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Universidade Independente de Angola

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Turma: A1 e B1

Sala: B.2.3

Lição nº

Tema: Contrato de Mútuo; Locação

Mútuo Noção, artigo 1142.º. A pessoa que empresta é designada por mutuante ou
prestamista e a que recebe diz-se mutuário.

Elementos

a) Acordo: em que o mutuário se obriga a restituir ao mutuante a quantidade de


dinheiro ou coisa do mesmo género,qualidade e quantidade;

b) Datio da coisa: a sua entrega é elemento essencial à perfeição do contrato;

c) Objecto: coisa fungível.pode no entanto, suceder que a coisa fungível não seja
objecto de mútuo, mas de comodato (v.g., quando é emprestada para
determinada finalidade, após a satisfação da qual deve ser restituída). Nesta
hipótese, estaremos perante um comodato.

Caracterísiticas

O Mútuo é um contrato:

a) Real (quoad constituionem): a entrega da coisa é essencial à perfeição do


contrato. Também quanto aos seus efeitos, se trata dum contrato real;

b) Unilateral: só cria obrigações para o mutuário;

c) Gratuidade: em regra, o mutuário não responde porjuros,porque, nas palavras


do Código, só é obrigado a restituir outro tanto do mesmo género e qualidade,
artigo 1142.º do CC.

d) Temporalidade: resulta de o mutuário se obrigar a restituir outro tanto do


mesmo género e qualidade, artigo1142.º in fine. Se fosse perpétuo, o mútuo
gratuito confundir-se-ia com a doação; e o mútuo oneroso, com a compra e
venda.

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Capacidade e legitimidade

Operando o contrato de mútuo a transferência da propriedade da coisa mutuada, só


pode logicamente ser celebrado por quem tiver capacidade. Por isso, por falta desta,
não podem celebrar cotratos de mútuo (os menores, os interditos e os inabilitados),
ressalvando as excepções previstas no artigo 127.º.

Quanto à legitimidade, realizando-se a transferência da propriedade da coisa


mutuada, o contrato de mútuo só pode ser celebrado por quem tiver poderes de
disposição. Acresce que a dação de coisas fungíveis põe em risco o direito de
propriedade do mutuante que se transforma num simples crédito cuja realização
depende da solvabilidade do mutuário. Não têm legitimidade:

a) Mandatário: porque o mandato geral só compreende os actos de administração


ordinária, artigo 1159.º, n.º 1, só pode celebrar mútuos se lhe forem conferidos
poderes especiais para este acto;

b) Pais, representantes de menores: só podem celebrar mútuos (como mutuantes


ou como mutuários) com autorização do Ministério Público artigo …, sob pena
de anulabilidade a requerimento do menor, artigo …;

c) Tutor, administrador de bens e protutor: as proibições dos pais são extensivas


ao tutor, administrador de bens e, segundo parece, também ao protutor quando
substitua o tutor, embora a sanção seja aqui a nulidade;

Forma

1143.º

Locação artigo 1022.º

Este contrato tem uma grande importância sobretudo pela função económica que
desempenha: ao locador, permite obter um rendimento pelo gozo da coisa que
proporciona ao locatário; a este, porque o pagamento do gozo referido fica aquém do
custo do prédio locado. A relação locatícia pode não resultar de contrato, como sucede
(v.g., no arrendamento constituído por sentença judicial na hipótese de divórcio).
Outrossim, o arrendamento pode incidir sobre prédios urbanos e rústicos. Aquele pode
ser para fins habitacionais e não habitacionais. Este pode ser rural (se constituído
para fins agrícolas, florestais ou outras actividades de produção de bens ou serviços

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ligados à agricultura, à pecuária e a à floresta) e rústico não rural (quando tiver outros
fins).

Elementos

O contrato de Locação é constituído pelos seguintes elementos:

a) Acordo: entre o locador e o locatário, no qual aquele se obriga a assegurar o gozo


da coisa locada e este a pagar-le a renda ou aluguer correspondente;

b) Objecto: deve ser física e legalmente idóneo. Pode ser coisa corpórea imóvel ou
móvel (respectivamente, no arrendamento e no aluguer) e coisa incorpórea (v.g.,
um estabelecimento comercial). E pode abranger a totalidade ou parte de uma
coisa (v.g., podem ser arrendadas apenas as paredes e terraços (para
publicidade) ou as janelas (para assistir a um cortejo). A locação de coisas
consumíveis ou fungíveis parece estar afastada por virtude da obrigação de o
locador assegurar o gozo da coisa locada durante a vigência do contrato e de o
locatário a restituir no fim do contrato.

c) Temporalidade: o contrato não pode durar mais de trinta anos, artigo 1025.º do
CC, sem prejuízo da possibilidade de ser renovado sucessivamente, artigo
1054.º. Os contratos de duração indeterminada artigo 1099.º, não comprometem
a temporalidade, quer poderem cessar por denúncia pelo arrendatário, artigo
1100.º, ou pelo senhorio, 1101.º, quer pelas possibilidades limitadas de
transmissão por morte, artigo 1106.º e 1113.º do CC;

d) Retribuição: o locatário obriga-se a pagar periodicamente ao locador uma


prestação pecuniária a título de renda (arrendamento) ou de aluguer, artigos
1022.º, 1038.º, al. a), 1075.º, n.º 1 do CC.

Características

Partindo dos elementos, a doutrina observa as seguintes características no contrato de


locação:

a) Nominado e típico:

b) Consensual (quoad constitutionem): a entrega da coisa locada não é elemento


constitutivo do contrato. O Código, artigo 1031.º, al. a), faz referência à

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obrigação de o locador entregar a coisa ao locatário, o que pressupõe que a
relação locatícia já existe;

c) Formal e não formal: a lei exige forma em certos contratos e noutros, não. Exige
documento escrito no contrato de arrendamento uubano artigo 1069.º, Não exige
nos restantes contratos de aluguer que, portanto, estão sujeitos à regra geral da
consensualidade, artigo 219.º do CC;

d) Oneroso: há sacrifícios económicos para ambas as partes, que se equivalem: o


locador abdica do gozo da coisa e o locatário, do preço da locação;

e) Sinalagmático: as partes contraem obrigações recíprocas: o locador, a obrigação


de entregar a coisa locada ao locatário e de lhe proporcionar o seu gozo, artigo
1031.º, este, de pagar a renda ou o aluguer, artigo 1038.º, al. a);

f) Comutativo: as atribuições patrimoniais das partes são certas e não aleatórias;

g) Execução duradoura: a prestação do locador de proporcionar o gozo da coisa


locada é contínua, enquanto a do locatário, de pagar a renda ou o aluguer
renova-se em sucessivos períodos de tempo.

Forma

Formal e não formal: a lei exige forma em certos contratos e noutros, não. Exige
documento escrito no contrato de arrendamento uubano artigo 1069.º. Acresce a
necessidade de se cumprirem determinadas exigências legais, como o atestado, pelas
entidades competentes, da licença de utilização e dos elementos definidos em diploma
especial, devendo ainda o original ser entregue na Repartição de Finanças, artigo
1070.º do CC. Não exige nos restantes contratos de aluguer que, portanto, estão
sujeitos à regra geral da consensualidade, artigo 219.º do CC;

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