Direito Administrativo I
Introdução ao Direito
Administrativo
Como os agentes públicos e os
políticos vão administrar o
interesse da coletividade.
 Conceito de Direito
Administrativo
É um ramo do Direito Público
que estuda os princípios e as
normas que regulam as
atividades administrativas e as
relações entre as pessoas e os
órgãos públicos e entre estes e
a coletividade.
 Taxonomia
O que é? Ou seja, qual a
natureza jurídica – é olhar para
algo e pensar dentro do direito o
que é aquilo que está sendo
analisado.
É um ramo do Direito Público.
 Características
a) Ramo muito recente do
Direito
O Direito Administrativo surge
quando começam a aparecer os
Estados republicanos, no final
do século XVIII, com a queda da
burguesia na Revolução
Francesa.
b) Não está codificado
O Direito Administrativo não
possui um código próprio, como
no caso do Direito Civil com o
Código Penal e do Direito Penal
com o Código Penal, visto que
cada Estado, Município e o país
tem sua própria norma
administrativa.
Exemplo: Cada Município tem
suas normas públicas.
c) Jurisdição una (modelo
inglês) – art. 5º, caput da
CF x contencioso
administrativo (modelo
francês)
Jurisdição una: Tem um órgão
específico no Brasil para dizer o
direito, que é o judiciário. Todos
os problemas são resolvidos
nele.
Contencioso administrativo: Tem
órgão que resolve os problemas
administrativos,
administrativamente, ou seja,
sem levar ao judiciário.
Exemplo: Resolver uma
notificação de embriaguez ao
volante no Detran, que é um
órgão público (administrativo).
Alego que o heliômetro (medidor
de teor alcóolico) está fora da
validade de calibragem. O
Detran mantém a multa. Nesse
caso, pode ir ao judiciário tentar
resolver o que não foi resolvido
pela administração pública.
 Funções típicas e
atípicas
Típicas Atípicas
Executivo Administra Legislar (MP,
r (colocar decreto,
 em prática) portaria em
– posição de vantagem sobre o
normas infraindivíduo, para evitar o caos
legais) e
social. Assim, ao contrário dos
Julgar outros direitos, no Direito
Legislativ Legislar e Julgar (ex:
Administrativo, a administração
o Fiscalizar processo de está em posição jurídica superior
(ele mesmo impeachmenao indivíduo (relação jurídica
e os outros t) e
vertical), visto que juridicamente
2 poderes Administrar
a lei coloca uma das partes em
com a
ajuda do condição mais vantajosa.
Tribunal Exemplo: Normas que a
de Contas) administração publica para que
Judiciário Julgar Legislar o direito individual não
(regimento
prejudique o da coletividade,
interno dos
como no caso da exigência do
tribunais
criado passaporte sanitário, imposto
pelo
próprio pela administração pública.
judiciário) e
Administrar b) Presunção de
(tem toda legitimidade dos atos
uma administrativos
estrutura de
pessoal e
Os atos da administração
patrimônio pública são legais, pois ela só
para pode fazer o que a lei autoriza,
administrar)por isso, presume-se que todos
Assim sendo, o Direito os agentes agem de boa fé, ou
Administrativo regula os atos da seja, dentro da lei.
administração pública que
existem nos 3 poderes Assim sendo, por
(Executivo, Legislativo e presumivelmente agirem de boa
Judiciário), de forma principal fé, acontece a inversão do ônus
no Executivo e de maneira da prova, a partir do qual quem
secundária no Legislativo e no tem que provar é o acusado.
Judiciário. Essa presunção é relativa
porque é possível provar que a
 Interpretação do administração está errada.
Direito Administrativo Exemplo: Há uns tempos atrás
Regras para interpretar o Direito houve uma avalanche de multas
Administrativo. do Detran no Estado do Rio de
Janeiro, muitas deles que não
a) Desigualdade jurídica condiziam com o carro descrito.
Neste caso, a administração não
A administração tem a favor dela tem que provar nada, mas sim o
inúmeras normas que a colocam
acusado que não cometeu a Jurisprudência, doutrina e
infração. costumes.

c) Discricionariedade  Competência para

Poder dado ao agente público
para que, fazendo um juízo de
conveniência e oportunidade,
tome a melhor decisão diante
de um caso concreto.
O agente público tem que fazer o
que a lei manda, mas ele pode
escolher agir de um jeito ou de
outro porque muitas coisas na
administração pública, a lei
deixa para o agente público
decidir/realizar. Assim, muitas
situações são decididas com
base no caso concreto, e não na
norma.
Exemplo: O cara tinha um trailer
fixo no piso da praça da cidade.
Ele tinha autorização,
entretanto, fechou o Municípios não podem legislar
estabelecimento por 5 anos e
quis reabrir de novo, mas o
prefeito disse que não podia e
demonstrou os motivos de não
ser conveniente.
 Fontes
De onde brotam as normas do
Direito Administrativo.
Fontes primárias (Bloco de
Legalidade)
Constituição Federal, Emenda
Constitucional, Medida
Provisória, Constituições
Estaduais, Lei Orçamentaria
Municipal, Lei Ordinária, Lei
Complementar, Decreto,
Portaria, Instrução Normativa.
Fontes secundárias
legislar
Quem pode elaborar normas de
Direito Administrativo? Todos os
entes podem legislar sobre
Direito Administrativo.
Artigo 24 da CF: União,
Estados e Distrito Federal.
Competência concorrente.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e
ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:...
Artigo 30 da CF: Municípios.
Interesse local.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse
local
Exemplo: Segundo o Supremo
Tribunal de Justiça os
sobre o horário de
funcionamento das agências
bancárias, mas podem legislar
sobre o tempo de espera na fila
do banco.
Exceções: Somente a União
pode legislar sobre
desapropriação (artigo 22 da
CF)
Municípios, Estados e Distrito
Federal podem fazer
desapropriação, assim como a
União, mas eles não podem
legislar sobre.
Art. 22. Compete privativamente à
União legislar sobre:
II - desapropriação;
 Iniciativa dos projetos
de lei
Quem pode apresentar projeto Será lei complementar quando a
para ser discutido na casa Constituição Federal assim
legislativa. exigir.
Regra: Chefe do Executivo e
Parlamentares. REGIME JURÍDICO E
Exceção: Artigo 61, §1º da CF PRINCÍPIOS
– Só o Presidente da República
pode propor leis criando  Regime Jurídico
cargos públicos e que trate da
remuneração dos agentes Regime Jurídico é um conjunto
públicos. de normas.
*Na maioria das vezes, quando a Regime Jurídico da
Constituição Federal se refere ao
Administração
Presidente, cabe a extensão aos
demais chefes do Poder A Administração usa tanto o
Executivo.
Direito Público, quanto o Direito
Art. 61. A iniciativa das leis Privado.
complementares e ordinárias cabe a
qualquer membro ou Comissão da Exemplo: Administração Pública
Câmara dos Deputados, do Senado vai alugar um imóvel para
Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo
colocar uma secretaria – ela usa
Tribunal Federal, aos Tribunais o Direito Civil ou o Direito
Superiores, ao Procurador-Geral da Empresarial para tratar de
República e aos cidadãos, na forma e
empresas que pertencem à
nos casos previstos nesta Constituição.
administração.
§ 1º São de iniciativa privativa do
Presidente da República as leis que: II - Regime Jurídico
disponham sobre: Administrativo

a) criação de cargos, funções ou Regime Jurídico Administrativo

empregos públicos na administração
direta e autárquica ou aumento de sua
puro, ou seja, aquele assunto é
remuneração; tratado 100% pelo Direito
Administrativo.
Assim sendo, é vício de iniciativa
o vereador que propõe Projeto de Exemplo: Regulamentação do
Lei para aumentar salário dos porte de arma.
agentes públicos.
 Princípios do Direito
 Reserva de Lei Administrativo
Complementar
1) Supraprincípios –
Em regra, as leis são
ordinárias ou estão na Princípios implícitos
Constituição Federal.
Olhando para todo o
ordenamento jurídico, a doutrina
tirou esses dois princípios, que Interesse público secundário:
são regras máximas e dão Se refere ao interesse
origem a todos os demais patrimonial e financeiro do
princípios do Direito Estado quanto pessoa jurídica.
Administrativo. Exemplo: Atraso no pagamento
de precatória.
a) Supremacia do interesse
público A administração toma uma
atitude que se trata do interessa
Prevalece o interesse público dela, e não do povo.
sobre o individual.
O interesse da coletividade
Exemplo: Vai instalar torres de não pode ser negociado,
energia em uma propriedade transacionado, enunciado ou
rural, mesmo o proprietário não objeto de acordo pelos agentes
querendo, porque é mais públicos, porque eles não são
importante levar energia para a donos desse interesse.
população do que ele querer ou Existem raras exceções
não. previstas em lei.
*Nem sempre o interesse público
b) Indisponibilidade do coletivo vai prevalecer.
interesse público
Se pedir uma indenização a
O interesse da população não administração pública, não tem
esta para ser discutido, mas sim audiência de conciliação, porque
zelado. quem representa a
administração pública não tme
Os interesses da coletividade, poderes para decidir se faz
em regra, são mais acordo ou não e com quem faz.
importantes que os interesses Exceção/Exemplo: Juizado
individuais. especial federal, em matérias
previdenciárias do INSS, o
Interesse público primário: Diz presidente deste pode fazer
respeito aos interesses acordo, desde que dentro dos
fundamentais da população. limites da lei.
Exemplo: Saúde pública,
vigilância sanitária, meio 2) Princípios expressos
ambiente, saneamento básico, no artigo 37, “caput”,
etc. da Constituição
Exemplo: Administração vai em Federal
um restaurante e constata que Legalidade
este não está cumprindo com as Impessoalidade
normas sanitárias. Moralidade
Publicidade
Desigualdade jurídica. Eficiência
Art. 37. A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:   feitos.
a) Legalidade
Significa que a administração
pública só poder fazer aquilo
que a lei autoriza (é o oposto
do princípio da autonomia da
vontade).
No Direito Privado, a regra é a
autonomia da vontade, ou seja,
na vida privada pode fazer aquilo
que a lei não proíbe. Por outro
lado, no Direito Público, não tem
autonomia, deve-se cumprir o
que a lei determina, visto que
esta é a expressão da vontade do
povo.
*A conduta será ilegal e,
portanto, nula, quando ela não
for prevista em lei.
Exceções: Quando o país
estiver em Estado de defesa
(artigo 136 da Constituição
Federal) e de sítio (artigo 139
da Constituição Federal). Estas
são situações excepcionais que
fazem com que o ordenamento
jurídico seja alterado.
b) Impessoalidade
A administração pública deve
ser imparcial, ou seja, não se
admite privilégios e próprio faz uma lei que beneficia
discriminações dispensadas
aos particulares.
A administração pública não
pode favorecer algumas pessoas
e outras não. Da mesma
maneira, o agente público não
pode usar a máquina pública
para se beneficiar/fazer
promoção pessoal (artigo 37, §1º
da CF).
Exemplo: Prefeito que usa o
dinheiro do povo par fazer
revista de campanha com seus
§ 1º A publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
c) Moralidade
Significa que o agente público
deve agir com boa fé, com
ética, com decoro, lealdade,
honestidade.
A administração pública só
admite a prática de atos que
sejam morais.
A lei não consegue prever todos
os comportamentos, por isso, as
vezes eles praticam um ato que é
lícito, mas não é moral.
Exemplo: Cargo em comissão – a
lei diz que esses cargos são em
comissão, então eles podem
nomear quem quiser, inclusive
filho, mulher. Nesses casos, a lei
não proíbe, então a princípio ele
pode fazer, todavia, fere o
princípio da moral e da
pessoalidade. Assim como no
caso do auxílio moradia para
parlamentar, caso em que o
a si.
Critério da moral:
Boa fé subjetiva – é a pessoal,
ou seja, é a que a pessoa pensa.
Boa fé objetiva – é aquilo que a
pessoa faz na prática, ou seja, é
a análise da conduta dela na
vida real.
Assim sendo, tem que analisar a
boa fé objetiva frente a uma
situação duvidosa, frente a um
agente público, ou seja, o que ele
fez.
Súmula Vinculante nº 13 do
Supremo Tribunal Federal –
Súmula Vinculante do
Nepotismo
A nomeação de cônjuge, companheiro
ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou
de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta
em qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.  Federal,
Há 2 exceções para essa
Súmula:
1-Primos que são parentes de
4º grau (a Súmula só proíbe até
o 3º grau)
O Supremo Tribunal Federal,
diante dos casos de nomeação
de parentes, editou essa
Súmula, que vale tanto para o
judiciário, quanto para a cujo sigilo seja imprescindível à
administração pública.
Entretanto, esta Súmula proíbe
a nomeação de parente até 3º
grau, sendo assim, portanto,
primos, por exemplo, que são
parentes de 4º grau, podem ser
nomeados.
2-Cargos políticos (ministros e
secretários)
Além disso, a Súmula também
não faz referência a nomeação
para cargos políticos – os
Ministros, do executivo federal, e
os secretário, dos executivos
estaduais e municipais,
responsáveis por auxiliar seus
respectivos Chefes do Executivo
na administração do país, do
Estado ou do Município.
d) Publicidade
Significa que devem ser
divulgados oficialmente os
atos administrativos, sendo
proibido, em regra, atos
sigilosos ou secretos.
O Diário Oficial, por exemplo, é
um meio de publicação dos atos
da administração pública.
O direito de informação (artigo
5º, inciso XXXIII da
Constituição Federal) e o
direito de certidão (artigo 5º,
inciso XXXIV da Constituição
garantem esse
princípio).
O direito de certidão é o direito
de obter de alguém a informação
por escrito de quem tem fé
pública.
XXXIII - todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas
segurança da sociedade e do
Estado;   
XXXIV - são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de
taxas:
b) a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal;
Exceções:
1-Segurança do Estado (artigo Não existia na redação original
5º, XXXIII da Constituição da Constituição Federal de 1988,
Federal) visto que este princípio foi
acrescento por uma Emenda
Exemplo: Não pode divulgar Constitucional 19/98.
estratégias militares – Agência
Existem 2 tipos de
Brasileira de Inteligência (ABIN).
administração pública: a
2-Segurança da Sociedade administração pública
(artigo 5º, XXXIII da burocrática, utilizada no Brasil,
Constituição Federal) e a administração pública
gerencial, que busca administrar
Exemplo: Não se divulga a bem, igual as empresas.
localização da usina nuclear Exemplo: Em 1998 foi criado o
brasileira, para que não cause estágio probatório – tomava
alvoroço na sociedade, ou seja, posse do cargo público aprovado
deve-se manter em segredo para e ficava 3 anos trabalhando pelo
a segurança da sociedade. Poder Público antes de ter
garantida a estabilidade.
3-Intimidade das pessoas
(artigo 5º, X da Constituição OUTROS
Federal)
X - são invioláveis a intimidade, a vida
PRINCÍPIOS DA
privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a
ADMINISTRAÇÃO
indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;   
PÚBLICA
Exemplo: Processo em segredo A)Finalidade
de justiça. Significa que a administração
Lei de transparência (Lei pública, em todos os seus atos,
12.527/11) deve ter como objetivo
satisfazer o interesse da
Ela veio para regulamentar coletividade, sendo proibido o
situações de como administrar uso da coisa pública para fins
as informações do Poder Público. particulares.
Ela regulamenta o princípio da
publicidade. A administração pública precisar
visam sempre o interesse de
e) Eficiência todos, previsto em lei, ou seja,
Baseado na administração tudo o que foge do interesse da
pública gerencial, tem como coletividade, não atinge o
objetivo buscar melhores objetivo da criação da
resultados nas atividades do administração pública.
Poder Público, através de Este princípio se parece com o
economia de materiais, princípio da supremacia, no qual
redução de desperdícios, há um conflito entre o interesse
melhor qualidade do serviço particular e o coletivo.
público, rapidez, presteza.
Exemplo: Vice prefeito que
pegava funcionários no
almoxarifado do Município para
trabalhar em sua propriedade.
b) Autotutela
Significa que a administração
pública pode anular seus
próprios atos ilegais e revogar
os atos que não são mais
convenientes e oportunos.
A administração pública deve se
autoproteger / policiar / trânsito por embriaguez com
fiscalizar e, na maioria das
vezes, sem se valer do Poder
Judiciário.
Súmula 473 STJ: Muitos atos da
administração pública, ela
mesma pode desfazê-lo, nos
casos em que ela pratica um ato
ilegal, ela mesma pode
despraticá-lo, sem necessidade
do Poder Judiciário.
A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque dêles não
se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
reclamações que chegaram até
ele por parte dos vizinhos
daquela rua, o prefeito revogou a
autorização dada – o que ele
pode fazer com todo ato que for
praticado de maneira ilegal.
Exemplo²: A administração
pública lavra um ato de infração.
A pessoa apresenta defesa e ela
retira esse ato. Isso acontece
muito em casos de cobrança
tributária indevida e infração de
bafômetro sem a calibragem
correta do INMETRO. Nesses
casos, o ato será anulado.
c) Razoabilidade /
Proporcionalidade
Significa que o agente público
deve pautar os seus atos e
decisões com moderação,
razão e adequada para cada
situação.
O judiciário costuma anular
decisões da administração
pública, por exemplo, quando se
trata de ato infracional e sua
proporcionalidade em razão da
penalidade ao servidor.

Assim sendo, se o ato é ilegal, a d) Motivação

administração pública o anula, Assim como as decisões
mas se o mesmo for legal, ela irá judiciais, as administrativas
revoga-lo. também precisam ser
fundamentadas (dizer o
Exemplo¹: Uma indústria pediu
porquê).
para a administração deixar ele
fechar a rua durante uma O agente público quando toma
determina hora do dia, em razão uma decisão, precisa
do alto fluxo de caminhões fundamentar.
cargueiros em seu
e) Isonomia
estabelecimento. O prefeito
autorizou. Entretanto, pouco Significa que a administração
tempo depois, em face de pública deve tratar as pessoas
que estão na mesma situação
de forma igualitária e de forma
desigual aquelas que estão em
situações diferentes – artigo 5º
da CF.
Exemplo: Tratamento especial
para os deficientes físicos –
fazer rampas de acessibilidade é
isonomia.
A isonomia é tratar iguais de
maneira igual e desiguais de
forma desigual, ou seja, neste
caso, a igualdade não é tratar de
forma igual, mas sim desigual as
pessoas que estão em passe de
desigualdade.
Exemplo: As cotas raciais
existem em razão do princípio da
isonomia.
f) Ampla defesa,
contraditório e o Município de Orindiúva, e não
razoável duração do
processo
Aplica-se o contraditório e a
ampla defesa não dentro do
Poder Judiciário, mas sim da
própria administração pública,
visto que os processos
administrativos passam dentro
da administração pública e fora
do âmbito do Poder Judiciário.
Por fim, o princípio da razoável
duração do processo significa
dizer que o processo não pode
demorar muito.
ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA
A organização administrativa diz
como a administração pública
está estruturada no país.
A Constituição Federal criou
quatro campos de atuação da
administração pública: a União,
os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, que são
denominados de entes públicos
ou entidades públicas. A
princípio, são essas pessoas que
exercem a administração
pública. A doutrina os nomeou
de administração pública
centralizada – são pessoas de
Direito Público que fazem parte
da administração pública
centralizada, também chamado
de administração pública direta,
porque foi diretamente a elas
que a Constituição Federal deu
as atribuições da administração
pública.
Estas pessoas são sujeitos de
direitos e obrigações, que podem
propor processos.
*Entra-se com uma ação contra
contra a Prefeitura, pois aquela é
a pessoa jurídica, e esta é
apenas a sede.
Por outro lado, a própria
Constituição Federal autorizou
que cada uma dessas pessoas
jurídicas pudessem criar outras
pessoas jurídicas para auxiliá-
los no exercício de funções, que
é o denominado de
descentralização. Essas novas
pessoas jurídicas são pessoas
autônomas que possuem receita,
concurso, dinheiro próprio, etc.
Exemplo¹: O Município de São
José do Rio Preto tem como
competência disponibilizar
serviço de água e esgoto.
Entretanto, resolveram
descentralizar e o Município
criou outra pessoa jurídica, o
Semae, então tirou esse serviço
do mesmo e transferiu para essa
outra pessoa jurídica, que
geralmente é uma autarquia.
 C o n sti tu iç ã o F e d e ra l
A administração pública também
criou pessoas que prestam União
serviços privados, como o Banco
do Brasil, a Caixa Econômica
Federal, a Petrobras, entretanto, Estados
apesar de seus presidentes
possuírem autonomia, a sua Distrito Federal
nomeação é feita pelo Chefe do
Poder Executivo do referido ente.
Municípios
Estas pessoas serão regidas
pelas normas de Direito Privado.
Se os quatro entes são a Cada um desses é uma pessoa
administração pública direta, as jurídica de direito público,
outras pessoas criadas por elas porque são regulamentadas pelo
são as pessoas jurídicas Direito Administrativo. Cada um
descentralizadas ou da desses tem suas respectivas
administração indireta. competências e, por isso, a
doutrina os chama de
Na descentralização há pessoas administração pública direta,
de direito público, que são porque foi a eles que a
aquelas que prestam serviço Constituição Federal atribui
público para a população, e diretamente as respectivas
privado, que são as que não competências.
prestam serviço público, mas
agem como se fosse um. 1) Centralização e
Olhando um pouco mais Descentralização
interiormente, percebe-se que Centralização e Descentralização
um Município pequeno é em relação as pessoas
geralmente tem poucas jurídicas da administração
repartições internas, que é o pública.
denominado de concentração,
que acontece quando uma das a) Centralização
pessoas diretas se divide em
poucas repartições de órgãos É o desempenho de
internos para funcionar melhor. competências administrativas,
Entretanto, São José do Rio por uma única pessoa da
Preto, por exemplo, tem muitos administração pública direta
órgãos públicas (repartições (União, Estado, Distrito
públicas), o que é conhecido Federal e Município).
como descentralização. Neste caso, centraliza-se todas
as suas atribuições em uma
única pessoa jurídica.

b) Descentralização
É o desempenho de
competências administrativas
por pessoas jurídicas
autônomas, criadas por uma
pessoa da administração pessoas da administração
pública direta. pública direita ou indireta,
podem trabalhar de forma
A Constituição Federal autoriza
concentrada, quando concentra
que as pessoas de administração
tudo o que tem que fazer em
pública direta, criem outras
poucos órgãos (exemplo:
pessoas jurídicas através de
Município de Orindiúva é
uma lei (municipal, estadual,
dividido em 3 órgãos: Gabinete
etc), transferindo a prestação de
do Prefeito, Secretaria da Saúde
serviço que era sua competência,
da Educação), ou de forma
para essa outra pessoa. Assim,
desconcentrada, quando este se
as pessoas que nascem com a
divide em várias repartições
descentralização, são conhecidas
(exemplo: Estado de São Paulo e
como administração pública
Município de São José do Rio
indireta.
Preto).
Neste caso, o serviço continua
sendo da administração pública a) Concentração
direta, o que se transfere é É a existência de poucos
apenas a sua prestação. órgãos públicos dentro de uma
Exemplo¹: União tem como pessoa jurídica da
competência desempenhar administração pública.
políticas públicas de previdência
e assistência social, atribuído a
b) Desconcentração
ela pela Constituição Federal. É a existência de vários órgãos
Para tanto, ela criou o INSS, que públicos dentro da mesma
é uma pessoa jurídica de Direito pessoa jurídica, com a
Público, porque ela está finalidade de distribuir entre
recebendo da administração eles as competências
pública, a prestação de um administrativas.
serviço público.
Exemplo: Município de São José
Exemplo²: Vai fazer a denúncia do Rio Preto criou o Semae,
de um banco na União? Não, ENURB, Rio Preto Prev, que são
mas sim no Banco Central, que é pessoas da administração
responsável por regular os pública indireta e que podem se
serviços bancários. dividir em outras repartições.
Exemplo³: Servidor do INSS que Anotações
cometer ato ilícito no exercício
da função e causa um dano, vai 1.Centralizada e concentrada:
se entrar em face do INSS, Administração pública direta e
porque este é uma pessoa internamente ela tem poucas
jurídica detentora de direitos. repartições.
2.Centralizada e
2) Concentração e desconcentrada: Administração
Desconcentração pública direta e muitos órgãos
internos.
Concentração e Desconcentração
fala dos órgãos públicos, que são
uma divisão de tarefas. As
3.Descentralizada e As
concentrada: Administração
pública indireta e poucos órgãos
internos.
4.Descentralizada e
desconcentrada: Administração
pública indireta e muitos órgãos
internos.
Exemplo: Em uma autarquia X,
existem vários órgãos públicos.
Um deles é o Y. Como podemos
classificar esse órgão?
Descentralizado e Exemplo: Se um enfermeiro,
desconcentrado.
ÓRGÃO PÚBLICO
Órgão público NÃO é pessoa,
então não é sujeito de direitos e
obrigações e não responde por
seus atos, não podendo ser,
inclusive, parte em processo,
seja como autor ou réu.
1) Teoria do Órgão
A Teoria do Órgão faz um
comparativo entre a estrutura
da administração pública
desconcentrada, com o corpo
humano, de forma que um
órgão público seria equivalente
a um órgão do corpo humano,
que não tem personalidade
jurídica.
Compara as pessoas da
administração pública com os
órgãos do corpo humano. O competências, uma repartição
órgão seria um membro do
corpo.
Exemplo: Procuradoria é como
se fosse um braço do corpo
(Município), ou seja, não se pode
entrar com um processo em face
dela, mas sim do Município.
2) Teoria da
Imputação Volitiva
pessoas jurídicas da
administração pública
manifestam a sua vontade por
meios de órgãos públicos que,
por sua vez, se manifestam
através dos agentes públicos,
cujos atos são imputados à
pessoa jurídica ao qual ele está
vinculado.
É a teoria da imputação da
vontade, ou seja, que atribui a
vontade a alguém.
servidor da Secretaria Municipal
de Saúde, aplica uma injeção
erroneamente em um paciente, e
o causa danos, irá acionar o
Município, e não a Secretaria.
Os atos praticados pelos
servidores públicos, representa a
vontade da própria
administração pública, então se
ele praticou um ato ilícito, vai
atribuir à pessoa jurídica, seja
ela da administração pública
direta ou indireta, visto que é
esta quem tem a personalidade.
3) Características
a) É um ente despersonificado;
Ou seja, não é uma pessoa, que
tem responsabilidade e,
portanto, seja sujeito de direitos
e obrigações.
b) É um mero centro de
de tarefas;
c) Nos órgãos se vinculam os
cargos que, por sua vez, são
ocupados por pessoas naturais
(os agentes públicos).
Exemplo: Ministro, Secretário,
etc.
 PESSOAS sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar,

JURÍDICAS QUE neste último caso, definir as áreas de

sua

INTEGRAM A atuação;              (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº
ADMINISTRAÇÃO 19, de 1998)

PÚBLICA 2) Pessoas jurídicas da

administração pública
1) Pessoas jurídicas da indireta ou
administração pública descentralizada
direta ou centralizada
Estas pessoas não são
União, Estados, Distrito obrigatoriamente criadas e
Federal e Municípios, que são conforme a atividade que essa
considerados entes ou pessoa jurídica irá
entidades públicas. desempenhar, é que ela será
considerada de direito público
Foi a própria Constituição ou privado.
Federal que s criou e atribuiu a
elas atribuições de Exemplo: O motorista da
administração pública. Ademais, secretária da saúde de
estas serão consideradas e Orindiúva estava dirigindo um
direito público, tendo em vista carro do Município e atropelou
que possuem um direito alguém. A pessoa vai entrar com
específico para a sua ação em face do Município, e não
regulamentação (direito da secretária que é um órgão e
administrativo e direito não uma pessoa, visto que é ele
constitucional). quem responde pelos atos do
servidor que está agindo em seu
Apesar de serem pessoas nome.
jurídicas, seus respectivos
CNPJs são apenas para fins de Exemplo²: Fizeram um saque
fiscalização contábil. indevido na minha conta da
Caixa Econômica Federal, que é
O Decreto Lei 200/67 é o uma pessoa jurídica da
responsável por organizar a administração pública indireta
estrutura da União. da União. Devo entrar com uma
Art. 37. A administração pública direta ação em face da Caixa, pois ela é
e indireta de qualquer dos Poderes da uma pessoa e responde pelos
União, dos Estados, do Distrito Federal atos de seus funcionários.
e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, a) Direito Público
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:                  (Redaçã
Exemplo: Foi transferido ao
o dada pela Emenda Constitucional nº Semae um direito público,
19, de 1998) portanto, ele será uma pessoa
jurídica da administração
XIX – somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a pública indireta.
instituição de empresa pública, de
→ Autarquias
Exemplo: O INSS é uma pessoa instituição de empresa pública, de
jurídicas da administração sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar,
indireta da União. neste último caso, definir as áreas de
sua
→ Fundações Públicas
atuação;              (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº
b) Direito privado 19, de 1998)
As pessoas jurídicas da
administração indireta de direito
b) Conceito
privado podem, inclusive, Autarquias são pessoas
prestar serviços para outras jurídicas de direito público da
empresas. administração indireta,
criadas por lei específica para
→ Empresas Públicas
o desempenho de atividades
Exemplo: EMBRO processa típicas da administração
dados da administração pública. pública direta, para melhor
desempenho e funcionamento
→ Sociedades de Economia dessas atividades. Possuem
Mista autonomia administrativa,
→ Fundações Governamentais financeira, orçamentária,
receita e patrimônio próprios.
PESSOAS Exemplo: INSS, BACEN,
JURÍDICAS DE IBAMA, INCRA, Universidades
Públicas, SEMAE.
DIREITO PÚBLICO
c) Características
DA
Quase todas as características a
ADMINISTRAÇÃO seguir apresentadas, também
PÚBLICA são características
administração pública direta
da

INDIRETA (União, Estados, Distrito Federal

 Autarquias
a) Fundamento
Constitucional: artigo
37, XIX, CF
Art. 37. A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:                  (Redaçã
o dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a
e Municípios).
1. Regime jurídico de Direito
Público, que significa que a
realização da aplicação dos
poderes, dos atos, da
contratação de pessoal,
licitação, fiscalização, entre
outros atos típicos das pessoas
da administração direta.
2. Criação por lei específica.
As autarquias são criadas por lei
monotemática (que só tratam de
um assunto), ou seja, não se
pode criar autarquia em lei e
trata de outros assuntos, apenas A própria autarquia se
da própria autarquia. administra, tem fonte de
recursos – ela se auto gerencia.
3. Adquire personalidade
jurídica no exato instante em Exemplo: A União criou o INSS,
que a lei é publicada e não ele tem o próprio dinheiro, é
depende de registro em uma pessoa jurídica da
qualquer órgão. administração pública indireta
da União. Neste caso, o INSS
Para que as empresas normais
não está subordinado à União,
nasçam, é necessário o seu
pois são pessoas jurídicas
registro na respectiva Junta
diferentes, entretanto, ele não
Comercial. Entretanto, as
faz o que bem entender, visto
autarquias nascem no exato
que quem nomeia o chefe dessa
momento em que a lei é
pessoa é o Chefe do Poder
publicada.
Executivo respectivo (nesse
Como faz para acabar com uma exemplo em questão será o
autarquia? Será com a criação Presidente da República. Além
de uma outra lei, conforme disso, apesar da União não
preconizado pelo princípio da mandar no INSS, este terá em
simetria da forma, que trata de seu interior um Ministério da
quando se usa uma forma para Previdência Social que é
criar algo jurídico e, para que responsável pela supervisão para
este seja cancelado, é necessário aferir se este esta cumprindo
usar a mesma forma. com seu papel, podendo, se
entender que este é o melhor
4. Autarquias não estão caminho, agir.
sujeitas a falência, pois sua
extinção se opera também por 7. Os trabalhadores nas
lei. autarquias são chamados de
servidores públicos, em regra
5. Autarquia não exerce estatutários e prestam
atividade econômica, pois são concurso público.
criadas para prestação de
serviços públicas, exercer 8. Bem públicos
atividade ou poder de polícia e
Os bens públicos são
atividades de fomento.
impenhoráveis, inalienáveis e
Exemplo: IBAMA é uma pessoa imprescritíveis.
jurídica que exerce ato de
Exemplo: Patrimônio, imóvel,
polícia, ou seja, de fiscalização.
veículos são chamados de bens
6. Autonomia públicos.

Não existe subordinação para A Fazenda Pública (parte da

com a pessoa da administração
pública direta, que criou a
autarquia. Existe sim uma
supervisão, também chamada
de supervisão ministerial.
administração pública que cuida
do dinheiro) paga as dívidas
pelo sistema de precatória ou
DRV, quando a dívida é de
menor valor e para pagar em até
60 dias. Esse crédito entra em
uma fila de pagamento para
esperar a administração pública
pagar.
Exemplo: Luiz manda oficiar a
pessoa pública – se o ofício
chegar até 1º de julho, a pessoa
vai receber no ano seguintes,
mas se passar da data, a mesma
só conseguirá receber depois de
2 anos.
As pessoas jurídicas de direito
privado da administração
pública indireta não sofre
precatória, pois seus bens são
considerados privados.
Ademais, esses bens serão
imprescritíveis, pois não tem
prescrição do seu direito de
propriedade, e não podem ser
objeto de usucapião (pessoa em
posse de um imóvel sem ter
dono, se torna dela depois de um
tempo).
9. Os atos da autarquia são
administrativos.
Os atos praticados pelas pessoas
de direito público no dia a dia,
possuem tratamento
diferenciado das pessoas
privadas, como as pessoas
físicas e as empresas, visto que
elas tem fé pública. Assim,
presume-se que elas praticam
atos legais e que refletem a
verdade.
Exemplo¹: Se uma pessoa
recebeu uma notificação de
prática de infração de trânsito,
cabe a ela provar que não é o
infrator.
Exemplo²: O INSS, que é uma
autarquia possui atos
administrativos, então, se uma
pessoa está pedindo um
benefício e a decisão dele é de
indeferir, frente a um possível
conflito judicial, o juiz acreditará
no INSS.
10. Contratos administrativos
Esses contratos realizados pela
administração pública são
denominados assim, pois
possuem tratamento
diferenciado, ao contrário dos
contratos em geral, que são
enunciados pelo Código Civil.
No caso dos contratos firmados
em decorrência de licitações,
será uma contrato específico de
fornecimento.
11. Licitação
É um procedimento de disputa
utilizado pela administração
pública para selecionar a
melhor proposta a ser
contratada.
Ela acontece porque as pessoas
da administração pública
precisam comprar da empresa
que fornecer o melhor produto
pelo menor preço.
12. Prerrogativas de Fazenda
Pública
Fazenda é a pessoa pública.
Exemplo: Fazenda Federal é a
União.
As pessoas de direito público
possuem tratamento jurídico
diferenciado em processos
judiciais como, por exemplo,
prazo em dobro para recorrer e
apresentar defesa, ou seja, ela
terá o dobro quando estiver no
polo passivo de uma ação.
13. Fiscalização dos Tribunais
de Contas
Os Tribunais de Contas são
órgãos independentes, auxiliares
do Poder Legislativo e que
ajudam este a fiscalizar as
receitas e as despesas públicas,
ou seja, ele fiscaliza as contas da
administração pública (como
está sendo arrecadado e aplicado
o dinheiro recebido).
§ 6º As pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.

14. Proibição de acumulação As pessoas da administração

de cargos públicos
Somente em casos excepcionais
é que a Constituição Federal
autoriza uma pessoa a ter mais
de um cargo ao mesmo tempo.
15. Imunidade de impostos
A administração pública só não
paga o tributo de imposto, os
outros tributos ela paga, visto
que tributo é gênero e dentro
dele há os impostos, taxas,
contribuições de melhorias e
contribuições especiais, que são
tudo aquilo que a administração
pública cobra da população.
pública precisam indenizar as
pessoas as quais causarem
dano, independente de seu dolo
ou culpa.
Responsabilidade subjetiva:
Acontece quando se tem que
provar o ato, dano, nexo de
causalidade e dolo ou culpa.
Responsabilidade Objetiva: É
necessário, para buscar a
reparação do dano, provar ao
juiz o ato, dano e o nexo de
causalidade, mas não se se este
agiu com dolo ou culpa.
17. Estabilidade

Exemplo: INSS não paga IPTU, O servidor público que trabalha

porque é um imposto, mas paga no direito público é estatutário,
taxa de água. concursado e adquire
estabilidade depois de 3 anos,
Exemplo²: O Município de São após ser aprovado no estágio
José do Rio Preto não paga probatório.
imposto de renda para a União.
Por outro lado, os funcionários
Exemplo³: O Estado de São das pessoas jurídicas de direito
Paulo não pode cobrar IPVA dos privado da administração
veículos do Município de São pública não possuem
José do Rio Preto, porque é um estabilidade e são regidos pelo
imposto. sistema da CLT.
16. Responsabilidade objetiva d) Espécies de
– artigo 37, §6º da CF
Autarquias
Art. 37. A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da Há discussões entre os
União, dos Estados, do Distrito Federal doutrinados acerca dessa
e dos Municípios obedecerá aos classificação.
princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, a) De serviços ou comuns
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:                  (Redaçã São os Municípios, Estados,
o dada pela Emenda Constitucional nº Distrito Federal ou União que
19, de 1998)
precisam prestar um serviço e, OAB é uma entidade sui generes,
para isso, cria uma autarquia ou seja, ela não se encaixa em
para transferir esse serviço a ela. nenhum modelo de pessoa
existente no país, em razão das
Exemplo: Semae.
funções que a mesma tem e da
b) Especiais (Agências advocacia ter autonomia das
Reguladores são) suas funções, como defender a
vida e a liberdade acima de tudo.
São aquelas que possuem regras
diferentes das autarquias Inclusive, era até mesmo
normais. necessário que a OAB fosse
desvinculada da administração
c) Corporativas ou pública, visto que, caso ela fosse
Profissionais vinculada, haveria interferência
São conselhos que do Governo Federal, ela teria que
regulamentam e fiscalizam uma prestar contas e, portanto,
determinada profissão. Estes são perderia sua independência.
autarquias federais e possuem d) Territoriais
autonomia em sua direção, ou
seja, nesses conselhos, quem No Brasil não há mais território,
escolhe os dirigentes são os tendo em vista que todo o espaço
próprios profissionais do territorial está acampado por um
conselho, através da realização Estado. Entretanto, caso seja
de uma eleição. criado algum território, ele será
uma autarquia federal, conforme
Exemplo: Conselho Regional de estipulado no artigo 33 da
Medicina (CRM), Conselho Constituição Federal.
Regional de Odontologia (CRO),
Conselho Regional de  Art. 33. A lei disporá sobre a
Contabilidade (CRO) e Conselho organização administrativa e judiciária
Regional de Engenharia e dos Territórios.
Agronomia (CREA).
§ 1º Os Territórios poderão ser
Essas corporativas são divididos em Municípios, aos quais se
compostas 100% de dinheiro aplicará, no que couber, o disposto no
Capítulo IV deste Título.
público e possui anuidade, que é
paga e se assemelha a um § 2º As contas do Governo do
tributo, chamado de Território serão submetidas ao
contribuição. Congresso Nacional, com parecer prévio
do Tribunal de Contas da União.
E a OAB? É corporativa?
§ 3º Nos Territórios Federais com
A OAB é uma entidade de classe,
mais de cem mil habitantes, além do
que tem previsão em lei, mas Governador nomeado na forma desta
que o Supremo Tribunal Federal, Constituição, haverá órgãos judiciários
em 2009, declarou não ser de primeira e segunda instância,
autarquia, mesmo que esta membros do Ministério Público e
defensores públicos federais; a lei
possua características daquela.
disporá sobre as eleições para a
Assim sendo, segundo o Câmara Territorial e sua competência
deliberativa.
Supremo Tribunal Federal, a
Exemplo: Fernando de Noronha transferidos para o setor
era considerado um território. privado.

e) Associativas São agências que regulamentam,

criam normas, fiscalizam e
São as associações públicas. regulam.

f) Fundacionais Exemplo¹: Na época de Fernando

São as fundações.
Há alguma discussão sobre
estas últimas espécies serem ou
não autarquias, entretanto,
maioria da doutrina entende que
são sim.
→ Agências Reguladoras
(artigo 177, §2º da CF)
Art. 177. Constituem monopólio da
União:
§ 2º A lei a que se refere o § 1º
disporá sobre:           (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 9, de
1995)      (Vide Emenda
Constitucional nº 9, de 1995)
I - a garantia do fornecimento dos
derivados de petróleo em todo o
território nacional;           (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 9, de
1995)
II - as condições de
contratação;           (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
III - a estrutura e atribuições do
órgão regulador do monopólio da
União;           (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
Henrique Cardoso, teve-se muita
privatização de empresas
estatais e, portanto, se fez
necessário a existência de órgãos
para fiscalizar essas entidades
privatizadas. O serviço de
telefonia era prestado pelo poder
público, ou seja, somente pela
administração pública, como no
caso da TELESP. Todavia, com a
dificuldade de manter o controle,
a telefonia móvel passou a não
ser mais um serviço público,
mas o fixo continuava sendo, e
para fiscalizar este serviço,
criou-se uma pessoa jurídica, a
ANATEL, para regulamentar as
novas empresas de telefonia que
passaram a surgir.
A autarquia é criada por lei
especial com normas especiais.
Exemplo²: A ANS regula a
prestação de serviços de saúde
por empresas de prestação
privada, como no caso dos
planos de saúde.

Agências Reguladoras são Exemplo³: A ANTT regulamenta o

pessoas jurídicas de direito transporte público.
público da administração
Portanto, todas estas agências
indireta, na modalidade de
reguladoras são autarquias,
autarquias, com regime
contudo, possuem uma regra
jurídico especial, que foram
especial que as fazem distinguir-
criadas em razão do fim do
se das regras normais e,
monopólio estatal e são
portanto, das autarquias
responsáveis pela
comuns.
regulamentação, pelo controle
e fiscalização de serviços
públicos que foram
Podem ser criadas por todos os Nas autarquias comuns, os
entes da federação. chefes do executivo tira e põe os
dirigentes quando bem entender,
Existem agências reguladores contudo, nas agências
que são criadas em Municípios e reguladoras, isso não acontece.
Estados, apesar de não ser tão
3. Quarentena
comum como no âmbito da
União, desde que versem sobre O dirigente não pode entrar ou
os serviços específicos dessas trabalhar, durante 4 meses após
respectivas pessoas. o término do seu mandato, em
nenhuma empresa do mesmo
Ressalva-se que existem ramo da agência reguladora em
agências reguladoras que não que atuava anteriormente, visto
possuem o termo “agência” no que ele possui informações
nome, como é o caso da privilegiadas. Nesses 4 meses,
Comissão de Valores Mobiliários ele continuará recebendo.
(CVM), que é uma agência
responsável pelo controle da Caso ele passe essas
Bolsa de Valores. Por outro lado, informações privilegiadas,
a Agência Brasileira de responderá por tráfico de
Inteligência (ABIN), não é uma informação.
autarquia e, portanto, apesar de Exemplo: Na ANATEL o mandato
possuir o termo “agência” no é de 3 anos. Terminado, os
nome, não é uma agência dirigentes que exerceram o
reguladora, visto que ela é um mandato entram em quarenta e
órgão que auxilia o governo não podem começar a trabalhar
federal na tomada de decisões. A em nenhuma empresa
Apex-Brasil também não é uma relacionada ao serviço de
autarquia, mas sim uma telefonia.
entidade não governamental,
assim como o Sebrae, que não 4. Dirigentes devem ser
faz parte da administração brasileiros, de reputação
pública, apesar de colaborar com ilibada, formação
ela. universitária, elevado
conhecimento técnico
Características das Agências especializado no ramo de
Reguladoras atuação da agência.
1. Dirigentes estáveis Reputação ilibada: honesto, sem
O dirigente nomeado para ficha suja.
administrar uma agência O que mais dá problema no
reguladora possui um mandato Poder Judiciário é:
fixo e, portanto, não pode ser
exonerado (retirado do cargo), 5. Poder normativo
sem um justo motivo. As Agências Reguladoras foram
2. Mandato fixo criadas para regulamentar o
setor, portanto, elas podem criar
Os dirigentes são nomeados por normas, mas esse poder
um prazo certo. normativo delas é submisso à
lei, ou seja, as Agências
Reguladoras são pessoas da
administração pública que
devem obediência ao princípio
da legalidade.
Exemplo: A agência cria uma
norma dizendo que o plano de
saúde cobre um determinado
tratamento, entretanto, a lei diz
que o plano não cobre. Nesse
caso, o que valerá será a lei.
→ Agências Executivas
(artigo 37, §8º, CF)
 Art. 37. A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:                  (Redaçã
o dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial,
orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que
tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor
sobre:                 (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)        (Regulamento)     (Vig
ência)
I - o prazo de duração do
contrato;      (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - os controles e critérios de
avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos
dirigentes;     (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
III - a remuneração do
pessoal.      (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Não são pessoas, mas um
título dado pelo Governo
Federal às autarquias e órgãos
públicos que celebrem
contrato de gestão para
melhoria do atendimento,
qualidade dos serviços,
redução de desperdícios,
conquistando, assim, maior
autonomia ao atingir as metas
estabelecidas no contrato.
As agências executivas são
autarquias que celebram com a
administração pública federal
(União) um contrato de gestão
para melhorar a gestão
administrativa dessa autarquia,
em todos os sentidos.
Essas agências possuem um
incentivo da Constituição
Federal, que diz que quando esta
autarquia atinge metas, ela
recebe mais dinheiro e outros
benefício. Ao cumprir as metas,
ela se torna uma pessoa de
exímia eficiência. Ela foi criada
para desburocratizar, mas
acabou sendo burocratizada.
Atualmente, o INMETRO é a
única agência executiva do
Brasil – é uma autarquia que
celebrou com a União um
contrato para ser uma autarquia
eficiente e bater as metas
estabelecidas.
Assim, a diferença entre
agências reguladoras e agências
executivas, é o fato de que a
primeira são pessoas jurídicas e
autarquias e a segunda não são
pessoas.
Órgão público também pode se
tornar agência executiva.
Exemplo: A Policia Federal não é
uma pessoa jurídica, mas sim
um órgão da administração
pública federal. A Policia Federal
pode celebrar um contrato com a
União, de ser super eficiente e
cumprir as metas estipuladas.
Ela continuará sendo um órgão,
mas com o título de agência
executiva, mesmo não se
tornando pessoa.
Mas não é a pessoa que celebra
um contrato: E se for um órgão
da União? Ainda que se admita
celebrar o contrato, ela celebrará
com ela mesma e, por isso,
considera-se que a lei é falha.
Uma agência executiva será
considerada eficiente em razão
do fato de atingias metas de
eficiência estabelecidas no
contrato. Assim, só se consegue
o título de agência executiva se
cumprir essas metas.
Quem atribui o título de agência
executiva é somente o Presidente
da República, todavia, o autor do
pedido é sempre um Ministro.
Esse título será concedido
através de um decreto do
Presidente.
Uma agência reguladora pode
conquistar o título de agência
executiva e não deixar de ser
considerada uma agência
reguladora, visto que aquela é
apenas um prêmio. Ademais,
quem deixar de cumprir as
metas estabelecidas no contrato
de gestão, pode, inclusive,
perder o título de agência
executiva.
→ Associações Públicas (artigo
241, CF e Lei 11.107/05)
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios disciplinarão
por meio de lei os consórcios públicos e
os convênios de cooperação entre os
entes federados, autorizando a gestão
associada de serviços públicos, bem
como a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços
transferidos.          (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
Lei 11.107/05: Art. 1º Esta Lei dispõe
sobre normas gerais para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os
Municípios contratarem consórcios
públicos para a realização de objetivos
de interesse comum e dá outras
providências.
Nas associações públicas, os
entes públicos estão se
associando.
Exemplo: Mirassol, São José do
Rio Preto, Catanduva e Tanabi
tem, cada uma delas, suas
atribuições e recursos
financeiros, bem como
problemas em comum, como,
por exemplo, manter as estradas
rurais em boas condições.
Nesses casos, elas se juntam em
uma nova pessoa jurídica,
denominada de associação
pública. Criam a associação dos
municípios do noroeste paulista.
Essa associação tem seu próprio
dinheiro, servidores e administra
o dinheiro.
Quando tomam a decisão de se
reunir e montar uma pessoa
jurídica, esses entes públicos
precisam decidir se ela será de
direito público ou privado, visto
que, caso seja de direito público,
se chamará consórcio público,
enquanto se for privada, será
regida pelo direito civil e não
precisará de concurso para
contratar pessoal.
São entidades
transfederativas.
Ou seja, faz parte da federação e
a pessoa jurídica nova pertence
a vários entes da federação.
A associação faz parte da
administração pública de todos,
pois, por exemplo, na situação
relatada acima, será dos 4
municípios.
Ressalva-se que será necessário
uma lei tem todos os entes,
autorizando-os a participarem
dessa associação.
→ Fundações Públicas
(artigo 37, XIX, CF)
Art. 37. A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:                  (Redaçã
o dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de
sua
atuação;                (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
É uma espécie de autarquia
criada por lei, mediante
afetação
(destinação/vinculação) de um
patrimônio a serviço de uma
finalidade específica.
Exemplo: IBGE, Funai.
As fundações públicas são
pessoas jurídicas, formadas pela
afetação da funcionalidade do
patrimônio, ou seja, pega uma
parte de um determinado
patrimônio para destiná-lo a um
único fim. Ressalva-se que a
administração pública só pode
fazer isso mediante lei específica
em que se cria essa pessoa
jurídica, na forma de uma
autarquia, para administrar esse
patrimônio.
PESSOAS
JURÍDICAS DE
DIREITO PRIVADO
DA
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
INDIRETA
1) Estatais
Empresas Públicas
Exemplo: Caixa, Petrobras.
Sociedade de Economia Mista
a) Fundamento – artigo
37, XIX, CF e Lei
13.303/16
 Art. 37. A administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:                (Redaçã
o dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de
sua
atuação;              (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
Lei 13.303/16: Art. 1º Esta Lei dispõe
sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias,
abrangendo toda e qualquer empresa
pública e sociedade de economia mista
da União, dos Estados, do Distrito portanto, em uma eventual ação
Federal e dos Municípios que explore de danos causados por um
atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de
funcionário seu, será em face
prestação de serviços, ainda que a dela que esta deverá ser
atividade econômica esteja sujeita ao proposta.
regime de monopólio da União ou seja
de prestação de serviços públicos. Assim, aplicar-se-á à essas
pessoas jurídicas o direito civil,
O fundamento das estatais está direito empresarial, mas também
no mesmo dispositivo da terá alguma influência do direito
Constituição Federal em que se administrativo, visto que as
encontra a autorização para a estatais fazem parte da
criação de autarquias. administração pública, ou seja,
Muito se critica sobre o motivo seguem algumas regras
do Brasil precisar ter empresas estabelecidas por ela, como fazer
que exploram atividade concurso público, por exemplo.
econômica, como no caso dos
bancos, visto que estas são c) Características
atividades típicas do direito → Características das estatais
privado que qualquer outra que exercem atividade
empresa poderia prestar e o econômica
governo não consegue nem dar
conta de manter as pessoas I. Realizam concursos
jurídicas de direito público. públicos, mas não tem
estabilidade, porque
Ressalva-se que essas estatais são regidos pela CLT.
cobram da União para realizar São os chamados
esse serviço. empregados públicos
b) Conceito Em regra, quem trabalha no
direito público é o servidor
São pessoas jurídicas público estatutário. Entretanto,
submetidas ao direito privado as pessoas que trabalham nas
(predominante), que integram estatais são chamadas de
a administração pública empregados públicos.
indireta, podendo ser
prestadora de serviço público Se os empregados públicos não
ou exploradora de atividade possuem estabilidade, eles
econômica. podem ser dispensados a
qualquer momento e sem justa
As estatais possuem autonomia, causa? Não, eles não podem,
ou seja, tem seu próprio visto que estão dentro da
patrimônio, pessoal, administração pública e, em
administração e, portanto, não respeito ao princípio da
estão submissas à União, visto impessoalidade, não tem como o
que elas são pessoas jurídicas e chefe dos Correios, por exemplo,
possuem personalidade. escolher quem ela vai dispensar
Exemplo: Correio é uma sem justa causa, tendo em vista
empresa pública, visto que é que precisa tratar todos os que
uma pessoa, e não um órgão, exercem uma mesma função, da
mesma maneira. Assim sendo, atividade econômica,
eles não possuem estabilidade, apenas faz licitação
mas podem perder o emprego na atividade meio, e
somente mediante decisão não na atividade fim
fundamentada, de acordo com o
Se o dinheiro é público,
preceituado pelo Tribunal
invariavelmente, é necessário
Superior do Trabalho.
que seja realizado licitação.
II. A criação das estatais
Atividade meio: tudo o que
são autorizadas por
precisa para produzir o produto
lei, regulamentada por
final.
um decreto e
registrada na Junta Exemplo: Precisa de plataforma
Comercial se for marítima, navios, computadores.
empresa pública ou no
cartório se for Atividade fim: comércio.
sociedade de Exemplo: Petrobras é uma
economia mista, empresa da administração
adquirindo, assim, pública de direito privado e que
personalidade jurídica faz atividade econômica e possui
A autarquia nasce no exato dinheiro público e privado.
instante em que a lei é publicada Assim, ela faz licitação para
no Diário Oficial. Todavia, nas adquirir s meios, mas não faz
estatais, a lei não cria, mas licitação para vender sua
apenas autoriza a sua criação, atividade fim, que é o petróleo.
visto que essa criação precisa V. Não estão sujeitas a
dos 3 pontos (lei, decreto e falência
registro) para, então, a ver
nascida somente depois do Antes do registro dessas
registro, momento em que ela empresas, é necessário a
adquire personalidade jurídica. existência de uma lei que
autoriza sua criação, portanto,
III. Sofrem fiscalização para encerrar a estatal, também
pelos Tribunais de precisa-se de uma lei
Contas autorizando sua extinção, de um
Onde tem dinheiro público, é decreto regulamentando essa
necessário que haja também extinção e do registro retirando
fiscalização do Tribunal de ela de ser considerada uma
Contas, que são entidades personalidade jurídica.
independentes e que auxiliam o VI. As exploradoras de
Poder Legislativo na fiscalização. atividade econômica
A empresa pública possui capital não tem imunidade de
100% público e a sociedade de impostos
economista possui parte privada Se a empresa estatal explora
e parte pública. atividade econômica, ela tem que
IV. Fazem licitação. Se a estar sujeita as mesmas regras
estatal for da empresa privada, visto que
exploradora de não seria justo que ela recebesse
tratamento especial por um responsabilidade é
serviço que é objetiva, ou seja, sem
predominantemente privado. dolo ou culpa, e
devem licitar sempre.
VII. Os bens das estatais
exploradores de Nesses casos a empresa estatal
atividade econômica presta serviços para o povo e,
são privados portanto, não possui atividade
meio e atividade fim.
Por serem privados, esses bens
poderão ser penhorados, Exemplo: O abastecimento de
alienados, objeto de usucapião, água e esgoto tem que atender
etc. um serviço à população,
portanto, não há que se falar em
Exemplo: Tenho uma ação
atividade meio ou fim.
contra o Banco do Brasil que é
uma sociedade de economia II. Proibição de acumular
mista. A partir da análise de empregos públicos
serem estatais, ou não, é que
Não se poder ter dois empregos
será possível definir se este
mesmo que em empresas
processo irá gerar uma
diferentes.
precatório ou se poderá ser
objeto de penhora e enviado a III. Não se aplica nas
leilão. estatais, o teto
remuneratório dos
VIII. Se estatal, as
servidores públicos
exploradoras de
(ministro do Supremo
atividade econômica,
Tribunal Federal),
a responsabilidade é
exceto se a estatal
subjetiva
receber dinheiro
Responsabilidade subjetiva público para o
acontece quando para se pagamento de seus
condenar alguém, é necessário empregados.
que fique demonstrado o dolo ou
Exemplo: A Caixa tem
a culpa em sua conduta.
empregados que ganham mais
Todavia, se essa estatal for do que um ministro do STF,
prestadora de serviço público, todavia, ela está ruim das
como no caso dos Correios, se pernas e para conseguir pagar
ele causar dano a alguém por seus empregados, pega dinheiro
meio de seus funcionários, não público. A partir desse momento,
será necessário provar o dolo ou ela precisará respeitar o teto,
a culpa, pois a responsabilidade mesmo que seus empregados
é objetiva. ganhassem muito mais
anteriormente.
→ Características das estatais
que são prestadoras de Atualmente, o teto, que é medido
serviços públicos: pelo salário dos ministros do
STF, equivale a R$ 39,2 mil.
I. Tem imunidade de
impostos, seus bens
são públicos e a
 EMPRESAS
ESTATAIS
1) Empresas Públicas
Pessoa jurídica de direito
privado, que integra a como acontece em relação a
administração pública
indireta, criada mediante
autorização legislativa, com
regime organizacional livre e
capital integralmente público.
Exemplo: Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), Correios,
Caixa Econômica Federal.
As empresas públicas nascem do
fenômeno da descentralização,
realizado por uma pessoa da
administração pública direta
(União, Estados, Distrito Federal
e Municípios). A lei autoriza e
regulamenta sua criação, sendo
necessário, posteriormente,
registrá-la. Seu capital
integralmente público, ou seja,
quando no caso do Correio, por
exemplo, a lei autoriza a criação,
o decreto regulamente, faz o
registro e cria a empresa, para
compor seu patrimônio,
necessário pegar dinheiro da
União e transferir para ele (essa
característica a difere da
sociedade de economia mista,
cujo capital é em parte público e
em parte privado). Por fim, ela
terá regime organizacional livre,
ou seja, a empresa pode assumir
qualquer forma societária
(sociedade limitada, sociedade
anônima, etc).
Se essa pessoa jurídica for uma
empresa pública federal, os
processos serão julgados na
justiça federal. Todavia, se a
empresa pública for estadual,
distrital ou municipal,
competência para julgar será da
a
justiça comum (estadual). Em
alguns casos, a justiça comum
possui várias especializadas,
criadas para julgar
determinados assunto, assim
Vara da Fazenda Pública (caso
haja essa repartição da justiça
estadual, o processo que envolve
empresas públicas, costuma ir
para lá).
Exemplo: Para propor ação de
indenização em face do Correio,
é necessário entrar com a ação
na justiça federal.
2) Sociedades de
Economia Mista
Pessoa jurídica de direito
privado que integra a
administração pública
indireta, criada mediante
autorização legislativa, na
é
forma de sociedade anônima,
com a maioria das ações com
direito a voto pertencentes a
um ente público.
Exemplo: Banco do Brasil,
é Petrobras.
As sociedades de economia
mista só podem sociedades
anônimas.
É errado dizer que a maioria do
capital é pertencente ao Estado,
visto que as vezes o detentor da
maioria do capital não é aquele
que tem maior controle da
empresa. Portanto na sociedade
anônima, o Estado detém a
maioria das ações com direito a
voto, as quais podem não ser
financeiramente mais rentáveis
que as demais, mas que
administrativamente garantem
poder ao ente público.
Se a sociedade de economia
mista possui capital privado,
independentemente se ela for
federal, estadual, distrital ou
municipal, todos os processos
em sua face serão na justiça
comum.
Exemplo: Para se entrar com
uma ação de indenização em
face do Banco do Brasil, deve-se
fazê-lo frente a justiça comum
(estadual).
Qualquer estatal, seja empresa
pública ou sociedade de
economia mista, podem ou
não ter empresas subsidiárias
e controladas.
3) Subsidiárias
São empresas privadas, criadas
mediante autorização
legislativa para integrar um
grupo empresarial encabeçado
por uma holding (empresa
matriz/mãe) estatal.
Exemplo: Holding estatal –
Petrobras (empresas matriz) →
Petroquímica, Petrobras
Distribuidora, Petrobras
Biocombustível (subsidiárias).
Holding é um grupo de empresas
que estão ligadas a uma
empresa principal.
As empresas subsidiárias serão
autorizadas por lei e, portanto,
foi a administração pública que
pediu sua criação, então elas
integram a administração
pública.
4) Controladas
São empresas privadas que
foram adquiridas (compradas),
integralmente ou em parte,
por uma empresa estatal. Não
precisa de autorização
legislativa, logo, não integra a
administração pública.
Exemplo: AGIP – 3 amigos
resolveram se juntar e montar
uma empresa de direito privado.
Alguns anos depois, esta é
comprada pela Petrobras, que é
uma empresa pública. Nesse
caso, ela continua sendo uma
empresa privada, que não faz
parte da administração pública
indireta.
FUNDAÇÕES
GOVERNAMENTAI
S
→ Artigo 37, XIX, CF
XIX – somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de
sua
atuação;              (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
→ Lei complementar: área de
atuação
→ Registro em cartório
→ Não podem prestar serviço
público
São pessoas de direito privado
que integram a administração
pública indireta, criadas
mediante autorização do
legislativo, por meio de
escritura pública, com registro
no cartório de pessoas
jurídicas, mediante a afetação
de um patrimônio público para
atingir determinada finalidade.
Há algumas divergências entre
os doutrinadores sobre acordar
ou não com a inserção dessa
pessoa jurídica que, apesar de
não ser uma empresa estatal,
integra a administração pública
indireta.
Exemplo: TV Cultura.
A TV Cultura, em alguns de seus
comerciais, faz propaganda da
Função Padre Anchieta do
Estado de São Paulo, que queria
criar uma fundação para a
finalidade da disseminação da
educação e da cultura, o
governador mandou o projeto de
lei para a Assembleia Geral (já
que a função será de parte do
governo estadual) e optou por ter
empregados públicos e não
servidores, não fazer concurso,
etc, a fim de que se possa dar
mais agilidade.
A fundação governamental vai
prestar para a população em
geral uma utilidade, visto que se
fosse para ela prestar serviço
público seria uma autarquia.
Ademais, a lei que autorizada a
criação deverá sempre ser uma
lei complementar, que irá definir
a área de atuação dessa
fundação. Por fim, quem decide
se vai criar fundação
governamental ou pública é o
ente da administração pública
direta que está solicitando sua
criação.
Exemplo: Presidente da
República quer criar uma
fundação para cuidar de todos
os animais do país. Nesse caso, é
a própria União que irá decidir
entre criar uma fundação
pública ou a fundação
governamental, que é de direito
privado.
ENTES DE
COOPERAÇÃO
Existem algumas entidades que
são íntimas da administração
pública, mas que não fazem
parte dela, são as chamadas
entidades de cooperação que,
portanto, são entidades que
cooperam com a administração
publica, ou seja, ajudam, mas
não a integram.
Quais as três principais
atividades da administração
pública? Prestar serviço público,
poder de polícia (de fiscalizar) e
atividade de fomento.
Assim sendo, a administração
pública possui suas obrigações
que, dentre elas, está a de
fomentar, que significa dar
incentivo para que alguém faça
algo. Para isso foram criadas
algumas figuras e, portanto,
essa entidade se divide em 2
grandes grupos: paraestatais e
terceiro setor.
 Paraestatais = Sistema
“S”
Paraestatais ou entidades do
sistema “S”, são pessoas
jurídicas de direito privado,
que NÃO integram a
administração pública, embora
criadas mediante autorização
legislativa, sem fins lucrativos
e para prestação de serviços de
utilidade pública a uma
determinada categoria
sindical. São os chamados
Serviços Social Autônomo.
As paraestatais são pessoas
jurídicas que estão ao lado da
administração pública para
colaborar com ela. Dentro dessa
categoria diz-se que estão as Tudo o que for arrecadado tem
entidades do sistema “s” como, que ser gasto ali, na própria
por exemplo, SESC, SENAI, estatal.
SEBRAE, SESI, SENAC, SENAT.
→ São fiscalizadas pelo
Nessa situação, a administração Tribunal de Justiça.
pública, ciente de que não dá
As paraestatais precisam ser
conta de tudo, decide criar
fiscalizadas, tendo em vista que
pessoas que irão prestar serviços
possuem envolvimento com o
de utilidade pública, e não
dinheiro público.
serviços públicos, os quais só a
administração pública pode → Fazem processo seletivo
prestar e que são os mais simplificado
importantes como saúde e
educação. Esses serviços de As paraestatais pagam seus
utilidade pública são úteis, mas empregados com dinheiro
não são considerados público e, por isso, precisa fazer
extremamente necessário, como o processo seletivo simplificado,
cursos profissionalizantes, para evitar desigualdade e
eventos culturais, esportivos e discriminação entre os
educacionais, voltados para um candidatos, fazendo, assim, uma
determinado setor de atuação de seleção básica.
uma entidade sindical e que, → Fazem licitação simplificada
normalmente, é demonstrada
pela última letra do ente Essa licitação simplificada é
paraestatal. uma pesquisa de preço, a partir
da qual precisa-se deixar
Exemplo: SENAComerciários. registrado que se pesquisou em
Financeiramente falando, todo o pelo menos 3 outros lugares e
recurso financeiro dessas optou comprar naquele porque
entidades vem das era o mais barato.
contribuições, que são uma → Tem imunidade de impostos
espécie de tributo e que é devido sobre o seu patrimônio, sua
tanto pelo empregado quanto renda e serviços.
pelo empregador, que devem
contribuir mensalmente. O Tendo em vista que a
empregador terá, a depender da contribuição já é uma espécie de
categoria sindical a que se tributo, não faria sentido pegar
enquadre, que pagar uma dinheiro público para
porcentagem estabelecida em transformar em dinheiro
cima do valor do salário para público.
essa entidade, que vai prestar
serviços úteis ao seu empregado.  Terceiro setor
Ressalva-se que a paraestatal A norma que regulamenta o
pode dispensar os empregados terceiro setor é a Lei nº
de contribuírem mensalmente, 13.019/14, denominada de
quando o que for pago pelos Marco Regulatório do terceiro
empregadores for suficiente para setor.
arcar com suas custas.
O primeiro setor é a
administração pública, o dadas pela União às entidades
segundo setor são as empresas
privadas e o terceiro setor são as
ONGs.
Exemplo: Santa Casa, lar dos
velhinhos.
Esse terceiro setor são entidades
privadas, sem fins lucrativos,
mas que, ao contrário das
paraestatais, não são criadas
mediante autorização legislativa.
Exemplo: Os alunos da UNIRP
decidem criar uma associação,
fazem um estatuto, o registram
no cartório, tiram CNPJ, é sem
fins lucrativos e foi idealizada
para ajudar alunos carentes a
estudarem. Sem conseguir
muitas contribuições, ela pede a
ajuda da União com recursos
financeiros e ai ela pergunta em
qual dos dois enquadramentos
esta se encaixará.
Essas pessoas são qualificações
privadas, sem fins lucrativo, que
celebram contrato com a própria
União e estabelecem cláusulas,
com metas, plano de ação, etc.
Se essa entidade conseguir o
título, ela recebe incentivo com o
cumprimento das metas
estabelecidas.
De acordo com a pretensão da
entidade, vê-se em qual esta se
encaixa melhor e pleiteia sua
qualificação, que dependerá de
análise da União.
Geralmente, essas entidades são
da área da saúde e das
pesquisas científicas.
Ressalva-se que uma parte da
doutrina entende que as
entidades que compõem o
terceiro setor, são a mesma coisa
das agências executivas.

a) Organização Social
(OS) – Lei 19.637/98
b) Organização da
Sociedade Civil de
Interesse Público
(OSCIP) – Lei
19.790/99
O terceiro setor é formado por
pessoas de direito privado, da
sociedade civil, sem fins
lucrativos e com a finalidade
de exercer alguma atividade de
interesse público. Geralmente,
são associações privadas que
buscam junto à União, a
qualificação de Organização
Sociais (OS) ou Organização da
Sociedade Civil de Interesse
Público (OSCIP).
 Prova Semestral público, retirando qualquer
margem de liberdade na
atuação deste agente.
Poderes da
Exemplo: Lançamento
Administração tributário; alvará para
Pública (poderes- construção.

deveres) Alguns atos da administração

Esses poderes da administração
pública possuem fundamento no
princípio da supremacia do
interesse público, visto que eles
existem para que toda a
coletividade tenha o mínimo de
ordem possível e tenha alguém
com poderes suficientes para
garanti-la. Entretanto, o agente
público pode abusar de sua
autoridade quando ele abusa
dos poderes garantidos a ele pela
lei.
São competências especiais ou
prerrogativas dadas à
administração pública como
instrumentos para poder fazer
valer a supremacia do
interesse público.
A administração pública deve
fazer uso desses poderes, que
também são chamados pela
doutrina de poderes-deveres,
visto que não trata-se de uma
faculdade, pois é necessário o
seu uso para que o agente
público consiga prevalecer o
interesse da coletividade sobre o
interesse privado.
1) Vinculado ou regrado
pela lei
Poder vinculado ou regrado é
aquele em que a lei atribui
determinada competência
definindo todos os aspectos da
conduta a ser adotada ou do
ato a ser praticado pelo agente
pública os agentes precisam
praticar exatamente igual a lei
manda, visto que a própria,
muitas vezes, manda e se não o
praticar dessa forma, será
considerado nulo.
Exemplo¹: Requisitos de
cobrança de tributo, que não são
respeitados e ai será considerado
nulo, é um ato vinculado.
Exemplo²: Habilitação para
dirigir, desde que preenchido
todos os requisitos, a
administração pública não pode
negar.
Exemplo³: Auto de infração de
trânsito, em que se o agente
esquece de preencher os campos
corretamente, consegue-se
eventualmente derrubar,
alegando que é um ato
vinculado.
Exemplo4: Não se pode começar
a construir sem autorização da
administração pública e, para
tanto, é necessário o alvará. Se
começar a construir sem o
mesmo, há a incidência de multa
e a interdição da obra. Todavia,
se o projeto preenche todos os
requisitos legais, o alvará será
considerado um ato vinculado,
que a administração pública não
poderá negar.
2) Discricionário
O legislador atribui certa
competência à administração
pública, permitindo uma
margem de liberdade para que
o agente público possa tomar a
melhor decisão diante de um
caso concreto, realizando o
juízo de conveniência e
oportunidade em benefício do
interesse público.
Exemplo: Uso de espaço
público.
Na maioria dos casos, a lei dá
uma liberdade para o agente
decidir de acordo com o caso
concreto (discricionário). Nessa
situação, tem-se um poder de
escolha/decisão, ou seja, é o
oposto do poder vinculado.
Dá-se ao agente público o juízo
de conveniência para a
população e oportunidade em
relação ao momento adequado
para realiza-lo, seja através, por
exemplo, da utilização de
espaços públicos (para usar
aquilo que é do povo de forma
privativa) ou da realização de
eventos. Este é um poder para a
administração pública
administrar o interesse da
coletividade.
Ressalva-se que agir de forma
discricionária não significa agir
de forma contrária a lei.