Você está na página 1de 21

QUESTIONÁRIO PARA O EXAME DA OAA 2022

1. DIREITO CONSTITUCIONAL

1.1. As leis, os tratados e os actos do Estado, e demais actos do poder local e dos entes
públicos em geral só são válidos se:

a) Forem conforme a Constituição e a Lei;


b) Forem conforme a Constituição e o Costume;
c) Forem conforme a Constituição. n.º 3 do art. 6.º da CRA

1.2. No âmbito da instrução preparatória de um processo-crime, foi suscitada a necessidade


de aceder a documentos que o Advogado X teve acesso no exercício da profissão. Qual é
o procedimento a adoptar para o efeito?

a) O Procurador, no âmbito dos poderes de direcção da instrução preparatória nos


processos crime, deve ordenar buscas e apreensões para obter os documentos em
causa, cabendo ao SIC a sua execução.
b) O Procurador deve solicitar ao Bastonário da Ordem dos Advogados de Angola
que ordene ao advogado a proceder a entrega dos documentos e nomear uma
comissão para proceder ao levantamento dos documentos e respectiva entrega ao
Procurador.
c) O Procurador deve requerer uma ordem judicial no sentido da realização
da busca, sendo que a diligência deve ser efectuada na presença do
Magistrado competente e do representante da Ordem dos Advogados. n.º 2
do art. 194.º da CRA conjugado com o n.º 2 do art. 2.º da Lei 2/14 de 10 de
Fevereiro.

1.3. O acesso aos tribunais para sindicar actos administrativos deve ser:

a) Precedido do prévio esgotamento das vias graciosas previstas na lei. art. 12.º
da Lei n.º 2/94 de 14 de Janeiro (Lei da Impugnação dos Actos
Administrativos).
b) Operado sempre que o acto tenha carácter atentatório aos direitos ou interesses
legítimos do cidadão.
c) Accionado apenas quando existam meios económicos para solver os encargos da
demanda.

1.4. A jurisdição comum do sistema judicial angolano integra:

a) Tribunal Supremo, Tribunais da Relação, Tribunais Provinciais e Tribunais de


Comarca.
b) Tribunal Supremo, Tribunais de Comarca e outros Tribunais.
c) Tribunal Supremo, Tribunal da Relação e outros Tribunais. al. a) do n.º 2
do art. 176.º da CRA.

1
1.5. O Poder Executivo em Angola caracteriza-se por ser:

a) Unipessoal, sendo que é titulado pelo Presidente da República que exerce os


poderes auxiliado por um Vice-presidente, Ministros de Estado e Ministros
com poderes delegados. n.º 2 do art. 108.º da CRA
b) Unipessoal auxiliado por um Conselho de Ministros, Ministros de Estado e
Ministros, com poderes de decisão.
c) Colegial, composto por um Governo titulado pelo Presidente da República que
exerce os poderes auxiliado por um Vice-presidente, Ministros de Estado e
Ministros com poderes delegados.

1.6. O Estado pode interferir na propriedade privada e demais direitos reais por via
dos seguintes meios:

a) Nacionalizações, confiscos e expropriações por utilidade pública.


b) Expropriações por utilidade pública e requisições civis temporárias. n.º 2 do
art. 37 da CRA.
c) Expropriações por utilidade pública, privilégio de execução prévia e
nacionalizações.

1.7. Ao abrigo da Constituição da República de Angola, a Ordem dos Advogados de


Angola tem legitimidade para:

a) Requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização abstracta preventiva de


qualquer norma.
b) Requerer ao Tribunal Constitucional a declaração de constitucionalidade de
qualquer norma.
c) Requerer ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade
de qualquer norma. al f) do n.º 2 do art. 230.º da CRA.

1.8. O regime dos direitos, liberdades e garantias fundamentais estabelecido na


Constituição impõe:

a) A criação de normas infraconstitucionais para a sua aplicação aos casos


concretos.
b) A aplicação directa aos casos concretos e a vinculação de todas as entidades
públicas e privadas. n.º 1 do art. 28.º da CRA.
c) A aplicação directa aos casos concretos sem vinculação de todas as entidades
públicas e privadas.

1.9. Em termos circunstanciais, a Constituição da República de Angola não pode ser


alterada:

a) Durante a vigência do estado de emergência, estado de calamidade pública e


estado de sítio.

2
b) Durante a vigência do estado de emergência, estado de sítio e estado de
guerra. art. 237.º da CRA.
c) Durante a vigência do estado de guerra, estado de calamidade pública e estado
de emergência.

1.10. A designação dos juízes dos Tribunais Superiores deve:

a) Ser feita de modo a evitar a sua total renovação simultânea. art. 243.º da
CRA
b) Ser feita de modo a garantir a sua renovação simultânea e permanente.
c) Ser feita de modo a evitar a sua total renovação simultânea entre pares.

1.11. A constituição e o funcionamento dos partidos políticos devem, nos termos da lei,
respeitar de entre outros o seguinte princípio fundamental:

a) Prossecução pública dos fins e do Estado;


b) Representatividade mínima fixada na Constituição,
c) Organização e funcionamento democrático. al f) do n.º 2 do art. 17.º da
CRA.

1.12. A paz tem como base o primado do direito e da lei e visa:

a) Assegurar as condições indispensáveis e necessárias à estabilidade e ao


desenvolvimento do País.
b) Assegurar as condições necessárias à estabilidade e ao desenvolvimento do
País. n.º 2 do art. 11.º da CRA
c) Assegurar as condições essências e necessárias à estabilidade e ao
desenvolvimento do País.

1.13. Em Angola, o poder político é exercido por:

a) Quem obtenha legitimidade mediante processo eleitoral livre, justo e


democraticamente exercido, nos termos da Constituição e da lei.
b) Quem obtenha legitimidade mediante processo eleitoral livre, justo, transparente
e democraticamente exercido, nos termos da Constituição e da lei.
c) Quem obtenha legitimidade mediante processo eleitoral livre e
democraticamente exercido, nos termos da Constituição e da lei. n.º 1 do
art. 4.º da CRA.

1.14. O Estado deve adoptar as iniciativas legislativas e outras medidas adequadas à:

a) Concretização progressiva e efectiva, de acordo com os recursos


disponíveis, dos direitos económicos, sociais e culturais. n.º 2 da art. 28.º da
CRA
b) Concretização progressiva e efectiva, de acordo com os recursos disponíveis,
dos direitos políticos, económicos, sociais e culturais.

3
c) Concretização progressiva e efectiva, de acordo com os recursos disponíveis,
dos direitos políticos, civis, económicos, sociais e culturais.

1.15. No exercício das funções legislativa, jurisdicional e administrativa, ou por causas


delas, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para
o titular destes ou terceiros, os autores dessas acções ou omissões são:

a) Criminal, civil e disciplinarmente responsáveis, nos termos da lei.


b) Criminal, financeira e disciplinarmente responsáveis, nos termos da lei.
c) Criminal e disciplinarmente responsáveis, nos termos da lei. n.º 2 do art.
75.º da CRA.

1.16. Compete ao Tribunal Constitucional conhecer e decidir os processos de


destituição do Presidente da República na seguinte situação:

a) Por crime de traição à Pátria e espionagem.


b) Por ser titular de alguma nacionalidade adquirida. n.º 4 do art. 129.º da
CRA.
c) Por crime de suborno, peculato e corrupção.

1.17. Reveste a forma de projecto de lei a:

a) Iniciativa legislativa exercida pelos Deputados, pelos grupos parlamentares e


pelo Presidente da República.
b) Iniciativa legislativa exercida pelos Deputados e pelos grupos
parlamentares. n.º 3 do art. 167.º da CRA
c) Iniciativa legislativa exercida pelos Deputados e pelo Presidente da República.

1.18. Nos termos da Constituição e da lei, a competência para designar os juízes do


Tribunal Constitucional é:

a) A Assembleia Nacional e o Presidente da República.


b) Assembleia Nacional, o Presidente da República e o Conselho Superior da
Magistratura Judicial.
c) O Conselho Superior da Magistratura Judicial. al b) do art. 184 da CRA.

1.19. A regulação do acesso à advocacia compete à:

a) Ordem dos Advogados de Angola. n.º 3 do art. 193.º da CRA.


b) Assembleia Nacional
c) Assembleia Nacional e a Ordem dos Advogados de Angola.

1.20. Ao abrigo da Constituição da República de Angola, a ordem dos Advogados de


Angola tem legitimidade para:

4
a) A criação de normas infraconstitucionais para a sua aplicação aos casos
concretos. n.º 3 do art. 193.º da CRA.
b) A aplicação directa aos casos concretos e a vinculação de todas as entidades públicas e
privadas
c) A aplicação directa aos casos concretos sem vinculação de todas as entidades públicas
e privadas

2. DIREITO CIVIL

2.1. As causas de cessação da vigência da Lei são as seguintes:

a) Caducidade e repristinação.
b) Caducidade e revogação.
c) Revogação e Suspensão.
2.2. Diante de uma lacuna, nos termos do Código Civil, o Juiz deve adoptar o seguinte
procedimento:

a) Abster-se de julgar, pois não é legislador.


b) Julgar o caso de acordo com a sua consciência.
c) Julgar o caso por analogia legis. art. 10.º CC

2.3. António trocou a sua bicicleta pelo telemóvel de Berta, por simples acordo verbal.
Quid iuris?

a) Estamos diante de um facto irrelevante para o Direito.


b) Estamos diante de um simples acto jurídico.
c) Estamos diante de um negócio jurídico. art. 219.º CC

2.4. Damião vendeu a sua vivenda a Fernando, por documento assinado por ambos,
na presença de duas testemunhas:

5
a) O acto é anulável.
b) O acto é válido.
c) O acto é nulo. art. 875.º e 220.º CC

2.5. Gunza e Henda celebraram um contrato, nos termos do qual, Henda obrigou-se
perante Gunza a trabalhar para este pelo período de 2 (dois) anos, sem
remuneração, caso não cumpra a obrigação. Quid Iuris?

a) Por força do Princípio da Autonomia da Vontade, a cláusula é válida.


b) A cláusula é nula. n.º 2 al a) do art. 19.º LGT, art. 1152.º e 334.º CC.
c) Estamos diante de uma lacuna da lei.

2.6. Keve vendeu um imóvel a Lueji por escritura pública. No entanto, Lueji não
registou a sua aquisição. Quid Iuris?

a) A venda é válida. art. 875.º CC


b) A venda é nula.
c) A venda é anulável.

2.7. Matondo vendeu a sua viatura, com todos os sinais de identificação no contrato, a
Ngueve, mediante a forma admitida por lei. No entanto, não entregou o bem a
Ngueve. Quid Iuris?

a) Não há a aquisição da propriedade por Ngueve até a entrega do bem.


b) Não há a aquisição da propriedade enquanto Ngueve não registar a sua aquisição.
c) Há aquisição da propriedade por parte de Ngueve. art. 1316.º, al a) do art. 1317 ,
n.º 1 do art. 408.º e n.º 2 do art. 409.º todos do CC.

2.8. João cometeu um acto tipificado como crime, mas o legislador não previu:

a) Aplica-se analogicamente uma norma que se aproxime ao acto.


b) O aplicador cria uma norma ad hoc.
c) Não é aplicado analogia em função do princípio da legalidade e da tipicidade. art.
1.º CP.
d) São todas falsas.

2.9. A compra e venda é:

a) Uma aquisição originária.


b) Uma aquisição derivada.
c) Uma modificação de direito.

2.10. A morte é:

6
a) Simples acto jurídico.
b) Facto jurídico involuntário.
c) Negócio jurídico.

2.11. O testamento é:

a) Um negócio jurídico unilateral não receptício.


b) Um negócio unilateral receptício.
c) Um negócio jurídico bilateral.

2.12. A interdição aplica-se:

a) Aos menores.
b) Aos maiores de idade. n.º 2 do art. 138.º CC
c) Aos menores e maiores.

2.13. Todos os créditos, direitos e obrigações do trabalhador ou do empregador,


resultantes da celebração execução do contrato de trabalho, da sua violação ou
da sua cessação, extinguem-se, por prescrição:

a) Decorridos dois anos contado do dia seguinte àquele em que o contrato cesse.
b) Decorrido um ano contado do dia seguinte àquele em que o contrato cesse. n.º
2 do art. 302.º LGT.
c) Não prescreve.

2.14. Merilson é casado com Domingas. No entanto, pretende formalizar a união de


facto com Meury, a qual ama profundamente e com quem mantém uma relação
há 10 anos. Quid Iuris?

a) A pretensão de Merilson encontra fundamento no Código da Família.


b) A pretensão de Merilson não encontra fundamento no Código da Família. n.º 1
do art. 113.
c) Trata-se de um caso não previsto na lei.

2.15. Diga se a legítima:

a) Está ao dispor do autor da sucessão.


b) Impõe-se mesmo contra a vontade do autor da sucessão. art. 2156.º do CC.
c) É uma desvantagem para os herdeiros.

2.16. A sucessão legal pode ser:

a) Testamentária e contratual.
b) Legítima e legitimária. art. 2027.º CC.
c) Legítima e Contratual.

7
2.17. No sistema jurídico plural angolano os acórdãos do Tribunal Supremo vinculam
os demais Tribunais (inferiores). Assinale a alternativa correcta:

a) No julgamento de questões reguladas pelo Direito Costumeiro.


b) Apesar de não serem vinculativas, indicam o sentido do justo.
c) Nos casos em que se recorre à interpretação extensiva.

2.18. A Lei n.º 2/00, de 11 de Fevereiro revogou a Lei n.º 6/81, de 24 de Agosto. Com a
revogação da Lei n.º 2/00 pela Lei n.º 7/15, de 15 de Junho, a Lei n.º 6/81:

a) Entrou novamente em vigor, de forma automática;


b) Entrou em suspensão;
c) Permanece revogada.

2.19. António vendeu, sob ameaça de agressão física, o seu amado automóvel à Maria?

a) O acto é nulo;
b) O acto é inexistente;
c) O acto é anulável. art. 256.º CC.

2.20. Ngueve vendeu à Henda um colar pertencente à Pemba:

a) Pemba perdeu definitivamente o colar, restando-lhe apenas exigir


judicialmente de Ngueve uma indemnização;
b) Pemba perdeu definitivamente o colar. Portanto, não tem qualquer protecção
jurídica;
c) Pemba pode reaver o colar recorrendo aos meios jurídicos adequados. art.
892.º CC.

2.21. Martinho convidou Paulinho para tomar uns copos. Depois de muitos copos,
Martinho vendo que Paulinho estava embriagado, convenceu-lhe a perdoar a sua
dívida. Quid Iuris?

a) A obrigação extinguiu-se;
b) A dívida subsiste; nos termos do art. 246.º CC
c) Houve novação.

2.22. Domingos celebrou com Domiciano um contrato de compra e venda de sementes


de kapungopungo. No entanto, medio tempore, entrou em vigor uma lei a proibir
a venda dessas sementes:

a) As obrigações emergentes do contrato subsistem por força do princípio da


autonomia da vontade;
8
b) As obrigações extinguem-se; nos termos do n.º 1 do art. 790.º CC;
c) Apenas o vendedor permanece obrigado a realizar a prestação.

2.23. Boyka ofereceu a Jussara, um lindo colar que tinha furtado a Dra. Carmelinda:

a) Jussara adquiriu a propriedade;


b) Jussara adquiriu a propriedade e a posse;
c) Jussara adquire a posse. art. 1251.º CC.

2.24. Deolindo prometeu por meio de uma carta de pedido contrair matrimónio com a
Beua, sua namorada de longa data. No entanto, violando a promessa, Deolindo
casa-se com Jéssica. Quid Iuris?

a) O casamento é anulável;
b) O casamento é valido; art. 22.º CF;
c) O casamento é nulo.

2.25. Silveiro morreu em Benguela, onde residia, e deixou bens em Cabinda:

a) A sucessão deve ser aberta em Luanda por ser a capital do país;


b) A sucessão será aberta em Benguela; art. 2031.º CC;
c) A sucessão será aberta em Cabinda.

2.26. Na sucessão, o direito que se transmite ao novo titular?

a) É inteiramente novo;
b) Permanece o mesmo; art. 2024.º CF.
c) Tem conteúdo pessoal.

9
3. DIREITO PROCESSUAL CIVIL

3.1. Pode uma sociedade que não se ache legalmente constituída opor, quando
demandada, a irregularidade da sua constituição?

a) Sim, porque não tendo personalidade jurídica não tem personalidade judiciária
e, portanto, não pode ser demandada.
b) Sim, porque não tem legitimidade.
c) Sim, desde que não tenha procedido de facto como se estivesse legalmente
constituída. n.º 1 (1.ª parte) do art. 8.º CPC.

3.2. Qual a afirmação correcta?

a) O patrocínio judiciário traduz-se num pressuposto processual relativo ao


tribunal.
b) O patrocínio judiciário consubstancia um pressuposto processual relativo
às partes. n.º 1 do art. 32.º e 33.º do CPC.
c) O patrocínio judiciário consiste na susceptibilidade de ser parte.

3.3. Numa acção que tenha por causa de pedir o direito de propriedade sobre um bem
imóvel e o esbulho e cujo pedido vise o reconhecimento do direito invocado e
consequente restituição da coisa, qual seria o tribunal competente em razão do
território?

a) O tribunal do domicílio do réu.


b) O tribunal do domicílio do autor.
c) O tribunal da situação do bem. n.º 1 do art. 73.º CPC.

3.4. Numa acção que tenha por objecto o incumprimento de um contrato de mútuo e
consequente condenação do réu no pagamento de vinte milhões de Kwanzas, qual
seria a forma de processo correcta?

a) Processo especial de prestação de contas.


b) Processo comum sob a forma ordinária. n.º 1do art. 462.º CPC.
c) Processo comum sob a forma sumária.

3.5. Qual a consequência da ineptidão da petição inicial?

a) Nenhuma.
b) Nulidade de todo o processo. n.º 1do art. 193.º CPC.
c) Nulidade parcial do processo.

10
3.6. Em qual destes casos a revelia é inoperante?

a) Quando, havendo vários réus, nenhum deles conteste.


b) Quando o réu, apesar de ter sido citado regularmente na sua própria pessoa,
não conteste dentro do prazo legalmente estabelecido.
c) Quando se trate de factos para cuja prova se exija documento escrito. al
d), do art. 485.º CPC.

3.7. Qual a consequência da verificação de uma excepção peremptória?

a) As excepções peremptórias importam a absolvição total ou parcial do


pedido. n.º 3 do art. 493.º CPC.
b) As excepções peremptórias não têm qualquer relevância processual.
c) As excepções peremptórias obstam a que o tribunal conheça do mérito da causa
e dão lugar à absolvição da instância.

3.8. Qual das seguintes afirmações é a correcta?

a) O Juiz está sempre vinculado às alegações das partes no que respeita às razões
de direito que servem de fundamento à acção.
b) Salvo os casos previstos na lei, o Juiz só se pode servir dos factos
articulados pelas partes. n.º 2 do art. 660.º CPC.
c) O Juiz nunca está sujeito aos factos articulados pelas partes.

3.9. Todos os despachos são recorríveis?

a) Não, os despachos de mero expediente e os proferidos no uso legal de um


poder discricionário não admitem recurso. N.º 1 do art. 679.º CPC.
b) Não, só são recorríveis os despachos que se destinam a regular, em harmonia
com a lei, os termos do processo.
c) Sim, todos os despachos são sempre susceptíveis de recurso.

3.10. Qual o prazo para a interposição dos recursos?

a) 8 dias. n.º 1 do art. 685.º CPC


b) 10 dias.
c) 20 dias

3.11. António, cidadão português com domicílio em Londres, pretende abrir um


escritório em Luanda. Para o efeito contratou em Lisboa a sociedade MEL Lda.,
sociedade constituída ao abrigo do direito Espanhol, mas com sucursal em
Angola, para o fornecimento de mobiliário de escritório proveniente de Portugal.
No contrato, celebrado entre as partes, e reduzido a escrito, foi estipulada uma
cláusula com seguinte teor: “Os litígios emergentes do presente contrato serão
11
dirimidos pelo tribunal judicial da Comarca de Lisboa”. A cláusula em apreço
consubstancia:

a. Uma convenção nos termos da qual as partes acordaram submeter a apreciação


de um eventual litígio a um tribunal arbitral.
b. Uma convenção pela qual as partes estipularam como competente para dirimir
o litígio um tribunal diferente daquele que resulta das regras de competência
interna.
c. Uma convenção mediante a qual as partes designaram a jurisdição
competente para apreciar o litígio. Art. 100.º CPC

3.12. De acordo com a Teoria de Alberto dos Reis, na determinação da relação jurídica
que serve de base à aferição da legitimidade das partes, qual é afirmação
correcta?

a) Têm legitimidade para a acção os sujeitos da pretensa relação jurídica


controvertida, tal como foi configurada pelo autor.
b) Têm legitimidade para a acção os sujeitos da relação jurídica substancial
que se controverte. n.º 2 do art. 26.º CPC
c) Têm legitimidade para acção os sujeitos que tenham interesse em agir.

3.13. Os procedimentos cautelares têm por fim a tutela provisória de uma determinada
situação fáctico-jurídica, destinam-se meramente a acautelar direitos e são
também:

a) Processos sumários
b) Acções às quais aplicam-se as regras do processo sumário.
c) Meios de tutela cível aos quais se aplica o princípio da legalidade das
formas processuais. art. 399.º CPC.

3.14. Prossuponha que no âmbito de um processo do qual é mandatário, o assistente do


Autor vem a falecer. Que efeito tem a comunicação do óbito no processo em
causa?
a) Origina a extinção da instância por consubstanciar uma parte principal.
b) Origina a suspensão da instância por consubstanciar uma parte
acessória. al a) do n.º 1 do art. 276.º CPC.
c) Não tem qualquer efeito no processo.

3.15. Quando se preparava para proferir Despacho Saneador, o juiz apercebeu-se que
o réu era a mesma pessoa que há 1 ano, por conduzir em estado de embriagues,
embateu violentamente na traseira do veículo automóvel de que é proprietário e
até então não se responsabilizou pelos danos que lhe causou. A factualidade
relatada teria alguma implicação processual?

a) Sim, o juiz deveria declarar-se impedido


b) Sim, o juiz deveria pedir escusa.

12
c) Não, não tem qualquer relevância processual.

3.16. Imagine que é advogado e numa audiência de julgamento, uma testemunha da


parte contrária produz um depoimento no qual declara que foi celebrado, entre
as partes, um contrato de mútuo, exibindo para o efeito uma carta datada de 30
de Março de 2019, que diz ter sido escrita pelo seu cliente e em que este reconhece
ter celebrado tal contrato. Sucede, no entanto, que o seu cliente juntou um
atestado médico do qual resulta que esteve hospitalizado e em coma induzida
desde 1 de Janeiro de 2019 até 5 de Setembro de 2019.
Face ao exposto, qual o mecanismo a que poderia recorrer para colocar em causa a
credibilidade do depoimento prestado?
a) Pedir a palavra e requerer acareação.
b) Pedir a palavra e requerer contradita.
c) Pedir a palavra e requer depoimento de parte. n.º 2 do art. 638.º CPC.

3.17. A ocorrência superveniente da excepção peremptória do pagamento dá lugar:

a) A inutilidade superveniente da lide.


b) A impossibilidade superveniente da lide. n.º 3 do art. 493.º CPC.
c) A decisão de mérito.

3.18. A reclamação, antes denominado recurso de queixa, tem por fundamento:

a) As demoras abusivas do juiz e consequente violação do princípio da


celeridade processual por causa imputável ao juiz.
b) A decisão que não admita o recurso ou a que atribua ao recurso subida
diferida. art. 688.º CPC
c) Os actos supérfluos e meramente dilatórios praticados pela contraparte.

3.19. Indique em que caso existe litisconsórcio passivo voluntário:

a) Execução intentada por Fernando contra Gaspar e Daniel, irmãos e


herdeiros de José, em que a obrigação exequenda traduz-se no
pagamento da quantia de AKZ 20.000.000,00. art. 27.º CPC.
b) Execução intentada por Fernando contra Gaspar e Daniel, dois renomados
pintores, em que a obrigação exequenda traduz-se em pintarem uma réplica
do tecto da Capela Sistina, com a técnica característica e complementar do
estilo de cada um deles.
c) Execução intentada por Fernando contra Gaspar e Daniel, devedores
solidários, em que a obrigação exequenda traduz-se no pagamento da quantia
de AKZ 3.000.000 fundada num mútuo.

3.20. Indique em que caso não é obrigatório o patrocínio judiciário:

13
a) Execução promovida por António contra Francisco, na qual a obrigação
exequenda corresponde ao pagamento da quantia mutuada de AKZ
3.000.000,00. n.º 2 do art. 60.º CPC.
b) Execução promovida por António contra Francisco, na qual a obrigação
exequenda corresponde ao pagamento da quantia mutuada de AKZ
1.200.000,00 e no âmbito dessa acção Francisco opôs-se à execução por
embargos com fundamento em inexigibilidade da obrigação exequenda.
c) Execução promovida por António contra Francisco, na qual a obrigação
exequenda corresponde ao pagamento da quantia mutuada de AKZ
1.300.000,00 e no âmbito dessa acção António tenha pedido a citação de Ana,
cônjuge de Francisco.

3.21. A apresentação da Contestação é da responsabilidade?

a) Do Réu. art. 486.º CPC.


b) Das Testemunhas.
c) Do ofendido.

4. DIREITO PENAL

4.1. O Direito Penal é um Ramo de Direito:

a) Privado.
b) Público.
c) Misto.

4.2. As normas jurídico-penais:

a) Impõem ou proíbem condutas.


b) Sancionam comportamentos.
c) Impõem ou proíbem condutas e sancionam comportamentos.

4.3. Quais são as reacções criminais consagradas no Código Penal?

a) As Penas e as Indemnizações.
b) As Medidas de Segurança e as Multas.
c) As Penas e as Medidas de Segurança. art. 39.º CP.

4.4. Entre nós (Angola) as penas têm como finalidade:

a) A Prevenção.
14
b) A Retribuição e a Prevenção.
c) A Prevenção geral e a Prevenção especial.

4.5. A Acção, enquanto elemento da infracção criminal:

a) É uma conduta humana e voluntária.


b) É uma conduta humana involuntária.
c) É uma conduta humana ou uma ocorrência natural.

4.6. Que princípio rege a aplicação da lei penal no tempo?

a) Princípio da Legalidade.
b) Princípio da Não-retroactividade. art. 2.º CP.
c) Princípio da Retroactividade.

4.7. A afirmação “Não há responsabilidade objectiva em Direito Penal.” está:

a) Incorrecta.

b) Correcta. art. 11.º CP.


c) Parcialmente correcta.

4.8. A, funcionário público, que subtrai, no local de serviço, o dinheiro de B, seu


colega, comete:

a) Furto. art. 392.º CP.


b) Peculato.
c) Roubo.

4.9. A pessoa que pratica uma ofensa corporal em legítima defesa é:

a) Absolvida. art. 30.º e 31.º CP.


b) Condenada.
c) Condenada de modo atenuado.

4.10. O indivíduo de 16 anos de idade que mate voluntariamente uma pessoa:

a) É criminalmente responsabilizável. art. 17 CP.


b) Não é criminalmente responsabilizável.
c) É criminalmente responsabilizável, com atenuação sancionatória.

4.11. As pessoas colectivas:

a) Não são criminalmente responsabilizáveis.


15
b) São criminalmente responsabilizáveis. art. 9.º CP.
c) São parcialmente responsabilizáveis (criminalmente).

4.12. São puníveis os factos praticados:

a) Com dolo.
b) Com negligência
c) Com dolo ou com negligência. art. 11.º CP.

4.13. Entre nós (Angola), as penas têm como finalidade:

a) A Retribuição e a Prevenção.
b) A Prevenção.
c) A Retribuição.

4.14. A afirmação “Não há responsabilidade subjectiva em Direito Penal.” está:

a) Correcta.
b) Incorrecta. art. 11.º CP.
c) Parcialmente correcta.

4.15. A descriminalização é:

a) Causa de extinção da responsabilidade criminal. n.º 3 do art. 2.º e art.


138.º CP.
b) Causa de prescrição do procedimento criminal.
c) Causa de atenuação da responsabilidade criminal.

4.16. A pessoa que, em estado de necessidade, pratique uma ofensa à integridade física
de outrem é:

a) Absolvida. art. 32.º CP.


b) Condenada.
c) Condenada de modo atenuado.

4.17. O indivíduo de 18 anos de idade que agrida sexualmente uma pessoa:

a) É criminalmente responsabilizável. art. 17. º CP


b) Não é criminalmente responsabilizável.
c) É criminalmente responsabilizável, com atenuação sancionatória.

5. DIREITO PROCESSUAL PENAL

16
5.1. Depois de deduzido o Despacho de Acusação o arguido pode:

a) Recorrer do Despacho.
b) Recorrer e juntar Contestação.
c) Requerer a abertura de Instrução contraditória. al a) do n.º 4 do art.
332.º CPP.

5.2. A quem é atribuída a responsabilidade de realizar as notificações?

a) Oficial de Diligências. N.º 2 do art. 126. CPP.


b) Advogado constituído em processo.
c) Juiz do Processo.

5.3. O requerimento de interposição de recursos da decisão condenatória é dirigido


ao:

a) Juiz Presidente da Câmara Criminal do Tribunal Supremo


b) Juízes Conselheiros da Câmara Criminal do Tribunal Supremo
c) Juiz que decidiu a causa. n.º 1 do art. 475.º CPP.

5.4. A quem compete proferir o Despacho de Pronúncia ou Despacho Equivalente?

a) Secretário Judicial.
b) Juiz do Processo. art. 352.º CPP.
c) Procurador.

5.5. Qual o período para interposição do Recurso?

a) 6 dias.
b) 10 dias.
c) 20 dias. n.º 2 do art. 475.º CPP

5.6. A quem é atribuída a responsabilidade de concluir o processo?

a) Oficial de Diligências.
b) Escrivão de Direito. art. 94.º CPP.
c) Procurador.

5.7. Quem preside a Instrução Contraditória?

a) Magistrado Judicial. n.º 1 do art. 334.º CPP.


b) Magistrado do Ministério Público.
c) Advogado constituído no Processo.

17
5.8. Se o Acórdão da Câmara criminal do Tribunal Supremo for desfavorável, o réu,
que goza de foro especial, recorre para:

a) O Plenário do Tribunal Constitucional.


b) O Tribunal de Contas.
c) O Plenário do Tribunal Supremo, art. 33.º da Lei n.º 13/11, de 18 de
Maio – Lei Orgânica do Tribunal Supremo.

5.9. A quem compete deduzir o Despacho de Acusação em sede de


processo penal?

a) Procurador /Ministério Público, art. 186.º CRA, al c) do art. 48.º e 49.º


CPP
b) Oficial de Diligências.
c) Juiz do Processo.

5.10. O Direito Processual Penal é:

a) Direito Público Substantivo.


b) Direito Privado.
c) Direito Público Adjectivo.

5.11. A aplicação da Lei Processual Penal no tempo deve ser:

a) Aplicação imediata; al e) n.º 5 do art. 58 CRA, n.º 1 do art. 4.º CPP e n.º
1 do art. 2.º CP
b) Não se aplica aos processos que tiveram início na vigência da lei processual
penal anterior;
c) Só se aplica a processos instaurados após a sua vigência.

5.12. Na administração da Justiça Penal, os Tribunais e Juízes obedecem


exclusivamente:

a) À Constituição e à Lei; n.º 2 do art. 9.º CPP.


b) Aos usos e costumes;
c) As determinações das autoridades administrativas competentes.

5.13. Em Processo Penal, são Medidas Processuais de Natureza Cautelar:

a) As Buscas;
b) As Apreensões;
c) A Detenção, al a) do art. 248.º CPP.

5.14. Em processo penal são medidas de coacção pessoal:

18
a) A Caução Económica;
b) A Prisão Preventiva; al g) do n.º 1 do art. 279.º CPP.
c) O Arresto Preventivo.

5.15. Dentre as formas de processo penal abaixo referidas, indique qual deles é
comum:

a) Processo sumário, abreviado, de contravenções;


b) O processo comum de julgamento em 1.ª instância no Tribunal Supremo;
c) O processo comum, n.º 2 do art. 299.º CPP.

5.16. A Instrução Contraditória tem por finalidade:

a) Uma decisão judicial que confirme o Despacho de Pronúncia.


b) Uma decisão judicial que confirme ou infirme o Despacho de Acusação,
n.º 1 do art. 332.º CPP.
c) Uma decisão judicial que confirme a conformidade do Julgamento.

5.17. A abertura da instrução contraditória pode ser requerida no prazo:

a) 20 dias a contar da notificação do Despacho de Acusação;


b) 5 dias a contar da notificação do Despacho de Pronúncia;
c) 10 dias a contar da notificação do Despacho de Acusação, n.º 1 do art.
333.º CPP.

5.18. Em qual das seguintes formas de processo especial é dispensada a instrução


preparatória?

a) O processo de contravenção;
b) O processo abreviado, n.º 4 do art. 447.º CPP.
c) O processo para crimes julgados em 1.ª instância pelo Tribunal Supremo.

5.19. Indique qual das situações ou descrições abaixo constitui direito das
testemunhas:

a) Apresentar-se na hora e local designados, às autoridades que, nos termos da


lei tiverem notificado ou convocado, mantendo-se à sua disposição
enquanto não forem dispensadas;
b) Responder com verdade às perguntas que lhe forem feitas;
c) Ditar para acta o depoimento que prestarem, al a) do n.º 1 do art. 160.º
CPP.

5.20. Qual é a duração máxima da instrução preparatória se houver arguido preso


preventivamente?

19
a) 24 Meses;
b) 10 Meses; n.º 2 do art. 321.º CPP.
c) 6 Meses.

6. QUESTÕES DE ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL DA


ADVOCACIA VALOR

6.1. Nos deveres do advogado infra indicados, assinale o que se reporta à


comunidade:

a) Não prejudicar os fins e o prestígio da Ordem;


b) Comunicar no prazo de 30 dias, qualquer mudança de escritório;
c) Não solicitar nem angariar clientes por si nem por interposta pessoa,
art. 10.º CEDPA.

6.2. Indique qual o dever que se refere ao cliente nos deveres do Advogado abaixo
indicados:

a) Pagar pontualmente a quotas e outros encargos devidos à Ordem;


b) Observar os costumes e praxis profissionais;
c) Guardar segredo profissional, al e) art. 16.º

6.3. O exercício da advocacia é compatível com as funções e a actividades seguintes:

a) Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República


b) Governador e Vice-Governadores provinciais
c) Docente Universitário, art. 6.º.

6.4. Qual dos cargos e actividades abaixo indicados é incompatível com o exercício da
advocacia?

a) Membro do Governo, art. 6.º


b) Trabalhador do Sector Petrolífero;
c) Trabalhador do Sector Bancário.

6.5. As regras do Código de Ética e Deontologia Profissional aplica-se:

a) Aos Advogados e Candidatos a Estágio;


b) Aos Advogados e Estagiários;
c) Aos Advogados e Estagiários inscritos na OAA, art. 98.º EOAA

6.6. Quem pode ser estagiário?

20
a) Os licenciados em ciências sociais;
b) Os licenciados em direito e ciências;
c) Os licenciados em direito.

6.7. Quem deve zelar pelo cumprimento das regras deontológicas por todos os
advogados e advogados estagiários que exerçam actividade numa determinada
jurisdição provincial?

a) O Bastonário;
b) O Presidente do Conselho Provincial, n.º 2 do art 1.º
c) O Bastonário e o Presidente do Conselho Provincial.

6.8. A relação entre o cliente e o seu Advogados baseia-se na:

a) Lealdade;
b) Honestidade;
c) Confiança, n.º 1 do art. 3.º.

6.9. O Segredo Profissional nas relações entre o Cliente e Advogado, consiste na:

a) Honestidade e confidencialidade;
b) Confiança e confidencialidade;
c) Lealdade e confidencialidade.

6.10. A violação das regras éticas e deontológicas, em princípio conduz à:

a) Aplicação de uma sanção;


b) Instauração de processo disciplinar;
c) Aplicação de uma sanção disciplinar.

21

Você também pode gostar