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Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira
instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua
secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da
Ouvidoria.
ouvidoria@fgv.br
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SUMÁRIO
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
24 horas-aula
1.3 Objetivo
Eixo Temático 1
Eixo Temático 2
Eixo Temático 3
Eixo Temático 4
Direito Tributário I
2
1.5 Metodologia
Adota-se a metodologia participativa, na qual as aulas ministradas visam a possibilitar a
participação ativa dos alunos, não somente na construção e apreensão de conceitos
trabalhados ao longo do curso, mas também na aplicação desses conceitos às suas
atividades práticas.
SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito Tributário. 9ª ed., São Paulo: Saraiva, 2019.
MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Direito tributário e financeiro. 5.ed. São Paulo: Atlas,
2010.
COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 11. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2010.
CALIENDO, Paulo. Curso De Direito Tributário. 2ª Ed. São Paulo: Saravia, 2019.
TIPKE, Klaus; LANG, Joachim. Steuerrecht. 20. ed. Köln: Otto Schmidt, 2010.
Direito Tributário I
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Direito Tributário I
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ROTEIRO DE ESTUDO
1. Introdução
Direito Tributário I
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Para afastar falsas expectativas, vale esclarecer que a presente disciplina não possui
como objeto os tributos em espécie. Esses serão constantemente mencionados e
abordados em certa medida durante o curso, mas não com a profundidade necessária, a
qual fica relegada à disciplina de Tributos em Espécie. Outros temas não menos
importantes, tais como o planejamento tributário e a tributação de economia digital ou das
novas tecnologias poderão ser abordados na disciplina, mas apenas superficialmente, dado
o escasso tempo previsto, o qual deverá ser dedicado aos pontos obrigatórios da matéria,
conforme identificado acima.
Por outro lado, faz-se uma inadiável ressalva: o conteúdo ora apresentado é
simplificado, não esgota a matéria e depende da leitura paralela das obras indicadas na
bibliografia do curso. A verdadeira leitura, que proporcionará a apreensão do conteúdo
com a devida seriedade e profundidade, é realizada nos livros, nos artigos científicos e nos
acórdãos dos tribunais superiores, com a devida orientação e acompanhamento do
professor. Em outras palavras, conforme já salientado pelo STF, a apostila é um “veículo
de transmissão de cultura simplificado” (STF, 2. Turma, RE 183.403). Nada mais...
2 Direito Tributário
O Direito Tributário é o ramo do Direito que possui como objeto as relações entre o
Estado e o cidadão envolvendo os tributos. A finalidade do Direito Tributário é
instrumentalizar normativamente o Estado para legitimá-lo na cobrança e arrecadação dos
tributos. Esses servem para, em um primeiro momento, custear as despesas do Estado e,
em um segundo momento, para custear os direitos fundamentais e os direitos sociais.
Direito Tributário I
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3 Conceito de Tributo
Por outro lado, os tributos podem ser expressos em indexadores. Por exemplo, o
Estado do RS utiliza a UPF (Unidade Padrão Fiscal); o Município de Porto Alegre, a UFM
(Unidade Financeira Municipal).
O tributo também não constitui sanção de ato ilícito. Significa que os tributos não
visam a punir agentes que cometeram atos ilícitos. São, portanto, diferenciados das
multas, que também têm natureza de prestações pecuniárias compulsórias, devidamente
instituídas por lei e cobradas mediante atividade plenamente vinculada. Não confundir com
o crédito tributário, o qual é representado quantitativamente considerando a multa (crédito
tributário (CT) = tributo devido + correção monetária (CM) + juros + multa).
O tributo exsurge a partir de um ato lícito, cujos elementos possam ser identificados
com os elementos trazidos pela hipótese de incidência normativa. Assim, por exemplo, (i)
se a Lei do Imposto de Renda (IR) prevê a incidência desse imposto sobre rendimentos,
se (ii) o salário é uma espécie de rendimento e se (iii) Gustavo recebeu salário em virtude
do seu trabalho, então (iv) Gustavo sofrerá a incidência do IR (ou o IR incidirá sobre o
salário de Gustavo).
- o art. 153, § 1º, CF, por meio do qual é facultado ao Poder Executivo, atendidas
as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF.
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de guerra.
4 Espécies tributárias
a) IMPOSTOS:
a.1. ordinários (federais – art. 153, estaduais – art. 155 e municipais – art. 156);
a.2. residuais (art. 154, I);
a.3. extraordinários de guerra (art. 154, II);
b) TAXAS:
b.1. de poder de polícia (art. 145, II, primeira parte);
b.2. de serviços públicos específicos e divisíveis (art. 145, II, segunda parte);
d) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS:
d.1. sociais;
d.1.1. gerais (art. 149, primeira parte, §§ 2º, 3º e 4º);
d.1.2. específicas;
d.1.2.1. de seguridade social (art. 195);
d.1.2.1.1. ordinárias (art. 195, I, II, III e IV; art. 149, § 1º; art. 40);
d.1.2.1.2. residuais (art. 195, § 4º);
d.1.2.2. de educação (salário-educação – art. 212, § 5º);
d.1.2.3. de seguro-desemprego, outras ações da previdência social e abono salarial
(PIS/PASEP – art. 239);
d.1.2.4. de entidades privadas de serviço social e de formação profissional (SESC,
SENAC, SESI e SENAI – art. 240);
d.2. de intervenção no domínio econômico;
d.2.1. gerais (art. 149);
d.2.2. específicas (CIDE-combustíveis – art. 177, § 4º);
d.3. corporativas;
d.3.1. de interesse de categorias profissionais (art. 149);
d.3.2. de interesse de categorias econômicas (art. 149);
d.4. de iluminação pública (art. 149-A);
1
FOSSATI, Gustavo. Constituição Tributária Comentada. São Paulo: RT, 2020, p. 36ss.
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e) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:
e.1. extraordinárias de calamidade ou guerra (art. 148, I);
e.2. de investimento (art. 148, II).
4.1 Impostos
Imposto é o tributo, cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16
CTN). Não há contraprestação específica, por parte do Estado, definida para a cobrança
dos impostos, permanecendo eles ligados ao custeio geral das finalidades e despesas do
Estado.
Assim, por exemplo, o fato de Gustavo pagar o IPTU, não leva ao surgimento de
um direito subjetivo de exigir da Prefeitura de Porto Alegre que tape os buracos da rua
onde mora. Da mesma forma, o fato de pagar o IPVA não o legitima a exigir do Estado do
RS que asfalte determinada rodovia gaúcha.
Nessa classificação, cumpre antecipar a previsão contida no § 1º, do art. 145, CF,
segundo a qual:
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4.2 Taxas
A CF (art. 145, II) apresenta duas espécies de taxas. São as taxas devidas:
Semelhantemente, o CTN, em seu art. 77, apresenta taxas cobradas pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
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atribuições, tendo, como fato gerador:(a) o exercício regular do poder de polícia, ou (b) a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Tem-se, portanto: (i) taxas de serviço; e (ii) taxas de poder de polícia, conforme
será apresentado a seguir.
Taxas de serviço público são contraprestação pecuniária, cuja utilização (do serviço)
pode ser efetiva ou potencial, cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios.
Com base no art. 79, I, do CTN, os serviços públicos constantes do art. 77 são
considerados utilizados efetivamente pelo contribuinte quando por ele usufruídos a
qualquer título; de outro modo, são considerados utilizados potencialmente, quando se
está diante de situação em que, em sendo o serviço de utilização compulsória, ele seja
posto à disposição do contribuinte mediante atividade administrativa.
Segundo o CTN, pode-se compreender como sendo serviços (i) específicos aqueles
que possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de
necessidades públicas; e (ii) divisíveis aqueles suscetíveis de utilização, separadamente,
por parte de cada um dos seus usuários (art. 79, II e III).
Inicialmente, importa fixar o que se entende por “poder de polícia”. O CTN, em seu
art. 78, apresenta a definição de “poder de polícia”:
Com efeito, o fato gerador da obrigação de pagar o tributo nasce com o exercício
regular (legítimo) do poder de polícia (art. 78 CTN). Ainda conforme a disciplina do referido
Código, é regular o exercício do poder de polícia desempenhado por órgão estatal
competente, que age dentro dos limites da lei aplicável, observando-se o devido processo
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legal e sem abuso ou desvio de poder (tratando-se de atividade que a lei entenda
discricionária).
Portanto, o exercício do poder de polícia não poderá ocorrer ao arrepio das garantias
constitucionais. Ao fixar a observância acima, o exercício de tal poder não poderá compelir
alguém a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei (art. 5, II, CF), nem mesmo
privar uma pessoa de sua
Taxas são espécie do gênero tributo. Portanto, a principal diferença entre as taxas
e os preços públicos está no fato de que as primeiras estão sujeitas a todos os princípios
referentes ao Direito Tributário e às limitações constitucionais ao poder de tributar (v.g.,
Princípio da Legalidade, da Anterioridade de Exercício e da Anterioridade Nonagesimal).
Portanto, regra geral: taxa deve estar ligada a serviço público prestado por pessoa
jurídica de Direito Público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou autarquias). De
outro lado, preço público ou tarifa está relacionado a serviços prestados por pessoa jurídica
de Direito Privado, tais como empresa pública, sociedade de economia mista ou delegado
a particulares.
Caso polêmico é o envolvendo o pedágio. Com base no art. 150, V, da CF, é vedado
aos entes políticos estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) estabelecer
limitações ao tráfego de pessoas ou bens através de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvando-se a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo Poder Público.
O Pleno do STF, em 2014, julgou a ADI 800, na qual apresentou o seguinte resultado:
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Com base no art. 145, III, da CF, é espécie do gênero tributo a contribuição de
melhoria, decorrente de obras públicas. A ideia que lastreia a cobrança do referido tributo
é a valorização imobiliária em virtude de alguma obra pública, conforme aponta julgado do
STF:
Conforme o exposto acima, entende-se que o fato gerador nasce com a valorização
imobiliária advinda com a realização de determinada obra pública acabada (STJ, 2ª Turma,
REsp 647.134, rel. Min. Luiz Fux, j. em 10.10.2006).
Os arts. 81 e 82, do CTN, apontam que o referido tributo pode ser cobrado pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, “para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo por limite total a despesa
realizada e como individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado”. Importante destacar que a instituição do tributo deve ocorrer anteriormente
à realização da obra, respeitando-se, em especial, o princípio da legalidade.
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Direito Tributário I
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Além da contribuição de melhoria, a CF, em seu art. 149, prevê que a União poderá
instituir outras contribuições, outrora denominadas também como contribuições
parafiscais. Essa terminologia, hoje, está em desuso. Mais adequada é a classificação como
contribuições especiais, as quais são elencadas na CF, no art. 149, como (i) contribuições
sociais; (ii) contribuições de intervenção no domínio econômico; e (iii) contribuições de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas.
As primeiras estão fixadas no art. 195, I, II e III, e § 4º; e no art. 239, ambos da
Constituição. Tem-se, portanto, as contribuições previdenciárias, a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) e a Contribuição para o PIS/Pasep.
As segundas, de outro lado, estão dispostas nos arts. 212, § 5º, e 240, da
Constituição. São elas a Contribuições para o Salário-Educação e as contribuições para o
Sesi, Senai, Sesc, Senac e Sebrae.
Caso:
Contribuição para a Radiodifusão Pública (Rundfunkbeitrag)
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Contudo, tal entendimento foi superado após a Emenda Constitucional 18/65, a qual
cuidou de incluir o tributo em comento no Sistema Tributário Nacional, permanecendo
assim até a atualidade. Nesse sentido:
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Referido tributo é matéria que deve ser tratada em lei complementar, por força do
art. 148, caput, da CF: “A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios”.
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5. Princípios Tributários
A primeira é disposta no art. 5º, II, da CF, que fixa que “ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.” A legalidade geral é voltada
ao igualmente contribuinte, nas suas relações com o Estado Fiscal.
A legalidade tributária, prevista no art. 150, I, da CF, estabelece ser vedado à União,
aos Estados, ao DF e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei (ordinária).
Equiparam-se a essa as medidas provisórias (MP).
Em primeiro lugar, pode-se mencionar o art. 153, § 1º, da CF, no qual se fixa regra,
segundo a qual, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é facultado ao
Poder Executivo alterar alíquotas do II, IE, IPI e IOF. Ademais, o Poder Executivo pode,
por meio de atos infralegais, alterar alíquotas, como nos casos de decretos do Presidente
da República e de Portarias do Ministério da Economia (antigo Ministério da Fazenda).
Ainda, esse poder pode ser delegado à órgão da Administração Pública Federal (v.g.,
Câmara de Comércio Exterior), mediante ato infralegal (STF, Pleno, RE 570.680, de 2009).
Além disso, pode-se mencionar a possibilidade de majoração de alíquotas através de
portarias ministeriais (STJ, 2. Turma, REsp 1.123.249, de 2009).
Além disso, segundo o art. 155, § 4º, IV, da CF, as alíquotas do ICMS nas operações
com combustíveis e lubrificantes serão definidas mediante deliberação dos Estados e DF,
por convênio, configurando exceção ao princípio da legalidade.
Caso:
restabelecimento de alíquotas por decreto
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5.2. Anterioridade
O Princípio da Anterioridade está previsto no art. 150, III, “b” e “c”, da CF. Na alínea
“b”, prevê-se o Princípio da Anterioridade de Exercício. Na alínea “c”, encontra-se o
Princípio da Anterioridade Nonagesimal.
O art. 150, III, b, da CF, determina que é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos
Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou.
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Caso:
progressividade do IR sobre ganho de capital
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5.3. Irretroatividade
No entanto, a referida regra pode comportar exceção, com base no art. 106, do
CTN. Assim, a lei pode ser aplicada a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos
dispositivos interpretados.
Caso:
Súmula 584/STF
Caso:
Tributação de fatos com causas pretéritas
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O Plenário do STF entendeu que, até a Lei Complementar 118/05, valia a orientação
do STJ, a qual seguia sentido de que, para os tributos sujeitos ao lançamento por
homologação, o prazo para repetição ou compensação do indébito era de 10 (dez) anos,
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Conforme arguiu o STF na ADI 605/MC, “as leis interpretativas – desde que
reconhecida a sua existência em nosso sistema de direito positivo – não traduzem
usurpação das atribuições institucionais do Judiciário e, em consequência, não ofendem o
postulado fundamental da divisão funcional do poder”, haja vista que não são espécies
normativas imunes ao controle jurisdicional. E continua: “Mesmo as leis interpretativas
expõem-se ao exame e à interpretação dos juízes e tribunais”.
Conclui o STF que, à medida que tal retroprojeção normativa não apresente os
gravames referidos acima, nada impede que o Estado edite e prescreva atos normativos
com efeito retroativo. Isso porque, em que pese, como regra, as leis tenham projeções
para o futuro, o ordenamento jurídico brasileiro não fez de tal postulado absoluto, cabendo-
lhe exceções.
5.4. Isonomia
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Por outro lado, a previsão de tratamento desigual dos desiguais encontra ressalva
na possibilidade de serem concedidos incentivos fiscais, tendo como objetivo promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País (art. 151,
I, CF).
(a) impostos - possuem como critério para sua instituição a capacidade contributiva
(art. 145, § 1º);
Caso:
TPA de Bombinhas, SC
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Por fim, a lei prevê que os recursos arrecadados serão diretamente aplicados
na preservação ambiental, mais precisamente em limpeza urbana e em
saneamento básico do município.
(a) de incentivos fiscais de IPVA para empresas que possuíam pelo menos 30% de
seus empregados com idade superior a 40 anos, com objetivo de alcançar a atenuação dos
óbices à obtenção e à manutenção de empregos por trabalhadores nesta faixa etária (STF,
Pleno, ADI 1.276, de 2002);
Sobre esse último ponto, foi arguida Ação Direta de Inconstitucionalidade pela
Confederação Nacional das Profissões Liberais contra a exclusão das profissões liberais dos
benefícios tributários trazidos pelo Simples. Em que pese isso, foi decidido por maioria que
não houve ofensa ao Princípio da Isonomia Tributária com a referida exclusão (STF, Pleno,
ADI 1.643, de 2002).
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(ii) no seu limite superior, a garantia que veda a tributação com efeito de confisco.
O Princípio da Proibição de Confisco está inserto no art. 150, IV, da CF, onde é
previsto ser vedado utilizar tributo com efeito confiscatório. Confiscatória é a tributação
que atua de forma desmedida ou desproporcional, apropriando-se de uma dimensão tão
elevada da propriedade privada ou da liberdade do contribuinte, que termina por esvaziar
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Caso 1:
Tema 863
Caso 2:
Tema 816
2
Fossati, Constituição Tributária Comentada, op. cit., p. 189.
3
Fossati, Constituição Tributária Comentada, op. cit., p. 191.
4
Fossati, Constituição Tributária Comentada, op. cit., p. 191.
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5.7. Progressividade
No Brasil, o STF entende não ser um princípio aplicável a todos os tributos, sendo
necessária autorização constitucional para a instituição da progressividade (REs 386.098,
227.033, 234.105, 225.132, 229.457).
O ITR, com base no art. 153, § 4º, I, será progressivo e terá alíquotas fixadas de
forma a desestimular a manutenção de propriedade improdutiva.
Compete aos Municípios instituir o IPTU, podendo esse ser progressivo em razão do
valor do imóvel, sem prejuízo do disposto no art. 182, § 4º, II. De outro lado, é facultado
ao Poder Público municipal, mediante lei, exigir do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena de imposto progressivo no tempo. O STF, em decisão sobre a progressividade do
IPTU (STF, Pleno, RE 423.768, rel. Min. Marco Aurélio, j. em 12.2010), concluiu pela sua
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5.8. Não-Cumulatividade
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Conceito de insumo:
(b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade
ou relevância, ou seja, considerando-se a imprescindibilidade ou a
importância de determinado item - bem ou serviço - para o desenvolvimento
da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte.
5.9. Seletividade
A CF, em seu art. 153, § 3º, I, apresenta como um dos princípios que cercam o IPI
o Princípio da Seletividade. A concepção do referido princípio traduz que, quanto maior for
a essencialidade de determinado produto industrializado, menor deverá ser sua alíquota.
Nesse sentido, fixa-se que o IPI será seletivo em função da essencialidade do produto (art.
153, § 3º, I).
(i) poder-se-ia afirmar que esse princípio é uma adequação, aos impostos indiretos,
do Princípio da Capacidade Contributiva?
(ii) quem determina quais são os bens e serviços supérfluos ou não essenciais às
necessidades vitais básicas?
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i) presunções
ii) ficções
v) cláusulas gerais
6. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
6.2. Imunidades
5
TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de Direito Constitucional Financeiro e Tributário. Vol. III: Os Direitos Humanos
e a Tributação: Imunidade e Isonomia. Rio de Janeiro: Renovar, 1999, p. 50-51.
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Além disso, as imunidades tributárias, constantes no art. 150, VI, da CF, são
restritas aos impostos (espécie do gênero tributo):
(ii) às taxas (Súmula 324 STF: “A imunidade do art. 31, V da CF não compreende
as taxas”. Editada à luz da Constituição de 1946);
(iii) Súmula 553 STF: o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante
(AFRMM) é contribuição parafiscal, não sendo abrangido pela imunidade prevista no art.
19 da CF (ref. à Constituição de 1969).
Dentre as imunidades relacionadas acima, o art. 150, VI, “a” dispõe acerca da
chamada Imunidade Recíproca, isto é, impedindo que determinado ente político institua
imposto sobre o patrimônio, a renda e/ou os serviços de outro. Tal imunidade se estende,
inclusive, às autarquias e fundações públicas no que se refere ao desenvolvimento de
atividades vinculadas ao seu objetivo-fim, finalidades essenciais ou delas decorrentes (art.
150, § 2º).
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Caso 1:
GHC
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Caso 2:
Carris
Caso 3:
Petrobrás
Direito Tributário I
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Caso:
Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos
Sobre a imunidade dos templos (art. 150, VI, “b”), entende-se que não se pode
criar impostos com o fim de tributar locais de realização de cultos e suas atividades
correlatas. Nesse sentido, a proteção é conferida ao culto, seus bens e atividades
(imunidade objetiva). Assim, a expressão abrange quaisquer formas de religiosidade e
quaisquer religiões. Essa imunidade é uma reafirmação da liberdade de religião,
preconizada em nosso ordenamento jurídico.
PEC 200/2016
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Cemitérios
Maçonaria
(ii) a imunidade foi concedida apenas para as entidades sindicais dos trabalhadores,
não para os sindicatos de empregadores ou de profissionais liberais.
Direito Tributário I
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(i) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer
título;
Vale ressaltar que nunca foi editada LC específica para regular a matéria, que
sempre foi regulada pela legislação ordinária (excetua-se apenas a LC 104/2001, que
alterou o art. 14, I, CTN).
ADI 2028, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Rel. p/ Acórdão Min. ROSA
WEBER, j. 02/03/2017, Pleno, Dje 05/05/2017
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Súmula Vinculante nº 52
Terreno baldio
Contribuinte de fato
Importação
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Entidade educacional
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Caso
álbum de figurinhas
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(iii) listas telefônicas – consideradas periódicos – quanto ao ISS, mesmo que nelas
haja publicidade paga (STF, RE 101.441), bem como que a imunidade em tela impede a
incidência do ISS sobre a transmissão de anúncios ou propaganda (STF, RE 87.049):
Calendários e Propaganda
Insumos
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Caso:
Componentes eletrônicos
E-book e E-reader
Direito Tributário I
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O STF: (i) reconheceu a imunidade recíproca da ECT, tendo em vista que ela
é empresa pública prestadora de serviço público, o que não se confunde com
empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito (ACO
765); (ii) ECT, empresa pública, executa, como atividade-fim, serviço postal
constitucionalmente outorgado à União Federal; (iii) é entidade delegatária e
prestadora de serviços públicos; (iv) imunidade reconhecida (STF, Pleno,
ACO 803; STF, 2ª Turma, RE 407.099).
Atividade notarial
STF, Pleno, ADI 3.089
INFRAERO
STF, Pleno, RE 363.412. Ver também ARE 638.315
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Estacionamento e cinema
“... A rigor, CD, DVD e Blu-Ray, todos, têm leitura a laser, logo, sua replicação
industrial necessariamente terá a incidência de impostos sobre a produção.
6
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 16ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018,
p. 220.
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7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
(i) sujeito ativo – aquele que exige o cumprimento da obrigação tributária (Estado);
(ii) o sujeito passivo – aquele que arca com o cumprimento da obrigação tributária
(contribuinte ou responsável);
A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente. Quando a obrigação acessória (de fazer ou não fazer) é descumprida, ela
é convertida em principal no que se refere à sua penalidade:
A legislação tributária, com base no art. 96, do CTN, compreende leis, tratados e
convenções internacionais, decretos e normas complementares que versem, total ou
parcialmente, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Significa dizer que a
obrigação acessória, guardadas as devidas proporções, pode decorrer de ato do Poder
Executivo, enquanto a principal decorre, em regra, do Poder Legislativo.
7
PAULSEN, Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18ª Ed.
São Paulo: Saraiva, 2017. P. 931.
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Direito Tributário I
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Caso:
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matriz.
Caso:
Art. 31. No caso de aluguéis de imóveis pagos por pessoa jurídica, não
integrarão a base de cálculo para efeito de incidência do imposto sobre a
renda:
(...)
Direito Tributário I
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A intenção do legislador, com a edição do art. 116, parágrafo único, do CTN, foi
combater o chamado planejamento tributário, que tenha como meio, para tanto, a prática
de atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimulação. Portanto, a
norma em questão foi editada para casos de dissimulação, mas não de simulação.
Dissimular significa ocultar ou encobrir com astúcia; disfarçar, fingir; tornar pouco
notável.
Do latim dissimulatio, de dissimulare, embora tendo sentido
equivalente a simulação (disfarce, fingimento), é mais propriamente
indicado como ocultação. É mais próprio à terminologia do Direito
Fiscal, para indicar a ocultação de mercadorias, escondidas para
sonegação do imposto. A dissimulação de rendimentos vem a
significar a falsidade da declaração, onde se mencionam as rendas,
que estão sujeitas ao pagamento do imposto próprio8.
Ao realizar algum ato ou negócio jurídico simulado, ele será considerado nulo.
O art. 149, VII, CTN, estatui a possibilidade de o lançamento ser revisto, nos casos
de simulação. O CC define o que é considerado como simulação.
Adicionalmente, o dispositivo da norma geral antielisiva deixa claro que deverão ser
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Contudo, como ainda
não há lei regulamentando o assunto – ao menos no âmbito federal –, inclusive sobre os
procedimentos de aplicação da norma antielisiva, a conclusão a que se chega é que ela
não é autoaplicável.
8
Conceito do Vocabulário Jurídico, de Plácido e Silva, Rio de Janeiro: Forense, 1990. In: PAULSEN, Leandro.
Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed. São Paulo: Saraiva,
2017. P. 947.
Direito Tributário I
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Abuso de forma
vs Abuso de direito
vs Simulação
Com base no art. 187, do CC, considera-se que também comete ato ilícito o titular
de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Quer dizer, o contribuinte, em
que pese tenha liberdade de negociar, deve ponderar tal garantia sistematicamente com
o fim econômico ou social, com a boa-fé e com os bons costumes.
9
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 15. Ed. São Paulo: Saraiva: 2009, p. 231-234. In: PAULSEN,
Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2017, p. 948.
Direito Tributário I
51
Caso:
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52
O lançamento está previsto no Capítulo II do Título III do CTN. Nesse sentido, o art.
142, do CTN, determina que o lançamento é
(iii) apresentar o cálculo do montante do tributo devido, bem como a base de cálculo
e a alíquota;
Com efeito, nota-se que o lançamento possui características como ser ato formal
(escrito) (art. 142, caput), vinculado e obrigatório (art. 142, p. único) e definitivo (em
virtude do princípio da inalterabilidade do lançamento – art. 146, CTN).
Direito Tributário I
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VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado
por ocasião do lançamento anterior;
Direito Tributário I
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Com base na redação do art. 139, do CTN, o crédito tributário advém da obrigação
principal, tendo a mesma origem dela. O art. 141, do CTN, prevê que o crédito
regularmente constituído apenas é modificado, extinto ou tem sua exigibilidade suspensa
ou excluída nos casos previstos no CTN.
Fixados esses pressupostos, o art. 97, VI, do CTN, determina que somente através
de lei é que se pode estabelecer as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção do crédito
tributário ou até mesmo sobre sua dispensa ou redução das penalidades correlatas.
ADI 1.917 MC
Informativo 136 STF
10
PAULSEN, Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2017. P. 1.059.
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55
(...)
11
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 23. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 355. In: PAULSEN,
Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2017. P. 1.058.
12
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 36. Ed. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 176. In: PAULSEN,
Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2017. P. 1.059.
Direito Tributário I
56
Direito Tributário I
57
I - moratória;
VI – o parcelamento.
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58
13
PAULSEN, Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2017. P. 1.097-1.098.
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59
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14
PAULSEN, Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2017. P. 1.107.
15
PAULSEN, Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2017. P. 1.110-1.111.
Direito Tributário I
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A extinção do crédito tributário está prevista no art. 156, do CTN. O Código elenca
os casos em que é possível extinguir a exigibilidade do crédito tributário. Vejamos abaixo:
O pagamento está previsto nos arts. 157 a 169 do CTN e deve ocorrer em moeda
nacional, conforme o art. 3º, CTN. A dação em pagamento, com base no art. 356, do CC,
ocorre quando o credor consente em receber prestação diversa da que lhe é devida. No
caso do art. 156, XI, o legislador passou a permiti-la em nosso ordenamento tão somente
para caso de bens imóveis.
A consignação em pagamento está prevista nos arts. 156, VIII e 164 do CTN. Prevê-
se que a importância devida pode ser paga diante das seguintes hipóteses:
(iii) quando da exigência de mesmo tributo por mais de uma autoridade de direito
público.
Com efeito, a consignação versa, tão somente, sobre o crédito que o sujeito passivo
se propõe a pagar (art. 164, § 1º). Após isso e julgada procedente a consignação, o
Direito Tributário I
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No caso da compensação (art. 156, II), com base no art. 368, do CC, ela ocorre
quando duas pessoas são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra. Com efeito,
as obrigações são extintas, até onde se compensarem. No caso do Direito Tributário, a
compensação é possível, muito embora apenas seja aplicável diante de caso previsto em
lei (art. 170, CTN). Sobre a matéria, existem duas Súmulas do STJ. Vejamos:
1. Não viola os arts. 458 e 535 do CPC, nem importa negativa de prestação
jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente
cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto,
fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta.
Direito Tributário I
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LEI 13.988/2020
Conversão da Medida Provisória 899/2019
Dispõe sobre a transação nas hipóteses que especifica
Direito Tributário I
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III - no que couber, à dívida ativa das autarquias e das fundações públicas
federais, cujas inscrição, cobrança e representação incumbam à
Procuradoria-Geral Federal, e aos créditos cuja cobrança seja competência
da Procuradoria-Geral da União, nos termos de ato do Advogado-Geral da
União e sem prejuízo do disposto na Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997.
§ 5º A transação de créditos de natureza tributária será realizada nos termos
do art. 171 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário
Nacional).
(...)
Art. 5º É vedada a transação que:
I - reduza multas de natureza penal;
II - conceda descontos a créditos relativos ao:
a) Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples
Nacional), enquanto não editada lei complementar autorizativa;
b) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), enquanto não autorizado
pelo seu Conselho Curador;
III - envolva devedor contumaz, conforme definido em lei específica.
Art. 11. A transação poderá contemplar os seguintes benefícios:
I - a concessão de descontos nas multas, nos juros de mora e nos encargos
legais relativos a créditos a serem transacionados que sejam classificados
como irrecuperáveis ou de difícil recuperação, conforme critérios
estabelecidos pela autoridade fazendária, nos termos do inciso V do caput do
art. 14 desta Lei;
II - o oferecimento de prazos e formas de pagamento especiais, incluídos o
diferimento e a moratória; e
III - o oferecimento, a substituição ou a alienação de garantias e de
constrições.
§ 1º É permitida a utilização de mais de uma das alternativas previstas nos
incisos I, II e III do caput deste artigo para o equacionamento dos créditos
inscritos em dívida ativa da União.
§ 2º É vedada a transação que:
I - reduza o montante principal do crédito, assim compreendido seu valor
originário, excluídos os acréscimos de que trata o inciso I do caput deste
artigo;
II - implique redução superior a 50% (cinquenta por cento) do valor total dos
créditos a serem transacionados;
III - conceda prazo de quitação dos créditos superior a 84 (oitenta e quatro)
meses;
IV - envolva créditos não inscritos em dívida ativa da União, exceto aqueles
sob responsabilidade da Procuradoria-Geral da União.
(...)
Art. 16. O Ministro de Estado da Economia poderá propor aos sujeitos
passivos transação resolutiva de litígios aduaneiros ou tributários decorrentes
de relevante e disseminada controvérsia jurídica, com base em manifestação
da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e da Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia.
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A remissão (perdão) da dívida (art. 156, IV, CTN) é realizada de forma unilateral
pelo Poder Legislativo. Nesse sentido, há a dispensa do pagamento do crédito tributário.
O art. 172 do CTN prevê as hipóteses em que o Estado poderá autorizar a remissão da
dívida:
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STF – RE 95365-1
Súmula Vinculante 8
Justificativas:
A conversão do depósito em renda (art. 156, VI) extingue o crédito, sem que haja
necessidade de lançamento (art. 173, CTN). No âmbito judicial, a conversão ocorre após
o trânsito em julgado da sentença (que for favorável ao Fisco). No âmbito administrativo,
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“... a conversão dar-se-á trinta dias após a notificação do devedor, desde que não recorra
ele ao Poder Judiciário16”.
Por fim, existem mais duas causas de extinção do crédito tributário: (i) a decisão
administrativa irreformável – decidida em definitivo no âmbito administrativo e que não
possa ser objeto de ação anulatória (art. 156, IX); (ii) a decisão judicial transitada em
julgado (art. 156, X).
A isenção deve ser sempre decorrente de lei, a qual deve especificar as condições
e os requisitos para sua concessão, os tributos aplicáveis e, se for o caso, o prazo (art.
176).
16
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 27. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 443. In: PAULSEN,
Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2017. P. 1.130.
17
PAULSEN, Leandro. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed.
– São Paulo: Saraiva, 2017. P. 1.218.
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A isenção pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo, salvo se
concedida para vigorar por prazo determinado (art. 178, CTN).
18
SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 2. Ed. São Paulo: Saraiva: 2012, p. 226. In: PAULSEN, Leandro.
Constituição e código tributário comentados à luz da doutrina e da jurisprudência. 18. Ed. São Paulo: Saraiva,
2017. P. 1.219.
19
SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 2. Ed. São Paulo: Saraiva: 2012, p. 741.
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