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Totalitarismo Maria Eduarda Iasinski

Totalitarismo ou regime totalitário é um sistema político baseado em uma


ideologia que coloca o líder de uma nação como controlador absoluto dos
direitos dos cidadãos, em suposto benefício geral do país. O líder totalitário
pode ser uma pessoa, um grupo ou um partido.
O governo totalitário exerce total controle sobre os meios de comunicação e,
em geral, elimina as escolas particulares, forçando as escolas públicas a
ensinar de acordo com as linhas do partido. A liberdade de religião também
não existe em um Estado totalitário, pois só permite a existência daquelas
Igrejas cujos ministros cooperem com o governo. Sindicatos livres também são
ilegais.

Palavra chave: totalitarismo, política, religião.

1.0 Conceito do totalitarismo

O termo “totalitarismo” surgiu na década de 1920 e foi criado para


referir-se ao fascismo italiano — o primeiro regime de caráter totalitarista
que foi implantado na Europa. Por meio do fascismo italiano é que
o fascismo, enquanto alternativa política popularizou-se na Europa. Após o
exemplo italiano, uma série de países europeus optou pela saída autoritária.
O totalitarismo consolidou sua força quando os nazistas tomaram o poder
na Alemanha, em 1933.

Os regimes totalitários tiveram seu auge durante as décadas de 1920 e


1930, e seu surgimento está relacionado a todas as consequências do pós-
guerra ou, nesse caso, à Primeira Guerra Mundial. A destruição da guerra
aliada com os ressentimentos causados pelo conflito, o temor do
comunismo e os efeitos devastadores das crises econômicas fizeram com o
autoritarismo fosse visto como a solução para os problemas enfrentados.
Com a defesa do autoritarismo, a maioria dos países liberais e
democráticos viu seus sistemas políticos ruírem e serem substituídos por
governos autoritários. Uma evidência disso foi dada pelo historiador Eric
Hobsbawm, ao apontar que, no período entre guerras, somente cinco
nações na Europa permaneceram com suas instituições políticas
democráticas funcionando: Grã-Bretanha, Finlândia, Irlanda, Suécia e
Suíça.

2.0 Características dos regimes totalitários

As características básicas dos regimes totalitaristas eram:

 Culto ao líder: Os três regimes impunham um forte culto ao líder, e a


imagem deles era espalhada por diversos locais, como escolas e
instituições públicas, por exemplo.
 Centralização do poder: O poder ficava concentrado nas mãos do líder
ou do partido.
 Doutrinação: A população era alvo de uma intensa doutrinação, cujo
objetivo era o de propagar a ideologia do regime. A doutrinação da
população começava com o ensino infantil e estendia-se a outros
grupos.
 Censura: Os meios de comunicação eram censurados, assim como
qualquer manifestação artística. A oposição não tinha liberdade de
atuação. O objetivo da censura era barrar ideologias contrárias e
críticas ao governo.
 Supressão dos partidos políticos: Nesses regimes, somente um
partido tinha autorização de funcionar — o partido do governo.
 Criação de inimigos internos e/ou externos: Os regimes totalitários
criavam inimigos internos e/ou externos, e o combate a esses grupos
era utilizado como justificativa para medidas autoritárias.
 Uso do terror: O terror era utilizado como arma para amedrontar os
opositores políticos e como mecanismo de perseguição a grupos
tratados como “inimigos” etc.
3.0 Regimes totalitários no Brasil

No Brasil não existiu nenhum governo que possa ser classificado


como totalitário, mas, ao longo de nossa história, existiram governos
autoritários. Um primeiro exemplo de governo autoritário foi o Estado
Novo, implantado por Getúlio Vargas e que se estendeu de 1937 a 1945.
Outro regime autoritário na história de nosso país foi a Ditadura Militar,
implantada por meio de um golpe e que se estendeu de 1964 a 1985.
Os dois períodos ficaram marcados pela ausência de liberdades
individuais, censura, perseguição, tortura, execução de opositores etc.

4.0 Lideres do Totalitarismo

  Adolf Hitler - ditador alemão nasceu em 1889 na Áustria. Filho de


Alois Hitler e Klara Poezl . Foi o responsável por um dos maiores
genocídios da História, liderou a 2.ª Guerra Mundial entre 1939-1945
e também o extermínio de cerca de 6 milhões de judeus. 
Em 1908 mudou-se para Viena, onde o sonho de se tornar pintor foi
vetado pois não conseguiu ingressar na Academia de Belas-Artes.
Em 1913, muda-se para Munique, Alemanha, fugindo do alistamento
no Exército de seu país. Com o início da 1.ª Guerra Mundial , em
1914, alista-se no Exército alemão como voluntário. Foi ferido em
combate, por essa razão recebeu a condecoração da Cruz de Ferro. 
Em 1919, filiou-se no Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores
Alemães e é apelidado de “nazi”. Hitler foi preso após uma tentativa
de golpe de Estado em 1923. Seu principal objetivo era construir um
novo Estado que fosse capaz de promover a econômica Alemã,
libertando-a do Tratado de Versalhes.  
Assume o poder como chanceler em 1933 e aproveitou para banir os
partidos políticos, prendeu os seus opositores, reintroduziu o serviço
militar obrigatório e deu início à expansão militar. Invadiu a Polônia
em 1939, provocando dessa forma a 2.ª Guerra Mundial. Mandou
vários milhões de judeus para os campos de concentração e
conquistou vários países da Europa.  
Foi derrotado, em Abril de 1945, pelas tropas soviéticas, suicidou-se
no seu bunker.. 

 Mussolini- O líder ("Duce") do fascismo italiano iniciou sua carreira


política no Partido Socialista Italiana (PSI), em 1900. Durante alguns
anos, foi professor na Suíça (1902-1904) e funcionário do partido em
Trento, na época território austríaco. Mussolini fundou em 1909 a
revista Lotta di Classe, antes de se tornar chefe de redação do
Avanti!, Entre 1912 e 1914, órgão de propaganda do Partido
Socialista. Foi também o porta-voz da ala esquerdista do partido.
Mas deu-se a ruptura na frente de combate alemã e o antigo "Duce"
foi capturado, mesmo antes do fim da guerra, pelos partisans
italianos, quando tentava fugir com sua amante, Claretta Petacci. Foi
sumariamente fuzilado.

 José Staline -Josef Vissarionovich Djugashvili, nasceu em 18 de


dezembro de 1878, em Gori, na Geórgia. 
Seu pai era um sapateiro e sua mãe, lavadeira. 
Stalin teve uma infância pobre e difícil, tendo o rosto marcado pela
varíola; chegou a estudar em um seminário, pois sua mãe gostaria
que ele tivesse se tornado padre, mas em 1899 ingressou no partido
social-democrata e entre 1905 e 1917 foi membro do partido
bolchevique. Esteve preso algumas vezes nesse período, pela polícia
do czar. Em 1904 casou-se com Ekaterina Svanidze, com a qual teve
um filho; ela morreu de tifo, em 1907. Em 1919, casou-se com Nadia
Alliluyeva, que se suicidou em 1932; com a segunda esposa, teve
uma filha e um filho. Sua terceira esposa foi Rosa Kaganovich; eles
se casaram em 1934 e se divorciaram em 1938. 
Em 1917, Stalin era um dos editores do jornal Pravda (Verdade), e
aliou-se a Lenin na luta revolucionária; foi nomeado Comissário das
Nacionalidades e, em 1922, Secretário-Geral do Comitê Central do
Partido Comunista. Com a doença e morte de Lenin, tornou-se a
principal figura política soviética e governou a URSS até 1953,
quando morreu. Stalin tornou-se um ditador e eliminou seus
opositores, condenando-os aos campos de trabalho forçado ou à
morte; promoveu o crescimento econômico da URSS, por meio dos
Planos Quinquenais, que privilegiavam as indústrias de base e a
coletivização da agricultura. Stalin morreu dia 5 de março de 1953,
em Moscou, vítima de um derrame cerebral.

Referencias:

1. ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das


Letras, 2012.

2. BOBBIO, Nobert. Dicionário de política. Brasília: Editora UnB 11ed, 1998.

3. HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991.


São Paulo, Companhia das Letras, 1996.p.39-40.

4. SNYDER, Timothy. Sobre a Tirania: vinte lições do século XX para o


presente. Companhia das Letras: São Paulo, 2017.

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