

Voltando no exemplo anterior, o cálculo do Lucro Bruto ficaria assim:


LB = V - CMV
LB = 3.000,00 - 1.200,00
LB = 1.800,00

Lucro Bruto = R$ 1.800,00

Legenda:
LB – Lucro Bruto
V – Vendas
CMV – Custo das Mercadorias Vendidas

4.7.3 Métodos de Avaliação de Estoques

Os estoques, bens adquiridos destinados à venda, incluindo, por exemplo,


mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis
para revenda, devem ser controlados pela entidade. Existem duas formas de controle
contábil: o controle de Inventário Permanente e de Inventário Periódico.

63
Controle de Inventário Permanente

No Inventário Permanente, as vendas são contabilizadas juntamente com a


baixa no estoque de mercadorias, mantendo um controle continuado de forma a evitar
a falta ou o excesso de mercadorias.
Esse controle pode ser realizado de forma informatizada ou em fichas de
controle de estoques.

Métodos de Controle de Estoques Permanentes

PEPS

UEPS

MÉDIA PONDERADA

PEPS – Primeiro que Entra Primeiro que Sai


Ou seja:
A primeira mercadoria que entra no estoque será a primeira a sair.

Exemplo
Considere que o valor do estoque no primeiro dia do exercício é de R$ 1.000,00 (10
unidades, R$ 100,00 cada).
Foram realizadas as seguintes movimentações:
a) Compras em 01/x1 de 15 unidades por R$ 130,00 cada.
b) Venda em 15/x1 de 20 unidades por R$ 250,00.
c) Compra em 16/x1 de 5 unidades por 170,00 cada.
d) Venda em 25/x1 de 6 unidades por R$ 250,00.

64
Ficha de Controle de Estoques – PEPS

Entrada Saída Saldo

Data Quant Vrunit Total Quant Vrunit Total Quant Vrunit Total

EI 10 100 1.000

01/x1 15 130 1.950 10 100 1.000


15 130 1.950

15/x1 10 100 1.000 5 130 650


10 130 1.300

16/x1 5 170 850 5 130 650


5 170 850

25/x1 5 130 650 4 170 680


1 170 170

Total CO 2.800 CMV 3.120 EF 680

UEPS – Último que Entra Primeiro que Sai


Ou seja:
A última mercadoria que entra no estoque será a primeira a sair (o UEPS não é aceito
pela legislação do imposto de renda).

Exemplo
Considere que o valor do estoque no primeiro dia do exercício é de R$ 1.000,00 (10
unidades, R$ 100,00 cada).
Foram realizadas as seguintes movimentações:
a) Compras em 01/x1 de 15 unidades por R$ 130,00 cada.
b) Venda em 15/x1 de 20 unidades por R$ 250,00.
c) Compra em 16/x1 de 5 unidades por 170,00 cada.
d) Venda em 25/x1 de 6 unidades por R$ 250,00.
65
Ficha de Controle de Estoques – UEPS

Entrada Saída Saldo

Data Quantidade Vrunit Total Quant Vrunit Total Quant Vrunit Total

EI 10 100 1.000

01/x1 15 130 1.950 10 100 1.000

15 130 1.950

15/x1 15 130 1.950 5 100 500


5 100 500
16/x1 5 170 850 5 100 500
5 170 850

25/x1 5 170 850 4 100 400


1 100 100
Total CO 2.800 CMV 3.400 EF 400

UEPS – Último que Entra Primeiro que Sai


Ou seja:
A última mercadoria que entra no estoque será a primeira a sair (o UEPS não é aceito
pela legislação do imposto de renda).

Exemplo
Considere que o valor do estoque no primeiro dia do exercício é de R$ 1.000,00 (10
unidades, R$ 100,00 cada).
Foram realizadas as seguintes movimentações:
a) Compras em 01/x1 de 15 unidades por R$ 130,00 cada.
b) Venda em 15/x1 de 20 unidades por R$ 250,00.
c) Compra em 16/x1 de 5 unidades por 170,00 cada.
d) Venda em 25/x1 de 6 unidades por R$ 250,00.

66
Ficha de Controle de Estoques – UEPS

Entrada Saída Saldo

Data Quantidade Vrunit Total Quant Vrunit Total Quant Vrunit Total

EI 10 100 1.000

01/x1 15 130 1.950 10 100 1.000

15 130 1.950

15/x1 15 130 1.950 5 100 500


5 100 500
16/x1 5 170 850 5 100 500
5 170 850

25/x1 5 170 850 4 100 400


1 100 100

Total CO 2.800 CMV 3.400 EF 400

Média Ponderada – a cada aquisição é feita a média ponderada móvel entre os


valores do estoque e a nova aquisição de valor diferente.

Exemplo
Considere que o valor do estoque no primeiro dia do exercício é de R$ 1.000,00 (10
unidades, R$ 100,00 cada).
Foram realizadas as seguintes movimentações:
a) Compras em 01/x1 de 15 unidades por R$ 130,00 cada.
b) Venda em 15/x1 de 20 unidades por R$ 250,00.
c) Compra em 16/x1 de 5 unidades por 170,00 cada.
d) Venda em 25/x1 de 6 unidades por R$ 250,00.

67
Ficha de Controle de Estoque Média Ponderada

Entrada Saída Saldo

Data Quantidade Vrunit Total Quant Vrunit Total Quant Vrunit Total

EI 10 100 1.000

01/x1 15 130 1.950 25 118 2.950

15/x1 20 118 2.360 5 118 590

16/x1 5 170 850 10 144 1.440

25/x1 6 144 864 4 144 576

Total CO 2.800 CMV 3.224 EF 576

68
RESUMO DA UNIDADE

As demonstrações contábeis objetivam fornecer informações que sejam úteis


à tomada de decisões. No Balanço Patrimonial, as contas patrimoniais são
representadas em dois grupos: Ativo e Passivo. A Demonstração do Resultado do
Exercício evidencia a necessidade de apresentar todos os itens de receita e despesas
reconhecidos dentro do período. As Demonstrações dos Lucros e Prejuízos
Acumulados (DLPA) apresentam acumulação e a destinação dos lucros em
determinado período ou prejuízos, caso tenham ocorrido, já a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) tem por finalidade demonstrar as alterações
das contas do Patrimônio Líquido. A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
apresenta a movimentação dos ativos líquidos da empresa, é obrigatória para as
empresas sociedades anônimas e demais empresas de grande porte. A
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) apresenta informações referentes à criação
e distribuição das riquezas da empresa. As Notas Explicativas complementam as
informações relevantes aos usuários das informações contábeis. Os pareceres de
auditoria, hoje relatórios de auditoria, servem para dar informações aos usuários
externos. As operações com mercadorias evidenciam o lucro bruto e o custo da
mercadoria vendida, e também os métodos de avaliação de estoques.

69
ATIVIDADES

Questão 01. Marque a alternativa CORRETA.


Um patrimônio é constituído de:
Caixa R$ 25.000,00
BCM R$ 20.000,00
Mercadorias R$ 3.000,00
Veículos R$ 57.000,00
Duplicatas a pagar R$ 25.000,00
Capital social R$ 70.000,00
Fornecedores?
Considerando que o Ativo está completo, qual o valor da conta Fornecedores?
a) ( ) R$ 62.000,00
b) ( ) R$ 57.000,00
c) ( ) R$ 10.000,00
d) ( ) R$ 30.000,00
e) ( ) R$ 12.000,00

Questão 02. Assinale a alternativa correta.


As operações com mercadorias realizadas durante o exercício estão resumidas a
seguir:
Estoque inicial: R$ 40.000,00
Compras: R$ 160.000,00
Vendas: 230.000,00
Sabendo-se que o estoque final é de R$ 30.000,00 conclui-se que o Resultado com
Mercadorias do exercício foi
a) ( ) zero
b) ( ) R$ 30.000,00
c) ( ) R$ 160.000,00
d) ( ) R$ 60.000,00
e) ( ) R$ 230.000,00

70
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos. Introdução à contabilidade. 3. ed. São Paulo:


Saraiva, 2009.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei
n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Brasília, 1976.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei
n.11.941, de 27 de maio de 2009. Brasília, 2009.

CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n. 1.170, 29 de maio de


2009. Aprova NBC TG 16 – Estoques.

MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. 2. ed. São Paulo:


Saraiva, 2012.

QUINTANA, Alexandre Costa. Contabilidade básica. São Paulo: Atlas, 2014.

71

Você também pode gostar