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Aula 13

TJDFT (Analista Judiciário - Sem


Especialidade) Direito Processual Civil -
2022 (Pós-Edital)

Autor:
Ricardo Torques

25 de Fevereiro de 2022
Ricardo Torques
Aula 13

Sumário

Teoria Geral dos Recursos ................................................................................................................................. 4

1 - Pressupostos Recursais ............................................................................................................................. 4

2 - Disposições Gerais .................................................................................................................................... 9

2.1 - Conceito e natureza jurídica dos recursos .......................................................................................... 9

2.2 - Espécies ............................................................................................................................................ 10

2.3 - Efeitos recursais ............................................................................................................................... 11

2.4 - Legitimidade recursal ....................................................................................................................... 17

2.5 - Desistência e renúncia ...................................................................................................................... 20

2.6 - Dispositivos diversos ....................................................................................................................... 22

Apelação ........................................................................................................................................................... 29

1 - Cabimento ............................................................................................................................................... 29

2 - Procedimento .......................................................................................................................................... 31

Agravos no CPC............................................................................................................................................... 41

1 - Agravo de Instrumento ........................................................................................................................... 41

1.1 - Conceito ........................................................................................................................................... 41

1.2 - Cabimento ........................................................................................................................................ 41

1.3 - Procedimento ................................................................................................................................... 45

2 - Agravo Interno ........................................................................................................................................ 53

3 - Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário ................................................................... 55

3.1 - Conceito e cabimento ....................................................................................................................... 55

3.2 - Procedimento ................................................................................................................................... 56

Embargos de Declaração .................................................................................................................................. 58

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1 - Cabimento ............................................................................................................................................... 58

2 - Procedimento .......................................................................................................................................... 62

3 - Prequestionamento .................................................................................................................................. 64

4 - Embargos de declaração protelatórios .................................................................................................... 66

5 - Embargos de declaração atípicos (modificativos ou com efeitos infringentes) ...................................... 67

Recurso Ordinário Constitucional .................................................................................................................... 70

1 - Conceito e cabimento .............................................................................................................................. 70

2 - Procedimento .......................................................................................................................................... 73

Recurso Extraordinário e Recurso Especial ..................................................................................................... 74

1 - Cabimento ............................................................................................................................................... 75

1.1 - Cabimento de recurso extraordinário ............................................................................................... 75

1.2 - Cabimento do recurso especial ........................................................................................................ 76

2 - Procedimento .......................................................................................................................................... 77

Embargos de Divergência em REsp e RExt ..................................................................................................... 90

1 - Cabimento ............................................................................................................................................... 91

2 - Procedimento .......................................................................................................................................... 93

Tabelas comparativas de recursos espécies...................................................................................................... 95

1 - Juízo de retratabilidade versus Juízo de admissibilidade ........................................................................ 95

2 - Hipóteses de cabimento dos recursos em espécie ................................................................................... 95

Destaques da Legislação e Jurisprudência Correlata ....................................................................................... 97

Lista de Questões com Comentários .............................................................................................................. 112

FCC ........................................................................................................................................................ 112

FGV ........................................................................................................................................................ 157

Outras Bancas ......................................................................................................................................... 188

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Lista de Questões sem Comentários .............................................................................................................. 249

FCC ........................................................................................................................................................ 249

FGV ........................................................................................................................................................ 264

Outras Bancas ......................................................................................................................................... 276

Gabarito .......................................................................................................................................................... 299

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RECURSOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje vamos estudar a parte referente aos recursos. De acordo com a ementa, venceremos os
seguintes pontos:

Disposições Gerais arts. 994 a 1.008

Apelação arts. 1.009 a 1.014

Agravos e suas espécies art. 1.015 a 1.021

Embargos de Declaração arts. 1.022 a 1.026

Recursos para STF e STJ arts. 1.027 a 1.044

Boa aula!

TEORIA GERAL DOS RECURSOS

1 - Pressupostos Recursais

Esses pressupostos recursais são analisados no exercício do juízo de admissibilidade e tem por finalidade
averiguar o preenchimento dos requisitos formais dos recursos. Somente após essa análise formal (dos
pressupostos recursais) é que podemos passar para a análise do mérito dos recursos, com o desprovimento
ou provimento – parcial ou total – do recurso. Na análise de mérito, o tribunal irá avaliar se os argumentos
trazidos pela parte são suficientes para impor a reforma à sentença, por vícios formais (error in procedendo),
tal como uma sentença extra petita ou uma sentença sem fundamentação, ou por vícios de mérito (error in
iudicando), que se refere ao conteúdo do ato decisório, por vícios fáticos ou jurídicos na decisão do
magistrado.

De acordo com a doutrina1:

O juízo de admissibilidade dos recursos consiste na verificação, pelo juízo competente, da


presença dos requisitos mínimos para que o recurso possa ser processado e examinado
quanto ao seu conteúdo (seu “mérito”). O exame da admissibilidade é sempre preliminar
ao do mérito. Sendo positivo o juízo de admissibilidade, o recurso será conhecido,

1
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 472.

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admitido, e passa-se para o exame do mérito. Se o juízo de mérito for também favorável
ao recorrente, o recurso é provido.

Assim...

implicam, caso
são analisados no
OS são requisitos algum deles
juízo de
PRESSUPOSTOS formais dos esteja ausente, a
admissibilidade
PROCESSUAIS recursos não admissão do
do recurso
recurso

A doutrina classifica esses pressupostos em requisitos intrínsecos e requisitos extrínsecos.

Os requisitos intrínsecos dizem respeito à existência do poder de recorrer. Os requisitos extrínsecos referem-
se ao modo de recorrer.

Essa classificação distingue, ainda, os requisitos extrínsecos conforme o esquema abaixo:

cabimento/adequação

legitimidade
requisitos
intrínsecos
interesse

inexistência de fato
PRESSUPOSTOS impeditivo/extintivo
PROCESSUAIS
tempestividade recursal

requisitos
regularidade formal
extrínsecos

preparo

Vamos iniciar pela análise dos requisitos intrínsecos.

REQUISITOS INTRÍNSECOS

(1) cabimento/adequação

Esses requisitos remetem à ideia de que o ato impugnado precisa ser suscetível de ataque em tese pela
parte, permitindo identificar qual é o recurso cabível.

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Segundo a doutrina2,

para que se configure tal pressuposto é preciso que se admita o emprego de algum recurso
contra a decisão em questão e que o recurso concretamente empregado seja adequado
para ela. Ou seja, o cabimento é definitivo pelo binômio admissibilidade X adequação
recursais.

Não obstante tenhamos estritamente a previsão de um único recurso para cada tipo de decisão, adota-se,
em nosso sistema recursal, o princípio da fungibilidade recursal. Segundo esse princípio, admite-se o
recebimento de um recurso em lugar do outro quando ocorrer equívoco da parte, em razão da previsão do
princípio da instrumentalidade das formas.

Contudo, para que seja aplicada a regra da fungibilidade recursal, devem ser observados três requisitos:

a) dúvida objetiva em relação a qual recurso adotar;

b) inexistência de erro grosseiro pela parte que recorreu de forma equivocada; e

c) observância do prazo do recurso realmente cabível.

Esse terceiro requisito perde um pouco a razão de ser no CPC, que possui prazos unificados
de 15 dias.

(2) legitimidade

A legitimidade recursal está prevista no art. 996, do CPC, e diz respeito:

 à parte vencida;

 ao terceiro prejudicado; e

 ao Ministério Público, seja quando atuar como parte, seja quando atuar como fiscal da
ordem jurídica.

Importante observar que o art. 138, do CPC, prevê também duas hipóteses de legitimidade recursal do
amicus curie. A regra é que o amicus curie não possa interpor recurso, mas existem duas exceções descritas
no §1º, do art. 138, do CPC, quais sejam:

a) embargos de declaração; e

b) recurso contra decisão em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR).

2
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 474.

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(3) interesse

O interesse recursal segue a mesma metodologia do interesse de agir e configura-se pela demonstração da
necessidade de ajuizamento do recurso e a adequação do expediente recursal escolhidos. Assim,
demonstra-se a utilidade do recurso interposto para a parte, que pretende a melhora da sua situação fática.

Segundo a doutrina3, para que se configure o interesse recursal, o provimento do recurso tem que trazer
alguma utilidade jurídica prática para o recorrente, ou seja, uma situação jurídica objetivamente melhor do
que a que ele tinha com a decisão recorrida.

(4) inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer.

Vamos tratar alguns conceitos a fim de facilitar a compreensão desse pressuposto.

Os fatos impeditivos do direito de recorrer ocorrem quando a parte estiver proibida de falar nos autos, tal
como ocorre, por exemplo, em face de uma sanção por abuso processual ou litigância de má-fé.

Os fatos extintivos do direito de recorrer são a renúncia à faculdade recursal, melhor estudada adiante, ou a
aquiescência expressa ou tácita à decisão e à preclusão consumativa.

Nesse pressuposto, portanto, analisaremos a ocorrência da desistência e da renúncia, previstos nos arts. 998
e 999, ambos do CPC.

Por ora basta saber que a desistência poderá ocorrer quando já interposto o recurso, ao passo que a renúncia
ocorre antes da interposição do recurso quando a parte prontamente abre mão do direito de recorrer, tão
logo cientificada do teor da decisão.

REQUISITOS EXTRÍNSECOS

(1) tempestividade recursal

A tempestividade, que será analisada no art. 1.003, do CPC, refere-se à interposição do prazo no tempo
correto, ou seja, no período previsto, no CPC, como o tempo oportuno para que a parte interessada em
recorrer exerça a prerrogativa processual.

(2) regularidade formal

De acordo com a doutrina4,

O recurso precisa adequar-se a certas exigências formais para que possa ser admitido.
Vigoram os princípios da tipicidade mitigada e da instrumentalidade dos atos processuais.

3 WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo.


Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 478.
4
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 484.

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Mas há parâmetros mínimos que a petição recursal precisa observar, sob pena de
inviabilizar até mesmo em termos práticos a possibilidade de compreensão da questão pelo
órgão julgador do recurso.

A regularidade formal refere-se à dialeticidade recursal, que constitui a existência de diálogo entre as partes
quando da interposição do recurso. Desse modo, uma vez apresentado o recurso, a parte contrária é
intimada para equilibrar essa relação com a apresentação das contrarrazões recursais.

Assim, todo recurso deve ser formulado por intermédio de uma petição, no qual irá combater a decisão
recorrida, com indicação dos motivos de fato e de direito que levam à pretensão de novo julgamento da
matéria já julgada. Além disso, exige-se, para regularidade formal do processo, a intimação da parte contrária
para as contrarrazões.

(3) preparo

O preparo5 consiste no pagamento das custas processuais incidentes sobre aquela espécie recursal, e a
respectiva comprovação no ato de interposição recursal.

O preparo, que será estudado adiante, está previsto no art. 1.007, do CPC, e refere-se ao pagamento das
custas para o processamento do recurso nos tribunais.

Em síntese...

PRESSUPOSTOS RECURSAIS

REQUISITOS INTRÍNSECOS REQUISITOS EXTRÍNSECOS

5
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 485.

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Ä cabimento/adequação: ato impugnado suscetível


de ataque
 legitimidade: parte vencida, terceiro prejudicado
e MP na qualidade de fiscal da ordem jurídica (o  tempestividade recursal: prazo (em regra, 15
amicus curie pode ingressar apenas com embargos dias)
de declaração e IRDR)  regularidade formal: exigências formais para que
 interesse: demonstração da necessidade de possa ser admitido
ajuizamento do recurso e a adequação do  preparo: pagamento das custas processuais
expediente recursal escolhidos. incidentes sobre aquela espécie recursal, e a
 inexistência de: respectiva comprovação no ato de interposição
➢ fato impeditivo: parte proibida de falar nos recursal.
autos (ex. abuso processual e litigância de
má-fé) ou desistência; e
➢ extintivo: renúncia e aquiescência à decisão.

2 - Disposições Gerais

2.1 - Conceito e natureza jurídica dos recursos

O recurso é um remédio voluntário e idôneo, apto a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a
invalidação, a integração ou o esclarecimento da decisão judicial que se impugna. Apenas para esclarecer, o
recurso:

 é voluntário porque depende da vontade da parte.

 deve ser idôneo, ou seja, ser cabível e estar no rol do art. 994, do CPC.

Ele tem por finalidade a revisão da decisão recorrida – o que abrange sua reforma (mudança do seu
conteúdo), sua cassação (invalidação, para que outra venha a ser posteriormente proferida em seu lugar),
complemento (integração) de omissões, esclarecimento de contradições e obscuridades ou a correção de
erros materiais6.

O recurso possui natureza jurídica de faculdade, revestida de um ônus (obrigação). Caso a parte pretenda
alterar o conteúdo da decisão, deverá interpor um recurso (faculdade). Ao mesmo tempo, se a parte
pretender a reforma da decisão, a única forma de obtê-la é por intermédio do recurso (ônus).

Antes de iniciarmos a análise dos dispositivos do CPC, é importante que você tenha em mente
que há um sistema de impugnação de decisões judiciais que compreende recursos, ações
autônomas e sucedâneos recursais.

As ações autônomas são instrumentos de impugnação da decisão judicial pelo qual se dá


origem a um processo novo, que tem por objetivo interferir ou atacar decisões judiciais. Essas

6
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl. com
o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 469.

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ações autônomas podem se desenvolver de forma concomitante com o processo principal, mas temos
exceções, como é o caso da ação rescisória, que é feita posteriormente ao julgamento da ação principal. O
mesmo ocorre em relação à querela nulitatis, que tem por finalidade atacar vícios transrescisórios. Por
exemplo, nulidade de citação após o decurso do prazo de 2 anos para ajuizar ação rescisória.

Os sucedâneos recursais são todos os meios de impugnação da decisão judicial que não se constitui nem em
um recurso, nem em uma ação autônoma, a exemplo da remessa necessária que é condição de eficácia de
sentença. Outro exemplo é o pedido de reconsideração de sentença.

Para a prova...

O recurso é um remédio voluntário e idôneo, apto a


CONCEITO DE ensejar dentro do mesmo processo a reforma, a
RECURSO invalidação, a integração ou o esclarecimento da decisão
judicial que se impugna.

2.2 - Espécies

O art. 994, do CPC, discrimina as espécies recursais. Confira:

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;

II - agravo de instrumento;

III - agravo interno;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

VI - recurso especial;

VII - recurso extraordinário;

VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;

IX - embargos de divergência.

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É fundamental que você memorize todas essas espécies recursais.

apelação

agravo de instrumento

agravo interno

embargos de declaração
RECURSOS

recurso ordinário

recurso extraordinário
Recurso Especial

agravo em recurso especial ou extraordinário

embargos de divergência

Pergunta-se:

Existem outras espécies recursais para além dessas? Sim, existem. Não estão no CPC, mas podem existir em
leis específicas, a exemplo dos embargos infringentes da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal), recurso
inominado previsto na Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais).

Contudo...

O art. 994 é taxativo em relação ao CPC

Disso decorre o pressuposto de admissibilidade e cabimento/adequação, no sentido de que sempre haverá


um recurso cabível para atacar ou interferir em determinada decisão judicial. Assim, haverá possibilidade de
recorrer nas situações expressamente previstas para determinadas situações processuais específicas.

2.3 - Efeitos recursais

O art. 995, do CPC, trata dos efeitos dos recursos. De acordo com a doutrina, a admissão (conhecimento) de
determinado recurso, para que seja processado, gera uma série de efeitos. A doutrina elenca vários efeitos
recursais:

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EFEITOS DOS RECURSOS

devolutivo suspensivo translativo expansivo obstativo substitutivo

Vamos compreender cada um deles!

(1) EFEITO DEVOLUTIVO

Em regra, os recursos possuem apenas efeito devolutivo. Segundo a doutrina7, pelo efeito devolutivo, será
devolvida ao conhecimento do tribunal toda a matéria efetivamente impugnada pela parte em seu recurso
(tantum devolutum quantum appellatum).

O efeito devolutivo significa a devolução da matéria para reexame. A interposição do recurso tem por
objetivo provocar o reexame da matéria recorrida, fator comum a todos os recursos.

Não obstante essa devolução das questões a serem apreciadas pelo tribunal, proíbe-se que julgamento em
sede de recurso seja mais prejudicial à parte que a decisão originária. Veda-se, assim, a reformatio in pejus.

Registre-se que o efeito devolutivo é comum a TODOS os recursos.

Ainda em relação ao efeito devolutivo dos recursos, distingue-se a extensão e a profundidade desses efeitos.
Vamos com calma!

A extensão do efeito devolutivo refere-se aos pontos ou às questões recorridas. Somente podem ser
analisados pelo tribunal os pontos que foram objeto de recurso pela parte.

Por exemplo, a parte formula três pedidos (A, B e C). O magistrado de primeiro grau defere apenas o pedido
A. A parte autora poderá recorrer para buscar a reforma da decisão em relação aos pedidos B e C, mas decide
recorrer apenas em relação ao pedido C. Nesse caso, em razão da extensão do efeito devolutivo, apenas o
pedido C poderá ser objeto de nova análise pelo órgão colegiado.

7
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1053.

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Quem delimita a extensão do efeito devolutivo – ou dito de forma simples que pontos exatos pretende
reforma – é a parte recorrente.

Por outro lado, temos que analisar a profundidade do efeito devolutivo que atua verticalmente e não
horizontalmente, tal como vimos em relação à extensão do efeito devolutivo.

Pela regra da profundidade entende-se que, em relação àquele ponto recorrido, deve o tribunal conhecer
de todas as questões suscitadas em primeiro grau, independentemente de terem sido decididas ou não, e
de todas as questões de ordem pública, mesmo que não tenham sido suscitadas pela parte ou percebidas
pelo magistrado na origem.

Retomando o exemplo, em relação ao pedido C, objeto do recurso da parte autora, o tribunal deverá levar
em consideração todas as questões suscitadas em primeiro grau, ainda que não analisadas pelo magistrado
de primeira instância, além de ter o dever de conhecer todas as questões de ordem pública afetas àquele
caso.

Assim, ao passo que, em relação à extensão do efeito devolutivo, o tribunal está circunscrito horizontalmente
pelo objeto do recurso formulado pelas partes; e em relação àqueles pontos que foram objeto de recurso, o
órgão colegiado terá ampla liberdade para analisar questões suscitadas e matéria de ordem pública não
analisada.

Assim...

PROFUNDIDADE E EXTENSÃO DO
EFEITO DEVOLUTIVO

extensão profundidade

horizontal possibilidade de vertical


delimitação do objeto
reanálise de todas as
do recurso pela parte
questões suscitadas ou
recorrente
de ordem pública

(2) EFEITO TRANSLATIVO

Temos algumas matérias que podem ser conhecidas de ofício e a qualquer tempo no processo. Desse modo,
mesmo que tais matérias não tenham sido alegadas pela parte recorrente, é possível que sejam analisadas
pelo tribunal quando da interposição do recurso. A esse fenômeno chama-se de efeito translativo do
recurso.

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(3) EFEITO SUSPENSIVO

Durante o tramite recursal, a regra é que a sentença produza efeitos, o que acarreta a sua aplicação. Assim,
os recursos não possuem, em regra, efeito suspensivo. Contudo, é possível que haja disposição legal (ex lege)
em sentido diverso, ou até mesmo decisão judicial (ope judicis), que confira efeito suspensivo ao recurso, de
modo que a sentença não produza efeitos enquanto pendente o julgamento do recurso.

O art. 995, do CPC, disciplina que o relator poderá conceder efeito suspensivo ao recurso nas seguintes
situações:

 risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; E

 demonstração de probabilidade de provimento do recurso.

Confira:

Art. 995. Os recursos NÃO impedem a eficácia da decisão, SALVO disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do
relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, E ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

Importante destacar que o art. 1.026, §1º, do CPC, traz regra semelhante. Contudo, há uma diferença
importante. No caso do art. 995, parágrafo único, do CPC, são dois requisitos cumulativos. Vale dizer, se
presentes ambos, admite-se a concessão de efeito suspensivo à sentença. No caso do art. 1.026, §1º, do CPC,
que disciplina os embargos de declaração, os mesmos requisitos estão previstos, contudo, são alternativos.
Basta um ou outro para que tenhamos a suspensão da decisão atacada.

Na sequência, veja questão de prova que trata do art. 995, do CPC:

(DPE-ES - 2016) Sobre o sistema recursal no novo Código de Processo Civil, julgue:
Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso,
mas a apelação, como regra, tem efeito suspensivo.
Comentários
A assertiva está correta. O art. 995 estabelece que os recursos devem ser recebidos somente no efeito
devolutivo.
Já o art. 1.012, caput, afirma que a apelação terá efeito suspensivo.

Para encerrar:

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risco de dano grave, de


difícil ou impossível
pelo relator reparação; E
CONCEDE-SE EFEITO
quando
SUSPENSIVO demonstração de
probabilidade de
provimento do recurso.

(4) EFEITO SUBSTITUTIVO

O resultado do acórdão no julgamento do recurso substituirá os efeitos da decisão anterior, tal como prevê
o art. 1.008, do CPC. Entende-se que a interposição do recurso implica a prevalência do acórdão em face da
sentença em relação aos efeitos.

Segundo a doutrina8, conhecido o recurso, a decisão do órgão recursal substitui decisão recorrida,
obviamente no que essa tiver sido objeto do recurso.

(5) EFEITO OBSTATIVO

Entende-se que o recurso impede o trânsito em julgado da decisão recorrida. Assim, podemos a afirmar que
o recurso prolonga o estado de litispendência do processo em nova instância.

De acordo com a doutrina9, a simples interposição de determinado recurso obsta a formação da preclusão
máxima – também chamada pela doutrina de coisa julgada formal.

(6) EFEITO REGRESSIVO

É o efeito que autoriza o órgão prolator da decisão a se retratar. É a possibilidade de o juiz prolator da decisão
recorrida (sentença ou interlocutória) “voltar atrás” e modificar a sentença, retratando-se. Isso ocorre, por
exemplo, na hipótese de indeferimento da petição inicial no julgamento de improcedência liminar do pedido,
entre outras hipóteses.

8
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1054.
9
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1054.

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Esse efeito não é comum a todas as espécies recursais. No recurso de apelação, por exemplo, o Código o
prevê em três hipóteses: na sentença de indeferimento da petição inicial (art. 331), na sentença de
improcedência liminar (art. 332, § 3º) e no caso de sentença terminativa (485, § 7º).

(7) EFEITO EXPANSIVO

A decisão nos recursos atinge, em regra, apenas as partes, contudo, em determinadas situações, o recurso
terá efeito para além dos limites das partes e de outros atos processuais ao longo do processo.

Em síntese, a ideia do efeito expansivo é proporcionar, com o julgamento do recurso, de decisão mais
abrangente que o próprio mérito do recurso, vale dizer, que a matéria impugnada pelas partes.

Didaticamente, a doutrina diferencia o efeito expansivo em objetivo e subjetivo.

➢ Efeito expansivo subjetivo: terceiros afetados pela decisão, tal como ocorre em relação ao
litisconsorte (art. 1.005, do CPC). É o efeito por intermédio do qual a decisão decorrente do recurso
pode, ou não, atingir outras pessoas para além do recorrente e recorrido.
➢ Efeito expansivo objetivo: ainda se verifica o efeito expansivo quando, em face da decisão dos
recursos, temos afetados outros atos processuais. Esse efeito expansivo objetivo pode ser interno ou
externo. Veja alguns exemplos citados pela doutrina10:
o acolhimento de preliminar de litispendência, que atinge toda a sentença impugnada
(interno);
o provimento de agravo e instrumento que atinge os demais atos processuais praticados após
a interposição (externo).

Vamos sintetizar as principais informações referente aos efeitos dos recursos?!

EFEITOS DOS RECURSOS

10
DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 21ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Atlas
S/A, 2018, p. 1378

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Ä EFEITO DEVOLUTIVO: será devolvida ao conhecimento do tribunal toda a matéria efetivamente


impugnada pela parte em seu recurso (tantum devolutum quantum appellatum).
➢ EXTENSÃO DO EFEITO DEVOLUTIVO: delimitação do objeto do recurso pela parte recorrente
(horizontal)
➢ PROFUNDIDADE DO EFEITO DEVOLUTIVO: possibilidade de reanálise de todas as questões
suscitadas ou de ordem pública (vertical)
 EFEITO TRANSLATIVO: efeito que viabiliza a análise a qualquer tempo de matérias cognoscíveis de ofício
ainda que não tenham sido analisadas pelo juiz ou alegadas pela parte.
 EFEITO SUSPENSIVO: forma de evitar a produção de efeitos da decisão atacada enquanto estiver
pendente o julgamento do recurso.
➢ pode ser:
o ope legis: quando expressamente previsto na legislação.
o ope judicis: concedido pelo relator quando
▪ risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; E
▪ demonstração de probabilidade de provimento do recurso.
 EFEITO SUBSTITUTIVO: julgamento do recurso substituirá os efeitos da decisão anterior.
 EFEITO OBSTATIVO: o recurso impede o trânsito em julgado da decisão recorrida.
 EFEITO REGRESSIVO: possibilidade de o juiz prolator da decisão recorrida (sentença ou interlocutória)
“voltar atrás” e modificar a sentença, retratando-se.
 EFEITO EXPANSIVO: o recurso terá efeito para além dos limites das partes (subjetivo) e de outros atos
processuais ao longo do processo (objetivo).

2.4 - Legitimidade recursal

A legitimidade recursal é pressuposto intrínseco de admissibilidade do recurso, pois diz respeito ao poder de
recorrer.

Em relação à legitimidade recursal compete analisar quem poderá ingressar com o recurso. O art. 996, do
CPC, determina quem pode recorrer:

 a parte vencida;

 o terceiro prejudicado; ou

 o Ministério Público (como parte ou como fiscal da ordem jurídica).

Em relação ao “terceiro prejudicado”, o CPC esclarece que, quando o terceiro recorrer, ele deverá
demonstrar que a decisão, na forma como está, poderá prejudicá-lo, atingindo direito do qual é titulado ou
que possa ser discutido em juízo.

A doutrina, a partir da análise da jurisprudência do STJ, cita vários exemplos de terceiros prejudicados que
podem recorrer. São eles:

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Servidor nomeado, diante


da decisão que anula o Aquele que teve seus bens O sócio diante da
concurso no qual foi constritos em processo sociedade que decreta a
aprovado, proferida em judicial de que não falência da sociedade que
processo de que não participou. integrou.
participou.

Nos casos acima, ainda que não façam parte do processo originário, o servidor nomeado, proprietário dos
bens constritos e sócio são terceiros juridicamente prejudicados e poderão recorrer da decisão que lhes for
desfavorável.

Vamos ler o dispositivo?!

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e
pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a


relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou
que possa discutir em juízo como substituto processual.

Para arrematar a compreensão do parágrafo único acima, vamos analisar um exemplo.

O autor ingressa em juízo para pleitear o despejo por inadimplemento dos aluguéis. O réu, por sua vez,
subloca o imóvel a um terceiro e há, ainda, um segundo terceiro que foi escolhido como fiador do réu.

O processo tramita e a decisão é no sentido da rescisão contratual e indenização no valor de R$ 50.000,00.


Pergunta-se: os terceiros envolvidos – sublocatário e fiador – podem recorrer da sentença na qualidade e
na forma do parágrafo único acima? Evidentemente que sim! Ambos exercem direitos que estão
intrinsecamente relacionados com a sentença que decretou a rescisão do contrato e a indenização.

Como são várias pessoas legitimadas a recorrer, é possível que ocorra, na prática, mais de um recurso em
razão da mesma sentença. Nesse contexto, o art. 997, do CPC, caracteriza esses recursos múltiplos como
independentes. Não obstante a regra acima, temos algumas informações importantes e uma exceção à
independência do recurso.

Veja:

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância
das exigências legais.

§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o
outro.

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
SALVO disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

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I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo
de que a parte dispõe para responder;

II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III - NÃO será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele
considerado inadmissível.

Vamos começar pela exceção!

A exceção à independência do recurso é o recurso adesivo. Na realidade, esse “recurso adesivo” não
constitui propriamente uma espécie de recurso, mas forma de interposição do recurso.

Nesse contexto, explicita o inc. II, do §2º, do art. 944, acima citado, que podem ser interpostos de forma
adesiva os recursos de apelação, recurso extraordinário e recurso especial. Assim, quando estivermos
2
falando em recurso adesivo, na realidade, a espécie recursal é APELAÇÃO, RExt ou REsp.

Para a prova...

FORMA ADESIVA DE INTERPOSIÇÃO É POSSÍVEL EM:

apelação RExt REsp

A informação acima é essencial para a prova. Contudo, devemos nos atentar para alguns detalhes:

 O recurso adesivo deve ser dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora
interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder.

Assim, se a parte tem prazo de 15 dias para contra-arrazoar, poderá, nesses mesmos 15
dias, apresentar o recurso adesivo.

 O recurso adesivo não será conhecido se houver desistência do recurso principal ou se


ele for considerado inadmissível.

Note que o recurso adesivo, ao contrário da regra, é DEPENDENTE (subordinado) ao


recurso originariamente interposto ao qual recorreu na forma adesiva.

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Sobre o recurso adesivo lembre-se:

RECURSO ADESIVO

• Forma adesiva de interposição do: recurso apelação; RExt; e REsp.


• Deve ser dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no
prazo de que a parte dispõe para responder.
• Não será conhecido se houver desistência do recurso principal ou se ele for considerado
inadmissível. 2

2.5 - Desistência e renúncia

Esses assuntos estão disciplinados nos arts. 998 e 999, ambos do CPC, e abordam pressupostos recursais
intrínsecos dos recursos. Devemos, inicialmente, diferenciá-los.

A primeira informação que você deve levar para a prova é que tanto na desistência como na renúncia NÃO
há necessidade de anuência da parte contrária. São atos unilaterais de vontade.

A desistência está disciplinada no art. 998, do CPC:

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso NÃO impede a análise de questão cuja


repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.

A desistência é um fato impeditivo do direito de recorrer.

A desistência poderá ocorrer a qualquer tempo. Não obstante o termo, é importante definir até que
momento se considera admissível a desistência. Esse “a qualquer tempo” já foi definido pela jurisprudência
como um dia antes da sessão de julgamento ou como o início da leitura do voto do relator. Outro
entendimento é no sentido de que o “a qualquer tempo” tem como limite a data em que os autos ingressam

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no tribunal. Não há um posicionamento consolidado nesse sentido e, para fins de prova, sugere-se
memorizar a literalidade do dispositivo legal.

Além disso, o parágrafo único traz uma regra específica que envolve a repercussão geral. A desistência do
recurso não tem o condão de impedir a análise da repercussão geral reconhecida em recursos
extraordinários ou especiais repetitivos. Isso ocorre porque no caso de reconhecimento da repercussão geral
transcende o mero interesse das partes. Então, prevalece o interesse público nesses casos.

No art. 999, do CPC, temos a disciplina da renúncia:

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.

A renúncia do direito de recorrer ocorre, necessariamente, antes da interposição do recurso. Embora no


prazo recursal, a parte afirma expressamente que não irá recorrer. Assim, a renúncia constitui fato extintivo
do direito de recorrer. a

Em síntese...

RENÚNCIA DESISTÊNCIA

parte abre mão da faculdade de recorrer, parte manifesta vontade de não prosseguir com o
manifestada por petição ou em audiência recurso

anterior ao recurso após o recurso

unilateral (independe de aquiescência da parte unilateral (independe de aquiescência da parte


contrária) contrária)

não há homologação não há homologação

efeito: trânsito em julgado da sentença efeito: trânsito em julgado da sentença

Além das regras acima estudadas, a aceitação, expressa ou tácita, da decisão pelas partes impede o direito
de recorrer, segundo prevê o caput do art. 1.000, do CPC. A aceitação expressa é aquela manifestada por
escrito ou oralmente em audiência. A aceitação tácita, por sua vez, é aquela na qual a parte pratica
determinado ato incompatível com a vontade de recorrer.

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Por exemplo, com a sentença condenatória da obrigação de entregar coisa a parte efetua a entrega conforme
posto em sentença e, em seguida, recorre da decisão.

Veja:

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão NÃO poderá recorrer.

Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato
incompatível com a vontade de recorrer.

2.6 - Dispositivos diversos

O art. 1.001, do CPC, traz uma regra simples, que já estudamos. Como sabemos, é possível recorrer apenas
de atos decisórios, sentenças ou decisões interlocutórias. NÃO É POSSÍVEL RECORRER DE DESPACHOS!
4
Art. 1.001. Dos despachos NÃO cabe recurso.

Além disso, de acordo com o art. 1.002, do CPC, admite-se a impugnação total ou parcial do recurso. Por
exemplo, ainda que a parte tenha efetuado 10 pedidos, se o magistrado reconhecer apenas 5 deles, é possível
recorrer dos outros 5 pedidos. Se o recurso for total, a parte recorrerá em face de todos os pedidos
desfavoráveis (os cinco!) ou apenas de parte deles.

Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.

Em relação ao art. 1.003, do CPC...

O dispositivo trata do prazo para interposição dos recursos e, mais especificamente, da contagem do prazo
para recorrer. Compreender o início do prazo é relevante para definir a tempestividade, que trata de
pressuposto de admissibilidade extrínseco do processo.

A regra para o início do prazo é a intimação. INTIMADA A PARTE, CONSIDERA-SE INICIADO O PRAZO!

Assim, se iniciará a contagem do prazo quando o advogado, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública,
a Defensoria Pública ou o Ministério Público forem intimados da decisão. Assim:

 Se a decisão for proferida em audiência, considera-se intimada a parte no ato;

 Se proferida a decisão e as partes forem intimadas por carta registrada, considera-se dia
do começo do prazo a data de juntada aos autos do aviso de recebimento.

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Ä Se proferida a decisão e as partes forem intimadas por oficial de justiça, considera-se dia
do começo do prazo a data de juntada aos autos do mandado cumprido.

 Se proferida a decisão e as partes forem intimadas por ato do escrivão ou do chefe de


secretaria, considera-se intimada na data de ocorrência da citação ou da intimação.

 Se proferida a decisão e as partes forem intimadas por edital, considera-se dia do


começo do prazo o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz.

 Se proferida a decisão e as partes forem intimadas de forma eletrônica, considera-se dia


do começo do prazo o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao
término do prazo para que a consulta se dê.

 Se proferida a decisão e as partes forem intimadas por cumprimento de carta


(precatória, de ordem ou rogatória), considera-se o dia do começo do prazo a data de
0
juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida.

Lembre-se de que, iniciado o prazo, a contagem começa no dia útil seguinte. Os prazos recursais estão
unificados no CPC e são, em regra, de 15 DIAS. A exceção fica por conta dos embargos de declaração, cujo
prazo é de 5 DIAS.

A parte que desejar recorrer deverá protocolar o recurso em cartório, ou na forma prevista nas normas de
organização judiciária, conforme prevê o §3º.

O CPC traz uma novidade relevante: a possibilidade de interposição do recurso pelos Correios.
Para aferir a tempestividade (se o recurso está dentro do prazo) considera-se como data de
interposição do recurso o momento da postagem.

Veja:

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados,
a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério
Público são intimados da decisão.

§ 1o Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta


for proferida a decisão.

§ 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso


pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.

§ 3o No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou


conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.

§ 4o Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada


como data de interposição a data de postagem.

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§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (QUINZE) DIAS.

§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do


recurso.

Apenas mais uma observação. O CPC estabelece que os feriados locais, estabelecidos em leis municipais,
devem ser comprovados nos autos. Lembre-se de que os prazos são contados apenas em dias úteis. Assim,
a existência de feriados locais será determinante para aferir a data final do prazo para recorrer. Em face
disso, a parte que recorrer e for beneficiada por algum feriado deverá comprovar, no ato de interposição, o
feriado local.

Sigamos!

Estudamos que o falecimento da parte ou do advogado implica a suspensão do prazo. Caso esse falecimento
ocorra no curso do prazo para interposição do recurso, o juiz irá suspender o processo e interromper o prazo
recursal. Isso mesmo! Preste atenção:

Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da
parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do
processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra
quem começará a correr novamente depois da intimação.

Vamos citar um exemplo. As partes foram intimadas da sentença e, no quinto dia do prazo, para recorrer da
sentença do juiz de primeiro grau ocorre o falecimento da parte autora. Não se tratando de ação
intransmissível, o juiz irá suspender o processo para habilitação dos herdeiros, uma vez ocorrida a sucessão
da parte autora, o prazo será INTEGRALMENTE devolvido para a parte sucedida para que possa formular o
seu recurso.

O mesmo se aplica para os prazos estaduais em relação aos recursos enviados ao STJ e ao STF.

O art. 1.005, do CPC, estudado a seguir, prevê que, no caso de litisconsórcio, seja ativo ou passivo, o recurso
formulado por uma das partes aproveita a todos os demais litisconsortes.

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, SALVO se
distintos ou opostos os seus interesses.

Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor


aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

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O art. 1.006, do CPC, estabelece o prazo de 5 dias para baixa dos autos ao tribunal a partir da certidão do
trânsito em julgado da decisão de primeiro grau.

Por exemplo, enviado o recurso ao tribunal e julgado o recurso sem a interposição de novos recursos, a
secretaria do tribunal irá certificar o trânsito em julgado. A partir da certidão, conta-se 5 dias para que os
autos sejam remetidos ao juízo de origem para cumprimento de sentença (ou seja, é dada a baixa nos autos).

Veja:

Art. 1.006. Certificado o trânsito em julgado, com menção expressa da data de sua
ocorrência, o escrivão ou o chefe de secretaria, independentemente de despacho,
providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5 (CINCO) DIAS.

O art. 1.007 trata do preparo. Leia primeiramente o dispositivo e, na sequência, vamos tratar das principais
regras referentes ao assunto.

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.

§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos


interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará


deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo
de 5 (CINCO) DIAS.

§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos


eletrônicos.

§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento


do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento EM DOBRO, sob pena de deserção.

§ 5o É VEDADA a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive


porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o.

§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por


decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (CINCO) DIAS para efetuar o preparo.

§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena


de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar
o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

O preparo representa uma taxa referente aos gastos que o Estado tem para fazer frente a recurso interposto
pela parte. Todo recurso terá um valor de preparo, a não ser que a parte seja isenta. Além disso, quando o

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recurso for interposto na forma física teremos, ainda, o pagamento do denominado porte, remessa e
retorno, que são os custos referentes ao envio físico do recurso ao tribunal para julgamento.

Segunda a doutrina11, preparar o recurso significa custear as despesas inerentes ao seu processamento, aí
incluído o porte de remessa e de retorno.

De toda forma, o preparo constitui pressuposto de admissibilidade extrínseco do recurso.

Vamos às informações importantes:

 São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público e pelas


entidades da Administração Pública Direta (União, Distrito Federal, Estados, Municípios),
respectivas autarquias desses entes da Administração Direta e pelas partes que gozem de
isenção legal de custas, ou seja, aqueles beneficiados pela gratuidade judiciária.
DISPENSADOS DE PREPARO E DE

Ministério Público
PORTE E REMESSA

Administração Pública Direta (União, Distrito


Federal, Estados, Municípios)

Autarquias

Gratuidade da Justiça

 Nos processos eletrônicos é dispensado o pagamento das taxas referentes à remessa e


ao retorno do processo, uma vez que tais custos são inexistentes em face da tramitação
digital do processo.

 O pagamento das taxas de preparo deve ser comprovado nos autos no ato de
interposição do recurso. Caso não haja tal comprovação, o magistrado determinará a
intimação da parte recorrente para comprovar o pagamento desses valores sob pena de
não admitir o recurso. Note que, ao contrário do que tínhamos na sistemática processual
anterior, a falta de preparo não implica diretamente a não admissão do recurso, mas a
determinação de intimação para pagamento do preparo sob pena de, em não atendendo
a determinação judicial, ser considerado não admitido o recurso. Há, entretanto, uma
sanção: O PREPARO DEVERÁ SER EFETUADO EM DOBRO!

11
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1065.

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A hipótese de pagamento do preparo a menor implica a intimação da parte para que, no


prazo de 5 dias, efetue a complementação do valor faltante.

Note que há distinção entre o não pagamento e a insuficiência. O não pagamento implica
a sanção de pagamento em dobro, ao passo que a insuficiência, implica a obrigatoriedade
de complementação no prazo de 5 dias.

Assim:

NÃO PAGAMENTO a parte será intimada para pagar o


DO PREPARO NO preparo em dobro, sob pena de
PRAZO deserção

a parte será intimada para


PAGAMENTO A
complementar o preparo no prazo de
MENOR
5 dias, sob pena de deserção

 A não admissão do recurso por falta de preparo poderá ser relevada quando a parte
demonstrar a impossibilidade de efetuar o preparo. Nesses casos, reconhecido esse justo
motivo, a parte será intimada para, no prazo de 5 cinco dias, efetuar o preparo.

 O equívoco no preenchimento da guia também não gerará deserção. Nesse caso, a parte
será intimada para sanar o vício, no prazo de 5 dias, em caso de dúvida.

Por fim, cumpre observar que, em regra, os recursos dependem de preparo. Há, contudo, algumas exceções:

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embargos de declaração

agravo em REsp e RExt


INDEPENDEM DE PREPARO
embargos infringentes na LEF

recursos do ECA

Vamos sintetizar as principais informações referentes ao preparo?!

PREPARO
 CONCEITO: custas do recurso + valor de porte e de remessa (esse último não tem se o recurso for
eletrônico)
 DISPENSADOS DO PREPARO:
➢ MP
➢ Administração Direta (União, DF, Estados e Municípios)
➢ Autarquias
 Insuficiência/ausência:
➢ NÃO PAGAMENTO DO PREPARO NO PRAZO: a parte será intimada para pagar o preparo em dobro,
sob pena de deserção
➢ PAGAMENTO A MENOR: a parte será intimada para complementar o preparo no prazo de 5 dias,
sob pena de deserção
 Não admissão do recurso por falta de preparo poderá ser relevada quando a parte demonstrar a
impossibilidade de efetuar o preparo (reconhecido esse justo motivo, a parte será intimada para, no prazo
de 5 cinco dias, efetuar o preparo)
 O equívoco no preenchimento da guia também não gerará deserção (sanar o vício, no prazo de 5 dias,
em caso de dúvida)
 Independem de Preparo
➢ embargos de declaração
➢ agravo em REsp e RExt
➢ embargos infringentes na LEF
➢ recursos do ECA

Para finalizar a parte relativa à teoria geral dos recursos, confira o art. 1.008, do CPC:

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Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que
tiver sido objeto de recurso.

Esse dispositivo trata do caráter substitutivo do recurso de apelação em relação à sentença recorrida. O
acórdão, no que diferir da sentença, irá substituir a decisão impugnada.

APELAÇÃO
A disciplina da apelação está entre os arts. 1.009 e 1.014, todos do CPC. É o recurso mais relevante e exigido
em provas objetivas de concurso público, em relação aos recursos em espécie.

A apelação é o recurso que cabe contra sentenças no Direito Processual Civil brasileiro, representando o
exercício do duplo grau de jurisdição. Trata-se, portanto, da espécie recursal mais corriqueira na Justiça
Comum.

De acordo com a doutrina, a apelação constitui12

o recurso que se interpõe das sentenças dos juízes de primeiro grau de jurisdição para levar
a causa ao reexame dos tribunais de segundo grau, visando obter uma reforma total ou
parcial da decisão impugnada, ou mesmo sua invalidação.

Sigamos!

1 - Cabimento

De acordo com o art. 1.009, caput, do CPC, caberá apelação das sentenças, sejam elas terminativas (art. 485,
do CPC) ou definitivas (art. 487, do CPC). Assim, toda vez que a decisão puser fim ao processo, caberá o
recurso de apelação, em respeito ao duplo grau de jurisdição.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Há, entretanto, algumas exceções, ou seja, algumas sentenças contra as quais não cabe recurso de apelação.
São três:

1ª EXCEÇÃO: da sentença no Juizado Especial Cível temos a possibilidade de recurso


inominado e não recurso de apelação, conforme prevê o art. 41, da Lei nº 9.099/1995.

12
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 529.

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2ª EXCEÇÃO: a sentença proferida em sede de execução fiscal (quando limitadas a 50 OTNs)


está sujeita a recurso de embargos infringentes e não a recurso de apelação, segundo o
que disciplina o art. 34, da Lei nº 6.830/1980.

3ª EXCEÇÃO: contra sentença proferida nos processos em que forem partes estados
estrangeiros versus município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil caberá recurso
ordinário constitucional e não recurso de apelação, conforme prevê o art. 1.027, II, “b”, do
CPC.

Cabe recurso de apelação, ainda, no indeferimento da inicial (art. 312, do CPC) e nas hipóteses
de improcedência liminar do pedido (art. 332, do CPC), pois são efetivamente decisões que
colocam fim à fase de conhecimento. E são, portanto, sentenças!

Nessas duas situações caberá juízo de retratação, ou seja, com a apresentação da petição do
recurso de apelação, o juiz sentenciante poderá rever a decisão prolatada.

Nos §§ do art. 1.009, abaixo citados, temos uma regra importante. A apelação tem por finalidade atacar a
decisão que põe fim à fase de conhecimento, quando o juiz profere uma sentença terminativa ou definitiva.
Contudo, ao longo do procedimento podemos ter diversas decisões interlocutórias que resolvem incidentes
no curso processo. Embora não ponham fim ao processo, essas decisões não constituem meros despachos e
são dotados de conteúdo decisório.

Dessas decisões interlocutórias cabe, em regra, o recurso de agravo de instrumento disciplinado no art.
1.015, do CPC, que estabelece as hipóteses de cabimento desse recurso.

Não obstante a previsão desse recurso, o rol descrito no art. 1.015 é taxativo. Dito de outra forma, fora
daquelas hipóteses não será admissível o recurso de agravo. Nesse contexto, preveem os §§ 1º a 3º, do art.
1.009, que se determinado assunto for decidido de forma interlocutória no curso do processo e dessa decisão
NÃO COUBER RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO na forma do art. 1.015, do CPC, a parte poderá,
quando da apelação, suscitar nova análise desses pontos julgados por decisão interlocutória no curso do
processo. Para tanto, deverá trazer essas matérias em sede de preliminar de apelação para que o tribunal
profira nova decisão.

Assim, essa matéria deve ser levantada pelo recorrente em preliminar de apelação. Por outro lado, se
deduzida pelo recorrido, a matéria deverá ser suscitada nas contrarrazões. Nesse segundo caso – ou seja, de
discussão de decisões interlocutórias nas contrarrazões ao recurso de apelação –, prevê o CPC que a parte
recorrente deverá ser intimada para se manifestar no prazo de 15 dias, antes do envio dos autos ao Tribunal.

Veja:

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final,
ou nas contrarrazões.

§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será


intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

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§ 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas


no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.

Assim:

da sentença

CABE RECURSO DE
APELAÇÃO
da decisão interlocutória
que não seja passível de
recurso de agravo de
instrumento

Veja uma questão de prova:

(DPE-ES - 2016) Sobre o sistema recursal no novo Código de Processo Civil, julgue:
As decisões interlocutórias que não se enquadram nas hipóteses de cabimento do agravo de instrumento
são irrecorríveis, razão pela qual podem ser atacadas por mandado de segurança contra ato judicial.
Comentários
A assertiva está incorreta. As decisões interlocutórias que não se enquadram nas hipóteses de cabimento do
agravo de instrumento não são irrecorríveis, apenas não são impugnáveis de imediato. Essas decisões não
se sujeitam à preclusão e podem ser impugnadas, posteriormente, no recurso de apelação. É o que dispõe o
art. 1.009, §1º.

2 - Procedimento

A interposição do recurso de apelação – cujo prazo é de 15 dias úteis – se dá perante o juiz que proferiu a
decisão recorrida. Assim, o recurso de apelação é interposto perante o juiz de primeiro grau de jurisdição,
que não mais tem a responsabilidade de analisar a admissibilidade do recurso, ou seja, o juiz que sentenciou

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(sentenciante) não mais precisa observar o preenchimento dos pressupostos de admissibilidade (intrínsecos
ou extrínsecos) antes de determinar a apresentação das contrarrazões e o envio ao tribunal.

Além disso, como o juiz de primeiro grau não tem mais competência para o juízo de admissibilidade recursal,
também não tem mais competência para analisar os efeitos em que recebe o recurso de apelação, ou seja,
se em efeito meramente devolutivo ou se em efeito suspensivo.

Na sequência, pergunta-se:

Cabe juízo de retratação da apelação?

Conforme dissemos acima, prevê o CPC a possibilidade de juízo de retratação em duas espécies de sentenças:

1ª POSSIBILIDADE DE RETRATAÇÃO: sentenças de indeferimento da petição inicial.

2ª POSSIBILIDADE DE RETRATAÇÃO: sentenças de improcedência liminar do pedido.

Não podemos esquecer de uma terceira hipótese, prevista no art. 487, §7º, do CPC:

3ª POSSIBILIDADE DE RETRATAÇÃO: sentenças terminativas, com a extinção do processo sem


resolução do mérito, quando recorridas admitem juízo de retratação pelo magistrado
prolator da sentença.

Assim, fora essas situações específicas, não cabe juízo de retratação nos recursos de apelação.

O art. 1.010, do CPC, arrola o que deve conter na petição que apresenta o recurso de apelação. Devemos
saber esses requisitos, portanto, leia atentamente:

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

Ainda em relação ao peticionamento do recurso de apelação, devemos aplicar duas regras


importantes, previstas nos arts. 180 e 229, ambos do CPC.

No art. 229 temos a regra dos litisconsortes com advogados de sociedades de advogados
distintas atuando para cada um dos litisconsortes. Nesses casos, o prazo para interposição do
recurso de apelação ou para contrarrazões será contado em dobro.

O art. 180, do CPC, prevê o prazo em dobro para o Ministério Público tanto para interpor quanto para contra-
arrazoar recursos de apelação.

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Sigamos!

Uma vez apresentado o recurso de apelação, o recorrido (ou o apelado) será intimado para apresentar as
contrarrazões no prazo de 15 dias, segundo prevê o §1º abaixo:

§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.

O §2º, do art. 1.010, prevê a possibilidade de recurso de apelação adesivo. Assim, se o autor recorrer dos
pontos que lhe são desfavoráveis e o réu não o fizer, quando da apresentação das contrarrazões o réu poderá
recorrer adesivamente ao recurso de apelação apresentado pela parte autora. Nesse caso, a parte autora
será intimada para contra-arrazoar o recurso de apelação adesivamente interposto.

§ 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar


contrarrazões.

O §3º prevê que, juntadas as contrarrazões, os autos serão remetidos ao tribunal, a quem competirá efetuar
o juízo de admissibilidade.

§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal


pelo juiz, INDEPENDENTEMENTE DE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.

Ao chegar no tribunal, o recurso será imediatamente distribuído a um relator, que irá decidir pela decisão
monocrática ou colegiada. Veja, o relator fará uma pré-análise dos autos para decidir se poderá julgar
monocraticamente a apelação ou se é caso de elaboração do voto e remessa dos autos a julgamento pelo
tribunal.

São duas as possibilidades, portanto:

1ª POSSIBILIDADE: decidir o processo monocraticamente.

O relator poderá decidir o recurso de apelação monocraticamente nas seguintes hipóteses:

 não admitir o recurso por ausência dos pressupostos de admissibilidade do recurso ou


quando prejudicado ou não tiver impugnado especificamente os fundamentos da decisão
recorrida.

 negar provimento a recurso que for contrário:

a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal que faça parte o relator;

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b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;

c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou


de assunção de competência;

 depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a


decisão recorrida for contrária:

a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal que faça parte o relator;

b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;

c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou


de assunção de competência;

Importante registrar que, em relação a essa decisão monocrática, a parte poderá interpor
o recurso de agravo interno.

2ª POSSIBILIDADE: elaborar seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado do
tribunal.

Confira:

Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o


relator:

I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;

II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do
recurso pelo órgão colegiado.

Importante registrar, ainda, que o recurso de apelação não comporta revisor, pelo que, após o voto do
relator, os autos serão encaminhados para a Secretaria Judiciária para providenciar a inclusão do processo
na pauta de julgamento.

O art. 1.012 trata do efeito suspensivo da apelação, que é estabelecido como regra:

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

Assim, uma vez interposta a apelação, o relator efetuará a análise de admissibilidade do


recurso. Em regra, o recurso de apelação impede a produção de efeitos da sentença, em face
do efeito suspensivo (efeito suspensivo ope legis). Contudo, no §1º temos situações nas quais
o legislador veda a concessão de efeito suspensivo ao recurso. Nesse caso, a sentença
produzirá plenos efeitos não obstante o recurso interposto.

Confira:

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§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente


após a sua publicação a sentença que:

I - homologa divisão ou demarcação de terras;

II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI - decreta a interdição.

Para a prova...

EFEITO SUSPENSIVO

regra exceções

homologação de divisão ou demarcação


o recurso de apelação possui tal efeito
de terras

condenação em alimentos

extinção do processo sem resolução de


mérito

improcedência dos embargos

procedência de pedido de instituição de


arbitragem

confirmação, concessão ou revogação


de tutela provisória

decreto de interdição

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Não obstante a previsão de que, nas exceções acima listadas, o recurso terá mero efeito devolutivo (ou não
terá efeito suspensivo), admite-se que a parte pleiteie a concessão judicial de tal efeito (efeito suspensivo
ope judicis). Para tanto, deve apresentar petição específica dirigida ao tribunal entre a apelação e a
distribuição. Caso já distribuído o processo, a petição será apresentada ao relator da apelação.

Em um ou em outro caso, a análise dos efeitos com que o recurso será recebido será efetuada pelo relator a
ser designado ou já designado para o processo.

Nos casos acima, a parte vencedora poderá promover a execução provisória.

§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório


depois de publicada a sentença.

§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser


formulado por requerimento dirigido ao:

I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição,


ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

II - relator, se já distribuída a apelação.

§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o
apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Além do efeito suspensivo, temos no art. 1.013, do CPC, a previsão do efeito devolutivo, o qual está presente
em todo o recurso de apelação.

Em termos objetivos, o efeito devolutivo implica a devolução da matéria recorrida ao tribunal para que
efetue nova análise dos pedidos formulados, atacando a sentença prolatada. Todo recurso tem essa
finalidade! Veja:

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões


suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.

§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um


deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

Veja uma questão de prova:

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(MPE-PR - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015, julgue o item subsequente:
A apelação do Código de Processo Civil de 2015 devolve ao tribunal apenas a matéria decidida na sentença,
não havendo possibilidade de que o tribunal analise outros assuntos analisados em decisões interlocutórias.
Comentários
A assertiva está incorreta. Segundo o art. 1.013, §1º, do CPC, a apelação devolverá ao tribunal o
conhecimento da matéria impugnada, ou seja, aquilo que for alegado pelo recorrente. Trata-se do efeito
devolutivo, do princípio tantum devolutum quantum appellatum. O tribunal apreciará, ainda, todas as
questões discutidas durante o processo.

Sigamos!

É possível o julgamento imediato de mérito pelo tribunal no julgamento da apelação, em razão


da Teoria da Causa Madura.

De acordo com a doutrina13:

Causa madura é aquela cujo processo já se encontra com todas as alegações


necessárias e todas as provas admissíveis colhias. Assim, o que realmente interessa para a
aplicação do art. 1.013, §3º, CPC, é que a causa comporte imediato julgamento pelo
tribunal – por já se encontrar devidamente instruída. Estando madura a causa – observada
a necessidade de um processo justo no seu amadurecimento (art. 5º, LIV, CF) – nada obsta
que o tribunal, conhecendo da apelação, avance sobre questões não versadas na sentença
para resolvê-la no mérito.

É justamente isso que trata o §3º, do art. 1.013, do CPC:

§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir


desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485;

II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido
ou da causa de pedir;

13
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1072.

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III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;

IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

Vamos analisar cada uma das hipóteses:

 Nas hipóteses em que o juiz de primeiro grau decidir sem o conhecimento do mérito, é
admissível que, se conhecido o recurso de apelação e a causa estiver madura, ou seja, com
toda a produção das provas necessárias para o conhecimento da lide, o tribunal, desde
logo, anule a sentença de primeiro grau e analise o mérito da causa.

Por exemplo, na origem o juiz entende que a parte não tem legitimidade e interesse para
pleitear aquela ação. Após todo o trâmite processual e produção das provas, o juiz profere
sentença sem resolução do mérito. Em decorrência disso, o autor interpõe apelação. O
relator entende que é caso de provimento do recurso de apelação e envia o processo para
julgamento. Com a anulação da sentença terminativa, o colegiado do tribunal decide
também os pedidos de mérito formulados, por entender que todo o trâmite já transcorreu
regularmente e a causa está madura.

 Se o tribunal decretar a nulidade da sentença por incongruência em relação aos limites


do pedido ou da causa de pedir e o processo estiver em condições de julgamento, o próprio
colegiado passará a analisar o mérito dos pedidos que foram anulados.

Ä Se for constatada a omissão do magistrado na análise de alguns dos pedidos formulados


e a causa estiver madura, o tribunal irá julgar o pedido.

 Se decretada a nulidade da sentença por falta de fundamentação e o processo estiver


em condições de julgamento, compete ao tribunal efetuar a análise dos pedidos com a
devida fundamentação.

Para a prova:

decisão sem o conhecimento


do mérito

decreto de nulidade da
sentença por incongruência
JULGAMENTO DESDE LOGO
DA APELAÇÃO “MADURA”
omissão do juízo “a quo”

falta de fundamentação

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Confira, por fim, os §§ 4º e 5º, do art. 1.013, do CPC, cuja leitura é o suficiente.

§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se


possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau.

§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é


impugnável na apelação.

Para encerar os dispositivos do CPC sobre o recurso de apelação, confira o art. 1.014:

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na
apelação, SE a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

O dispositivo acima trata da possibilidade de trazer fatos novos no bojo da apelação.

Primeiramente, cabe esclarecer que fatos novos não são tão somente os fatos supervenientes. Os fatos serão
novos porque ainda não foram levados à apreciação pelo Poder Judiciário, ainda que ocorridos antes da
prolação da sentença.

De acordo com a doutrina, em leitura ao art. 1.014, temos quatro situações em que esses fatos novos
configuram um motivo de força maior. Atenção!

1ª HIPÓTESE: fatos ocorridos após a publicação da sentença;

2ª HIPÓTESE: ignorância do fato pela parte, desde que ela apresente um motivo sério e
objetivo para que a parte desconheça o fato;

3ª HIPÓTESE: impossibilidade de a parte comunicar o fato ao advogado, desde que exista uma
causa objetiva para justificar a omissão; e

4ª HIPÓTESE: a impossibilidade de o próprio advogado comunicar o fato ao juízo, desde que


demonstrado que a sua omissão foi causada por obstáculo insuperável e alheio à sua
vontade.

Nesses casos teremos, inclusive, a produção probatória em relação a esses fatos, com intimação para
contraditório da parte contrária.

Em síntese, do recurso de apelação, é fundamental para a nossa prova:

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RECURSO DE APELAÇÃO
● CONCEITO: o recurso que se interpõe das sentenças dos juízes de primeiro grau de jurisdição para levar
a causa ao reexame dos tribunais de segundo grau, visando obter uma reforma total ou parcial da decisão
impugnada, ou mesmo sua invalidação.
● CABIMENTO:
 de sentença;
 de decisões interlocutórias das quais não cabe agravo de instrumento.
● JUÍZO DE RETRATABILIDADE – apenas:
 indeferimento de inicial
 improcedência liminar do pedido
 sentenças terminativas
● PRAZO: 15 dias
● ADMITE INTERPOSIÇÃO NA FORMA ADESIVA
● COM A CHEGADA NO TRIBUNAL, O RELATOR: decide monocraticamente ou elabora voto.
 decidir o processo monocraticamente (cabe agravo interno).
➢ não admitir o recurso por ausência dos pressupostos de admissibilidade do recurso ou quando
prejudicado ou que não tiver impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
➢ negar provimento a recurso que for contrário:
a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal que faça parte o relator;
b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou
de assunção de competência;
➢ depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão
recorrida for contrária:
a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal que faça parte o relator;
b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ou
de assunção de competência;
 elaborar seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado do tribunal.
● EFEITO SUSPENSIVO LEGAL (ope legis) – exceções:
 homologação de divisão ou demarcação de terras
 condenação em alimentos
 extinção do processo sem resolução de mérito
 improcedência dos embargos
 procedência de pedido de instituição de arbitragem
 confirmação, concessão ou revogação de tutela provisória
 decreto de interdição
● EFEITO DEVOLUTIVO: todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado (profundidade).
● JULGAMENTO DESDE LOGO DA APELAÇÃO “MADURA”:
 decisão sem o conhecimento do mérito
 decreto de nulidade da sentença por incongruência
 omissão do juízo “a quo”
 falta de fundamentação

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AGRAVOS NO CPC
Vamos analisar os agravos previstos no CPC, que são três:

 agravo de instrumento – voltado para atacar decisões interlocutórias;

 agravo interno – cabível contra decisões interlocutórias monocráticas do relator no


tribunal;

 agravo em REsp e RExt – que tem por finalidade propiciar a análise de admissibilidade
pelo órgãos superiores, viabilizando a análise dos recursos especiais e extraordinários.

TODOS esses agravos devem ser interpostos no prazo de 15 dias.

É importante registrar que não temos mais a figura do agravo retido.

Além das três espécies citadas, existe também o agravo específico, previsto na Lei nº
12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança), que é cabível contra a decisão monocrática do
relator que, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do MP, e para
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança, à economia pública, suspende a eficácia da
liminar ou da sentença impugnada pelo recurso cabível. Esse agravo específico está previsto no art. 15 da Lei
do Mandado de Segurança e será interposto no prazo de 5 dias.

Vamos analisar, na sequência, as três formas de agravo que estão previstas no CPC.

1 - Agravo de Instrumento

1.1 - Conceito

O agravo de instrumento é o recurso adequado para atacar decisões interlocutórias proferidas no curso do
processo. São decisões que resolvem incidentes e não põe fim ao processo.

A decisão interlocutória constitui o pronunciamento judicial que tem conteúdo decisório a ser proferido no
curso do procedimento, mas que não tem o condão de pôr fim à fase de conhecimento ou à execução. Contra
essas decisões, é cabível o agravo de instrumento.

1.2 - Cabimento

Em relação ao cabimento, devemos sabe que o rol previsto no art. 1.015, do CPC, é restritivo (taxativo), vale
dizer, o agravo de instrumento cabe tão somente nas hipóteses abaixo listadas.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

I - tutelas provisórias;

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II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no
processo de execução e no processo de inventário.

Antes de analisarmos cada uma das hipóteses, é importante registrar que o inc. XIII deixa claro
que o CPC, e também a legislação extravagante, podem prever outras hipóteses de cabimento
de agravo de instrumento.

De acordo com a doutrina14, no CPC, temos a possibilidade do agravo de instrumento contra:


“i) decisão que extingue parcialmente o processo (art. 354, parágrafo único, CPC); e ii) decisão
que julga antecipadamente parcela do mérito (art. 356, §5º, CPC)”.

Na legislação extravagante temos o agravo de instrumento, por exemplo, no art. 100, da Lei nº 11.101/2005
(Lei de Recuperação e Falência), no art. 10, §7º, da Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) e
no art. 19, §1º, da Lei nº 4.717/1965 (Lei de Ação Popular).

Retornando às hipóteses do CPC, vejamos:

14
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1074.

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 Cabe agravo contra decisões interlocutórias de tutelas provisórias.

Independentemente da espécie de tutela provisória (de urgência ou de evidência) a decisão


que concede a antecipação é atacável por intermédio de agravo de instrumento.

 Cabe agravo de instrumento caso o juiz decida questões de mérito do processo, tal como
ocorre no caso de decisões parciais de mérito previstas no art. 356, do CPC.

Essa é a mesma redação que temos no §5º, do art. 356, do CPC.

 Cabe agravo de instrumento caso o juiz rejeite a alegação da parte quanto à existência
de convenção de arbitragem.

Nessa hipótese, a parte alega que o processo deve ser extinto sem julgamento de mérito,
por existir cláusula de convenção de arbitragem, de forma que o processo não deve ser
analisado no contencioso judicial, mas em uma Câmara de arbitragem.

Ä Cabe agravo de instrumento da decisão do juiz em incidentes de desconsideração da


personalidade jurídica.

 Cabe agravo de instrumento quando o juiz rejeita o pedido de gratuidade da justiça ou


acolhe pedido de revogação da gratuidade.

É a mesma redação que temos no art. 101 do CPC.

Aqui, contudo, cumpre uma observação.

Se o juiz indeferir o pedido de justiça gratuita, irá intimar a parte para que pague as custas
do processo, não irá extinguir sem resolução do mérito. Somente adotará a sentença
terminativa (sem resolução do mérito) caso a parte intimada a pagar as custas não o faça
(art. 317, do CPC).

Do indeferimento do pedido de custas, cabe agravo de instrumento (art. 1.015, V, do CPC).


Da sentença de extinção sem julgamento do processo pela não regularização de
pressuposto do processo (adiantamento das despesas) temos a possibilidade de a parte
apresentar apelação.

 Cabe agravo de instrumento contra decisão que determina a exibição ou posse de


documento ou coisa.

 Cabe agravo de instrumento caso o juiz determine a exclusão de litisconsorte.

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 Cabe agravo de instrumento caso o juiz rejeite pedido de limitação do litisconsórcio


multitudinário.

 Cabe agravo de instrumento caso o juiz decida pela admissão ou inadmissão de


intervenção de terceiros.

 Cabe agravo de instrumento caso o juiz decida pela concessão, modificação ou


revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução.

 Cabe agravo de instrumento caso o juiz trate da redistribuição dos ônus da prova.

 Cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de


liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.

Para a prova...

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tutelas provisórias

mérito do processo, que não põe fim ao processo

rejeição da alegação de convenção de arbitragem

incidente de desconsideração da personalidade jurídica

rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação
HIPÓTESES DE CABIMENTO

exibição ou posse de documento ou coisa

exclusão de litisconsorte

rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio

admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros

concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução

redistribuição do ônus da prova

decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de


cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

outros casos expressamente referidos em lei.

1.3 - Procedimento

Por se tratar de um recurso cabível contra decisões interlocutórias, o processo seguirá seu trâmite regular,
mesmo pendente o julgamento do agravo de instrumento. Assim, faz-se necessário formar o instrumento
para processamento do agravo. Formar o instrumento significa formar autos apartados para o
processamento do agravo.

Esse instrumento prevê alguns requisitos e alguns documentos que devem ser acostados no agravo.

O art. 1.016, do CPC, prevê os requisitos do agravo de instrumento. Leia com atenção:

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente,


por meio de petição com os seguintes requisitos:

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I - os nomes das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;

IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.

Mais importante que os requisitos da petição de agravo de instrumento é conhecer as peças que
obrigatoriamente devem instruir o pedido:

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I - OBRIGATORIAMENTE, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que


ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva
intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita


pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

O art. 1.017, do CPC, prevê:

petição inicial

petição que ensejou a decisão agravada

PEÇAS OBRIGATÓRIAS NO AGRAVO


decisão agravada
DE INSTRUMENTO

certidão de intimação das partes da


decisão agravada ou outro documento que
comprove a tempestividade

procurações outorgadas aos advogados


das partes

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Caso não seja juntado algum dos documentos acima descritos, o advogado da parte deverá fazer uma
certidão de inexistência de qualquer desses documentos.

Não obstante a legislação informar que esses documentos são obrigatórios, o entendimento
predominante na doutrina é no sentido de que a não juntada de um desses documentos não
importa, necessariamente, a não admissão do recurso, por se tratar de um vício sanável.
Assim, o relator do processo deve oportunidade à parte a possibilidade de corrigi-lo. Veja15:

Rigorosamente, em um processo organizado a partir da ideia de colaboração do juiz para


com as partes (art. 6º, CPC), próprio do Estado Constitucional, é vedado ao tribunal –
qualquer que seja o tribunal – não conhecer de recurso por deficiências formais sanáveis
(arts. 932, parágrafo único, e 1.017, §3º, CPC). É por essa razão que os viola os deveres de
auxílio de prevenção para com os litigantes o órgão jurisdicional que não admite recurso
sem possibilidade a prévia regularização formal do instrumento.

Além dos documentos obrigatórios, a parte poderá acostar ao instrumento outros que entender úteis.

Além da petição e dos documentos (obrigatórios, declaração de inexistência – se for o caso – e facultativos),
a parte deverá juntar documentos que comprovem o pagamento de custas e do porte e do retorno, quando
devidos.

§ 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do


porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.

Assim...

petição de agravo

documentos obrigatórios (petição inicial, petição que


NA FORMAÇÃO DO
gerou a decisão, decisão agravada, certidão de
INSTRUMENTO TEMOS:
intimação das partes e procurações) ou declaração

comprovante do pagamento de custas e de porte de


retorno (se devido)

No §2º, do art. 1.017, temos relacionadas as diversas forma de interposição do agravo de instrumento.

§ 2o No prazo do recurso, o agravo será interposto por:

15
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1076.

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I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;

II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;

III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;

IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;

V - outra forma prevista em lei.

Note que a regra é que o agravo de instrumento seja diretamente protocolizado no tribunal. Contudo,
admite-se o protocolo na comarca, na seção ou na subseção judiciária que formulou a decisão interlocutória
recorrida. Além disso, o agravo de instrumento poderá ser enviado por intermédio dos Correios ou, ainda,
por fax.

Assim:

diretamente no tribunal
O AGRAVO PODE SER

no juízo de origem
INTERPOSTO

pelos Correios

via Fax

por outras formas previstas em lei

Importante destacar que, na sistemática atual, se a parte agravante não juntar alguma das peças
obrigatórias deverá ser intimada para juntá-la no prazo de 5 dias. Observe-se que, na
sistemática anterior, o CPC73 previa a preclusão consumativa caso a parte não juntasse o
documento e, consequentemente, teríamos a não admissão do agravo.

Note que o fundamento desse entendimento está no princípio da primazia de mérito, de forma
que, ao invés de simplesmente não admitir o recurso, o relator deve oportunizar à parte a possibilidade de
juntar o documento obrigatório antes de extinguir o processo. Portanto, NÃO TEMOS MAIS A PRECLUSÃO
CONSUMATIVA PELA NÃO JUNTADA DE ALGUM DOS DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS.

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Aplicamos, portanto, a regra do parágrafo único do art. 932, do CPC, segundo a qual “antes de considerar
inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível.

É isso que temos previsto no art. §3º, do art. 1.017, abaixo citado:

§ 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa
a admissibilidade do agravo de instrumento, DEVE o relator aplicar o disposto no art. 932,
parágrafo único.

Veja, ainda, os §§ 4º e 5º:

§ 4o Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou


similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original.

§ 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I


e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis
para a compreensão da controvérsia.

De acordo com os dispositivos acima, nos processos eletrônicos não há necessidade de juntar as peças
obrigatórias ou de apresentar a declaração quando os documentos não existirem nos autos da decisão
agravada. Isso ocorre porque eles são facilmente acessíveis pelo tribunal.

Veja uma questão de prova:

(MPE-PR/2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015, julgue o item subsequente:
No processo eletrônico, a juntada de cópia das razões do agravo de instrumento é uma faculdade da parte
recorrente.
Comentários
A assertiva está correta, pois está de acordo como o §2º, do art. 1.018, do CPC. Observe-se que o recorrente
não está obrigado a juntar aos autos do processo a cópia de petição de agravo, por isso a questão fala em
faculdade.

Em frente!

No CPC73, o agravante devia comunicar a interposição do agravo de instrumento no juízo de origem, no


prazo de 3 dias, sob pena de não admissão do recurso. Então, como que fica essa questão no CPC? O art.
1.018 responde:

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Art. 1.018. O agravante PODERÁ requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da
petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos
documentos que instruíram o recurso.

§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará


prejudicado o agravo de instrumento.

§ 2o NÃO sendo eletrônicos os autos, o agravante TOMARÁ a providência prevista


no caput, no PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS a contar da interposição do agravo de instrumento.

§ 3o O DESCUMPRIMENTO da exigência de que trata o § 2o, DESDE QUE ARGUIDO E


PROVADO PELO AGRAVADO, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.

Da leitura do art. 1.018 extraímos uma situação bastante peculiar, qual seja: há uma obrigatoriedade de
informar o juízo de origem da interposição do agravo, mas a inadmissibilidade do recurso por falta de
comunicação depende de provocação da parte agravada.

Assim, podemos ter as seguintes situações:

1ª hipótese: uma das partes agrava diretamente no tribunal e comunica o juízo na origem.

Nesse caso, se presentes os requisitos, o agravo será admitido (se presentes os demais
requisitos). Nada poderá fazer a parte contra quem se agravou.

2ª hipótese: uma das partes agrava diretamente no tribunal, não comunica o juízo na
origem e a parte agravada nada alega.

Nesse caso, devido à inércia do agravado, o recurso de agravo de instrumento será


admitido (se presentes os demais requisitos).

3ª hipótese: uma das partes agrava diretamente no tribunal, não comunica o juízo na
origem e a parte agravada prova a não comunicação no prazo de 3 dias.

Nesse caso, o recurso de agravo de instrumento não será admitido.

Assim, tal como a doutrina aponta, trata-se de um ônus imperfeito, na medida em que o agravante somente
sofrerá consequências, na hipótese de alegação e de comprovação da não informação, no prazo legal de 3
dias, pelo agravado.

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O art. 1.019, do CPC, trata da distribuição imediata do agravo de instrumento. Uma vez distribuído, o relator
poderá não conhecer do agravo de instrumento se:

 não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado


especificamente os fundamentos da decisão recorrida.

 negar provimento a recurso que for contrário:

a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;

b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;

c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

Se não verificar uma das hipóteses acima, o relator terá prazo de 5 dias para:

 atribuir efeito suspensivo ao recurso;

 analisar eventual requerimento de antecipação de tutela;

 determinar a intimação do agravado para apresentar a contraminuta no prazo de 15


dias;

 determinar a intimação do Ministério Público para que, na qualidade de fiscal da ordem


jurídica, se manifeste no prazo de 15 dias.

Confira:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se


não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (CINCO)
DIAS:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total


ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;

II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento,


quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso
de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (QUINZE)
DIAS, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do
recurso;

III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio


eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15
(QUINZE) DIAS.

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Ultimadas as determinações acima, o relator deverá pedir data para a inserção do processo em pauta de
julgamento que deve ocorrer em prazo não superior a um mês a contar da intimação do agravado.

Art. 1.020. O relator solicitará dia para julgamento em prazo NÃO superior a 1 (UM) MÊS
da intimação do agravado.

Com isso, encerramos o estudo do agravo de instrumento.

Podemos sintetizar as principais informações do agravo de instrumento da seguinte forma:

AGRAVO DE INSTRUMENTO
● CONCEITO: é o recurso adequado para atacar decisões interlocutórias proferidas no curso do processo.
● HIPÓTESES DE CABIMENTO
 tutelas provisórias
 mérito do processo, que não põe fim ao processo
 rejeição da alegação de convenção de arbitragem
 incidente de desconsideração da personalidade jurídica
 rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação
 exibição ou posse de documento ou coisa
 exclusão de litisconsorte
 rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio
 admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros
 concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução
 redistribuição do ônus da prova
 decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença,
no processo de execução e no processo de inventário.
 outros casos expressamente referidos em lei.
● FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO
 peças obrigatórias:
➢ petição inicial
➢ petição que ensejou a decisão agravada
➢ decisão agravada
➢ certidão de intimação das partes da decisão agravada ou outro documento que comprove a
tempestividade
➢ procurações outorgadas aos advogados das partes
 facultativas + declaração: a parte poderá juntar outras peças e deverá declarar se não existir nos autos
algumas das peças obrigatórias.
● NÃO HÁ PRECLUSÃO CONSUMATIVA PELA NÃO JUNTADA DE ALGUM DOS DOCUMENTOS
OBRIGATÓRIOS: parte deve ser intimada para se manifestar.
● INTERPOSIÇÃO:
 ocorre diretamente no tribunal.
 informação do juízo “a quo” da interposição: há uma obrigatoriedade de informar o juízo de origem da
interposição do agravo, mas a inadmissibilidade do recurso por falta de comunicação depende de
provocação da parte agravada.
• 1ª hipótese: uma das partes agrava diretamente no tribunal e comunica o juízo na origem. Nesse
caso, se presentes os requisitos, o agravo será admitido (se presentes os demais requisitos). Nada
poderá fazer a parte contra quem se agravou.

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• 2ª hipótese: uma das partes agrava diretamente no tribunal, não comunica o juízo na origem e a
parte agravada nada alega. Nesse caso, devido à inércia do agravado, o recurso de agravo de
instrumento será admitido (se presentes os demais requisitos).
• 3ª hipótese: uma das partes agrava diretamente no tribunal, não comunica o juízo na origem e a
parte agravada prova a não comunicação no prazo de 3 dias. Nesse caso, o recurso de agravo de
instrumento não será admitido.
● CONHECIMENTO DO AGRAVO:
 NEGATIVO: não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
 IMPROVIMENTO LIMINAR: negar provimento a recurso que for contrário:
a) à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;
b) ao acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
c) ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
 POSITIVO: Se não verificar uma das hipóteses acima, o relator terá prazo de 5 dias para:
➢ atribuir efeito suspensivo ao recurso;
➢ analisar eventual requerimento de antecipação de tutela;
➢ determinar a intimação do agravado para apresentar a contraminuta no prazo de 15 dias;
➢ determinar a intimação do Ministério Público para que, na qualidade de fiscal da ordem jurídica,
se manifeste no prazo de 15 dias.

2 - Agravo Interno

O agravo interno, por sua vez, possui disciplina singela no CPC. Trata-se de expediente recursal utilizado para
se insurgir contra decisões interlocutórias do relator de processos que tramitam em tribunais. O relator,
ao longo do trâmite do recurso no tribunal, poderá tomar decisões monocráticas de caráter interlocutório
que podem ser desafiadas por intermédio do agravo interno.

A finalidade desse expediente é deslocar essa decisão para o colegiado do tribunal.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno
do tribunal.

§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os


fundamentos da decisão agravada.

O agravo interno deverá impugnar de forma específica a decisão agravada e deve ser dirigido ao
próprio relator do processo que determinará a intimação do agravado para se manifestar no
prazo de 15 dias.

Em seguida, o relator poderá retratar a decisão e, se não for o caso, determinará a inclusão dos
autos em pauta para julgamento do agravo.

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§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS, ao final do qual, não havendo RETRATAÇÃO, o
relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

O §3º VEDA que o relator reproduza os fundamentos da decisão agravada para preparar a minuta do voto
do acórdão do agravo. Ou seja, o relator deve atacar os pontos específicos levantados no agravo interno e
não meramente reproduzir o que já decidiu. Trata-se da aplicação do princípio da motivação das decisões
judiciais, que permeia todo o CPC.

§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada


para julgar improcedente o agravo interno.

Veja uma questão de prova:

(MPE-PR - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015, julgue o item subsequente:
No agravo interno, entendo o relator pela manutenção da decisão monocrática recorrida, poderá o acórdão
limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
Comentários
A assertiva está incorreta. Com base no §3º, do art. 1.021, do CPC, a hipótese descrita é vedada. A
admissibilidade do agravo retido está condicionada à impugnação específica. Dessa forma, a fundamentação
da decisão também deve ser específica.

Sigamos!

Os §§ 4º e 5º tratam da multa pela interposição de agravo interno manifestamente inadmissível, com a


finalidade de evitar a banalização desse recurso

§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou


improcedente em VOTAÇÃO UNÂNIME, o órgão colegiado, em decisão fundamentada,
condenará o agravante a pagar ao agravado MULTA fixada entre um e cinco por cento do
valor atualizado da causa.

§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do


valor da multa prevista no § 4o, à EXCEÇÃO da Fazenda Pública e do beneficiário de
gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.

Alguns elementos necessários para configuração da MULTA:

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 decisão que é considerada manifestamente inadmissível por todo o colegiado


(unânime);

 valor de 1 a 5% sobre o valor atualizado da causa;

 reverte em favor da parte agravada; e

 o pagamento da multa é condicionante para a interposição de outros recursos.

Encerramos, com isso, o estudo do agravo interno. Para a prova...

AGRAVO INTERNO
● CONCEITO: expediente recursal utilizado para se insurgir contra decisões interlocutórias do relator de
processos que tramitam em tribunais.

● PRAZO: 15 dias

● ADMITE JUÍZO DE RETRATAÇÃO

● MULTA POR AGRAVO INTERNO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL

 decisão que é considerada manifestamente inadmissível por todo o colegiado (unânime);

 valor de 1 a 5% sobre o valor atualizado da causa;

 reverte em favor da parte agravada; e

 o pagamento da multa é condicionante para a interposição de outros recursos.

3 - Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário

3.1 - Conceito e cabimento

De acordo com o entendimento doutrinário16:

16
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 618.

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O primeiro juízo de admissibilidade dos recursos excepcionais [leia-se: recurso especial e


extraordinário] se faz no órgão de onde emanou a decisão de que se quer recorrer. Sendo
negativa esta decisão, a depender do fundamento da inadmissão, caberá recurso para o
respectivo tribunal superior. Trata-se do “agravo em recurso especial ou extraordinário,
previsto no art. 1.042.

O agravo em REsp ou RExt é cabível contra decisão do Presidente ou vice-Presidente do Tribunal de segunda
instância que não admitir o REsp ou RExt, a não ser quando a decisão estiver fundada em entendimento
firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.

Conforme reza o art. 1.029, do CPC, o recurso especial e o recurso extraordinário devem ser propostos
perante o Presidente ou o Vice-Presidente do tribunal recorrido, que fará a análise de admissibilidade dos
recursos. Caso negue seguimento aos recursos, caberá o agravo.

A finalidade desse agravo é deslocar a análise de admissibilidade do recurso para o STJ ou


STF. Contudo, em duas situações, mesmo não admitido o recurso de REsp ou de RExt pelo
Tribunal a quo (de segunda instância), NÃO será admissível o agravo:

 se a decisão estiver fundamentada em regime de repercussão geral; ou

 se a decisão estiver fundada no julgamento de recursos repetitivos.

Veja:

Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal


recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, SALVO quando
fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em
julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I e II (com respectivas alíneas) revogados.

Lembre-se de que o prazo do agravo em REsp ou RExt é de 15 dias.

3.2 - Procedimento

A petição de agravo em RExt e REsp será dirigida diretamente ao Presidente ou ao vice-Presidente do


Tribunal agravado, sem a necessidade de pagamento de custas ou valores referentes de porte e de remessa.

Interposto o recurso, o Presidente ou vice-Presidente do tribunal determinará a intimação do agravado para,


no prazo de 15 dias, apresentar contraminuta.

Escoado o prazo para resposta ou apresentada a contraminuta, o Presidente ou vice-Presidente poderá se


retratar e, caso mantenha a decisão recorrida, determinará a remessa dos autos ao Tribunal Superior.

Essas regras estão fixadas nos §§ abaixo:

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§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de


origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o
regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de
sobrestamento e do juízo de retratação. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15


(QUINZE) DIAS.

§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal
superior competente.

A priori, o agravo que estudamos tem a finalidade de deslocar a admissibilidade para o Tribunal. Não se tem
a pretensão de, por intermédio do agravo em RExt ou REsp, analisar o mérito do acórdão recorrido.

Em face disso, prevê o §5º que se o RExt ou REsp estiverem em condições de julgamento e o agravo for
conhecido e provido, o Tribunal poderá, desde logo, efetuar o julgamento do recurso desde que propicie a
oportunidade de sustentação oral à parte e observe as regras de processamento do recuso.

§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial
ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o
disposto no regimento interno do tribunal respectivo.

Como os recursos extraordinário e especial possuem finalidades diversas e ambos podem ser
interpostos em face da mesma decisão (acórdão do tribunal de segunda instância), temos a
possibilidade de recurso conjunto. Vale dizer, intimada do acórdão, a parte poderá, desde logo,
ajuizar o RExt e o REsp. Se não conhecido um desses recursos, a parte poderá apresentar o
agravo em face do recurso não admitido. Por outro lado, segundo o que prevê o §6º, abaixo
citado, se ambos os recursos não forem conhecidos, a parte, se desejar, deverá ajuizar um
agravo para o RExt e outro para o REsp.

§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o


agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.

Além disso, no caso de interposição de dois agravos – um para admissibilidade do RExt no STF e outro para
admissibilidade do REsp no STJ – o Presidente ou vice-Presidente do tribunal recorrido determinará o envio
dos autos ao STJ, pois o STF é a última instância e poderá não ser julgado a depender da decisão do STJ.

Pense, por exemplo, no caso de provimento da pretensão em sede REsp. Nesse caso, o RExt resta prejudicado
por perda do objeto.

Veja, para encerrar os §§ que tratam sobre o tema:

§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e,


havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

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§ 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso,


do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo
Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.

Em síntese...

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL


● CONCEITO: expediente recursal voltado a forçar a admissibilidade do RExt ou REsp no juízo “ad quem”.
● NÃO SERÁ ADMISSÍVEL O AGRAVO:
 se a decisão estiver fundamentada em regime de repercussão geral; ou
 se a decisão estiver fundada no julgamento de recursos repetitivos.
● PRAZO: 15 dias
● PROCEDIMENTO:
 interposto, o Presidente ou vice-Presidente do Tribunal determinará a intimação do agravo para
contraminuta no prazo de 15 dias.
 se negativo o juízo de retratação, será determinado o envio dos autos ao STF/STJ.
O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário,
assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do
tribunal respectivo.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração estão disciplinados no CPC entre os arts. 1.022 a 1.026.

Trata-se de recurso que, diferentemente dos demais, não tem por finalidade cassar ou reformar a decisão
proferida. Pretende-se, com os embargos de declaração, esclarecer, integrar, corrigir oui completar a decisão
prolatada. Segundo o entendimento doutrinário, essa espécie recursal está intimamente relacionada com:

 o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, com fundamento no art. 5º,


XXXV, da CF; e

 o dever de fundamentação das decisões judiciais, prescrito no art. 93, IX, da CF.

1 - Cabimento

Os embargos de declaração são cabíveis contra toda e qualquer decisão, seja ela sentença ou decisão
interlocutória, no prazo de 5 dias. Observe que esse é o único prazo diferente para recursos no CPC, todos
os demais prazos de interposição são de 15 dias.

Assim:

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PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO


DOS EMBARGOS DE 5 DIAS
DECLARAÇÃO

Note que essa espécie recursal não é cabível tão somente em face de sentença, mas também diante de
decisões interlocutórias. Nesse sentido, nos ensina a doutrina17 que:

Todo e qualquer pronunciamento jurisdicional pode ser objeto de embargos de declaração:


despachos, decisões interlocutórias e sentenças, em primeiro grau, decisões monocráticas
e acórdãos, nos Tribunais.

Note que, para o autor acima citado, todo pronunciamento judicial é passível de embargos de declaração,
inclusive, os despachos que não possuem cunho decisórios. Contudo, esse não parece ser o entendimento
majoritário, para os quais cabe embargos tão somente de pronunciamentos decisórios.

Veja:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;

III - corrigir erro material.

São, portanto, quatro hipóteses de cabimento dos embargos de declaração:

17
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 574.

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esclarecer obscuridade

eliminar contradição
CABIMENTO DO EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO
suprir omissão

corrigir erro material

Vamos citar os conceitos de cada uma das hipóteses acima.

 ESCLARECER OBSCURIDADE: Decisão obscura é a decisão a que falta clareza. A obscuridade


concerne à redação da decisão. A obscuridade compromete a adequada compreensão da
ideia exposta na decisão judicial18.

 ELIMINAR CONTRADIÇÃO: A decisão é contraditória quando encerra duas ou mais


proposições ou dois ou mais enunciados inconciliáveis. A contradição ocorre entre
proposições e os enunciados que se encontram dentro da mesma decisão19.

 SUPRIR OMISSÃO: A apreciação que o órgão jurisdicional deve fazer dos fundamentos
levantados pelas partes em seus arrazoados tem de ser completa. Vale dizer: a motivação
da decisão deve ser completa – razão pela qual cabem embargos declaratório quando for
omitido ponto sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento20.

As hipóteses descritas no parágrafo único do art. 1.022, do CPC, são consideradas inclusas no conceito de
omissão.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em


incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;

II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º [hipóteses de não


fundamentação do ato decisório].

Pelo inc. I, considera-se omissa a decisão que deixar de se manifestar em relação a teses trazidas por uma
das partes em a julgados de casos repetitivos ou de incidentes de assunção de competência. Se esses

18
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1082.
19
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1082.
20
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1083.

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julgados não forem analisados na sentença, considera-se a decisão omissa e, portanto, passível de embargos
de declaração.

No inc. II, por sua vez, temos a omissão configurada pela ausência de fundamentação da decisão. Essas
hipóteses estão previstas no art. 489, §1º, do CPC. Vamos, rapidamente, retratar as hipóteses aqui:

NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA A SENTENÇA QUE

• apenas indicar, reproduzir ou parafrasear o ato normativo sem relacioná-lo com as


questões a serem decididas.
• empregar conceitos jurídicos indeterminados sem explicar a incidência no caso concreto.
• invocar motivos genéricos, que possam justificar qualquer outra decisão no processo.
• não enfrentar todos os argumentos apresentados pelas partes capazes de contrariar a
tese adotada pelo julgador.
• apenas fizer referência a determinado precedente ou súmula, sem demonstrar que o
caso concreto se amolda aos fundamentos do julgado ou súmula.
• pelo contrário, deixar de seguir súmula, jurisprudência ou precedentes invocados pela
parte sem demonstrar a inaplicabilidade ao caso concreto ou a superação do
entendimento anteriormente adotado.

 CORRIGIR ERRO MATERIAL

Cabem embargos de declaração para sanação de erro material, assim entendidos os erros
de cálculo e as inexatidões materiais (art. 494, I, CPC). Erro de cálculo consiste no erro
aritmético (não se confunde, porém, com o erro quanto a critério de cálculo ou elementos
do cálculo, que constituem erros de julgamento a respeito do cálculo). Inexatidão material
constitui erro na redação da decisão – e não no julgamento nela exprimido21.

Em todas as hipóteses acima, pela ausência de fundamentação, considera-se a sentença omissa e, portanto,
passível de embargos de declaração.

O art. 1.023, do CPC, prevê que os embargos interrompem outros recursos.

Portanto:

21
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1083.

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oposto o recurso de embargos de declaração, o prazo para


interposição de outros recursos é INTERROMPIDO e, após
o julgamento, o prazo será integralmente devolvido à parte
para apresentação do recurso

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, em petição dirigida
ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e NÃO se sujeitam a
preparo.

§ 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.

§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias,


sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da
decisão embargada.

O §2º, que será melhor analisado na parte final do tópico, se refere aos embargos declaratórios com efeito
modificativo.

Cumpre registrar que, se os embargos de declaração forem intempestivos, não terão efeito interruptivo.

2 - Procedimento

O procedimento dos embargos de declaração está descrito no art. 1.024, do CPC:

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (CINCO) DIAS.

Para começar, anote:

prazo para opor os embargos de


declaração

prazo para a parte contrária se manifestar


5 DIAS quanto aos embargos opostos (se
infringentes)

prazo para o magistrado julgar os


embargos

Esse prazo acima aplica-se ao julgamento de embargos no primeiro grau de jurisdição.

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No tribunal temos tratamento diferente. Além disso, a forma de análise e de julgamento dos embargos é
distinta a depender da decisão, se monocrática ou colegiada.

 NO CASO DE DECISÃO COLEGIADA:

Caso os embargos sejam opostos no tribunal, o relator do processo deve apresentar o recurso em mesa, na
sessão subsequente, já com o seu voto. Caso não seja julgado nessa sessão subsequente, teremos a inclusão
do processo em pauta.

 NO CASO DE DECISÃO MONOCRÁTICA:

Se a decisão impugnada for proferida, ainda que no âmbito do tribunal, de forma monocrática, a decisão dos
embargos não será dada pelo órgão colegiado, mas por quem monocraticamente proferiu a decisão
embargada.

Confira os §§ 1º e 2º, que retratam as regras acima:

§ 1o Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente,


proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta
automaticamente.

§ 2o Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra


decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-
los-á monocraticamente.

O §3º trata da fungibilidade do recurso quando a parte opor embargos, mas, na realidade,
pretender a modificação do mérito da decisão monocrática. Como sabemos, o agravo é
utilizado para atacar decisões interlocutórias proferidas ao longo do processo. Quando essas
decisões forem dadas no curso do trâmite de um recurso esse agravo é denominado de agravo
interno.

Assim, identificado o erro da parte, o órgão julgador conhecerá os embargos opostos como agravo interno.
Para tanto, determinará a intimação do então embargante para complementar as razões do recurso no prazo
de 5 dias.

§ 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se


entender ser este o recurso cabível, DESDE QUE determine previamente a intimação do
recorrente para, no prazo de 5 (CINCO) DIAS, complementar as razões recursais, de modo
a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o.

O §4º será citado e analisado abaixo, quando tratarmos dos embargos modificativos.

Para encerrar o art. 1.024, veja o §5º, o qual trata da desnecessidade de retificação do recurso, quando
interposto antes dos embargos de declaração, que foi rejeitado ou que não tenha alterado a conclusão do
julgamento.

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§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do


julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do
julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de
ratificação.

Esse dispositivo coaduna com a Súmula STJ 579:

Súmula STJ 579

Não é necessário ratificar o recurso especial que foi interposto na pendência dos embargos
de declaração quando inalterado o julgamento anterior

O entendimento anterior a essa súmula pelos tribunais era no sentido de que o recurso especial
interposto antes dos embargos de declaração da parte contrária tornava o recurso especial
extemporâneo, de forma que a validade desse recurso, após a decisão dos embargos de
declaração, fazia-se necessária a ratificação pelo recorrente. Esse era o entendimento da
Súmula STJ 418, atualmente cancelada.

O entendimento anterior consagrava a tese do recurso prematuro que não mais subsiste no CPC. De modo
que, independentemente de uma das partes ter interposto o recurso especial e, em seguida, a parte
contrária embargar de declaração, não é necessária qualquer ratificação posterior.

A ratificação apenas ocorrerá caso, em face do julgamento dos embargos, haja modificação na conclusão do
ato decisório impugnado no recurso previamente interposto.

3 - Prequestionamento

Uma questão importante a ser analisada é a possibilidade de interposição de recurso de embargos de


declaração para fins de prequestionamento.

O prequestionamento constitui exigência do objeto do recurso especial ou do recurso extraordinário. É


necessário que a matéria já tenha sido objeto de decisão prévia por tribunais inferiores. A ideia é simples:
deve constar pré-análise e julgamento prévio pelos tribunais de segunda instância da matéria que se
pretende recorrer.

A exigência do prequestionamento tem por finalidade impedir que seja analisado o recurso especial ou o
extraordinário, quando nele houver matéria que não foi anteriormente analisada pelo tribunal de segunda
instância.

O STJ sumulou entendimento no sentido da inadmissibilidade do recurso especial quando a


questão que, apesar da oposição dos embargos de declaração, não foi apreciada pelo tribunal
interior (Súmula STJ 211).

Veja:

Súmula STJ 211

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Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos


declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal “a quo”.

O STF, por sua vez, tinha entendimento diverso. A Corte Constitucional entendia que o simples fato de
apresentação dos embargos de declaração contra decisão omissa, independentemente do resultado desse
julgamento, já criava no caso concreto o prequestionamento (Súmula STF 356).

Veja:

Súmula STF 356

O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não
pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

O CPC adotou o entendimento do STF!

O art. 1.025 prevê:

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,


para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos
ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade.

Assim, a mera interposição dos embargos de declaração já é suficiente para prequestionar a matéria,
independentemente de rejeição dos embargos pelo tribunal de segundo grau. Desse modo, perde força a
Súmula do STJ.

O art. 1.026, do CPC, trata do efeito meramente devolutivo do recurso de embargos e ratifica a regra de que
o recurso de embargos interrompe o prazo para interposição de outros recursos.

Embora o recurso de embargos de declaração não possua, em regra, efeito suspensivo, a parte recorrente
poderá requerer tal efeito se:

 demonstrar a probabilidade de provimento do recurso; ou

 relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Veja:

Art. 1.026. Os embargos de declaração NÃO possuem efeito suspensivo e interrompem o


prazo para a interposição de recurso.

§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo


juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo
relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

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Veja uma questão de prova:

(MPE-PR - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015, julgue o item subsequente:
Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
Comentários
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 1.026, do CPC, os embargos de declaração não possuem
efeito suspensivo. Todavia, a segunda parte da alternativa está correta, pois os embargos interrompem o
prazo para interposição de recurso.

Vamos em frente!

4 - Embargos de declaração protelatórios

Nota-se, no CPC, esforço no sentido de evitar a oposição de embargos protelatórios. Quando a parte opor o
recurso de embargos com a pretensão apenas de protelar os efeitos da decisão final, há a possibilidade de o
juiz ou tribunal multarem a parte.

Além disso, a multa será majorada no caso de reincidência e caso, ao longo do procedimento, a parte sofra
duas condenações, ficará obstada e não poderá mais embargar de declaração.

Veja:

§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o


tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado
MULTA NÃO excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será


elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, E a interposição de
qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à EXCEÇÃO
da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

§ 4o NÃO serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores


houverem sido considerados protelatórios.

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Sistematizando as informações acima, temos:

1ª EMBARGOS PROTELATÓRIOS: multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa.

2ª EMBARGOS PROTELATÓRIOS: multa não excedente a 10% sobre o valor atualizado da causa.

Se condenada duas vezes, a parte NÃO PODERÁ MAIS OPOR EMBARGOS no mesmo
processo.

Para a prova...

1ª interposição: multa até 2%


MERAMENTE PROTELATÓRIO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

2ª interposição: multa até 10%

3ª interposição: inadmissibilidade imediata

OBS.: valor calculado sobre o valor atualizado da causa

OBS.: reverte em favor da parte contrária

5 - Embargos de declaração atípicos (modificativos ou com efeitos


infringentes)

Os embargos de declaração se prestam a esclarecer, complementar ou corrigir erro material da decisão. Não
possuem finalidade de invalidar ou de reformar a decisão.

Assim, A REGRA é que os embargos de declaração NÃO TENHAM EFEITO MODIFICATIVO (ou infringente).
Não existe a possibilidade desses embargos serem utilizados puramente com a pretensão de se obter a
reforma da decisão. Se esse fosse o objetivo, a parte deveria se valer de outros recursos, como a apelação
ou o agravo de instrumento.

Contudo, na prática, ao efetuar o esclarecimento, complementação ou correção de erro material em sede


de embargos de declaração, há a possibilidade de que decorra alguma alteração no bojo daquilo que foi
decidido, hipótese excepcional em que os embargos terão efeitos infringentes.

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Nos embargos de declaração modificativos, dentro das hipóteses previstas no art. 1.022, do CPC, se o
magistrado entender que o provimento do recurso possa alterar o conteúdo da decisão, deverá intimar a
parte contrária para o exercício do contraditório.

Confira, sobre os embargos com efeitos modificativos, o art. 1.024, §4º, do CPC:

§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão


embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação,
no PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS, contado da intimação da decisão dos embargos de
declaração.

Esses embargos são cabíveis quando a decisão for teratológica, quando a decisão estiver com erro evidente
e, nesse caso, os embargos têm por finalidade corrigir esses vícios. Cite-se, como exemplo, erro manifesto de
contagem de prazo ou ausência de citação de um dos réus do processo.

Assim, se for o caso de embargos com efeitos infringentes, haverá a necessidade de intimação do embargado
para complementar o recurso no prazo de cinco dias, na forma do art. 1.023, §2º, do CPC. Após, intima-se a
parte contrária para o exercício do contraditório.

Veja uma questão de prova, que é importante apenas para evitar uma confusão!

(DPE-ES - 2016) Sobre o sistema recursal no novo Código de Processo Civil, julgue:
São cabíveis embargos infringentes contra acórdão não unânime que tenha reformado, em grau de apelação,
a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória.
Comentários
A assertiva está incorreta. Os embargos infringentes foram excluídos pelo CPC, que passou a não mais prever
essa espécie recursal. Assimila-se a este recurso a técnica do julgamento ampliado prevista no art. 942.
Observe-se, ainda, que os embargos de declaração poderão ter efeitos infringentes.

Finalizamos, assim, o estudo dos embargos de declaração conforme o CPC.

Em síntese...

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
● CONCEITO: não tem por finalidade cassar ou reformar a decisão proferida. Pretende-se, com os
embargos de declaração, esclarecer, integrar, corrigir ou completar a decisão prolatada.
● PRAZO: 5 dias

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● CABIMENTO: sentenças e decisões interlocutórias, para:


 esclarecer obscuridade: falta clareza na redação da decisão, afetando a compreensão da ideia exposta.
 eliminar contradição: há duas ou mais proposições ou enunciados inconciliáveis na sentença.
 suprir omissão: verificação de omissão na análise de algum dos pedidos formulados. Considera-se
omissa a decisão que
➢ deixar de se manifestar em relação a teses trazidas por uma das partes em julgados de casos
repetitivos ou de incidentes de assunção de competência.
➢ Faltar fundamentação, tal como:
o apenas indicar, reproduzir ou parafrasear o ato normativo sem relacioná-lo com as
questões a serem decididas.
o que empregar conceitos jurídicos indeterminados sem explicar a incidência no caso
concreto.
o que invocar motivos genéricos, que possam justificar qualquer outra decisão no processo.
o que não enfrentar todos os argumentos apresentados pelas partes capazes de contrariar a
tese adotada pelo julgador.
o que apenas fizer referência a determinado precedente ou súmula, sem demonstrar que o
caso concreto se amolda aos fundamentos do julgado ou súmula.
o que, pelo contrário, deixar de seguir súmula, jurisprudência ou precedentes invocados pela
parte sem demonstrar a inaplicabilidade ao caso concreto ou a superação do entendimento
anteriormente adotado.
 corrigir erro material
● INTERRUPÇÃO DO PRAZO: oposto o recurso de embargos de declaração, o prazo para interposição de
outros recursos é INTERROMPIDO e, após o julgamento, o prazo será integralmente devolvido à parte para
apresentação do recurso
● 5 DIAS
 prazo para opor os embargos de declaração
 prazo para a parte contrária se manifestar quanto aos embargos opostos (se infringentes)
 prazo para o magistrado julgar os embargos.
● DECISÃO
 colegiada: quando impugnada decisão do tribunal
 monocrática: quando impugnada decisão do juízo ou no caso de decisão monocrática no tribunal.
● PRESQUESTIONAMENTO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
 para que o recurso especial ou extraordinário sejam conhecidos, deve constar pré-análise e julgamento
prévio pelos tribunais de segunda instância da matéria que se pretende recorrer.
 a mera interposição dos embargos de declaração já é suficiente para prequestionar a matéria,
independentemente de rejeição dos embargos pelo tribunal de segundo grau.
● EFEITO SUSPENSIVO: não há, como regra
 a parte recorrente poderá requerer tal efeito se (ope judicis):
➢ demonstrar a probabilidade de provimento do recurso; ou
➢ relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação
● EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS
1ª interposição: multa até 2%
2ª interposição: multa até 10%
3ª interposição: inadmissibilidade imediata
 valor calculado sobre o valor atualizado da causa
 reverte em favor da parte contrária
● EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ATÍPICOS (modificativos ou com efeitos infringentes):

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 CONCEITO: ao efetuar o esclarecimento, a complementação ou a correção de erro material em sede de


embargos de declaração, há a possibilidade de que decorra alguma alteração no bojo daquilo que foi
decidido, hipótese excepcional em que os embargos terão efeitos infringentes.
 CONTRADITÓRIO: necessidade de intimar o embargado para complementar as razões (no prazo de 15
dias) e a parte contrária para se manifestar (prazo de 5 dias).

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


Está disciplinado no art. 1.027 e no art. 1.028, do CPC, e, também, na Constituição Federal, nos artigos 102,
II e no art. 105, II, ambos da CF.

1 - Conceito e cabimento

Trata-se de uma “apelação em segundo grau”, segundo ensina a doutrina, a ser interposta no prazo de 15
dias. Trata-se de recurso que visa garantir a efetividade do duplo grau de jurisdição. Isso porque, nos recursos
de competência originária, a “primeira análise” se dá diretamente no tribunal. Assim, para o exercício do
duplo grau de jurisdição, temos a figura do recurso ordinário constitucional, que torna o STJ e o STF
exercentes da reanálise constitucional obrigatória dos casos decididos originariamente em tribunais.

Note que nesses recursos não há uma fundamentação vinculada, pois as partes recorrentes podem alegar
qualquer matéria, não havendo prequestionamento. Ademais, à parte é conferida a prerrogativa, inclusive,
de pedir a reanálise de questões e de fatos.

Além disso, o efeito devolutivo é amplo, pois as partes podem atacar tanto a matéria constitucional como a
legislação federal ou direito local.

Vamos analisar as hipóteses?!

 recurso ordinário constitucional para o STF:

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção


decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

São duas as hipóteses previstas na CF de cabimento do recurso ordinário constitucional para o STF.

A primeira hipótese envolve as ações constitucionais. No caso de ações constitucionais


decididas originariamente no âmbito de Tribunal Superior, do acórdão do tribunal de segunda
instância é cabível recurso ordinário para o STF. Atenção! São recursos que se iniciam perante
o Tribunal Superior e, em face desse acórdão, a parte prejudicada pela decisão tem a
prerrogativa de “apelar” por intermédio do recurso ordinário constitucional ao STF. Assim,
esse recurso é cabível apenas em face de julgamento de ações constitucionais originárias do

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STJ (Superior Tribunal de Justiça), TSE (Tribunal Superior Eleitoral), TST (Tribunal Superior do Trabalho) ou
STM (Superior Tribunal Militar).

A segunda hipótese envolve o julgamento de crimes políticos. De acordo com a doutrina, considera-se crime
político aquele que envolve atos ou omissões que prejudicam os interesses do Estado, do governo ou do
sistema político. Esse crime político pode ser considerado “próprio” quando ameaça a ordem institucional
vigente ou “impróprio” quando é conexo a um crime político.

Vejamos as hipóteses de cabimento do recurso ordinário constitucional para o STJ, que estão disciplinados
no art. 105, II, da CF.

 recurso ordinário constitucional para o STJ:

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um


lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

Temos, aqui, duas hipóteses de cabimento.

Primeira, como estudado acima, o STF é competente para analisar os recursos em face de acórdãos em ações
constitucionais originárias de Tribunais Superiores. O STJ, por sua vez, detém competência para processar
recurso em face desses acórdãos de ações constitucionais originárias de tribunais de segunda instância.
Abrange, portanto, os TRFs (Tribunais Regionais Federais) e os TJs (Tribunais de Justiça).

Além disso, temos duas informações fundamentais:

1ª INFORMAÇÃO: estão abrangidos apenas os recursos em face de acórdãos em habeas


corpus e em mandado de segurança.

2ª INFORMAÇÃO: aplica-se apenas às decisões denegatórias.

Veja que esses dois requisitos restritivos não estão presentes nas hipóteses de cabimento do recurso
ordinário para o STF.

A segunda hipótese envolve recurso de acórdãos em decisões de tribunais em que tivermos Estado
estrangeiro ou organismo internacional versus município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil.
Justifica-se o recurso ordinário constitucional para o STJ nesse caso, pois o Superior Tribunal de Justiça é o

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órgão judiciário que detém a competência judicial para tratar de questões que envolvem interesses da
federação.

Em síntese:

CABE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PARA O STJ


• acórdão em ações constitucionais originárias de habeas corpus e mandado de segurança
oriundas do TRF ou do TJ, quando denegatória a decisão
• acórdãos de decisões de tribunais que envolvam ações de estado estrangeiro ou
organismo internacional contra pessoa residente/domiciliada no Brasil ou município
brasileiro.

Essas regras de cabimento são simplesmente reproduzidas no CPC, pelo que citamos, para conhecimento,
os dispositivos do código:

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:

I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os


mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando
denegatória a decisão;

II - pelo Superior Tribunal de Justiça:

a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais


federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo


internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.

Note que, muito embora não haja referência ao crime político, devemos considerá-lo como hipótese de
recurso para o STF em face da previsão expressa na CF.

Os §§ 1º e 2º do dispositivo em análise trazem duas outras regras importantes:

§ 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias
caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art.
1.015.

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§ 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, e 1.029, § 5o.

 No caso de recurso ordinário em face de acórdão contra organismo ou estado estrangeiro contra pessoa
residente/domiciliada no Brasil ou município brasileiro, das decisões interlocutórias proferidas ao longo do
trâmite recursal perante o STJ, cabe recurso de agravo de instrumento para o órgão pleno do STJ, aplicando-
se, inclusive, as regras procedimentais estudadas em agravo de instrumento contra não admissão de RExt e
REsp, segundo prevê o §1º, do art. 1.028, do CPC.

 Além disso, em relação ao recurso ordinário como um todo (ou seja, tanto os direcionados ao STF como
ao STJ) aplicamos as regras de decisão imediata quando a causa estiver madura para decidir sem julgamento
de mérito, para decretar nulidade de sentença, para constatar a omissão no exame de um dos pedidos e
para decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

 Nas hipóteses em que o juiz de primeiro grau decidir sem o conhecimento do mérito, é admissível que,
se conhecido o recurso de apelação e a causa estiver madura, ou seja, com todos a produção das provas
necessárias para o conhecimento da lide, o tribunal, desde logo, anule a sentença de primeiro grau e analise
o mérito da causa.

 Se o tribunal decretar a nulidade da sentença por incongruência em relação aos limites do pedido ou da
causa de pedir e o processo estiver em condições de julgamento, o próprio colegiado passará a analisar o
mérito dos pedidos que foram anulados.

 Se for constatada a omissão do magistrado na análise de alguns dos pedidos formulados e a causa estiver
madura, o tribunal irá julgar o pedido.

 Se decretada a nulidade da sentença por falta de fundamentação e o processo estiver em condições de


julgamento, compete ao tribunal efetuar a análise dos pedidos com a devida fundamentação.

2 - Procedimento

As regras de processamento do recurso ordinários são remissivas. De acordo com o art. 1.028, do CPC,
aplicam-se as regras procedimentais no que diz respeito aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento
como um todo, os quais vimos em relação ao recurso de apelação.

Uma vez interposto o recurso ordinário constitucional – que observa o prazo de 15 dias a contar da
intimação do acórdão recorrido – o Presidente ou o vice-Presidente do tribunal determinará a intimação da
parte contrária para que apresente contrarrazões (em iguais 15 dias).

Nessa espécie recursal não temos juízo de admissibilidade, pelo que, escoado o prazo ou acostadas as
contrarrazões, os autos serão encaminhados ao STF ou ao STJ, conforme o caso.

Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto
aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas à apelação
e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.

§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições relativas ao agravo de


instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.

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§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto perante
o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente determinar a
intimação do recorrido para, em 15 (QUINZE) DIAS, apresentar as contrarrazões.

§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal


superior, INDEPENDENTEMENTE DE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.

Com isso, finalizamos o estudo do recurso ordinário constitucional.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


● CONCEITO: “apelação em segundo grau” contra decisões originárias dos tribunais.
● HIPÓTESES DE CABIMENTO:
 STF:
➢ o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em
única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão.
➢ o crime político.
 STJ:
➢ o habeas corpus e os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;
➢ as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
● PRAZO: 15 dias

RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL


O recurso extraordinário (RExt) e o recurso especial (REsp) possuem caráter excepcional e assumem uma
nova importância no CPC, com a valorização dos precedentes.

Ao estudarmos as várias espécies de recursos notamos que há diversas possibilidades, inclusive de forma
monocrática, de pôr fim ao recurso devido ao fato de que a decisão impugnada está de acordo com a
jurisprudência dos tribunais superiores ou até mesmo dar provimento ao recurso quando a sentença estiver
dissonante do entendimento do STJ e do STF.

Nesse contexto, o RExt e REsp apresentam-se como espécies recursais que não estão voltadas para o
reexame de matéria já decidida no contexto interpartes. Não se colocam para analisar a justiça da decisão
de segundo grau. São recursos voltados para tutelar o sistema, o direito objetivo, não diretamente o direito
das partes.

Ambos os recursos possuem algumas características importantes:

 são recursos excepcionais, de modo que somente podem ser interpostos se esgotadas as vias ordinárias.
Se do acórdão que se pretende recorrer, a parte puder apresentar outra espécie de recurso que não o RExt
ou REsp, deverá apresentá-lo. Esses recursos excepcionais somente podem ser interpostos quando não
houver mais outras possibilidades recursais.

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 todas as decisões são recorríveis. Independentemente de se tratar de uma decisão final ou interlocutória,
cabe o REsx ou REsp, desde que exauridas as demais formas ordinárias de recurso.

 são recursos que não se prestam a corrigir a injustiça da decisão em razão da inadequada interpretação
dos fatos na decisão recorrida. São recursos que tem por objetivo tutelar a correta interpretação da
legislação federal e da Constituição. Tutela-se, portanto, o direito objetivo.

À luz dessa característica temos sedimentado o entendimento de que esses recursos não podem revisar a
matéria de fato. Veja:

Súmula STJ 7

A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.

Súmula STF 279

Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.

 não são providos, pela legislação (ope legis), de efeito suspensivo. Assim, esses recursos não impedem
que a decisão impugnada produza efeitos, a não ser que o efeito suspensivo seja concedido à luz do caso
concreto (ope judicis).

 exigem prequestionamento, vale dizer, para que sejam admitidos os RExt e REsp é necessário que haja
enfrentamento no acórdão de questões fundamentadas em norma constitucional ou em legislação federal.

À luz das características acima, conclui a doutrina:

As Cortes Supremas galgaram o posto de cortes de interpretação e de precedentes, cuja


missão está não apenas na guarda da Constituição e do direito federal, mas na sua efetiva
reconstrução interpretativa, decidindo-se quais os significados devem prevalecer a
respeito das dúvidas interpretativas suscitadas pela prática forense, e na sua vocação de
guia interpretativo para todos os envolvidos na administração da Justiça Civil e para a
sociedade como um todo.

1 - Cabimento

O cabimento desses recursos possui sede constitucional.

1.1 - Cabimento de recurso extraordinário

O RExt tem as hipóteses de cabimento descritas no art. 102, III, da CF:

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

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b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Vamos analisar brevemente cada uma das hipóteses:

 Cabe RExt quando a decisão contrariar algum dispositivo da CF.

Se o acórdão prolatado pelos demais tribunais ordinários ou especiais (inclui-se aqui o STJ, TSE, STM e TST)
contrariar algum dispositivo da Constituição, poderá ser impugnado mediante recurso extraordinário.

 Cabe RExt quando a decisão declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.

Cabe ao STF a “última palavra” em relação à interpretação da legislação frente à Constituição. Assim, se uma
decisão considerar um tratado internacional, que, devidamente internalizado, constitui lei federal em nosso
ordenamento, ou se uma lei federal for considerada inconstitucional, caberá reanálise objetiva da norma
para averiguar a efetiva inconstitucionalidade por intermédio do RExt.

 Cabe RExt quando a decisão julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição.

Nessa hipótese, temos o contrário. Ao invés de analisar a inconstitucionalidade da legislação federal, busca-
se verificar se a interpretação que privilegiou o ordenamento local ou ato de governo local não está contrário
à Constituição.

 Cabe RExt quando a decisão julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Nessa última hipótese de cabimento do recurso extraordinário verifica-se a harmonização da legislação


federal. Somente será da competência do STF se, entre uma lei federal e uma lei estadual ou municipal, a
decisão optar pela aplicação da última por entender que a norma central regulou a matéria de competência
local. Nesse caso, como a repartição de competência é constitucionalmente prevista, ao deixar de aplicar a
lei federal, conclui-se obliquamente que a lei federal é inconstitucional, pois invadiu a esfera de competência
de lei estadual ou local.

1.2 - Cabimento do recurso especial

O recurso especial encontra cabimento nas hipóteses do art. 105, III, da CF:

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

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b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Vamos analisar cada uma das hipóteses:

 Cabe REsp quando a decisão contrariar tratado ou lei federal ou negar a vigência a essa lei ou tratado.

Aqui está a principal regra de competência do STJ em termos recursais, no exercício do controle da legislação
federal e com a finalidade de garantir a uniformidade de sua interpretação e perfeita vigência.

 Cabe REsp quando a decisão julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal.

Nessa hipótese deixa-se de aplicar determinada lei federal em face de ato de governo local, de forma que ao
STJ cabe analisar se tal afastamento da legislação federal está correto.

 Cabe REsp para fins de uniformização de jurisprudência quanto à intepretação da legislação federal.

2 - Procedimento

O CPC disciplina o procedimento dos recursos especial e extraordinário. Para fins da nossa prova é
importante que conheçamos a literalidade dos dispositivos do CPC.

O art. 1.029 prevê que tanto o RExt como o REsp são interpostos mediante petição dirigida ao Presidente do
tribunal recorrido, devendo conter:

 exposição do fato e do direito;

 demonstração de que o recurso está dentro das hipóteses de cabimento acima


estudadas; e

 razões do pedido.

Veja:

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos


na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:

I - a exposição do fato e do direito;

II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

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Os §§ do art. 1.029 trazem algumas regras específicas referentes à interposição desses recursos. Com a
finalidade de facilitar a compreensão, citaremos os dispositivos e, em seguida, faremos alguns
apontamentos:

§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da


divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão
divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de
computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso,
mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

§ 2º Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016.

§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar


vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, DESDE QUE não o repute
grave.

§ 4o Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas


repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça
receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão federal
constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica
ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até
ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.

§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso


especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:

I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão


de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

II - ao relator, se já distribuído o recurso;

III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido


entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim
como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada
pela Lei nº 13.256, de 2016)

Vamos compreender os estritos termos desse dispositivo?!

 Quando o RExt ou REsp basear-se em dissídio jurisprudencial, a parte deverá efetuar prova da existência
desse julgado, que poderá ser feito de variadas formas: certidão, cópia, citação de repositório
jurisprudencial, mídia eletrônica ou reprodução do julgado disponível na internet.

 Ao interpor um recurso, a parte deve se atentar para os requisitos intrínsecos e extrínsecos do processo.
Vimos que, se esses requisitos não forem observados ou não puderem ser corrigidos, o recurso não será
admitido.

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Assim, por exemplo, se a parte interpor um recurso de apelação (cujo prazo é de 15 dias úteis), no 20º dia útil
não há como sanar o vício e o recurso intempestivo não será admitido. Por outro lado, se o vício for sanável,
por exemplo, faltar a juntada de algum documento ou de preparo, desde que não seja grave, permite-se a
correção do vício formal para que o recurso seja processado.

 No curso do RExt ou do REsp é possível que seja formado incidente de resolução de demandas repetitivas
quando for verificada a existência de diversos processos que discutam a mesma questão jurídica ou na
hipótese de haver risco à isonomia ou à segurança jurídica, a partir de decisões conflitantes.

Assim, quando o Presidente do STJ ou do STF receber requerimento para a suspensão de algum processo
para instauração de um incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR), determinará a suspensão
daquele RExt ou REsp, respectivamente, e, além disso, poderá estender a suspensão a todos os processos
que tramitam no território nacional até decisão ulterior do RExt ou REsp no qual o IRDR foi suscitado.

 Em regra, o RExt e o REsp possuem tão somente efeito devolutivo. Contudo, é possível que haja pedido
formulado pela parte interessada para que o efeito suspensivo seja concedido judicialmente (efeito
suspensivo ope judicis). Nesse caso, o requerimento de suspensão dos efeitos deverá ser efetuado:

Na petição de RExt ou REsp... ...quando da interposição do recurso.


Ao Presidente ou vice-Presidente ...quando estiver no período compreendido entre a interposição do
do tribunal recorrido... recurso e a publicação da decisão que admite o recurso.
Ao STF ou STJ, a depender do ...no período entre a publicação da decisão de admissão do recurso e
caso,... a distribuição.
Ao relator... ...quando já distribuído o recurso.

Note que, a depender da autoridade perante a qual o recurso esteja, é determinado quem será responsável
por analisar o requerimento de concessão de efeito suspensivo ao recurso.

Veja uma questão de prova:

(MPE-PR - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015, julgue o item subsequente:
Determina o Código de Processo Civil que os vícios formais ensejam a imediata inadmissibilidade dos
recursos extraordinário e especial.

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Comentários
A assertiva está incorreta. Vejamos o §3º, do art. 1.029, do CPC. A função dos Tribunais superiores é a de
prover a adequada interpretação do Direito. Dessa forma, ainda que possuam vícios formais, os recursos
poderão ser apreciados.

Sigamos!

Vamos tratar do processamento inicial do REsp ou do RExt. Com o CPC, tivemos importante alteração na
legislação processual, em vista da ideia de julgamento coletivo desses recursos, a fim de que tenhamos maior
uniformidade na legislação.

Além disso, esses recursos podem ter o processamento restringido em face de outros julgados sobre o
mesmo assunto, caso em que o RExt e o REsp poderão não ser conhecidos.

A fim de facilitar a compreensão de vocês, vamos tratar do art. 1.030 de forma analítica, abordando todas
as possibilidades. Após, citaremos o dispositivo legal para que você se habitue com a redação do legislador.

Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal recorrido, determina-se a intimação da parte
contrária para que apresente, no prazo de 15 dias, as contrarrazões.

Após, os autos serão enviados ao Presidente ou vice-Presidente do tribunal para análise de admissibilidade
do recurso extraordinário ou especial.

Dessa decisão podemos ter várias possibilidades. Vamos analisá-las:

1ª POSSIBILIDADE: negativa de seguimento

São duas as situações de negativa de seguimento do recurso:

a) Se o RExt discutir questão constitucional sobre a qual não foi reconhecida a repercussão
geral ou esteja contrário à repercussão geral já reconhecida.

b) Se o RExt ou REsp estiverem em contradição com acórdão do STF ou do STF decidido em


recursos repetitivos.

Nesses dois casos, o RExt e o REsp não serão conhecidos.

Da decisão do Presidente ou do vice-Presidente (decisão monocrática) do tribunal


recorrido é cabível agravo interno para que seja reanalisada a admissibilidade pelo órgão
colegiado no tribunal.

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2ª POSSIBILIDADE: encaminhar os autos ao colegiado para juízo de retratação

Se o Presidente do tribunal recorrido entender que o julgamento do juízo a quo está


contrário ao julgamento do STF ou do STJ em recurso com repercussão geral ou recurso
repetitivo, enviará o processo para juízo de retratação pelos tribunais em segunda
instância.

3ª POSSIBILIDADE: sobrestar o processo

Caso, relativamente à mesma matéria, haja IRDR em trâmite, o recurso ficará sobrestado
até decisão do STF ou do STJ no RExt ou REsp que contenha o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

Da decisão do Presidente ou do vice-Presidente (decisão monocrática) é cabível agravo


interno para que seja reanalisado o sobrestamento pelo órgão colegiado no tribunal.

4ª POSSIBILIDADE: selecionar o recurso para envio ao STF ou ao STJ como processo paradigma
de recursos especiais ou extraordinários repetitivos.

O art. 1.036, do CPC, trata do julgamento de RExt e REsp repetitivos. No §1º desse
dispositivo há a possiblidade de os tribunais de segunda instância informarem ao STF ou ao
STJ a existência de recursos repetitivos no respectivo tribunal. Para tanto irão destacar dois
desses processos para serem considerados paradigmas e representativos da controvérsia,
os quais serão encaminhados ao STF ou ao STJ para julgamento coletivo.

5ª POSSIBILIDADE: juízo de admissibilidade e envio ao STF/STJ

Se não for o caso de julgamento anterior (1ª possibilidade), se não for o caso de retratação
pelo órgão julgador (2ª possibilidade), se não for o caso de sobrestamento (3ª
possibilidade) ou de seleção para julgamento de RExt ou REsp repetitivo (4ª possibilidade),
o Presidente ou o vice-Presidente fará o juízo de admissibilidade.

Temos duas possibilidades:

A) Se o juízo de admissibilidade for positivo (houve conhecimento do recurso), os autos


serão enviados ao tribunal superior para processamento.

B) Se o juízo de admissibilidade for negativo (não for conhecido o recurso por ausência dos
pressupostos processuais), a parte poderá pedir agravo na forma do art. 1.042, do CPC, que
já estudamos.

Ufa!

Veja como ficou mais fácil a compreensão do dispositivo do CPC:

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (QUINZE) DIAS, findo o qual os

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autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que


deverá: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I – NEGAR SEGUIMENTO: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal


Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso
extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral;
(Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016)

b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja


em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos
repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016)

II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do JUÍZO DE RETRATAÇÃO,


se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do
Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral
ou de recursos repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

III – SOBRESTAR o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não
decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme
se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016)

IV – SELECIONAR O RECURSO COMO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA constitucional


ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016)

V – realizar o JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE e, se positivo, remeter o feito ao Supremo


Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016)

a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de


julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016)

b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou (Incluída pela


Lei nº 13.256, de 2016)

c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. (Incluída pela Lei nº 13.256,
de 2016)

§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V [juízo de


admissibilidade] caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042. (Incluído
pela Lei nº 13.256, de 2016)

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§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III [negativa de seguimento e


sobrestamento] caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021. (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016)

Veja uma questão de prova:

(DPE-ES - 2016) Sobre o sistema recursal no novo Código de Processo Civil, julgue:
O recurso especial tem seu juízo de admissibilidade realizado exclusivamente pelo próprio Superior Tribunal
de Justiça.
Comentários
A assertiva está incorreta. Em relação ao recurso especial, o juízo de admissibilidade recursal não é realizado
única e exclusivamente pelo STJ, mas, também, pelo órgão que prolatou a decisão recorrida. Com base no
art. 1.030, a admissibilidade do recurso especial permanece sendo competência do Presidente ou do Vice-
Presidente do tribunal recorrido, contudo, é cabível recurso da decisão que nega a admissibilidade do
recurso.

Sigamos!

Você deve ter notado que tanto o recurso especial como o recurso extraordinário são interpostos em face
da mesma decisão. Isso ocorre porque a competência recursal do STF (no RExt) é específica e diferente da
competência recursal do STJ (no REsp), que possui hipóteses de cabimento próprias.

Conforme estudamos no início desse capítulo, o STF é o “guardião da CF” ao passo que o STJ é “guardião do
ordenamento jurídico”.

Como não há hierarquia entre os dois tribunais – que possuem esfera de atuação distintas – se estiverem
adequadas as hipóteses de cabimento, é possível interpor conjuntamente o RExt e o REsp.

Contudo, o recurso extraordinário somente será julgado após o recurso especial. Isso ocorre porque o texto
constitucional se sobrepõe hierarquicamente em relação a todo o ordenamento. Assim, se tivermos a
violação de uma norma infraconstitucional e constitucional, o que irá prevalecer é o entendimento conforme
o texto constitucional.

Veja, não é uma questão de hierarquia entre órgãos judiciários', mas da hierarquia normativa da CF em face
da legislação infraconstitucional!

Em face disso, se a parte interpor ambos os recursos (RExt e REsp), os autos serão enviados ao STJ para
processamento do recurso especial conforme expressamente determina o art. 1.031 do CPC.

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Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso


especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

Concluído o julgamento do REsp, se não estiver prejudicado o RExt, os autos serão enviados ao STF para
conhecimento e processamento do RExt.

Por exemplo, a parte recorre em relação a determinado pedido que fora negado nas instâncias ordinárias.
Entende a parte recorrente que o seu pedido encontra fundamento tanto na legislação infraconstitucional
que fora desrespeitada quanto no Texto Constitucional, também violado pelas decisões nas instâncias
ordinárias. Em face disso, a parte interporá ambos os recursos. O RExt ficará aguardando o julgamento do
REsp. Se o REsp não foi provido, os autos serão encaminhados ao STF para julgamento do RExt. Por outro
lado, se o pedido da parte for acolhido no julgamento do REsp não faz sentido enviar o RExt para julgamento.
Nesse caso, o RExt está prejudicado.

Veja:

§ 1o Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo


Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver
prejudicado.

Portanto, em regra, a ordem será, primeiramente, o julgamento do REsp, seguida do julgado do RExt se não
estiver prejudicado.

Há a possibilidade, contudo, de inversão de ordem. O relator do processo no STJ poderá entender que a
análise da matéria constitucional é prejudicial à análise da violação à legislação federal. Nesse caso, o relator
poderá determinar o envio do processo ao STF.

No STF, o relator do recurso poderá acolher a prejudicialidade e determinar o processamento do RExt ou,
negá-la, e determinar o retorno para o processamento do REsp no STJ.

§ 2o Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em


decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal
Federal.

§ 3o Na hipótese do § 2o, se o relator do recurso extraordinário, em DECISÃO


IRRECORRÍVEL, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de
Justiça para o julgamento do recurso especial.

Como vimos no início da aula, embora os processos sejam julgados interpartes, o RExt e o REsp destinam-se,
segundo a doutrina22, a outorgar adequada interpretação ao direito e à formação de precedentes. Assim, o
juízo de admissibilidade dos recursos tem de ser lido no influxo de sua nova função.

22
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1106.

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Dito de forma simples, não obstante a parte ter ingressado com um REsp, se o relator no STJ entender que
o recurso versa sobre questão constitucional, determinará a intimação da parte recorrente para que, no
prazo de 15 dias, demonstre a repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.

Após isso, o então REsp será encaminhado ao STF para que seja julgado como recurso extraordinário. Isso
mesmo! Não obstante o interesse das partes, reputa-se que o interesse da coletividade, com correta
interpretação constitucional da matéria, se sobreporia, razão pela qual o recurso será julgado como
extraordinário pelo STF.

Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial
versa sobre questão constitucional, deverá conceder PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS para
que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a
questão constitucional.

Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso
ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao
Superior Tribunal de Justiça.

Ainda sobre o dispositivo acima, prevê o parágrafo único que o relator do processo no STF poderá negar
admissibilidade ao recurso extraordinário e devolvê-lo para processamento como recurso especial perante
o STJ.

Veja uma questão de prova:

(DPE-ES - 2016) Sobre o sistema recursal no novo Código de Processo Civil, julgue:
O Superior Tribunal de Justiça deverá negar seguimento ao recurso especial que suscite o conhecimento de
questão constitucional.
Comentários
A assertiva está incorreta. Com base no art. 1.032, do CPC, se o relator, no STJ, entender que o recurso
especial versa sobre questão constitucional, deverá abrir prazo ao recorrente para se manifestar sobre a
questão constitucional. Cumprida a diligência, o relator remeterá os autos ao STF. Dessa forma, está
incorreto falar que o STJ negará seguimento ao recurso.

Em frente!

O art. 1.033, do CPC, faz o caminho inverso. Se no art. 1.032 temos a possibilidade de que o relator do REsp
no STJ entenda que a matéria tem caráter constitucional e, em face disso, determina o envio dos autos para
que seja processado como recurso RExt; no art. 1.033 temos a possibilidade de o STF entender que o recurso

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envolve diretamente legislação federal (ainda que reflexamente aborde assunto constitucional) e determine,
portanto, a remessa dos autos ao STJ para que efetue o processamento do recurso como especial.

Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição
afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal
ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso
especial.

Quanto ao art. 1.034, do CPC, a leitura atenta é o suficiente para a prova.

Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal


Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.

Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um


fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos
para a solução do capítulo impugnado.

Para encerrarmos a análise dos recursos excepcionais vamos analisar o art. 1.035, do CPC, que se aplica
apenas aos RExt.

Vimos na leitura acima que os recursos que tramitam perante o STF devem demonstrar a repercussão geral.
Isso não ocorre em relação ao REsp, mas apenas em relação ao RExt.

A demonstração da repercussão geral é considerada pela doutrina como requisito intrínseco de


admissibilidade do RExt. A repercussão geral tende a selecionar para julgamento pelo STF tão somente os
processos cuja matéria discutida transcende aquele caso concreto, revestindo-se de interesse institucional.

De acordo com o art. 1.035, do CPC, ao analisar determinado processo, o STF poderá entender que
determinado RExt não tem repercussão geral. Segundo a doutrina23:

O recurso apenas poderá ser inadmitido se dois terços dos membros do tribunal reputarem
que a questão não tem tal relevância geral. Ou seja, a manifestação negando a existência
de repercussão geral precisará provir do Plenário do STF, que reúne todos os seus
membros. O relator isoladamente ou mesmo a Turma não poderão negar conhecimento
ao recurso esse fundamento, enquanto não houver pronunciamento nesse sentido do
próprio Plenário.

Veja:

Art. 1.035. O Supremo Tribuna l Federal, em decisão irrecorrível, NÃO conhecerá do


recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver
repercussão geral, nos termos deste artigo.

23
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 607.

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§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada A EXISTÊNCIA OU NÃO DE


QUESTÕES RELEVANTES DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO, POLÍTICO, SOCIAL OU
JURÍDICO QUE ULTRAPASSEM OS INTERESSES SUBJETIVOS DO PROCESSO.

§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação


exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.

Assim, considera-se com repercussão geral o recurso que aborda questões relevantes do ponto de vista
econômico, político, social ou jurídico que ultrapassa os interesses subjetivos do processo.

Além disso, de acordo com o §3º, considera-se dotado de repercussão geral sempre que o recurso impugnar
acórdão que:

 contrariar súmula de jurisprudência do STF;

 tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.

Veja:

§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:

I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;

II – Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos


do art. 97 da Constituição Federal.

Sintetizando:

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REPERCUSSÃO GERAL

CONSIDERA-SE COM
CONCEITO: REPERCUSSÃO GERAL O
ACÓRDÃO QUE

questões relevantes do ponto de


vista econômico, político, social contrariar súmula do STF
ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do
processo
reconhecer a
inconstitucionalidade de lei
federal (+ tratado)

Veja, na sequência, os demais §§ do art. 1.035:

§ 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros,


subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal.

§ 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará


a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos,
que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.

§ 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de


origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias
para manifestar-se sobre esse requerimento.

§ 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º ou que aplicar


entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos caberá agravo interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem


negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem
sobre matéria idêntica.

§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1
(um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, RESSALVADOS os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus.

§ 10. Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016.

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§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada
no diário oficial e valerá como acórdão.

De acordo com os §§ acima, alguns pontos são relevantes para a prova:

 Admite-se a manifestação de terceiros por decisão do relator para fins de aferição da repercussão geral.

 Reconhecida a repercussão geral de determinada matéria, o relator do processo no STF irá determinar a
suspensão de todos os processos no território nacional que envolvam a mesma questão.

 Se houver determinação de sobrestamento em RExt que esteja intempestivo, o interessado poderá


requerer ao Presidente do tribunal de origem que inadmita o recurso interposto fora do prazo. Para tanto,
primeiramente, irá determinar a intimação da parte recorrente para que se manifeste no prazo de 5 dias.

Note que a finalidade aqui é evitar o estado de sobrestamento do processo sem qualquer utilidade.
Independentemente de a matéria ser a mesma da que foi reconhecida com repercussão geral, o processo
não chegará a ser analisado porque é intempestivo. Assim, pode-se prosseguir com eventual execução
definitiva no processo de origem.

 Se for negada a repercussão geral, todos os processos sobrestados que penderem de análise de
admissibilidade também serão considerados automaticamente não admitidos.

 Os processos que tiverem repercussão geral conhecida têm prioridade de trâmite, com exceção daqueles
processos no STF que envolvam réu preso e pedidos de habeas corpus. Não obstante essa regra, eles devem
ser julgados no prazo de um ano.

Com isso encerramos a análise dos recursos excepcionais, ou seja, do recurso extraordinário e do recurso
especial.

Sintetizando o que há de mais relevante em relação aos recursos extraordinário e especial...

RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL


● CONCEITO: espécies recursais que não estão voltadas para o reexame de matéria já decidida no contexto
interpartes. Não se colocam para analisar a justiça da decisão de segundo grau. São recursos voltados para
tutelar o sistema e o direito objetivo, não diretamente o direito das partes.
● CARACTERÍSTICAS:
 são recursos excepcionais, interponíveis se esgotadas as vias ordinárias.
 cabíveis contra decisões interlocutórias e sentenças.
 visam tutelar a correta interpretação da legislação federal.
 não são providos de efeito suspensivo (ope legis), mas admitem concessão judicial (ope judicis)

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Ä exigem prequestionamento.
● CABIMENTO
 cabimento do RExt:
➢ Decisão contrária a dispositivo desta Constituição;
➢ Decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
➢ Decisão que julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
➢ Decisão que julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
 cabimento do REsp:
➢ Decisão que contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
➢ Decisão que julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
➢ Decisão que der à lei federal uma interpretação divergente da que lhe tenha atribuído outro
tribunal.
● INTERPOSTO O RECURSO, O PRESIDENTE/VICE DO TRIBUNAL PODERÁ
1ª POSSIBILIDADE: negativa de seguimento
a) Se o RExt discutir questão constitucional sobre a qual não foi reconhecida a repercussão
geral ou esteja contrário à repercussão geral já reconhecida.
b) Se o RExt ou REsp estiverem em contradição com acórdão do STF ou do STF decidido em
IRDR.
2ª POSSIBILIDADE: encaminhar os autos ao colegiado para juízo de retratação
3ª POSSIBILIDADE: sobrestar o processo
4ª POSSIBILIDADE: selecionar o recurso para envio ao STF ou ao STJ como processo paradigma de
recursos especiais ou extraordinários repetitivos
5ª POSSIBILIDADE: juízo de admissibilidade e envio ao STF/STJ
A) Se o juízo de admissibilidade for positivo (houve conhecimento do recurso), os autos
serão enviados ao tribunal superior para processamento.
B) Se o juízo de admissibilidade for negativo (não for conhecido o recurso por ausência dos
pressupostos processuais), a parte poderá agravar de instrumento na forma do art. 1.042
do CPC, o qual já estudamos.
● O recurso extraordinário somente será julgado após o recurso especial.
● REPERCUSSÃO GERAL: questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que
ultrapassem os interesses subjetivos do processo
 CONSIDERA-SE COM REPERCUSSÃO GERAL O ACÓRDÃO QUE
➢ contrariar súmula do STF
➢ reconhecer a inconstitucionalidade de lei federal (+ tratado)

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP E REXT


São dois os dispositivos: art. 1.043 e 1.044 do CPC. O primeiro dispositivo trata das hipóteses de cabimento
e o segundo dispositivo trata do procedimento dos embargos de divergência.

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1 - Cabimento

Trata-se de recurso que tem por finalidade uniformizar a jurisprudência dos tribunais superiores. De acordo
com a doutrina24:

Quando o art. 1.043, CPC, arrola a hipóteses de cabimento dos embargos de divergência, o
que está por detrás dessa previsão é a viabilização de uma oportunidade de debate
institucional para que uma determinada questão constitucional ou federal possa ser
definida pela corte responsável em dar a última palavra a respeito de dignidade do direito
para toda a administração da Justiça Civil.

Os embargos de divergência constituem, portanto, meio apropriado para formação de precedentes.

Originariamente, o art. 1.043, do CPC, continha quatro hipóteses de cabimento, hoje, são apenas duas, pois
duas delas foram revogadas pela Lei nº 13.256/2016. Confira:

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:

I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer


outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;

II - Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016

III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer


outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha
conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;

IV - Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016

Vamos analisar essas duas hipóteses de cabimento com calma.

Antes disso, uma observação:

Os embargos de divergência têm por finalidade a uniformização de jurisprudência, logo, para a


caracterização dessa espécie recursal sempre serão necessários dois acórdãos. Um deles será a decisão
contra a qual se pretende recorrer e o outro será a decisão paradigma, que será usada como parâmetro
para demonstrar a divergência em relação à decisão que prejudicou a parte.

Basicamente, temos a situação na qual a parte é surpreendida com um acórdão que diverge dos acórdãos
de que se tem conhecimento a respeito da matéria por aquele Tribunal Superior. Assim, ela pugna pela

24
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª edição,
rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1122.

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uniformização do entendimento jurisprudencial, o que confere maior segurança e confiabilidade na atuação


judiciária.

Além disso, é importante destacar que os embargos de divergência são interponíveis no âmbito do STF e do
STJ. Esses Tribunais Superiores são divididos em turmas, seções e órgão plenário. Logo, para manter a
uniformidade de decisões dentro do STF e dentro do STJ as decisões dos órgãos fracionários (turmas e
seções) podem ser questionadas em face de decisões de outras turmas, seções ou até mesmo do pleno, a
fim de que o órgão pleno do STF ou do STJ decida qual será o posicionamento uniforme a ser adotado no
âmbito da instância superior.

Disso, decorre outra conclusão importante: os embargos de divergência são decididos pela
composição plena do STF ou do STJ.

Em síntese, toda vez que um acórdão do STF ou do STJ divergir de outros acórdãos do mesmo
Tribunal Superior, a parte prejudicada pela decisão poderá interpor embargos de divergência
para o órgão pleno do respectivo tribunal superior.

Feita essa observação, vejamos as hipóteses de cabimento:

 os embargos de divergência são cabíveis contra decisões que divergirem de outras


decisões do mesmo órgão. Nessa hipótese, tanto o acórdão embargado como o acórdão
paradigma devem ter analisado o mérito. Assim, a divergência não deve se cingir apenas a
extinção do processo sem julgamento de mérito (art. 485, do CPC), mas em relação ao
mérito das respectivas decisões.

 A segunda também envolve a divergência entre dois acórdãos do mesmo Tribunal


Superior. A diferença é que, nesse caso, um dos acórdãos analisou o mérito e o outro,
embora não tenha conhecido do recurso, apreciou a controvérsia.

Isso ocorre porque muitas vezes, nesses pronunciamentos de admissibilidade, os tribunais


superiores enfrentam o mérito recursal, averiguando a existência à violação ao direito
federal infraconstitucional ou constitucional, apresentados como decisões negativas de
conhecimento do recurso.

Em razão disso, ainda que não tenha enfrentado o mérito, o acórdão poderá ser
considerado para fins de divergência com outro acórdão que tenha enfrentado o mérito da
causa.

Ainda em relação às hipóteses de cabimento, temos algumas regras aplicáveis a essa espécie de recurso.

 A primeira delas, prevista no §1º, informa que as decisões embargadas ou a paradigma podem ser
acórdãos originários, acórdãos em face de recurso ordinário constitucional e recursos especiais ou
extraordinários, desde que sejam da mesma instância.

 A divergência poderá se pautar, segundo informa o §2º, tanto em aspectos de Direito Material como em
aspectos de Direito Processual.

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Ä Podemos ter a situação de divergência entre acórdãos da mesma turma do STJ ou do STF. Nesse caso,
devemos verificar se houve alteração na composição da turma, ou seja, se os Ministros que julgaram o
acórdão paradigma são os mesmos da decisão embargada.

Assim:

1ª HIPÓTESE: se forem os mesmos, não caberá embargos de divergência, pois o caso envolve
superação do entendimento anterior pela Turma. Ela mesma passou a entender de forma
diversa em relação àquele tema. É importante destacar que o órgão julgador não está
necessariamente vinculado às decisões que já proferiu, sendo natural a evolução do
pensamento e, consequentemente, a modificação do teor das decisões.

2ª HIPÓTESE: se houver mudança nos Ministros que compõem a turma, fica evidente o
confronto de entendimentos e não a superação de entendimento, razão pela qual será
cabível o recurso de embargos de divergência.

 Outra regra específica, prevista no §4º, é a que estabelece a forma de demonstração da divergência.
Basicamente, essa demonstração se dá com a juntada da petição de embargos do acórdão paradigma, seja
por certidão, cópia, referência à repositório de jurisprudência, mídia eletrônica que contenha a publicação
ou a reprodução nos autos do julgado com indicação precisa da fonte (meio mais comum).

Feito isso, leia os dispositivos legais:

§ 1o Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de


ações de competência originária.

§ 2o A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-


se na aplicação do direito material ou do direito processual.

§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma


que proferiu a decisão embargada, DESDE QUE sua composição tenha sofrido alteração
em mais da metade de seus membros.

§ 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório


oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado
o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de
computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que
identificam ou assemelham os casos confrontados.

§ 5o - Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016.

2 - Procedimento

Em relação ao procedimento dos embargos de divergência, temos um dispositivo remissivo. O art. 1.044, do
CPC, explicita que deve ser observada a disciplina específica do regimento interno do STF e do STJ,
respectivamente.

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Há, apenas, duas regras no dispositivo abaixo citado:

 A interposição dos embargos de divergência interrompe o prazo para interposição do recurso


extraordinário por qualquer uma das partes.

 Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem o conteúdo do julgamento anterior,


o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de
divergência será processado regularmente, sem a necessidade de ratificação.

Por fim, confira o dispositivo:

Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento


estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.

§ 1o A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe


o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.

§ 2o Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do


julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da
publicação do julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado
independentemente de ratificação.

Com isso encerramos a análise dos embargos de divergência em RExt e REsp.

Em síntese...

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL


● CONCEITO: expediente uniformizador de jurisprudência dos tribunais superiores.
● HIPÓTESES DE CABIMENTO
 em recurso extraordinário ou em recurso especial divergir do julgamento de qualquer outro órgão do
mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito.
 em recurso extraordinário ou em recurso especial divergir do julgamento de qualquer outro órgão do
mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha
apreciado a controvérsia.
● ACÓRDÃOS IMPUGNADO OU PARADIGMA: acórdãos originários, acórdãos em face de recurso ordinário
constitucional e recursos especiais ou extraordinários, desde que da mesma instância.
● DIVERGÊNCIA: pode ser de direito material ou processual.
● DEMONSTRAÇÃO DA DIVERGÊNCIA: com a juntada da petição de embargos do acórdão paradigma, seja
por certidão, cópia, referência à repositório de jurisprudência, mídia eletrônica que contenha a publicação
ou a reprodução nos autos do julgado com indicação precisa da fonte (meio mais comum).
● interrompe o prazo para demais recursos cabíveis.

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TABELAS COMPARATIVAS DE RECURSOS ESPÉCIES

1 - Juízo de retratabilidade versus Juízo de admissibilidade

JUÍZO DE
RECURSO JUÍZO DE RETRATABILIDADE ADMISSIBILIDADE “A
QUO"
NÃO (exceto, indeferimento de inicial,
APELAÇÃO improcedência liminar do pedido e NÃO
sentenças terminativas)
NÃO (interposto
AGRAVO DE INSTRUMENTO SIM (apenas se houver comunicação)
diretamente no tribunal)
AGRAVO INTERNO SIM NÃO
AGRAVO EM RECURSO
SIM NÃO
ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO (são analisados pelo próprio juiz que prolatou a decisão)
RECURSO ORDINÁRIO NÃO (exceto, indeferimento de inicial,
CONSTITUCIONAL (segue a improcedência liminar do pedido e NÃO
apelação) sentenças terminativas)
EMBARGOS INFRINGENTES
NÃO (pois são voltados para uniformização da jurisprudência do
EM RECURSO
tribunal superior)
EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL
POSSÍVEL (quando o julgamento estiver
RECURSOS EXTRAORDINÁRIO contrário ao julgamento do STF ou do STJ
SIM
E ESPECIAL em recurso com repercussão geral ou
julgado em IRDR)

2 - Hipóteses de cabimento dos recursos em espécie

RECURSO HIPÓTESES DE CABIMENTO


1 – Sentenças
APELAÇÃO
2 – Decisão interlocutória da qual não caiba agravo de instrumento
1 - tutelas provisórias
2 - mérito do processo, que não põe fim ao processo
3 - rejeição da alegação de convenção de arbitragem
4- incidente de desconsideração da personalidade jurídica
5 - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do
AGRAVO DE INSTRUMENTO
pedido de sua revogação
6 - exibição ou posse de documento ou coisa
7 - exclusão de litisconsorte
8 - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio
9 - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros

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10 - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos


embargos à execução
11 - redistribuição do ônus da prova
12 - decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de
sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e
no processo de inventário.
13 - outros casos expressamente referidos em lei.
AGRAVO INTERNO 1 – impugnação de decisões monocráticas nos tribunais.
AGRAVO EM RECURSO 1 – contra decisão que inadmite recurso especial ou recurso
ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO extraordinário.
1 – cabe contra sentenças e decisões interlocutórias, para:
a) esclarecer obscuridade: falta clareza na redação da decisão,
afetando a compreensão da ideia exposta.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO b) eliminar contradição: há duas ou mais proposições ou enunciados
inconciliáveis na sentença.
d) suprir omissão: verificação de omissão na análise de algum dos
pedidos formulados.
1 – contra decisão denegatória em habeas corpus, mandado de
segurança, habeas data e mandado de injunção decididos em única
instância pelos Tribunais Superiores (vai para o STF).
2 - o crime político (vai para o STF).
3 – contra decisão denegatória em habeas corpus e mandados de
RECURSO ORDINÁRIO
segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
CONSTITUCIONAL
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios (vai para o STJ)
4 - as causas em que forem partes o Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado, e, do outro, o Município ou pessoa residente
ou domiciliada no País (vai para o STJ).
1 - em RExt ou em REsp, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma,
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA de mérito.
EM RECURSOS 2 - em REst ou em RESp, divergir do julgamento de qualquer outro
EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que
não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a
controvérsia.
1- Decisão contrária a dispositivo desta Constituição;
2 - Decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
federal;
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
3 - Decisão que julgar válida lei ou ato de governo local contestado em
face desta Constituição.
4 - Decisão que julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
1 - Decisão que contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
vigência;
2 - Decisão que julgar válido ato de governo local contestado em face
RECURSO ESPECIAL
de lei federal;
3 - Decisão que der à lei federal interpretação divergente da que lhe
tenha atribuído outro tribunal.

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DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA CORRELATA


 art. 994, do CPC: espécies recursais

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;

II - agravo de instrumento;

III - agravo interno;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

VI - recurso especial;

VII - recurso extraordinário;

VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;

IX - embargos de divergência.

 art. 995, do CPC: efeito suspensivo dos recursos

Art. 995. Os recursos NÃO impedem a eficácia da decisão, SALVO disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do
relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, E ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

 art. 998, do CPC: desistência

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso NÃO impede a análise de questão cuja


repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.

 art. 999, do CPC: renúncia

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.

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 art. 1.007, do CPC: preparo

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.

§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos


interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará


deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo
de 5 (CINCO) DIAS.

§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos


eletrônicos.

§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento


do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento EM DOBRO, sob pena de deserção.

§ 5o É VEDADA a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive


porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o.

§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por


decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (CINCO) DIAS para efetuar o preparo.

§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena


de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar
o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

 art. 1.009, caput, do CPC: cabimento

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

 art. 1.011, do CPC: atitudes do relator

Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o


relator:

I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;

II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do
recurso pelo órgão colegiado.

Ä art. 1.012, caput e incisos, do CPC: efeito suspensivo dos recursos

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Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente


após a sua publicação a sentença que:

I - homologa divisão ou demarcação de terras;

II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI - decreta a interdição.

 art. 1.013, do CPC: efeito devolutivo

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões


suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.

§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um


deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

 art. 1.015, do CPC: hipóteses de cabimento do agravo de instrumento

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

I - tutelas provisórias;

II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

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VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no
processo de execução e no processo de inventário.

 art. 1.017, do CPC: formação do instrumento (peças obrigatórias, facultativas e declaração)

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I - OBRIGATORIAMENTE, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que


ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva
intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita


pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

 art. 1.018, do CPC: comunicação do juízo de origem

Art. 1.018. O agravante PODERÁ requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da
petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos
documentos que instruíram o recurso.

§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará


prejudicado o agravo de instrumento.

§ 2o NÃO sendo eletrônicos os autos, o agravante TOMARÁ a providência prevista


no caput, no PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS a contar da interposição do agravo de instrumento.

§ 3o O DESCUMPRIMENTO da exigência de que trata o § 2o, DESDE QUE ARGUIDO E


PROVADO PELO AGRAVADO, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.

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 art. 1.021, do CPC: cabimento do agravo interno

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno
do tribunal.

§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os


fundamentos da decisão agravada.

 art. 1.022, caput e parágrafos, do CPC: cabimento dos embargos de declaração

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;

III - corrigir erro material.

 art. 1.025, do CPC: embargos de declaração com finalidade de prequestionamento

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,


para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos
ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade.

 art. 1.026, §§ 2º a 3º, do CPC: embargos de declaração protelatórios

§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o


tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado
MULTA NÃO excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será


elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, E a interposição de
qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à EXCEÇÃO
da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

§ 4o NÃO serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores


houverem sido considerados protelatórios.

 art. 1.027, do CPC: cabimento

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:

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I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os


mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando
denegatória a decisão;

II - pelo Superior Tribunal de Justiça:

a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais


federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo


internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.

 art. 1.043, do CPC: hipóteses de cabimento dos embargos de divergência em RExt e REsp

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:

I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer


outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;

II - Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016

III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer


outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha
conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;

IV - Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016

 art. 1.030, do CPC: interposto o RExt/REsp, atitudes do Presidente ou vice-Presidente

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (QUINZE) DIAS, findo o qual os
autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que
deverá: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I – NEGAR SEGUIMENTO: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal


Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso
extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral;
(Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016)

b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja


em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos
repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016)

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II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do JUÍZO DE RETRATAÇÃO,


se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do
Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral
ou de recursos repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)

III – SOBRESTAR o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não
decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme
se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016)

IV – SELECIONAR O RECURSO COMO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA constitucional


ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016)

V – realizar o JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE e, se positivo, remeter o feito ao Supremo


Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016)

a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de


julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016)

b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou (Incluída pela


Lei nº 13.256, de 2016)

c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. (Incluída pela Lei nº 13.256,
de 2016)

§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V [juízo de


admissibilidade] caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042. (Incluído
pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III [negativa de seguimento e


sobrestamento] caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021. (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016)

 art. 1.031, do CPC: interposição conjunta do RExt e REsp

Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso


especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

§ 1o Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo


Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver
prejudicado.

§ 2o Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em


decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal
Federal.

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§ 3o Na hipótese do § 2o, se o relator do recurso extraordinário, em DECISÃO


IRRECORRÍVEL, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de
Justiça para o julgamento do recurso especial.

 art. 1.042, caput, do CPC: cabimento do agravo em RExt e REsp

Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal


recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, SALVO quando
fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em
julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I e II (com respectivas alíneas) revogados.

 REsp 1.285.405/SP25: se concedida a antecipação dos efeitos da tutela no recurso adesivo, não se admite
a desistência do recurso principal de apelação, pois a desistência terá por finalidade esvaziar a decisão
judicial, ato incompatível com a boa-fé processual.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPUGNAÇÃO DE DECISÃO COLEGIADA.


RECURSO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL. ERRO GROSSEIRO. AGRAVO NÃO CONHECIDO.

1. Nos termos dos arts. 258 do RISTJ e 557, § 1º, do CPC, não cabe agravo interno contra
decisão colegiada, sendo inaplicável o princípio da fungibilidade, para recebê-lo como
embargos de declaração, por caracterizar a iniciativa erro grosseiro, conforme assentado
na jurisprudência deste Tribunal.

2. Agravo regimental não conhecido.

 QO REsp 1.063.343/RS26: o STJ entendeu que é impossível desistir dos recursos especiais repetitivos
representativos da controvérsia coadunando com a regra, agora expressa, do art. 998, do CPC.

Processo civil. Questão de ordem. Incidente de Recurso Especial Repetitivo. Formulação de


pedido de desistência no Recurso Especial representativo de controvérsia (art. 543-C, § 1º,
do CPC).

Indeferimento do pedido de desistência recursal.

- É inviável o acolhimento de pedido de desistência recursal formulado quando já iniciado


o procedimento de julgamento do Recurso Especial representativo da controvérsia, na
forma do art. 543-C do CPC c/c Resolução n.º 08/08 do STJ.

25
REsp 1.285.405/SP, Rel. Marco Aurélio Bellizze, 3ª Turma, julg. 16.12.2014.
26 QO no REsp 1.063.343/RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, DJe 04/06/2009

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Questão de ordem acolhida para indeferir o pedido de desistência formulado em Recurso


Especial processado na forma do art. 543-C do CPC c/c Resolução n.º 08/08 do STJ.

 REsp. 1.308.830/RS27: desistência do recurso ainda que incluído em pauta de julgamento em face de
acordo entabulado pelas partes.

CIVIL E CONSUMIDOR. INTERNET. RELAÇÃO DE CONSUMO. INCIDÊNCIA DO CDC.


GRATUIDADE DO SERVIÇO. INDIFERENÇA. PROVEDOR DE CONTEÚDO. FISCALIZAÇÃO
PRÉVIA DO TEOR DAS INFORMAÇÕES POSTADAS NO SITE PELOS USUÁRIOS.
DESNECESSIDADE. MENSAGEM DE CONTEÚDO OFENSIVO. DANO MORAL. RISCO INERENTE
AO NEGÓCIO. INEXISTÊNCIA. CIÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE CONTEÚDO ILÍCITO. RETIRADA
IMEDIATA DO AR. DEVER. DISPONIBILIZAÇÃO DE MEIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE CADA
USUÁRIO. DEVER. REGISTRO DO NÚMERO DE IP. SUFICIÊNCIA.

1. A exploração comercial da internet sujeita as relações de consumo daí advindas à Lei nº


8.078/90.

2. O fato de o serviço prestado pelo provedor de serviço de internet ser gratuito não
desvirtua a relação de consumo, pois o termo mediante remuneração, contido no art. 3º,
§ 2º, do CDC, deve ser interpretado de forma ampla, de modo a incluir o ganho indireto do
fornecedor.

3. A fiscalização prévia, pelo provedor de conteúdo, do teor das informações postadas na


web por cada usuário não é atividade intrínseca ao serviço prestado, de modo que não se
pode reputar defeituoso, nos termos do art. 14 do CDC, o site que não examina e filtra os
dados e imagens nele inseridos.

4. O dano moral decorrente de mensagens com conteúdo ofensivo inseridas no site pelo
usuário não constitui risco inerente à atividade dos provedores de conteúdo, de modo que
não se lhes aplica a responsabilidade objetiva prevista no art. 927, parágrafo único, do
CC/02.

5. Ao ser comunicado de que determinado texto ou imagem possui conteúdo ilícito, deve
o provedor agir de forma enérgica, retirando o material do ar imediatamente, sob pena de
responder solidariamente com o autor direto do dano, em virtude da omissão praticada.

6. Ao oferecer um serviço por meio do qual se possibilita que os usuários externem


livremente sua opinião, deve o provedor de conteúdo ter o cuidado de propiciar meios para
que se possa identificar cada um desses usuários, coibindo o anonimato e atribuindo a cada
manifestação uma autoria certa e determinada. Sob a ótica da diligência média que se
espera do provedor, deve este adotar as providências que, conforme as circunstâncias
específicas de cada caso, estiverem ao seu alcance para a individualização dos usuários do
site, sob pena de responsabilização subjetiva por culpa in omittendo.

27 REsp 1.308.830/RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJe 19/06/2012

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7. A iniciativa do provedor de conteúdo de manter em site que hospeda rede social virtual
um canal para denúncias é louvável e condiz com a postura esperada na prestação desse
tipo de serviço - de manter meios que possibilitem a identificação de cada usuário (e de
eventuais abusos por ele praticado) - mas a mera disponibilização da ferramenta não é
suficiente. É crucial que haja a efetiva adoção de providências tendentes a apurar e resolver
as reclamações formuladas, mantendo o denunciante informado das medidas tomadas,
sob pena de se criar apenas uma falsa sensação de segurança e controle.

8. Recurso especial não provido.

 REsp. 207.336/SP: não há impedimento de que tenhamos, na apelação, a reprodução dos fatos na
contestação.

 Súmula STJ 211: súmula inaplicável no CPC (art. 1.025) uma vez que o simples fato de apresentação dos
embargos de declaração contra decisão omissa, independentemente do resultado desse julgamento, já cria,
no caso concreto, o prequestionamento.

Súmula STJ 211

Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos


declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal “a quo”.

 Súmula STF 356: regularidade da interposição de embargos com fins de prequestionamento (conforme
art. 1.025, do CPC).

Súmula STF 356

O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não
pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

 REsp 419.059/SP: são inadmissíveis os embargos de divergência quando não identificada similitude fática
entre o julgado paradigma e embargado (conforme o §4º, do art. 1.043, do CPC).

 Súmula STJ 168 e Súmula STF 247: divergência atual

Súmula STJ 168

Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no


mesmo sentido do acórdão embargado.

Súmula STF 247

O relator não admitirá os embargos da Lei 623, de 19/02/49, nem deles conhecerá o STF,
quando houver jurisprudência firme do plenário no mesmo sentido da decisão embargada.

 Súmula STJ 7 e STF 279: impossibilidade de utilização de recursos excepcionais para reexame de matéria
fática.

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Súmula STJ 7

A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.

Súmula STF 279

Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.

 REsp. 1.608.298/SP28:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INSTRUMENTO DE AGRAVO ENTREGUE EM MÍDIA DIGITAL.

As peças que devem formar o instrumento do agravo podem ser apresentadas em mídia
digital (DVD).

Não viola o art. 1.017, I, do CPC, a apresentação dos documentos necessários à formação do instrumento do
agravo quando a parte os apresenta em mídia digital, não obstante tratar-se de autos físicos.

O agravo de instrumento é recurso interposto diretamente no órgão judicial superior (ad quem) nas
hipóteses do art. 1.015, do CPC.

Há a necessidade de formação do “instrumento”, pois o recurso tramitará em autos apartados, de modo que
o agravante deverá juntar alguns documentos obrigatórios – previstos no art. 1.017 do CPC, e também
documentos que entender necessário para o julgamento do agravo.

Ao receber o recurso, se o relator entender que não foram acostadas as peças obrigatórias, o relator deve
intimar o agravante para complementar a documentação no prazo de 5 dias, sob pena de não admitir o
recurso.

Questionou-se no STJ se a apresentação desses deveriam ou poderiam ser apresentados em formato diverso
dos autos. Por exemplo, admite-se a juntada de documentos em DVD em autos físicos? A Corte entendeu
que sim, sob o fundamento de que a reprodução digitalizada de documentos públicos ou particulares,
quando juntada aos autos, fazem a mesma prova que os originais, exceto se houver alegação motivada e
fundamentada e adulteração (art. 425, VI, do CPC).

Em prova, podemos ter:

Segundo o STJ, admite-se a juntada de mídia digital com os documentos necessários à


formação do instrumento do agravo ainda que em autos físicos.

28 REsp 1.608.298-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/9/2016, DJe 6/10/2016.

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Correta a assertiva.

 REsp. 1.215.368/ES29:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA TEORIA DA CAUSA MADURA


EM JULGAMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO.

Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, do CPC/1973) em


julgamento de agravo de instrumento.

O STJ, revendo posicionamento anterior, entende ser aplicada a teoria da causa madura às espécies recursais
em geral (entre eles o agravo de instrumento) e não apenas na hipótese literalmente prevista de apelação
(art. 1.013, §3º, I, do CPC).

Discute-se, no STJ, a aplicação da “teoria da causa madura” em julgamento de agravo de instrumento.

A teoria é aplicada comumente na apelação. Quando, em razão do recurso de apelação, o tribunal anular a
decisão originária que extinguiu o processo sem julgamento de mérito, o próprio tribunal, se a causa estiver
“madura”, poderá passar ao julgamento imediato do mérito. Caso seja necessária a prática de qualquer outro
ato (ou seja, se a causa não estiver “madura”), devolve-se o processo ao primeiro grau de jurisdição.

No CPC, isso vem expressamente consignado no art. 1013, §2º, II:

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. (...)

§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir


desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485 [decisões não resolutórias de mérito]; (...)

O questionamento que se fez na Corte Superior é quanto à possibilidade de aplicação dessa teoria no agravo
de instrumento. A doutrina, como sintetiza Daniel Amorim Assumpção Neves30, posiciona-se
favoravelmente à utilização da teoria para todos os recursos.

Dessa forma, defende-se a aplicação da regra em todo e qualquer recurso, em especial no


agravo de instrumento, recurso ordinário constitucional e recurso inominado nos Juizados
Especiais, sem, entretanto, desprezar a priori outras espécies recursais, tais como o recurso
especial e o recurso extraordinário, por mais particular que seja o caso concreto.

Contudo, no âmbito dos tribunais, não há uma posição majoritária acerca do assunto.

29
REsp 1.215.368-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/6/2016, DJe 19/9/2016.
30
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, volume único, 8ª edição, Bahia: Editora JusPodvim,
2016, p. 694.

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O STJ se manifestava pela impossibilidade de aplicação da teoria no agravo de instrumento com os seguintes
argumentos:

 Deve-se adotar a teoria da causa madura apenas na hipótese literalmente prevista, pois
as partes sabem antecipadamente que, se recorrido de sentença que extingue o processo
sem julgamento de mérito, é possível, na hipótese de a ação estar em condições de
julgamento, a decisão pelo tribunal.

 Se adotado em outras fases recursais, decorreria hipótese de decisão surpresa, a ser


evitada no Direito Processual Civil.

No presente caso, o STJ se alinhou à doutrina majoritária para compreender que é possível aplicar a teoria
da causa madura a todos os recursos, sob os seguintes argumentos:

 O duplo grau de jurisdição é princípio e não garantia, pelo que poderá ser flexibilizado
em determinadas situações, tal como a presente.

 Trata-se de técnica que visa acelerar julgamentos.

 Poderá ser utilizada, desde que não decorra prejuízo às partes (especialmente no que se
refere ao contraditório e à ampla defesa).

 O dispositivo está inserido em dispositivo que contém regras gerais aplicáveis a todos os
recursos;

 Haverá decisão de mérito levando em consideração informações obtidas das decisões


interlocutórias sobre aspectos antecipatórios ou instrutórios da instância originária.

Assim, concluiu o STJ ser admissível a aplicação da teoria da causa madura no julgamento do agravo de
instrumento.

Em prova, poderíamos ter a seguinte assertiva a ser julgada:

O STJ admite a utilização da teoria da causa madura apenas no recurso de apelação, com
fundamento na literalidade do Código de Processo Civil, a fim de evitar decisões surpresas
em outras espécies recursais.

Está incorreta a assertiva, pois esse é o posicionamento anterior da Corte.

Ä AREsp 959.991/RS31:

31 AREsp 959.991-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 16/8/2016, DJe 26/8/2016.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. IMPOSSIBILIDADE DE REMESSA DE AGRAVO PELO STJ AO


TRIBUNAL DE ORIGEM.

Após a entrada em vigor do CPC/2015, não é mais devida a remessa pelo STJ, ao Tribunal
de origem, do agravo interposto contra decisão que inadmite recurso especial com base na
aplicação de entendimento firmado em recursos repetitivos, para que seja conhecido como
agravo interno.

O STJ revisou entendimento anterior, ante modificações engendradas pelo CPC, para não admitir agravo
contra decisão quando a matéria já houver sido decidida pela Corte Superior em conformidade com recurso
repetitivo.

Com a pretensão de combater o volume de recursos nas instâncias superiores, passou-se a adotar um regime
recursal específico, que envolve três mecanismos: a) recursos repetitivos; b) incidente de demandas
repetitivas; e c) incidente de assunção de competência.

Interessa a análise do recurso repetitivo. A finalidade desse expediente é conferir celeridade e economia
processuais, além de produzir jurisprudência uniforme, o que gera isonomia entre os litigantes.

Assim, toda vez que for identificado multiplicidade de recursos ou idêntica questão de direito haverá a
possibilidade de julgamento das ações em bloco.

Devido a essa sistemática, entendeu o STJ ser incabível a remessa dos autos à origem para que o agravo de
instrumento inadmitido seja conhecido como agravo interno na origem.

c) questão de prova

O assunto pode ser cobrado em prova da seguinte forma:

Não se admite a remessa pelo STJ, ao Tribunal de origem, do agravo interposto contra
decisão que inadmite recurso especial com base na aplicação de entendimento firmado em
recursos repetitivos, para que seja conhecido como agravo interno.

Correta a assertiva.

 RE 584247/RR32:

Rediscussão de repercussão geral em Plenário físico

32 RE 584247/RR, rel. Min. Roberto Barroso, 27.10.2016.

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O reconhecimento da repercussão geral no Plenário Virtual não impede sua rediscussão no


Plenário físico, notadamente, quando tal reconhecimento tenha ocorrido por falta de
manifestações suficientes.

Neste julgado, o STF concluiu que a fixação de repercussão geral em determinada matéria pelo “Plenário
Virtual” não impede a rediscussão pelo “Plenário Físico”.

Na realidade, a questão versa sobre o aspecto procedimental, de menor relevância, mas curioso.

O “Plenário Virtual” é um mecanismo interno do STF que tem por finalidade permitir que os Ministros
avaliem se determinada matéria pendente na Corte é tema de repercussão geral.

Assim, tão logo distribuído o Recurso Extraordinário (RExt.), os processos passam por um triagem pelo
Núcleo de Repercussão Geral que avalia se aquela demanda tem potencial para repercussão geral. Se
entender que sim, submete a sugestão à análise do Ministro relator que, se anuir, irá inserir o processo no
Plenário Virtual, no qual os demais Ministros votam eletronicamente pela repercussão. Se a preliminar de
repercussão geral for aceita, a matéria é analisada em sede de repercussão geral pelo Plenário Físico.

No caso trazido, o STF entendeu que, não obstante a análise efetuada pelo sistema de informática, nada
impede que a matéria seja rediscutida em Plenário Físico. Diz-se, de certo modo, que o reconhecimento da
repercussão geral pelo sistema informatizado não preclui ou não impede a análise pelo Plenário na
composição física.

Em prova, poderíamos ter:

A aceitação de incidente de repercussão geral em determinada matéria pelo “Plenário


Virtual” não impede a rediscussão pelo “Plenário Físico”.

Correta a assertiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos mais uma aula do nosso curso. Essa aula está muito extensa e possui muita informação, por isso
estudem com calma e atenção. Fracionem o estudo, ou seja, vejam o conteúdo em um dia e o restante da
aula em outro.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso e
por e-mail.

Ricardo Torques

rst.estrategia@gmail.com

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LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS


FCC

1. (FCC/MPE-PB - 2018) Quanto aos recursos,


a) a apelação terá, como regra, somente o efeito devolutivo.
b) dos despachos cabe o recurso de correição parcial; das decisões interlocutórias cabe agravo de
instrumento e das sentenças cabe apelação.
c) a renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
d) o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do
recurso; a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido
reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
e) o recurso adesivo fica de início subordinado ao recurso independente, mas se deste houver desistência ou
for considerado inadmissível subsistirá autonomamente, sendo conhecido e julgado como recurso principal.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A alternativa apresenta a literalidade do caput do art.
998 e de parágrafo único (ambos do Código de Processo Civil):

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja


repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.

A alternativa A está incorreta. O art. 1.012 é claro ao afirmar que "a apelação terá efeito suspensivo." O §3º
do mesmo dispositivo trata da possibilidade de concessão de efeito suspensivo pelo relator.
A alternativa B está incorreta. O art. 1.001 do CPC prevê: "Dos despachos não cabe recurso."
A alternativa C está incorreta pois a renúncia ao direito de recorrer independe de aceitação, como previsto
no art. 999 do Código: "A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte."
A alternativa E está incorreta. O recurso adesivo é subordinado ao recurso independente / principal, de
modo que não será conhecido caso o principal não o seja. Nos termos do art. 997, §2º e inciso III do Código:
"O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste
quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado,
ainda, o seguinte: não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível."

2. (FCC/SEAD AP - 2018) De acordo com o disposto no Código de Processo Civil,


a) não serão admitidos novos embargos de declaração apenas se os três anteriores houverem sido
considerados protelatórios.

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b) as questões de fato não propostas no juízo inferior não poderão ser suscitadas na apelação, em virtude
da preclusão, ainda que a parte prove que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
c) contra decisão proferida pelo relator do recurso de apelação caberá agravo de instrumento para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.
d) o capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
e) decisões que versem sobre o mérito do processo, ainda que em análise perfunctória, só podem ser
impugnadas por meio de apelação.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não são três, mas dois embargos de declaração anterior, como se vê no art.
1.026, §4º do CPC: "Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem
sido considerados protelatórios."
A alternativa B está incorreta. As questões poderão ser suscitadas, desde que seja comprovada a força maior
e estas não constituam uma nova causa de pedir (posição doutrinária). De acordo com o art. 1.014 do Código:
"As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar
que deixou de fazê-lo por motivo de força maior."
A alternativa C está incorreta pois o recurso cabível é o agravo interno, previsto no art. 1.021 do CPC: "Contra
decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto
ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal."
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da previsão contida no art. 1.013, §5º do
Código de Processo Civil: "O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é
impugnável na apelação."
A alternativa E está incorreta. As decisões parciais de mérito, por exemplo, são impugnáveis por agravo de
instrumento. Prevê o art. 1.015, II do Código de Processo Civil: "Cabe agravo de instrumento contra as
decisões interlocutórias que versarem sobre: mérito do processo".

3. (FCC/DPE-SP - 2019) O réu de uma ação, em sua contestação, além de apresentar defesa direta de
mérito, arguiu duas preliminares, uma delas alegando a incompetência absoluta do juiz, e a outra pedindo
a decretação de segredo de justiça, considerando que nesta ação foram expostas questões de seu foro
íntimo. Após a réplica, o juiz indeferiu ambos os pedidos. Tal decisão, de acordo com a sistemática do
Código de Processo Civil de 2015 e em conformidade com o entendimento consolidado no âmbito do
Superior Tribunal de Justiça, tem a natureza jurídica de decisão interlocutória,
a) mas as hipóteses de indeferimento da alegação de incompetência absoluta e de segredo de justiça não
estão previstas de forma expressa no rol taxativo do art. 1.015 do Código de Processo Civil, motivo pelo qual
não admitem a interposição de agravo de instrumento e somente podem ser impugnadas oportunamente
em preliminar de apelação.
b) e as hipóteses de indeferimento da alegação de incompetência absoluta e de segredo de justiça estão
previstas de forma expressa no rol do art. 1.015 do Código de Processo Civil, de modo que ambas admitem
a interposição de agravo de instrumento, sem qualquer esforço hermenêutico para além da interpretação
literal dos dispositivos.

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c) que versa sobre o mérito, hipótese prevista expressamente no rol do art. 1.015, inciso II, do Código de
Processo Civil, de modo que admite a interposição de agravo de instrumento, independentemente do
conteúdo desta decisão interlocutória.
d) e as hipóteses de indeferimento da alegação de incompetência absoluta e de segredo de justiça não estão
previstas de forma expressa no rol do art. 1.015 do Código de Processo Civil; todavia, em razão da
taxatividade mitigada, ambas as hipóteses atendem os requisitos firmados pela jurisprudência para admitir
a interposição de agravo de instrumento.
e) mas somente a alegação da incompetência absoluta está prevista no rol do art. 1.015, do Código de
Processo Civil, de modo que admite a interposição de agravo de instrumento; a decisão de indeferimento de
segredo de justiça, embora não conste do referido rol, atende os requisitos firmados pela jurisprudência para
admitir a interposição de agravo de instrumento, em razão da taxatividade mitigada.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O STJ fixou o entendimento no Recurso Especial
1.704.520-MT, de relatoria da Ministra Nancy Andrighi, veiculado no Informativo 639. Trata-se de decisão
extremamente relevante pois não havia um consenso interpretativo sobre o rol do art. 1.015. A doutrina
apresentava-se dividida em três correntes distintas: (I) rol absolutamente taxativo com interpretação
restritiva; (II) rol taxativo que admitia interpretação extensiva ou analogia; (III) rol exemplificativo. O STJ, no
julgamento do recurso especial, não seguiu nenhum dos posicionamentos doutrinários e fixou a tese de que
se trata de rol de taxatividade mitigada, ou seja, em regra, caberá agravo de instrumento apenas nas
hipóteses listadas no art. 1.015. No entanto, excepcionalmente, é possível a interposição do agravo fora do
rol do dispositivo quando preenchido o requisito objetivo da urgência - a decisão interlocutória gerou para a
parte uma situação na qual ela não pode aguardar para rediscutir quando da interposição da apelação. Em
outras palavras: a urgência relaciona-se à inutilidade do julgamento da questão em sede de apelação. Por
fim, transcreveremos o art. 1.015 do CPC demonstrando que o indeferimento da alegação de incompetência
absoluta e de segredo de justiça não estão previstas de forma expressa no rol do artigo.

Tema Repetitivo 988

Tese Firmada: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a
interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da
inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

I - tutelas provisórias;

II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;

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VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

As alternativas A, B, C e E estão incorretas pois não correspondem à previsão legal e ao posicionamento


jurisprudencial sobre o tema.

4. (FCC/DPE-AM - 2018) O Ministro Relator de Recurso Especial nega seguimento à impugnação


recursal. Neste caso,
a) é cabível agravo interno.
b) é cabível agravo de instrumento.
c) é cabível agravo de admissibilidade.
d) é irrecorrível, a decisão.
e) são cabíveis somente embargos de declaração.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Diante da negativa do relator, o recorrente deverá
interpor agravo interno com fundamento no art. 1.021 do Código de Processo Civil: "Contra decisão proferida
pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento,
as regras do regimento interno do tribunal."
ATENÇÃO! Se a decisão de inadmissibilidade fosse do Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido
seria cabível o agravo do art. 1.042 do CPC: "Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente
do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na
aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos."
As alternativas B, C, D e E estão incorretas pois não apresentam a espécie recursal cabível ao caso.

5. (FCC/TRF 3ª Região - 2019) Em ação de obrigação de fazer movida pela União contra Francisco, o
juiz proferiu sentença acolhendo o pedido e deferindo, no mesmo ato, a antecipação dos efeitos da tutela,
para que o réu desse cumprimento à obrigação no prazo de dez dias, sob pena de multa diária. O réu então
interpôs, tempestivamente, embargos de declaração, arguindo omissão da sentença acerca da ocorrência

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de prescrição, matéria que até então não fora suscitada no processo. Nesse caso, os embargos
declaratórios
a) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora invocada pelas
partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos suspende o prazo para a interposição do recurso de
apelação, bem como a eficácia da sentença embargada.
b) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora invocada pelas
partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do recurso
de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença embargada.
c) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; ademais, a mera
interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do recurso de apelação, mas não
suspende a eficácia da sentença embargada.
d) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; ademais, a mera
interposição dos embargos suspende o prazo para a interposição do recurso de apelação, mas não a eficácia
da sentença embargada.
e) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; ademais, a mera
interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do recurso de apelação, além de
suspender a eficácia da sentença embargada.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da aplicação do art. 1.026 do Código de
Processo Civil: "Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a
interposição de recurso."
As alternativas A, B, D e E estão incorretas pois não apresentam o correto tratamento legal dado ao tema.

6. (FCC/DPE-SP - 2019) O Superior Tribunal de Justiça reconhece a multiplicidade de recursos


questionando a aplicação de um determinado índice de correção incidente sobre uma espécie de negócio
jurídico. De acordo com a sistemática de recursos especiais repetitivos,
a) o relator poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais
regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia e, caso constate que os recursos
contêm outras questões além daquela que é objeto da afetação, decidirá primeiramente as demais questões
antes de decidir sobre a questão repetitiva.
b) a decisão que determina a devolução para o Tribunal de origem, para o juízo de retratação ou
conformação, a fim de aguardar-se o julgamento de matéria submetida ao rito dos recursos repetitivos, tem
sido entendida pelo Superior Tribunal de Justiça como irrecorrível.
c) a decisão de afetação deverá indicar com precisão a questão que será submetida a julgamento e
determinará o sobrestamento de todos os demais recursos sobre o tema em todo o território nacional, mas
não obstará o prosseguimento dos processos nos graus inferiores de jurisdição.
d) a parte que tenha o seu recurso especial suspenso na origem, caso demonstre distinção entre a questão
a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, deverá
requerer o prosseguimento do seu recurso ao relator, no tribunal superior.

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e) a decisão que determina o sobrestamento dos processos em que se discuta o tema objeto de recursos
especiais repetitivos somente alcança os processos individuais, mas não tem o efeito de suspender o
andamento de processos coletivos, diante do interesse público subjacente.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A ordem foi invertida: primeiro o relator decidirá a questão repetitiva afetada
e, em seguida, as demais questões, como prevê o art. 1.037, III e seu §7º:

Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a


presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:

III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou
dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.

§ 7º Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput contiverem outras


questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao tribunal decidir esta em
primeiro lugar e depois as demais, em acórdão específico para cada processo.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A alternativa apresenta o entendimento do STJ


exposto no AgInt no AgInt no REsp 1.423.253/SC, rel. Ministro Raul Araújo: "É firme o entendimento, no
âmbito desta Corte de Justiça, de que é irrecorrível a decisão que determina a devolução dos autos ao Tribunal
de origem, a fim de aguardar-se o julgamento de matéria submetida ao rito dos recursos repetitivos ou da
repercussão geral."
A alternativa C está incorreta. O sobrestamento dos processos ocorrerá em todos os graus de jurisdição, de
acordo com o art. 1.037, II do CPC:

Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a


presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:

II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes,


individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;

A alternativa D está incorreta. A parte deve requerer o prosseguimento ao relator do acórdão recorrido.
Nesse sentido, o art. 1.037, §§9º e 10, III do Código:

Art. 1.037. §9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e
aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer
o prosseguimento do seu processo.

§ 10. O requerimento a que se refere o § 9º será dirigido:

I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;

II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;

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III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso


extraordinário no tribunal de origem;

IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo


processamento houver sido sobrestado.

A alternativa E está incorreta. A decisão suspende os processos pendentes, individuais ou coletivos, como
prevê o art. 1.036, §1º do CPC: "O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal
regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão
encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação,
determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
tramitem no Estado ou na região, conforme o caso."

7. (FCC/TCE-RS - 2018) Compete ao Supremo Tribunal Federal, originariamente,


a) processar e julgar reclamação para a preservação da competência e garantia da autoridade de suas
decisões, bem como dos Tribunais Superiores.
b) processar e julgar reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões.
c) processar e julgar mandados de segurança impetrados contra atos do Presidente da República, dos
Presidentes do Senado e da Câmara Federal e de Ministros de Estado.
d) apenas editar súmulas vinculantes em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal.
e) processar e julgar ação popular e ação de improbidade administrativa ajuizadas contra o Presidente da
República, Ministros de Estado, integrantes do Congresso Nacional e governadores dos Estados e do Distrito
Federal.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da previsão contida no art. 102, I, "l" da
Constituição Federal:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;

A alternativa A está incorreta. A competência para processar e julgar a reclamação para preservação da
competência compete a cada tribunal. Vejamos: STF (art. 102, I, "l", CF), STJ (art. 105, I, "f", CF), TST (art. 111-
A, §3º, CF), Tribunais (art. 988, I do Código de Processo Civil).
A alternativa C está incorreta. A competência para processar e julgar mandados de segurança impetrados
contra atos de Ministros de Estado é do STJ, conforme o art. 105, I, "b" da Constituição Federal:

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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

A alternativa D está incorreta. A Constituição Federal, no art. 102, estabelece as competências de


processamento e julgamento do STF. A edição de súmulas vinculantes, prevista no art. 103-A e parágrafos, é
apenas uma das competências do Supremo.
A alternativa E está incorreta. À ação popular e à ação de improbidade administrativa não se aplica a regra
do foro privilegiado, de modo que tais ações são julgadas pelo juízo de 1º grau. O art. 5º da Lei nº 4.717/65
(Lei da Ação Popular) dispõe que "conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da
ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as
causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município." No mesmo sentido é a
posição do Supremo Tribunal Federal: AO 859 QO/AP, julgado em 11/10/2001.

AÇAO ORIGINÁRIA. QUESTAO DE ORDEM. AÇAO POPULAR. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: NAO-OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.

1. A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo
do Presidente da República, é, via de regra, do juízo competente de primeiro grau.
Precedentes.

2. Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de mais da


metade dos desembargadores para apreciar o recurso voluntário ou a remessa obrigatória,
ocorrerá a competência do Supremo Tribunal Federal, com base na letra n do inciso I,
segunda parte, do artigo 102 da Constituição Federal.

3. Resolvida a Questão de Ordem para estabelecer a competência de um dos juízes de


primeiro grau da Justiça do Estado do Amapá.

Em relação à ação de improbidade administrativa, em regra, será proposta na 1ª instância e seguirá o rito
ordinário, aplicando-se subsidiariamente a Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85). O STF já se pronunciou
sobre o tema algumas vezes e destacaremos dois julgados: 1. STF, Pet 3240 (10/05/2018 - Informativo 901):
entendeu que os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo
regime sancionatório - há responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa e há a
responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade (vistos como institutos autônomos
pela Constituição Federal). Além disso, firmou que o foro por prerrogativa de função previsto na CF em
relação às infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa. 2. STF, ADI
2.860: estabeleceu que, em regra, não há foro privilegiado nas ações de improbidade administrativa.
Apontamos aqui duas exceções: o STJ entende que o ato de improbidade praticado por juiz integrante de
Tribunal será julgado pela instância superior do magistrado e o STF prevê que é sua competência o
julgamento de seus próprios ministros.

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DIREITO CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM PETIÇÃO. SUJEIÇÃO DOS AGENTES


POLÍTICOS A DUPLO REGIME SANCIONATÓRIO EM MATÉRIA DE IMPROBIDADE.
IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO À AÇÃO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

1. Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a


um duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil
pelos atos de improbidade administrativa, quanto à responsabilização político-
administrativa por crimes de responsabilidade. Não há qualquer impedimento à
concorrência de esferas de responsabilização distintas, de modo que carece de
fundamento constitucional a tentativa de imunizar os agentes políticos das sanções da ação
de improbidade administrativa, a pretexto de que estas seriam absorvidas pelo crime de
responsabilidade. A única exceção ao duplo regime sancionatório em matéria de
improbidade se refere aos atos praticados pelo Presidente da República, conforme
previsão do art. 85, V, da Constituição.

2. O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação


às infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa, de
natureza civil. Em primeiro lugar, o foro privilegiado é destinado a abarcar apenas as
infrações penais. A suposta gravidade das sanções previstas no art. 37, § 4º, da
Constituição, não reveste a ação de improbidade administrativa de natureza penal. Em
segundo lugar, o foro privilegiado submete-se a regime de direito estrito, já que representa
exceção aos princípios estruturantes da igualdade e da república. Não comporta, portanto,
ampliação a hipóteses não expressamente previstas no texto constitucional. E isso
especialmente porque, na hipótese, não há lacuna constitucional, mas legítima opção do
poder constituinte originário em não instituir foro privilegiado para o processo e
julgamento de agentes políticos pela prática de atos de improbidade na esfera civil. Por
fim, a fixação de competência para julgar a ação de improbidade no 1o grau de jurisdição,
além de constituir fórmula mais republicana, é atenta às capacidades institucionais dos
diferentes graus de jurisdição para a realização da instrução processual, de modo a
promover maior eficiência no combate à corrupção e na proteção à moralidade
administrativa.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(STF. AgReg na Pet 3.240/DF. rel. Ministro Teori Zavascki, julgado em 10/05/2018,
Informativo 901)

8. (FCC/MPE-MT - 2019) João Alberto ajuizou e perdeu parcialmente ação contra Maria Eduarda.
Apela e a seu recurso Maria Eduarda adere e interpõe o recurso adesivo cabível. Distribuídos os apelos ao
Segundo Grau, João Alberto desiste do apelo, sem que Maria Eduarda seja ouvida. Essa desistência
a) é possível, pois o recurso adesivo é subordinado ao recurso independente e a desistência deste não
depende de anuência do recorrente adesivo, que não terá seu recurso conhecido.
b) não é possível, porque uma vez interpostos o recurso principal e o adesivo estes se vinculam, o que impede
a desistência ou a renúncia por quaisquer das partes.

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c) não é possível, pois embora o recurso adesivo seja subordinado ao recurso principal, a desistência do apelo
principal depende sempre da oitiva do recorrente adesivo, uma vez que este não terá seu recurso conhecido
como consequência da desistência.
d) é possível, mas o ato não impedirá o conhecimento e a análise meritória do recurso adesivo, que após a
desistência passa a ter existência processual independente.
e) não é possível, pois todo ato processual de uma parte depende, para seu deferimento, da oitiva da parte
contrária no atual sistema processual civil.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O art. 997, §2º do Código de Processo Civil versa sobre
o recurso adesivo e apresenta a sua subordinação ao recurso independente. Por este motivo, havendo
desistência do recurso principal ou sendo inadmissível, o recurso adesivo não será conhecido.

Art. 997. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe


aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento
no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo
de que a parte dispõe para responder;

II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível.

A alternativa B está incorreta. O Código de Processo Civil não afirma a vinculação entre recurso
independente e recurso adesivo. Pelo contrário, positiva a subordinação deste àquele.
As alternativas C e E estão incorretas. Prevê o art. 998 que o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem
anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
A alternativa D está incorreta pois, como visto no comentário da alternativa A, o recurso adesivo é
subordinado ao recurso independente / recurso principal.

9. (FCC/TJ-MA - 2019) No que se refere aos recursos, é correto afirmar:


a) Não cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas no processo de inventário, por
se tratar de procedimento especial não sujeito a decisões de mérito.
b) Na apelação, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, são cobertas pela preclusão e não podem mais ser suscitadas.
c) O agravo interno será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no
prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo
órgão colegiado, com inclusão em pauta.
d) Os embargos de declaração em nenhum caso admitem decisão com efeitos infringentes.
e) O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos constitucionalmente previstos, serão interpostos
na atual sistemática processual por petição única para maior celeridade e otimização.

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Comentários

A alternativa A está incorreta, uma vez que, por expressa previsão legal, é cabível agravo de instrumento no
curso de processos de inventário, conforme parágrafo único do art. 1.015 do CPC:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no
processo de execução e no processo de inventário.

A alternativa B está incorreta. O CPC de 2015 trouxe um rol taxativo de hipóteses de recorribilidade via
agravo de instrumento. Sobre as demais questões não incide preclusão: elas poderão ser alegadas em sede
de apelação como preliminares, e serão apreciadas pelo tribunal. Veja:

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final,
ou nas contrarrazões.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, uma vez que reproduz o art. 1021, §2º do CPC:

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.

§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre
o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator
levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

A alternativa D está incorreta, já que há previsão legal específica no CPC 2015 da existência dos embargos
infringentes. Observe:

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão


embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de
declaração.

Assim, é plenamente possível que o julgamento dos embargos cause a alteração da decisão embargada. A
única diferença é que, nesse caso, o embargado terá um prazo de quinze dias para alterar as razões recursais
de eventual recurso interposto.

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Por fim, a alternativa E está incorreta, uma vez que, segundo a atual sistemática recursal, o recorrente
deverá interpor tanto o recurso extraordinário quando o recurso especial. Deverá haver uma petição para
cada recurso, com o respectivo endereçamento ao Tribunal competente para julgar o recurso.

10. (FCC/PGE-AP - 2018) Em relação ao agravo de instrumento,


(A) entre outras hipóteses, cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.
(B) na sistemática do atual Código de Processo Civil cabe sustentação oral em qualquer hipótese de
interposição de agravo de instrumento.
(C) o relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso, mas não antecipar a tutela recursal, o que
caracterizaria supressão de instância.
(D) para a legislação processual civil, o rol das hipóteses que admitem a interposição do agravo de
instrumento é meramente elucidativo e não taxativo.
(E) da decisão do relator que examina e concede ou não pedido de efeito suspensivo no agravo de
instrumento não cabe recurso, podendo porém ser impetrado mandado de segurança.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O agravo de instrumento e cabível nas hipóteses do
rol taxativo do art. 1.015. Isso inclui, contudo, o seu parágrafo único, no qual se lê:

Art. 1.015 (...)


Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

Logo, podemos afirmar que “entre outras hipóteses, cabe agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário”.

A alternativa B está incorreta. As hipóteses em que caberá sustentação oral no processamento do agravo de
instrumento vêm expressamente previstas em lei e são exceções, não regra. Vejam um exemplo:

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze)
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos
termos da parte final do caput do art. 1.021 :
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem
sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

A alternativa C também está incorreta. Ao contrário do que se afirma, o relator pode, sim, antecipar a tutela
recursal. Vejam (art. 1.019, I, CPC):

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Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se


não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total
ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento,
quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso
de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias,
facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso;
III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico,
quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.

A alternativa D está incorreta, também. Para a maior parte da doutrina, o rol de hipóteses de cabimento de
agravo de instrumento é taxativo, e não meramente elucidativo, como expôs o examinador.

Algumas considerações:

Obs1: Essa sistemática de estabelecer um rol taxativo de hipóteses de cabimento do recurso oponível às
decisões interlocutórias é a mesma sistemática aplicada ao processo penal (art. 581, do CPP);

Obs2: Apesar de se falar em “rol taxativo”, o art. 1.015, XIII, traz uma cláusula de abertura. Vejam:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
(...)
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Então, cuidado com as armadilhas que o examinador pode criar usando esse dispositivo.

Obs3: Vem se fortalecendo na doutrina uma corrente que defende que, apesar de se falar em “rol taxativo”,
a interpretação dos incisos do art. 1.015 deve ser extensiva.

Por fim, a alternativa E também está incorreta. Da decisão do relator que examina e concede ou não pedido
de efeito suspensivo no agravo de instrumento caberá agravo interno. Vejam (art. 1.021, CPC):

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.

11. (FCC/PGE-AP - 2018) Em relação à jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores, em matéria
processual,
(A) o relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao
recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.
(B) é ineficaz a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação residencial.

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(C) é sempre necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de
declaração.
(D) a recuperação judicial do devedor principal impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas
contra terceiros devedores solidários ou coobrigados.
(E) em ação monitória fundada em cheque prescrito contra o emitente, é indispensável a menção ao negócio
jurídico subjacente à emissão da cártula.

Comentários

Questão sobre súmulas. Vejamos:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com a Súmula 568-STJ:

“O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar


provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema”

A alternativa B está incorreta. Ao contrário do que se afirma, segundo a jurisprudência do STJ, é válida a
penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. Confiram (Súmula 549-STJ):

“É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação”.

A alternativa C está incorreta também. Não será sempre necessário ratificar o recurso especial interposto
na pendência de embargos de declaração. Quando o resultado anterior restar inalterado, por exemplo, não
será necessário (Súmula 579-STJ):

“Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos


embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior”.

A alternativa D também está incorreta. Ao contrário. De acordo com a Súmula 581-STJ:

“A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e


execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por
garantia cambial, real ou fidejussória”.

E a alternativa E, por fim, também está incorreta. De acordo com a Súmula 531-STJ:

“Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é


dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula”.

12. (FCC/TRT-2ªR - 2018) Paulo, advogado, ao se de defrontar com ato apontado como ilegal de um juiz
titular de determinada vara cível da comarca de São José dos Campos, impetra mandado de segurança
perante o E. Tribunal de Justiça de São Paulo, tratando-se de hipótese de competência originária deste
Tribunal. Distribuído o mandamus o Relator, por decisão monocrática, indefere a peça inicial e determina
o arquivamento dos autos. Inconformado, Paulo poderá interpor, nesse caso específico, contra a decisão
do Relator

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a) recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça.


b) agravo interno para o respectivo órgão colegiado.
c) recurso especial para o Superior Tribunal de Justiça.
d) recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal.
e) agravo de instrumento para o Superior Tribunal de Justiça.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Primeiro deve ser interposto o agravo interno para,
após, o recurso ordinário ao STJ.

Vejamos o que dispõe o art. 1.021, combinado com o art. 1.027, II, “a”, ambos do CPC:

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais
federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

13. (FCC/TRT-2ªR - 2018) Considere a seguinte situação hipotética:


No ano de 2015, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça julgou um importante tema de direito
privado em sede de recurso especial envolvendo contratos bancários. Neste ano de 2018 houve alteração
na composição da referida Turma, com a saída de três dos cinco Ministros e a posse de três novos Ministros.
No mês de Abril do corrente ano, a mesma Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, quando do
julgamento de outro recurso especial, divergiu do julgamento anterior proferido no ano de 2015, quando da
análise da mesma questão de mérito envolvendo contratos bancários. Neste caso, nos termos estabelecidos
pelo Código de Processo Civil, a parte interessada poderá interpor
(A) agravo regimental.
(B) embargos de divergência.
(C) embargos infringentes.
(D) mandado de segurança.
(E) reclamação.

Comentários

Neste caso, nos termos do art. 1.043, §3º, do CPC, a parte interessada poderá interpor embargos de
divergência. Vejamos:

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§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma


que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em
mais da metade de seus membros.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

14. (FCC/DPE-SC - 2017) O autor de uma ação deixou de comparecer à audiência de tentativa de
conciliação, razão pela qual o juiz impôs-lhe multa. Diante desta decisão,
a) há previsão expressa de cabimento de apelação contra tal decisão, de modo que cabe ao interessado o
ônus de recorrer no prazo de quinze dias a partir da intimação da decisão que impôs a multa, sob pena de
preclusão.
b) não há previsão expressa de recurso imediato, mas não haverá preclusão imediatamente, de modo que a
questão poderá ser suscitada em preliminar de apelação contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
c) é irrecorrível e, assim, também não se submete a preclusão e pode ser revista em qualquer momento do
processo, inclusive em recursos ordinários, por meio de simples petição.
d) há previsão expressa de cabimento de agravo de instrumento, de modo que cabe ao interessado o ônus
de recorrer no prazo de quinze dias a partir da intimação desta decisão, sob pena de preclusão.
e) não há previsão expressa de recurso imediato, mas não haverá preclusão, de modo que a decisão poderá
ser suscitada em preliminar de apelação contra a decisão final e desde que esta seja desfavorável ao autor.

Comentários

Da decisão eu aplica a multa não caberá recurso imediato, pois não é hipótese de cabimento de agravo de
instrumento. Contudo, a aplicação da multa poderá ser discutida em sede de apelação, ou de contrarrazões,
pois não há preclusão.

Assim, a alternativa B é correta e gabarito da questão, conforme dispõe o art. 1.009, §1º, do CPC:

Art. 1.009.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

15. (FCC/DPE-RS - 2017) Sobre os embargos de declaração, que podem ser interpostos pelas partes
contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão de
ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, ou ainda para corrigir
erro material é correto afirmar:
a) Os embargos de declaração suspendem o prazo para a interposição o recurso.
b) Os embargos de declaração serão opostos, no prazo de 10 dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação
do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.

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c) O juiz decidirá os embargos de declaração opostos sem manifestação previa do embargado, ainda que o
eventual acolhimento dos embargos possa ensejar modificação da decisão questionada.
d) Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez
por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará, em regra,
condicionada ao depósito prévio do valor da multa.
e) Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão
fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a um por cento sobre
o valor atualizado da causa.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 1.026, caput, do CPC, Os embargos de declaração
interrompem o prazo para a interposição de recurso.

A alternativa B está incorreta. O prazo para os embargos de declaração serem opostos é de 5 dias, e não 10.
É o que dispõe o art. 1.023, caput, da Lei nº 13.105/15:

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao
juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a
preparo.

A alternativa C está incorreta. O §2º, do art. 1.023, da referida Lei, estabelece que o juiz intimará o
embargado para manifestar-se sobre os embargos opostos.

§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias,


sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da
decisão embargada.

A alternativa D é correta e gabarito da questão, nos termos do §3º, do art. 1.026, do CPC:

§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será


elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer
recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda
Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

A alternativa E está incorreta. A multa será não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
É o que prevê o §2º, do art. 1.026, da Lei nº 13.105/15:

§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal,


em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

16. (FCC/DPE-AM - 2018) Considere as seguintes situações abaixo, retratando decisões havidas em três
processos diferentes:

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I. Antes da citação do demandando, o juiz julga liminarmente improcedente o único pedido feito pelo autor,
em razão de contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça.
II. Após a apresentação de contestação, o juiz julga parcialmente o mérito, para o fim de acolher um dos
pedidos feitos pelo autor em razão de sua incontrovérsia.
III. O juiz não acolhe a contradita de uma testemunha arrolada pela parte adversa, toma o compromisso e
colhe o depoimento da testemunha.
IV. O juiz decide antecipadamente o mérito, julgando parcialmente procedente o único pedido feito pelo
autor, concedendo a
pretensão em menor medida daquela postulada na inicial.
Considere as sistemáticas recursais abaixo:
1. Não há recorribilidade imediata, devendo a questão ser objeto de preliminar de apelação.
2. Cabe apelação, com a possibilidade de juízo de retratação.
3. Cabe apelação, sem a possibilidade de juízo de retratação.
4. Cabe agravo de instrumento.
A correta correspondência entre as decisões e o sistema recursal aplicável está APENAS em
a) I-2; II-4; III-1; IV-3.
b) I-3; II-4; III-1; IV-2.
c) I-2; II-1; III-4; IV-3.
d) I-4; II-4; III-1; IV-4.
e) I-2; II-3; III-4; IV-4.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I é cabível de apelação, com a possibilidade de juízo de retratação. Vejamos o que dispõe o art. 332,
do CPC:

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

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§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença,


nos termos do art. 241.
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação
do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

Assim, o item I corresponde ao número 2.

O item II, de acordo com o art. 1.015, II, do CPC, cabe agravo de instrumento:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
II - mérito do processo;

Desta forma, o item II corresponde ao número 4.

No item III, conforme prevê o art. 1.009, §1º, da Lei nº 13.105/15, não há recorribilidade imediata, devendo
a questão ser objeto de preliminar de apelação.

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

Portanto, o item III corresponde ao numero 1.

O item IV é cabível de apelação, sem a possibilidade de juízo de retratação, nos termos do art. 355, do CPC:

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de
mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de
prova, na forma do art. 349.

Por fim, o item IV corresponde ao número 3.

Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

17. (FCC/DPE-AP - 2018) A sustentação oral nos agravos de instrumento,


a) será cabível nas decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência, bem como nas
decisões sobre o mérito da causa.
b) passou a ser cabível de qualquer decisão interlocutória, desde que tenha causado gravame à parte
recorrente.

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c) não é cabível em nenhuma situação, por não caber sustentação oral de decisões interlocutórias.
d) passou a ser cabível de decisões interlocutórias que versem somente sobre o mérito da causa.
e) só é cabível nas decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 937, VIII, do CPC:

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze)
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos
termos da parte final do caput do art. 1.021:
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem
sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

Assim, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

18. (FCC/DPE-RS - 2018) Sobre os recursos no Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) Se os recursos de agravo de instrumento e apelação houverem de ser julgados na mesma sessão, será
declarada a perda do objeto do recurso de agravo de instrumento.
b) Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, aplicando-se a mesma regra ao julgamento não unânime proferido em agravo
de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
c) Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
d) O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local, se intimado pelo relator para tanto.
e) A parte recorrente pode desistir unilateralmente do recurso, mas essa desistência não afeta a apreciação
de eventual recurso adesivo da contraparte, nem impede a análise de questão cuja repercussão geral já
tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos especiais ou extraordinários repetitivos.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo
processo (art. 946, do CPC). Se a apelação e o agravo de instrumento forem julgados na mesma sessão, terá
precedência o agravo de instrumento (art. 946, Parágrafo único). Não há que se falar em perda de objeto.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Conforme art. 942 e § 3º, do CPC:

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às

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partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os


novos julgadores.
(...)
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento
não unânime proferido em:
(...)
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o
mérito.

A alternativa C está incorreta. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo, apesar de
interromperem o prazo para a interposição de recurso (art. 1.026, do CPC)

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 1.003, § 6º, o recorrente comprovará a ocorrência de feriado
local no ato de interposição do recurso.

E a alternativa E, por fim, está incorreta. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja
repercussão geral já tenha sido reconhecida e seja objeto de julgamento de recursos extraordinários ou
especiais repetitivos (art. 998, Parágrafo único, do CPC), mas ela prejudica, sim, o recurso adesivo, que segue
a sorte do recurso independente (art. 997, § 2º, do CPC).

19. (FCC/DPE-RS - 2018) João, posseiro de imóvel urbano há 25 anos, procurou a Defensoria Pública da
sua Comarca, noticiando ter recebido mandado judicial de citação e intimação expedido em ação de
reintegração de posse, com a determinação de que o desocupasse no prazo máximo de 10 dias, sob pena
de ser expedido mandado de reintegração forçada. Em pesquisa realizada, o Defensor
Público responsável pelo caso notou tratar-se de medida liminar deferida em favor da parte autora e que o
mandado recebido por João ainda não havia sido juntado aos autos do processo.
Nesse caso,
a) o prazo recursal para João impugnar a medida liminar de reintegração de posse somente se inicia após a
juntada do mandado aos autos do processo, sendo intempestivo o recurso interposto antes de tal data.
b) se existir alguma omissão na decisão que deferiu a medida liminar de reintegração de posse em face de
João, poderão ser opostos embargos de declaração, mas a interposição do referido recurso não interromperá
o prazo da contestação.
c) João poderá demandar proteção possessória no mesmo processo, em sede de contestação, assim como
postular indenização por prejuízos sofridos, mas apenas se resultantes de esbulho cometido pelo autor.
d) no referido processo, se houvesse a designação de justificação prévia, o prazo para contestação seria
contado da audiência de justificação, caso ausente o requerido, desde que tivesse sido intimado para
comparecimento.
e) se João demonstrar a carência de idoneidade financeira do autor para suportar as perdas e danos no caso
de sucumbência, a lei processual expressamente prevê que este seja obrigado a prestar caução real ou
fidejussória, sob pena de reversão da medida liminar deferida.

Comentários

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Vejamos cada uma das alternativas:

A alternativa A está incorreta. Não há que se falar em intempestividade do recurso interposto antes do
termo inicial do prazo para recorrer, por expressa previsão do art. 218, § 4º, do CPC: “§ 4o Será considerado
tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo”.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De fato, se existir alguma omissão na decisão que
deferiu a medida liminar de reintegração de posse em face de João, poderão ser opostos embargos de
declaração, contudo, a interposição do recurso não interromperá o prazo da contestação. A banca tentou
confundir o candidato com a interrupção do prazo para a interposição de recurso, que gera o recurso de
embargos de declaração, conforme art. 1.026, do CPC.

A alternativa C está incorreta. A alternativa cria uma limitação que não está expressa no art. 556, do CPC.
Confiram:

Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse,
demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação
ou do esbulho cometido pelo autor.

A alternativa D está incorreta. O prazo para contestação não seria contado da audiência de justificação,
como afirma a alternativa, mas da intimação da decisão que defere ou não a medida liminar (art. 564,
parágrafo único, do CPC). Vejam:

Art. 564 (...)


Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será
contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar.

E a alternativa E, igualmente, está incorreta. Ao contrário do que se afirma na assertiva (art. 559, do CPC):

Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou
reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência,
responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer
caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a
impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.

20. (FCC/DPE-RS - 2018) Sobre o recurso de Agravo de Instrumento e suas disposições no Código de
Processo Civil, é correto afirmar:
a) Caberá agravo de instrumento, dentre outras hipóteses, contra decisões interlocutórias proferidas na fase
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.
b) Quer sejam eletrônicos os autos do processo, quer sejam físicos, a petição de agravo de instrumento será
instruída obrigatoriamente com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão
agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.

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c) O juízo de primeiro grau pode atribuir efeito suspensivo ao recurso de agravo de instrumento, desde que
o agravante demonstre a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
d) A má formação do instrumento de agravo por ausência de peça obrigatória só é sanável por motivo de
força maior que, se não comprovado, enseja a imediata inadmissão do recurso.
e) A juntada aos autos do processo, pela parte agravante, de cópia da petição de agravo de instrumento, do
comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que o instruíram é facultada ao agravante
no prazo de 03 dias, contados da efetiva interposição, mas a omissão dessa providência não autoriza a
inadmissão do recurso.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A alternativa reproduz exatamente o teor do art.
1.015, parágrafo único. Confiram:

Art. 1.015 (...)


Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

A alternativa B está incorreta. De fato, as peças apontadas devem instruir obrigatoriamente a petição de
agravo de instrumento (art. 1.017, I e II). Contudo, essa obrigatoriedade é ressalvada sendo os autos
eletrônicos (art. 1.017, § 5º).

A alternativa C está incorreta. A prerrogativa da concessão de efeito suspensivo ao agravo de instrumento


cabe ao Relator, e não a juízo de primeiro grau. Confiram o art. 1.019, I, do CPC:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se


não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total
ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.

A alternativa D está incorreta. Ao contrário, conforme o art. 1.017, § 3º, na falta da cópia de qualquer peça
ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator
aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único, quer dizer, deve o relator, antes de considerar inadmissível o
recurso, conceder prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que sane o vício.

E a alternativa E, também, está incorreta. O prazo, de fato, é de 3 (três) dias, mas a omissão dessa
providência autoriza a inadmissão do recurso, nos termos do artigo 1.018, § 3º.

21. (FCC/TJ-SC - 2017) Examine os enunciados seguintes, concernentes aos recursos:


I. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada; já o capítulo da sentença que
confirma, concede ou revoga a tutela provisória não é impugnável na apelação, mas por meio de interposição
de agravo autônomo.

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II. Caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
III. Nos embargos de divergência, entre outras hipóteses, é embargável o acórdão de órgão fracionário que
em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do
mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha
apreciado a controvérsia.
IV. Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o
embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar
ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de dez dias, contado da intimação da
decisão dos embargos de declaração.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está incorreto. De fato, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada,
conforme prevê o art. 1.013, caput, do CPC.

No entanto, se a tutela provisória for concedida, confirmada ou revogada na sentença, este capítulo deverá
ser impugnado no próprio recurso de apelação e não mediante agravo de instrumento. Vejamos o art. 1.012,
§1º, V, combinado com o art. 1.013, §5º:

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação a sentença que:
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
Art. 1.013
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é
impugnável na apelação.

O item II está correto, pois é o que dispõe o parágrafo único, do art. 1.015, da Lei nº 13.105/15:

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

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O item III está correto, conforme prevê o art. 1.043, III, da referida Lei:

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:


III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer
outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha
conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;

O item IV está incorreta. De acordo com o art. 1.024, §4º, do CPC, o prazo é de 15 dias, e não de 10.

§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão


embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.

Assim, a alternativa A é correta e gabarito da questão.

22. (FCC/DPE-PR - 2017) A respeito da disciplina do agravo de instrumento, segundo o Código de


Processo Civil,
a) não caberá agravo de instrumento contra decisão terminativa que diminui objetivamente a demanda.
b) caberá agravo de instrumento da decisão sobre a competência absoluta ou relativa.
c) as decisões interlocutórias não impugnáveis por agravo de instrumento tornam-se irrecorríveis, não
podendo ser impugnadas em nenhum outro momento processual.
d) caberá agravo de instrumento da decisão que indefere a produção de prova pericial.
e) caberá agravo de instrumento da decisão que redistribui o ônus da prova.

Comentários

De acordo com o art. 1.015, do CPC, caberá agravo de instrumento para impugnar decisões interlocutórias
que comportam recurso imediato. Vejamos:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

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X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;


XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Conforme pode-se observar, no inc. XI, caberá agravo de instrumento da decisão que redistribui o ônus da
prova. Dessa forma, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

23. (FCC/TRT-24ªR - 2017) Os embargos de declaração, nos termos preconizados pelo Código de
Processo Civil, serão opostos em petição dirigida ao juiz no prazo de
a) 10 dias, sem efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso.
b) 10 dias, possuindo efeito suspensivo, e suspendendo o prazo para a interposição de recurso.
c) 3 dias, possuindo efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso.
d) 5 dias, possuindo efeito suspensivo e suspendendo o prazo para a interposição de recurso.
e) 5 dias, sem efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso.

Comentários

De acordo com o art. 1.023, da Lei nº 13.105/15, os embargos de declaração serão opostos em petição
dirigida ao juiz no prazo de 5 dias.

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao
juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a
preparo.

Ademais, segundo o art. 1.026, da referida Lei, os embargos de declaração são sem efeito suspensivo e
interrompem o prazo para a interposição de recurso.

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o


prazo para a interposição de recurso.

Desse modo, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Vejamos os erros das demais alternativas:

a) 10 dias, sem efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso.


b) 10 dias, possuindo efeito suspensivo, e suspendendo o prazo para a interposição de
recurso.
c) 3 dias, possuindo efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de
recurso.
d) 5 dias, possuindo efeito suspensivo e suspendendo o prazo para a interposição de
recurso.

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24. (FCC/TRT-24ªR - 2017) Renato ajuizou ação indenizatória contra Moisés que tramitou por meio
eletrônico em uma das varas cíveis da comarca de São Paulo. Após o regular processamento a ação é
julgada improcedente pelo Magistrado competente. Inconformado, Renato apresenta recurso de apelação
sem, contudo, recolher qualquer valor a título de preparo. Neste caso, de acordo com o Código de
Processo Civil, o juiz deverá
a) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento do valor do preparo e do porte
de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
b) aplicar imediatamente a pena de deserção a Renato.
c) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do preparo e
do porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
d) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do preparo,
exclusivamente, sob pena de deserção.
e) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento do valor do preparo,
exclusivamente, sob pena de deserção.

Comentários

A parte ao ajuizar a demanda deve efetuar o pagamento das custas do recurso, denominada de preparo.
Esse pressuposto processual, caso não preenchido, implica na deserção do processo. No CPC temos duas
regras a serem observadas, a serem extraídas a partir do art. 1.007, do CPC:

NÃO PAGAMENTO a parte será intimada para pagar o


DO PREPARO NO preparo em dobro, sob pena de
PRAZO deserção

a parte será intimada para


PAGAMENTO A
complementar o preparo no prazo de
MENOR
5 dias, sob pena de deserção

Logo, se Renato não efetuou qualquer recolhimento, será intimado pelo juiz a proceder o depósito do valor
devido de custas em dobro, de modo que a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

25. (FCC/TRT-11ª R - 2017) A respeito dos recursos, é correto afirmar:


a) os embargos de declaração têm efeito suspensivo e, em alguns casos, tem efeito interrupto dos prazos
recursais.
b) a renúncia do direito de recorrer depende a anuência da outra parte.
c) cabe agravo de instrumento dos despachos.
d) o recorrente só poderá desistir do recurso com a anuência do recorrido e dos litisconsortes.

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e) cabe agravo de instrumento da decisão que julgar o incidente de desconsideração da personalidade


jurídica.

Comentários

Essa questão cobra vários aspectos relativos aos recursos no CPC. Vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta, pois os embargos de declaração têm efeito interruptivo conforme prevê o
caput do art. 1.026, do CPC:

Art. 1.026. Os embargos de declaração NÃO possuem efeito suspensivo e interrompem o


prazo para a interposição de recurso.

A alternativa B está incorreta. A renúncia ao recurso se caracteriza pela manifestação da parte, antes do
esgotamento do prazo recursal, no sentido de que não deseja recorrer independe de qualquer manifestação
ou anuência da parte contrária, conforme expressa o art. 999 do CPC:

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.

A alternativa C está incorreta, pois agravo de instrumento é cabível de decisões interlocutórias apenas. Os
despachos não possuem caráter decisório e, por isso, não são passíveis de recursos. Confira o caput do art.
1.015 do CPC:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

A desistência está disciplinada no art. 998, do CPC:

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso NÃO impede a análise de questão cuja
repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.

A desistência é um fato impeditivo do direito de recorrer, que pode ocorrer a qualquer tempo. De acordo
com o dispositivo acima a desistência não depende da anuência do recorrido ou litisconsortes de modo que
a alternativa D está incorreta.

Por fim, a alternativa E, que é a correta e gabarito da questão, prevê a hipótese de cabimento do recurso de
agravo de instrumento descrita no inc. IV do art. 1.015, do CPC:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre: (...)
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; (...).

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26. (FCC/SEGEP-MA - 2016) Em ação de anulação de negócio jurídico fundada na alegação de


incapacidade relativa do autor, que, na data de sua prática, contava dezessete anos de idade, além de ele
haver sido submetido a coação, o juiz julgou-a improcedente, porque provado que no ato de obrigar-se
declarou-se maior. Não tendo sido apreciada a arguição de coação, o autor
a) poderá opor embargos de declaração e o juiz acolhê-los, com efeitos modificativos, independentemente
de audiência do embargado, que já teve oportunidade de impugnar a alegação do vício na contestação,
operando-se a preclusão.
b) somente poderá interpor apelação.
c) poderá opor embargos de declaração, e o juiz acolhê-los com efeitos modificativos, depois de intimar o
embargado para, querendo, manifestar-se.
d) não poderá opor embargos de declaração, porque o juiz já encontrou um motivo suficiente para rejeitar
o pedido.
e) poderá opor embargos de declaração, apenas para prequestionar a matéria, pois, na hipótese, é inviável
atribuir efeitos infringentes a esse recurso, devendo, em seguida, apelar.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 1.023, §2º, do CPC, o juiz intimará o embargado caso
queira manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento
implique a modificação da decisão embargada.

A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 1.022, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão
judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre o
qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, ou corrigir erro material.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 1.023, § 2º, do CPC.

A alternativa D está incorreta. O juiz não pode rejeitar o pedido formulado pelo autor sem analisar todos os
fundamentos de fato e de direito trazidos por ele.

A alternativa E está incorreta. A lei processual admite que os embargos declaratórios possuam efeitos
infringentes, ou seja, efeitos que modifiquem a decisão recorrida.

27. (FCC/SEGEP-MA - 2016) Na apelação


a) as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar ou nas contrarrazões,
sendo que, se nas contrarrazões, o recorrente será intimado para, em quinze dias, manifestar-se a respeito
delas.
b) as questões de fato não propostas no juízo inferior não poderão ser suscitadas, ainda que a parte prove
que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
c) só será objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal as questões suscitadas e discutidas no processo
se tiverem sido solucionadas e sejam relativas ao capítulo impugnado, para não haver supressão de instância.

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d) quando reformar a sentença que tenha reconhecido a decadência ou a prescrição, o tribunal


necessariamente julgará o mérito, examinando todas as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau, porque a sentença reformada também é de mérito.
e) não é impugnável o capítulo da sentença que confirme, conceda ou reveja a tutela provisória, porque
suscetível de agravo de instrumento.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz os §§1º e 2º, do art. 1.009, do CPC.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será
intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 1.014, do CPC, as questões de fato não propostas no
juízo inferior poderão ser suscitadas, ainda que a parte prove que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na
apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

A alternativa C está incorreta. Sobre o efeito devolutivo da apelação, dispõe o art. 1.013, caput, c/c §1º, que
haverá apreciação pelo Tribunal de todas as questões suscitadas e discutidas no processo, desde que
relacionadas ao que foi impugnado em recurso.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.

A alternativa D está incorreta. Segundo o §4º, do art. 1.013, quando reformar a sentença que tenha
reconhecido a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando todas as
demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau. Veja que a análise do
mérito está condicionada à possibilidade.

§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se


possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau.

A alternativa E está incorreta. Com base no art. 1.009, §3º, da sentença cabe apelação mesmo quando
houver as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento.

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Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas
no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.

28. (FCC/SEGEP-MA - 2016) No processamento de recurso extraordinário e de recurso especial, findo o


prazo para apresentação de contrarrazões, os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente
do tribunal recorrido que
a) realizará o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeterá o processo ao Supremo Tribunal Federal ou ao
Superior Tribunal de Justiça, ainda que a matéria tenha sido submetida ao regime de repercussão geral ou
de julgamento de recursos repetitivos.
b) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja
em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e dessa decisão caberá agravo
interno.
c) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja
em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e essa decisão é irrecorrível.
d) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja
em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e dessa decisão caberá agravo
ao tribunal superior.
e) remeterá o processo ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, onde será realizado
o juízo de admissibilidade.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 1.030, do CPC:

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos
serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
I – negar seguimento:
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal
Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso
extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento
do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral;
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o
acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de
recursos repetitivos;

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III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não
decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se
trate de matéria constitucional ou infraconstitucional;
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou
infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036;
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal
Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de
julgamento de recursos repetitivos;
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.
§ 1º. Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo
ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042.
§ 2º. Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos
termos do art. 1.021.

A alternativa A está incorreta, pois em caso de matéria submetida ao julgamento de recursos repetitivos, o
recurso deve ser sobrestado, nos termos do art. 1.030, inciso III.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O Presidente ou o Vice-Presidente do Tribunal


recorrido deverá fazer a análise de admissibilidade do recurso extraordinário e do Recurso Especial. Será
negado seguimento aos recursos quando forem interpostos contra acórdão que seja no sentido de
entendimento do Supremo Tribunal Federal manifesto no regime de repercussão geral. Da decisão que nega
o seguimento cabe agravo interno.

As alternativas C e D estão incorretas, pois da decisão de negativa de seguimento cabe agravo interno, nos
termos do art. 1.030, § 2º, do CPC.

A alternativa E está incorreta. Como vimos, o juízo de admissibilidade é feito pelo Presidente ou vice-
Presidente do tribunal recorrido, de acordo com o caput do art. 1.030.

29. (FCC/SEGEP-MA - 2016) Considere as assertivas a seguir a respeito da apreciação e julgamento de


recurso extraordinário e de recurso especial.
I. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, não se devolve ao Tribunal
Superior o conhecimento dos demais fundamentos para solução do capítulo impugnado.
II. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior
Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
III. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de quinze dias para que o recorrente demonstre a existência de
repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
IV. O Supremo Tribunal Federal, em decisão apenas recorrível por agravo interno, não conhecerá de recurso
extraordinário quando a questão constitucional versada não tiver repercussão geral.

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V. O relator poderá solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na
controvérsia, considerada a relevância da matéria e fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos
de pessoas com experiência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento.
É correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I, III e V.
c) II, III e V.
d) II e IV.
e) I, II e V.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está incorreto. De acordo com o parágrafo único, do art. 1.034, do CPC, admitido o recurso
extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento
dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.

O item II está correto, pois reproduz o art. 1.033.

Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição
afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal
ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso
especial.

O item III está correto, conforme prevê o art. 1.032.

Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial
versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o
recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional.

O item IV está incorreto. Segundo o art. 1.035, o Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não
conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão
geral.

O item V está correto, com base no art. 1.038, I e II.

Art. 1.038. O relator poderá:


I - solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na
controvérsia, considerando a relevância da matéria e consoante dispuser o regimento
interno;
II - fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e
conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento;

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Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

30. (FCC/DPE-BA - 2016) Analise as proposições abaixo, a respeito dos recursos:


I. Os recursos impedem, em regra, a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido
contrário.
II. O recorrente pode desistir do recurso sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, mas a desistência
não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de
julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
III. Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de
quinze dias.
IV. Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo da eficácia da decisão e do prazo para a
interposição de outros recursos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I, III e IV.
c) I, II e IV.
d) III.
e) II e IV.

Comentários

Vamos analisar item por item:

O item I está incorreto. De acordo com o art. 995, do CPC, os recursos não impedem a eficácia da decisão,
salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão
judicial em sentido diverso.

O item II está correto com base no art. 998. Há a possibilidade de desistência do recorrente sem a
necessidade de anuência dos litisconsortes, contudo, essa desistência não impedirá a análise de questão com
repercussão geral já reconhecida.

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja
repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.

O item III está correto, pois reproduz o §5º, do art. 1.003.

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§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

O item IV está incorreto. Segundo o art. 1.026, os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e
interrompem o prazo para a interposição de recurso.

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o


prazo para a interposição de recurso.

Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

31. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI - 2016) Cabe apelação da decisão que


a) rejeitar pedido de limitação do litisconsórcio.
b) versar sobre tutela provisória.
c) rejeitar alegação de convenção de arbitragem.
d) versar sobre incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
e) indeferir a petição inicial.

Comentários

A única, dentre as alternativas, que é impugnável somente pelo recurso de apelação é a decisão que indefere
a petição inicial. Há dispositivo expresso nesse sentido. Vejamos o art. 331, do CPC:

Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de
5 (cinco) dias, retratar-se.

Desse modo, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

32. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI - 2016) O recurso de apelação


a) apenas tem efeito suspensivo se confirmar, conceder ou revogar tutela provisória.
b) tem efeito suspensivo, em regra.
c) nunca terá efeito suspensivo quando decretar a curatela.
d) apenas pode ser interposto tal recurso contra sentença que julgar o mérito da ação.
e) não tem efeito suspensivo se julgar o mérito dos Embargos do executado, qualquer que seja o fundamento
da decisão.

Comentários

A questão requer o conhecimento dos efeitos em que o recurso de apelação é recebido. De acordo com o
art. 1.012, do CPC, o recurso de apelação tem efeito suspensivo, sendo, portanto, recebido em seus efeitos
devolutivo e suspensivo. A lei processual traz algumas exceções em que esse recurso deverá ser recebido

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somente em seu efeito devolutivo, de forma a não impedir que a decisão recorrida produza seus efeitos.
Essas exceções estão contidas no §1º, do art. 1.012.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

33. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI - 2016) O recurso de Agravo


a) é cabível apenas na forma retida, contra decisão que indeferir oitiva de testemunha.
b) não é cabível contra decisão que decidir sobre a exclusão de litisconsorte.
c) não é cabível no processo de inventário, devendo a parte se valer da ação autônoma.
d) é cabível contra decisões que versarem sobre os pedidos de tutelas provisórias, admissão ou não de
intervenção de terceiros e proferidas em sede de execução.
e) sempre é recebido no efeito suspensivo.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O CPC extinguiu o agravo retido, mantendo somente o agravo de instrumento
como recurso apto a impugnar as decisões interlocutórias.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 1.015, VII, a decisão que exclui litisconsorte é impugnável
mediante agravo de instrumento.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
VII - exclusão de litisconsorte;

A alternativa C está incorreta. Com base no parágrafo único, ainda do art. 1.015, é cabível agravo de
instrumento no processo de inventário.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Essas hipóteses de cabimento do agravo de


instrumento estão contidas no art. 1.015, I, IX e X.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 1.019, I, recebido o agravo de instrumento no tribunal, o relator
poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir.

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se


não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total
ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;

34. (FCC/PGE-MT - 2016) Em 20/06/2016 (segunda-feira), foi enviada à Procuradoria do Estado do Mato
Grosso, por meio de portal próprio, intimação eletrônica de sentença de mérito contrária à Fazenda
Pública. Diante desta situação hipotética, considerando o prazo para o recurso cabível e as prerrogativas
da Fazenda Pública, o prazo recursal é de
a) quinze dias úteis e terá início apenas depois de dez dias, contados a partir do envio da intimação ao portal,
caso o Procurador não tenha consultado o teor da intimação antes deste prazo.
b) quinze dias úteis e somente terá início com a intimação pessoal da Fazenda Pública, por meio de oficial de
justiça, uma vez que tal prerrogativa é assegurada pela lei.
c) quinze dias úteis e somente terá início quando o Procurador do Estado consultar o teor da intimação
eletrônica, independentemente de qualquer outro prazo.
d) trinta dias úteis e terá início apenas depois de dez dias, contados a partir do envio da intimação ao portal,
caso o Procurador não tenha consultado o teor da intimação antes deste prazo.
e) trinta dias úteis e somente terá início depois de vinte dias, contados a partir do envio da intimação ao
portal, caso o Procurador não tenha consultado o teor da intimação antes deste prazo.

Comentários

De acordo com o art. 1.003, §5º, do CPC, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15
dias.

§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

Esse prazo, porém, quando considerada a prática do ato processual por um ente público, deve ser contado
em dobro, conforme prevê o art. 183.

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Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

Vela lembrar que, com o CPC em vigor, a contagem dos prazos processuais será somente em dias úteis, e
não mais em dias corridos como ocorria na vigência do código processual anterior. Vejamos o art. 219.

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.

Por fim, o art. 5º, §3º, da Lei nº 11.419/06, dispõe sobre a informatização do processo judicial, no qual
determina que as intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem,
dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico.

Art. 5o As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se
cadastrarem na forma do art. 2o desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial,
inclusive eletrônico.
§ 3o A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias
corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação
automaticamente realizada na data do término desse prazo.

Caso o Procurador não tenha, ele próprio, consultado se havia alguma intimação referente àquele processo,
ela será considerada realizada dez dias corridos após. E, a partir desta data, começará a contagem do prazo
de trinta dias úteis para interpor o recurso.

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

35. (FCC/PGE-MT - 2016) De acordo com a atual legislação, a decisão que determinou a exclusão de um
litisconsorte
a) desafia recurso de agravo de instrumento, no prazo de quinze dias, contados a partir da intimação desta
decisão.
b) é irrecorrível, mas pode ser questionada por outros meios de impugnação.
c) desafia recurso de apelação, no prazo de quinze dias, contados a partir da intimação desta decisão.
d) não apresenta recorribilidade imediata, e, por isso, não se submete à preclusão temporal antes da
prolação da sentença, pois pode ser alegada quando da apelação, no prazo de quinze dias, contados a partir
da intimação da sentença.
e) pode desafiar recurso de agravo de instrumento ou de apelação, conforme o momento do processo em
que a decisão for proferida; em ambos os casos, o prazo será de quinze dias, contados a partir intimação da
decisão.

Comentários

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A exclusão de um litisconsorte pode ocorrer mediante decisão interlocutória ou mediante sentença judicial.

Se ocorrer por decisão interlocutória, essa será impugnável por meio de agravo de instrumento, conforme
prevê o art. 1.015, VII, do CPC.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
VII - exclusão de litisconsorte;

Se ocorrer por sentença, será impugnável por meio do recurso de apelação, com base no art. 1.009.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

36. (FCC/ELETROBRAS-ELETROSUL - 2016) Paulo ajuizou ação de cobrança contra Pedro, julgada
procedente em primeiro grau de jurisdição. O processo tramita pelo meio eletrônico. Inconformado com
a r. sentença Pedro apresenta recurso de apelação dentro do prazo legal, mas não comprova no ato da
interposição do recurso, o recolhimento do preparo. Neste caso,
a) o Magistrado deverá aplicar imediatamente a pena de deserção à Pedro.
b) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do
preparo, dispensado o porte de remessa e retorno, sob pena de deserção.
c) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para recolher o valor do preparo, inclusive porte de
remessa e retorno, sob pena de deserção.
d) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
e) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para recolher o valor preparo, dispensado o porte de
número e retorno, sob pena de deserção.

Comentários

Nesse caso, Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do
valor do preparo, dispensado o porte de remessa e retorno. Apenas se não o fizer será aplicada a pena de
deserção. Vejamos o art. 1.007, §§3º e 4º, do CPC.

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos
eletrônicos.
§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento
do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

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Note que o recurso não será mais julgado deserto sem a intimação da parte para corrigir o problema.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

37. (FCC/Prefeitura de Campinas-SP - 2016) No tocante à apelação, é correto afirmar:


a) As questões de fato não propostas no Juízo inferior não podem ser suscitadas na apelação, em nenhuma
hipótese, porque o pedido caracterizaria inovação processual, que é vedada.
b) Quando se pleitear efeito suspensivo à apelação, o pedido deverá ser dirigido ao juiz que proferiu a
sentença, cuja decisão caberá agravo.
c) Como regra geral, a apelação terá efeito meramente devolutivo, produzindo efeitos imediatamente após
a publicação da sentença.
d) Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o
mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao Juízo de primeiro grau.
e) As questões resolvidas na fase de conhecimento, cujas decisões comportem ou não agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação ou nas
contrarrazões.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 1.014, do CPC, as questões de fato não propostas no
Juízo inferior podem ser suscitadas na apelação, desde que a parte prove que deixou de suscitar o fato por
motivo de força maior.

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na
apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 1.012, §3º, o pedido de efeito suspensivo não deve ser dirigido
ao juiz prolator da sentença, mas sim ao próprio tribunal ou ao relator do recurso de apelação.

§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser


formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição,
ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.

A alternativa C está incorreta. A apelação tem efeito suspensivo e não meramente devolutivo. Vejamos o
caput, do art. 1.012.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o §4º, do art. 1.013.

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§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se


possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau.

A alternativa E está incorreta. Com base no art. 1.009, §1º, apenas as questões resolvidas na fase de
conhecimento, que não podem ser impugnadas por meio de agravo de instrumento, não estão cobertas pela
preclusão.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

38. (FCC/Prefeitura de Campinas-SP - 2016) Em relação ao recurso extraordinário, considere:


I. Haverá repercussão geral, entre outras situações, sempre que o recurso extraordinário impugnar acórdão
que tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos.
II. Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto
de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
III. Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do
processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e
tramitem no território nacional.
IV. Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento
aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica.
Está correto o que se afirma em
a) I, III e IV, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, II e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II e III, apenas.

Comentários

Essa questão requer o conhecimento do art. 1.035, do CPC. Trata-se de questão que exige apenas o
conhecimento da lei. Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está incorreto. O inciso II estabelecia que haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar
acórdão que tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos. Porém, esse inciso foi revogado.

O item II está correto, com base no §1º.

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§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões


relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo.

O item III está correto, pois reproduz o §5º.

§ 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará


a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos,
que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.

O item IV está correto, conforme o §8º.

§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem


negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre
matéria idêntica.

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

39. (FCC/TRT-14ªR - 2016) Ricardo ajuizou ação de cobrança pelo rito sumário contra Roberto. Após o
regular processamento da demanda e designada audiência de instrução e julgamento com inquirição das
testemunhas arroladas pelas partes, o Magistrado prolata a sentença de mérito na própria audiência,
fazendo a leitura no próprio ato, julgando procedente o pedido inicial. Inconformado, Roberto poderá
interpor recurso de apelação no prazo de
a) 5 dias contados da data da audiência.
b) 15 dias contados da data da audiência.
c) 15 dias contados da data da publicação da sentença no diário oficial.
d) 5 dias contados da data da publicação da sentença no diário oficial.
e) 15 dias contados a partir de 72 horas da data da audiência.

Comentários

O CPC estabeleceu um prazo geral de interposição de recursos, do qual a única exceção é o embargo de
declaração. Dessa forma, o prazo geral de recurso e, portanto, da apelação é de 15 dias.

Observe que o enunciado da questão menciona que a sentença foi lida em audiência, dessa forma, as partes
estarão intimadas para recorrer a partir da audiência em que foi proferida a decisão.

Vejamos o art. 1.003, do CPC:

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.

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§ 1 Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta


for proferida a decisão.
[...]
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para
responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

40. (FCC/TST - 2017) Ronaldo ajuizou ação de obrigação de fazer contra Luciano visando a compeli-lo a
prestar determinado serviço. Contra a decisão que concedeu a tutela antecipada, foram interpostos
embargos de declaração, os quais
(A) interrompem o prazo para a interposição de outro recurso e suspendem automaticamente a eficácia da
decisão embargada.
(B) interrompem o prazo para a interposição de outro recurso, mas não suspendem automaticamente a
eficácia da decisão embargada.
(C) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, bem como suspendem automaticamente a
eficácia da decisão embargada.
(D) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, mas não suspendem automaticamente a
eficácia da decisão embargada.
(E) não interrompem nem suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, mas suspendem
automaticamente a eficácia da decisão embargada.

Comentários

Trata-se de decisão de embargos de declaração contra decisão interlocutória. De acordo com o art. 1.026,
do CPC, a oposição dos embargos gera interrupção do prazo para os demais recursos. Além disso, pelo
mesmo dispositivo, os embargos não possuem efeito suspensivo, pelo que a sentença embargada produz,
como regra, efeitos.

Assim, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.

41. (FCC/TST - 2017) Para que o Supremo Tribunal Federal examine a admissão do recurso
extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais
discutidas no caso, isto é, a existência de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social
ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo. Há casos, no entanto, nos quais se
entende que há repercussão geral sem que seja necessária argumentação que demonstre a existência
dessas questões que ultrapassem os interesses subjetivos do caso. Nesse sentido, haverá repercussão
geral sempre que
a) o parecer do Procurador-Geral da República for favorável à admissão.
b) a União for parte do processo.
c) o caso envolver direitos fundamentais.

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d) os preceitos constitucionais fundamentais forem questionados.


e) o recurso impugnar acórdão que contrarie súmula do Supremo Tribunal Federal.

Comentários

De acordo com o art. 1.035, §3º, I, do CPC, haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão
que contrarie súmula do Supremo Tribunal Federal.

Art. 1.035
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;

Desse modo, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

42. (FCC/PGE-MT - 2016) Diante de um Acórdão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso que condenou
o Estado ao pagamento de gratificação a servidor público, o Procurador do Estado opôs embargos de
declaração para o fim de prequestionar dispositivos da lei federal que, embora tenham sido alegados nas
razões de apelação, não foram enfrentados no Acórdão. Entretanto, os embargos foram rejeitados, sob o
fundamento de inexistência de omissão a ser sanada. Após ser intimado desta decisão, o Procurador deve
a) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos apontados nas
razões de apelação, pois o requisito do prequestionamento foi atendido, uma vez que é suficiente a menção
dos dispositivos nas razões recursais; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito no Tribunal
ad quem.
b) opor novos embargos de declaração, pois ainda permanece a omissão quanto aos dispositivos da lei
federal, sob pena de não ser conhecido eventual recurso especial.
c) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos apontados nos
embargos declaratórios, pois o requisito do prequestionamento foi atendido, uma vez que a lei admite
expressamente o prequestionamento virtual; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito no
Tribunal a quo.
d) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos do Código que
tratam dos embargos de declaração, pois o Acórdão não enfrentou a aplicação dos dispositivos apontados
nos embargos declaratórios; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito no Tribunal a quo.
e) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos apontados nos
embargos declaratórios, pois o requisito do prequestionamento foi atendido, uma vez que a lei admite
expressamente o prequestionamento virtual; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito
pelo relator sorteado no Tribunal ad quem.

Comentários

Questão interessante, porém, complexa. De todo modo, optamos por trazê-la a fim de que possamos
compreender bem esse ponto a matéria. Na vigência do CPC73 adotávamos o teor da Súmula STJ 211:

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SÚMULA 211 - Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição
de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.

De acordo com essa Súmula, não haveria prequestionamento, ainda que houvesse oposição de embargos de
declaração, caso o tribunal a quo não se manifestasse sobre a alegação da parte.

Esse entendimento, contudo, está superado em razão da redação conferida ao art. 1.025, do CPC:

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,


para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos
ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade.

O CPC passou a admitir que as omissões, contradições ou obscuridades do acórdão sejam reconhecidas
diretamente pelos tribunais superiores quando demonstrados os requisitos de admissibilidade dos recursos
especial ou extraordinário e a oposição de embargos declaratórios contra o acórdão proferido pelo órgão a
quo.

De acordo com a alteração da Lei nº 13.256/16, o CPC passou a prever, novamente, a realização do juízo de
admissibilidade pelo órgão a quo, ou seja, pelo tribunal recorrido, conforme estabelece o art. 1.030, V:

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos
serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal
Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de
julgamento de recursos repetitivos;
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia;
ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

43. (FCC/PGE-MT - 2016) Acerca dos recursos, considere:


I. O recorrente comprovará, quando da interposição do recurso, o respectivo preparo, incluindo o porte de
remessa e retorno, ainda que se trate de autos eletrônicos.
II. A renúncia ao direito de recorrer é dependente da aceitação da outra parte quando a sentença houver
resolvido o mérito.
III. O recorrente pode desistir do recurso a qualquer tempo, ainda que sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes.
IV. O prazo para interpor os recursos e para lhes responder é de 15 dias, salvo nos embargos de declaração.
Está correto o que se afirma APENAS em

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a) II e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I e III.
e) III e IV.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está incorreto. Vejamos o que dispõe o art. 1.007, caput e §3º, do CPC:

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos
eletrônicos.

O item II está incorreto. De acordo com o art. 999, da Lei nº 13.105/15, a renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte.

O item III está correto, com base no art. 998, caput, da referida Lei:

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

O item IV está correto, nos termos do art. 1.003, §5º, do CPC:

§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

Desse modo, a alternativa E é correta e gabarito da questão.

FGV

44. (FGV/TJ-AL - 2018) No que concerne ao sistema recursal consagrado no Código de Processo Civil, é
correto afirmar que:
a) a eficácia da renúncia ao direito de recorrer está condicionada à aceitação da parte contrária;
b) salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido contrário, os recursos são desprovidos de efeito
suspensivo;
c) salvo os embargos de declaração, os recursos são interponíveis no prazo de dez dias;
d) observados os requisitos de admissibilidade do recurso adesivo, será ele conhecido, ainda que o principal
não o seja;

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e) o Ministério Público tem legitimidade recursal se for parte da demanda, não a tendo se atuar como fiscal
da ordem jurídica.

Comentários

A alternativa A está incorreta pois a renúncia ao direito de recorrer independe de aceitação, como previsto
no art. 999 do Código: "A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte."
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A alternativa está de acordo com o caput do art. 995
do Código de Processo Civil: "Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso."
A alternativa C está incorreta. Dispõe o art. 1.003, §5º do CPC: "Excetuados os embargos de declaração, o
prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias."
A alternativa D está incorreta. O recurso adesivo é subordinado ao recurso independente / principal, de
modo que não será conhecido caso o principal não o seja. Nos termos do art. 997, §2º e inciso III do Código:
"O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste
quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado,
ainda, o seguinte: não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível."
A alternativa E está incorreta. O art. 996 do CPC garante a legitimidade recursal ao Ministério Público para
recorrer como parte ou como fiscal da ordem jurídica: "O recurso pode ser interposto pela parte vencida,
pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica."

45. (FGV/TJ SC - 2018) Maria e Fátima foram citadas em uma demanda indenizatória proposta por João,
sob o rito comum. Após audiência de mediação, que restou infrutífera, apenas Maria constituiu
procurador, que apresentou contestação. O juiz decretou a revelia de Fátima e, finda a fase instrutória,
julgou procedente o pedido formulado por João em face de ambas as rés.
Maria, para interpor o recurso de apelação, deverá observar o prazo:
a) simples de 10 dias úteis;
b) simples de 15 dias úteis;
c) dobrado de 20 dias úteis;
d) dobrado de 30 dias úteis;
e) dobrado de 30 dias corridos.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Prevê o art. 229, §1º do Código de Processo Civil:
"Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um
deles." Logo, a apelação deverá ser interposta no prazo simples de 15 dias úteis, previsto no art. 1.003, §5º
do CPC: "Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é
de 15 (quinze) dias."
As alternativas A, C, D e E estão incorretas pois não correspondem ao tratamento legal dado ao caso
hipotético apresentado no comando da questão.

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46. (FGV/ALERO - 2018) Joana, após tomar conhecimento de que seu marido João mantinha uma
relação extraconjugal com Maria, propôs ação de separação judicial com fundamento neste fato. O pedido,
no primeiro grau, foi julgado improcedente, em razão da insuficiência de provas. Ainda no prazo recursal,
João agrediu Joana na presença de várias pessoas.
Em apelação, a autora pugnou pela reforma da sentença, não só pela infidelidade do réu, mas também pela
violência doméstica por ele perpetrada.
Nesse cenário, é correto afirmar que o tribunal
a) poderá dar provimento ao recurso sob o fundamento da violência doméstica, já que as questões de fato
não suscitadas no juízo inferior poderão sê-lo na apelação, se a parte provar que deixou de alegá-las por
motivo de força maior.
b) deverá, antes de julgar o mérito recursal, intimar a parte ré para que se manifeste sobre a violência
doméstica alegada, podendo, na sequência, dar provimento ao recurso por tal fundamento.
c) não poderá reconhecer a violência doméstica como fundamento de fato do pedido de separação, já que a
demanda se encontra objetivamente estabilizada, sob o fundamento da infidelidade conjugal.
d) deverá mandar baixar os autos ao juízo de origem, para que este se manifeste especificamente sobre a
nova causa de pedir suscitada, sob pena de se incorrer em supressão de instância.
e) não poderá reformar a sentença, sendo o caso de reconhecer o vício formal da apelação, por ensejar uma
inovação ilegal no processo, o que é vedado pelo ordenamento jurídico.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. É preciso distinguir a causa de pedir da ação quando
no 1º grau (a infidelidade conjugal) e da causa de pedir recursal (infidelidade conjugal e violência doméstica).
A "inclusão" da violência doméstica implicaria a criação de uma nova causa de pedir, não proposta no 1º
grau, dando ensejo a uma situação de supressão de instância. O STJ já teve a oportunidade de pronunciar-se
sobre o tema no AgInt. no REsp 1.169.783/60: "O fato superveniente a ser considerado pelo julgador deve
guardar pertinência com a causa de pedir e pedido constantes na inicial, não servindo de fundamento para
alterar os limites da demanda fixados após a estabilização da lide." Por todo o exposto, o Tribunal não poderá
reconhecer a violência doméstica como fundamento de fato do pedido de separação.
A alternativa A está incorreta. A alternativa parece, num primeiro instante, enquadrar-se na situação
apresentada pelo art. 1.014 do CPC: "As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior." No entanto, a
doutrina ressalva que tais questões não poderão criar uma nova causa de pedir, não proposta no juízo
inferior. Assim, o tribunal não poderá dar provimento ao recurso sob o fundamento da violência doméstica.
A alternativa B está incorreta. A violência doméstica constitui causa estranha ao mérito do recurso e, por
isso, o tribunal não poderá considerá-la quando do exame do recurso e, assim, não deverá intimar a parte ré
para que se manifeste sobre a matéria.
A alternativa D está incorreta. Não haverá a baixa dos autos (remessa dos autos ao 1º grau) ao juízo de
origem pois a violência doméstica não faz parte da causa de pedir na ação.
A alternativa E está incorreta pois o enunciado da questão não apontou nenhum vício formal na apelação.
A violência doméstica é matéria de mérito!

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47. (FGV/MPE-RJ - 2019) Em ação popular ajuizada pelo Ministério Público e julgada procedente, o juiz,
após o trânsito em julgado, proferiu decisão na fase de cumprimento de sentença contrária aos interesses
do Ministério Público, ensejando a interposição de agravo de instrumento. Por se tratar de processo físico
na origem, caberia ao representante do Ministério Público instruir o recurso com as peças obrigatórias, o
que, porém, não foi observado.
Nessa hipótese, deverá o Relator:
a) negar seguimento ao recurso, ante a ausência de um dos pressupostos de admissibilidade;
b) intimar o agravado para dizer se concorda com o julgamento sem as referidas peças;
c) oficiar o juízo de primeiro grau para fornecer cópia de eventuais documentos necessários para o
julgamento do recurso;
d) julgar o recurso, desconsiderando as informações contidas nos documentos não acostados pelo Ministério
Público;
e) antes de considerar inadmissível o recurso, o Relator concederá o prazo de 10 (dez) dias ao agravante para
sanar o vício.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O art. 1.017, §3º do Código de Processo Civil prevê
que "na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade
do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único." O art. 932,
parágrafo único, por sua vez, dispõe do seguinte modo: "Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a
documentação exigível." E o prazo de 10 dias? Trata-se da aplicação do caput do art. 180 do CPC que
estabelece que o Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos. Logo, terá
direito a 10 dias para sanar o vício.
A alternativa A está incorreta. Antes de negar seguimento ao recurso, o relator deve dar oportunidade para
que o recorrente sane o vício, como visto nos comentários acima.
A alternativa B está incorreta. Não há previsão legal de intimação do agravado para anuir ou não com o
julgamento.
A alternativa C está incorreta. Não há qualquer previsão legal nesse sentido.
A alternativa D está incorreta. A questão explicita que faltaram peças obrigatórias à formação do
instrumento, logo, não é possível desconsiderar as informações nelas contidas.

48. (FGV/TJ-AL - 2018) O recurso cabível para se impugnar decisão interlocutória proferida em
processo de execução é:
a) o agravo de instrumento;
b) o agravo retido;
c) a apelação;
d) a rescisória;
e) nenhum, pois se trata de provimento irrecorrível.

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Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1.015 do Código de Processo
Civil: "Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação
de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário."
As alternativas B, C, D e E estão incorretas.

49. (FGV/TJ-AL - 2018) Três supostos servidores do Tribunal de Justiça de Alagoas pedem em face do
Estado o pagamento de parcela estipendial que entendem devida, e que ainda não receberam, e
protestam por prova oral para comprovar seus direitos. Em resposta, o Estado afirma a ilegitimidade de
um dos autores e, no mérito, infirma a pretensão deduzida, pois a categoria funcional desses autores não
teria o direito à referida verba. Em decisão de saneamento e organização do processo, o juiz exclui o autor
do processo, que teve sua legitimidade questionada, e indefere a produção de prova oral para os demais,
por entender ser essa espécie de prova desnecessária para o julgamento da causa.
Nessa situação, é possível a interposição de:
a) agravo de instrumento contra a decisão de exclusão do litisconsorte e do indeferimento da prova oral;
b) agravo de instrumento contra a decisão de exclusão do litisconsorte e pedido de esclarecimentos em
relação ao indeferimento da prova oral;
c) apelação contra a decisão de exclusão do litisconsorte e agravo de instrumento contra a decisão que
indeferiu a prova oral;
d) apelação contra decisão de exclusão do litisconsorte e pedido de esclarecimentos em relação ao
indeferimento da prova;
e) apelação contra a decisão de exclusão do litisconsorte e contra a decisão que indeferiu a prova oral.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Prevê o art. 1.015, VI que "cabe agravo de instrumento
contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: exclusão de litisconsorte". O art. 357, §1º, por sua vez,
fundamenta o pedido de esclarecimentos sobre o indeferimento da prova oral: "Realizado o saneamento, as
partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o
qual a decisão se torna estável."
As alternativas A, C, D e E estão incorretas pois não apresentam o correto tratamento legal cabível.

50. (FGV/TJ AL - 2018) Tendo sido formulados na petição inicial dois pedidos, o juiz, após encerrada a
fase postulatória, pronunciou, quanto a um deles, a prescrição do direito subjetivo afirmado pelo autor,
designando audiência de instrução e julgamento em relação ao outro pedido.
Esse capítulo da decisão é impugnável por:
a) apelação;
b) mandado de segurança;
c) agravo de instrumento;
d) agravo interno;

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e) nenhum recurso, pois se trata de matéria irrecorrível antes da sentença.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O art. 356 do Código de Processo Civil trata da decisão
parcial de mérito e apresenta, no §5º, o recurso cabível contra a decisão proferida nessa situação:

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados
ou parcela deles:

I - mostrar-se incontroverso;

II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.

§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.

51. (FGV/MPE RJ - 2018) O juiz, na fase de saneamento e organização de um processo, no qual figuram
três empresas particulares, uma no polo ativo, e as outras duas, no passivo, reconhece a ilegitimidade
passiva de uma destas, que tinha sido arguida em defesa, e determina o prosseguimento do feito apenas
em relação à ré que permaneceu no processo.
Inconformada com a referida decisão judicial, pode a autora:
a) interpor agravo de instrumento no prazo de 15 dias;
b) interpor agravo de instrumento no prazo de 30 dias;
c) interpor apelação no prazo de 15 dias;
d) interpor apelação no prazo de 30 dias;
e) aguardar a prolação da sentença para então apelar da decisão interlocutória anterior.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A exclusão de litisconsorte é impugnável por agravo
de instrumento (art. 1.015, VII do Código de Processo Civil) a ser interposto no prazo de 15 dias, como prevê
o art. 1.003, §5º:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

VII - exclusão de litisconsorte;

Art. 1.003. §5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e
para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

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52. (FGV/MPE AL - 2018) Quanto ao cabimento do agravo de instrumento no Código de Processo Civil,
não cabe agravo de instrumento em face da decisão interlocutória no processo de conhecimento que
versar sobre
a) indeferimento de meio de prova.
b) admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros.
c) tutela provisória.
d) mérito do processo.
e) exibição ou posse de documento ou coisa.

Comentários

A alternativa A está correta pois apresenta uma hipótese não abarcada pelo agravo de instrumento no art.
1.015 do Código de Processo Civil:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

I - tutelas provisórias; [alternativa C]

II - mérito do processo; [alternativa D]

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa; [alternativa E]

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; [alternativa B]

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

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Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

53. (FGV/MPE-RJ - 2019) Em ação coletiva proposta pelo Ministério Público, a sentença julgou
improcedente o pedido e o tribunal confirmou a decisão. Opostos embargos de declaração, estes foram
rejeitados pelo colegiado. Nesse momento, o representante do Ministério Público detectou que outro
tribunal do país decidiu a questão de direito de forma distinta, atribuindo interpretação divergente ao
mesmo dispositivo de lei federal.
Nessa hipótese, será cabível:
a) recurso extraordinário, com repercussão geral presumida, por se tratar de ação coletiva ajuizada pelo
Ministério Público;
b) incidente de resolução de demandas repetitivas direcionado ao STJ, com a finalidade de uniformizar o
entendimento divergente dos tribunais locais;
c) embargos de divergência direcionado ao STJ, com a finalidade de uniformizar o entendimento divergente
dos tribunais locais;
d) recurso especial, fundado em dissídio jurisprudencial, devendo o representante do Ministério Público
comprovar a divergência, além de mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos
confrontados;
e) incidente de assunção de competência.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O fundamento da alternativa encontra-se no art. 105,
III, "c" da Constituição Federal:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

A alternativa A está incorreta. O Recurso Extraordinário (art. 102 da CF) seria cabível, dentre outras
hipóteses, se a decisão recorrida contrariasse dispositivo da Constituição.
A alternativa B está incorreta. O IRDR - Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (art. 978) exige a
multiplicidade de ações. O enunciado deixa claro que só existem duas.

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A alternativa C está incorreta. Os embargos de divergência (art. 1.043, CPC) destinam-se a evitar divergência
interna no próprio STF ou STJ. Como visto no enunciado da questão, o processo ainda não chegou ao STJ.
A alternativa E está incorreta. O IAC, como previsto no art. 947 do CPC, "é admissível a assunção de
competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência
originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos
processos". Em instante algum o enunciado fez menção à relevante questão de direito com grande
repercussão social.

54. (FGV/MPE AL - 2018) O Tribunal de Justiça negou provimento aos recursos interpostos pelo
Ministério Público em ação civil pública ajuizada pela Instituição, o que resultou na improcedência do
pedido formulado. No entender do Ministério Público, o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça negou
vigência a lei federal.
Para o caso, se preenchidos os demais requisitos exigidos, é cabível a interposição de recurso
a) extraordinário, a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
b) extraordinário, a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
c) especial, a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
d) ordinário, a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
e) especial, a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 105, III, "a" da Constituição
Federal:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

As alternativas A, B, D e E estão incorretas pois não correspondem ao recurso cabível e ao órgão competente
para seu processamento e julgamento.

55. (FGV/TJ-RS - 2020) Ao tornar contato, no dia 4 de novembro de 2019 (segunda-feira), com a petição
inicial de certa demanda, o magistrado não só procedeu ao juízo positivo de sua admissibilidade como
também deferiu, inaudita altera parte, a medida liminar requerida pelo autor. Ordenada a citação do réu,
por oficial de justiça, tal diligência foi efetivada em 7 de novembro de 2019 (quinta-feira), procedendo-se
a juntada do correspondente mandado em 18 de novembro de 2019 (segunda-feira).

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Entendendo que a decisão concessiva da liminar padecia de obscuridade, o réu optou por manejar embargos
de declaração, a fim de vê-la aclarada.
Partindo-se da premissa de que existiram dias feriados ou pontos facultativos, o termo final do prazo para
interposição dos declaratórios foi um dia:
a) 11 de novembro de 2019;
b) 14 de novembro de 2019;
c) 25 de novembro de 2019;
d) 29 de novembro de 2019;
e) 9 de dezembro de 2019.

Comentários

Vejamos as datas:
4/11/2019 (segunda) – admissibilidade pelo juízo e decisão interlocutória;
7/11/2019 (quinta) – citação do réu;
18/11/2019 (segunda) – juntada do mandado
Qual o termo do prazo para embargos de declaração (5 dias)?
18/11 (segunda) – começo do prazo
19/11 (terça) – 1º dia
20/11 (quarta) – 2º dia
21/11 (quinta) – 3º dia
22/11 (sexta) – 4º dia
23 e 24/11 (sábado e domingo) – suspensão
25/11 (segunda) – 5º dia
Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

56. (FGV/TJ-RS - 2020) Tendo sido ajuizada demanda em que se pedia a condenação do réu ao
pagamento de obrigação contratual no montante de cem mil reais, O juiz da causa, depois de concluída a
instrução, acolheu em parte o pedido do autor, condenando o demandado a lhe pagar a importância de
oitenta mil reais.
Inconformado, o réu interpôs apelação, pugnando pela reforma integral do julgado, ao passo que o
demandante não recorreu. Todavia, ao ser intimado para ofertar contrarrazões recursais, o autor, no prazo
de que dispunha para tanto, optou por também aviar a apelação, na modalidade adesiva, em que requeria
ao tribunal o acolhimento integral de seu pleito, isto é, a condenação do réu ao pagamento do débito de
cem mil reais.
Levando-se em conta que, após a interposição do recurso adesivo pela parte autora, o réu desistiu de seu
apelo, e que os elementos de prova carreados aos autos demonstravam que o débito do devedor era mesmo
de cem mil reais, o Tribunal deverá:

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a) deixar de conhecer de ambos os recursos;


b) conhecer de amos os recursos, negando-lhes provimento;
c) conhecer de ambos os recursos, dando provimento ao do autor, mas negando provimento ao do réu;
d) conhecer do recurso do autor, dando-lhe provimento, mas deixando de conhecer do recurso do réu;
e) conhecer do recurso do autor, negando-lhe provimento, mas deixando de conhecer do recurso do réu.

Comentários

No caso em tela houve desistência do recurso principal, o que acarreta o não conhecimento do recurso
adesivo. Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 997, §2º, III, do
CPC/15:

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível.

57. (FGV/TJ-RS - 2020) Quanto ao agravo de instrumento, é correto afirmar que:


a) O recurso manejável perante o juízo a quo, que, sem exercer o controle de admissibilidade, o encaminhará
ao tribunal;
b) É cabível para impugnar decisões interlocutórias proferidas na fase de cumprimento de sentença;
c) Interponível no prazo de 10 (dez) dias, a contar da intimação da decisão interlocutória;
d) O seu desfecho, por votação não unânime que confirme a decisão, enseja a técnica do julgamento
complementar;
e) É cabível para impugnar decisão indeferitória da gratuidade de justiça, ainda que este tema conste em
tópico da sentença.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o agravo é proposto diretamente no Tribunal. Vejamos o art. 1.016, do
CPC:

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por
meio de petição com os seguintes requisitos:

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois cabe agravo no cumprimento de sentença, nos
termos o parágrafo único do art. 1.015:

Art. 1.015

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

A alternativa C está incorreta, pois o prazo é de 15 dias, tendo em vista o art. 1.003, §5º, do CPC:

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§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

A alternativa D está incorreta. A técnica de julgamento estendido para acórdãos não unânimes prevista no
art. 942 do CPC, aplica-se á apelação e não ao agravo de instrumento.
A alternativa E está incorreta. Não obstante o art. 1.015, V, preveja a recorribilidade por agravo de
instrumento de decisões interlocutórias que versem sobre rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou do
acolhimento do pedido de sua revogação, a hipótese trata na questão diz respeito à decisão proferida em
tópico de sentença e não em decisão interlocutória. Em razão disso, por se tratar de sentença, cabe apelação.

58. (FGV/DPE-RJ - 2019) No que concerne à apelação, é correto afirmar que:


a) é o recurso cabível para impugnar sentenças e decisões interlocutórias de mérito;
b) caso não se observe pelo menos um de seus requisitos de admissibilidade, o juízo a quo poderá deixar de
recebê-la;
c) em regra, é espécie recursal desprovida de efeito suspensivo;
d) é insuscetível de interposição na modalidade adesiva, caso haja sucumbência recíproca;
e) inserem-se no seu efeito devolutivo todos os fundamentos do pedido, ainda que o juiz tenha acolhido
apenas um deles.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A apelação é o recurso cabível para impugnar sentenças. É o que dispõe o art.
1.009, caput, do CPC/15:

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

A alternativa B está incorreta. Na apelação o juízo a quo não exerce juízo de admissibilidade.

A alternativa C está incorreta. Em regra, a apelação é dotada de efeito suspensivo, conforme prevê o art.
1.012, caput, da Lei nº 13.105/15:

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

A alternativa D está incorreta. Ao contrário do que se afirma, é suscetível de interposição na modalidade


adesiva, caso haja sucumbência recíproca. Vejamos o que estabelece o art. 997, §2º, II, da referida Lei:

§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1.013, caput, do CPC, o efeito
devolutivo transfere ao tribunal o conhecimento das matérias que já tenham sido impugnadas.

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Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

Além disso, com base no §2º, quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher
apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

59. (FGV/DPE-RJ - 2019) No tocante aos recursos, é correto afirmar que:


(A) visam à invalidação, reforma, esclarecimento ou integração do pronunciamento jurisdicional impugnado;
(B) a sua interposição rende ensejo a instauração de um novo processo;
(C) são interponíveis pelas partes e por terceiros prejudicados, mas não pelo Parquet como fiscal da ordem
jurídica;
(D) devem ser interpostos, como regra geral, no prazo de 20 dias;
(E) a sua desistência, pelo recorrente, só é eficaz caso haja a concordância do recorrido.

Comentários

Vejamos cada uma das alternativas.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O recurso é um remédio voluntário e idôneo, apto a
ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, a integração ou o esclarecimento da decisão
judicial que se impugna.

A alternativa B está incorreta. O recurso é julgado no mesmo procedimento, não dá ensejo à formação de
um novo.

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 996, do CPC, o recurso pode ser interposto “pelo Ministério
Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica”.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 1.003, § 5º, do CPC, e excetuados os embargos de declaração,
o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 dias.

Por fim, incorreta a alternativas E, vez que, conforme, o art. 999, CPC, a renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte.

60. (FGV/TJ-SC - 2018) Acolhendo o pedido de ressarcimento de danos materiais e reparatório de danos
morais, em razão de lesões incapacitantes sofridas pelo autor em acidente de trânsito provocado por culpa
do demandado, o juiz, em tópico autônomo da sentença, deferiu a tutela antecipada requerida na petição
inicial, para determinar ao réu que, imediatamente, arcasse com o pensionamento mensal em favor do
demandante.
Esse capítulo do ato decisório é:
(A) impugnável em apelação;
(B) impugnável em agravo de instrumento;
(C) impugnável em recurso extraordinário;

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(D) impugnável em agravo interno;


(E) irrecorrível.

Comentários

A questão é bem direta e cobra do aluno conhecimentos acerca da apelação. A tutela provisória, apesar do
que indica o nome, pode ser concedida na sentença, prolatada com cognição exauriente, sendo o que se
depreende, por exemplo, do art. 1.012, § 1º, V. Confiram:

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação a sentença que:
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

Nesses casos, como sabemos, ao invés de ser impugnável por meio de agravo de instrumento (art. 1.015, I,
do CPC), a tutela provisória o será por meio de apelação, já que estamos falando do recurso que se opõe a
sentença (art. 1.009, do CPC).

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Diante disso, nosso gabarito só pode ser a alternativa A.

As demais alternativas, apresentam recursos incompatíveis com a decisão a ser impugnada.

61. (FGV/TJ-SC - 2018) Pedro ajuizou ação indenizatória em face de sociedade de economia mista
estadual, pleiteando a condenação desta de pagar verba correspondente a mil salários mínimos. Finda a
fase instrutória, o juiz julgou parcialmente procedente o pedido, condenando a ré a pagar ao autor a verba
equivalente a setecentos salários mínimos. Inconformada, a sociedade de economia mista interpôs
recurso de apelação, pugnando pela reforma integral do julgado, vindo Pedro a fazer o mesmo, embora
por meio de apelo adesivo, em que postulou a majoração da verba indenizatória. Ocorre que, na
sequência, a ré desistiu de sua apelação.
Nesse contexto:
a) O recurso da ré não deverá ser conhecido, embora deva sê-lo o de Pedro;
b) O recurso de Pedro não deverá ser conhecido, embora deva sê-lo o da ré;
c) ambos os recursos deverão ser conhecidos;
d) nenhum dos recursos deverá ser conhecido, operando-se o imediato trânsito em julgado da sentença;
e) nenhum dos recursos deverá ser conhecido, impondo-se a subida dos autos ao tribunal, mercê do reexame
necessário.

Comentários

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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Se houver desistência do recurso principal ou se for
ele considerado inadmissível, o recurso não será conhecido. É o que dispõe o §2º, do art. 997, do CPC:

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível.

62. (FGV/TJ-SC - 2018) João propôs uma demanda indenizatória em face da José, cumulando os pedidos
de ressarcimento de dano material de dez mil reais e reparação de dano moral de cinquenta mil reais.
Após a audiência de conciliação infrutífera, José reconheceu a procedência do pedido de ressarcimento de
dano material, pois realmente causou prejuízo afirmado por João. Todavia, entendeu que não assistia
direito a qualquer reparação de dano moral. Nesse sentido, protestou pela produção de prova oral para
provar suas alegações. O juiz, em julgamento antecipado parcial do mérito, julgou procedente o referido
pedido de dano material, uma vez que este se mostrou incontroverso, e determinou a produção de prova
oral em relação ao pedido de reparação de dano moral alegado.
Nesse cenário, é correto afirmar que:
a) a cumulação de pedidos no caso é sucessiva, uma vez que é lícita e não há vínculo prejudicial entre os
pedidos;
b) a decisão que reconheceu o dano material não é impugnável imediatamente, devendo-se aguardar a
decisão final de mérito;
c) a decisão em relação ao dano material é impugnável por relação, já que se trata de resolução do mérito
deste pedido;
d) é possível o enfrentamento do mérito integral, podendo ser concedida a antecipação da tutela do pedido
referido de dano material;
e) a decisão que julgou procedente o pedido de ressarcimento de dano material é impugnável por agravo
de instrumento, no prazo de 15 dias úteis.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois trata-se de cumulação simples.

A alternativa B está incorreta. A decisão que reconheceu o dano material é impugnável por agravo de
instrumento, nos termos do art. 356, §5º, do CPC.

A alternativa C está incorreta. Não cabe apelação, pois não há encerramento da fase de cognição.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 356, I, do CPC, o juiz decidirá parcialmente o mérito
quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 356, §5º, combinado com o art.
1.015, II, da Lei nº 13.105/15:

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Art. 356.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
II - mérito do processo;

63. (FGV/ALERJ - 2017) Diante da disciplina recursal estabelecida na Lei nº 13.105/2015, é correto
afirmar que:
a) foi mantida a possibilidade de sustentação oral na sessão de julgamento do recurso de apelação, apenas
aumentando o prazo de quinze para vinte minutos para cada expositor;
b) é cabível a sustentação oral no julgamento de agravo interno interposto contra a decisão monocrática do
relator que indefere a petição inicial de ação rescisória;
c) para o prosseguimento no julgamento da apelação, consoante a técnica prevista no artigo 942, é
necessário que o voto majoritário na divergência esteja em sentido oposto à tese adotada na sentença;
d) a sentença proferida na primeira fase da ação de exigir contas produz efeitos logo após a sua publicação,
pois a respectiva apelação não tem efeito suspensivo;
e) continua sendo cabível a interposição de recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça no julgamento
de mérito de mandado de segurança da competência originária do Tribunal de Justiça, quando a ordem for
concedida.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Com base no art. 937, I, do CPC, o prazo continua de 15 minutos para cada
um.

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze)
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos
termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;

A alternativa B é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 937, VI, combinado com o §3º, da Lei
nº 13.105/15:

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze)
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos
termos da parte final do caput do art. 1.021:
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação
oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.

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A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 942, da referida Lei, é exigido apenas que o julgamento
seja não unânime.

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

A alternativa D está incorreta. Segundo a doutrina, o pronunciamento que julga a primeira fase da ação de
exigir contas, reconhecendo o dever de prestá-las, tem natureza de decisão interlocutória, sendo, por isso,
impugnável por agravo de instrumento.

A alternativa E está incorreta. Nos termos do art. 1.027, II, “a”, do CPC, o recurso ordinário para o Superior
Tribunal de Justiça somente terá cabimento quando a decisão denegar a segurança, e não quando concedê-
la.

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:


II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais
federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

64. (FGV/COMPESA - 2016) A respeito dos processos nos tribunais e os meios de impugnação das
decisões judiciais, assinale a afirmativa incorreta.
a) O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da
ordem jurídica e pelo terceiro prejudicado, cabendo a este demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a
relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir
em juízo como substituto processual.
b) A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer e considera-se aceitação tácita
a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.
c) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
d) Cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
e) Contra decisão monocrática proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, não podendo o relator se retratar.

Comentários

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A alternativa A está correta, com base no art. 996, do CPC. O recurso poderá ser interposto tanto pela parte
vencida quanto pelo MP e pelo terceiro prejudicado. Note que, quanto ao terceiro, é necessária a
demonstração de que é titular de direito atingido pela decisão.

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e
pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a
relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou
que possa discutir em juízo como substituto processual.

A alternativa B está correta, segundo o art. 1.000. A aceitação da decisão impede o recurso. Para considerar
que a decisão foi aceita pela parte é necessário que tenha praticado um ato incompatível com o desejo de
recorrer. Por exemplo, se a parte paga o que é determinado em sentença não poderá recorrer, pois houve
aceitação da decisão.

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato
incompatível com a vontade de recorrer.

A alternativa C está correta, conforme prevê o art. 1.009, §1º. As questões das quais cabe agravo de
instrumento não sofrem preclusão, podendo ser suscitadas em recurso de apelação. Isso significa dizer que,
se a parte não quiser, por qualquer razão, impugnar decisão com o recurso de agravo de instrumento, ainda
poderá impugná-la em apelação.

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

A alternativa D está correta, pois reproduz o parágrafo único, do art. 1.015.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1.021, §2º, a possibilidade de
retratação do relator é admitida.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator
levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

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65. (FGV/MPE-RJ - 2016) Em iniciativa conjunta com a própria criança, o Ministério Público, por meio
do órgão de execução dotado de atribuição, ajuizou ação de investigação de paternidade em face do
suposto pai. Entendendo pela desnecessidade da atuação do Parquet como órgão agente, determinou o
juiz da causa a sua exclusão do polo ativo, para nele manter apenas o menor. De acordo com a disciplina
processual vigente, tal decisão é:
a) insuscetível de impugnação por qualquer via recursal típica ou mandado de segurança;
b) irrecorrível, embora impugnável por mandado de segurança;
c) impugnável por recurso de apelação;
d) impugnável por recurso de agravo de instrumento;
e) impugnável por recurso de agravo retido.

Comentários

É classificada como decisão interlocutória a decisão judicial que determinou a exclusão do órgão do
Ministério Público do polo ativo da ação, a qual é impugnável por meio do recurso de agravo de instrumento.
Nesse caso, o Ministério Público é tido como litisconsorte. Vejamos o art. 1.015, VII, do CPC:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
VII - exclusão de litisconsorte;

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

66. (FGV/MPE-RJ - 2016) Segundo a legislação vigente, a apelação é dotada de efeito suspensivo caso
seja interposta contra sentença que:
a) rescindir contrato de compra e venda em que figure incapaz;
b) condenar o réu a pagar alimentos;
c) confirmar tutela provisória concedida liminarmente;
d) decretar a interdição;
e) extinguir, sem resolução do mérito, embargos do executado.

Comentários

O recurso de apelação é recebido com efeito suspensivo. As exceções, nas quais o recurso deve ser recebido
somente no efeito devolutivo, estão previstas no §1º, do art. 1.012, do CPC.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;

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II - condena a pagar alimentos;


III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.

Dessa forma, a apelação é dotada de efeito suspensivo caso seja interposta contra sentença que rescindir
contrato de compra e venda em que figure incapaz. Observe que essa é a única das alternativas que não se
enquadra em uma das hipóteses do § 1º, do dispositivo citado.

Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

67. (FGV/TJ-PI - 2015) No que tange ao tema dos recursos no processo civil, é correto afirmar que:
a) o terceiro prejudicado deve interpor o recurso cabível em face do ato judicial ainda que fora do prazo
legalmente previsto;
b) o recurso adesivo é admissível na apelação, no agravo e nos embargos infringentes;
c) não é possível a desistência do recurso, sem a anuência do recorrido, após o juízo positivo de
admissibilidade;
d) o recurso interposto por um dos devedores solidários aproveitará aos outros, quando as defesas opostas
ao credor lhes forem comuns;
e) uma vez praticado ato incompatível com a vontade de recorrer, com ou sem reserva, considera-se aceita
tacitamente a sentença ou decisão.

Comentários

A alternativa A está incorreta, em razão da previsão na parte final. O terceiro prejudicado tem legitimidade
para recorrer, desde que observe os prazos legais.

A alternativa B está incorreta. O recurso adesivo é admissível na apelação, no recurso extraordinário e no


recurso especial. Vejamos o art. 997, §2º, II, do CPC. Lembre-se de que o recurso de embargos infringentes
não está mais previsto no CPC.

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 998, o recorrente poderá desistir do recurso, a qualquer
tempo, sem a anuência do recorrido.

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, com base no parágrafo único, do art. 1.005.

Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor


aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

A alternativa E está incorreta. Segundo o parágrafo único, do art. 1.000, uma vez praticado ato incompatível
com a vontade de recorrer, considera-se aceita tacitamente a decisão.

Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato
incompatível com a vontade de recorrer.

68. (FGV/TJ-RJ - 2014) Quanto ao recurso interposto sob a forma adesiva, é INCORRETO afirmar que:
a) é cabível na apelação, no recurso especial e no recurso extraordinário;
b) pressupõe a ocorrência de sucumbência recíproca entre as partes litigantes;
c) o seu conhecimento depende do cumprimento dos requisitos de admissibilidade próprios e, também, dos
do recurso principal, ao qual está subordinado;
d) é interponível no prazo de que se dispõe para a apresentação das contrarrazões ao recurso principal;
e) é isento de preparo.

Comentários

A alternativa A está correta. De acordo com o art. 997, § 2º, inciso II, do CPC, o recurso adesivo é cabível na
apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial.

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

A alternativa B está correta. Cada parte pode interpor seu recurso ou aderir ao recurso da outra parte. Para
propor o recurso original ou o recurso adesivo, é pressuposto que a parte tenha sucumbido em algum ponto.
Veja o art. 997, § 1º.

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância
das exigências legais.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o
outro.

A alternativa C está correta. Apesar de ter requisitos próprios de admissibilidade, o recurso adesivo está
condicionado, em certa medida, ao recurso principal, conforme se depreende do art. 997, § 2º:

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

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I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo
de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele
considerado inadmissível.

A alternativa D está correta, conforme o art. 997, § 2º, inciso I, acima citado.

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. Ao recurso adesivo são aplicáveis as mesmas regras
do recurso principal, portanto, será aplicável o art. 1.007 que trata do preparo. Desse modo, é incorreto dizer
que o recurso adesivo é isento de preparo.

69. (FGV/TJ-RO - 2015) Servidor público, inconformado com sentença que julgou improcedente o
pedido de cobrança de vantagens pecuniárias que havia formulado contra o estado, interpôs recurso de
apelação. Em decisão monocrática, o Desembargador a quem coube a relatoria do recurso, reputando-o
manifestamente improcedente, negou-lhe seguimento, tendo, para tanto, adotado um entendimento
frontalmente contrário a uma norma da Constituição da República. Para impugnar essa decisão, deverá a
parte autora manejar:
a) mandado de segurança;
b) recurso extraordinário;
c) recurso especial;
d) recurso ordinário-constitucional;
e) agravo interno.

Comentários

Com base no art. 1.021, do CPC, contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

70. (FGV/TJ-RO - 2015) Carlos propôs ação de cobrança da quantia de cem mil reais em face dos dois
devedores, João e Pedro, que, depois de validamente citados, ofertaram as respectivas contestações,
subscritas por advogados vinculados a escritórios distintos. Finda a instrução probatória, o juiz acolheu em
parte o pedido, condenando os réus a pagarem ao autor a quantia de cinquenta mil reais. Transcorridos
vinte e cinco dias após a intimação da sentença, cada réu protocolizou o respectivo recurso de apelação,
tendo, ambos, pleiteado a reforma do julgado para que se julgasse improcedente o pedido. Após o
recebimento, pelo juízo a quo, dos dois apelos, o autor apresentou contrarrazões recursais tempestivas,
além de ter protocolizado, na mesma data, apelo adesivo, em que pugnou pela reforma parcial da
sentença, a fim de que a verba fosse majorada para o montante especificado na inicial.

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Partindo-se do pressuposto de que todos os recursos são formalmente regulares e tiveram os respectivos
preparos corretamente efetuados, deverá o órgão ad quem:
a) conhecer de todos os apelos, principais e adesivo, por presentes os respectivos requisitos de
admissibilidade, para julgar, na sequência, o mérito de cada uma das pretensões recursais;
b) conhecer dos apelos dos réus, já que presentes os respectivos requisitos de admissibilidade, mas não
conhecer do apelo do autor, por não ter sido objeto de reiteração expressa por ocasião da sessão de
julgamento;
c) não conhecer dos apelos dos réus, já que intempestivos, mas conhecer do apelo do autor, eis que
presentes os respectivos requisitos de admissibilidade;
d) não conhecer dos apelos dos réus, já que intempestivos, e nem do do autor, pois a apreciação do recurso
adesivo depende da do principal, dado o vínculo de subordinação que liga aquele a este;
e) não conhecer dos apelos dos réus, já que intempestivos, mas conhecer do apelo do autor, já que a
sentença de primeiro grau deverá ser reavaliada por força do duplo grau de jurisdição obrigatório.

Comentários

O recuso adesivo é um instrumento utilizado quando há sucumbência recíproca, para assegurar à parte, que
não queria recorrer, o direito de interpor seu recurso, quando é surpreendida com a intimação para contra-
arrazoar o recurso interposto, no fim do prazo para recorrer, pela outra parte. Vejamos o que dispõe o §2º,
do art. 997, do CPC:

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo
de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível.

Além disso, com base no art. 229, do CPC, se forem advogados de réus diversos, de escritórios diversos e só
um apresentar defesa, o prazo é simples. E não se aplica prazo em dobro em processos eletrônicos.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de


advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em
qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida
defesa por apenas um deles.
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

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71. (FGV/TCE-RJ - 2015) Júlio ajuizou ação indenizatória em face de X Serviços Online Ltda., motivado
por alegado uso de perfil falso em rede social administrada pela ré, que foi mantido mesmo após diversos
contatos do internauta solicitando a remoção da página. Em sua resposta, a ré sustentou ilegitimidade
passiva e ausência de dever de monitorar o conteúdo disponibilizado pelos usuários, não havendo ilícito
a ensejar reparação. O juízo julgou procedente o pedido. A ré interpôs o recurso cabível objetivando a
reforma da sentença; o autor ingressou com recurso adesivo pleiteando a majoração dos danos morais.
A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar que o recurso adesivo de Júlio é cabível:
a) bem como pode ser utilizado pela parte parcialmente vencida em qualquer das modalidades recursais
previstas em lei, haja vista ser medida processual suplementar;
b) mas somente pode ser conhecido em caso de provimento no recurso principal, ao qual está em condição
expressa de subordinação;
c) e mesmo que o recurso principal seja inadmitido por deserção, mas só neste caso, a manifestação de Júlio
poderá ainda assim ser apreciada pelo órgão ad quem;
d) mas, para desistir do recurso adesivo já interposto, Júlio necessitará de anuência do recorrido;
e) mas não poderá ser conhecido caso a ré, primeira recorrente, desista do recurso principal interposto.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 997, §2º, II, do CPC, o recurso adesivo será admissível
na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial.

A alternativa B está incorreta. O art. 997, caput, da Lei nº 13.105/15, estabelece que cada parte interporá o
recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 997, §2º, III, da referida Lei, o recurso adesivo não será
conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 998, do CPC, o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a
anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.

Portanto, a alternativa E é correta e gabarito da questão.

72. (FGV/DPE-RO - 2015) Determinado Defensor Público, irresignado com certa decisão proferida em
última instância, considerou a possibilidade de interposição de recurso extraordinário. Esse recurso é
cabível caso a decisão:
a) diga respeito ao processamento de precatórios;
b) tenha deferido medida liminar;
c) contrarie tratado ou lei federal;
d) julgue válida lei local contestada em face de lei federal;
e) julgue válido ato de governo local contestado em face de lei federal.

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Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com a súmula nº 733, do STF, não cabe recurso extraordinário
contra decisão proferida no processamento de precatórios.

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 735, do STF, não cabe recurso extraordinário contra acórdão
que defere medida liminar.

A alternativa C está incorreta. Só é cabível o RE se o Tratado ou Lei Federal for julgado inconstitucional.

A alternativa D é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 102, III, “d”, da CF/88:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

A alternativa E está incorreta. Somente quando o ato de governo local afrontar a Constituição Federal, e não
lei federal, será cabível o RE.

73. (FGV/DPE-RO - 2015) Nos autos de uma ação indenizatória, o juiz da causa proferiu sentença em
que julgava procedente o pleito autoral. Inconformado, o réu interpôs o recurso cabível, ao qual o órgão
ad quem, por maioria de votos, deu provimento, para reconhecer o vício da carência de ação, diante da
ilegitimidade ativa ad causam. Para fins de impugnação deste acórdão, será cabível, em tese:
a) o agravo interno;
b) o mandado de segurança;
c) o recurso especial;
d) o recurso ordinário-constitucional;
e) o recurso de embargos infringentes.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o recurso de agravo interno tem cabimento em face da decisão
monocrática do relator e não em face da decisão proferida pela turma do tribunal.

A alternativa B está incorreta. Como sucedâneo recursal, a ação de mandado de segurança tem cabimento
apenas em casos de decisões teratológicas em face das quais a lei processual não indica nenhum meio de
impugnação, isso quer dizer, de nenhum tipo de recurso.

A alternativa C é correta e gabarito da questão. É possível vislumbrar a interposição de recurso especial se


verificada uma das hipóteses estabelecidas no art. 105, III, da CF/88:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

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III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

A alternativa D está incorreta. Vejamos as hipóteses de cabimento do recurso ordinário-constitucional, de


competência do STF, previstas no art. 102, II, da CF:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção
decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;

Agora, vejamos as hipóteses de cabimento do recurso ordinário-constitucional, de competência do STJ,


previstas no art. 105, II, da CF:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um
lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

Conforme se nota, essas hipóteses não se enquadram dentre o caso trazido pela questão, de reforma da
sentença judicial, por maioria de votos, pelo Tribunal de Justiça.

A alternativa E está incorreta. Segundo o STJ, não admite-se embargos infringentes na hipótese em que o
Tribunal reforma, por maioria, sentença de mérito, mas no julgamento do recurso extingue a ação sem
resolução de mérito.

74. (FGV/TJ-BA - 2015) Pedro interpôs agravo de instrumento em face da decisão que indeferiu o seu
pedido de produção de prova pericial. Pedro, no entanto, não juntou nos autos principais cópia da petição
do recurso, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
Nesse caso, o relator do agravo de instrumento no tribunal pode:

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a) determinar a conversão do agravo de instrumento em agravo retido;


b) julgar improcedente o recurso, por descumprimento de dispositivo legal;
c) inadmitir o recurso, caso exista certidão que comprove a citada omissão;
d) inadmitir o recurso, caso o agravado alegue e comprove a citada omissão;
e) determinar a intimação do agravado para cumprir a disposição legal.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A inadmissão do recurso depende de o agravado


alegar o descumprimento do art. 1.018 pelo agravante. Caso contrário, o tribunal poderá julgar normalmente
o agravo de instrumento.

Vejamos o que prevê o art. 1.018, do CPC:

Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da
petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos
documentos que instruíram o recurso.
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará
prejudicado o agravo de instrumento.
§ 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput,
no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3o O descumprimento da exigência de que trata o § 2o, desde que arguido e provado pelo
agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.

75. (FGV/TJ-BA - 2015) A teoria da causa madura recursal permite:


a) ao juiz o julgamento liminar de improcedência, caso existam precedentes proferidos naquele juízo
contrários à tese jurídica deduzida na petição inicial;
b) ao juiz não receber o recurso de apelação interposto em face de sentença proferida em conformidade
com súmula do Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça;
c) ao tribunal que, em sede de apelação, reformar sentença terminativa, avançar ao mérito da causa, se ele
estiver em condições de imediato julgamento;
d) ao tribunal assumir a competência para julgamento de uma causa em curso perante um de seus órgãos
fracionários, quando tratar de relevante questão de direito;
e) ao tribunal determinar a realização ou renovação do ato processual, constatando a ocorrência de nulidade
sanável, desde que intimadas as partes.

Comentários

O art. 1.013, §3º, I, do CPC, estabelece que na causa que estiver em condições de imediato julgamento, o
tribunal deve decidir desde logo o mérito quando reformar sentença fundada em julgamento sem resolução
do mérito.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

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§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir


desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;

Conforme se nota, se mantém a possibilidade de julgamento do mérito diretamente pelo Tribunal. Tal
hipótese será possível sempre que a causa estiver em condições de imediato julgamento.

Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

76. (FGV/TJ-BA - 2015) O relator de um recurso em tramitação no tribunal pode julgá-lo


monocraticamente improcedente quando:
a) a causa versar sobre direito indisponível e estiver em condições de imediato julgamento;
b) verificar que a celeridade processual recomenda a adoção de tal medida;
c) o recurso não estiver devidamente preparado ou for manifestamente intempestivo;
d) a decisão recorrida estiver em consonância com a jurisprudência consolidada sobre o tema debatido;
e) o tema debatido estiver afetado ao Plenário do Supremo Tribunal Federal para análise da repercussão
geral.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 1.011, I, combinado com o art. 932, III a V, ambos do CPC:

Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o


relator:
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;
Art. 932. Incumbe ao relator:
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a
decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;

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c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

77. (FGV/TJ-RJ - 2014) Sobre os embargos de declaração, é INCORRETO afirmar que:


a) têm por finalidade primordial o aclaramento ou a integração da decisão judicial;
b) devem ser interpostos no prazo de cinco dias;
c) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, por qualquer das partes;
d) podem dar azo à aplicação de multa, caso o órgão jurisdicional os reconheça como manifestamente
protelatórios;
e) não estão sujeitos a preparo.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 1.022, do CPC:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;
III - corrigir erro material.

Conforme se nota, os embargos de declaração têm por finalidade o seu aclaramento ou integração.

A alternativa B está correta, com base no art. 1.023, da Lei nº 13.105/15:

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao
juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a
preparo.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1.026, caput, da referida Lei,
a oposição de embargos de declaração interrompe, e não suspende, o prazo para a interposição de outros
recursos.

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o


prazo para a interposição de recurso.

A alternativa D está correta, nos termos do §2º, do art. 1.026, do CPC:

§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal,


em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

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A alternativa E está correta. O art. 1.023, da Lei nº 13.105, acima mencionado, estabelece que os embargos
de declaração não estão sujeitos a preparo.

78. (FGV/TJ-RJ - 2014) Caio propôs ação de indenização em face do Estado do Rio de Janeiro, pleiteando
a condenação deste a lhe pagar verba reparatória de danos morais no valor de duzentos mil reais. Acolhido
integralmente o pleito autoral, foi o ente político intimado da sentença no dia 15 de setembro de 2014,
vindo a interpor recurso de apelação no dia 10 de outubro, sem recolher quaisquer valores a título de
preparo. Relativamente ao apelo manejado, é correto afirmar que:
a) deve receber juízo negativo de admissibilidade, em razão de sua intempestividade e da ausência de
preparo;
b) deve receber juízo positivo de admissibilidade, já que cumpridos os respectivos requisitos;
c) deve receber juízo negativo de admissibilidade, em razão da ausência de interesse recursal, considerando
que incide na espécie o duplo grau de jurisdição obrigatório;
d) deve receber juízo negativo de admissibilidade, apenas em razão de sua intempestividade;
e) deve receber juízo positivo de admissibilidade, já que a Fazenda Pública é isenta de preparo e não está
sujeita a prazos recursais.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 1.007, caput e §1º, combinado
com o art. 183, caput, ambos do CPC:

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos
interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

A alternativa A está incorreta, pois a apelação seria tempestiva e o recorrente estaria dispensado do preparo.

A alternativa C está incorreta. O fato de a sentença estar sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório não
impede que as partes apresentem recurso de apelação.

A alternativa D está incorreta, pois, conforme já mencionado, a apelação seria tempestiva.

A alternativa E está incorreta, visto que a Fazenda Pública está sujeita ao prazo recursal em dobro.

79. (FGV/DPE-RJ - 2014) Em determinada ação judicial, o Defensor Público, reputando essencial a
produção de prova pericial, requer ao Juiz a produção desse meio de prova, sobrevindo decisão de

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indeferimento “por ausência de previsão legal”, designando-se, desde logo, audiência de instrução e
julgamento para colheita de prova testemunhal. Inconformado com referida decisão, o Defensor Público
pode valer-se :
a) do recurso de agravo retido ou de instrumento, de acordo com critério de oportunidade ou conveniência.
b) de mandado de segurança, na medida em que se trata de decisão irrecorrível, mas que causa gravame à
parte.
c) de embargos de declaração, a fim de que o juiz explicite as razões do indeferimento do meio de prova
requerido.
d) de agravo de instrumento, que, caso seja convertido em agravo retido pelo relator, desafiará a
interposição de novo agravo de instrumento.
e) de reclamação constitucional, por se tratar de indevida inversão procedimental que impede a
continuidade dos atos processuais.

Comentários

O art. 464, §1º, do CPC, prevê as hipóteses em que a produção da prova pericial poderá ser indeferida pelo
juiz.

§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:


I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.

Não tendo o juízo fundamentado a sua decisão e nem tornado explícita sobre qual hipótese estaria
embasado o indeferimento, deve a parte opor embargos de declaração, conforme prevê o art. 1.022, II, do
CPC:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

80. (FGV/AL-MT - 2013) A respeito do efeito devolutivo, quando da interposição de um recurso,


assinale a afirmativa correta.
a) O efeito devolutivo é responsável por impedir, de forma direta, o trânsito em julgado da decisão recorrida.
b) O efeito devolutivo transfere, para órgão diverso do que proferiu a decisão recorrida, o conhecimento da
matéria impugnada.
c) O efeito devolutivo não permite que a decisão recorrida produza efeitos antes do julgamento do recurso.
d) O efeito devolutivo provoca a reforma e consequente substituição do provimento recorrido.

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e) O efeito devolutivo provoca a anulação do provimento recorrido.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A questão cobrou, simplesmente, o conceito de efeito
devolutivo. Como sabemos, o efeito devolutivo do recurso consiste em transferir para órgão diverso daquele
que proferiu a sentença, o conhecimento da matéria impugnada.

Outras Bancas

81. (IBFC/FSA - 2019) Acerca das disposições sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015,
assinale a alternativa correta.
a) A regra é que os recursos possuem efeito suspensivo, ou seja, como regra os recursos impedem a eficácia
da decisão
b) Caso haja anuência do recorrido, o recorrente poderá desistir do recurso, se for antes do juízo de
admissibilidade
c) Cabe recurso contra os despachos, atos ordinatórios e sentenças
d) O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso

Comentários

A alternativa A está incorreta. A regra prevista pelo caput do art. 995 do CPC é exatamente oposta à
apresentada pela alternativa: "Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso."
A alternativa B está incorreta visto que a desistência de recurso independe de anuência do recorrido, como
prevê o caput do art. 998 do Código: "O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido
ou dos litisconsortes, desistir do recurso."
A alternativa C está incorreta pois não cabe recurso contra despachos e atos ordinatórios por ausência de
conteúdo decisório. Nesse sentido, o art. 1.001 do CPC: "Dos despachos não cabe recurso."
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Trata-se da literalidade do art. 1.003, §6º do Código
de Processo Civil: "O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso."

82. (FUNDATEC/DPE-SC - 2018) A técnica do recurso adesivo não é cabível:


a) Na apelação e no agravo de instrumento.
b) Na apelação e no recurso especial.
c) Na apelação e no recurso extraordinário.
d) No recurso especial e no recurso extraordinário.
e) No agravo de instrumento e no agravo interno.

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A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O art. 997, §2º versa sobre o recurso adesivo e o inciso
II apresenta as espécies recursais que o admitem:

§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo
de que a parte dispõe para responder;

II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado
inadmissível.

As alternativas A, B, C e D estão incorretas pois não correspondem à previsão legal.

83. (FUNDATEC/ALERS - 2018) Quanto aos recursos, analise as afirmações abaixo, assinalando V, se
verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Como regra geral, a apelação terá efeito suspensivo, excepcionalmente começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que decreta a interdição.
( ) Se a parte comprovar que deixou de propor questão de fato no juízo a quo por motivo de força maior,
poderá suscitá-la na apelação, podendo o tribunal apreciar tais questões.
( ) Será cabível a interposição do recurso de agravo de instrumento na hipótese de redistribuição do ônus
da prova, tanto para a decisão interlocutória que rejeita a inversão do ônus da prova, como para a que a
defere.
( ) No agravo interno, que serve como meio para levar determinada questão decidida pelo relator ao
colegiado de que faz parte, pode o relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno.
( ) Será aplicada multa, pelo juiz ou tribunal, em decisão fundamentada, não excedente a um por cento
sobre o valor atualizado da causa, que o embargante deverá pagar ao embargado, em caso de embargos de
declaração manifestamente protelatórios.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V – V – V – F – F.
b) V – F – F – V – V.
c) V – V – F – F – F.
d) F – F – V – V – F.
e) F – F – F – V – V.

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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Analisaremos item a item:

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Item I - Verdadeiro. Trata-se da literalidade do caput do art. 1.012 e seu §1º, VI:

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente


após a sua publicação a sentença que:

(...)

VI - decreta a interdição.

Item II - Verdadeiro. O item apresenta-se de acordo com o art. 1.014 do Código: "As questões de fato não
propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por
motivo de força maior."
Item III - Verdadeiro. O item está em conforme o art. 1.015, XI do CPC: "Cabe agravo de instrumento contra
as decisões interlocutórias que versarem sobre: redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º"
Item IV - Falso. O Código de Processo Civil, no art. 1.021, §3º veda expressamente a reprodução dos
fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
Item V - Falso. A multa por embargos protelatórios poderá ser de até 2% sobre o valor da causa ou de até
10% em caso de reiteração, como previsto no art. 1.026, §§2º e 3º do CPC:

Art. 1.026. § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz


ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado
multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será


elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer
recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda
Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

84. (FUNDATEC/CM Ituporanga - 2019) No processo civil, as decisões interlocutórias que versam sobre
o mérito do processo:
a) São irrecorríveis.
b) Podem ser atacadas por recurso de apelação.
c) Podem ser atacadas por recurso ordinário.
d) Podem ser atacadas por agravo de instrumento.
e) Podem ser atacadas por agravo retido.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Prevê o art. 1.015, II do Código de Processo Civil:

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Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

II - mérito do processo;

As alternativas A, B, C e E estão incorretas por não corresponderem à previsão legal.

85. (FUNDATEC/SULGÁS - 2018) Em uma demanda cível, o juiz, ao proferir a decisão de saneamento,
deferiu o pedido de gratuidade judiciária formulado pelo réu na contestação. A referida decisão:
a) É irrecorrível.
b) Poderá ser atacada por recurso de agravo de instrumento.
c) Poderá ser atacada por recurso de agravo retido.
d) Poderá der atacada por recurso de agravo interno.
e) Poderá ser atacada como preliminar de apelação ou nas contrarrazões de apelação.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Em um primeiro instante, o candidato poderia pensar
ser cabível o agravo de instrumento. No entanto, o agravo só é cabível, como disposto no art. 1.015, V do
Código de Processo Civil, nos casos de "rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido
de sua revogação". Nesse caso, a decisão poderá ser atacada como preliminar de apelação ou nas
contrarrazões, como define o art. 1.009, §1º do CPC: "As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões."
As alternativas A, B, C e D estão incorretas pois a decisão é recorrível e deve ser suscitada como preliminar
de apelação ou nas contrarrazões.

86. (FUNDATEC/Pref Santa Rosa - 2018) A decisão do magistrado de primeiro grau que indefere pedido
de tutela antecipada:
a) Poderá ser atacada por agravo de instrumento.
b) Poderá ser atacada por agravo retido.
c) Poderá ser atacada por agravo interno.
d) Poderá ser atacada por mandado de segurança.
e) É irrecorrível.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O art. 1.015, inciso I do Código de Processo Civil prevê
o cabimento do agravo de instrumento nesse caso:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

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I - tutelas provisórias;

As alternativas B, C, D e E estão incorretas pois não apresentam os recursos adequados ao caso.

87. (FUNDATEC/Pref Santa Rosa - 2018) No processo civil, os embargos de declaração:


a) Não têm natureza de recurso.
b) Não podem ser utilizados com intuito de prequestionamento.
c) Podem ser utilizados para corrigir erro material.
d) Deverão ser apresentados no prazo de quinze dias.
e) Não interrompem o prazo para a interposição de qualquer recurso.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Trata-se de hipótese de cabimento dos embargos de
declaração prevista no art. 1.022, III do Código de Processo Civil:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;

III - corrigir erro material.

A alternativa A está incorreta. Os embargos de declaração são um recurso.


A alternativa B está incorreta. O pré-questionamento está previsto no art. 1.025 do CPC: "Consideram-se
incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que
os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes
erro, omissão, contradição ou obscuridade."
A alternativa D está incorreta. O prazo para oposição dos embargos é de 5 dias, como prevê o caput do art.
1.023 do CPC: "Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com
indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo."
A alternativa E está incorreta. De acordo com o caput do art. 1.026 do CPC: "Os embargos de declaração não
possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso."

88. (FUNDATEC/CM Ituporanga - 2019) No processo civil, se o ministro relator entender que o recurso
especial versa sobre questão constitucional, deverá:
a) Deixar de admitir o recurso.
b) Extinguir o processo sem julgamento do mérito.
c) Aplicar multa de até 1% sobre o valor da causa.
d) Conceder o prazo de quinze dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se
manifeste sobre a questão constitucional.

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e) Enviar o recurso especial de imediato ao Supremo Tribunal Federal, o qual realizará a análise da questão
constitucional, que tem caráter prejudicial ao mérito do recurso.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A alternativa apresenta a disposição do caput do art.
1.032 do Código de Processo Civil: "Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso
especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente
demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional."
As alternativas A, B, C e E estão incorretas pois não apresentam o correto tratamento legal dado ao tema.

89. (FUNDEP/PGM-Contagem - 2019) A respeito dos recursos extraordinário e especial, assinale a


alternativa incorreta.
a) Conforme jurisprudência do STJ, não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do
julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
b) Se o STF considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por
pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao STJ para julgamento como
recurso especial.
c) Segundo entendimento do STF, é cabível a interposição de recurso extraordinário contra acórdão de
Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município.
d) Em observância aos princípios da efetividade processual e da instrumentalidade das formas, o STF ou o
STJ poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o
repute grave.

Comentários

A alternativa A está correta. Trata-se da literalidade da Súmula nº 579 do STJ: "Não é necessário ratificar o
recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o
resultado anterior."
A alternativa B está correta. A alternativa apresenta a previsão contida no caput do art. 1.033 do Código de
Processo Civil: "Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no
recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao
Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial."
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. A Súmula nº 637 do STF prevê exatamente o oposto:
"Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção
estadual em Município."
A alternativa D está correta. De acordo com o art. 1.029, §3º do CPC: "O Supremo Tribunal Federal ou o
Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua
correção, desde que não o repute grave."

90. (QUADRIX/CREA-GO - 2019) Quando interposto pela parte recurso extraordinário e(ou) especial,
caberá recurso adesivo no mesmo prazo estabelecido para as contrarrazões. No entanto, caso o recurso
principal seja considerado como inadmissível, o recurso adesivo não será conhecido.

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Comentários

A assertiva está correta. O recurso adesivo é um instituto que pode ser utilizado pelas partes quando só tem
o desejo de recorrer de uma decisão caso a outra parte recorra. Em palavras mais simples: “se você recorrer,
eu também recorro!”.

É importante fazer algumas observações importantes sobre o recurso adesivo: 1) ele só é cabível na apelação,
no recurso especial e no recurso extraordinário; 2) ele é dependente do recurso principal. Em outras
palavras, se o recurso da outra parte não for admitido, o recurso adesivo perde seu objeto e não é conhecido.

Veja que a questão afirma a possibilidade de utilização do recurso adesivo no caso de RE ou RESP, o que está
correto. No final, destaca que o recurso adesivo é dependente do recurso principal, o que também está certo.

Confira os dispositivos legais do CPC pertinentes:

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância
das exigências legais.

§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o
outro.

§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo
de que a parte dispõe para responder;

II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele
considerado inadmissível.

91. (NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR - 2019) Sobre o direito de recorrer, a doutrina costuma explicar
que, etimologicamente, o termo recurso significa “refazer o curso, retomar o caminho”, e, numa acepção
mais técnica, recurso é o meio ou instrumento que objetiva provocar um reexame da decisão recorrida,
dentro do mesmo processo em que fora ela proferida, buscando a sua reforma, invalidação, integração ou
esclarecimento. Sobre a teoria recursal e os procedimentos dos recursos nos Tribunais, é correto afirmar:
a) O recorrente poderá desistir do recurso interposto, de maneira parcial ou total, até o início do julgamento,
por escrito ou oralmente durante a sustentação oral. Todavia, a desistência só produzirá efeitos com a
anuência do recorrido, e desde que seja manifestada após a interposição do recurso.
b) O efeito devolutivo deverá ser analisado em relação à sua profundidade e à sua extensão, o que, na
prática, significa que o tribunal poderá analisar todo o material constante dos autos, limitando-se, todavia
aos pontos da decisão recorrida atacados pelo recorrente.

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c) No tocante ao julgamento do recurso, entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento


decorrerá, pelo menos, o prazo de 15 (quinze) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham
sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão
seguinte.
d) O incidente de assunção de competência tem cabimento quando do julgamento de recursos interpostos
voluntariamente, e desde que envolvam relevantes questões de fato, que demandem ampla produção
probatória.
e) No incidente de resolução de demandas repetitivas, a inadmissão do incidente por ausência de qualquer
de seus pressupostos de admissibilidade impede que seja o incidente novamente suscitado.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Por efeito devolutivo entende-se a transferência ao
órgão ad quem do conhecimento de matérias que já tenham sido objeto de decisão no juízo a quo. Todo
recurso gera efeito devolutivo, variando-se somente sua extensão e profundidade. A dimensão horizontal da
devolução é entendida pela doutrina como a extensão da devolução, estabelecida pela matéria em relação
à qual uma nova decisão é pedida, ou seja, pela extensão o recorrente determina o que pretende devolver
ao tribunal, com a fixação derivando da concreta impugnação à matéria que é devolvida. Na dimensão
vertical, entendida como sendo a profundidade da devolução, estabelece-se a devolução automática ao
tribunal, dentro dos limites fixados pela extensão, de todas as alegações, fundamentos e questões referentes
à matéria devolvida. Trata-se do material com o qual o órgão competente para o julgamento do recurso irá
trabalhar para decidi-lo.

Vejamos as demais assertivas.

A alternativa A está incorreta, pois o art. 998, caput, do CPC, o recorrente poderá desistir de seu recurso –
total ou parcialmente – a qualquer tempo, o que significa dizer que o recorrente poderá abdicar de seu
direito de ter seu recurso julgado, sem a necessidade de anuência do recorrido ou litisconsortes. Neste
sentido, o CPC:

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

A assertiva C está errada, porque entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento do recurso
decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 dias, nos termos do CPC:

Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo
menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham
sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a
primeira sessão seguinte.

A alternativa D está incorreta, pois o incidente de assunção de competência tem cabimento quando do
julgamento de recursos que envolvam questões de direito. Neste sentido, o CPC:

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Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de


remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

A assertiva E está errada, porque a inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por
ausência de pressupostos de admissibilidade não impede que ele seja novamente suscitado. Confira o §3º
do art. 976 do CPC:

§3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de


qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o
requisito, seja o incidente novamente suscitado.

92. (NC-UFPR/TJ-PR - 2019) O relator, entre outras incumbências, exercerá o exame de admissibilidade
do recurso a ele distribuído. Sobre esse exame de admissibilidade e demais incumbências do relator,
assinale a alternativa correta.
a) O preparo deve ser obrigatoriamente comprovado no momento da interposição do recurso, sob pena de
o relator aplicar imediatamente a pena de deserção.
b) O dever de prevenção, consistente na possibilidade de o relator desconsiderar vício formal de recurso ou
determinar sua correção, não se aplica aos recursos especial e extraordinário.
c) O relator, no agravo de instrumento, poderá, monocraticamente, independentemente de prévia intimação
do agravado, negar seguimento, negar provimento ou dar provimento ao recurso.
d) As decisões monocráticas dos relatores, em sede de agravo de instrumento, são irrecorríveis.
e) Presentes os pressupostos, o relator do recurso poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (se não for o
caso de recurso com efeito suspensivo automático) ou antecipar, total ou parcialmente, a tutela recursal.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois nos termos do § 4º, do art. 1.007, do CPC, o recorrente que não
comprovar o recolhimento do preparo e do porte de remessa e de retorno no ato de interposição do recurso
será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

A assertiva B está errada, porque o relator ou o órgão colegiado poderá desconsiderar o vício formal de
recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave (Enunciado 219 do FPPC).
Logo, o dever de prevenção também se aplica aos recursos especial e extraordinário.

A alternativa C está errada, pois antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de
5 dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível (art. 932,
parágrafo único, do CPC).

Por fim, a assertiva D está incorreta, porque contra as decisões monocráticas dos relatores, em sede de
agravo de instrumento, caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado. Veja o CPC:

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Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois, nos termos do art. 1.019, I, do CPC, pois o relator
poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a
pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.

93. (IADES/ALEGO - 2019) Considere hipoteticamente que o autor ajuizou ação de cobrança de dívida
e o réu, na respectiva contestação, alegou que a dívida estava prescrita e que já havia efetuado o
pagamento do débito. O juiz, na sentença, acolheu a prescrição e, por isso, não examinou a outra defesa
do réu, julgando improcedente a demanda. O autor, inconformado, interpôs recurso de apelação. Nesse
caso, o tribunal, se reconhecer que a dívida não estava prescrita,
a) não pode acolher a outra tese do réu, pagamento, porque o réu não recorreu.
b) pode acolher a outra tese do réu, pagamento, porque é deduzida a defesa com mais de um fundamento.
Assim, ainda que o juiz tenha acolhido apenas um deles, os demais poderão ser apreciados pelo tribunal.
c) deve suspender o julgamento e converter o feito em diligência, para que o juiz de primeiro grau examine
a outra defesa do réu (pagamento), para evitar supressão de instância.
d) deve anular o processo e remeter o processo para o juiz de primeiro grau examinar a outra defesa do réu
(pagamento), para evitar supressão de instância.
e) pode acolher a outra defesa (pagamento), mas o réu, para que a respectiva defesa seja analisada, deve
interpor o incidente de assunção de competência.

Comentários

Prevê o art. 1.013 do CPC:

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


[...]
§2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um
deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
[...]
§4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se
possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau.

Assim, na situação hipotética, uma vez afastada a prescrição em grau recursal, em aplicação das regras
referentes à profundidade do efeito devolutivo, o Tribunal passará à análise da alegação de pagamento,
ainda que a mesma não tenha sito enfrentada no primeiro grau ou, ainda, que as partes não tenham a ela se
referido no recurso ou nas contrarrazões. Logo, a alternativa correta é a alternativa B, sendo, pois, o gabarito
da questão.

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94. (IADES/ALEGO - 2019) De acordo com o art. 1.015 do Código de Processo Civil, caberá recurso de
agravo de instrumento da decisão interlocutória que
a) acolher ou rejeitar o pedido de gratuidade da justiça.
b) for proferida na fase postulatória do procedimento comum, na fase de liquidação de sentença ou de
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
c) decidir quanto à inadmissão, sem qualquer urgência, de uma prova no processo.
d) incluir litisconsorte no processo.
e) decidir o mérito do processo, como a decisão que resolver parcialmente o mérito do processo quando um
ou mais pedidos formulados, ou parcelas deles, mostrarem-se incontroversos.

Comentários

De acordo com o art. 356, §5º, do CPC, o juiz decidirá parcialmente o mérito do processo quando um ou mais
dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso(s). Nesse caso, caberá agravo de
instrumento. Deste modo, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Vejamos o erro das demais alternativas:

A assertiva A está incorreta, pois não cabe agravo de instrumento contra decisão que acolhe pedido de
gratuidade de justiça, mas somente da que lhe rejeita ou acolhe a revogação da gratuidade (art. 1.015, V, do
CPC).

A alternativa B está errada, pois não é possível interpor agravo de instrumento contra decisão interlocutória
proferida na fase postulatória do procedimento comum. Vejamos o art. 1.015, parágrafo único, do CPC:

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

A assertiva C está errada, visto que a situação citada na assertiva não se encontra prevista entre as hipóteses
taxativas de cabimento de agravo de instrumento do art. 1.015 do CPC.

Por fim, o erro da letra D é que a decisão que exclui (e não que inclui) o litisconsorte é agravável (art. 1.015,
VII, do CPC).

95. (FUNRIO /ALE-RR - 2018) João ajuizou uma ação indenizatória por danos materiais e morais na 1a.
Vara Cível da Comarca X, em face da Financeira Zero, visando obter uma indenização de R$25.000,00, por
danos materiais e R$ 20.000,00 por danos morais. Ainda na fase ordinatória, o juiz julgou improcedente o
pedido de indenização por danos morais. Na fase decisória, ao fim da instrução, o juiz julgou parcialmente
procedente o pedido de indenização por dano material, condenando a empresa Zero a pagar a importância
de R$15.000,00, devidamente atualizada e com juros legais. João, inconformado, interpôs recurso de
apelação, requerendo a reforma das duas decisões.
Com base na situação apresentada, pode-se afirmar que o recurso de apelação é

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a) inadequado para reexaminar a decisão que julgou improcedente o pedido de reparação por danos morais,
por se tratar de decisão que comporta agravo de instrumento e sofre o efeito da preclusão.
b) adequado, por se tratar de duas sentenças de mérito que não comportam agravo de instrumento e não
são cobertas pela preclusão.
c) inadequado para decisão que julgou parcialmente procedente o pedido de indenização por dano material,
por se tratar de decisão que não comporta agravo de instrumento e as decisões não são cobertas pela
preclusão.
d) adequado, por se tratar de duas decisões de mérito que não comportam agravo de instrumento e são
cobertas pela preclusão.

Comentários

A questão cobra do candidato conhecimentos sobre recursos. Vejamos:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De fato, a apelação é recurso inadequado para
reexaminar a decisão que julgou improcedente o pedido de reparação por danos morais. Isso porque, como
vimos, para cada situação existe um recurso específico, e para a situação em questão o recurso específico é
o agravo de instrumento, já que estamos tratando de decisão interlocutória (art. 1.015, caput, do CPC), que
versa sobre o mérito do processo (art. 1.015, II, do CPC). Não interposto o recurso de agravo de instrumento,
operar-se-á a preclusão (interpretação contrario sensu do art. 1.009, § 1º, do CPC).

As alternativas B e D devem ser consideradas incorretas, por tratar o recurso de apelação como adequado.

E a alternativa C também deve ser considerada incorreta, uma vez que diz que a decisão que julgou
parcialmente procedente o pedido não comporta agravo de instrumento.

96. (FUNDEP/MPMG - 2018) Com relação aos recursos cíveis previstos no CPC é INCORRETO afirmar,
EXCETO:
a) Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos
no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.
b) O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator dará provimento liminar ao agravo de
instrumento.
c) O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos no CPC e na Constituição Federal, serão
interpostos diretamente aos tribunais competentes para julgá-los, em petições distintas que conterão: a
exposição do fato e do direito; a demonstração do cabimento do recurso interposto; as razões do pedido de
reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
d) O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros
ainda que as defesas sejam contrárias.

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Questão que cobra a literalidade da lei. Atenção: o enunciado pede para assinalar a alternativa que não é a
incorreta, ou seja, a correta. Vejamos:

A alternativa A transcreve o art. 942, caput, do CPC e, portanto, está correta, sendo o gabarito da questão.
Confiram:

“Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores”.

A alternativa B está incorreta por dizer que o relator dará provimento ao agravo de instrumento, quando,
na verdade ele o considerará prejudicado (art. 1.018, § 1º, do CPC).

A alternativa C está incorreta, uma vez que afirma que o RE e o REsp serão interpostos diretamente aos
tribunais competentes para julgá-los, quando, por força do art. 1.029, eles serão interpostos perante o
presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido.

A alternativa D, também, está incorreta, por conta da parte final. Apesar de o recurso interposto por um dos
litisconsortes aproveitar a todos, salvo se distintos ou opostos os seus interesses (art. 1.005, caput, do CPC),
havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as
defesas opostas ao credor lhes forem comuns (art. 1.005, parágrafo único, do CPC), e não “ainda que as
defesas sejam contrárias”.

Gabarito, portanto, alternativa A.

97. (Nosso Rumo/MGS - 2017) No que tange à nova sistemática dos recursos na legislação processual
civil, é correto afirmar que
a) os recursos não impedem a eficácia da decisão, ainda que haja decisão judicial ou disposição legal em
sentido diverso.
b) a renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte, desde que ocorra até o momento
da intimação para apresentação de resposta ao recurso.
c) o prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados,
a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
d) o recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo admissível somente na apelação e no
recurso especial.

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A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 995, do CPC, os recursos não impedem a eficácia da
decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.

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Aula 13

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 999, da Lei nº 13.105/15, a renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte.

A alternativa C é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 1.003, da referida Lei:

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 997, §2º, II, do CPC, o recurso adesivo é admissível na apelação,
no recurso extraordinário e no recurso especial.

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

98. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) Sobre os recursos e a ordem dos processos nos tribunais, de acordo com o
Código de Processo Civil, é CORRETO afirmar:
a) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, tornam-se irrecorríveis, ressalvada a possibilidade de impetração de mandado de segurança
contra o pronunciamento judicial.
b) Contra a decisão de julgamento antecipado parcial de mérito, cabe apelação.
c) O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
d) Não caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de
sentença.
e) Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de
prequestionamento, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade, salvo se os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, casos em que o
prequestionamento será reputado ineficaz.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §4º, do art. 1.007, do CPC:

§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento


do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

Vejamos os erros das demais alternativas:

 Alternativa A:

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§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.
 Alternativa B:
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados
ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
 Alternativa D:
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.
 Alternativa E: O artigo 1.025, não traz a ressalva prevista na alternativa.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,
para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos
ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade.

99. (FAU/E-Paraná Comunicação-PR - 2017) Tendo em conta a disciplina dos recursos no Código de
Processo Civil, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir
recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
b) Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro,
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
c) A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça suspende o prazo para
interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
d) Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado,
observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
e) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

Comentários

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o art. 1.042, do CPC:

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Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal


recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada
na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento
de recursos repetitivos.

A alternativa B está correta, com base no art. 1.023, da Lei nº 13.105/15:

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao
juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a
preparo.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. O §1º, do art. 1.044, da referida Lei, estabelece que
a interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para
interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.

A alternativa D está correta, nos termos do art. 1.021, do CPC:

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.

A alternativa E está correta, segundo o art. 1.009, §1º, da Lei nº 13.105/15:

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

100. (FMP Concursos/MPE-RO - 2017) Em conformidade com o Código de Processo Civil, é CORRETO
afirmar que
a) as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, devem ser objeto de protesto, sob pena de preclusão.
b) o Código de Processo Civil de 2015, diferentemente da codificação anterior, não estabeleceu previsão de
interposição de apelação adesiva.
c) não terá efeito suspensivo a apelação interposta em face de sentença que confirma, concede ou revoga
tutela provisória.
d) as cópias que obrigatoriamente deverão instruir o agravo de instrumento são as da decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação ou de outro documento oficial que comprove a tempestividade e das
procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
e) o agravo será interposto diretamente no tribunal competente para julgá-lo, podendo ser postado no
correio, sob registro, com aviso de recebimento, não podendo ser protocolado na própria comarca ou seção
judiciária se não for a sede do tribunal.

Comentários

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A alternativa A está incorreta. Nos termos do §1º, do art. 1.009, da Lei nº 13.105/15, as questões resolvidas
na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são
cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra
a decisão final, ou nas contrarrazões.

A alternativa B está incorreta. O CPC prevê a interposição de apelação adesiva. Vejamos o §2º, do art. 997,
da referida Lei:

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as


mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 1.012, §1º, V, do CPC:

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente


após a sua publicação a sentença que:
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

A alternativa D está incorreta. O art. 1.017, I, da Lei nº 13.105/15, menciona quais os documentos
obrigatórios para a petição de agravo de instrumento ser instruída.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou
a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou
outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas
aos advogados do agravante e do agravado;

A alternativa E está incorreta. O §2º, do art. 1.017, da referida Lei, estabelece em quais hipóteses o agravo
será interposto.

§ 2o No prazo do recurso, o agravo será interposto por:


I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.

101. (Nosso Rumo/CREA-SP - 2017) O Agravo de Instrumento, a teor do que preceitua o artigo 1015, do
CPC, é admitido em caso de
a) acolhimento da alegação de convenção de arbitragem.
b) acolhimento do pedido de gratuidade de justiça ou não acolhimento do pleito de sua revogação.
c) inclusão de litisconsorte.

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d) rejeição do pedido de limitação de litisconsórcio.


e) posse de documento.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 1.015, do CPC:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

102. (Nosso Rumo/CREA-SP - 2017) O Agravo Interno é cabível da decisão do Relator. Nesse recurso, a
manifestação do agravado deverá ocorrer no prazo de
a) 48 (quarenta e oito) horas.
b) 5 (cinco) dias.
c) 10 (dez) dias.
d) 30 (trinta) dias.
e) 15 (quinze) dias.

Comentários

A questão requer o conhecimento do §2º, do art. 1.021, do CPC:

§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator
levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

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O agravado terá 15 dias para se manifestar sobre o recurso. Desse modo, a alternativa E está correta e é o
gabarito da questão.

103. (IESES/TJ-RO - 2017) Quanto aos Embargos de Declaração e sua disciplina no Código de Processo
Civil, assinale a alternativa correta:
a) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dez por cento sobre o valor atualizado da causa.
b) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a cinco por cento sobre o valor atualizado da causa.
c) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a um por cento sobre o valor atualizado da causa.
d) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §2º, do art. 1.026, da Lei nº
13.105/15:

§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal,


em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

Vejamos os erros das demais alternativas:

a) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada,


condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dez por cento
sobre o valor atualizado da causa.
b) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada,
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a cinco por cento
sobre o valor atualizado da causa.
c) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada,
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a um por cento sobre
o valor atualizado da causa.

104. (IESES/TJ-RO - 2017) O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de:
a) 10 (dez) dias.
b) 05 (cinco) dias.
c) 15 (quinze) dias.
d) 30 (trinta) dias.

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De acordo com o §1º, do art. 1.010, da Lei nº 13.105/15, o apelado será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 dias.

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

105. (IESES/TJ-RO - 2017) Contra qualquer decisão judicial que contiver omissão, obscuridade,
contradição, ou erro material caberá:
a) Agravo de instrumento.
b) Embargos de divergência.
c) Embargos de declaração.
d) Recurso extraordinário.

Comentários

Nesse caso, caberá embargos de declaração. Vejamos o art. 1.022, caput, do CPC:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;
III - corrigir erro material.

Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

106. (IESES/ALGÁS - 2017) Assinale a alternativa FALSA:


a) Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido
diverso.
b) A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de
seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso.
c) Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à
apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto
processual.
d) O recurso pode ser interposto pela parte vencedora e vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público somente como parte.

Comentários

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o art. 995, caput, do CPC:

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão
judicial em sentido diverso.

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A alternativa B está correta, conforme estabelece o parágrafo único, do art. 995, da Lei nº 13.105/15:

Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do
relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

A alternativa C está correta, com base no parágrafo único, do art. 996, da referida Lei:

Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a


relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou
que possa discutir em juízo como substituto processual.

A alternativa D é incorreta e gabarito da questão. De acordo com o art. 996, caput, do CPC, o recurso pode
ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como
fiscal da ordem jurídica.

107. (IESES/ALGÁS - 2017) A petição de agravo de instrumento será instruída:


a) Obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão
agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
b) Com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos na alternativa acima, feita por
cartório extrajudicial em nota com fé pública e declaração do advogado da parte alegando a não
obrigatoriedade das procurações outorgadas aos outros procuradores.
c) Somente com cópias da petição inicial, contestação, procurações do agravante e do agravado e da decisão
agravada.
d) Somente com cópias autenticadas no cartório da vara da decisão agravada e a certidão de intimação,
sendo dispensadas as cópias das peças.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 1.017, caput, da Lei nº 13.105/15:

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou
a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou
outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas
aos advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita
pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

Assim, a alternativa A é correta e gabarito da questão.

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108. (IESES/ALGÁS - 2017) A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


Sendo assim, é correto afirmar:
a) Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com a matéria de mérito mesmo estando
dentro dos limites da causa de pedir.
b) Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito
quando decretar a nulidade de sentença por excesso de fundamentação.
c) Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas
no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
d) Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher todos eles, a apelação
devolverá ao tribunal o conhecimento de somente um deles.

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 1.013, do CPC. Vamos analisar cada uma das alternativas:

A alternativa A está incorreta. De acordo com o §3º, II, se o processo estiver em condições de imediato
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando decretar a nulidade da sentença por não ser
ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir.

A alternativa B está incorreta. Com base no §3º, II, se o processo estiver em condições de imediato
julgamento o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando decretar a nulidade de sentença por falta de
fundamentação.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, nos termos do §1º:

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões


suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.

A alternativa D está incorreta. O §2º, estabelece que quando o pedido ou a defesa tiver mais de um
fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

109. (IESES/ALGÁS - 2017) Do julgamento dos Recursos Extraordinários e Repetitivos, dispostos no


Capítulo VI, Seção II e subseção II da Lei 13.105/2015, é correto afirmar:
a) O Presidente ou o Vice-Presidente de Tribunal de Justiça, Presidente de Câmara Específica do mesmo
Tribunal, de Tribunal Regional Federal, Tribunal Eleitoral ou da Justiça Desportiva, selecionará 100(cem)
recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados somente ao Supremo Tribunal Federal
para fins de afetação, determinando a interrupção do trâmite de todos os processos pendentes, individuais,
que tramitem no Estado ou na Região, conforme o caso.
b) O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, que
exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha
sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 15 (quinze) dias para manifestar-se sobre
esse requerimento.

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c) Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica
questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições da Subseção II da Seção
II, Capítulo VI do Novo Caderno Processual, regulamentado pela Lei 13.105/2015, observado o disposto no
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
d) A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal
vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos representativos da
controvérsia.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 1.036, do CPC.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o caput, do art. 1.036:

Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais


com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de
acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.

Vejamos os erros das demais alternativas:

 Alternativa A:
§ 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal
selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão
encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de
afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
 Alternativa B:
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da
decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para
manifestar-se sobre esse requerimento.
 Alternativa D:
§ 4o A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal
regional federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros
recursos representativos da controvérsia.

110. (MPE-PR/MPE-PR - 2017) Sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015, assinale a
alternativa correta:
a) O juízo de admissibilidade dos recursos de apelação e do agravo de instrumento são realizados apenas no
juízo recursal.
b) O recurso de apelação deve, necessariamente, ser julgado pelo colegiado do tribunal.

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c) Uma vez tendo sido extinto o agravo retido, as decisões interlocutórias proferidas pelo juízo singular
devem ser recorridas por agravo de instrumento, sem exceção.
d) Os embargos de declaração possuem, em regra, efeito suspensivo, pois visam a complementação da
decisão.
e) Nos recursos especial e extraordinário, a remessa aos tribunais superiores independe de juízo de
admissibilidade.

Comentários

A alternativa A é correta e gabarito da questão, visto que o CPC extinguiu o juízo de admissibilidade realizado
em primeiro grau de jurisdição na apelação e no agravo de instrumento.

Em relação à apelação, de acordo com o art. 1.010, §3º, determina-se que ao receber o recurso, o juiz deverá
intimar o recorrido para apresentar contrarrazões e, após, remeter os autos ao tribunal, sem realizar
qualquer juízo prévio de admissibilidade.

§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal


pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

Em relação ao agravo de instrumento, o recurso deverá ser dirigido diretamente ao tribunal competente.

A alternativa B está incorreta, pois existem algumas hipóteses em que a apelação não será julgada pelo
órgão colegiado. Um exemplo é a decisão monocrática que inadmite o recurso.

A alternativa C está incorreta. Vejamos o §1º, do art. 1.009, da Lei nº 13.105/15:

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

Como não existe mais o agravo retido, as decisões que eram recorríveis por agravo retido não precluem mais
e podem ser alegadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 1.026, caput, do CPC, a oposição dos embargos
declaratórios interrompe, e não suspende, o prazo para a interposição de recurso.

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o


prazo para a interposição de recurso.

A alternativa E está incorreta. Com base no art. 1.030, da Lei nº 13.105/15, o presidente ou o vice-presidente
do tribunal recorrido deverá proceder ao juízo de admissibilidade do recurso antes de remetê-lo ao tribunal
superior.

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos

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serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que


deverá:
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal
Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de
julgamento de recursos repetitivos;
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia;
ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

111. (IMA/Prefeitura de Penalva-MA - 2017) À luz da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, acerca do
recurso extraordinário e do recurso especial, é CORRETO afirmar que:
a) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo.
b) Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão remetidos ao respectivo tribunal
superior.
c) Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal.
d) Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, deverá conceder prazo
de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre
a questão constitucional.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 1.029, §5º, I, da Lei nº 13.105/15:

§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso


especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão
de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo;

Vejamos os erros das demais alternativas:

 Alterativa B:
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos
serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que
deverá:

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 Alterativa C:
Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso
especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
 Alterativa D:
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição
afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal
ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso
especial.

112. (CETRO/TJ-RJ - 2017) Com observância dos dispositivos no CPC (Novo Código de Processo Civil – Lei
nº 13.105/2015), no que se refere aos recursos, assinale a alternativa correta.
a) O Agravo Interno manifestadamente improcedente atrai multa de 1% (um por cento) a 5% (cinco por
cento) do valor atualizado da causa em caso de votação unânime do órgão colegiado.
b) O CPC ampliou as possibilidades de cabimento da reclamação à garantia de observância a acórdão
proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas e restringiu as possibilidades
de as partes utilizarem o recurso especial.
c) De acordo com o STJ, é inválida a vedação, carreada no CPC, de o relator se limitar a reproduzir a decisão
agravada para julgar improcedente o agravo de instrumento, uma vez que fere o princípio da economia
processual.
d) Os embargos de declaração opostos contra decisão do relator deverão ser julgados na sessão
subsequente, pelo órgão colegiado.
e) O CPC manteve a regra do juízo de admissibilidade prevista no anterior para o recurso da apelação, sendo
que para o caso do Juízo a quo não enviar o recurso sob indicação de intempestividade, a decisão deve ser
impugnada por meio de mandado de segurança.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o §4º, do art. 1.021, da Lei nº
13.105/15:

§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente


em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado
da causa.

A alternativa B está incorreta. De fato, o CPC ampliou as possibilidades de cabimento da reclamação para
garantir a observância de acórdão proferido em julgamento. Vejamos o art. 988:

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:


I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;

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III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo


Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução
de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;

Porém, em relação ao recurso especial, a lei processual não restringiu suas hipóteses de cabimento. Vejamos
o art. 105, III, da CF/88:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 1.021, da Lei nº 13.105/15, é vedado ao relator
limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno, e
não o agravo de instrumento.

A alternativa D está incorreta. Com base no §2º, do art. 1.024, da referida Lei, quando os embargos de
declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o
órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente.

A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 1.010, §3º, do CPC, quem realiza o juízo de admissibilidade do
recurso de apelação é o "juízo ad quem" e não o "juízo a quo".

§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal


pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

113. (FUNDEP/MPE-MG - 2017) Sobre os recursos cíveis, é INCORRETO afirmar:


a) O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público,
como parte ou como fiscal do ordenamento jurídico.
b) O prazo para interposição do recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados,
a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
c) No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o
respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. A insuficiência no valor
do preparo também implicará deserção, se o recorrente, intimado na pessoa do seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
d) As questões resolvidas na fase de conhecimento, ainda que a decisão a seu respeito comporte agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e podem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

Comentários

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A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 996, do CPC:

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e
pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

A alternativa B está correta, com base no caput do art. 1.003, da referida Lei:

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.

A alternativa C está correta, pois se refere ao art. 1.007, caput e §2º, da Lei nº 13.105/15:

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará
deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo
de 5 (cinco) dias.

A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o §1º, do art. 1.009, da referida Lei,
apenas as questões resolvidas na fase de conhecimento não impugnáveis por agravo de instrumento é que
não estarão sujeitas à preclusão, podendo ser impugnadas por meio do recurso de apelação.

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

114. (MPE-RS/MPE-RS - 2017) Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações
sobre o tema dos embargos de declaração, segundo o disposto no Código de Processo Civil.
( ) Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro,
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
( ) Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o
embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar
ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da intimação
da decisão dos embargos de declaração.
( ) Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão
fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dez por cento sobre
o valor atualizado da causa.
( ) Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, apenas quando os embargos de declaração sejam expressamente admitidos, e o tribunal
superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

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a) F – V – F – F.
b) V – F – F – F.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) V – F – V – V.

Comentários

Vamos analisar cada uma das afirmativas.

A afirmativa I está correta, pois é o que dispõe o caput do art. 1.023, do CPC:

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao
juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a
preparo.

A afirmativa II está incorreta. O prazo será de 15 dias, e não 30, para o embargado complementar ou alterar
suas razões. Vejamos o §4º, do art. 1.024, da referida Lei:

§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão


embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.

A afirmativa III está incorreta. De acordo com o §2º, do art. 1.026, da Lei nº 13.105/15, o tribunal condenará
o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa,
e não dez por cento.

§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal,


em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

A afirmativa IV está incorreta. Segundo o art. 1.025, da referida Lei, consideram-se incluídos no acórdão os
elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de
declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão,
contradição ou obscuridade.

Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

115. (COMPERVE/Câmara de Currais Novos-RN - 2017) O Procurador Legislativo da Câmara de Currais


Novos recebe sentença desfavorável contra a Câmara e, no exercício de suas atribuições, recorre com
presteza já no segundo dia do prazo. Ocorre que ele não percebeu que a parte adversa interpôs embargos
de declaração com o fito de ver sanada omissão da sentença. Diante de tal situação, a apelação interposta
pelo Procurador Legislativo será

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a) tempestiva condicionada a ratificação.


b) intempestiva por precocidade.
c) tempestiva, sem ressalvas.
d) intempestiva, salvo na hipótese de recurso adesivo.

Comentários

Com base na situação e nos §§ 4º e 5º, do art. 1.024, do CPC, não há ressalvas quanto à tempestividade do
recurso prematuro que não for ratificado ou complementado pelo recorrente. A alteração seria apenas uma
faculdade para adequá-lo ao mérito.

§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão


embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.
§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do
julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do
julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de
ratificação.

Portanto, a alternativa C é correta e gabarito da questão.

116. (INSTITUTO AOCP/EBSERH - 2017) Com relação aos recursos no novo CPC, assinale a alternativa
correta.
a) As partes deverão interpor recursos simultaneamente e no prazo máximo estabelecido em lei.
b) Proferido um despacho, poderá a parte interpor embargo de divergência.
c) Da sentença, caberá agravo de instrumento e, contra as decisões interlocutórias, caberá apelação.
d) Cabem embargos infringentes contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar
contradição, suprimir omissão de ponto ou questão sobre a qual deveria ter se pronunciado o juiz, ou para
corrigir erro material.
e) O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 997, do CPC:

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância
das exigências legais.

Não há que se falar em interposição simultânea dos recursos pelas partes.

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A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 1.001, da referida Lei, não há recurso contra os
despachos.

Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

A alternativa C está incorreta. Com base nos arts. 1.009 e 1.015, da Lei nº 13.105/15, da sentença, caberá
apelação, enquanto das decisões interlocutórias, caberá agravo de instrumento.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

A alternativa D está incorreta. Os embargos infringentes foram revogados pelo CPC.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o caput do art. 1.005, da referida
Lei:

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se
distintos ou opostos os seus interesses.

117. (IBFC/EBSERH - 2017) Assinale a alternativa correta sobre os embargos de divergência após analisar
os itens a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo Código de Processo
Civil).
a) É embargável o acórdão de órgão fracionário que em recurso extraordinário ou em recurso especial,
divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e
paradigma, relativos ao juízo de admissibilidade.
b) É embargável o acórdão de órgão fracionário que em recurso extraordinário ou em recurso especial,
divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e
paradigma, de mérito.
c) É embargável o acórdão de órgão fracionário que, apenas em recurso extraordinário, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha
conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia.
d) É embargável o acórdão de órgão fracionário que, apenas em recurso especial, divergir do julgamento de
qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do
recurso, embora tenha apreciado a controvérsia.
e) É embargável o acórdão de órgão fracionário que, nos processos de competência originária, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal.

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 1.043, do CPC. Vejamos:

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:

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I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer


outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
II – Revogado;
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer
outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha
conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;
IV – Revogado.

Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

118. (IBFC/EBSERH - 2017) Assinale a alternativa correta sobre o agravo de instrumento após analisar os
itens a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo Código de Processo
Civil).
a) A petição de agravo de instrumento será instruída facultativamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade, das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado e com outras peças que o agravante reputar úteis ou
com declaração de inexistência de qualquer desses documentos, feita pelo advogado do agravante, sob pena
de sua responsabilidade pessoal.
b) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou com declaração de inexistência de qualquer
desses documentos, feita pessoalmente pelo agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal e
facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
c) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou com declaração de inexistência de qualquer
desses documentos, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal e
facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
d) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou
com declaração de inexistência de qualquer desses documentos, feita pelo advogado do agravante, sob pena
de sua responsabilidade pessoal e facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
e) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou
com declaração de inexistência de qualquer desses documentos, feita pessoalmente pelo agravante, sob
pena de sua responsabilidade pessoal e facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 1.017, caput, do CPC. Vejamos:

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Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou
a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou
outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas
aos advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita
pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

119. (MPE-RS/MPE-RS - 2016) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o tema dos recursos, segundo
disposto no Código de Processo Civil.
a) O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses.
b) Começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que extingue sem resolução
do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado.
c) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
d) Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para suprir omissão de ponto ou questão
sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; considerando-se omissa a decisão que
deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção
de competência aplicável ao caso sob julgamento.
e) Cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

Comentários

A alternativa A está correta, com base no art. 1.005, do CPC:

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se
distintos ou opostos os seus interesses.

A alternativa B está correta, visto que se trata de uma das hipóteses previstas no art. 1.012, §1º, III, da
referida Lei:

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente


após a sua publicação a sentença que:
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1.009, §1º, da Lei nº 13.105/15,
as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de

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instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

A alternativa D está correta, pois se refere ao art. 1.022, II, combinado com o parágrafo único, I, da referida
Lei:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;

A alternativa E está correta, conforme prevê o parágrafo único, do art. 1.015, do CPC:

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

120. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, as questões resolvidas na
fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas
pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a
decisão final, ou nas contrarrazões.

Comentários

A assertiva está correta, pois reproduz o §1º, do art. 1.009, do CPC:

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

121. (TRT-4ºR/TRT-4ªR - 2016) Assinale a assertiva correta sobre o instituto da reclamação.


a) É admissível somente perante os Tribunais Superiores.
b) Busca garantir a autoridade da decisão do Tribunal perante a qual é apresentada.
c) Pode ser apresentada a qualquer tempo no processo.
d) O julgamento do recurso interposto contra a decisão reclamada prejudica o conhecimento da reclamação.
e) É inadmissível para garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução
de demandas repetitivas.

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 988, do CPC. Vamos analisar cada uma das alternativas.

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A alternativa A está incorreta. De acordo com o §1º, a reclamação pode ser proposta perante qualquer
tribunal.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao caput do art. 988, II:

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:


II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;

As alternativas C e E estão incorretas. O §5º, prevê as hipóteses em que será inadmissível a reclamação.
Vejamos:

§ 5º É inadmissível a reclamação:
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos
extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

A alternativa D está incorreta. Com base no §6º, o julgamento do recurso interposto contra a decisão
reclamada não prejudica o conhecimento da reclamação.

§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida


pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.

122. (IBFC/EBSERH - 2016) Assinale a alternativa correta sobre o Julgamento dos Recursos
Extraordinário e Especial Repetitivos após analisá-las a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº
13.105, de 16/03/2015 (Novo Código de Processo Civil).
a) Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica
questão de fato ou de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta
Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior
Tribunal de Justiça.
b) O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da decisão de
sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido interposto
intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse
requerimento.
c) O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 3 (três)
ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou
ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os
processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
d) O relator em tribunal superior poderá selecionar até 3 (três) recursos representativos da controvérsia para
julgamento da questão de direito independentemente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente do
tribunal de origem.

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e) O relator poderá fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e
conhecimento na matéria, sendo vedada a utilização de tais manifestações com a finalidade de instrução
processual.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 1.036, do CPC, apenas a identidade de questão de direito,
e não de fato, ensejará a afetação do recurso.

Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais


com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de
acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o §2º, do art. 1.036, da referida Lei:

§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da


decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que
tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para
manifestar-se sobre esse requerimento.

A alternativa C está incorreta. Conforme o §1º, do art. 1.036, da Lei nº 13.105/15, será feita a seleção de
dois ou mais recursos e não de três ou mais.

1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal


selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão
encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de
afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes,
individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.

A alternativa D está incorreta. Segundo o §5º, do art. 1.036, da referida Lei, poderá será feita a seleção de
dois ou mais recursos e não de três ou mais.

§ 5o O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos


representativos da controvérsia para julgamento da questão de direito
independentemente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente do tribunal de
origem.

A alternativa E está incorreta. Com base no art. 1.038, II, do CPC, o relator fixará data, com o intuito de
instruir o procedimento, e não de instrução processual.

Art. 1.038. O relator poderá:


II - fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e
conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento;

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123. (IBFC/EBSERH - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil (Lei nº 13.105 de 16 de março
de 2015) assinale a alternativa INCORRETA.
a) O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do
recurso.
b) O prazo para interposição de recurso, conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados,
a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
c) Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado
ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito
da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da intimação.
d) No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente,
o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
e) Os recursos impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.

Comentários

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o art. 998, do CPC:

Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.

A alternativa B está correta, com base no caput do art. 1.003, da referida Lei:

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão.

A alternativa C está correta, conforme estabelece o art. 1.004, da Lei nº 13.105/15:

Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da
parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do
processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra
quem começará a correr novamente depois da intimação.

A alternativa D está correta, segundo o art. 1.007, da referida Lei:

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 995, do CPC, os recursos não
impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.

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124. (IBADE/Câmara de Santa Maria Madalena-RJ - 2016) Assinale, dentre as decisões abaixo elencadas,
aquela que pode ser questionada por meio de agravo de instrumento, de acordo com as disposições
expressas do Código de Processo Civil de 2015.
a) Admissão de intervenção de terceiros
b) Indeferimento de requerimento de distribuição por dependência
c) Declínio da competência
d) Concessão de gratuidade de justiça
e) Fixação de valor de honorários periciais

Comentários

O art. 1.015, do CPC, prevê em quais hipóteses cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias.
Observe que se trata de situações taxativas, ou seja, o agravo de instrumento tem cabimento apenas nas
situações expressamente arroladas no art. 1.015, do CPC.

Vejamos o dispositivo:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Dessa forma, apenas uma alternativa traz a hipótese de cabimento do agravo de instrumento. Portanto, a
alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

125. (IBADE/Câmara de Santa Maria Madalena-RJ - 2016) João, autor de demanda em face de Pedro,
opõe embargos de declaração em face da sentença. Aduz que o Juízo não apreciou seu pedido de
indenização por dano material, tão somente aquele concernente à compensação por dano moral. Em caso

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de acolhimento dos embargos, haverá, necessariamente, efeitos infringentes. Assinale a alternativa


correta.
a) O Juízo receberá os embargos declaratórios e poderá dar vista ao embargado.
b) O Juízo receberá os embargos declaratórios e intimará o embargado para que, caso queira, manifeste-se
no prazo de cinco dias.
c) O Juízo não poderá receber os embargos declaratórios com efeitos infringentes, pois este recurso não é
previsto no Código de Processo Civil de 2015.
d) O Juízo não poderá receber os embargos declaratórios, pois este recurso não se presta a dar efeitos
infringentes à sentença.
e) O Juízo receberá os embargos declaratórios e decidirá sem dar vista ao embargado.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Ao embargado não é dado vista, mas prazo para se manifestar, pois o eventual
acolhimento acarretará modificação da decisão, uma vez que abrangerá a decisão do juiz sobre o dano
material.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1.023, §2º, do CPC, o Juízo
receberá os embargos declaratórios e intimará o embargado para que, caso queira, manifeste-se no prazo
de cinco dias.

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao
juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a
preparo.
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco)
dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação
da decisão embargada.

As alternativas C e D estão incorretas. Quando a oposição de embargos de declaração implicar a modificação


da decisão embargada, diz-se que os embargos possuem efeitos infringentes, ou seja, efeitos modificativos.
Dessa forma, o CPC previu os efeitos infringentes no art. 1.023, § 2º.

A alternativa E está incorreta, pois o embargado deve se manifestar no caso de decisão que provoque efeitos
modificativos.

126. (FUMARC/Câmara de Conceição do Mato Dentro - 2016) atual sistemática processual civil
brasileira, são cabíveis os seguintes recursos, EXCETO:
a) Apelação.
b) Embargos de Declaração.
c) Embargos de Divergência.
d) Embargos Infringentes.

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Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Os embargos infringentes, previstos no CPC/73, foram
extintos pelo CPC. A este recurso assemelha-se a técnica do julgamento ampliado, prevista no art. 942.

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

Observe que os embargos de infringência não constam nas possibilidades de recurso do art. 994, do CPC.

127. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Analise as assertivas abaixo:


I - O recurso extraordinário e o recurso especial serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente
do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão a exposição do fato e do direito, a demonstração
do cabimento do recurso interposto e as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
II - Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal.
III - Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, não conhecerá do
recurso, por ser incompetente para julgá-lo, extinguindo o processo.
IV - Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de 10 (dez) dias para que o recorrente demonstre a existência de
repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
a) somente as assertivas I, II e III estão incorretas.
b) somente as assertivas II, III e IV estão incorretas.
c) somente as assertivas I, III e IV estão corretas.
d) somente as assertivas I, II e IV estão corretas.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está correto, conforme prevê o art. 1.029, do CPC. Os incisos do artigo citado trazem os requisitos
das petições de recurso extraordinário e de recurso especial. Embora os requisitos sejam os mesmos, devem
ser apresentados em petições distintas.

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos


na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;

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II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;


III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

O item II está incorreto. De acordo com o art. 1.031, na hipótese de interposição conjunta de recurso
extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

O item III está incorreto. Com base no art. 1.033, se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a
ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei
federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.

O item IV está incorreto. Segundo o art. 1.032, se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o
recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o
recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Observe que o item aponta o prazo incorreto.

Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

128. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Marque a alternativa incorreta:


a) Da sentença cabe apelação. As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito
não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
b) Se as decisões interlocutórias, irrecorríveis por agravo de instrumento e não acobertadas pela preclusão,
forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a
respeito delas.
c) Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator decidi-lo-á
monocraticamente apenas para negar provimento a recurso que for contrário a súmula do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal.
d) A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Serão, porém, objeto de
apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não
tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme dispõe o art. 1.009, caput e §1º, do CPC. Note que se trata de mera
reprodução legal.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

A alternativa B está correta, ainda com base no art. 1.009, §2º. Mais uma hipótese de reprodução do
dispositivo do CPC.

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§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será


intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Esse dispositivo não foi estudado em aula, contudo,
todas as outras alternativas versam sobre artigos dessa aula, por isso optamos por trazer essa questão aqui.
Essa não é a única hipótese em que o relator estará autorizado a decidir monocraticamente. O art. 1.011
prevê que o relator estará autorizado a fazê-lo nas hipóteses do art. 932, III a V:

Art. 932. Incumbe ao relator:


I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem
como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência
originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a
decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;

A alternativa D está correta, segundo o art. 1.013, caput e §1º. Trata-se do efeito devolutivo da apelação.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.

129. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Com relação ao recurso de agravo de instrumento, está
correto afirmar:
a) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da

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respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
b) O agravo de instrumento será dirigido ao juízo que proferiu a decisão recorrida, por meio de petição com
os seguintes requisitos os nomes das partes, a exposição do fato e do direito, as razões do pedido de reforma
ou de invalidação da decisão e o próprio pedido e o nome e o endereço completo dos advogados constantes
do processo.
c) Sem exceção, o agravante requererá a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso,
no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
d) Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem exclusivamente sobre tutelas
provisórias, mérito do processo, rejeição da alegação de convenção de arbitragem e incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 1.017, I, do CPC e cita
corretamente todos os documentos que devem instruir o agravo de instrumento.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou
a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou
outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas
aos advogados do agravante e do agravado;

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 1.016, o agravo de instrumento será dirigido diretamente
ao tribunal competente, e não ao juiz que proferiu a decisão recorrida.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por
meio de petição com os seguintes requisitos:

A alternativa C está incorreta. Com base no art. 1.018, caput e §2º, o agravante poderá requerer a juntada
destes documentos, não sendo obrigado a fazê-lo. Ou seja, trata-se de uma faculdade.

Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da
petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos
documentos que instruíram o recurso.
§ 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput,
no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.

A alternativa D está incorreta. As hipóteses de cabimento do agravo de instrumento estão contidas no art.
1.015. Note que o rol do dispositivo é maior do que aquele exposto na alternativa e a palavra
“exclusivamente” dá a entender que seriam apenas aquelas as hipóteses.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

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I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

130. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil (CPC/2015), assinale a
afirmativa correta.
a) Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação,
a sentença de mérito.
b) Cabe recurso de agravo de instrumento contra a decisão que negar o pleito de produção de prova pericial,
formulado na petição inicial.
c) Não cabe recurso de agravo de instrumento contra a decisão que inverte o ônus da prova, podendo,
todavia, ser impugnada por meio de recurso de apelação, após a prolação de sentença.
d) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, poderão ser suscitadas pelo apelado em contrarrazões.
e) Das decisões interlocutórias proferidas em audiência admitir-se-á interposição oral do agravo retido, a
constar do respectivo termo, expostas sucintamente as razões que justifiquem o pedido de nova decisão.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Os embargos infringentes foram excluídos pelo CPC.

A alternativa B está incorreta. Não se encontra, dentre as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento,
a decisão que negar o pleito de produção de prova pericial, formulado na petição inicial. Essa hipótese não
está no rol do art. 1.015 e, como dissemos, as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento são
taxativas.

A alternativa C está incorreta. A hipótese citada é impugnável por meio de agravo de instrumento.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 1.009, §1º.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

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§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

A alternativa E está incorreta. O agravo retido foi extinto pelo CPC.

131. (FAFIPA/Câmara de Cambará-PR - 2016) Acerca dos Recursos previstos pelo Código de Processo
Civil/2015, assinale a alternativa INCORRETA
a) São cabíveis os seguintes recursos: apelação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de
declaração; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; agravo em recurso especial ou
extraordinário; e embargos de divergência.
b) Quando o Recurso for interposto por terceiro, cumpre a ele demonstrar a possibilidade de a decisão sobre
a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir
em juízo como substituto processual.
c) A renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte, salvo nos casos de revelia.
d) A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida
e daquele objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.

Comentários

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o art. 994, do CPC. Note que é mera reprodução legal. Esse
dispositivo deve ser memorizado!

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:


I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.

A alternativa B está correta com base no parágrafo único, do art. 996. Como sabemos, é possível, ao terceiro
prejudicado, interpor recurso, contudo, ele deve demonstrar que a decisão afeta um direito seu ou um
direito que o terceiro possa discutir em juízo como substituto processual.

Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a


relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou
que possa discutir em juízo como substituto processual.

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A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 999, a renúncia ao direito de
recorrer INDEPENDE da aceitação da outra parte.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.

A alternativa D está correta, pois reproduz o parágrafo único, do art. 998.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja


repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.

132. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Segundo entendimento majoritário do Superior Tribunal de Justiça o


relator, monocraticamente, não poderá dar ou negar provimento ao recurso ainda que fundamentado em
existência de entendimento dominante acerca do tema.

Comentários

A assertiva está incorreta. De acordo com a súmula nº 568, do STJ, o relator, monocraticamente e no Superior
Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante
acerca do tema.

Súmula N. 568 O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar


ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.

133. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, não é de competência do
juízo de primeira instância exercer juízo de admissibilidade da apelação, já que o exame cabe,
originariamente, ao tribunal de segundo grau. Assim, decisão do juízo de primeira instância que declare
inadmissível a apelação é ato de usurpação de competência do tribunal, motivo pelo qual a reclamação
será a via processual adequada para impugnar-se o ato do juiz de primeira instância.

Comentários

A assertiva está correta.

O CPC/73 estabelecia que o recurso de apelação sofreria dois juízos de admissibilidade, um realizado pelo
juiz de primeiro grau, prolator da sentença impugnada, e outro realizado pelo desembargador-relator, a
quem o recurso de apelação seria distribuído.

Porém, pelo CPC, apenas um juízo de admissibilidade é realizado sob o recurso de apelação. Vejamos o art.
1.010, §3º.

§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal


pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

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Assim, caso haja juízo de admissibilidade pelo juízo de primeiro grau será possível propor uma reclamação
no tribunal superior por usurpação de competência. Dito de forma mais simples, o juízo de primeiro grau
pretendeu exercer a competência do juiz de segundo grau, quando não mais pode fazê-lo.

134. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, consideram-se incluídos no
acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os
embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes
erro, omissão, contradição ou obscuridade.

Comentários

Note que é uma questão para o cargo de promotor que não faz nada além de reproduzir a integralidade da
lei. Disso extraímos a importância de ler e reler o CPC, razão pela qual buscamos citar e esquematizar o
dispositivo. Por vezes isso parece repetitivo, mas fará com que você se familiarize com o texto legal.

A assertiva está correta, conforme dispõe o art. 1.025, do CPC.

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,


para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos
ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade.

135. (FAURGS/TJ-RS - 2016) Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta a respeito dos
efeitos dos recursos no Direito Processual Civil.
a) O efeito devolutivo provoca o impedimento da produção imediata dos efeitos da decisão impugnada.
b) O efeito regressivo impede o órgão jurisdicional a quo de rever a decisão recorrida.
c) O efeito expansivo subjetivo excepciona a regra de que a interposição do recurso produz efeitos apenas
para o recorrente.
d) O efeito expansivo subjetivo não é admitido pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
e) O efeito translativo impede que o órgão judicial revisor se pronuncie de ofício.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O que provoca o impedimento da produção imediata dos efeitos da decisão
impugnada é o efeito suspensivo, e não o efeito devolutivo.

A alternativa B está incorreta. O efeito regressivo é o que devolve a causa ao próprio juízo prolator da
decisão, tornando possível o juízo de retratação.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De fato, o efeito expansivo subjetivo excepciona a
regra de que a interposição do recurso produz efeitos apenas para o recorrente.

A alternativa D está incorreta. O efeito expansivo é admitido pelo STJ e figura em diversos julgados da Corte.

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A alternativa E está incorreta. O efeito translativo permite que o tribunal, excepcionalmente, se pronuncie,
de ofício, sobre questões não apreciadas pelo juízo a quo, sobretudo sobre questões consideradas de ordem
pública.

136. (FUMARC/Prefeitura de Matozinhos-MG - 2016) Acerca dos recursos na legislação processual civil,
é INCORRETO afirmar que
a) a Lei n. 13.105/2015 aboliu o denominado agravo retido previsto na lei anterior revogada.
b) a Lei n. 13.105/2015 considera como omissa, desafiando embargos de declaração, a decisão que deixe de
se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de
competência aplicável ao caso sob julgamento.
c) a Lei n. 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil), mantendo a disciplina de prerrogativa processual
anterior, dispõe que os Municípios e suas respectivas pessoas indiretas de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, e em quádruplo para contestar.
d) excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15
(quinze) dias, segundo o vigente Código de Processo Civil.

Comentários

A alternativa A está correta. O CPC extinguiu o agravo retido, mantendo somente o agravo de instrumento
como recurso apto a impugnar as decisões interlocutórias.

A alternativa B está correta, com base no parágrafo único, do art. 1.022.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:


I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 183, a União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.

A alternativa D está correta, pois está previsto no §5º, do art. 1.003.

§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

137. (BIO-RIO/SAAE de Barra Mansa - 2016) Assinale a opção CORRETA:


a) Cabe agravo interno contra as decisões interlocutórias que versarem sobre admissão ou inadmissão de
intervenção de terceiros.
b) A parte só não poderá recorrer se aceitar expressamente a decisão. A renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte.

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c) São cabíveis recursos dos despachos.


d) Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para corrigir erro material.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O agravo interno tem cabimento contra a decisão proferida pelo relator a fim
de submeter a questão objeto do recurso à apreciação do órgão colegiado. Vejamos o art. 1.021, do CPC.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.

Enquanto, de acordo com o art. 1.015, IX, a decisão interlocutória, que versa sobre admissão ou inadmissão
de intervenção de terceiros, constitui uma das hipóteses de cabimento do agravo de instrumento e não de
agravo interno.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

A alternativa B está incorreta. A parte estará impossibilitada de recorrer se aceitar expressamente a decisão,
mas também não poderá fazê-lo se aceitar de forma tácita. Vejamos o art. 1.000:

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato
incompatível com a vontade de recorrer.

A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 1.001, os despachos são irrecorríveis, uma vez que não
possuem conteúdo decisório.

Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. As hipóteses de cabimento dos embargos de


declaração estão contidas no art. 1.022:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento;
III - corrigir erro material.

138. (FUNRIO/Prefeitura de Itupeva-SP - 2016) O regime dos recursos instituído pelo Código de Processo
Civil de 2015 estabeleceu, dentre outras modificações:
a) a criação do agravo interno

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b) a possibilidade de sustentação oral no agravo de instrumento


c) o retorno às decisões colegiadas
d) o fim do juízo de admissibilidade no recurso especial
e) a restrição ao uso da apelação

Comentários

Uma das modificações trazidas pelo CPC diz respeito à possibilidade de sustentação oral no agravo de
instrumento. Essa previsão está contida no art. 937, VIII, do CPC.

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze)
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos
termos da parte final do caput do art. 1.021:
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem
sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

Desse modo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Observe que há provas que cobram o que há de novo no Código de Processo. Dessa forma, atente-se às
novidades mencionadas em aula.

139. (FUNRIO/Prefeitura de Trindade-GO - 2016) Diante do Novo Código de Processo Civil, em atenção
ao agravo de instrumento, a afirmativa correta é:
a) O prazo para sua interposição é de 10 (dez) dias.
b) Será interposto no juízo que proferiu a decisão interlocutória que o remeterá ao tribunal competente para
julgá-lo.
c) Não é admitida sua interposição contra decisões interlocutórias que versarem sobre rejeição da alegação
de convenção de arbitragem.
d) Não cabe sua interposição contra decisões que versarem sobre concessão, modificação ou revogação do
efeito suspensivo aos embargos à execução.
e) Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do
agravo de instrumento, deve o relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado
o vício.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 1.003, §5, o prazo para a interposição do agravo de
instrumento é de 15 dias, e não de 10 dias.

§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

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A alternativa B está incorreta. Conforme o art. 1.016, o agravo de instrumento deve ser dirigido diretamente
ao tribunal competente.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por
meio de petição com os seguintes requisitos:

A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 1.015, III, a hipótese citada admite, sim, a interposição de
agravo de instrumento.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

A alternativa D está incorreta. Com base no art. 1.015, X, a hipótese citada admite, sim, a interposição do
agravo de instrumento.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois está previsto no §3º, do art. 1.017. Lembre-se de
que o recurso não é mais julgado improcedente de pronto, devido à aplicação do princípio da cooperação
processual. Assim, o juiz deve conceder à parte a possibilidade de sanar o processo.

§ 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa
a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932,
parágrafo único.
Art. 932. Incumbe ao relator:
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo
de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a
documentação exigível.

140. (FUNRIO/Prefeitura de Trindade-GO - 2016) Observando o rito dos Recursos Extraordinário e


Especial Repetitivos, é INCORRETO afirmar que:
a) Da decisão que determinar o sobrestamento não cabe pedido ou recurso para que exclua o recurso da
decisão de sobrestamento.
b) Somente podem ser selecionados recursos admissíveis para afetação de julgamento aqueles que
contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.
c) Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para garantir a observância de enunciado
de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de
assunção de competência.

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d) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
e) Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica
questão de direito, haverá afetação para julgamento dos recursos repetitivos, observado o disposto no
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.

Comentários

A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o §2º, do art. 1.036, do CPC, o
interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da decisão de sobrestamento e
inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo
o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.

A alternativa B está correta, com base no §6º, do art. 1.036.

§ 6o Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente


argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.

A alternativa C está correta, pois está previsto no art. 988, III.

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:


III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo
Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

A alternativa D está correta, segundo o art. 332, II.

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;

A alternativa E está correta, pois reproduz o caput, do art. 1.036.

Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais


com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de
acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.

141. (FAURGS/TJ-RS - 2016) Confrontando o sistema recursal do Código de Processo Civil de 1973 com o
do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, assinale a alternativa correta.
a) No Código de 1973, o recurso de apelação interposto contra a sentença de interdição deveria ser recebido
no duplo efeito, ao passo que, no Novo Código, passará a ser recebido apenas no efeito devolutivo, não mais
obstando a eficácia desse tipo de sentença.

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b) No Código de 1973, o juiz de primeiro grau deveria deixar de receber o recurso de apelação, quando a
sentença estivesse em conformidade com Súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, ao passo que, no Novo Código, o juiz de primeiro grau não deverá fazer juízo de admissibilidade da
apelação, o qual passa a ser de competência exclusiva do Tribunal.
c) No Código de 1973, o acórdão não unânime que, em grau de apelação, houvesse confirmado a sentença
de mérito, desafiava recurso de embargos infringentes, ao passo que, sob a égide do Novo CPC, o julgamento
dessa apelação não mais enseja embargos infringentes, mas deve prosseguir com a convocação de outros
julgadores em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial.
d) Na vigência do Código de 1973, todas as decisões interlocutórias proferidas pelo juiz de primeiro grau
eram impugnáveis por meio de agravo de instrumento, ao passo que, no Novo Código, somente algumas
decisões interlocutórias casuisticamente elencadas na lei o são, devendo as demais ser objeto de protesto
específico, cujas razões serão apresentadas posteriormente em sede de apelação ou contrarrazões de
apelação.
e) Tanto no Código de 1973 quanto no Novo Código, é pacífico que o capítulo da sentença que versar sobre
tutela provisória é impugnável por meio do recurso de agravo de instrumento, uma vez que constitui, de
forma substancial, uma decisão interlocutória formalmente inserida no texto da sentença.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 520, do CPC73, a regra geral era o recebimento de
apelação em seu duplo efeito. Quando interposta contra a sentença de interdição não tinha o condão de
suspender os seus efeitos. Conforme o art. 1.012, §1º, VI, do CPC, a apelação interposta contra sentença de
interdição também deverá ser recebida somente em seu efeito devolutivo.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Com base no art. 518, §3º, do CPC73, o juiz de primeiro
grau, ao realizar o primeiro juízo de admissibilidade do recurso de apelação, não deveria recebê-lo quando
a sentença impugnada estivesse em conformidade com o entendimento sumulado do STF ou do STJ.
Enquanto, de acordo com o CPC, em seu art. 1.010, §3º, houve a extinção desse duplo juízo de
admissibilidade, imputando-o somente ao tribunal ad quem.

A alternativa C está incorreta. O art. 530, do CPC73, previa, expressamente, que os embargos infringentes
somente tinham cabimento quando o acórdão não unânime houvesse reformado a sentença de mérito ou
julgado procedente ação rescisória, não tendo cabimento, portanto, diante da hipótese de confirmação da
sentença.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 522, do CPC73, as decisões interlocutórias deveriam ser
impugnadas mediante o recurso de agravo retido, e, excepcionalmente, quando o seu não julgamento
imediato pudesse acarretar dano grave ou de difícil reparação à parte, na forma de instrumento. Já o CPC,
em seu art. 1.015 combinado com o art. 1.009, §1º, aboliu o agravo retido, passando a prever as hipóteses
em que as decisões interlocutórias poderão ser agravadas por intermédio de agravo de instrumento. As
hipóteses não abarcadas por esse recurso somente poderão ser impugnadas, ao final, por meio do recurso
de apelação.

A alternativa E está incorreta. De acordo com o CPC, o capítulo da sentença que versar sobre a tutela
provisória é impugnável por meio de apelação.

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142. (BIO-RIO/Prefeitura de Paracambi-RJ - 2016) Acerca dos recursos, consoante o Código de Processo
Civil (Lei 13.105/2015), assinale a opção INCORRETA:
a) Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o
embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar
ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação
da decisão dos embargos de declaração.
b) Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o
recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será
processado e julgado independentemente de ratificação.
c) Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal
proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada deverá remeter os autos em 5 dias para
decisão pelo colegiado.
d) A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver
risco de dano grave ou de difícil reparação.

Comentários

Trata-se de uma questão que reproduz os dispositivos legais em suas alternativas.

A alternativa A está correta, pois reproduz o art. 1.024, §4º, do CPC.

§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão


embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.

A alternativa B está correta, ainda com base no art. 1.024, §5º.

§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do


julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do
julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de
ratificação.

A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1.024, §2º, no caso de
embargos opostos contra decisão monocrática, o órgão que decidiu julgará monocraticamente. Ou seja, os
embargos não serão remetidos para decisão colegiada.

§ 2o Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra


decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-
los-á monocraticamente.

A alternativa D está correta, conforme estabelece o §1º, do art. 1.026.

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§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo


juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo
relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

143. (UEPA/PGE-PA - 2015) De acordo com o Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/05), julgue as
afirmativas abaixo.
I. O apelado poderá em sede de contrarrazões impugnar questão resolvida na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento.
II. Não se considera fundamentado acórdão, que não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelos julgadores.
III. É cabível sustentação oral pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um,
sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério
Público, em Agravo de Instrumento interposto contra qualquer decisão interlocutória.
IV. Tendo sido o Estado condenado ao pagamento no valor de até 1.000 (hum mil) salários-mínimos não se
aplica o instituto da remessa necessária.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) II e III
b) I e IV
c) III e IV
d) II e IV
e) I e II

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

O item I está correto, conforme prevê o art. 1.009, §1º, do CPC. As questões que não comportam agravo de
instrumento não sofrem preclusão e podem ser alegadas em preliminar de apelação.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.

O item II está correto, com base no art. 489, §1º, IV. Trata-se do princípio da fundamentação das decisões
judiciais. Todas as decisões devem ser fundamentadas e enfrentar todos os pontos levantados pela parte.

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,


sentença ou acórdão, que:
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

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O item III está incorreto. De acordo com o art. 937, VIII, no caso de agravo de instrumento, somente haverá
sustentação oral quando ele for interposto contra decisão interlocutória que versar sobre tutela provisória
de urgência ou de evidência, e não contra qualquer decisão interlocutória.

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze)
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos
termos da parte final do caput do art. 1.021:
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem
sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

O item IV está incorreto. O art. 496, §3º, menciona que não se aplica o duplo grau de jurisdição quando a
condenação for inferior a 1.000 salários mínimos. Contudo, essa limitação se aplica apenas para a União e
para as respectivas autarquias e fundações. No caso dos Estados, o valor mínimo é de 500 salários mínimos.

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico
obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de
direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas
autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos
Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias
e fundações de direito público.

Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

144. (FMP-RS/TJ-MT - 2014) Sobre o direito recursal no processo civil brasileiro é correto afirmar que
a) vige a regra da atipicidade recursal no processo civil brasileiro.
b) vige a regra do benefício comum no que tange ao efeito devolutivo dos recursos.
c) se deve distinguir juízo de admissibilidade e juízo de mérito apenas nas hipóteses concernentes aos
recursos extraordinários.
d) vige a regra da singularidade recursal, não obstante existam exceções.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A regra é da taxatividade recursal.

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A alternativa B está incorreta. Essa regra é incompatível com o sistema recursal do Direito Processual Civil.
A regra do benefício comum determina que o recurso interposto por uma parte aproveita ao adversário.

A alternativa C está incorreta. Os juízos de admissibilidade e de mérito estão presentes em todos os recursos.
O que temos, na prática, é apenas um juízo de admissibilidade em determinadas espécies recursais, como é
o caso do recurso de apelação.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O princípio da singularidade quer dizer que, para cada
ato judicial recorrível, existe um recurso próprio previsto no ordenamento jurídico, ensejando-se a conclusão
de que, em regra, é vedado à parte utilizar-se de mais de um recurso para impugnar o mesmo ato decisório.

A alternativa E está incorreta, pois a alternativa D é a correta.

145. (IESES/ALGÁS - 2017) Com relação ao Recurso Extraordinário, é INCORRETO afirmar:


a) Realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao
Superior Tribunal de Justiça, desde que o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão
geral ou de julgamento de recursos repetitivos.
b) O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão
interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que
conterão somente a exposição dos fatos e do direto e a demonstração do cabimento da decisão recorrida.
c) Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de
processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território
nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.
d) Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a
certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia
eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado
disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer
caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

Comentários

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o art. 1.030, V, “a”, da Lei nº 13.105/15:

V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal


Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de
julgamento de recursos repetitivos;

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Com base no art. 1.029, caput, da referida Lei, o
recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos
perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão a
exposição do fato e do direito, a demonstração do cabimento do recurso interposto, e as razões do pedido
de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

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A alternativa C está correta, conforme prevê o §4º, do art. 1.029, do CPC:

§ 4o Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas


repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça
receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão federal
constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica
ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até
ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.

A alternativa D está correta, segundo o §1º, do art. 1.029, da Lei nº 13.105/15:

§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da


divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão
divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de
computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso,
mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

146. (IMA/Prefeitura de Penalva-MA - 2017) À luz da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, acerca do
recurso extraordinário e do recurso especial, é CORRETO afirmar que:
a) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo.
b) Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão remetidos ao respectivo tribunal
superior.
c) Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal.
d) Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, deverá conceder prazo
de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre
a questão constitucional.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 1.029, §5º, I, do CPC:

§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso


especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão
de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo;

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A alternativa B está incorreta. O art. 1.030, caput, da Lei nº 13.105/15, prevê que recebida a petição do
recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15
dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, e não
remetidos ao Supremo Tribunal Federal.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 1.031, da referida Lei, na hipótese de interposição
conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de
Justiça, e não ao Supremo Tribunal Federal.

A alternativa D está incorreta. Com base no art. 1.033, do CPC, se o Supremo Tribunal Federal considerar
como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da
interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como
recurso especial.

147. (IBFC/EBSERH - 2016) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o Recurso Extraordinário e o Recurso
Especial após analisá-las a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo
Código de Processo Civil).
a) Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a
certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia
eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado
disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer
caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados
b) Quando o recurso estiver fundado em dissídio jurisprudencial, é vedado ao tribunal inadmiti-lo com base
em fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a existência da
distinção
c) Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de
processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território
nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto
d) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo
e) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao relator, se já distribuído o recurso

Comentários

A questão exige o conhecimento do art. 1.029, do CPC. Vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe o §1º.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão, pois se referia ao §2º, que foi revogado pela Lei nº
13.256/16.

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A alternativa C está correta, pois é o que dispõe o §4º.

A alternativa D está correta, pois é o que dispõe o §5º, I.

A alternativa E está correta, pois é o que dispõe o §5º, II.

148. (IDECAN/AGU - 2014) "Joaquina impetra mandado de segurança no Tribunal de Justiça do local em
que reside por ter direito líquido e certo que foi violado por abuso de autoridade da autoridade coatora
envolvida na situação. Considere que, nessa hipótese, a autoridade coatora era o Governador do Estado,
que possuía foro por prerrogativa de função e que, por essa razão, a competência para julgamento do writ
era mesmo do Tribunal de Justiça local. Considere, ainda, que a impetração ocorreu tempestivamente, e
que todos os requisitos de admissibilidade foram observados. Entretanto, mesmo com a observância de
todos os requisitos formais, meritoriamente, foi denegatória a decisão do mandado de segurança
impetrado por Joaquina."
Tendo em vista todos os aspectos apresentados no caso anterior, assinale a opção que indica,
acertadamente, o recurso a ser interposto por Joaquina
a) Recurso especial para o STJ.
b) Recurso ordinário para o STJ
c) Embargos infringentes para o STJ.
d) Agravo de instrumento para o STJ.
e) Recurso extraordinário para o STF.

Comentários

Nesse caso, será cabível o recurso ordinário. Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão,
conforme dispõe o art. 105, II, “b”, da Constituição Federal:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II - julgar, em recurso ordinário:
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

149. (MPE-PR/MPE-PR - 2019) Sobre os recursos em espécie, assinale a alternativa incorreta, nos termos
do Código de Processo Civil de 2015:
a) A decisão que julga antecipadamente parcela do mérito é recorrível por apelação.
b) O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público,
como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
c) O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.

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d) Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o


recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será
processado e julgado independentemente de ratificação.
e) É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar
improcedente o agravo interno.

Comentários

A grande novidade do CPC/2015 quanto ao julgamento antecipado do mérito é a previsão expressa de que
ele pode ser parcial. Nos termos do art. 356 do novo diploma processual, o juiz decidirá parcialmente o
mérito quando um ou mais dos pedidos formulados – ou parte deles – mostrar-se incontroverso ou estiver
em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 do CPC. Nestes casos, a decisão será recorrível
por agravo de instrumento, recurso sem efeito suspensivo (art. 356, §5º, do CPC). Deste modo, a alternativa
A está incorreta e é o gabarito da questão.

Vejamos, contudo, as demais alternativas.

A alternativa B está correta, haja vista que pela redação do art. 966 do CPC, três são as espécies de sujeitos
que tem legitimidade recursal: (a) as partes; (b) o terceiro prejudicado; e (c) o Ministério Público.

A Alternativa C está certa, pois é cópia da literalidade do CPC:

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


[...]
§5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é
impugnável na apelação.

Segundo o art. 1.024, §5º, do CPC, se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a
conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento
dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação. Deste modo, a
alternativa D está correta.

Por fim, a alternativa E também está certa, pois é transcrição de dispositivo do CPC:

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.
[...]
§3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para
julgar improcedente o agravo interno.

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LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS


FCC

1. (FCC/MPE-PB - 2018) Quanto aos recursos,


a) a apelação terá, como regra, somente o efeito devolutivo.
b) dos despachos cabe o recurso de correição parcial; das decisões interlocutórias cabe agravo de
instrumento e das sentenças cabe apelação.
c) a renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
d) o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do
recurso; a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido
reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
e) o recurso adesivo fica de início subordinado ao recurso independente, mas se deste houver desistência ou
for considerado inadmissível subsistirá autonomamente, sendo conhecido e julgado como recurso principal.
2. (FCC/SEAD AP - 2018) De acordo com o disposto no Código de Processo Civil,
a) não serão admitidos novos embargos de declaração apenas se os três anteriores houverem sido
considerados protelatórios.
b) as questões de fato não propostas no juízo inferior não poderão ser suscitadas na apelação, em virtude
da preclusão, ainda que a parte prove que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
c) contra decisão proferida pelo relator do recurso de apelação caberá agravo de instrumento para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.
d) o capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
e) decisões que versem sobre o mérito do processo, ainda que em análise perfunctória, só podem ser
impugnadas por meio de apelação.

3. (FCC/DPE-SP - 2019) O réu de uma ação, em sua contestação, além de apresentar defesa direta de
mérito, arguiu duas preliminares, uma delas alegando a incompetência absoluta do juiz, e a outra pedindo
a decretação de segredo de justiça, considerando que nesta ação foram expostas questões de seu foro
íntimo. Após a réplica, o juiz indeferiu ambos os pedidos. Tal decisão, de acordo com a sistemática do
Código de Processo Civil de 2015 e em conformidade com o entendimento consolidado no âmbito do
Superior Tribunal de Justiça, tem a natureza jurídica de decisão interlocutória,
a) mas as hipóteses de indeferimento da alegação de incompetência absoluta e de segredo de justiça não
estão previstas de forma expressa no rol taxativo do art. 1.015 do Código de Processo Civil, motivo pelo qual
não admitem a interposição de agravo de instrumento e somente podem ser impugnadas oportunamente
em preliminar de apelação.
b) e as hipóteses de indeferimento da alegação de incompetência absoluta e de segredo de justiça estão
previstas de forma expressa no rol do art. 1.015 do Código de Processo Civil, de modo que ambas admitem

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a interposição de agravo de instrumento, sem qualquer esforço hermenêutico para além da interpretação
literal dos dispositivos.
c) que versa sobre o mérito, hipótese prevista expressamente no rol do art. 1.015, inciso II, do Código de
Processo Civil, de modo que admite a interposição de agravo de instrumento, independentemente do
conteúdo desta decisão interlocutória.
d) e as hipóteses de indeferimento da alegação de incompetência absoluta e de segredo de justiça não estão
previstas de forma expressa no rol do art. 1.015 do Código de Processo Civil; todavia, em razão da
taxatividade mitigada, ambas as hipóteses atendem os requisitos firmados pela jurisprudência para admitir
a interposição de agravo de instrumento.
e) mas somente a alegação da incompetência absoluta está prevista no rol do art. 1.015, do Código de
Processo Civil, de modo que admite a interposição de agravo de instrumento; a decisão de indeferimento de
segredo de justiça, embora não conste do referido rol, atende os requisitos firmados pela jurisprudência para
admitir a interposição de agravo de instrumento, em razão da taxatividade mitigada.

4. (FCC/DPE-AM - 2018) O Ministro Relator de Recurso Especial nega seguimento à impugnação


recursal. Neste caso,
a) é cabível agravo interno.
b) é cabível agravo de instrumento.
c) é cabível agravo de admissibilidade.
d) é irrecorrível, a decisão.
e) são cabíveis somente embargos de declaração.

5. (FCC/TRF 3ª Região - 2019) Em ação de obrigação de fazer movida pela União contra Francisco, o
juiz proferiu sentença acolhendo o pedido e deferindo, no mesmo ato, a antecipação dos efeitos da tutela,
para que o réu desse cumprimento à obrigação no prazo de dez dias, sob pena de multa diária. O réu então
interpôs, tempestivamente, embargos de declaração, arguindo omissão da sentença acerca da ocorrência
de prescrição, matéria que até então não fora suscitada no processo. Nesse caso, os embargos
declaratórios
a) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora invocada pelas
partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos suspende o prazo para a interposição do recurso de
apelação, bem como a eficácia da sentença embargada.
b) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora invocada pelas
partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do recurso
de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença embargada.
c) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; ademais, a mera
interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do recurso de apelação, mas não
suspende a eficácia da sentença embargada.
d) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; ademais, a mera
interposição dos embargos suspende o prazo para a interposição do recurso de apelação, mas não a eficácia
da sentença embargada.

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e) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; ademais, a mera
interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do recurso de apelação, além de
suspender a eficácia da sentença embargada.

6. (FCC/DPE-SP - 2019) O Superior Tribunal de Justiça reconhece a multiplicidade de recursos


questionando a aplicação de um determinado índice de correção incidente sobre uma espécie de negócio
jurídico. De acordo com a sistemática de recursos especiais repetitivos,
a) o relator poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais
regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia e, caso constate que os recursos
contêm outras questões além daquela que é objeto da afetação, decidirá primeiramente as demais questões
antes de decidir sobre a questão repetitiva.
b) a decisão que determina a devolução para o Tribunal de origem, para o juízo de retratação ou
conformação, a fim de aguardar-se o julgamento de matéria submetida ao rito dos recursos repetitivos, tem
sido entendida pelo Superior Tribunal de Justiça como irrecorrível.
c) a decisão de afetação deverá indicar com precisão a questão que será submetida a julgamento e
determinará o sobrestamento de todos os demais recursos sobre o tema em todo o território nacional, mas
não obstará o prosseguimento dos processos nos graus inferiores de jurisdição.
d) a parte que tenha o seu recurso especial suspenso na origem, caso demonstre distinção entre a questão
a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, deverá
requerer o prosseguimento do seu recurso ao relator, no tribunal superior.
e) a decisão que determina o sobrestamento dos processos em que se discuta o tema objeto de recursos
especiais repetitivos somente alcança os processos individuais, mas não tem o efeito de suspender o
andamento de processos coletivos, diante do interesse público subjacente.

7. (FCC/TCE-RS - 2018) Compete ao Supremo Tribunal Federal, originariamente,


a) processar e julgar reclamação para a preservação da competência e garantia da autoridade de suas
decisões, bem como dos Tribunais Superiores.
b) processar e julgar reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões.
c) processar e julgar mandados de segurança impetrados contra atos do Presidente da República, dos
Presidentes do Senado e da Câmara Federal e de Ministros de Estado.
d) apenas editar súmulas vinculantes em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal.
e) processar e julgar ação popular e ação de improbidade administrativa ajuizadas contra o Presidente da
República, Ministros de Estado, integrantes do Congresso Nacional e governadores dos Estados e do Distrito
Federal.

8. (FCC/MPE-MT - 2019) João Alberto ajuizou e perdeu parcialmente ação contra Maria Eduarda.
Apela e a seu recurso Maria Eduarda adere e interpõe o recurso adesivo cabível. Distribuídos os apelos ao
Segundo Grau, João Alberto desiste do apelo, sem que Maria Eduarda seja ouvida. Essa desistência
a) é possível, pois o recurso adesivo é subordinado ao recurso independente e a desistência deste não
depende de anuência do recorrente adesivo, que não terá seu recurso conhecido.

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b) não é possível, porque uma vez interpostos o recurso principal e o adesivo estes se vinculam, o que impede
a desistência ou a renúncia por quaisquer das partes.
c) não é possível, pois embora o recurso adesivo seja subordinado ao recurso principal, a desistência do apelo
principal depende sempre da oitiva do recorrente adesivo, uma vez que este não terá seu recurso conhecido
como consequência da desistência.
d) é possível, mas o ato não impedirá o conhecimento e a análise meritória do recurso adesivo, que após a
desistência passa a ter existência processual independente.
e) não é possível, pois todo ato processual de uma parte depende, para seu deferimento, da oitiva da parte
contrária no atual sistema processual civil.

9. (FCC/TJ-MA - 2019) No que se refere aos recursos, é correto afirmar:


a) Não cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas no processo de inventário, por
se tratar de procedimento especial não sujeito a decisões de mérito.
b) Na apelação, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, são cobertas pela preclusão e não podem mais ser suscitadas.
c) O agravo interno será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no
prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo
órgão colegiado, com inclusão em pauta.
d) Os embargos de declaração em nenhum caso admitem decisão com efeitos infringentes.
e) O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos constitucionalmente previstos, serão interpostos
na atual sistemática processual por petição única para maior celeridade e otimização.

10. (FCC/PGE-AP - 2018) Em relação ao agravo de instrumento,


(A) entre outras hipóteses, cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.
(B) na sistemática do atual Código de Processo Civil cabe sustentação oral em qualquer hipótese de
interposição de agravo de instrumento.
(C) o relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso, mas não antecipar a tutela recursal, o que
caracterizaria supressão de instância.
(D) para a legislação processual civil, o rol das hipóteses que admitem a interposição do agravo de
instrumento é meramente elucidativo e não taxativo.
(E) da decisão do relator que examina e concede ou não pedido de efeito suspensivo no agravo de
instrumento não cabe recurso, podendo porém ser impetrado mandado de segurança.

11. (FCC/PGE-AP - 2018) Em relação à jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores, em matéria
processual,
(A) o relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao
recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.
(B) é ineficaz a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação residencial.
(C) é sempre necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de
declaração.

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(D) a recuperação judicial do devedor principal impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas
contra terceiros devedores solidários ou coobrigados.
(E) em ação monitória fundada em cheque prescrito contra o emitente, é indispensável a menção ao negócio
jurídico subjacente à emissão da cártula.

12. (FCC/TRT-2ªR - 2018) Paulo, advogado, ao se de defrontar com ato apontado como ilegal de um
juiz titular de determinada vara cível da comarca de São José dos Campos, impetra mandado de segurança
perante o E. Tribunal de Justiça de São Paulo, tratando-se de hipótese de competência originária deste
Tribunal. Distribuído o mandamus o Relator, por decisão monocrática, indefere a peça inicial e determina
o arquivamento dos autos. Inconformado, Paulo poderá interpor, nesse caso específico, contra a decisão
do Relator
a) recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça.
b) agravo interno para o respectivo órgão colegiado.
c) recurso especial para o Superior Tribunal de Justiça.
d) recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal.
e) agravo de instrumento para o Superior Tribunal de Justiça.

13. (FCC/TRT-2ªR - 2018) Considere a seguinte situação hipotética:


No ano de 2015, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça julgou um importante tema de direito
privado em sede de recurso especial envolvendo contratos bancários. Neste ano de 2018 houve alteração
na composição da referida Turma, com a saída de três dos cinco Ministros e a posse de três novos Ministros.
No mês de Abril do corrente ano, a mesma Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, quando do
julgamento de outro recurso especial, divergiu do julgamento anterior proferido no ano de 2015, quando da
análise da mesma questão de mérito envolvendo contratos bancários. Neste caso, nos termos estabelecidos
pelo Código de Processo Civil, a parte interessada poderá interpor
(A) agravo regimental.
(B) embargos de divergência.
(C) embargos infringentes.
(D) mandado de segurança.
(E) reclamação.

14. (FCC/DPE-SC - 2017) O autor de uma ação deixou de comparecer à audiência de tentativa de
conciliação, razão pela qual o juiz impôs-lhe multa. Diante desta decisão,
a) há previsão expressa de cabimento de apelação contra tal decisão, de modo que cabe ao interessado o
ônus de recorrer no prazo de quinze dias a partir da intimação da decisão que impôs a multa, sob pena de
preclusão.
b) não há previsão expressa de recurso imediato, mas não haverá preclusão imediatamente, de modo que a
questão poderá ser suscitada em preliminar de apelação contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
c) é irrecorrível e, assim, também não se submete a preclusão e pode ser revista em qualquer momento do
processo, inclusive em recursos ordinários, por meio de simples petição.

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d) há previsão expressa de cabimento de agravo de instrumento, de modo que cabe ao interessado o ônus
de recorrer no prazo de quinze dias a partir da intimação desta decisão, sob pena de preclusão.
e) não há previsão expressa de recurso imediato, mas não haverá preclusão, de modo que a decisão poderá
ser suscitada em preliminar de apelação contra a decisão final e desde que esta seja desfavorável ao autor.

15. (FCC/DPE-RS - 2017) Sobre os embargos de declaração, que podem ser interpostos pelas partes
contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão de
ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, ou ainda para corrigir
erro material é correto afirmar:
a) Os embargos de declaração suspendem o prazo para a interposição o recurso.
b) Os embargos de declaração serão opostos, no prazo de 10 dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação
do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
c) O juiz decidirá os embargos de declaração opostos sem manifestação previa do embargado, ainda que o
eventual acolhimento dos embargos possa ensejar modificação da decisão questionada.
d) Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez
por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará, em regra,
condicionada ao depósito prévio do valor da multa.
e) Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão
fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a um por cento sobre
o valor atualizado da causa.

16. (FCC/DPE-AM - 2018) Considere as seguintes situações abaixo, retratando decisões havidas em três
processos diferentes:
I. Antes da citação do demandando, o juiz julga liminarmente improcedente o único pedido feito pelo autor,
em razão de contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça.
II. Após a apresentação de contestação, o juiz julga parcialmente o mérito, para o fim de acolher um dos
pedidos feitos pelo autor em razão de sua incontrovérsia.
III. O juiz não acolhe a contradita de uma testemunha arrolada pela parte adversa, toma o compromisso e
colhe o depoimento da testemunha.
IV. O juiz decide antecipadamente o mérito, julgando parcialmente procedente o único pedido feito pelo
autor, concedendo a
pretensão em menor medida daquela postulada na inicial.
Considere as sistemáticas recursais abaixo:
1. Não há recorribilidade imediata, devendo a questão ser objeto de preliminar de apelação.
2. Cabe apelação, com a possibilidade de juízo de retratação.
3. Cabe apelação, sem a possibilidade de juízo de retratação.
4. Cabe agravo de instrumento.
A correta correspondência entre as decisões e o sistema recursal aplicável está APENAS em
a) I-2; II-4; III-1; IV-3.

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b) I-3; II-4; III-1; IV-2.


c) I-2; II-1; III-4; IV-3.
d) I-4; II-4; III-1; IV-4.
e) I-2; II-3; III-4; IV-4.

17. (FCC/DPE-AP - 2018) A sustentação oral nos agravos de instrumento,


a) será cabível nas decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência, bem como nas
decisões sobre o mérito da causa.
b) passou a ser cabível de qualquer decisão interlocutória, desde que tenha causado gravame à parte
recorrente.
c) não é cabível em nenhuma situação, por não caber sustentação oral de decisões interlocutórias.
d) passou a ser cabível de decisões interlocutórias que versem somente sobre o mérito da causa.
e) só é cabível nas decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência.

18. (FCC/DPE-RS - 2018) Sobre os recursos no Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) Se os recursos de agravo de instrumento e apelação houverem de ser julgados na mesma sessão, será
declarada a perda do objeto do recurso de agravo de instrumento.
b) Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, aplicando-se a mesma regra ao julgamento não unânime proferido em agravo
de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
c) Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso.
d) O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local, se intimado pelo relator para tanto.
e) A parte recorrente pode desistir unilateralmente do recurso, mas essa desistência não afeta a apreciação
de eventual recurso adesivo da contraparte, nem impede a análise de questão cuja repercussão geral já
tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos especiais ou extraordinários repetitivos.

19. (FCC/DPE-RS - 2018) João, posseiro de imóvel urbano há 25 anos, procurou a Defensoria Pública da
sua Comarca, noticiando ter recebido mandado judicial de citação e intimação expedido em ação de
reintegração de posse, com a determinação de que o desocupasse no prazo máximo de 10 dias, sob pena
de ser expedido mandado de reintegração forçada. Em pesquisa realizada, o Defensor
Público responsável pelo caso notou tratar-se de medida liminar deferida em favor da parte autora e que o
mandado recebido por João ainda não havia sido juntado aos autos do processo.
Nesse caso,
a) o prazo recursal para João impugnar a medida liminar de reintegração de posse somente se inicia após a
juntada do mandado aos autos do processo, sendo intempestivo o recurso interposto antes de tal data.
b) se existir alguma omissão na decisão que deferiu a medida liminar de reintegração de posse em face de
João, poderão ser opostos embargos de declaração, mas a interposição do referido recurso não interromperá
o prazo da contestação.

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c) João poderá demandar proteção possessória no mesmo processo, em sede de contestação, assim como
postular indenização por prejuízos sofridos, mas apenas se resultantes de esbulho cometido pelo autor.
d) no referido processo, se houvesse a designação de justificação prévia, o prazo para contestação seria
contado da audiência de justificação, caso ausente o requerido, desde que tivesse sido intimado para
comparecimento.
e) se João demonstrar a carência de idoneidade financeira do autor para suportar as perdas e danos no caso
de sucumbência, a lei processual expressamente prevê que este seja obrigado a prestar caução real ou
fidejussória, sob pena de reversão da medida liminar deferida.

20. (FCC/DPE-RS - 2018) Sobre o recurso de Agravo de Instrumento e suas disposições no Código de
Processo Civil, é correto afirmar:
a) Caberá agravo de instrumento, dentre outras hipóteses, contra decisões interlocutórias proferidas na fase
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.
b) Quer sejam eletrônicos os autos do processo, quer sejam físicos, a petição de agravo de instrumento será
instruída obrigatoriamente com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão
agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
c) O juízo de primeiro grau pode atribuir efeito suspensivo ao recurso de agravo de instrumento, desde que
o agravante demonstre a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
d) A má formação do instrumento de agravo por ausência de peça obrigatória só é sanável por motivo de
força maior que, se não comprovado, enseja a imediata inadmissão do recurso.
e) A juntada aos autos do processo, pela parte agravante, de cópia da petição de agravo de instrumento, do
comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que o instruíram é facultada ao agravante
no prazo de 03 dias, contados da efetiva interposição, mas a omissão dessa providência não autoriza a
inadmissão do recurso.

21. (FCC/TJ-SC - 2017) Examine os enunciados seguintes, concernentes aos recursos:


I. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada; já o capítulo da sentença que
confirma, concede ou revoga a tutela provisória não é impugnável na apelação, mas por meio de interposição
de agravo autônomo.
II. Caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
III. Nos embargos de divergência, entre outras hipóteses, é embargável o acórdão de órgão fracionário que
em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do
mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha
apreciado a controvérsia.
IV. Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o
embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar
ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de dez dias, contado da intimação da
decisão dos embargos de declaração.
Está correto o que se afirma APENAS em

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a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

22. (FCC/DPE-PR - 2017) A respeito da disciplina do agravo de instrumento, segundo o Código de


Processo Civil,
a) não caberá agravo de instrumento contra decisão terminativa que diminui objetivamente a demanda.
b) caberá agravo de instrumento da decisão sobre a competência absoluta ou relativa.
c) as decisões interlocutórias não impugnáveis por agravo de instrumento tornam-se irrecorríveis, não
podendo ser impugnadas em nenhum outro momento processual.
d) caberá agravo de instrumento da decisão que indefere a produção de prova pericial.
e) caberá agravo de instrumento da decisão que redistribui o ônus da prova.

23. (FCC/TRT-24ªR - 2017) Os embargos de declaração, nos termos preconizados pelo Código de
Processo Civil, serão opostos em petição dirigida ao juiz no prazo de
a) 10 dias, sem efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso.
b) 10 dias, possuindo efeito suspensivo, e suspendendo o prazo para a interposição de recurso.
c) 3 dias, possuindo efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso.
d) 5 dias, possuindo efeito suspensivo e suspendendo o prazo para a interposição de recurso.
e) 5 dias, sem efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso.

24. (FCC/TRT-24ªR - 2017) Renato ajuizou ação indenizatória contra Moisés que tramitou por meio
eletrônico em uma das varas cíveis da comarca de São Paulo. Após o regular processamento a ação é
julgada improcedente pelo Magistrado competente. Inconformado, Renato apresenta recurso de apelação
sem, contudo, recolher qualquer valor a título de preparo. Neste caso, de acordo com o Código de
Processo Civil, o juiz deverá
a) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento do valor do preparo e do porte
de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
b) aplicar imediatamente a pena de deserção a Renato.
c) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do preparo e
do porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
d) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do preparo,
exclusivamente, sob pena de deserção.
e) intimar Renato, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento do valor do preparo,
exclusivamente, sob pena de deserção.
25. (FCC/TRT-11ª R - 2017) A respeito dos recursos, é correto afirmar:

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a) os embargos de declaração têm efeito suspensivo e, em alguns casos, tem efeito interrupto dos prazos
recursais.
b) a renúncia do direito de recorrer depende a anuência da outra parte.
c) cabe agravo de instrumento dos despachos.
d) o recorrente só poderá desistir do recurso com a anuência do recorrido e dos litisconsortes.
e) cabe agravo de instrumento da decisão que julgar o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica.

26. (FCC/SEGEP-MA - 2016) Em ação de anulação de negócio jurídico fundada na alegação de


incapacidade relativa do autor, que, na data de sua prática, contava dezessete anos de idade, além de ele
haver sido submetido a coação, o juiz julgou-a improcedente, porque provado que no ato de obrigar-se
declarou-se maior. Não tendo sido apreciada a arguição de coação, o autor
a) poderá opor embargos de declaração e o juiz acolhê-los, com efeitos modificativos, independentemente
de audiência do embargado, que já teve oportunidade de impugnar a alegação do vício na contestação,
operando-se a preclusão.
b) somente poderá interpor apelação.
c) poderá opor embargos de declaração, e o juiz acolhê-los com efeitos modificativos, depois de intimar o
embargado para, querendo, manifestar-se.
d) não poderá opor embargos de declaração, porque o juiz já encontrou um motivo suficiente para rejeitar
o pedido.
e) poderá opor embargos de declaração, apenas para prequestionar a matéria, pois, na hipótese, é inviável
atribuir efeitos infringentes a esse recurso, devendo, em seguida, apelar.

27. (FCC/SEGEP-MA - 2016) Na apelação


a) as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar ou nas contrarrazões,
sendo que, se nas contrarrazões, o recorrente será intimado para, em quinze dias, manifestar-se a respeito
delas.
b) as questões de fato não propostas no juízo inferior não poderão ser suscitadas, ainda que a parte prove
que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
c) só será objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal as questões suscitadas e discutidas no processo
se tiverem sido solucionadas e sejam relativas ao capítulo impugnado, para não haver supressão de instância.
d) quando reformar a sentença que tenha reconhecido a decadência ou a prescrição, o tribunal
necessariamente julgará o mérito, examinando todas as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau, porque a sentença reformada também é de mérito.
e) não é impugnável o capítulo da sentença que confirme, conceda ou reveja a tutela provisória, porque
suscetível de agravo de instrumento.
28. (FCC/SEGEP-MA - 2016) No processamento de recurso extraordinário e de recurso especial, findo
o prazo para apresentação de contrarrazões, os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente
do tribunal recorrido que

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a) realizará o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeterá o processo ao Supremo Tribunal Federal ou ao


Superior Tribunal de Justiça, ainda que a matéria tenha sido submetida ao regime de repercussão geral ou
de julgamento de recursos repetitivos.
b) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja
em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e dessa decisão caberá agravo
interno.
c) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja
em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e essa decisão é irrecorrível.
d) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja
em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça,
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, e dessa decisão caberá agravo
ao tribunal superior.
e) remeterá o processo ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, onde será realizado
o juízo de admissibilidade.
29. (FCC/SEGEP-MA - 2016) Considere as assertivas a seguir a respeito da apreciação e julgamento de
recurso extraordinário e de recurso especial.
I. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, não se devolve ao Tribunal
Superior o conhecimento dos demais fundamentos para solução do capítulo impugnado.
II. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior
Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
III. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de quinze dias para que o recorrente demonstre a existência de
repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
IV. O Supremo Tribunal Federal, em decisão apenas recorrível por agravo interno, não conhecerá de recurso
extraordinário quando a questão constitucional versada não tiver repercussão geral.
V. O relator poderá solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na
controvérsia, considerada a relevância da matéria e fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos
de pessoas com experiência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento.
É correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I, III e V.
c) II, III e V.
d) II e IV.
e) I, II e V.

30. (FCC/DPE-BA - 2016) Analise as proposições abaixo, a respeito dos recursos:

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I. Os recursos impedem, em regra, a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido
contrário.
II. O recorrente pode desistir do recurso sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, mas a desistência
não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de
julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
III. Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de
quinze dias.
IV. Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo da eficácia da decisão e do prazo para a
interposição de outros recursos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I, III e IV.
c) I, II e IV.
d) III.
e) II e IV.

31. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI - 2016) Cabe apelação da decisão que


a) rejeitar pedido de limitação do litisconsórcio.
b) versar sobre tutela provisória.
c) rejeitar alegação de convenção de arbitragem.
d) versar sobre incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
e) indeferir a petição inicial.

32. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI - 2016) O recurso de apelação


a) apenas tem efeito suspensivo se confirmar, conceder ou revogar tutela provisória.
b) tem efeito suspensivo, em regra.
c) nunca terá efeito suspensivo quando decretar a curatela.
d) apenas pode ser interposto tal recurso contra sentença que julgar o mérito da ação.
e) não tem efeito suspensivo se julgar o mérito dos Embargos do executado, qualquer que seja o fundamento
da decisão.

33. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI - 2016) O recurso de Agravo


a) é cabível apenas na forma retida, contra decisão que indeferir oitiva de testemunha.
b) não é cabível contra decisão que decidir sobre a exclusão de litisconsorte.
c) não é cabível no processo de inventário, devendo a parte se valer da ação autônoma.
d) é cabível contra decisões que versarem sobre os pedidos de tutelas provisórias, admissão ou não de
intervenção de terceiros e proferidas em sede de execução.
e) sempre é recebido no efeito suspensivo.

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34. (FCC/PGE-MT - 2016) Em 20/06/2016 (segunda-feira), foi enviada à Procuradoria do Estado do


Mato Grosso, por meio de portal próprio, intimação eletrônica de sentença de mérito contrária à Fazenda
Pública. Diante desta situação hipotética, considerando o prazo para o recurso cabível e as prerrogativas
da Fazenda Pública, o prazo recursal é de
a) quinze dias úteis e terá início apenas depois de dez dias, contados a partir do envio da intimação ao portal,
caso o Procurador não tenha consultado o teor da intimação antes deste prazo.
b) quinze dias úteis e somente terá início com a intimação pessoal da Fazenda Pública, por meio de oficial de
justiça, uma vez que tal prerrogativa é assegurada pela lei.
c) quinze dias úteis e somente terá início quando o Procurador do Estado consultar o teor da intimação
eletrônica, independentemente de qualquer outro prazo.
d) trinta dias úteis e terá início apenas depois de dez dias, contados a partir do envio da intimação ao portal,
caso o Procurador não tenha consultado o teor da intimação antes deste prazo.
e) trinta dias úteis e somente terá início depois de vinte dias, contados a partir do envio da intimação ao
portal, caso o Procurador não tenha consultado o teor da intimação antes deste prazo.

35. (FCC/PGE-MT - 2016) De acordo com a atual legislação, a decisão que determinou a exclusão de um
litisconsorte
a) desafia recurso de agravo de instrumento, no prazo de quinze dias, contados a partir da intimação desta
decisão.
b) é irrecorrível, mas pode ser questionada por outros meios de impugnação.
c) desafia recurso de apelação, no prazo de quinze dias, contados a partir da intimação desta decisão.
d) não apresenta recorribilidade imediata, e, por isso, não se submete à preclusão temporal antes da
prolação da sentença, pois pode ser alegada quando da apelação, no prazo de quinze dias, contados a partir
da intimação da sentença.
e) pode desafiar recurso de agravo de instrumento ou de apelação, conforme o momento do processo em
que a decisão for proferida; em ambos os casos, o prazo será de quinze dias, contados a partir intimação da
decisão.

36. (FCC/ELETROBRAS-ELETROSUL - 2016) Paulo ajuizou ação de cobrança contra Pedro, julgada
procedente em primeiro grau de jurisdição. O processo tramita pelo meio eletrônico. Inconformado com
a r. sentença Pedro apresenta recurso de apelação dentro do prazo legal, mas não comprova no ato da
interposição do recurso, o recolhimento do preparo. Neste caso,
a) o Magistrado deverá aplicar imediatamente a pena de deserção à Pedro.
b) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do
preparo, dispensado o porte de remessa e retorno, sob pena de deserção.
c) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para recolher o valor do preparo, inclusive porte de
remessa e retorno, sob pena de deserção.
d) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro do valor do
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.

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e) Pedro será intimado, na pessoa de seu advogado, para recolher o valor preparo, dispensado o porte de
número e retorno, sob pena de deserção.

37. (FCC/Prefeitura de Campinas-SP - 2016) No tocante à apelação, é correto afirmar:


a) As questões de fato não propostas no Juízo inferior não podem ser suscitadas na apelação, em nenhuma
hipótese, porque o pedido caracterizaria inovação processual, que é vedada.
b) Quando se pleitear efeito suspensivo à apelação, o pedido deverá ser dirigido ao juiz que proferiu a
sentença, cuja decisão caberá agravo.
c) Como regra geral, a apelação terá efeito meramente devolutivo, produzindo efeitos imediatamente após
a publicação da sentença.
d) Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o
mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao Juízo de primeiro grau.
e) As questões resolvidas na fase de conhecimento, cujas decisões comportem ou não agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação ou nas
contrarrazões.

38. (FCC/Prefeitura de Campinas-SP - 2016) Em relação ao recurso extraordinário, considere:


I. Haverá repercussão geral, entre outras situações, sempre que o recurso extraordinário impugnar acórdão
que tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos.
II. Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto
de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
III. Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do
processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e
tramitem no território nacional.
IV. Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento
aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica.
Está correto o que se afirma em
a) I, III e IV, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, II e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II e III, apenas.

39. (FCC/TRT-14ªR - 2016) Ricardo ajuizou ação de cobrança pelo rito sumário contra Roberto. Após o
regular processamento da demanda e designada audiência de instrução e julgamento com inquirição das
testemunhas arroladas pelas partes, o Magistrado prolata a sentença de mérito na própria audiência,
fazendo a leitura no próprio ato, julgando procedente o pedido inicial. Inconformado, Roberto poderá
interpor recurso de apelação no prazo de
a) 5 dias contados da data da audiência.
b) 15 dias contados da data da audiência.

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c) 15 dias contados da data da publicação da sentença no diário oficial.


d) 5 dias contados da data da publicação da sentença no diário oficial.
e) 15 dias contados a partir de 72 horas da data da audiência.

40. (FCC/TST - 2017) Ronaldo ajuizou ação de obrigação de fazer contra Luciano visando a compeli-lo
a prestar determinado serviço. Contra a decisão que concedeu a tutela antecipada, foram interpostos
embargos de declaração, os quais
(A) interrompem o prazo para a interposição de outro recurso e suspendem automaticamente a eficácia da
decisão embargada.
(B) interrompem o prazo para a interposição de outro recurso, mas não suspendem automaticamente a
eficácia da decisão embargada.
(C) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, bem como suspendem automaticamente a
eficácia da decisão embargada.
(D) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, mas não suspendem automaticamente a
eficácia da decisão embargada.
(E) não interrompem nem suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, mas suspendem
automaticamente a eficácia da decisão embargada.

41. (FCC/TST - 2017) Para que o Supremo Tribunal Federal examine a admissão do recurso
extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais
discutidas no caso, isto é, a existência de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social
ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo. Há casos, no entanto, nos quais se
entende que há repercussão geral sem que seja necessária argumentação que demonstre a existência
dessas questões que ultrapassem os interesses subjetivos do caso. Nesse sentido, haverá repercussão
geral sempre que
a) o parecer do Procurador-Geral da República for favorável à admissão.
b) a União for parte do processo.
c) o caso envolver direitos fundamentais.
d) os preceitos constitucionais fundamentais forem questionados.
e) o recurso impugnar acórdão que contrarie súmula do Supremo Tribunal Federal.

42. (FCC/PGE-MT - 2016) Diante de um Acórdão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso que condenou
o Estado ao pagamento de gratificação a servidor público, o Procurador do Estado opôs embargos de
declaração para o fim de prequestionar dispositivos da lei federal que, embora tenham sido alegados nas
razões de apelação, não foram enfrentados no Acórdão. Entretanto, os embargos foram rejeitados, sob o
fundamento de inexistência de omissão a ser sanada. Após ser intimado desta decisão, o Procurador deve
a) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos apontados nas
razões de apelação, pois o requisito do prequestionamento foi atendido, uma vez que é suficiente a menção
dos dispositivos nas razões recursais; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito no Tribunal
ad quem.

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b) opor novos embargos de declaração, pois ainda permanece a omissão quanto aos dispositivos da lei
federal, sob pena de não ser conhecido eventual recurso especial.
c) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos apontados nos
embargos declaratórios, pois o requisito do prequestionamento foi atendido, uma vez que a lei admite
expressamente o prequestionamento virtual; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito no
Tribunal a quo.
d) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos do Código que
tratam dos embargos de declaração, pois o Acórdão não enfrentou a aplicação dos dispositivos apontados
nos embargos declaratórios; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito no Tribunal a quo.
e) interpor recurso especial alegando que o Tribunal a quo negou vigência aos dispositivos apontados nos
embargos declaratórios, pois o requisito do prequestionamento foi atendido, uma vez que a lei admite
expressamente o prequestionamento virtual; o primeiro juízo de admissibilidade deste recurso será feito
pelo relator sorteado no Tribunal ad quem.

43. (FCC/PGE-MT - 2016) Acerca dos recursos, considere:


I. O recorrente comprovará, quando da interposição do recurso, o respectivo preparo, incluindo o porte de
remessa e retorno, ainda que se trate de autos eletrônicos.
II. A renúncia ao direito de recorrer é dependente da aceitação da outra parte quando a sentença houver
resolvido o mérito.
III. O recorrente pode desistir do recurso a qualquer tempo, ainda que sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes.
IV. O prazo para interpor os recursos e para lhes responder é de 15 dias, salvo nos embargos de declaração.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I e III.
e) III e IV.

FGV

44. (FGV/TJ-AL - 2018) No que concerne ao sistema recursal consagrado no Código de Processo Civil, é
correto afirmar que:
a) a eficácia da renúncia ao direito de recorrer está condicionada à aceitação da parte contrária;
b) salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido contrário, os recursos são desprovidos de efeito
suspensivo;
c) salvo os embargos de declaração, os recursos são interponíveis no prazo de dez dias;
d) observados os requisitos de admissibilidade do recurso adesivo, será ele conhecido, ainda que o principal
não o seja;

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e) o Ministério Público tem legitimidade recursal se for parte da demanda, não a tendo se atuar como fiscal
da ordem jurídica.

45. (FGV/TJ SC - 2018) Maria e Fátima foram citadas em uma demanda indenizatória proposta por
João, sob o rito comum. Após audiência de mediação, que restou infrutífera, apenas Maria constituiu
procurador, que apresentou contestação. O juiz decretou a revelia de Fátima e, finda a fase instrutória,
julgou procedente o pedido formulado por João em face de ambas as rés.
Maria, para interpor o recurso de apelação, deverá observar o prazo:
a) simples de 10 dias úteis;
b) simples de 15 dias úteis;
c) dobrado de 20 dias úteis;
d) dobrado de 30 dias úteis;
e) dobrado de 30 dias corridos.

46. (FGV/ALERO - 2018) Joana, após tomar conhecimento de que seu marido João mantinha uma
relação extraconjugal com Maria, propôs ação de separação judicial com fundamento neste fato. O pedido,
no primeiro grau, foi julgado improcedente, em razão da insuficiência de provas. Ainda no prazo recursal,
João agrediu Joana na presença de várias pessoas.
Em apelação, a autora pugnou pela reforma da sentença, não só pela infidelidade do réu, mas também pela
violência doméstica por ele perpetrada.
Nesse cenário, é correto afirmar que o tribunal
a) poderá dar provimento ao recurso sob o fundamento da violência doméstica, já que as questões de fato
não suscitadas no juízo inferior poderão sê-lo na apelação, se a parte provar que deixou de alegá-las por
motivo de força maior.
b) deverá, antes de julgar o mérito recursal, intimar a parte ré para que se manifeste sobre a violência
doméstica alegada, podendo, na sequência, dar provimento ao recurso por tal fundamento.
c) não poderá reconhecer a violência doméstica como fundamento de fato do pedido de separação, já que a
demanda se encontra objetivamente estabilizada, sob o fundamento da infidelidade conjugal.
d) deverá mandar baixar os autos ao juízo de origem, para que este se manifeste especificamente sobre a
nova causa de pedir suscitada, sob pena de se incorrer em supressão de instância.
e) não poderá reformar a sentença, sendo o caso de reconhecer o vício formal da apelação, por ensejar uma
inovação ilegal no processo, o que é vedado pelo ordenamento jurídico.

47. (FGV/MPE-RJ - 2019) Em ação popular ajuizada pelo Ministério Público e julgada procedente, o
juiz, após o trânsito em julgado, proferiu decisão na fase de cumprimento de sentença contrária aos
interesses do Ministério Público, ensejando a interposição de agravo de instrumento. Por se tratar de
processo físico na origem, caberia ao representante do Ministério Público instruir o recurso com as peças
obrigatórias, o que, porém, não foi observado.
Nessa hipótese, deverá o Relator:
a) negar seguimento ao recurso, ante a ausência de um dos pressupostos de admissibilidade;

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b) intimar o agravado para dizer se concorda com o julgamento sem as referidas peças;
c) oficiar o juízo de primeiro grau para fornecer cópia de eventuais documentos necessários para o
julgamento do recurso;
d) julgar o recurso, desconsiderando as informações contidas nos documentos não acostados pelo Ministério
Público;
e) antes de considerar inadmissível o recurso, o Relator concederá o prazo de 10 (dez) dias ao agravante para
sanar o vício.

48. (FGV/TJ-AL - 2018) O recurso cabível para se impugnar decisão interlocutória proferida em processo
de execução é:
a) o agravo de instrumento;
b) o agravo retido;
c) a apelação;
d) a rescisória;
e) nenhum, pois se trata de provimento irrecorrível.

49. (FGV/TJ-AL - 2018) Três supostos servidores do Tribunal de Justiça de Alagoas pedem em face do
Estado o pagamento de parcela estipendial que entendem devida, e que ainda não receberam, e
protestam por prova oral para comprovar seus direitos. Em resposta, o Estado afirma a ilegitimidade de
um dos autores e, no mérito, infirma a pretensão deduzida, pois a categoria funcional desses autores não
teria o direito à referida verba. Em decisão de saneamento e organização do processo, o juiz exclui o autor
do processo, que teve sua legitimidade questionada, e indefere a produção de prova oral para os demais,
por entender ser essa espécie de prova desnecessária para o julgamento da causa.
Nessa situação, é possível a interposição de:
a) agravo de instrumento contra a decisão de exclusão do litisconsorte e do indeferimento da prova oral;
b) agravo de instrumento contra a decisão de exclusão do litisconsorte e pedido de esclarecimentos em
relação ao indeferimento da prova oral;
c) apelação contra a decisão de exclusão do litisconsorte e agravo de instrumento contra a decisão que
indeferiu a prova oral;
d) apelação contra decisão de exclusão do litisconsorte e pedido de esclarecimentos em relação ao
indeferimento da prova;
e) apelação contra a decisão de exclusão do litisconsorte e contra a decisão que indeferiu a prova oral.

50. (FGV/TJ AL - 2018) Tendo sido formulados na petição inicial dois pedidos, o juiz, após encerrada a
fase postulatória, pronunciou, quanto a um deles, a prescrição do direito subjetivo afirmado pelo autor,
designando audiência de instrução e julgamento em relação ao outro pedido.
Esse capítulo da decisão é impugnável por:
a) apelação;
b) mandado de segurança;

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c) agravo de instrumento;
d) agravo interno;
e) nenhum recurso, pois se trata de matéria irrecorrível antes da sentença.

51. (FGV/MPE RJ - 2018) O juiz, na fase de saneamento e organização de um processo, no qual figuram
três empresas particulares, uma no polo ativo, e as outras duas, no passivo, reconhece a ilegitimidade
passiva de uma destas, que tinha sido arguida em defesa, e determina o prosseguimento do feito apenas
em relação à ré que permaneceu no processo.
Inconformada com a referida decisão judicial, pode a autora:
a) interpor agravo de instrumento no prazo de 15 dias;
b) interpor agravo de instrumento no prazo de 30 dias;
c) interpor apelação no prazo de 15 dias;
d) interpor apelação no prazo de 30 dias;
e) aguardar a prolação da sentença para então apelar da decisão interlocutória anterior.

52. (FGV/MPE AL - 2018) Quanto ao cabimento do agravo de instrumento no Código de Processo Civil,
não cabe agravo de instrumento em face da decisão interlocutória no processo de conhecimento que
versar sobre
a) indeferimento de meio de prova.
b) admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros.
c) tutela provisória.
d) mérito do processo.
e) exibição ou posse de documento ou coisa.
53. (FGV/MPE-RJ - 2019) Em ação coletiva proposta pelo Ministério Público, a sentença julgou
improcedente o pedido e o tribunal confirmou a decisão. Opostos embargos de declaração, estes foram
rejeitados pelo colegiado. Nesse momento, o representante do Ministério Público detectou que outro
tribunal do país decidiu a questão de direito de forma distinta, atribuindo interpretação divergente ao
mesmo dispositivo de lei federal.
Nessa hipótese, será cabível:
a) recurso extraordinário, com repercussão geral presumida, por se tratar de ação coletiva ajuizada pelo
Ministério Público;
b) incidente de resolução de demandas repetitivas direcionado ao STJ, com a finalidade de uniformizar o
entendimento divergente dos tribunais locais;
c) embargos de divergência direcionado ao STJ, com a finalidade de uniformizar o entendimento divergente
dos tribunais locais;
d) recurso especial, fundado em dissídio jurisprudencial, devendo o representante do Ministério Público
comprovar a divergência, além de mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos
confrontados;

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e) incidente de assunção de competência.

54. (FGV/MPE AL - 2018) O Tribunal de Justiça negou provimento aos recursos interpostos pelo
Ministério Público em ação civil pública ajuizada pela Instituição, o que resultou na improcedência do
pedido formulado. No entender do Ministério Público, o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça negou
vigência a lei federal.
Para o caso, se preenchidos os demais requisitos exigidos, é cabível a interposição de recurso
a) extraordinário, a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
b) extraordinário, a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
c) especial, a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
d) ordinário, a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
e) especial, a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

55. (FGV/TJ-RS - 2020) Ao tornar contato, no dia 4 de novembro de 2019 (segunda-feira), com a petição
inicial de certa demanda, o magistrado não só procedeu ao juízo positivo de sua admissibilidade como
também deferiu, inaudita altera parte, a medida liminar requerida pelo autor. Ordenada a citação do réu,
por oficial de justiça, tal diligência foi efetivada em 7 de novembro de 2019 (quinta-feira), procedendo-se
a juntada do correspondente mandado em 18 de novembro de 2019 (segunda-feira).
Entendendo que a decisão concessiva da liminar padecia de obscuridade, o réu optou por manejar embargos
de declaração, a fim de vê-la aclarada.
Partindo-se da premissa de que existiram dias feriados ou pontos facultativos, o termo final do prazo para
interposição dos declaratórios foi um dia:
a) 11 de novembro de 2019;
b) 14 de novembro de 2019;
c) 25 de novembro de 2019;
d) 29 de novembro de 2019;
e) 9 de dezembro de 2019.

56. (FGV/TJ-RS - 2020) Tendo sido ajuizada demanda em que se pedia a condenação do réu ao
pagamento de obrigação contratual no montante de cem mil reais, O juiz da causa, depois de concluída a
instrução, acolheu em parte o pedido do autor, condenando o demandado a lhe pagar a importância de
oitenta mil reais.
Inconformado, o réu interpôs apelação, pugnando pela reforma integral do julgado, ao passo que o
demandante não recorreu. Todavia, ao ser intimado para ofertar contrarrazões recursais, o autor, no prazo
de que dispunha para tanto, optou por também aviar a apelação, na modalidade adesiva, em que requeria
ao tribunal o acolhimento integral de seu pleito, isto é, a condenação do réu ao pagamento do débito de
cem mil reais.
Levando-se em conta que, após a interposição do recurso adesivo pela parte autora, o réu desistiu de seu
apelo, e que os elementos de prova carreados aos autos demonstravam que o débito do devedor era mesmo
de cem mil reais, o Tribunal deverá:

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a) deixar de conhecer de ambos os recursos;


b) conhecer de amos os recursos, negando-lhes provimento;
c) conhecer de ambos os recursos, dando provimento ao do autor, mas negando provimento ao do réu;
d) conhecer do recurso do autor, dando-lhe provimento, mas deixando de conhecer do recurso do réu;
e) conhecer do recurso do autor, negando-lhe provimento, mas deixando de conhecer do recurso do réu.

57. (FGV/TJ-RS - 2020) Quanto ao agravo de instrumento, é correto afirmar que:


a) O recurso manejável perante o juízo a quo, que, sem exercer o controle de admissibilidade, o encaminhará
ao tribunal;
b) É cabível para impugnar decisões interlocutórias proferidas na fase de cumprimento de sentença;
c) Interponível no prazo de 10 (dez) dias, a contar da intimação da decisão interlocutória;
d) O seu desfecho, por votação não unânime que confirme a decisão, enseja a técnica do julgamento
complementar;
e) É cabível para impugnar decisão indeferitória da gratuidade de justiça, ainda que este tema conste em
tópico da sentença.

58. (FGV/DPE-RJ - 2019) No que concerne à apelação, é correto afirmar que:


a) é o recurso cabível para impugnar sentenças e decisões interlocutórias de mérito;
b) caso não se observe pelo menos um de seus requisitos de admissibilidade, o juízo a quo poderá deixar de
recebê-la;
c) em regra, é espécie recursal desprovida de efeito suspensivo;
d) é insuscetível de interposição na modalidade adesiva, caso haja sucumbência recíproca;
e) inserem-se no seu efeito devolutivo todos os fundamentos do pedido, ainda que o juiz tenha acolhido
apenas um deles.

59. (FGV/DPE-RJ - 2019) No tocante aos recursos, é correto afirmar que:


(A) visam à invalidação, reforma, esclarecimento ou integração do pronunciamento jurisdicional impugnado;
(B) a sua interposição rende ensejo a instauração de um novo processo;
(C) são interponíveis pelas partes e por terceiros prejudicados, mas não pelo Parquet como fiscal da ordem
jurídica;
(D) devem ser interpostos, como regra geral, no prazo de 20 dias;
(E) a sua desistência, pelo recorrente, só é eficaz caso haja a concordância do recorrido.

60. (FGV/TJ-SC - 2018) Acolhendo o pedido de ressarcimento de danos materiais e reparatório de


danos morais, em razão de lesões incapacitantes sofridas pelo autor em acidente de trânsito provocado
por culpa do demandado, o juiz, em tópico autônomo da sentença, deferiu a tutela antecipada requerida
na petição inicial, para determinar ao réu que, imediatamente, arcasse com o pensionamento mensal em
favor do demandante.
Esse capítulo do ato decisório é:

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(A) impugnável em apelação;


(B) impugnável em agravo de instrumento;
(C) impugnável em recurso extraordinário;
(D) impugnável em agravo interno;
(E) irrecorrível.

61. (FGV/TJ-SC - 2018) Pedro ajuizou ação indenizatória em face de sociedade de economia mista
estadual, pleiteando a condenação desta de pagar verba correspondente a mil salários mínimos. Finda a
fase instrutória, o juiz julgou parcialmente procedente o pedido, condenando a ré a pagar ao autor a verba
equivalente a setecentos salários mínimos. Inconformada, a sociedade de economia mista interpôs
recurso de apelação, pugnando pela reforma integral do julgado, vindo Pedro a fazer o mesmo, embora
por meio de apelo adesivo, em que postulou a majoração da verba indenizatória. Ocorre que, na
sequência, a ré desistiu de sua apelação.
Nesse contexto:
a) O recurso da ré não deverá ser conhecido, embora deva sê-lo o de Pedro;
b) O recurso de Pedro não deverá ser conhecido, embora deva sê-lo o da ré;
c) ambos os recursos deverão ser conhecidos;
d) nenhum dos recursos deverá ser conhecido, operando-se o imediato trânsito em julgado da sentença;
e) nenhum dos recursos deverá ser conhecido, impondo-se a subida dos autos ao tribunal, mercê do reexame
necessário.

62. (FGV/TJ-SC - 2018) João propôs uma demanda indenizatória em face da José, cumulando os
pedidos de ressarcimento de dano material de dez mil reais e reparação de dano moral de cinquenta mil
reais. Após a audiência de conciliação infrutífera, José reconheceu a procedência do pedido de
ressarcimento de dano material, pois realmente causou prejuízo afirmado por João. Todavia, entendeu
que não assistia direito a qualquer reparação de dano moral. Nesse sentido, protestou pela produção de
prova oral para provar suas alegações. O juiz, em julgamento antecipado parcial do mérito, julgou
procedente o referido pedido de dano material, uma vez que este se mostrou incontroverso, e determinou
a produção de prova oral em relação ao pedido de reparação de dano moral alegado.
Nesse cenário, é correto afirmar que:
a) a cumulação de pedidos no caso é sucessiva, uma vez que é lícita e não há vínculo prejudicial entre os
pedidos;
b) a decisão que reconheceu o dano material não é impugnável imediatamente, devendo-se aguardar a
decisão final de mérito;
c) a decisão em relação ao dano material é impugnável por relação, já que se trata de resolução do mérito
deste pedido;
d) é possível o enfrentamento do mérito integral, podendo ser concedida a antecipação da tutela do pedido
referido de dano material;

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e) a decisão que julgou procedente o pedido de ressarcimento de dano material é impugnável por agravo
de instrumento, no prazo de 15 dias úteis.

63. (FGV/ALERJ - 2017) Diante da disciplina recursal estabelecida na Lei nº 13.105/2015, é correto
afirmar que:
a) foi mantida a possibilidade de sustentação oral na sessão de julgamento do recurso de apelação, apenas
aumentando o prazo de quinze para vinte minutos para cada expositor;
b) é cabível a sustentação oral no julgamento de agravo interno interposto contra a decisão monocrática do
relator que indefere a petição inicial de ação rescisória;
c) para o prosseguimento no julgamento da apelação, consoante a técnica prevista no artigo 942, é
necessário que o voto majoritário na divergência esteja em sentido oposto à tese adotada na sentença;
d) a sentença proferida na primeira fase da ação de exigir contas produz efeitos logo após a sua publicação,
pois a respectiva apelação não tem efeito suspensivo;
e) continua sendo cabível a interposição de recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça no julgamento
de mérito de mandado de segurança da competência originária do Tribunal de Justiça, quando a ordem for
concedida.

64. (FGV/COMPESA - 2016) A respeito dos processos nos tribunais e os meios de impugnação das
decisões judiciais, assinale a afirmativa incorreta.
a) O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da
ordem jurídica e pelo terceiro prejudicado, cabendo a este demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a
relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir
em juízo como substituto processual.
b) A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer e considera-se aceitação tácita
a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.
c) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
d) Cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
e) Contra decisão monocrática proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, não podendo o relator se retratar.

65. (FGV/MPE-RJ - 2016) Em iniciativa conjunta com a própria criança, o Ministério Público, por meio
do órgão de execução dotado de atribuição, ajuizou ação de investigação de paternidade em face do
suposto pai. Entendendo pela desnecessidade da atuação do Parquet como órgão agente, determinou o
juiz da causa a sua exclusão do polo ativo, para nele manter apenas o menor. De acordo com a disciplina
processual vigente, tal decisão é:
a) insuscetível de impugnação por qualquer via recursal típica ou mandado de segurança;
b) irrecorrível, embora impugnável por mandado de segurança;
c) impugnável por recurso de apelação;

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d) impugnável por recurso de agravo de instrumento;


e) impugnável por recurso de agravo retido.

66. (FGV/MPE-RJ - 2016) Segundo a legislação vigente, a apelação é dotada de efeito suspensivo caso
seja interposta contra sentença que:
a) rescindir contrato de compra e venda em que figure incapaz;
b) condenar o réu a pagar alimentos;
c) confirmar tutela provisória concedida liminarmente;
d) decretar a interdição;
e) extinguir, sem resolução do mérito, embargos do executado.

67. (FGV/TJ-PI - 2015) No que tange ao tema dos recursos no processo civil, é correto afirmar que:
a) o terceiro prejudicado deve interpor o recurso cabível em face do ato judicial ainda que fora do prazo
legalmente previsto;
b) o recurso adesivo é admissível na apelação, no agravo e nos embargos infringentes;
c) não é possível a desistência do recurso, sem a anuência do recorrido, após o juízo positivo de
admissibilidade;
d) o recurso interposto por um dos devedores solidários aproveitará aos outros, quando as defesas opostas
ao credor lhes forem comuns;
e) uma vez praticado ato incompatível com a vontade de recorrer, com ou sem reserva, considera-se aceita
tacitamente a sentença ou decisão.

68. (FGV/TJ-RJ - 2014) Quanto ao recurso interposto sob a forma adesiva, é INCORRETO afirmar que:
a) é cabível na apelação, no recurso especial e no recurso extraordinário;
b) pressupõe a ocorrência de sucumbência recíproca entre as partes litigantes;
c) o seu conhecimento depende do cumprimento dos requisitos de admissibilidade próprios e, também, dos
do recurso principal, ao qual está subordinado;
d) é interponível no prazo de que se dispõe para a apresentação das contrarrazões ao recurso principal;
e) é isento de preparo.

69. (FGV/TJ-RO - 2015) Servidor público, inconformado com sentença que julgou improcedente o
pedido de cobrança de vantagens pecuniárias que havia formulado contra o estado, interpôs recurso de
apelação. Em decisão monocrática, o Desembargador a quem coube a relatoria do recurso, reputando-o
manifestamente improcedente, negou-lhe seguimento, tendo, para tanto, adotado um entendimento
frontalmente contrário a uma norma da Constituição da República. Para impugnar essa decisão, deverá a
parte autora manejar:
a) mandado de segurança;
b) recurso extraordinário;
c) recurso especial;

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d) recurso ordinário-constitucional;
e) agravo interno.

70. (FGV/TJ-RO - 2015) Carlos propôs ação de cobrança da quantia de cem mil reais em face dos dois
devedores, João e Pedro, que, depois de validamente citados, ofertaram as respectivas contestações,
subscritas por advogados vinculados a escritórios distintos. Finda a instrução probatória, o juiz acolheu em
parte o pedido, condenando os réus a pagarem ao autor a quantia de cinquenta mil reais. Transcorridos
vinte e cinco dias após a intimação da sentença, cada réu protocolizou o respectivo recurso de apelação,
tendo, ambos, pleiteado a reforma do julgado para que se julgasse improcedente o pedido. Após o
recebimento, pelo juízo a quo, dos dois apelos, o autor apresentou contrarrazões recursais tempestivas,
além de ter protocolizado, na mesma data, apelo adesivo, em que pugnou pela reforma parcial da
sentença, a fim de que a verba fosse majorada para o montante especificado na inicial.
Partindo-se do pressuposto de que todos os recursos são formalmente regulares e tiveram os respectivos
preparos corretamente efetuados, deverá o órgão ad quem:
a) conhecer de todos os apelos, principais e adesivo, por presentes os respectivos requisitos de
admissibilidade, para julgar, na sequência, o mérito de cada uma das pretensões recursais;
b) conhecer dos apelos dos réus, já que presentes os respectivos requisitos de admissibilidade, mas não
conhecer do apelo do autor, por não ter sido objeto de reiteração expressa por ocasião da sessão de
julgamento;
c) não conhecer dos apelos dos réus, já que intempestivos, mas conhecer do apelo do autor, eis que
presentes os respectivos requisitos de admissibilidade;
d) não conhecer dos apelos dos réus, já que intempestivos, e nem do do autor, pois a apreciação do recurso
adesivo depende da do principal, dado o vínculo de subordinação que liga aquele a este;
e) não conhecer dos apelos dos réus, já que intempestivos, mas conhecer do apelo do autor, já que a
sentença de primeiro grau deverá ser reavaliada por força do duplo grau de jurisdição obrigatório.

71. (FGV/TCE-RJ - 2015) Júlio ajuizou ação indenizatória em face de X Serviços Online Ltda., motivado
por alegado uso de perfil falso em rede social administrada pela ré, que foi mantido mesmo após diversos
contatos do internauta solicitando a remoção da página. Em sua resposta, a ré sustentou ilegitimidade
passiva e ausência de dever de monitorar o conteúdo disponibilizado pelos usuários, não havendo ilícito
a ensejar reparação. O juízo julgou procedente o pedido. A ré interpôs o recurso cabível objetivando a
reforma da sentença; o autor ingressou com recurso adesivo pleiteando a majoração dos danos morais.
A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar que o recurso adesivo de Júlio é cabível:
a) bem como pode ser utilizado pela parte parcialmente vencida em qualquer das modalidades recursais
previstas em lei, haja vista ser medida processual suplementar;
b) mas somente pode ser conhecido em caso de provimento no recurso principal, ao qual está em condição
expressa de subordinação;
c) e mesmo que o recurso principal seja inadmitido por deserção, mas só neste caso, a manifestação de Júlio
poderá ainda assim ser apreciada pelo órgão ad quem;
d) mas, para desistir do recurso adesivo já interposto, Júlio necessitará de anuência do recorrido;

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e) mas não poderá ser conhecido caso a ré, primeira recorrente, desista do recurso principal interposto.

72. (FGV/DPE-RO - 2015) Determinado Defensor Público, irresignado com certa decisão proferida em
última instância, considerou a possibilidade de interposição de recurso extraordinário. Esse recurso é
cabível caso a decisão:
a) diga respeito ao processamento de precatórios;
b) tenha deferido medida liminar;
c) contrarie tratado ou lei federal;
d) julgue válida lei local contestada em face de lei federal;
e) julgue válido ato de governo local contestado em face de lei federal.

73. (FGV/DPE-RO - 2015) Nos autos de uma ação indenizatória, o juiz da causa proferiu sentença em
que julgava procedente o pleito autoral. Inconformado, o réu interpôs o recurso cabível, ao qual o órgão
ad quem, por maioria de votos, deu provimento, para reconhecer o vício da carência de ação, diante da
ilegitimidade ativa ad causam. Para fins de impugnação deste acórdão, será cabível, em tese:
a) o agravo interno;
b) o mandado de segurança;
c) o recurso especial;
d) o recurso ordinário-constitucional;
e) o recurso de embargos infringentes.

74. (FGV/TJ-BA - 2015) Pedro interpôs agravo de instrumento em face da decisão que indeferiu o seu
pedido de produção de prova pericial. Pedro, no entanto, não juntou nos autos principais cópia da petição
do recurso, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
Nesse caso, o relator do agravo de instrumento no tribunal pode:
a) determinar a conversão do agravo de instrumento em agravo retido;
b) julgar improcedente o recurso, por descumprimento de dispositivo legal;
c) inadmitir o recurso, caso exista certidão que comprove a citada omissão;
d) inadmitir o recurso, caso o agravado alegue e comprove a citada omissão;
e) determinar a intimação do agravado para cumprir a disposição legal.

75. (FGV/TJ-BA - 2015) A teoria da causa madura recursal permite:


a) ao juiz o julgamento liminar de improcedência, caso existam precedentes proferidos naquele juízo
contrários à tese jurídica deduzida na petição inicial;
b) ao juiz não receber o recurso de apelação interposto em face de sentença proferida em conformidade
com súmula do Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça;
c) ao tribunal que, em sede de apelação, reformar sentença terminativa, avançar ao mérito da causa, se ele
estiver em condições de imediato julgamento;

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d) ao tribunal assumir a competência para julgamento de uma causa em curso perante um de seus órgãos
fracionários, quando tratar de relevante questão de direito;
e) ao tribunal determinar a realização ou renovação do ato processual, constatando a ocorrência de nulidade
sanável, desde que intimadas as partes.

76. (FGV/TJ-BA - 2015) O relator de um recurso em tramitação no tribunal pode julgá-lo


monocraticamente improcedente quando:
a) a causa versar sobre direito indisponível e estiver em condições de imediato julgamento;
b) verificar que a celeridade processual recomenda a adoção de tal medida;
c) o recurso não estiver devidamente preparado ou for manifestamente intempestivo;
d) a decisão recorrida estiver em consonância com a jurisprudência consolidada sobre o tema debatido;
e) o tema debatido estiver afetado ao Plenário do Supremo Tribunal Federal para análise da repercussão
geral.

77. (FGV/TJ-RJ - 2014) Sobre os embargos de declaração, é INCORRETO afirmar que:


a) têm por finalidade primordial o aclaramento ou a integração da decisão judicial;
b) devem ser interpostos no prazo de cinco dias;
c) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, por qualquer das partes;
d) podem dar azo à aplicação de multa, caso o órgão jurisdicional os reconheça como manifestamente
protelatórios;
e) não estão sujeitos a preparo.

78. (FGV/TJ-RJ - 2014) Caio propôs ação de indenização em face do Estado do Rio de Janeiro,
pleiteando a condenação deste a lhe pagar verba reparatória de danos morais no valor de duzentos mil
reais. Acolhido integralmente o pleito autoral, foi o ente político intimado da sentença no dia 15 de
setembro de 2014, vindo a interpor recurso de apelação no dia 10 de outubro, sem recolher quaisquer
valores a título de preparo. Relativamente ao apelo manejado, é correto afirmar que:
a) deve receber juízo negativo de admissibilidade, em razão de sua intempestividade e da ausência de
preparo;
b) deve receber juízo positivo de admissibilidade, já que cumpridos os respectivos requisitos;
c) deve receber juízo negativo de admissibilidade, em razão da ausência de interesse recursal, considerando
que incide na espécie o duplo grau de jurisdição obrigatório;
d) deve receber juízo negativo de admissibilidade, apenas em razão de sua intempestividade;
e) deve receber juízo positivo de admissibilidade, já que a Fazenda Pública é isenta de preparo e não está
sujeita a prazos recursais.

79. (FGV/DPE-RJ - 2014) Em determinada ação judicial, o Defensor Público, reputando essencial a
produção de prova pericial, requer ao Juiz a produção desse meio de prova, sobrevindo decisão de
indeferimento “por ausência de previsão legal”, designando-se, desde logo, audiência de instrução e

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julgamento para colheita de prova testemunhal. Inconformado com referida decisão, o Defensor Público
pode valer-se :
a) do recurso de agravo retido ou de instrumento, de acordo com critério de oportunidade ou conveniência.
b) de mandado de segurança, na medida em que se trata de decisão irrecorrível, mas que causa gravame à
parte.
c) de embargos de declaração, a fim de que o juiz explicite as razões do indeferimento do meio de prova
requerido.
d) de agravo de instrumento, que, caso seja convertido em agravo retido pelo relator, desafiará a
interposição de novo agravo de instrumento.
e) de reclamação constitucional, por se tratar de indevida inversão procedimental que impede a
continuidade dos atos processuais.

80. (FGV/AL-MT - 2013) A respeito do efeito devolutivo, quando da interposição de um recurso,


assinale a afirmativa correta.
a) O efeito devolutivo é responsável por impedir, de forma direta, o trânsito em julgado da decisão recorrida.
b) O efeito devolutivo transfere, para órgão diverso do que proferiu a decisão recorrida, o conhecimento da
matéria impugnada.
c) O efeito devolutivo não permite que a decisão recorrida produza efeitos antes do julgamento do recurso.
d) O efeito devolutivo provoca a reforma e consequente substituição do provimento recorrido.
e) O efeito devolutivo provoca a anulação do provimento recorrido.

Outras Bancas

81. (IBFC/FSA - 2019) Acerca das disposições sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015,
assinale a alternativa correta.
a) A regra é que os recursos possuem efeito suspensivo, ou seja, como regra os recursos impedem a eficácia
da decisão
b) Caso haja anuência do recorrido, o recorrente poderá desistir do recurso, se for antes do juízo de
admissibilidade
c) Cabe recurso contra os despachos, atos ordinatórios e sentenças
d) O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso

82. (FUNDATEC/DPE-SC - 2018) A técnica do recurso adesivo não é cabível:


a) Na apelação e no agravo de instrumento.
b) Na apelação e no recurso especial.
c) Na apelação e no recurso extraordinário.
d) No recurso especial e no recurso extraordinário.
e) No agravo de instrumento e no agravo interno.

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83. (FUNDATEC/ALERS - 2018) Quanto aos recursos, analise as afirmações abaixo, assinalando V, se
verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Como regra geral, a apelação terá efeito suspensivo, excepcionalmente começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que decreta a interdição.
( ) Se a parte comprovar que deixou de propor questão de fato no juízo a quo por motivo de força maior,
poderá suscitá-la na apelação, podendo o tribunal apreciar tais questões.
( ) Será cabível a interposição do recurso de agravo de instrumento na hipótese de redistribuição do ônus
da prova, tanto para a decisão interlocutória que rejeita a inversão do ônus da prova, como para a que a
defere.
( ) No agravo interno, que serve como meio para levar determinada questão decidida pelo relator ao
colegiado de que faz parte, pode o relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno.
( ) Será aplicada multa, pelo juiz ou tribunal, em decisão fundamentada, não excedente a um por cento
sobre o valor atualizado da causa, que o embargante deverá pagar ao embargado, em caso de embargos de
declaração manifestamente protelatórios.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V – V – V – F – F.
b) V – F – F – V – V.
c) V – V – F – F – F.
d) F – F – V – V – F.
e) F – F – F – V – V.

84. (FUNDATEC/CM Ituporanga - 2019) No processo civil, as decisões interlocutórias que versam sobre
o mérito do processo:
a) São irrecorríveis.
b) Podem ser atacadas por recurso de apelação.
c) Podem ser atacadas por recurso ordinário.
d) Podem ser atacadas por agravo de instrumento.
e) Podem ser atacadas por agravo retido.

85. (FUNDATEC/SULGÁS - 2018) Em uma demanda cível, o juiz, ao proferir a decisão de saneamento,
deferiu o pedido de gratuidade judiciária formulado pelo réu na contestação. A referida decisão:
a) É irrecorrível.
b) Poderá ser atacada por recurso de agravo de instrumento.
c) Poderá ser atacada por recurso de agravo retido.
d) Poderá der atacada por recurso de agravo interno.
e) Poderá ser atacada como preliminar de apelação ou nas contrarrazões de apelação.

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86. (FUNDATEC/Pref Santa Rosa - 2018) A decisão do magistrado de primeiro grau que indefere pedido
de tutela antecipada:
a) Poderá ser atacada por agravo de instrumento.
b) Poderá ser atacada por agravo retido.
c) Poderá ser atacada por agravo interno.
d) Poderá ser atacada por mandado de segurança.
e) É irrecorrível.

87. (FUNDATEC/Pref Santa Rosa - 2018) No processo civil, os embargos de declaração:


a) Não têm natureza de recurso.
b) Não podem ser utilizados com intuito de prequestionamento.
c) Podem ser utilizados para corrigir erro material.
d) Deverão ser apresentados no prazo de quinze dias.
e) Não interrompem o prazo para a interposição de qualquer recurso.

88. (FUNDATEC/CM Ituporanga - 2019) No processo civil, se o ministro relator entender que o recurso
especial versa sobre questão constitucional, deverá:
a) Deixar de admitir o recurso.
b) Extinguir o processo sem julgamento do mérito.
c) Aplicar multa de até 1% sobre o valor da causa.
d) Conceder o prazo de quinze dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se
manifeste sobre a questão constitucional.
e) Enviar o recurso especial de imediato ao Supremo Tribunal Federal, o qual realizará a análise da questão
constitucional, que tem caráter prejudicial ao mérito do recurso.

89. (FUNDEP/PGM-Contagem - 2019) A respeito dos recursos extraordinário e especial, assinale a


alternativa incorreta.
a) Conforme jurisprudência do STJ, não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do
julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
b) Se o STF considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por
pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao STJ para julgamento como
recurso especial.
c) Segundo entendimento do STF, é cabível a interposição de recurso extraordinário contra acórdão de
Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município.
d) Em observância aos princípios da efetividade processual e da instrumentalidade das formas, o STF ou o
STJ poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o
repute grave.

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90. (QUADRIX/CREA-GO - 2019) Quando interposto pela parte recurso extraordinário e(ou) especial,
caberá recurso adesivo no mesmo prazo estabelecido para as contrarrazões. No entanto, caso o recurso
principal seja considerado como inadmissível, o recurso adesivo não será conhecido.

91. (NC-UFPR/Prefeitura de Curitiba-PR - 2019) Sobre o direito de recorrer, a doutrina costuma explicar
que, etimologicamente, o termo recurso significa “refazer o curso, retomar o caminho”, e, numa acepção
mais técnica, recurso é o meio ou instrumento que objetiva provocar um reexame da decisão recorrida,
dentro do mesmo processo em que fora ela proferida, buscando a sua reforma, invalidação, integração ou
esclarecimento. Sobre a teoria recursal e os procedimentos dos recursos nos Tribunais, é correto afirmar:
a) O recorrente poderá desistir do recurso interposto, de maneira parcial ou total, até o início do julgamento,
por escrito ou oralmente durante a sustentação oral. Todavia, a desistência só produzirá efeitos com a
anuência do recorrido, e desde que seja manifestada após a interposição do recurso.
b) O efeito devolutivo deverá ser analisado em relação à sua profundidade e à sua extensão, o que, na
prática, significa que o tribunal poderá analisar todo o material constante dos autos, limitando-se, todavia
aos pontos da decisão recorrida atacados pelo recorrente.
c) No tocante ao julgamento do recurso, entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento
decorrerá, pelo menos, o prazo de 15 (quinze) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham
sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão
seguinte.
d) O incidente de assunção de competência tem cabimento quando do julgamento de recursos interpostos
voluntariamente, e desde que envolvam relevantes questões de fato, que demandem ampla produção
probatória.
e) No incidente de resolução de demandas repetitivas, a inadmissão do incidente por ausência de qualquer
de seus pressupostos de admissibilidade impede que seja o incidente novamente suscitado.

92. (NC-UFPR/TJ-PR - 2019) O relator, entre outras incumbências, exercerá o exame de admissibilidade
do recurso a ele distribuído. Sobre esse exame de admissibilidade e demais incumbências do relator,
assinale a alternativa correta.
a) O preparo deve ser obrigatoriamente comprovado no momento da interposição do recurso, sob pena de
o relator aplicar imediatamente a pena de deserção.
b) O dever de prevenção, consistente na possibilidade de o relator desconsiderar vício formal de recurso ou
determinar sua correção, não se aplica aos recursos especial e extraordinário.
c) O relator, no agravo de instrumento, poderá, monocraticamente, independentemente de prévia intimação
do agravado, negar seguimento, negar provimento ou dar provimento ao recurso.
d) As decisões monocráticas dos relatores, em sede de agravo de instrumento, são irrecorríveis.
e) Presentes os pressupostos, o relator do recurso poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (se não for o
caso de recurso com efeito suspensivo automático) ou antecipar, total ou parcialmente, a tutela recursal.

93. (IADES/ALEGO - 2019) Considere hipoteticamente que o autor ajuizou ação de cobrança de dívida
e o réu, na respectiva contestação, alegou que a dívida estava prescrita e que já havia efetuado o
pagamento do débito. O juiz, na sentença, acolheu a prescrição e, por isso, não examinou a outra defesa

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do réu, julgando improcedente a demanda. O autor, inconformado, interpôs recurso de apelação. Nesse
caso, o tribunal, se reconhecer que a dívida não estava prescrita,
a) não pode acolher a outra tese do réu, pagamento, porque o réu não recorreu.
b) pode acolher a outra tese do réu, pagamento, porque é deduzida a defesa com mais de um fundamento.
Assim, ainda que o juiz tenha acolhido apenas um deles, os demais poderão ser apreciados pelo tribunal.
c) deve suspender o julgamento e converter o feito em diligência, para que o juiz de primeiro grau examine
a outra defesa do réu (pagamento), para evitar supressão de instância.
d) deve anular o processo e remeter o processo para o juiz de primeiro grau examinar a outra defesa do réu
(pagamento), para evitar supressão de instância.
e) pode acolher a outra defesa (pagamento), mas o réu, para que a respectiva defesa seja analisada, deve
interpor o incidente de assunção de competência.

94. (IADES/ALEGO - 2019) De acordo com o art. 1.015 do Código de Processo Civil, caberá recurso de
agravo de instrumento da decisão interlocutória que
a) acolher ou rejeitar o pedido de gratuidade da justiça.
b) for proferida na fase postulatória do procedimento comum, na fase de liquidação de sentença ou de
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
c) decidir quanto à inadmissão, sem qualquer urgência, de uma prova no processo.
d) incluir litisconsorte no processo.
e) decidir o mérito do processo, como a decisão que resolver parcialmente o mérito do processo quando um
ou mais pedidos formulados, ou parcelas deles, mostrarem-se incontroversos.

95. (FUNRIO /ALE-RR - 2018) João ajuizou uma ação indenizatória por danos materiais e morais na 1a.
Vara Cível da Comarca X, em face da Financeira Zero, visando obter uma indenização de R$25.000,00, por
danos materiais e R$ 20.000,00 por danos morais. Ainda na fase ordinatória, o juiz julgou improcedente o
pedido de indenização por danos morais. Na fase decisória, ao fim da instrução, o juiz julgou parcialmente
procedente o pedido de indenização por dano material, condenando a empresa Zero a pagar a importância
de R$15.000,00, devidamente atualizada e com juros legais. João, inconformado, interpôs recurso de
apelação, requerendo a reforma das duas decisões.
Com base na situação apresentada, pode-se afirmar que o recurso de apelação é
a) inadequado para reexaminar a decisão que julgou improcedente o pedido de reparação por danos morais,
por se tratar de decisão que comporta agravo de instrumento e sofre o efeito da preclusão.
b) adequado, por se tratar de duas sentenças de mérito que não comportam agravo de instrumento e não
são cobertas pela preclusão.
c) inadequado para decisão que julgou parcialmente procedente o pedido de indenização por dano material,
por se tratar de decisão que não comporta agravo de instrumento e as decisões não são cobertas pela
preclusão.
d) adequado, por se tratar de duas decisões de mérito que não comportam agravo de instrumento e são
cobertas pela preclusão.

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96. (FUNDEP/MPMG - 2018) Com relação aos recursos cíveis previstos no CPC é INCORRETO afirmar,
EXCETO:
a) Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos
no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.
b) O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator dará provimento liminar ao agravo de
instrumento.
c) O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos no CPC e na Constituição Federal, serão
interpostos diretamente aos tribunais competentes para julgá-los, em petições distintas que conterão: a
exposição do fato e do direito; a demonstração do cabimento do recurso interposto; as razões do pedido de
reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
d) O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros
ainda que as defesas sejam contrárias.

97. (Nosso Rumo/MGS - 2017) No que tange à nova sistemática dos recursos na legislação processual
civil, é correto afirmar que
a) os recursos não impedem a eficácia da decisão, ainda que haja decisão judicial ou disposição legal em
sentido diverso.
b) a renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte, desde que ocorra até o momento
da intimação para apresentação de resposta ao recurso.
c) o prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados,
a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
d) o recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo admissível somente na apelação e no
recurso especial.

98. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) Sobre os recursos e a ordem dos processos nos tribunais, de acordo com o
Código de Processo Civil, é CORRETO afirmar:
a) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, tornam-se irrecorríveis, ressalvada a possibilidade de impetração de mandado de segurança
contra o pronunciamento judicial.
b) Contra a decisão de julgamento antecipado parcial de mérito, cabe apelação.
c) O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
d) Não caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de
sentença.

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e) Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de


prequestionamento, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade, salvo se os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, casos em que o
prequestionamento será reputado ineficaz.

99. (FAU/E-Paraná Comunicação-PR - 2017) Tendo em conta a disciplina dos recursos no Código de
Processo Civil, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir
recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
b) Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro,
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
c) A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça suspende o prazo para
interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
d) Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado,
observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
e) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

100. (FMP Concursos/MPE-RO - 2017) Em conformidade com o Código de Processo Civil, é CORRETO
afirmar que
a) as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, devem ser objeto de protesto, sob pena de preclusão.
b) o Código de Processo Civil de 2015, diferentemente da codificação anterior, não estabeleceu previsão de
interposição de apelação adesiva.
c) não terá efeito suspensivo a apelação interposta em face de sentença que confirma, concede ou revoga
tutela provisória.
d) as cópias que obrigatoriamente deverão instruir o agravo de instrumento são as da decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação ou de outro documento oficial que comprove a tempestividade e das
procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
e) o agravo será interposto diretamente no tribunal competente para julgá-lo, podendo ser postado no
correio, sob registro, com aviso de recebimento, não podendo ser protocolado na própria comarca ou seção
judiciária se não for a sede do tribunal.

101. (Nosso Rumo/CREA-SP - 2017) O Agravo de Instrumento, a teor do que preceitua o artigo 1015, do
CPC, é admitido em caso de
a) acolhimento da alegação de convenção de arbitragem.
b) acolhimento do pedido de gratuidade de justiça ou não acolhimento do pleito de sua revogação.
c) inclusão de litisconsorte.
d) rejeição do pedido de limitação de litisconsórcio.
e) posse de documento.

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102. (Nosso Rumo/CREA-SP - 2017) O Agravo Interno é cabível da decisão do Relator. Nesse recurso, a
manifestação do agravado deverá ocorrer no prazo de
a) 48 (quarenta e oito) horas.
b) 5 (cinco) dias.
c) 10 (dez) dias.
d) 30 (trinta) dias.
e) 15 (quinze) dias.

103. (IESES/TJ-RO - 2017) Quanto aos Embargos de Declaração e sua disciplina no Código de Processo
Civil, assinale a alternativa correta:
a) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dez por cento sobre o valor atualizado da causa.
b) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a cinco por cento sobre o valor atualizado da causa.
c) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a um por cento sobre o valor atualizado da causa.
d) Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

104. (IESES/TJ-RO - 2017) O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de:
a) 10 (dez) dias.
b) 05 (cinco) dias.
c) 15 (quinze) dias.
d) 30 (trinta) dias.

105. (IESES/TJ-RO - 2017) Contra qualquer decisão judicial que contiver omissão, obscuridade,
contradição, ou erro material caberá:
a) Agravo de instrumento.
b) Embargos de divergência.
c) Embargos de declaração.
d) Recurso extraordinário.

106. (IESES/ALGÁS - 2017) Assinale a alternativa FALSA:


a) Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido
diverso.
b) A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de
seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso.

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c) Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à


apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto
processual.
d) O recurso pode ser interposto pela parte vencedora e vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público somente como parte.

107. (IESES/ALGÁS - 2017) A petição de agravo de instrumento será instruída:


a) Obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão
agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
b) Com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos na alternativa acima, feita por
cartório extrajudicial em nota com fé pública e declaração do advogado da parte alegando a não
obrigatoriedade das procurações outorgadas aos outros procuradores.
c) Somente com cópias da petição inicial, contestação, procurações do agravante e do agravado e da decisão
agravada.
d) Somente com cópias autenticadas no cartório da vara da decisão agravada e a certidão de intimação,
sendo dispensadas as cópias das peças.

108. (IESES/ALGÁS - 2017) A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


Sendo assim, é correto afirmar:
a) Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com a matéria de mérito mesmo estando
dentro dos limites da causa de pedir.
b) Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito
quando decretar a nulidade de sentença por excesso de fundamentação.
c) Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas
no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
d) Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher todos eles, a apelação
devolverá ao tribunal o conhecimento de somente um deles.

109. (IESES/ALGÁS - 2017) Do julgamento dos Recursos Extraordinários e Repetitivos, dispostos no


Capítulo VI, Seção II e subseção II da Lei 13.105/2015, é correto afirmar:
a) O Presidente ou o Vice-Presidente de Tribunal de Justiça, Presidente de Câmara Específica do mesmo
Tribunal, de Tribunal Regional Federal, Tribunal Eleitoral ou da Justiça Desportiva, selecionará 100(cem)
recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados somente ao Supremo Tribunal Federal
para fins de afetação, determinando a interrupção do trâmite de todos os processos pendentes, individuais,
que tramitem no Estado ou na Região, conforme o caso.
b) O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, que
exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha
sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 15 (quinze) dias para manifestar-se sobre
esse requerimento.
c) Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica
questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições da Subseção II da Seção

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II, Capítulo VI do Novo Caderno Processual, regulamentado pela Lei 13.105/2015, observado o disposto no
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
d) A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal
vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos representativos da
controvérsia.

110. (MPE-PR/MPE-PR - 2017) Sobre os recursos no Código de Processo Civil de 2015, assinale a
alternativa correta:
a) O juízo de admissibilidade dos recursos de apelação e do agravo de instrumento são realizados apenas no
juízo recursal.
b) O recurso de apelação deve, necessariamente, ser julgado pelo colegiado do tribunal.
c) Uma vez tendo sido extinto o agravo retido, as decisões interlocutórias proferidas pelo juízo singular
devem ser recorridas por agravo de instrumento, sem exceção.
d) Os embargos de declaração possuem, em regra, efeito suspensivo, pois visam a complementação da
decisão.
e) Nos recursos especial e extraordinário, a remessa aos tribunais superiores independe de juízo de
admissibilidade.

111. (IMA/Prefeitura de Penalva-MA - 2017) À luz da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, acerca do
recurso extraordinário e do recurso especial, é CORRETO afirmar que:
a) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo.
b) Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão remetidos ao respectivo tribunal
superior.
c) Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal.
d) Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, deverá conceder prazo
de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre
a questão constitucional.

112. (CETRO/TJ-RJ - 2017) Com observância dos dispositivos no CPC (Novo Código de Processo Civil – Lei
nº 13.105/2015), no que se refere aos recursos, assinale a alternativa correta.
a) O Agravo Interno manifestadamente improcedente atrai multa de 1% (um por cento) a 5% (cinco por
cento) do valor atualizado da causa em caso de votação unânime do órgão colegiado.
b) O CPC ampliou as possibilidades de cabimento da reclamação à garantia de observância a acórdão
proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas e restringiu as possibilidades
de as partes utilizarem o recurso especial.

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c) De acordo com o STJ, é inválida a vedação, carreada no CPC, de o relator se limitar a reproduzir a decisão
agravada para julgar improcedente o agravo de instrumento, uma vez que fere o princípio da economia
processual.
d) Os embargos de declaração opostos contra decisão do relator deverão ser julgados na sessão
subsequente, pelo órgão colegiado.
e) O CPC manteve a regra do juízo de admissibilidade prevista no anterior para o recurso da apelação, sendo
que para o caso do Juízo a quo não enviar o recurso sob indicação de intempestividade, a decisão deve ser
impugnada por meio de mandado de segurança.

113. (FUNDEP/MPE-MG - 2017) Sobre os recursos cíveis, é INCORRETO afirmar:


a) O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público,
como parte ou como fiscal do ordenamento jurídico.
b) O prazo para interposição do recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados,
a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
c) No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o
respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. A insuficiência no valor
do preparo também implicará deserção, se o recorrente, intimado na pessoa do seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
d) As questões resolvidas na fase de conhecimento, ainda que a decisão a seu respeito comporte agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e podem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

114. (MPE-RS/MPE-RS - 2017) Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações
sobre o tema dos embargos de declaração, segundo o disposto no Código de Processo Civil.
( ) Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro,
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
( ) Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o
embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar
ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da intimação
da decisão dos embargos de declaração.
( ) Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão
fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dez por cento sobre
o valor atualizado da causa.
( ) Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, apenas quando os embargos de declaração sejam expressamente admitidos, e o tribunal
superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – V – F – F.
b) V – F – F – F.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.

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e) V – F – V – V.

115. (COMPERVE/Câmara de Currais Novos-RN - 2017) O Procurador Legislativo da Câmara de Currais


Novos recebe sentença desfavorável contra a Câmara e, no exercício de suas atribuições, recorre com
presteza já no segundo dia do prazo. Ocorre que ele não percebeu que a parte adversa interpôs embargos
de declaração com o fito de ver sanada omissão da sentença. Diante de tal situação, a apelação interposta
pelo Procurador Legislativo será
a) tempestiva condicionada a ratificação.
b) intempestiva por precocidade.
c) tempestiva, sem ressalvas.
d) intempestiva, salvo na hipótese de recurso adesivo.

116. (INSTITUTO AOCP/EBSERH - 2017) Com relação aos recursos no novo CPC, assinale a alternativa
correta.
a) As partes deverão interpor recursos simultaneamente e no prazo máximo estabelecido em lei.
b) Proferido um despacho, poderá a parte interpor embargo de divergência.
c) Da sentença, caberá agravo de instrumento e, contra as decisões interlocutórias, caberá apelação.
d) Cabem embargos infringentes contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar
contradição, suprimir omissão de ponto ou questão sobre a qual deveria ter se pronunciado o juiz, ou para
corrigir erro material.
e) O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses.

117. (IBFC/EBSERH - 2017) Assinale a alternativa correta sobre os embargos de divergência após analisar
os itens a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo Código de Processo
Civil).
a) É embargável o acórdão de órgão fracionário que em recurso extraordinário ou em recurso especial,
divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e
paradigma, relativos ao juízo de admissibilidade.
b) É embargável o acórdão de órgão fracionário que em recurso extraordinário ou em recurso especial,
divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e
paradigma, de mérito.
c) É embargável o acórdão de órgão fracionário que, apenas em recurso extraordinário, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha
conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia.
d) É embargável o acórdão de órgão fracionário que, apenas em recurso especial, divergir do julgamento de
qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do
recurso, embora tenha apreciado a controvérsia.
e) É embargável o acórdão de órgão fracionário que, nos processos de competência originária, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal.

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118. (IBFC/EBSERH - 2017) Assinale a alternativa correta sobre o agravo de instrumento após analisar
os itens a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo Código de Processo
Civil).
a) A petição de agravo de instrumento será instruída facultativamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade, das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado e com outras peças que o agravante reputar úteis ou
com declaração de inexistência de qualquer desses documentos, feita pelo advogado do agravante, sob pena
de sua responsabilidade pessoal.
b) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou com declaração de inexistência de qualquer
desses documentos, feita pessoalmente pelo agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal e
facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
c) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou com declaração de inexistência de qualquer
desses documentos, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal e
facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
d) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou
com declaração de inexistência de qualquer desses documentos, feita pelo advogado do agravante, sob pena
de sua responsabilidade pessoal e facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
e) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado ou
com declaração de inexistência de qualquer desses documentos, feita pessoalmente pelo agravante, sob
pena de sua responsabilidade pessoal e facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

119. (MPE-RS/MPE-RS - 2016) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o tema dos recursos, segundo
disposto no Código de Processo Civil.
a) O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses.
b) Começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que extingue sem resolução
do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado.
c) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
d) Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para suprir omissão de ponto ou questão
sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; considerando-se omissa a decisão que

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deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção
de competência aplicável ao caso sob julgamento.
e) Cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

120. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, as questões resolvidas na
fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas
pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a
decisão final, ou nas contrarrazões.

121. (TRT-4ºR/TRT-4ªR - 2016) Assinale a assertiva correta sobre o instituto da reclamação.


a) É admissível somente perante os Tribunais Superiores.
b) Busca garantir a autoridade da decisão do Tribunal perante a qual é apresentada.
c) Pode ser apresentada a qualquer tempo no processo.
d) O julgamento do recurso interposto contra a decisão reclamada prejudica o conhecimento da reclamação.
e) É inadmissível para garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução
de demandas repetitivas.

122. (IBFC/EBSERH - 2016) Assinale a alternativa correta sobre o Julgamento dos Recursos
Extraordinário e Especial Repetitivos após analisá-las a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº
13.105, de 16/03/2015 (Novo Código de Processo Civil).
a) Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica
questão de fato ou de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta
Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior
Tribunal de Justiça.
b) O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da decisão de
sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido interposto
intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse
requerimento.
c) O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 3 (três)
ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou
ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os
processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
d) O relator em tribunal superior poderá selecionar até 3 (três) recursos representativos da controvérsia para
julgamento da questão de direito independentemente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente do
tribunal de origem.
e) O relator poderá fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e
conhecimento na matéria, sendo vedada a utilização de tais manifestações com a finalidade de instrução
processual.

123. (IBFC/EBSERH - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil (Lei nº 13.105 de 16 de março
de 2015) assinale a alternativa INCORRETA.

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a) O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do
recurso.
b) O prazo para interposição de recurso, conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados,
a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
c) Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado
ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito
da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da intimação.
d) No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente,
o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
e) Os recursos impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.

124. (IBADE/Câmara de Santa Maria Madalena-RJ - 2016) Assinale, dentre as decisões abaixo elencadas,
aquela que pode ser questionada por meio de agravo de instrumento, de acordo com as disposições
expressas do Código de Processo Civil de 2015.
a) Admissão de intervenção de terceiros
b) Indeferimento de requerimento de distribuição por dependência
c) Declínio da competência
d) Concessão de gratuidade de justiça
e) Fixação de valor de honorários periciais

125. (IBADE/Câmara de Santa Maria Madalena-RJ - 2016) João, autor de demanda em face de Pedro,
opõe embargos de declaração em face da sentença. Aduz que o Juízo não apreciou seu pedido de
indenização por dano material, tão somente aquele concernente à compensação por dano moral. Em caso
de acolhimento dos embargos, haverá, necessariamente, efeitos infringentes. Assinale a alternativa
correta.
a) O Juízo receberá os embargos declaratórios e poderá dar vista ao embargado.
b) O Juízo receberá os embargos declaratórios e intimará o embargado para que, caso queira, manifeste-se
no prazo de cinco dias.
c) O Juízo não poderá receber os embargos declaratórios com efeitos infringentes, pois este recurso não é
previsto no Código de Processo Civil de 2015.
d) O Juízo não poderá receber os embargos declaratórios, pois este recurso não se presta a dar efeitos
infringentes à sentença.
e) O Juízo receberá os embargos declaratórios e decidirá sem dar vista ao embargado.

126. (FUMARC/Câmara de Conceição do Mato Dentro - 2016) atual sistemática processual civil
brasileira, são cabíveis os seguintes recursos, EXCETO:
a) Apelação.
b) Embargos de Declaração.
c) Embargos de Divergência.

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d) Embargos Infringentes.

127. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Analise as assertivas abaixo:


I - O recurso extraordinário e o recurso especial serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente
do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão a exposição do fato e do direito, a demonstração
do cabimento do recurso interposto e as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
II - Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal.
III - Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, não conhecerá do
recurso, por ser incompetente para julgá-lo, extinguindo o processo.
IV - Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de 10 (dez) dias para que o recorrente demonstre a existência de
repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
a) somente as assertivas I, II e III estão incorretas.
b) somente as assertivas II, III e IV estão incorretas.
c) somente as assertivas I, III e IV estão corretas.
d) somente as assertivas I, II e IV estão corretas.

128. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Marque a alternativa incorreta:


a) Da sentença cabe apelação. As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito
não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
b) Se as decisões interlocutórias, irrecorríveis por agravo de instrumento e não acobertadas pela preclusão,
forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a
respeito delas.
c) Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator decidi-lo-á
monocraticamente apenas para negar provimento a recurso que for contrário a súmula do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal.
d) A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Serão, porém, objeto de
apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não
tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

129. (INTEGRI/Câmara de Suzano-SP - 2016) Com relação ao recurso de agravo de instrumento, está
correto afirmar:
a) A petição de agravo de instrumento será instruída obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
b) O agravo de instrumento será dirigido ao juízo que proferiu a decisão recorrida, por meio de petição com
os seguintes requisitos os nomes das partes, a exposição do fato e do direito, as razões do pedido de reforma

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ou de invalidação da decisão e o próprio pedido e o nome e o endereço completo dos advogados constantes
do processo.
c) Sem exceção, o agravante requererá a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso,
no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
d) Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem exclusivamente sobre tutelas
provisórias, mérito do processo, rejeição da alegação de convenção de arbitragem e incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.

130. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre os recursos no Código de Processo Civil (CPC/2015), assinale a
afirmativa correta.
a) Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação,
a sentença de mérito.
b) Cabe recurso de agravo de instrumento contra a decisão que negar o pleito de produção de prova pericial,
formulado na petição inicial.
c) Não cabe recurso de agravo de instrumento contra a decisão que inverte o ônus da prova, podendo,
todavia, ser impugnada por meio de recurso de apelação, após a prolação de sentença.
d) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, poderão ser suscitadas pelo apelado em contrarrazões.
e) Das decisões interlocutórias proferidas em audiência admitir-se-á interposição oral do agravo retido, a
constar do respectivo termo, expostas sucintamente as razões que justifiquem o pedido de nova decisão.

131. (FAFIPA/Câmara de Cambará-PR - 2016) Acerca dos Recursos previstos pelo Código de Processo
Civil/2015, assinale a alternativa INCORRETA
a) São cabíveis os seguintes recursos: apelação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de
declaração; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; agravo em recurso especial ou
extraordinário; e embargos de divergência.
b) Quando o Recurso for interposto por terceiro, cumpre a ele demonstrar a possibilidade de a decisão sobre
a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir
em juízo como substituto processual.
c) A renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte, salvo nos casos de revelia.
d) A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida
e daquele objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.

132. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Segundo entendimento majoritário do Superior Tribunal de Justiça o


relator, monocraticamente, não poderá dar ou negar provimento ao recurso ainda que fundamentado em
existência de entendimento dominante acerca do tema.

133. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, não é de competência do
juízo de primeira instância exercer juízo de admissibilidade da apelação, já que o exame cabe,
originariamente, ao tribunal de segundo grau. Assim, decisão do juízo de primeira instância que declare

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inadmissível a apelação é ato de usurpação de competência do tribunal, motivo pelo qual a reclamação
será a via processual adequada para impugnar-se o ato do juiz de primeira instância.

134. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos do novo Código de Processo Civil, consideram-se incluídos no
acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os
embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes
erro, omissão, contradição ou obscuridade.

135. (FAURGS/TJ-RS - 2016) Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta a respeito dos
efeitos dos recursos no Direito Processual Civil.
a) O efeito devolutivo provoca o impedimento da produção imediata dos efeitos da decisão impugnada.
b) O efeito regressivo impede o órgão jurisdicional a quo de rever a decisão recorrida.
c) O efeito expansivo subjetivo excepciona a regra de que a interposição do recurso produz efeitos apenas
para o recorrente.
d) O efeito expansivo subjetivo não é admitido pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
e) O efeito translativo impede que o órgão judicial revisor se pronuncie de ofício.

136. (FUMARC/Prefeitura de Matozinhos-MG - 2016) Acerca dos recursos na legislação processual civil,
é INCORRETO afirmar que
a) a Lei n. 13.105/2015 aboliu o denominado agravo retido previsto na lei anterior revogada.
b) a Lei n. 13.105/2015 considera como omissa, desafiando embargos de declaração, a decisão que deixe de
se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de
competência aplicável ao caso sob julgamento.
c) a Lei n. 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil), mantendo a disciplina de prerrogativa processual
anterior, dispõe que os Municípios e suas respectivas pessoas indiretas de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, e em quádruplo para contestar.
d) excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15
(quinze) dias, segundo o vigente Código de Processo Civil.

137. (BIO-RIO/SAAE de Barra Mansa - 2016) Assinale a opção CORRETA:


a) Cabe agravo interno contra as decisões interlocutórias que versarem sobre admissão ou inadmissão de
intervenção de terceiros.
b) A parte só não poderá recorrer se aceitar expressamente a decisão. A renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte.
c) São cabíveis recursos dos despachos.
d) Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para corrigir erro material.

138. (FUNRIO/Prefeitura de Itupeva-SP - 2016) O regime dos recursos instituído pelo Código de Processo
Civil de 2015 estabeleceu, dentre outras modificações:
a) a criação do agravo interno
b) a possibilidade de sustentação oral no agravo de instrumento

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c) o retorno às decisões colegiadas


d) o fim do juízo de admissibilidade no recurso especial
e) a restrição ao uso da apelação

139. (FUNRIO/Prefeitura de Trindade-GO - 2016) Diante do Novo Código de Processo Civil, em atenção
ao agravo de instrumento, a afirmativa correta é:
a) O prazo para sua interposição é de 10 (dez) dias.
b) Será interposto no juízo que proferiu a decisão interlocutória que o remeterá ao tribunal competente para
julgá-lo.
c) Não é admitida sua interposição contra decisões interlocutórias que versarem sobre rejeição da alegação
de convenção de arbitragem.
d) Não cabe sua interposição contra decisões que versarem sobre concessão, modificação ou revogação do
efeito suspensivo aos embargos à execução.
e) Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do
agravo de instrumento, deve o relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado
o vício.

140. (FUNRIO/Prefeitura de Trindade-GO - 2016) Observando o rito dos Recursos Extraordinário e


Especial Repetitivos, é INCORRETO afirmar que:
a) Da decisão que determinar o sobrestamento não cabe pedido ou recurso para que exclua o recurso da
decisão de sobrestamento.
b) Somente podem ser selecionados recursos admissíveis para afetação de julgamento aqueles que
contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.
c) Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para garantir a observância de enunciado
de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de
assunção de competência.
d) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
e) Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica
questão de direito, haverá afetação para julgamento dos recursos repetitivos, observado o disposto no
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.

141. (FAURGS/TJ-RS - 2016) Confrontando o sistema recursal do Código de Processo Civil de 1973 com
o do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, assinale a alternativa correta.
a) No Código de 1973, o recurso de apelação interposto contra a sentença de interdição deveria ser recebido
no duplo efeito, ao passo que, no Novo Código, passará a ser recebido apenas no efeito devolutivo, não mais
obstando a eficácia desse tipo de sentença.
b) No Código de 1973, o juiz de primeiro grau deveria deixar de receber o recurso de apelação, quando a
sentença estivesse em conformidade com Súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, ao passo que, no Novo Código, o juiz de primeiro grau não deverá fazer juízo de admissibilidade da
apelação, o qual passa a ser de competência exclusiva do Tribunal.

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c) No Código de 1973, o acórdão não unânime que, em grau de apelação, houvesse confirmado a sentença
de mérito, desafiava recurso de embargos infringentes, ao passo que, sob a égide do Novo CPC, o julgamento
dessa apelação não mais enseja embargos infringentes, mas deve prosseguir com a convocação de outros
julgadores em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial.
d) Na vigência do Código de 1973, todas as decisões interlocutórias proferidas pelo juiz de primeiro grau
eram impugnáveis por meio de agravo de instrumento, ao passo que, no Novo Código, somente algumas
decisões interlocutórias casuisticamente elencadas na lei o são, devendo as demais ser objeto de protesto
específico, cujas razões serão apresentadas posteriormente em sede de apelação ou contrarrazões de
apelação.
e) Tanto no Código de 1973 quanto no Novo Código, é pacífico que o capítulo da sentença que versar sobre
tutela provisória é impugnável por meio do recurso de agravo de instrumento, uma vez que constitui, de
forma substancial, uma decisão interlocutória formalmente inserida no texto da sentença.

142. (BIO-RIO/Prefeitura de Paracambi-RJ - 2016) Acerca dos recursos, consoante o Código de Processo
Civil (Lei 13.105/2015), assinale a opção INCORRETA:
a) Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o
embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar
ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação
da decisão dos embargos de declaração.
b) Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o
recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será
processado e julgado independentemente de ratificação.
c) Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal
proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada deverá remeter os autos em 5 dias para
decisão pelo colegiado.
d) A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver
risco de dano grave ou de difícil reparação.

143. (UEPA/PGE-PA - 2015) De acordo com o Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/05), julgue as
afirmativas abaixo.
I. O apelado poderá em sede de contrarrazões impugnar questão resolvida na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento.
II. Não se considera fundamentado acórdão, que não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelos julgadores.
III. É cabível sustentação oral pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um,
sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério
Público, em Agravo de Instrumento interposto contra qualquer decisão interlocutória.
IV. Tendo sido o Estado condenado ao pagamento no valor de até 1.000 (hum mil) salários-mínimos não se
aplica o instituto da remessa necessária.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) II e III

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b) I e IV
c) III e IV
d) II e IV
e) I e II

144. (FMP-RS/TJ-MT - 2014) Sobre o direito recursal no processo civil brasileiro é correto afirmar que
a) vige a regra da atipicidade recursal no processo civil brasileiro.
b) vige a regra do benefício comum no que tange ao efeito devolutivo dos recursos.
c) se deve distinguir juízo de admissibilidade e juízo de mérito apenas nas hipóteses concernentes aos
recursos extraordinários.
d) vige a regra da singularidade recursal, não obstante existam exceções.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

145. (IESES/ALGÁS - 2017) Com relação ao Recurso Extraordinário, é INCORRETO afirmar:


a) Realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao
Superior Tribunal de Justiça, desde que o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão
geral ou de julgamento de recursos repetitivos.
b) O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão
interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que
conterão somente a exposição dos fatos e do direto e a demonstração do cabimento da decisão recorrida.
c) Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de
processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território
nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.
d) Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a
certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia
eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado
disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer
caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

146. (IMA/Prefeitura de Penalva-MA - 2017) À luz da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, acerca do
recurso extraordinário e do recurso especial, é CORRETO afirmar que:
a) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo.
b) Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão remetidos ao respectivo tribunal
superior.
c) Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal.

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d) Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, deverá conceder prazo
de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre
a questão constitucional.

147. (IBFC/EBSERH - 2016) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o Recurso Extraordinário e o Recurso
Especial após analisá-las a seguir e considerar as normas da Lei Federal nº 13.105, de 16/03/2015 (Novo
Código de Processo Civil).
a) Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a
certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia
eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado
disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer
caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados
b) Quando o recurso estiver fundado em dissídio jurisprudencial, é vedado ao tribunal inadmiti-lo com base
em fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a existência da
distinção
c) Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de
processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território
nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto
d) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo
e) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser
formulado por requerimento dirigido ao relator, se já distribuído o recurso
148. (IDECAN/AGU - 2014) "Joaquina impetra mandado de segurança no Tribunal de Justiça do local em
que reside por ter direito líquido e certo que foi violado por abuso de autoridade da autoridade coatora
envolvida na situação. Considere que, nessa hipótese, a autoridade coatora era o Governador do Estado,
que possuía foro por prerrogativa de função e que, por essa razão, a competência para julgamento do writ
era mesmo do Tribunal de Justiça local. Considere, ainda, que a impetração ocorreu tempestivamente, e
que todos os requisitos de admissibilidade foram observados. Entretanto, mesmo com a observância de
todos os requisitos formais, meritoriamente, foi denegatória a decisão do mandado de segurança
impetrado por Joaquina."
Tendo em vista todos os aspectos apresentados no caso anterior, assinale a opção que indica,
acertadamente, o recurso a ser interposto por Joaquina
a) Recurso especial para o STJ.
b) Recurso ordinário para o STJ
c) Embargos infringentes para o STJ.
d) Agravo de instrumento para o STJ.

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e) Recurso extraordinário para o STF.

149. (MPE-PR/MPE-PR - 2019) Sobre os recursos em espécie, assinale a alternativa incorreta, nos
termos do Código de Processo Civil de 2015:
a) A decisão que julga antecipadamente parcela do mérito é recorrível por apelação.
b) O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público,
como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
c) O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
d) Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o
recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será
processado e julgado independentemente de ratificação.
e) É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar
improcedente o agravo interno.

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GABARITO
1. D 45. B 89. C
2. D 46. C 90. CORRETA
3. D 47. E 91. B
4. A 48. A 92. E
5. C 49. B 93. B
6. B 50. C 94. E
7. B 51. A 95. A
8. A 52. A 96. A
9. C 53. D 97. C
10. A 54. C 98. C
11. A 55. C 99. C
12. B 56. A 100. C
13. B 57. B 101. D
14. B 58. E 102. E
15. D 59. A 103. D
16. A 60. A 104. C
17. E 61. D 105. C
18. B 62. E 106. D
19. B 63. B 107. A
20. A 64. E 108. C
21. A 65. D 109. C
22. E 66. A 110. A
23. E 67. D 111. A
24. D 68. E 112. A
25. E 69. E 113. D
26. C 70. A 114. B
27. A 71. E 115. C
28. B 72. D 116. E
29. C 73. C 117. B
30. A 74. D 118. C
31. E 75. C 119. C
32. B 76. D 120. CORRETA
33. D 77. C 121. B
34. D 78. B 122. B
35. E 79. C 123. E
36. B 80. B 124. A
37. D 81. D 125. B
38. D 82. E 126. D
39. B 83. A 127. B
40. B 84. D 128. C
41. E 85. E 129. A
42. C 86. A 130. D
43. E 87. C 131. C
44. B 88. D 132. INCORRETA

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133. CORRETA
134. CORRETA
135. C
136. C
137. D
138. B
139. E
140. A
141. B
142. C
143. E
144. D
145. B
146. A
147. B
148. B
149. A

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