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Aula 02 (Prof.

Paulo H
Sousa)
Ministério Público - Como Estudar -
2022 (Curso Regular)

Autor:
Paulo H M Sousa, Rogerio de Vidal
Cunha

29 de Dezembro de 2021
Paulo H M Sousa, Rogerio de Vidal Cunha
Aula 02 (Prof. Paulo H Sousa)

Sumário

1. Considerações iniciais ....................................................................... Error! Bookmark not defined.

1.1 – Apresentação ............................................................................. Error! Bookmark not defined.

1.2 – Ementa da matéria.................................................................................................................... 5

2. Análise quantitativa ........................................................................................................................ 6

2.1 – Análise de fontes ........................................................................................................................ 6

2.2 – Análise de temas ........................................................................................................................ 8

3. Análise qualitativa e Parecer ...................................................................................................... 10

3.1 – Introdução ......................................................................................................................................................... 10

3.2 – Introdução e princípios .................................................................................................................................. 14

3.3 – Aspectos constitucionais ............................................................................................................................... 16

3.4 – Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA ........................................................................................ 19

3.5 – Licenciamento Ambiental (poder de polícia ambiental) ................................................................... 19

3.6 – Código Florestal ............................................................................................................................................... 20

3.7 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)................................................................... 21

3.8 – Política Nacional de Recursos Hídricos ..................................................................................................... 22

3.9 – Responsabilidade Civil Ambiental .............................................................................................................. 23

3.10 – Tutela processual do Meio Ambiente ..................................................................................................... 24

3.11 – Outros temas................................................................................................................................................... 25

4. Considerações Finais .................................................................................................................... 26

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1 – APRESENTAÇÃO

Olá, futuros colegas!

Sejam bem-vindos(as) ao COMO ESTAR PARA A MAGISTRATURA ESTADUAL. É com imensa satisfação
que damos início a esse curso tão aguardada e pedida pelos nossos alunos.

Mas como vamos passar vários dias juntos, ainda que


virtualmente, me permita falar um pouco sobre mim:

Meu nome é ROGERIO DE VIDAL CUNHA, tenho 45 anos e sou


natural da cidade do Rio Grande-RS, cidade mais antiga do
Estado. Atualmente, moro em Foz do Iguaçu/PR onde atuo como
Juiz de Direito, tendo sido aprovado no concurso de 2012 em 7º
lugar.

Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio


Grande – FURG além de especialista em direito pela Universidade
da Região da Campanha (URCAMP) onde também fui professor
do curso de graduação em direito. Sou professor de cursos
preparatórios, de graduação e de pós-graduação há muitos anos.
Falando em carreira jurídica, já fui advogado, procurador
municipal e analista judiciário: Oficial de Justiça Avaliador
Federal do quadro de servidores da Justiça Militar Federal, além de já ter sido professor em
instituições de graduação e pós-graduação em vários estados.

Enfim, são anos de dedicação em concursos e na área jurídica, federal, estadual e municipal,
sempre tentando aliar teoria e prática – e lá se vão 22 ótimos anos focados no direito! .

Conte sempre conosco!

SIGA NAS REDES SOCIAIS

http://bit.ly/profrogeriocunha

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Além do mais, lembro que sempre estamos disponíveis, para você, aluno Estratégia, no
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno:

Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno

Falando em contato conosco, ficam nossos contatos, sempre:

@Prof Igor Maciel

t.me/profigormaciel

prof.phms@estrategiaconcursos.com.br

ProfPauloSousa

@prof.phms

@prof.phms

t.me/prof.phms

@Profrogeriocunha

t.me/profrogeriocunha

rogeriocunha1976@gmail.com

Nesta aula, analisaremos a incidência das questões de DIREITO AMBIENTAL nas provas da
magistratura estadual. A partir da análise geral vista na aula introdutória, como essa
matéria é cobrada nesse certame?

Inicialmente, apresentaremos os dados estatísticos levantados nas provas e, na sequência


a análise qualitativa e o parecer.

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1.2 – EMENTA DA MATÉRIA


O Direito Ambiental pode ser visto a partir da ementa-padrão abaixo. Sabemos que toda
classificação é sujeita a críticas e certamente há quem não concordará com a divisão
proposta. Essa ementa e essas divisões foram feitas a partir de uma discussão longa e
aprofundada com os professores da área durante vários meses. Não é perfeita, mas,
meramente ideal.

A divisão é didática e pensada a partir de uma estrutura maior, de análise do todo. Essa
divisão e essa classificação se harmonizam em todas as Carreiras Jurídicas, de modo a
trazer uma parametrização objetiva.

1. Introdução e Princípios

Teoria Geral do Direito Ambiental. Direito Ambiental. Conceito. Objeto. Princípios


fundamentais.

2. Aspectos Constitucionais

Normas constitucionais relativas à proteção ambiental. Repartição de competências em


matéria ambiental. Artigo 225 da Constituição Federal.

3. Política Nacional do Meio Ambiente

Sistema nacional do meio ambiente. Política nacional do meio ambiente.

4. Licenciamento Ambiental

Poder de polícia e Direito Ambiental. Licenciamento ambiental. Biossegurança. Infrações


ambientais. Estudo de impacto ambiental. Conceito. Competências. Natureza jurídica.
Requisitos.

5. Código Florestal

Proteção às florestas. Áreas de preservação permanente e unidades de conservação.

6. Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC

Zoneamento Ambiental. Sistema nacional de unidades de conservação da natureza.

7. Política Nacional de Recursos Hídricos

Recursos Hídricos.

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8. Responsabilidade Civil Ambiental


9. Tutela Processual do Meio Ambiente
10. Outros Temas (biodiversidade, patrimônio genético, tributos)

Biodiversidade. Principais instrumentos de proteção internacional. Acesso. Política


nacional. Proteção jurídica do conhecimento tradicional associado. Modificação dos
genes pelo homem e meio ambiente. Proteção química das culturas e meio ambiente.
Produtos tóxicos. Controle. Transporte. Recursos Minerais e Petróleo. Mineração. Royalties
do Petróleo. Política Energética e Meio Ambiente.

2. ANÁLISE QUANTITATIVA
==10be0c==

2.1 – ANÁLISE DE FONTES


Que tipo de fonte - doutrina, jurisprudência, lei, legislação local - mais aparece em
uma prova da magistratura estadual? Será que estudo a jurisprudência com bastante
afinco, ou vale mais a pena rever conceitos doutrinários? Fontes locais são importantes?
Apresentamos, agora, o gráfico de incidência das provas:

Dentro desta matéria existem 4 tipos de gráficos, os dois primeiros referem-se ao estilo
de cobrança na matéria específica (Lei, doutrina, jurisprudência ou Legislação Local),
tanto em percentuais como em valores absolutos.

- Em percentual como se distribuem as fontes

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Direito Ambiental - %
Lei Doutrina Jurisprudência Legislação Local

1%
12%

7%

80%

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Em números absolutos como se distribuem as fontes

Direito Ambiental - Nº de
Alternativas
700 653

600

500

400

300

200
93
100 59
10
0
Lei Doutrina Jurisprudência Legislação Local

Na sequência encontramos dois gráficos referentes à cobrança específica dos


temas do nosso Edital, também em percentuais e valores absolutos.

Percebam que a grande cobrança de Direito Ambiental em concursos da


magistratura é, sem sombra de dúvidas, a “letra fria” da legislação ambiental ou da
Constituição Federal.

2.2 – ANÁLISE DE TEMAS


Quais são os temas que mais aparecem numa prova de Direito Ambiental da magistratura
estadual?

Apresentamos, agora, o gráfico de incidência dos temas, em um gráfico percentual:

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Direito Ambiental - Conteúdos - %


Código Florestal 17%
Outros Temas (biodiversidade, patrimônio genético,… 14%
Aspectos Constitucionais 12%
Licenciamento Ambiental 11%
Tutela Processual do Meio Ambiente 11%
Responsabilidade Civil Ambiental 10%
Introdução e Princípios 8%
Política Nacional do Meio Ambiente 7%
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 7%
Política Nacional de Recursos Hídricos 2%

0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18%

Agora, mostramos a você isso em números absolutos, para fins de comparação:

Direito Ambiental - Conteúdos - Nº de


Alternativas
Código Florestal 137
Outros Temas (biodiversidade, patrimônio… 118
Aspectos Constitucionais 101
Licenciamento Ambiental 93
Tutela Processual do Meio Ambiente 89
Responsabilidade Civil Ambiental 79
Introdução e Princípios 67
Política Nacional do Meio Ambiente 58
Sistema Nacional de Unidades de … 57
Política Nacional de Recursos Hídricos 15

0 20 40 60 80 100 120 140 160

Feitas essas análises estatísticas quantitativas, é chegada a hora de fazer uma análise
qualitativa e estabelecer um parecer a respeito desta disciplina na sua carreira. Vamos
lá?

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3. ANÁLISE QUALITATIVA E PARECER


Diante da análise de todas as questões cobradas, conforme o recorte anteriormente feito,
nos certames da magistratura estadual percebe-se que os temas de Direito Ambiental
foram cobrados da forma adiante exposta.

3.1 – Introdução

Antes de mais nada, é importante analisarmos que a cobrança da legislação “seca”, ou


“letra fria da lei”, é extremamente importante na preparação de direito ambiental para a
magistratura estadual.

Este estudo corresponde a 80% (oitenta por cento) das questões de provas.

Além da letra da lei, em cerca de 7% (sete por cento) das questões, as bancas tem
cobrado temas doutrinários.

Mas aqui, um rápido parênteses é necessário.

Qual o nível de profundidade destas questões doutrinárias?

Meus amigos, a classificação de uma questão como doutrinária não necessariamente


reflete uma doutrina exótica ou complexa, nem espere que irá encontrar questões tiradas
na nota de rodapé do livro de um autor alemão.

Ao contrário, classificamos como doutrina todas as questões que não são respondidas
com a letra da lei ou com julgados. Geralmente você encontrará no nosso conceito de
questão doutrinária aquelas evolvendo os princípios ou conceitos do direito ambiental. Foi
o caso da questão cobrada em 2021 pelo TJSP:

(TJSP-2021-VUNESP) No que tange aos princípios em matéria ambiental, é correto


afirmar que

A) o princípio do desenvolvimento sustentável mereceu destaque na


Constituição Cidadã.

B) os princípios do poluidor pagador e do usuário pagador confundem-se.

C) o princípio do ambiente ecologicamente equilibrado constitui extensão do


direito à vida, cláusula pétrea e direito-dever fundamental.

D) o princípio da equidade intergerencial decorre das competências


compartilhadas entre os entes federativos, em matéria ambiental.

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Letra C

Percebam que se trata de tema básico no estudo do direito ambiental.

Desta forma, podemos afirmar, sem medo de errar que, o Direito


Ambiental em questões da magistratura estadual é cobrado em 87%
(oitenta e sete por cento) das vezes com a letra fria da norma ou doutrina
básica.

Legislação Doutrina

91 %

Quanto aos temas em si, percebemos que o Código Florestal, biodiversidade, patrimônio
genético e os aspectos constitucionais do meio ambiente são os principais temas a serem
estudados em concursos da magistratura estadual, representando 41% de todas as
questões cobradas.

É bem verdade que o gráfico demonstrou a aparição de alta incidência de “outros


temas”, sendo certo que cada um deve ser averiguado caso a caso, preferencialmente
em um estudo pós edital.

Curiosamente, a incidência de leis locais em matéria ambiental é inexistente, com uma


incidência de apenas 1% no universo de 815 questões analisadas.

A jurisprudência foi fonte para 7% das questões cobradas em direito ambiental,


geralmente a cobrança envolve julgamento emblemáticos do Supremo Tribunal Federal
e e Superior Tribunal de Justiça veiculados em seus informativos ou mesmo na
jurisprudência em teses do STJ.

(FGV - 2021 - TJ-PR - Juiz Substituto) João construiu uma suntuosa mansão
de veraneio ao lado do leito de um rio e em Área de Preservação
Permanente (APP), com considerável supressão de vegetação. Constando
a ocorrência de graves danos ambientais e de ilegal atividade causadora
de impacto ambiental, o Ministério Público ajuizou ação civil pública,
pleiteando a demolição da edificação ilegal e o reflorestamento da área

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degradada. Na contestação, João alegou que, inobstante não tenha


obtido prévia licença para a construção, o Município tinha ciência da
construção de sua casa, eis que fiscais de meio ambiente estiveram no
local e não lavraram auto de infração. Assim, argumenta o réu que o
poder público quedou-se inerte, devendo ser aplicada a teoria do fato
consumado, pois a construção já ocorreu há dez anos. Consoante
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a tese defensiva:

A) merece prosperar, eis que, diante do lapso temporal transcorrido,


apesar de não ter ocorrido prescrição, já houve consolidação da situação
fática no tempo pelo fato de o poder público ter tolerado a construção em
APP;

B) merece prosperar, eis que, diante do lapso temporal transcorrido e da


inércia do poder público que tolerou a construção em APP, aplica-se a
estabilização dos efeitos do ato administrativo omissivo;

C) merece prosperar, eis que os princípios da proporcionalidade e da


razoabilidade informam que o direito de propriedade deve prevalecer em
razão da inércia do Município, mas João deve ser condenado a
compensar os danos ambientais provocados;

D) não merece prosperar, pois não se aplica ao caso concreto a teoria do


fato consumado, eis que não preenchido o requisito temporal, ou seja,
ainda não se passaram vinte anos da conduta que deu causa aos danos
ambientais;

E) não merece prosperar, pois não se admite a aplicação da teoria do fato


consumado em tema de Direito Ambiental, que equivaleria a perpetuar e
perenizar um suposto direito de poluir que vai de encontro ao postulado
do meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Letra A

Desta forma, podemos pontualmente concluir, antes de adentrarmos no próximo tópico,


que em estudos para magistratura estadual:

a) o estudo de lei seca é importantíssimo;


b) o estudo da lei local não deve ser priorizado no pré-edital, mas apenas em eventual
pós edital;
c) o conhecimento da jurisprudência deve ser pontual, apenas quanto aos temas
quentes e julgados polêmicos / consolidados;

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Assim, podemos esquematizar os assuntos da seguinte forma:

Código Florestal
Núcleo Essencial
Outros Temas (biodiversidade, patrimônio genético...)
43%
Aspectos Constitucionais

Licenciamento Ambiental

Tutela processual do meio ambiente Ótimo Custo X Benefício


32%
Responsabilidade Civil Ambiental

Introdução e princípios

Política Nacional do meio ambiente Baixa incidência, mas não


descuidar 22%
Sistema Nacional de unidades de conservação

Baixíssima incidência
Política Nacional de Recursos Hídricos
2%

Feitas essas considerações iniciais, vamos traçar um planejamento para estudo estratégico de
cada assunto especificamente, indicando quais tópicos devem ter maior atenção do aluno,
bem como qual ou quais as fontes de estudo mais indicadas para cada tema.

3.2 – Introdução e princípios

Neste ponto, os conhecimentos iniciais genéricos já são suficientes ao conhecimento da


matéria, sendo essencial o estudo e aprofundamento dos princípios do Direito Ambiental.

Sem dúvidas, quando tratamos de princípios ambientais, o conhecimento por assimilação,


o vulgo “decoreba”, de alguns temas é essencial.

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Exemplo disto, podemos ter:

a) Diferenças entre o princípio da prevenção e da precaução?


b) O que é o princípio do poluidor-pagador?

A matéria já foi cobrada nos seguintes contornos no TJRJ de 2013 (VUNESPE).

O princípio da precaução, no tocante às questões de Direito Ambiental, pressupõe e gera


como possibilidade, respectivamente:

A) ausência de certeza científica e inversão do ônus da prova.

B) certeza científica e condenação por dano hipotético.

C) risco provado e condenação ao pagamento de indenização fixada por arbitramento.

D) risco eventual e condenação ao pagamento de indenização obrigatória.

Letra A

Conforme disponibilizado nas nossas Trilhas Estratégicas para magistratura estadual, leia
todos os princípios tendo atenção aos seguintes:

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: harmonização do crescimento


econômico com a preservação ambiental e a busca da equidade social;

PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: busca evitar que o dano possa se concretizar, tendo por base
uma certeza científica dos impactos ambientais. Não confundir com o princípio da
precaução, quando há ausência de certeza científica;

PRINCÍPIO DO POLUIDOR – PAGADOR: imposição, ao poluidor e ao predador, da


obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos;

PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA: consagrado na Declaração da Rio-92,


preceitua que a sociedade tem o direito de ter participação efetiva nas decisões políticas
que afetem diretamente seus interesses ambientais;

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PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE OU TRANSVERSALIDADE: tendo em vista que é um macrobem,


possui onipresença, ubiquidade, logo há necessidade de cooperação entre os povos.

Ainda que se observe que a cobrança dos princípios reflita apenas 8% das questões, eles
estiveram presentes em duas provas em 2019, não tendo sido abandonados pelas bancas.

3.3 – Aspectos constitucionais

O estudo dos aspectos constitucionais do meio ambiente envolve tanto a disciplina de Direito
Ambiental como também a disciplina de Direito Constitucional.

Sem dúvidas, dois pontos são essenciais nesta parte da matéria:

a) O artigo 225 da Constituição Federal deve ser memorizado pelo candidato:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo


ecológico das espécies e ecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e


fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente


causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos


e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;

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VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a


conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade.

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio


ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão


os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal


Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por


ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-
estar dos animais envolvidos.

b) A repartição de competências em matéria ambiental.

Aqui destacamos especialmente a competência legislativa concorrente em matéria


ambiental, prevista no artigo 24 da Constituição Federal, que é tema de reiteradas cobranças
das bancas tanto pela ótima constitucional como pela Lei Complementar n.º 140/2011.

(TJMT-VUNESPE-2018) A Constituição Federal de 1988 promove a repartição de competências


ambientais pelos mesmos mecanismos da competência em geral entre os entes federativos.
Dessa forma, na seara ambiental, no âmbito da competência legislativa e da competência
administrativa, é correto afirmar que

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A) compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios legislar


concorrentemente sobre proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico.

B) lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas


relacionadas a atividades nucleares de qualquer natureza.

C) compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios legislar


concorrentemente sobre educação, cultura, ensino e lazer.

D) a União e os Estados possuem competência administrativa concorrente em matéria


ambiental, no que diz respeito a registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.

E) em relação a matérias de jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia, Lei


complementar não poderá autorizar os Estados a legislar sobre estas questões.

Letra B

Comprovando a afirmação acima temos a questão aplicada em 2021 pelo TJSP:

(VUNESP - 2021 - TJ-SP - Juiz Substituto) No que tange às competências, em matéria ambiental,
não é correto afirmar que

A) além das normas contendo partilha de competências na Lei Complementar nº 140/2011, as


atribuições administrativas estão mencionadas na Constituição, sendo as da União,
enumeradas amplamente no artigo 21, as dos Estados, no artigo 25 e as dos Municípios, no
artigo 30.

B) o Município é competente para legislar sobre meio ambiente com a União e o Estado, no
limite do interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados.

C) a grande inovação é a incumbência dos Estados, em regra geral, para autorizar a gestão
e a supressão de vegetação de florestas e formações sucessoras nos “imóveis rurais” e,
portanto, nas áreas de preservação permanente e nas reservas legais. A União e os Municípios
também terão a mesma atribuição em florestas públicas municipais e unidades de
conservação instituídas pela União ou pelos Municípios, respectivamente.

D) a atribuição administrativa da União para controlar a apanha de espécies da fauna silvestre


tem limite na previsão da competência dos Estados quanto às pesquisas científicas.

Letra C

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3.4 – Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA

A cobrança do tema Política Nacional do Meio Ambiente envolve essencialmente a leitura


da Lei 6.938/81.

E aqui, trago um dado bastante objetivo: 100% (cem por cento) das questões cobradas
com este tema foram elaboradas com base na letra fria da lei 6.938/81, aqui poderíamos
selecionar 50 questões e todas elas demandariam o conhecimento da literalidade das
normas da Lei, por isso um estudo grifado e constantes revisões são essenciais.

Aqui, destacamos alguns artigos de memorização essencial:

PRINCIPAIS ARTIGOS DA LEI 6.938/81


Art. 3º Art. 4º Art. 6º Art. 8º Art. 9º Art.9º-A Art. 9º-B Art. 10 Art. 12

3.5 – Licenciamento Ambiental (poder de polícia ambiental)

Tema que também aparece entre os mais cobrados, o licenciamento ambiental ou poder
de polícia ambiental deve ser estudado tanto nos aspectos constitucionais (artigo 225,
parágrafo 1º) como também pela Lei Complementar 140/2011 e pela Lei 6.938/81.

Especificamente as resoluções do CONAMA, não penso ser essencial um estudo no PRÉ


EDITAL, sendo certo que devemos, eventualmente, aprofundar o tema em um PÓS EDITAL.

Aqui, destaco especialmente os temas que apontamos na nossa trilha estratégica para
magistratura, onde afirmamos que:

Durante o estudo do tópico Licenciamento Ambiental, importante saber distinguir


Autorização e Licença. O professor faz uso do quadro esquematizando, que resume as
principais características de cada forma de manifestação de controle prévio.

Preste bastante atenção durante a leitura do tópico Competência para Licenciar e Fiscalizar.
Leia com atenção os trechos da lei e o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça
(STJ).

No tocante às licenças expedidas no processo de licenciamento ambiental, temos:

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a

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viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem


atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de


acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem
motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento,


após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com
as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

3.6 – Código Florestal

O Código Florestal (CFlo) é, estatisticamente, o tema mais cobrado em concursos da


magistratura estadual. Conforme visto acima, em cerca de 17% (dezessete por cento) das
questões, houve a incidência deste tema.

Aqui, uma observação merece destaque: a quase totalidade das questões cobrou a “letra
fria da lei”.

Aqui, por mais óbvio e repetitivo que pareça, reitero que a leitura do Código Florestal é
essencial, dada a cobrança maciça da norma “crua”.

A Lei 12.651/2012 é de leitura essencial, juntamente com a Súmula 623 do STJ (principal
julgado cobrado em provas na matéria Código Florestal):

Súmula 623 – STJ - As obrigações ambientais possuem natureza propter rem,


sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos
anteriores, à escolha do credor.

Assim, conforme consta das nossas Trilhas Estratégicas para magistratura:

Quanto às normas e princípios do Código Florestal, basta a leitura do art. 1-A, da Lei
12.651/2012. Em relação às obrigações propter rem, vale a pena entender o porquê da
obrigação de reparar o dano acompanha o proprietário e a súmula 623, STJ.

Por fim, quanto ao tópico sobre conceitos fundamentais previstos no CFLOR , o mais
interessante é a leitura integral, com destaque para:

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1) Amazônia Legal;

2) Área de Preservação Permanente;

3) Reserva Legal; e

4) Manejo Sustentável.

Além disso, muita atenção aos: Conceitos dos institutos e características de cada qual.
Será dessa forma que aparecerá em sua prova.

No que concerne à Área de Preservação Permanente, grave seu conceito e leia os arts. 4º a
9º, do Código Florestal. As gravuras trazidas pelo Professor auxiliam muito na compreensão.
Quanto ao regime de proteção, leitura integral.

Em relação à Reserva Legal, grave seu conceito e leia os arts. 12 a 24, do Código Florestal.
As gravuras trazidas pelo Professor auxiliam muito na compreensão. Quanto ao regime de
proteção, leitura integral. Ainda aqui, atenção exclusiva aos percentuais!!!!!

No que tange à Supressão da Vegetação para Uso Alternativo do Solo, grave seu conceito e
leia os arts. 26 a 28, do Código Florestal. As gravuras trazidas pelo Professor auxiliam muito
na compreensão.

Por último, em relação aos demais institutos, faça uma breve leitura com especial atenção
para a Cota de Reserva Ambiental.

Especificamente quanto aos julgados sobre o Código Florestal, destacamos


especialmente o Informativo 892 do STF que julgou as ADIs propostas contra os diversos
dispositivos do Código Florestal.

3.7 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)

Quanto ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a Lei 9.985/00 é de leitura


obrigatória, já que representa isoladamente 7% das questões cobradas, estando muito
próximo daqueles tópicos que podem ser considerados como certos em todas as provas.

Apesar da pouca incidência em provas, alguns temas merecem uma atenção especial,
a exemplo do conceito de unidades de conservação, os grupos em que se dividem, as
espécies, os requisitos para instituição e as formas de criação e extinção das unidades.

Aqui a cobrança será, essencialmente, baseada na letra fria da Lei 9.985/00.

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3.8 – Política Nacional de Recursos Hídricos

Tema com baixa incidência em provas e que não compensa o estudo no PRÉ EDITAL,
devendo ser aprofundado apenas no PÓS EDITAL, em eventual cobrança no seu concurso,
afinal em todos os concursos da magistratura de 2019 e 2020 somente uma questão tratou
do tema:

(TJAL-2019-FCC). A política nacional de recursos hídricos instituída pela Lei n° 9.433/1997,


estabelece, como um de seus instrumentos,

A) a possibilidade de cobrança pelo uso de recursos hídricos sujeitos a outorga, o que não
se confunde com taxa ou tarifa cobrada pelo fornecimento domiciliar de água tratada e
coleta de esgoto.

B) a outorga onerosa dos direitos de uso dos recursos hídricos, conferida exclusivamente
para geração de energia por pequenas centrais hidrelétricas, com potencial de geração
de até 30 MW.

C) os planos de recursos hídricos, elaborados de forma centralizada pela Agência


Nacional de Águas (ANA) e de aplicação compulsória pelos Estados e Municípios que
integrem a correspondente Bacia Hidrográfica.

D) o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos, órgão do Ministério de Minas


e Energia responsável pelo licenciamento ambiental de hidrelétricas e outros
empreendimentos que impactem de forma relevante as reservas hídricas disponíveis.

E) a classificação indicativa de cursos de água, com o enquadramento dos rios e afluentes


de todo o território nacional nas categorias “A”, “B” ou “C”, conforme a prioridade,
respectivamente, para consumo humano, dessedentação de animais ou geração de
energia elétrica.

Letra B

Nas provas de 2021 e 2022 também somente uma questão analisou a questão, e também
uma prova da FCC o que indica que para essa banca o tema é relevante:

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(FCC - 2021 - TJ-GO - Juiz Substituto) Diante de uma crise hídrica, o setor energético propõe
uma gestão mais austera de seus reservatórios de água para garantir o abastecimento de
energia elétrica. Nesse cenário,

A) o uso do reservatório será compartilhado, de forma equânime e exclusiva, entre a


produção energética e o consumo humano.

B) deve ser garantido o uso múltiplo e igualitário dos reservatórios sem que haja qualquer
grau de prioridade.

C) deve ser assegurado o uso prioritário dos recursos hídricos para o consumo humano e
para a dessedentação de animais.

D) é obrigação do Poder Público buscar alternativas para o consumo humano diante da


prioridade do setor energético no uso de seus reservatórios de água.

E) a prioridade de uso dos reservatórios de água será do setor energético, que deverá,
diante da ausência de alternativa viável, ceder até dez por cento do reservatório para
consumo exclusivo humano.

Letra C

Destacamos a necessidade de conhecimento superficial da Lei 9.433/97, já que todas as


questões cobravam a sua literalidade.

3.9 – Responsabilidade Civil Ambiental

A responsabilidade civil por danos ao meio ambiente é um dos temas mais importantes no
estudo de Direito Ambiental para magistratura.

Tudo bem que a cobrança em provas objetivas redundou em “apenas” 10% (dez por
cento) das questões das provas.

Contudo, trata-se de tema essencial para as provas de segunda e terceira fases deste tipo
de concurso. Tanto que foi já foi cobrada pelo TJPR, TJRJ, TJGO e TJSP.

TJPR- Juiz Substituto-2011- E cabível ação civil pública para responsabilização par dano
ambiental? Em caso afirmativo, indicar em que ente recai a legitimidade ativa, qual o juízo
competente para processa-la e julga-la, bens como a legislação aplicável ao tema.

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Extremamente relevante a leitura do art. 225, §3º, CFRB/88 e os reflexos que tal dispositivo
possui na jurisprudência dos Tribunais Superiores, inclusive quanto à possibilidade de
responsabilização nas 3 esferas.

As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,


pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.

Em seguida, entenda que a responsabilidade pode ser aferida em 03 esferas.


Prosseguindo, ponto interessante se dá na normatização das responsabilidades, valendo
a pena gravar as legislações pertinentes.

Destaque-se que a responsabilidade civil ambiental é objetiva, independe da


comprovação de culpa pelo poluidor, bastando a conduta, seja ela omissiva ou
comissiva, o dano ambiental e o nexo causal entre eles para surgir o dever de reparação,
e, segundo entendimento do STJ, com base na Teoria do Risco Integral, em que não se
admite a exclusão de culpa por caso fortuito, força maior ou fato de terceiro.

Além disso, o artigo 70, da Lei 9.605/98 determina que o ilícito administrativo-ambiental
consuma-se com a não observância das regras ambientais ligadas ao uso, gozo,
promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. Segundo a 1ª turma do STJ: "a
responsabilidade civil por dano ambiental é mais abrangente do que a responsabilidade
administrativa e penal, não admitindo estas últimas que terceiros respondam a título
objetivo por ofensas ambientais praticadas por outrem."

3.10 – Tutela processual do Meio Ambiente

A tutela processual do meio ambiente está presente em 11% das questões objetivas, sendo
relevante nesta matéria assuntos como Ação Popular e Ação Civil Pública, dada a
natureza difusa da proteção ambiental, além de temas relacionados à prescrição em
matéria ambiental.

Aqui destacamos especialmente os julgados do Supremo Tribunal Federal acerca da (im)


prescritibilidade da reparação de danos ambientais.

Também devem ser reforçados, posto que presente em várias questões, conteúdos como:

a) legitimidade ativa para a ação civil pública;

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b) tutela provisória da ação civil pública;

c) prescrição da ação de dano ambiental

Ressalte-se, ainda, a importância do estudo do Termo de Ajuste de Conduta e do Inquérito


Civil em matéria ambiental, temas estudados na aula referente à Lei 7.347/85.

3.11 – Outros temas

Por fim, cerca de 14% (catorze por cento) das questões de Direito Ambiental em concursos
da magistratura envolve a cobrança de “outros temas”, classificados em nosso edital
como:

Biodiversidade. Principais instrumentos de proteção internacional. Acesso.


Política nacional. Proteção jurídica do conhecimento tradicional associado.
Modificação dos genes pelo homem e meio ambiente. Proteção química das
culturas e meio ambiente. Produtos tóxicos. Controle. Transporte. Recursos
Minerais e Petróleo. Mineração. Royalties do Petróleo. Política Energética e Meio
Ambiente.

Entendo que estes temas genéricos devem ser estudados apenas no PÓS EDITAL do seu
concurso e você deve analisar cada item de forma individual para verificar a melhor
estratégia de estudos, especialmente levando em conta as peculiaridades das questões
ambientais enfrentadas por cada Estado.

Explico, em um concurso para o TJRJ a questão dos Royalties do Petróleo ganha muito
mais relevância do que em um concurso para o TJAM, por outro lado, nesse tribunal temas
ligados à proteção jurídica do conhecimento tradicional associado ganha mais
relevância que no TJPR, onde a grande produção agrícola indica que seria mais relevante
estudar produtos tóxicos.

Veja por exemplo a seguinte questão, cobrada no TJMT onde temas como biodiversidade
e biopirataria tem grande relevância.

(TJMT- 2019- VUNESPE) De acordo com os princípios relacionados ao Direito Ambiental,


para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, incumbe ao
Poder Público

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A) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos


sólidos.

B) a comercialização de minérios e minerais nucleares inativos e seus derivados.

C) iniciar programas ambientais, independentemente de estarem incluídos na lei


orçamentária anual.

D) conceder ou utilizar créditos ilimitados no manejo ecológico das espécies equilibradas.

E) fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético.

Letra E

Para auxiliar a sua preparação, nossa análise estatística demonstrou que as questões
envolvem basicamente a cobrança da letra fria da lei.

Temas como Saneamento Básico e o estudo das novidades legislativas, Política Nacional
de Resíduos Sólidos e a Lei Complementar 140/2011 estão entre os mais cobrados, sempre,
repita-se, com a letra fria da lei.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final desta aula! Continuaremos com o Estudo Estatístico das demais
disciplinas nas aulas respectivas. Nesta aula você pôde ver como a disciplina-tema incide
nas provas.

Quaisquer dúvidas, sugestões, críticas ou mesmo elogios, não hesite em entrar em contato
conosco. Estamos disponíveis, sempre, no Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno.

Até a próxima!

Igor Maciel

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