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CONTROLE INTERNO MUNICIPAL

O que é Controle Interno?


O que é o Sistema de Controle Interno?
O que é a Unidade de Controle Interno?
O que é Controle externo?
O que é Auditoria Interna?
Qual o significado de risco e qual a sua relação com o controle interno?
Por que avaliar controles internos e qual a importância disso?

INTRODUÇÃO
No Brasil as expressões Controle Interno e Controle Externo, quando
aplicadas à administração pública, traduzem um conjunto de ações que devem
ser postas em prática, respectivamente, pelo Poder Executivo e pelo Poder
Legislativo, com o objetivo de executar e fiscalizar o cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a execução dos programas e orçamentos de
governo, bem como a avaliação do resultado da gestão pública. A essência do
controle está estabelecida na Lei 4.320/64, que formata o controle da execução
orçamentária no seu artigo 75, incluindo a legalidade dos atos de que resultem
arrecadação da receita ou a realização da despesa pública; a fidelidade
funcional dos agentes responsáveis por bens e valores públicos; e o
cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em
termos de realização de obras e prestação de serviços.
Em seguida a Constituição Federal de 1988(CF), em seu artigo 70,
alargou o conceito de controle na administração pública para incluir a
fiscalização contábil, orçamentária, operacional e patrimonial de todos os entes
da União, inclusive entidades da administração direta e indireta, tudo isso
visando uma gestão aderente à legalidade e economicidade. A mesma CF nos
seus artigos 71, 72 e 73, institui o Controle Externo, a cargo do Legislativo, com
o auxílio do Tribunal de Contas. No artigo 74 define o alcance e funcionamento
do Controle Interno, afirmando que os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão de forma integrada, sistema de controle interno.
Dentre as finalidades do controle interno destaca-se o apoio ao controle
externo no exercício de sua missão institucional. Esta finalidade implica na
compreensão mútua de papéis e posturas desempenhadas pelos agentes do
Controle Interno das entidades públicas e, por outro lado, as ações de
fiscalização e auditoria exercidas pelos agentes do Controle Externo. Discute-
se, nesse sentido, uma possibilidade conceitual, para que o Controle Interno
possa apoiar o Controle Externo na sua missão institucional, a partir de uma
discussão em torno de um ponto de congruência que seja fruto das atuações
“reais” tanto do Controle Interno como do Controle Externo. Assim, os órgãos

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de contabilidade analítica dos entes públicos se organizam para ser o ponto de
contato mais efetivo do Controle Interno com o Controle Externo.
Tal concepção é pertinente porque é justamente através do balanço
orçamentário, do balanço financeiro, do balanço patrimonial, da demonstração
das variações patrimoniais e dos anexos da execução da receita e da despesa,
que os atos dos gestores públicos são captados e evidenciados. Nesse
sentido, as métricas produzidas nas demonstrações contábeis dos entes
públicos são preditivas e indicadoras da forma como o Controle Externo avalia
a gestão dessas entidades.
Para bem desempenhar as suas funções, o controle externo necessita
da efetiva atuação do Controle interno que, por meio de um sistema bem
estruturado e atuante (em razão de sua intimidade com as ações da
administração), de informações, relatórios e demonstrativos contábeis
produzidos, oferecem toda a estrutura necessária para atuação do Controle
Externo.
A Constituição Federal, ao regulamentar a fiscalização contábil,
financeira e orçamentária, estabeleceu dois tipos de controle: o externo e o
interno (artigo 70 a 74).
O controle externo refere-se àquele exercido pelo Poder Legislativo,
auxiliado pelos Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios,
onde houver. Por sua vez, o controle interno foi concebido como um sistema ou
um conjunto de atividades exercidas pelo próprio Poder, órgão ou entidade.
O fundamento do controle interno na Administração Pública está
centrado no artigo 76 da Lei 4.320/64, que estabelece que o Poder Executivo
exercerá os três tipos de controle da execução orçamentária: 1) legalidade dos
atos e que resultem arrecadação da receita ou a realização da despesa, o
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; 2) a fidelidade funcional dos
agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; e 3) o
cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e de
realização de obras e prestação de serviços.
A Lei estabelece, além do controle de ordem legal, a possibilidade do
controle de resultados por meio da verificação do cumprimento do programa de
trabalho apresentado em termos físico financeiros.
Embora a Constituição Federal, ao instituir o sistema de controle interno
tenha evidenciado a fiscalização contábil, financeira e orçamentária, sabe-se
que o controle deve recair sobre todas as atividades que possam repercutir no
resultado, bem assim no alcance das metas e da missão institucional da
organização.

EFICIÊNCIA, EFICÁCIA e EFETIVIDADE

A Ciência da Administração e o Princípio Constitucional da


Eficiência.

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A seguir, será feito o estudo de alguns aspectos do Princípio da
Eficiência, incorporado na Constituição Federal (CF), conforme o escopo da
Administração e do Direito. Inicialmente, sob o prisma da Ciência
Administrativa, faz-se necessária a verificação dos tradicionais conceitos de
eficiência e eficácia e de outro mais novo, a efetividade. A partir desse
embasamento, será analisado o entendimento da Ciência Jurídica acerca da
introdução do Princípio da Eficiência na CF. Serão vistos os principais debates
e dúvidas sobre o tema e, ainda, apresentadas algumas observações. Idalberto
Chiavenato ensina que toda organização deve ser analisada sob o escopo da
eficácia e da eficiência, ao mesmo tempo:
A eficiência é uma relação entre custos e benefícios. Assim, a eficiência
está voltada para a melhor maneira pela qual as coisas devem ser feitas ou
executadas (métodos), a fim de que os recursos sejam aplicados da forma
mais racional possível. (Chiavenato, 1994, p. 70).
A eficiência não se preocupa com os fins, mas apenas com os meios,
ela se insere nas operações, com vista voltada para os aspectos internos da
organização. Logo, quem se preocupa com os fins, em atingir os
objetivos é a eficácia, que se insere no êxito do alcance dos objetivos, com
foco nos aspectos externos da organização.
À medida que o administrador se preocupa em fazer corretamente as
coisas, ele está se voltando para a eficiência (melhor utilização dos recursos
disponíveis). Porém, quando ele utiliza estes instrumentos fornecidos por
aqueles que executam para avaliar o alcance dos resultados, isto é, para
verificar se as coisas bem feitas são as que realmente deveriam ser feitas,
então ele está se voltando para a eficácia (alcance dos objetivos através dos
recursos disponíveis) (Chiavenato, 1994, p. 70).
Chiavenato (1994), afirma que nem sempre se é eficiente e eficaz ao
mesmo tempo. Uma organização pode ser eficiente e não ser eficaz e vice-
versa. O ideal é ser igualmente eficiente e eficaz.
Chiavenato oferece pitorescos exemplos para diferenciar os conceitos:
eficiência é ir à igreja, enquanto eficácia é praticar os valores religiosos;
eficiência é rezar, enquanto eficácia é ganhar o céu; ou ainda utilizando um
exemplo tão oportuno para a Copa do Mundo de Futebol, eficiência é jogar
futebol com arte, enquanto eficácia é ganhar o jogo.
Sérgio Rodrigues Bio (1996), caminha no mesmo sentido no que diz
respeito aos conceitos. Para ele “eficiência diz respeito a método, a modo certo
de fazer as coisas”.
Uma empresa eficiente é aquela que consegue o seu volume de
produção com o menor dispêndio possível de recursos. Portanto, ao menor
custo por unidade produzida”. Já a “eficácia diz respeito a resultados, a
produtos decorrentes de uma atividade qualquer.
Leon C. Megginson, Donald C. Mosley e Paul H. Pietri Jr. dizem que
uma das formas de se medir o desempenho organizacional refere-se à
eficiência e à eficácia, conceitos que, segundo eles, são bem diferentes.
Para os autores a eficiência é a capacidade de ‘fazer as coisas direito’, é
um conceito matemático: é a relação entre insumo e produto (input e output).

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Um administrador eficiente é o que consegue produtos mais elevados
(resultados, produtividade, desempenho) em relação aos insumos (mão-de-
obra, material, dinheiro, máquinas e tempo) necessários à sua consecução. Em
outras palavras, um administrador é considerado eficiente quando minimiza o
custo dos recursos usados para atingir determinado fim. Da mesma forma, se o
administrador consegue maximizar os resultados com determinada quantidade
de insumos, será considerado eficiente (Megginson et al, 1998, p. 11).
Por outro lado, “eficácia é a capacidade de ‘fazer as coisas certas’ ou de
conseguir resultados. Isto inclui a escolha dos objetivos mais adequados e os
melhores meios de alcançá-los. Isto é, administradores eficazes selecionam as
coisas ‘certas’ para fazer e os métodos ‘certos’ para alcançá-las” (Megginson et
al, 1998, p. 11).
Modernamente, a literatura especializada achou por bem incorporar
um terceiro conceito, mais complexo que eficiência e eficácia. Trata-se da
efetividade, especialmente válida para a administração pública.
A efetividade, na área pública, afere em que medida os resultados de
uma ação trazem benefício à população. Ou seja, ela é mais abrangente que a
eficácia, na medida em que está indica se o objetivo foi atingido, enquanto a
efetividade mostra se aquele objetivo trouxe melhorias para a população
visada.
Mais uma vez vale a pena recorrer a Torres. Para ele: efetividade: é o
mais complexo dos três conceitos, em que a preocupação central é averiguar a
real necessidade e oportunidade de determinadas ações estatais, deixando
claro que setores são beneficiados e em detrimento de que outros atores
sociais. Essa averiguação da necessidade e oportunidade deve ser a mais
democrática, transparente e responsável possível, buscando sintonizar e
sensibilizar a população para a implementação das políticas públicas. Este
conceito não se relaciona estritamente com a ideia de eficiência, que tem uma
conotação econômica muito forte, haja vista que nada mais impróprio para a
administração pública do que fazer com eficiência o que simplesmente não
precisa ser feito (Torres, 2004, p. 175).
Torres ainda relaciona os conceitos de eficiência e efetividade às
reformas gerenciais. À medida que aumentam as preocupações com a
melhoria da qualidade do Estado, as preocupações com eficiência e efetividade
vão se sobrepondo às limitadas questões de ajuste fiscal. Ainda segundo o
autor, eficiência tem foco na relação custo/benefício, enquanto efetividade se
concentra na qualidade do resultado e na própria necessidade de certas ações
públicas.
Conforme comentado anteriormente, a introdução do Princípio da
Eficiência na Constituição Federal, através da Emenda Constitucional no. 19,
representou um marco para a administração pública brasileira.
A Constituição de 1988 representou, para a gestão pública, um
retrocesso ao modelo burocrático. Portanto, a edição da Emenda
Constitucional no. 19 significa uma verdadeira mudança de paradigma e a
possibilidade de importantes avanços para o campo público. Com ela, tem-se a
permissão legal para se adotar no Brasil as reformas gerenciais.

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“Art 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência,(...)” (grifos nossos)
Nesse momento, ao analisar o texto constitucional, cabe recurso aos
ensinamentos da Ciência Jurídica. O renomado Hely Lopes de Meirelles diz
que: o Princípio da Eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida
com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da
função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas
com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e seus membros
(Meirelles, 2002, p. 94).
Maria Sylvia di Pietro cita a mesma definição do Prof Meirelles e
acrescenta definição dada por Carvalho Simas, que esse dever de eficiência
corresponde ao dever de boa administração da doutrina italiana, o que já se
acha consagrado, entre nós, pela Reforma Administrativa Federal do Dec. Lei
200/67, quando submete toda a atividade do Executivo ao controle de
resultado, fortalece o sistema de mérito, sujeitando a administração à eficiência
administrativa e recomendando a demissão ou dispensa do servidor
comprovadamente ineficiente ou desidioso.
A autora ainda diz tratar-se de ideia muito presente entre os objetivos da
Reforma do Estado. Com esse objetivo estão sendo idealizados institutos,
como os contratos de gestão, as agências autônomas, as organizações sociais
e tantas outras inovações com que depara o administrador a todo o momento.
Alexandre de Moraes (2000) diz que este princípio obriga a
Administração direta e indireta e seus agentes a prática do bem comum, por
meio do manejo de suas competências de maneira imparcial, neutra,
transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre almejando a
qualidade, bem como adotando os critérios necessários para melhor utilização
dos recursos públicos.
Por outro lado, Celso Antônio Bandeira de Mello tem uma visão bem
crítica sobre a introdução do princípio: Trata-se, evidentemente, de algo mais
do que desejável. Contudo, é juridicamente tão fluido e tão difícil o controle ao
lume do Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao artigo 37 ou
o extravasamento de uma aspiração dos que buliram no texto. (...) Finalmente,
este princípio é uma faceta de um princípio mais amplo já superiormente
tratado há muito tempo no Direito italiano: o princípio da boa administração.
Lúcia Valle Figueiredo também não vê a novidade com bons olhos: é de
se perquirir o que muda com a inclusão do princípio da eficiência, pois, ao que
se infere, com segurança, à Administração Pública sempre coube agir com
eficiência com seus cometimentos. Na verdade, no novo conceito instaurado de
Administração Gerencial, de ‘cliente’, em lugar de administrado, o novo ‘clichê’
produzido pelos reformadores, fazia-se importante, até para justiçar perante o
país as mudanças constitucionais pretendidas, trazer ao texto o princípio da
eficiência. Tais mudanças, na verdade, redundaram em muito pouco de
substancialmente novo, e em muito trabalho aos juristas para tentar
compreender figuras emprestadas sobretudo do Direito Americano,
absolutamente diferente do Direito Brasileiro. (Figueiredo, 2001, p. 63).
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TEORIA DA AGÊNCIA
A Teoria da Agência, ou Teoria do Agente Principal, é o arcabouço
teórico voltado para análise das relações entre participantes de sistemas em
que a propriedade e o controle do capital são destinados a figuras distintas
(Principal e Agente), dando espaço à formação de conflitos resultantes da
existência de interesses diferenciados entre os indivíduos (MENDES, 2001).
O problema da agência está fundamentado sobre a questão da
informação assimétrica, causado por informações incompletas, onde nem todos
os estados são conhecidos por ambas as partes e, sendo assim, certas
consequências não são por elas consideradas.
Assimetrias de informação são diferenças nas informações que as
partes envolvidas em uma transação possuem, particularmente quando essa
diferença afeta o resultado final da transação (FIANI, 2002).
Para que a Assimetria Informacional possa alterar o resultado da
transação, há necessidade de que a incerteza esteja presente em pelo menos
um dos participantes (ARROW, 1985), (FIANI, 2002) e (PESSALI 1998).
Portanto, a “Teoria da Agência” busca explicar a “relação de agência”,
isto é, a relação transacional entre os atores denominados de Agente e
Principal.
Jensen e Meckiling (1976) definem a relação de agência como um
contrato pelo qual uma ou mais pessoas (Principal) contratam outra pessoa
(Agente) para executar algum serviço em seu nome, delegando ao contratado
alguma autoridade para a tomada de decisão.
Esta é uma situação possível de ser encontrada em qualquer esforço
cooperativo e em todos os níveis de gerenciamento de organizações, como
escolas, sindicatos, governo, etc. (JENSEN E MECKLING, 1976).
O termo “Principal” é uma expressão que significa “Capital” no sentido
de propriedade; em virtude disso, foi utilizado para designar a entidade que
cede o controle gerencial de seu patrimônio (recursos) a um terceiro. Já o
termo “Agente” é uma expressão que significa “Procurador” no sentido de quem
detém autorização em responder em nome de alguém. Em virtude disso, foi
utilizado para designar a entidade que gerencia/administra o patrimônio de um
terceiro.
Desta forma tem-se que: (i) O Principal contrata um Agente para que
este exerça a gestão de sua propriedade (recursos cedidos); (ii) O Agente
assume o compromisso de buscar a função de utilidade do Principal, por meio
das decisões que toma em nome deste; (iii) O Principal avalia o Agente, por
meio do monitoramento deste, em relação as atividades executadas e os
resultados obtidos, quanto as diretrizes contratuais firmadas (formais e/ou
informais).
Em organizações sem fins lucrativos, esta relação decorre do
mantenedor, no papel de principal que oferece recursos a entidade, o agente,

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com esperança de que a aplicação ocorra de forma mais eficiente na causa
defendida.

ACCOUNTABILITY
Para Campos (1990) accountability é uma palavra sem tradução precisa
para a língua portuguesa, pelo menos não por meio de uma única expressão.
Seria mais adequado considerar que o termo, por si só, já contempla mais de
uma perspectiva.
Slomski (2007) afirma que accountability resulta da utilização de
instrumentos que facilitem a transparência dos atos, de maneira espontânea.
Muito embora a afirmação de Slomski não abarque todas as dimensões
necessárias ao conceito, sugere a ideia de que necessariamente a prática de
accountability relaciona-se a um evento (transação) entre dois ou mais
indivíduos.
Resumidamente, pode-se afirmar ainda que este termo nasce com a
assunção por uma pessoa da responsabilidade delegada por outra, da qual se
exige a prestação de contas, sendo que a análise dessas contas pode levar à
responsabilização (PINHO et al., 2009).
O caráter bidimensional da accountability apresentado por Schedler
(1999 apud PINHO et al., 2009) aponta dois momentos distintos. O primeiro
denomina-se de answerability, que é a obrigação dos detentores gestores
públicos informarem, explicarem e responderem pelos seus atos. O segundo
relaciona-se à capacidade de enforcement, ou seja, a capacidade das agências
de impor sanções e perda de poder para aqueles que violarem os deveres
públicos.
A esquematização desta situação em muito se assemelha ao a relação
de agência. Representando-a, num esquema bem simples, tem-se que o
indivíduo “x” delega responsabilidade para “y” e “y”, ao assumir a
responsabilidade, deve prestar contas de seus atos para “x”; “x” analisa os atos
de “y”; feita tal análise, “x” premia ou castiga “y” (PINHO et al., 2009). Vê-se
que, nesta perspectiva, a accountability revela-se intimamente relacionada com
o conflito de agência, ou melhor, age como instrumento redutor das assimetrias
informacionais entre participantes de uma transação qualquer.

FRAUDES CONTRA O PATRIMÔNIO


A administração das organizações convive há muito com os ilícitos
praticados contra o Patrimônio, apesar da existência de grande aparato
administrativo, contábil e jurídico que possibilita ao gestor controles específicos
para atenuar os efeitos de atos contrários às leis ou à moral. É fato, no entanto,
que os indivíduos burlam os controles existentes ativam esses atos.

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A contabilidade, ciência que estuda as mutações do patrimônio das
organizações, torna-se instrumento de controle e apuração dos ilícitos praticados
pelos indivíduos, por meio de técnicas especificas para esse fim (TINKER e
OKCABOL, 1991; LEHMANN e OKCABOL, 2005).
A detecção das fraudes praticadas contra o patrimônio é importantíssima
para que a contabilidade e o contabilista possam ter uma condição de trabalho
satisfatória. Na prática da contabilidade, além da elaboração e interpretação
das peças contábeis, existem os fatores inerentes, que, por natureza, são
inseparáveis da prática contábil. As fraudes, muitas vezes, burlam a atenção
dos contabilistas, por meio de informações inverídicas que provocam
distorções nas informações contábeis, ou ainda rombos financeiros na
empresa.
Diante de um ambiente de motivações e oportunidades inerentes à
atividade organizacional, o indivíduo tem razões decorrentes da racionalização,
pressão e oportunidades, podendo tomar a decisão de cometer um ato ilícito ou
não cometer. Optando por não fazê-lo, evidencia-se o lado “ser” do indivíduo.
A decisão de cometer um ato ilícito está ligada aos fatores oportunísticos
encontrados na estrutura organizacional, enquanto eu os fatores motivacionais
Os fatores oportunísticos, explicados por Williamson (1985), estão
ligados diretamente à estrutura funcional das organizações.
A mitigação dos fatores oportunísticos somente é possível com
investimentos na estrutura funcional da empresa, como contabilidade,
controladoria, auditoria e governança corporativas. Os investimentos realizados
são diretamente proporcionais ao grau de risco para a ocorrência de ilícitos que
se deseja coibir. O fator oportunístico sempre estará presente nas
organizações.

SISTEMA DE CONTROLE INTERNO - (órgão de Controle Interno ou


Sistema de Controle Interno).

Controle Interno é aquele exercido dentro de cada poder, sobre os atos


por ele praticados. Esse controle verifica a legalidade dos atos praticados, a
conformidade da execução orçamentária face os orçamentos aprovados, a
correta utilização do dinheiro público, bem como auxilia o Tribunal de Contas
em sua missão institucional.
É um controle desempenhado por órgãos de controle como a CGU –
Controladoria Geral da União – ou por departamentos de controle interno
existentes no interior dos diversos órgãos e entidades públicas.
Unidades administrativas, integrantes dos sistemas de controle interno
da administração Pública Federal, Estadual e Municipal, incumbidas, entre
outras funções da verificação da consistência e qualidade dos controles
internos, bem como do apoio às atividades de controle externo exercidas pelo
órgão (prefeitura, câmara, etc)
Efetua exame de conformidade onde verifica a análise da legalidade,
legitimidade e economicidade da gestão, em relação a padrões normativos e
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operacionais, expressos nas normas e regulamentos aplicáveis, e a
capacidade dos controles internos de identificar e corrigir falhas e
irregularidades.

CONTROLES INTERNOS (Controle interno administrativo)


Conjunto de atividades, planos, métodos, indicadores e procedimentos
interligados, utilizado com vistas a assegurar a conformidade dos atos de
gestão e a concorrer para que os objetivos e metas estabelecidas para as
unidades jurisdicionadas sejam alcançadas.
Controle Interno – Base Legal
O controle interno é amplo, pois abrange o controle de legalidade e o
controle do mérito. É predominantemente preventivo, e sua finalidade encontra-
se descrita na Constituição Federal, art. 74:
Art.74. Os Poderes Legislativos, Executivo e Judiciário manterão,
de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual,
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de Direito Privado;
III – exercer o controle das operações, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle no exercício de sua missão institucional.
§ 1º. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.
Controle Interno é o processo integrado por normas, rotinas e
procedimentos adotados pelos órgãos e unidades administrativas, estruturado
para enfrentar riscos e fornecer segurança na consecução dos objetivos da
administração. Compreende relevante ferramenta de controle concomitante e
posterior, as ser executado com independência, a fim de atingir os fins que se
propõe.

CONTROLE EXTERNO
O controle externo é, pois, função do Poder Legislativo, sendo de
competência do Congresso Nacional no âmbito federal, das Assembleias
Legislativas nos Estados, da Câmara Legislativa no Distrito Federal e das
Câmaras Municipais nos Municípios como o auxílio dos respectivos Tribunais

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de Contas. Consiste, assim, na atuação da função fiscalizadora do povo,
através de seus representantes, sobre a administração financeira e
orçamentária. É, portanto, um controle de natureza política, no Brasil, mas
sujeito à prévia apreciação técnico administrativa do Tribunal de Contas
competente, que, assim, se apresenta como órgão técnico, e suas decisões
administrativas, não jurisdicionais, como, às vezes, se sustenta, à vista da
expressão ‘julgar as contas’ referida à sua atividade.

AUDITORIA INTERNA

Não se confunde com Controle Interno (órgão de controle) e com


Controles Internos (controles administrativos).

É uma unidade administrativa de assessoramento da própria


organização, vinculada à cúpula da alta administração (conselho de
administração, conselho diretor, dirigente máximo), que tem sob sua
responsabilidade a avaliação das operações contábeis, financeiras,
operacionais e de outras naturezas, incluindo-se, dentre suas atribuições, a de
medir e avaliar a eficiência e eficácia de outros controles da organização.
Conforme o CFC (in NBC PI 01), a auditoria interna constitui o conjunto
de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade,
adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas,
contábeis, financeiras e operacionais da entidade.
RISCOS
Possibilidade de algo acontecer e ter impacto nos objetivos, sendo
medido em termos de consequências e probabilidades:
Materialidade: volume de recursos envolvidos;
Relevância: aspecto ou fato considerado importante, em geral no
contexto do objetivo delineado, ainda que não seja material ou
economicamente significativo.
Probabilidade: é a probabilidade estatística da ocorrência do dano.
Vão determinar a eficiência do Controle Interno e classificá-los em
preventivos, detectivos e compensatórios

AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS


Através da Matriz de Riscos, avaliam-se cada um dos controles
internos, atuando-se sobre os controles deficitários e monitorando os
satisfatórios.
Sendo o foco do presente estudo o Controle Interno (a), passamos a
trabalhar sobre ele.

COMPETÊNCIAS DO CONTROLE INTERNO


a) Assegurar a legalidade e conformidade dos atos e decisões;

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b) Assegurar a exatidão e confiabilidade das informações contábeis,
financeiras, administrativas e operacionais;
c) Prevenir erros, desperdícios e fraudes;
d) Salvaguardar os ativos financeiros e físicos quanto a boa e regular
utilização e assegurar a legitimidade do passivo;
e) Assegurar a racionalidade e eficiência dos processos e procedimentos;
f) Acompanhar a execução dos planos, projetos e diretrizes;
g) Monitorar os itens de controle do órgão/entidade;

FINALIDADE DO CONTROLE INTERNO (CF art.74)


a) Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; Assegurar a
racionalidade e eficiência dos processos e procedimentos;
b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficiência, da
gestão orçamentária financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidade de direito privado;
c) Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
d) Apoiar o controle externo no exercício e sua missão institucional.

FUNÇÕES DO CONTROLE INTERNO


As funções do Controle Interno estão relacionadas às institucionais,
destacando-se:
a) Prestar informações aos gestores;
b) Alertar a Administração acerca da ocorrência de eventuais
impropriedades e irregularidades;
c) Zelar pela realização dos objetivos e metas institucionais;
d) Assegurar a consecução da eficiência, eficácia, efetividade
economicidade;
e) Garantir o cumprimento das normas técnicas, administrativas e legais.

ATIVIDADES DO CONTROLE INTERNO (em conformidade com a atividade do


órgão)
a) Assessorar, orientar, acompanhar e avaliar os atos de gestão da
administração, no que concerne a orçamento, finanças, patrimônio, tecnologia
da informação e pessoal;
b) Acompanhar o cumprimento das demonstrações dos órgãos de controle
externo e a implementação das medias saneadoras apontadas;
c) Instituir e monitorar planos e programas de auditoria, estabelecendo
critérios de avaliação e métodos de trabalho;

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d) Elaborar o Plano Anual e o Relatório Anual de Atividades das unidades
de controle interno;
e) Examinar o processo de Tomada de Contas Especial e emitir parecer e
certificado de auditoria;
f) Elaborar a tomada de contas anual/processo de contas dos ordenadores
de despesas e demais responsáveis por bens e valores públicos segundo as
diretrizes emanadas pelo Tribunal de Contas;
g) Promover diligências e elaborar informações por demanda das diversas
áreas do órgão;
h) Verificar a exatidão e a suficiência dos dados relativos à admissão e
desligamento de pessoal e à concessão de aposentadorias e pensões,
submetendo os resultados à apreciação e julgamento do Tribunal de Contas,
parta fins de registro;

i) Prestar orientação à Administração, não se confundindo com as


atividades de consultoria e assessoramento jurídico;
j) Proceder a fiscalização sobre a escrituração contábil e às análises dos
processos;
k) Prestar apoio ao órgão de controle externo no exercício de sua missão
institucional.

O sistema de controle interno da Administração Pública propõe uma


enorme gama de orientações normativas e técnicas voltadas à verificação da
legalidade do ato e da conformação da conduta do agente com os princípios
ordenadores da sociedade.
Muito embora tal sistema ainda tenha uma evolução muito incipiente no
estado brasileiro, é importante salientar que a exigência de sua implantação
pelos entes integrantes da estrutura estatal (direta ou indireta) remonta – no
mínimo – à Constituição da República de 1988.
Um dos principais motivos da não implantação do controle interno na
maioria desses entes é a dificuldade de formatação da estrutura de controle a
ser formulada, o que ocasiona algumas dúvidas relevantes nos administradores
(v.g.: Que tipo de vínculo o controlador terá com o ente controlado? Qual a
metodologia de controle a ser implantada? Que estrutura básica deverá ter o
sistema de controle interno?), a ponto de preferirem a inércia ao risco de
estruturação de um controle interno descuidado dos ditames constitucionais e
infraconstitucionais.

CONTROLES INTERNOS (Controle interno administrativo ou


institucionais)

A controladoria Geral da União, através da IN nº 01/2001, definiu o


controle interno administrativo como: Um conjunto de atividades, planos,
rotinas, métodos e procedimentos interligados, estabelecidos com vistas
a assegurar que os objetivos das unidades e entidades da Administração
Pública sejam alcançados, de forma confiável e correta, evidenciando

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eventual desvios ao longo da gestão, até a consecução dos objetivos
fixados pelo Poder Público.
O COSO (Órgão internacional de auditoria) aborda em seu conceito os
objetivos do controle interno: garantir a efetividade e eficiência nas operações;
garantir a confiabilidade nos relatórios financeiros; e garantir o atendimento às
leis e aos regulamentos aplicáveis.

Controles Internos (institucionais)


Ações que promovam a melhoria da gestão de riscos e controles da
Administração Pública.
“Os órgãos e entidades da Administração Pública, direta e indireta,
de qualquer dos Poderes da União, Estados do Distrito Federal e dos
Municípios devem, por força constitucional, implantar, manter, monitorar
e revisar controles internos institucionais, tendo por base a identificação,
a avaliação e o gerenciamento de riscos que possam impactar a
consecução dos objetivos estabelecidos pelo Poder Público”.
“Garantir o correto funcionamento dos controles internos da
Administração Pública Federal, de modo a minimizar os riscos de não
cumprimento de políticas e programas governamentais, é condição
essencial para se garantir a eficiência, a eficácia, a economicidade, a
transparência e a efetividade da atuação do Estado. Dessa forma,
compete ao TCU intensificar as ações que promovam a melhoria da
gestão de risco e dos controles da Administração Pública.

Indicadores de Gestão.
1 – Volume de HDF (Homens dia de fiscalização) para avaliação dos controles
internos da Administração Pública.
2 – Índice de fiscalização de conformidade que avaliem controles internos na
Administração Pública.
3 – Índice de órgãos/unidades jurisdicionadas com avaliação de controles
internos realizada.
Esta ação de capacitação foi desenvolvida para dar suporte ao
cumprimento desse objetivo estratégico estabelecido pelo Tribunal. Ela
apresenta as ferramentas e pretende desenvolver as competências
necessárias para permitir que as ações de promoção da melhoria da gestão de
riscos e controles da administração pública sejam intensificadas e os
indicadores de desempenho acima descritos, relativos à avaliação de controles
internos, sejam alcançados.
Desde de 2010, o Tribunal de Contas da União vem exigindo no
Relatório de Auditoria de Gestão, uma avaliação do Órgão de Controle Interno
contemplando os seguintes aspectos:
a) Ambiente de controle;

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b) Avaliação de riscos;
c) Procedimentos de controle;
d) Informação e comunicação;
e) Monitoramento.

O Tribunal de Contas esta exigindo que os Órgãos de Controle Interno


verifiquem a presença e o funcionamento dos cinco componentes do modelo
COSO I. Esta exigência está mantida nos projeto das Decisões Normativas e
há previsão de que seja estendida para as unidades de auditoria interna das
entidades da administração indireta.

A importância do Controle na Área Pública


Conforme Botelho 2014, para que ocorra lisura com os recursos públicos
(patrimônio e verbas), o controle é exercido de forma irrestrita e ilimitada em
todos e por todos os Poderes de Estado, estendendo-se a toda a
Administração e abrangendo todas as suas atividades e agentes, sendo
classificadas em variados tipos e formas de atuação para atingir os seus
objetivos. Essas classificações indicam que: a) O controle administrativo ou
executivo é aquele exercido pela própria Administração sobre seus atos e
agentes. b) Controle legislativo ou parlamentar diz respeito ao que o Poder
Legislativo imprime sobre atos e agentes do Poder Executivo. c) O controle
judiciário é o referente à correção dos atos ilegais de qualquer dos Poderes
pelo Judiciário, quando lesivos de direito individual ou do patrimônio público.
Quanto à forma, o controle pode ser sintetizado: a) De acordo com seu
fundamento, podendo ser hierárquico ou finalístico. b) Em razão da localização
do órgão que o exercita, podendo ser interno ou externo. c) Em virtude do
momento em que é exercido, podendo ser prévio ou preventivo ou a priori,
concomitante ou sucessivo e subsequente ou corretivo ou a posteriore. d)
Conforme o aspecto controlado, podendo ser de legalidade ou de legitimidade
e de mérito.

Objetivos do Controle Interno nas Câmaras Municipais


O objetivo geral do Controle Interno na Câmara Municipal é “assegurar
que não ocorram erros potenciais, através do controle de suas causas”. Os
objetivos específicos são:
a) Observar as normas legais, instruções normativas, estatutos e
regimentos;
b) Assegurar, nas informações contábeis, financeiras, administrativas e
operacionais sua exatidão, confiabilidade, integridade e oportunidade;
c) Antecipar-se, previamente, ao cometimento de erros, desperdícios,
abusos, práticas antieconômicas e fraudes;
d) Propiciar informações oportunas e confiáveis, inclusive de caráter
administrativo/operacional, sobre os resultados e efeitos atingidos;
e) Salvaguardar os ativos financeiros e físicos quanto a sua boa e regular
utilização e assegurar a legitimidade do passivo;

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f) Permitir a implementação de programas, projetos, atividades, sistemas e
operações, visando à eficácia, eficiência e economicidade dos recursos;
g) Assegurar aderência às diretrizes, planos, normas e procedimentos do
órgão/entidade.

O Controle Interno na Câmara Municipal

Segundo Botelho 2014, com previsão desde 1964 (art. 76, da Lei
4.320/64 - Lei da Contabilidade Pública), foi levado à regras constitucional em
05 de outubro de 1988, art. 74, e reforçado pela Lei Complementar 101/2000 -
LRF, art. 54 e 59, mas só implementado nos Municípios recentemente. Aqui no
Paraná, foi exigência do TCE a partir de 2008, que assim se manifestou a
respeito: “O sistema de controle interno é o agente de orientação e
integração dos controles administrativos das entidades componentes da
estrutura organizacional e de apoio ao controle externo. Tem por
objetivos principais a avaliação do cumprimento das metas previstas no
Plano Plurianual e a execução dos programas constantes da LDO e na Lei
Orçamentária Anual, assegurar a observância das normas e
regulamentos e assim, a legalidade dos atos, avaliando os resultados no
que se refere à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial da administração. Sua função inclui a diligência no
acompanhar dos procedimentos da administração e na orientação do
gestor acerca de eventuais desvios de rota e para evitar riscos iminentes
que possam provocar danos ao patrimônio e à gestão. Juntamente com a
contabilidade, o controle interno deve velar pelo atendimento das
agendas de obrigações; pela certeza do cumprimento dos limites legais,
seja de pisos de investimentos mínimos, ou tetos para gastos máximos;
pela verdade das informações levadas a público em face da LRF e suas
determinações de transparência, da Lei da Informação e da própria Lei nº
4.320/64. Os resultados satisfatórios e sem sobressaltos especialmente
em processo de transição de mandato acentuam que o controle interno
desempenhou seu papel com efetividade e compromisso com a Entidade.
O principal embaraço que se tem percebido no processo de estruturação
do controle interno tem ocorrido na montagem da equipe de trabalho,
especialmente a não disponibilidade de profissionais com preparo
técnico. Existem pequenas prefeituras e câmaras municipais onde se
verifica até mesmo a simples falta de pessoal sem atributos”. Manual de
Final de mandato – 2012. Na adequação em cada Câmara Municipal, o gestor
deverá ponderar sobre a necessidade de apenas um servidor, ou de mais que
um, para atuar nesse setor. Pode ser criado um órgão funcional na estrutura
administrativa, com tantos servidores quantos foram necessários ao bom
exercício do Controle Interno, ou apenas um servidor, em caso de baixa
demanda (geralmente nos municípios menores).

Características do Controlador

Segundo a orientação pacífica dos Tribunais de Contas e Poder


Judiciário, os servidores encarregados de atribuições de controle interno
deverão possuir conhecimento e habilidades suficientes à realização de suas
atividades.
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A princípio, orienta-se a que os servidores que atuam controle interno
possuam grau superior de escolaridade, com preferência nas áreas de direito,
administração, economia ou contabilidade. Mas isso não é uma exigência do
Controle Externo. É que, o mais importante é aferir se na prática o servidor
possua qualificação técnica (conhecimento de fato). Até porque, o Controlador
Interno deverá dominar, mesmo que seja por capacitação posterior à
nomeação, as seguintes áreas de conhecimento: Administração Púbica;
Direito; Contabilidade; Economia e Finanças; Informática; Línguas; Legislação
Federal; Leis Municipais.

Escolha do Controlador Interno


É possível que a Câmara municipal possua um órgão funcional
(departamento, divisão, setor...) para os atos do Controle Interno, ou apenas
um servidor, de acordo com a demanda de serviços. Se só um, será
denominado de Controlador Interno ou Controlador Geral. Pois bem. Sendo um
setor na estrutura funcional, é possível que o órgão seja composto por
servidores de carreira (concursados) e por um chefe ou diretor. Nesse caso, é
a Câmara que irá decidir se o ocupante (chefe ou diretor) será nomeado em
cargo comissionado (CC) ou função de confiança (FG). E decidirá também se,
em caso de optar por cargo comissionado, este poderá ser preenchido por
servidor efetivo ou não. Porém, para esse formato é obrigatório que no setor
exista pelo menos mais um servidor, e este seja de carreira (concursado).
Sendo de apenas um servidor, optando pelo Controlador Interno ou
Controlador Geral, essa atribuição não será cargo, mas função gratificada,
devendo ser designado servidor concursado. E, por fim, não se orienta a que o
Controlador Geral ou Controlador Interno seja cargo de carreira, em razão do
princípio da confiança que o gestor deve ter no ocupante.

Impedimentos referente a função de Controlador


É comum encontrar nas leis ou resoluções que criaram o Sistema de
Controle Interno das Câmaras Municipais, esses impedimentos para o servidor
que atue na área: a) tiver sofrido penalização administrativa, civil ou penal
transitada em julgado; b) realize atividade político-partidária; e c) exerça,
concomitantemente com a atividade pública, qualquer outra atividade
profissional. Porém, acrescemos ainda outros impedimentos, por segregação
de função, que poderão advir sobre a atuação no controle Interno, com
acúmulo de função, como por exemplo, de: a) Contador b) Vereador c) Jurídico
d) Tesouraria e) Chefias ou comando e de mesma forma, temos que o
Controlador Interno não poderá participar de Comissões ou outras Funções de
Confiança, que sejam incompatíveis com a atribuição precípua da fiscalização
que ele exerce. Recomenda-se que não seja designado para Controlador
Interno (quando existe apenas um servidor na área), quem esteja em estágio
probatório. No entanto, em caso de ausência justificada e comprovada de
outras possibilidades, excepcionalmente tem-se aceitado. (Botelho 2014).

Responsabilidades do Controlador

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Por certo que, a despeito da importância do cargo/função, o servidor
designado para o Controle Interno estará sujeito a todas as responsabilizações
nas áreas administrativa e judicial, nos limites de seus atos. Obviamente,
através de processos que lhes propiciem o direito à defesa e ao contraditório
(art. 5º, inciso LV da Constituição Federal), quais sejam:
a) administrativa (na própria Câmara e no TCE)
b) penal (judicial)
c) civil (judicial)

Após o trâmite processual, na respectiva via, podem ser aplicadas as


seguintes penas aos responsabilizados:

a) No Processo Administrativo Junto ao TCE: Por determinação da Lei


Complementar do Estado do Paraná nº 113, de 15 de dezembro de 2005, que
dispôs sobre a Lei Orgânica do TCE/PR, as sanções podem ser: “Art. 85. O
Tribunal de Contas, em todo e qualquer processo administrativo de sua
competência em que constatar irregularidades poderá, observado o
devido processo legal, aplicar as seguintes sanções e medidas: I - multa
administrativa; II - multa por infração fiscal; III - multa proporcional ao
dano e sem prejuízo do ressarcimento; IV - restituição de valores; V -
impedimento para obtenção de certidão liberatória; VI - inabilitação para o
exercício de cargo em comissão; VII - proibição de contratação com o
Poder Público estadual ou municipal; VIII - a sustação de ato impugnado,
se não sanada a irregularidade no prazo de 30 (trinta) dias.”

b) Em Ação Civil Pública (ou Ação Popular): Quando da incidência de


um ato ou omissão do agente público, que cause prejuízos ao erário ou que
desobedeça a princípio aplicável à Administração Pública, caracterizando
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), esse estará sujeito às seguintes
sanções: a) perda da função pública b) perda dos bens adquiridos ilicitamente
c) suspensão dos direitos políticos (inelegibilidade de até 10 anos) d) penas
pecuniárias (até cem vezes) e) impedimento de contratar com órgãos públicos
f) impedimento de participar de concurso público g) impedimento de receber
benefícios públicos h) impedimento de receber incentivos fiscais;
c) Em Processo penal Como dito anteriormente, é possível existirem
processos em várias vias, apurando os mesmos atos ou omissões, em busca
de responsabilizações em campos diversos. Uma das vias possíveis de
apuração, paralela, concomitante, ou até em sequência, é a penal. A intenção
aqui neste campo é apurar se houve ocorrência de crime. Nessa área de
apuração, as penas resultantes podem ser: a) penas privativas de direitos b)
penas pecuniárias c) penas de prestação de serviços d) penas privativas da
liberdade e) liberdade ou benefícios condicionais;
d) Em Processo disciplinar (funcional) onde esteja vinculado: Por falta
funcional cometida por servidor, o órgão ao qual esteja vinculado poderá abrir
processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar eventuais
responsabilizações. O processo administrativo disciplinar – PAD (lato sensu)

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abrange a sindicância administrativa e o processo administrativo disciplinar
(stricto sensu), nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/90. A sindicância
administrativa poderá resultar em: a) arquivamento do processo, no caso de
inexistência de irregularidade ou de impossibilidade de se apurar a autoria; b)
aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até trinta dias; ou c)
instauração de processo administrativo disciplinar. A instauração de PAD será
sempre necessária para a aplicação das seguintes penalidades: a) demissão
b) cassação de aposentadoria c) disponibilidade d) destituição de cargo
em comissão e) destituição de função comissionada f) suspensão
superior a 30 dias (o limite da penalidade de suspensão é de 90 dias).
e) Outras responsabilizações na área cível: De registrar ainda, que,
além das penalidades antes abordadas, poderão também ser propostas outras
ações no Judiciário, em busca da responsabilização de gestores e servidores
públicos, por atos cometidos ou informados nas prestações de contas ou em
sua omissão, tais como: a) ressarcimento ao erário (imprescritível,
segundo o STF) b) indenizatória (dano moral e material) c) regressiva de
ressarcimento (se o órgão for penalizado, por exemplo) 2 Sobre alguns
Temas em destaque, de interesse do Controle Interno: 2.1 - Cargo em
Comissão A denominação “cargo em comissão” está relacionada com a
segurança da relação jurídica estabelecida entre o seu titular e a Administração
Pública. Nessa perspectiva, os cargos em comissão podem ser permanentes
na estrutura organizacional, mas seus titulares são transitórios. Os seus
ocupantes são livremente nomeados e exonerados pela autoridade
competente.

Atuação do Controle Interno no Legislativo Municipal


A primeira obrigação do Controle Interno do Poder Legislativo é instituir
os procedimentos e rotinas de controle por meio de Instruções Normativas. A
Normatização e Procedimentos de Controle Interno, tem como objetivo
sistematizar, atualizar, racionalizar e controlar os procedimentos
administrativos da Câmara Municipal. a Instrução Normativa, deverá ser o ato
administrativo para normatização e regulamentação de procedimentos internos
de controle a serem observados por todos os servidores da Câmara e aqueles
que se relacionarem com os seus serviços. As Instruções Normativas, no
âmbito da Câmara Municipal, serão elaboradas e assinadas pelo Presidente da
Mesa Diretora em conjunto com o Servidor que responderá pelo Controle
Interno do Legislativo. O Controle Interno da Câmara manterá controle da
numeração e da atualização das Instruções Normativas publicadas, devendo
manter as atualizações com a mesma numeração original, alterando-se apenas
a data e a sequência cronológica das edições de atualização.
As alterações, atualizações e/ou revogações de quaisquer orientações
contidas nas Instruções Normativas, deverão ser solicitadas ao Controle
Interno da Câmara, mediante exposição dos fatos que sustentem as
alterações, ou nova legislação sobre o assunto. Todas as Instruções
Normativas, bem como suas atualizações ou revogações, deverão ser
enviadas, impressas ou em meio magnético ou eletrônico, a todas as Unidades
Administrativas do Poder Legislativo, que as manterão em pasta própria, para

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consultas periódicas pelos servidores da área. Ao receberem as Instruções
Normativas, os responsáveis deverão proceder a sua imediata leitura e análise,
esclarecendo possíveis dúvidas com o Controle Interno da Câmara, informando
e orientando todos os Servidores sob sua responsabilidade, quanto a sua
repercussão ou implicação nas rotinas da unidade administrativa.
Os responsáveis deverão atestar o recebimento e ciência do conteúdo
das Instruções Normativas mediante recibo próprio, a ser devolvido ao Controle
Interno da Câmara. Todas as unidades administrativas e o Controle Interno da
Câmara são solidariamente responsáveis pelo acompanhamento das
respectivas legislações pertinentes às suas atribuições e deverão propor
formalmente a imediata alteração da Instrução Normativa que regulamenta o
assunto, sempre que necessário. Ao Servidor responsável pelo Controle
Interno do Legislativo não poderá ser negado o acesso a informações
pertinentes ao objeto de sua ação por quaisquer unidades da estrutura da
Câmara, seja qual for o nível hierárquico ao qual pertencerem.
Auditoria, Fiscalização e Controle
O Controle Interno do Legislativo exercerá o controle prévio e
concomitante por meio de avaliação, fiscalização e controle, que, observando
os princípios da legalidade, legitimidade, economicidade, eficácia, eficiência,
efetividade, transparência da gestão pública, atuará diretamente nas unidades
administrativas que integram a estrutura organizacional da Câmara. O controle
a ser exercido quanto à avaliação, fiscalização e controle, não prejudica o
controle posterior a ser exercido a qualquer tempo pelo Controle Interno do
Executivo, podendo exercer procedimentos de auditoria aos atos praticados
pelo gestor do Legislativo. Em procedimento de auditoria o auditor examinará e
avaliará o desenvolvimento e execução dos atos e procedimentos
administrativos do Poder Legislativo Municipal, visando a mitigar o risco de
desconformidade com a legislação, programas e instrumentos obrigacionais,
considerando os elementos essenciais de controle da Administração Pública,
tendo suas conclusões vinculadas aos resultados da Auditoria. Nos atos de
exame e avaliação o trabalho contemplará, no mínimo:
1) análise dos atos normativos atestando sua eficácia;
2) organização e transparência dos atos de ordenação e
processamento da despesa, verificando a emissão de certificados ou parecer
de auditoria por parte do responsável pelo controle interno;
3) formalidade dos inventários e outros procedimentos de gestão de
materiais de consumo e permanente, sob responsabilidade do Legislativo;
4) levantamentos e estudos direcionados à composição de preços
que servirão de base para licitações e contratações pretendidas pelo
Legislativo;
5) projetos que envolvam a tecnologia da informação como meio
essencial para atendimento dos objetivos a serem alcançados pelo legislativo
se é conduzido por profissional habilitado;
6) proceder avaliação, em caráter consultivo, de outras questões
levantadas pelos órgãos e entidades, observadas as atribuições do cargo de
controlador;

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7) verificar a adequação de situações operacionais dos órgãos
municipais para o melhor cumprimento dos ditames legais e atendimento ao
cidadão, dentre eles o portal da transparência;
8) verificar se o controlador opina sobre matérias ou procedimentos
necessários para o cumprimento dos princípios que regem a administração
pública, promovendo capacitação e orientações escritas e quaisquer ações
necessárias ao bom funcionamento do Poder Público Municipal.
A atuação do Controle Interno da Câmara não poderá resultar em
constrangimento do poder discricionário dos gestores, salvo flagrante
descumprimento da Lei e do Direito. O produto da atuação do auditor ou do
Controle Interno será intitulado Parecer do Controle Interno. Eventual pedido de
revisão ou reconsideração do posicionamento firmado no Parecer do Controle
Interno observará os seguintes procedimentos:
1) requerimento, devidamente motivado, pelo responsável pela
unidade administrativa, endereçado ao autor do parecer contestado;
2) encaminhamento à Autoridade competente para pronunciamento
técnico, na hipótese de não acolhimento da contestação pelo Controle Interno;
3) manifestação do responsável pelo Controle Interno da Câmara em
relação à contestação, quando julgar necessário;
4) encaminhamento ao Presidente da Câmara.

Tipos de Controle Externo

1) Câmara de Vereadores

Controle Legislativo - Exercício no âmbito municipal pela Câmara de


Vereadores, dividido em Controle Político e Controle Financeiro. Controle
Político – Faz-se por meio de análise das decisões administrativas, observando
sua adequação quanto ao mérito, oportunidade e conveniência, sempre
buscando interesse público e a boa conduta do agente público.
Controle Financeiro – Tem como objetivo a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, renúncia de receitas e transparência, auxiliado
pelo TCE, I, convocações de autoridades, pedidos de informações, análise de
balanços, revisão de atos administrativos e normatizações.

2) Tribunal de Contas do Estado


A Constituição Federal concedeu aos Tribunais de Contas um rol de
poderes, dentre eles, o opinativo, o corretivo, o orientador e o fiscalizador, além
de outros dispostos no art. 31 e 71 da CF.

3) Ministério Público
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do
art. 127 da CF. O Ministério Público é o representante da sociedade, agindo
com independência em relação a qualquer autoridade ou poder, devendo
obediência somente à Constituição e às leis.

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4) Sociedade
O princípio da participação popular no controle da Administração Pública
é inerente à ideia de Estado Democrático de Direito – Conselhos e Orçamento
Participativo e etc.

Controle Interno
1) Controladoria geral;
2) Sistema de controle interno de cada poder;
3) Sistema de controle interno de cada entidade;
4) Auditoria interna.

O controle interno relaciona-se no sentido de cooperação com o controle


externo. Pode-se dizer que é ele um braço do controle externo no seio da
administração pública.

Procedimentos de Controle na Contabilidade

O objetivo principal do Serviço de Contabilidade da Câmara Municipal é


exercer o controle e o registro de todas as operações contábeis da execução
orçamentária, financeira e patrimonial, gerando relatórios exigidos pela
legislação vigente. O Controle Interno do Legislativo normatizará a guarda dos
demonstrativos contábeis que deverão ser entregues para análise e auditoria
em processo formal e eletrônico até o último dia útil do mês seguinte os
movimentos mensais, fazendo constar a assinatura do Contador demonstrando
o número do CRC, contendo os seguintes documentos contábeis:
1) demonstrativo do numerário mensal;
2) balancete da receita;
3) demonstrativo dos repasses recebidos do Executivo;
4) minuta de receita diária e sintética;
5) demonstrativo da despesa orçada com a realizada;
6) demonstrativo da despesa orçada com a liquidada;
7) demonstrativo da despesa empenhada com a quitada;
8) diário;
9) razão por conta bancária;
10) razão geral, consolidado;
11) relatório de tesouraria;
12) conciliações bancárias;
13) extratos bancários;
14) demonstrativo consolidado e individualizado por órgão da despesa
com pessoal;
15) demonstrativos patrimoniais demonstrando o registro de
incorporação e desincorporação de bens e a depreciação mensal e acumulada;
16) quaisquer outros demonstrativos ou relatórios específicos da
Contabilidade.

Controle da Tesouraria do Legislativo

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O Controle Interno do Legislativo deverá monitorar o Gerenciamento
Financeiro da Câmara, exigindo que a Tesouraria adote procedimentos
constantes de controle, dentre eles:
1) manter a escrituração diária do livro de tesouraria com fechamento
de saldos, recomendável a utilização de sistema informatizado, com
encadernação mensal ou anual, com lavratura de termo de abertura e de
encerramento;
2) manter a escrituração dos livros de contas correntes, recomendável a
utilização de sistema informatizado;
3) emitir boletim diário de caixa, recomendável a utilização de sistema
informatizado;
4) observar a programação dos repasses dos duodécimos financeiros
pelo Executivo;
5) observar que os pagamentos deverão ocorrer por meio de
transferências bancárias por meio de sistema eletrônico com emissão de
comprovantes;
6) manter controle da sequência numérica dos cheques emitidos, bem
como os cheques cancelados, quando houver a emissão desses documentos;
7) realizar pagamento somente após a aprovação dos processos de
pagamento, por autoridade competente;
8) enviar ao Presidente cópia dos comprovantes de pagamento e
confirmar assinatura digital ou cheque formal para assinatura acompanhados
dos processos de pagamento;
9) realizar conciliações bancárias periódicas;
10) guardar os token e senhas eletrônicas em lugar seguro;
11) não efetuar pagamento sem o fornecimento de recibos, nota fiscal e
quitação pelo favorecido ou sistema eletrônico;
12) emitir resumo para conferência com os comprovantes de
pagamentos emitidos no dia e posterior à contabilização;
13) manter controle de duplicatas ou outras obrigações por data de
vencimento;
14) revisar os documentos comprobatórios no que se refere a cálculos
somas e pagamentos;
15) efetuar os depósitos em tempo hábil em contas bancárias de valores
recebidos;
16) manter controle dos repasses ao Poder Legislativo e valores onde
figura como depositário;
17) não emitir ou receber cheques pré-datados ou autorizar débitos
automáticos;
18) comparar as guias de recebimentos bancários com os valores em
conta corrente, verificando se as datas são as mesmas da entrada no serviço
de finanças;
19) anexar cópia de depósito bancário junto com a documentação da
Contabilidade;
20) manter controle de informações de saldo com os controles
contábeis;
21) determinar a baixa dos débitos já quitados via sistema integrado;

22
22) conferir mensalmente se os valores lançados pela Contabilidade
correspondem
23) os efetivamente ingressados no serviço de finanças;
24) garantir a segurança das senhas de acesso a bancos e sistemas de
informatizados, disponibilizando as mesmas apenas para servidores
capacitados e responsáveis, substituindo-as periodicamente;
25) por determinação do Presidente da Câmara, efetuar a devolução de
valores de caixa a Tesouraria do Executivo quando não for utilizado para a
manutenção das funções do Legislativo;
26) fornecer informações à Contabilidade Geral do Município para efeito
de consolidação de valores;
27) elaborar a programação financeira e cronograma de execução
mensal de desembolso, bem como efetuar os devidos ajustes no decorrer da
execução orçamentária, visando a manutenção do equilíbrio orçamentário e
financeiro.

Conforme Botelho 2014, o Controle Interno da Câmara, nos termos § 3º


do art. 164 da Constituição Federal, fiscalizará a movimentação financeira da
Câmara em instituições financeiras oficiais, Bando do Brasil ou Caixa
Econômica Federal. A Tesouraria da Câmara deve seguir o limite de despesas
totais com o Poder Legislativo estabelecido pelo art. 29-A da Constituição
Federal ou o valor estipulado na Lei Orçamentária Anual - LOA, obedecendo ao
de menor valor, providenciando a devolução à tesouraria do Executivo de
valores repassados a maior ou que não sejam utilizados na manutenção do
funcionamento do órgão. O Controle Interno do Legislativo deverá fazer estudo
do detalhamento das receitas tributárias e das transferências constitucionais
previstas nos art. 153, § 5º, 158 e 159 da CF/88, que integram a base de
cálculo para a identificação do limite de repasse a Câmara Municipal, ofertando
orientação sempre que julgar necessário, nos termos do inciso VI do art. 59 da
Lei Complementar nº. 101, de 04 de maio de 2000. A Tesouraria da Câmara
deverá manter o controle do cálculo do limite de despesa com pessoal do
Poder Legislativo, considerando como base de cálculo a Receita Corrente
Líquida, nos termos do inciso I e Caput do art. 29-A da Constituição Federal,
conjugado com o disposto na alínea “a” do inciso III do art. 20 da Lei
Complementar nº. 101/00. O limite de gastos com a folha de pagamento do
Legislativo é de até 70% (setenta por cento) do valor do duodécimo financeiro
efetivamente repassado no exercício corrente pelo Poder Executivo, conforme
dispõe o § 1º do art. 29-A da Constituição Federal, que será objeto de
fiscalização mensal do Controle Interno da Câmara.

CONTROLE INTERNO E CONTROLE DE VEICULOS OFICICIAIS


DO LEGISLATIVO

Conforme Botelho 2014, a circulação de veículo oficial da Câmara


Municipal deverá ocorrer somente com a autorização concedida pelo
Presidente e obedecida o interesse público e as regras de trânsito. A
autorização se faz necessária quando o condutor não for o Presidente da
Câmara ou motorista oficial do veículo. É vedada aos Vereadores ou

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Servidores do Legislativo circular com o veículo oficial do Legislativo sem ser
conduzido por servidor ocupante do cargo de motorista no município,
ressalvados os casos emergenciais por pessoa habilitada. Os veículos
pertencentes ao Legislativo Municipal e os particulares que estejam prestando
serviços à Câmara, em regime de cessão de uso, contrato e/ou prestação de
serviço deverão possuir identificação que estão a serviço do Legislativo.
Quando ocorrer infração de Trânsito, o Controle Interno do Legislativo
identificará o infrator junto ao órgão de trânsito, para atendimento da Resolução
nº: 17/98 do Conselho Nacional de Trânsito Brasileiro – CONTRAN – e
acompanhará a pontuação individual de cada infrator; comunicando-o
formalmente quando sua pontuação atingir 10 (dez) pontos, devido às
infrações. A Câmara Municipal efetuará o recolhimento da multa aplicada ao
veículo oficial para regularizar sua documentação, devendo o Controle Interno
solicitar abertura processo administrativo de verificação da culpa da infração e
providenciar, de imediato, o ressarcimento dos valores aos cofres municipais.
O condutor infrator poderá optar pela quitação da multa diretamente à
rede bancária autorizada, mediante extrato para pagamento fornecido pelo
órgão competente. O servidor ocupante do cargo de motorista que tiver sua
Carteira Nacional de Habilitação suspensa pela primeira vez poderá, a critério
do Presidente da Câmara ser aproveitado em função correlata, enquanto durar
a suspensão. No caso da suspensão ser motivada e/ou acompanhada por falta
disciplinar grave, deverá ser instaurada a competente Sindicância
Administrativa. É expressamente proibido o transporte de pessoas ou
mercadorias estranhas à finalidade da locomoção do veículo, salvo em
situação de extrema emergência. A proibição aplica-se também a veículos
particulares que estejam prestando serviços ao Poder Legislativo Municipal, em
regime de contrato e/ou prestação de serviço. O veículo oficial da Câmara só
poderá ser utilizado em benefício do interesse público, atendendo as atividades
típicas do Legislativo, dentre elas a condução de Vereadores, Servidores e
autoridades em eventos que comprovem o bem coletivo.

MANUTENÇÃO DOS VEICULOS OFICIAIS


De acordo com Botelho 2014, o Gabinete do Presidente é o responsável
pela execução das seguintes atividades de manutenção dos veículos:
1) planejar as atividades de transporte e utilização dos veículos
oficiais do Poder Legislativo;
2) promover a conservação dos veículos da Câmara, fiscalizando a
utilização adequada em benefício do serviço público;
3) promover a aquisição de peças e materiais para a conservação
dos veículos do Poder Legislativo;
4) manter os veículos da Câmara em condições de uso para pronto
funcionamento;
5) efetuar a guarda, o abastecimento e conservação dos veículos em
locais pré-definidos pelo Presidente;
6) manter controle de reposição de peças, fornecimento de pneus,
consumo de combustíveis e lubrificantes, manutenção e conservação dos
veículos;

24
7) realizar inspeção periódica dos veículos verificando seu estado de
conservação, providenciando os reparos que forem necessários;
8) solicitar reparos mediante a elaboração de termo de referência
para a licitação de peças e serviços destinadas aos veículos da Câmara;
9) após concluída a licitação determinar a execução de reparos nos
veículos;
10) solicitar e recomendar a recuperação de peças que possam ser
reutilizadas e serviços de tornearia;
11) fiscalizar e atestar os serviços de mecânica e reposição de peças
de acordo com a licitação;
12) solicitar, mediante termo de referência, a licitação de serviços de
reparos mecânicos, alinhamento e balanceamento e de funilaria dos veículos
do Legislativo;
13) zelar pela pintura, acessórios, seguros e regularização de
documentos dos veículos, fazendo constar cópia de laudos e documentos
obrigatórios nos arquivos do Controle Interno;
14) criar calendário de revisão e manutenção dos veículos, mantendo
as revisões conforme exigência do manual do fabricante;
15) denunciar ao Controle Interno a má utilização de veículos, para a
devida instauração de processo administrativo disciplinar;
16) verificar o recolhimento nas dependências da Câmara ou outro
local previamente definido pelo Presidente de todos os veículos quando não
estiverem em serviços ou em manutenção;
17) prestar informações ao Servidor responsável para alimentar o
sistema informatizado de controle de frota com os dados necessários.

A Secretaria Geral da Câmara é responsável pela observação o


cumprimento das seguintes atribuições:
1) organizar, supervisionar, controlar e orientar as atividades de
abastecimento, lavagem lubrificação, manutenção e reparos nos veículos da
Câmara;
2) promover controle e elaborar relatório periódico relativo ao
consumo de combustível, peças e lubrificantes, despesa de manutenção e
depreciação dos veículos da Câmara;
3) organizar e manter atualizado o cadastro dos veículos
providenciando a regularização dos documentos de licenciamento;
4) supervisionar, controlar e orientar os serviços de manutenção dos
veículos, concernentes à manutenção preventiva, conservação e manutenção
periódica;
5) administrar e coordenar as atividades dos motoristas, solicitar
treinamentos quando for necessário;
6) promover assistência a ocorrência com veículos da Câmara,
relativos a acidentes e outros, solicitando apuração de culpa e indenização;
7) fiscalizar e efetuar o acompanhamento de serviços de locação de
veículos realizando medições, conferindo faturas, fazendo observar
cronogramas e cláusulas contratuais.

25
CONTROLE INTERNO E RESPONSABILIDADE DOS
CONDUTORES

Segundo Botelho 2104, o Controle Interno da Câmara fiscalizará os


condutores observando rigorosamente o as normas de trânsito e normas para a
utilização dos veículos do Poder Legislativo:
1) realizar cadastro de todos os veículos pertencentes à Câmara e
elaborar mapas unitários de quilometragem, consumo de combustível e gastos
com a reposição de peças e consertos dos veículos, controle esse sujeito a
fechamento periódico mensal, conforme modelo que integra essa Instrução
Normativa;
2) confecção de mapa de bordo individuais de veículos permitindo
comparação de desempenho e análise de desvios, preferencialmente por
sistema informatizado;
3) conservar, controlar e distribuir os veículos de acordo com as
necessidades e as disponibilidades;
4) proceder levantamento mensal do quadro demonstrativo, por
veículo dos gastos com combustível, lubrificantes e peças utilizadas para
apreciação do Controle Interno, conforme modelo sugerido;
5) exigir que os veículos sejam estacionados em local definido pela
autoridade competente e que estejam limpo e em condições adequadas de
higiene e segurança, verificando os equipamentos obrigatórios conforme
legislação de trânsito;
6) autorizar o abastecimento dos veículos, conforme modelo
sugerido pelo Controle Interno e certificar a prática correta do abastecimento;
7) programar e acompanhar as manutenções periódicas dos
veículos, mantendo uma agenda prévia e definir escala de motoristas a serem
redirecionados para outras atividades afins, quando for o caso;
8) autorizar a utilização dos veículos somente no interesse do
serviço público, fiscalizando o fiel cumprimento das autorizações;
9) manter termo de conferência dos acessórios e ferramentas
obrigatórias, indicando data de vencimento do extintor de incêndio;
10) conferir as peças substituídas nos veículos, bem como verificar se
as peças de reposição possuem controle de qualidade, conforme exigido em
edital de licitação.

CONTROLE INTERNO E A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS

Conforme Botelho 2014, o Controle Interno disciplinará por meio de


Instrução Normativa a atuação da área de recursos humanos, estabelecendo
procedimentos relacionados às suas atividades diárias, dentre elas:
1) confeccionar pasta funcional dos servidores, constando todas as
informações necessárias para o preenchimento do cadastro eletrônico, tais
como:
2) endereço atualizado;
3) foto recente;
4) certidão de filhos e certidão de casamento (quando casado);
5) declaração de aptidões para trabalhos específicos;

26
6) formação de escolaridade, comprovação de graduação, pós-
graduação e outros (quando exigido);
7) ato administrativo de posse, ou contrato quando for o caso;
8) ato de nomeação inclusive quando em ocupação de outras
funções (CPL, pregoeiro, Conselhos municipais e etc);
9) certificado de avaliação de desempenho;
10) cópia de documentos pessoais (CPF, cédula de identidade, CNH,
título de eleitor, carteira de tipo sanguíneo, PIS/PASEP e comprovante de
residência);
11) certificado de avaliação de desempenho;
12) cópia de documentos pessoais (CPF, cédula de identidade, CNH,
título de eleitor, carteira de tipo sanguíneo, PIS/PASEP e comprovante de
residência);
13) ficha financeira gerada eletronicamente;
14) comprovante de existência de conta bancária (conta salário) em
estabelecimento definido pela administração.
15) manter controle mensal das contribuições ao regime
previdenciário, arquivando em pasta individuais as GEFIP‟s, RAIS e outros
documentos que comprovam sua regularidade;
16) manter controle de admissão e demissão dos servidores, fazendo
publicar a lista dos aprovados e os convocados de forma cronológica colhendo
assinatura do Controle Interno no ato de convocação;
17) manter a ficha financeira individualizada e atualizada de cada
servidor, por meio eletrônico ou manual, com geração de cópia destinada ao
favorecido que deverá ser entregue anexo ao último contracheque de cada
ano;
18) manter lista de controle de contratações temporárias mediante
processo de seleção simplificada, demonstrando vigência do contrato,
aditamentos e acúmulos de cargos na administração;
19) manter controle de assiduidade e pontualidade dos servidores,
emitindo relatórios regulares do volume de faltas e atrasos apontados nas
apurações de frequência;
20) para comprovar o cumprimento do disposto no inciso anterior, a
Área de Recursos Humanos, exigirá das chefias, expedição de certidão do
efetivo exercício dos servidores nas funções que foram designados sob suas
responsabilidades;
21) manter controle sobre a lotação do pessoal em seus setores
específicos, fornecendo formulários específicos e colhendo assinatura das
partes interessadas;
22) manter controle e acompanhamento de aposentadorias em todas
as suas fases, apontando calendário com antecedência mínima de um ano,
para possível promoção de concurso público para substituição de servidor;
23) manter controle de afastamento de servidores em gozo de
benefício previdenciário, encaminhando os servidores com benefício superior a
15 dias para o Regime Geral de Previdência pertinente;
24) manter controle das exigências contidas em Instruções
Normativas do TCE, repassadas pelo Controlador Geral;
25) acompanhar o sistema de avaliação periódica do Servidor
Público nos termos do inciso III, § 1º do art. 41 da Constituição Federal e de
acordo com a legislação municipal;

27
26) incentivar a implantação de programa de reciclagem e
capacitação permanente do servidor público, objetivando a profissionalização,
em conjunto com os demais setores da administração;
27) manter controle da folha dos agentes políticos (Vereadores) em
pastas separadas, fazendo juntar na pasta os atos de fixação dos respectivos
subsídios;
28) controlar as despesas com pessoal, alertando o Controle Interno
quando atingir 95% do limite permitido, nos termos da Lei Complementar nº.
101/2000;
29) manter controle sobre passivo trabalhista, tais como INSS, FGTS,
Precatórios e outros ou atestar sua inexistência;
30) prestar informações ao Controle Interno referentes às
irregularidades verificadas no setor, alertando sobre os riscos e indicando as
medidas que deverão ser adotadas previamente;  foto recente;
31) calcular e emitir as respectivas guias de encargos da folha de
pagamentos dentro dos prazos estabelecidos, encaminhando-as
tempestivamente à Contabilidade;
32) informar a área de Contabilidade quaisquer ações ocorridas ou a
ocorrer que possam afetar expressivamente o volume de despesas com
pessoal, fazendo demonstrativos da elevação dos gastos através de gráficos,
ou outros instrumentos gerenciais;
33) adotar como medida de segurança a realização de backup
regulares dos dados informatizados, providenciar e manter cópia, em registro
magnético ou eletrônico, de todos os dados cadastrais dos servidores da
administração, em lugar seguro, fora das dependências da área, inclusive uma
cópia em local seguro fora das dependências do prédio da Câmara;
34) providenciar apropriação, cálculo e solicitação de pagamento dos
encargos trabalhistas e previdenciários incidentes sobre a folha de
pagamentos, dentro dos prazos estabelecidos pela legislação competente;
35) elaborar e administrar o quadro anual de férias dos servidores,
emitindo relatórios financeiros para fluxo de caixa da Tesouraria.

Ainda, conforme Botelho 2014, a área de Recursos Humanos definirá


em conjunto com as demais unidades administrativas da Câmara a data limite
para entrega dos controles de pontos para processamento da folha de
pagamento. A data prevista para o pagamento de servidores é até o 5º dia útil
do mês seguinte ao mês de referência, podendo os pagamentos ser alternados
em benefício do serviço público. Todas as inclusões e exclusões de verbas
remuneratórias, devem ser aprovadas pelo Presidente da Câmara, assinando
sempre em conjunto com o responsável pela elaboração da folha de
pagamentos, mantendo toda a documentação comprobatória da legalidade das
inclusões ou exclusões, arquivada em pasta própria e identificada pelo mês de
referência. Horas extras somente serão pagas quando previamente autorizadas
pelo Presidente e formalmente informadas a Área de Recursos Humanos pelo
Secretário Geral da Casa, sendo responsabilidade da chefia imediata justificar
e arquivar comprovação dos trabalhos desenvolvidos e quantidade de horas
trabalhadas. As faltas não justificadas, atrasos e outras ocorrências no mês,
serão informados na apuração de frequência (modelo próprio – anexo VI desta
Instrução) e enviados à Secretaria Geral da Câmara até o 10º dia útil do mês
seguinte, quando serão processados e lançados na folha de pagamentos.

28
Deverá ser elaborado controle eficiente, preferencialmente eletrônico,
dos encerramentos de contratos administrativos, visando evitar que faltas
ocorridas durante a vigência do contrato não possam ser descontadas antes de
seu encerramento. Na ocorrência de faltas, outros descontos ou pagamentos
indevidos que não possam ser retidos na próxima folha de pagamentos,
deverão ser adotados os seguintes procedimentos:
1) comandar o lançamento do valor a débito na conta de salário do
contratado ou servidor;
2) notificar o contratado ou servidor do débito existente, orientando-
o a restituí-lo no prazo de 24 horas, sob pena de processo administrativo;
3) solicitar a contabilização do valor na conta “Diversos
Responsáveis” para posterior lançamento em dívida ativa municipal e
providências jurídicas para restituição;
4) quando for verificada a falta da apuração de frequência mensal,
no prazo estabelecido acima, poderá ser considerada “frequência normal” para
todos os servidores do Legislativo em atraso, ficando seus chefes responsáveis
por possíveis prejuízos ao erário, devendo ser notificados sobre o atraso, com
envio de cópia da notificação ao Controle Interno.
CONTROLE INTERNO DE FREQUÊNCIA
É obrigatória a marcação diária de ponto eletrônico ou assinatura em
livro ou folha de presença, a todos os servidores do Legislativo, exceto para os
ocupantes de cargos de chefia com dedicação exclusiva, assessoria e agentes
políticos. Quando não for possível implantar o ponto eletrônico, fica
estabelecido que o livro ou folhas de frequência fiquem sobre a mesa do chefe
imediato do servidor ou do Secretário Geral, onde deverão ser assinados
diariamente, devendo ser guardados 15 minutos após o início do expediente e
15 após o encerramento. A Área de Recursos Humanos deverá proceder aos
descontos das faltas ocorridas, atrasos e outros, impreterivelmente no mês
seguinte às ocorrências, mediante a apresentação do mapa de frequência.
Quando ocorrerem constantes faltas, atrasos ou saídas durante o horário de
trabalho, sem justificativa, fica determinado aos chefes imediatos, que apliquem
as penas previstas na legislação, encaminhando cópia a Área de Recursos
Humanos para arquivamento na pasta funcional (Botelho 2014).
CONTROLE INTERNO NAS LICITAÇÕES

Lei Federal nº. 8.666/93: Art.102. Quando em autos ou documentos


de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou
Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema
de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos
crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e
os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. (art. 89 ao 99
da Lei de Licitações).
Art.113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas
competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados
da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e
29
regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem
prejuízo do sistema de controle interno nela previsto. .......................... § 2º Os
Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno
poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de
recebimento das propostas, cópia do edital de licitação já publicado, obrigando-
se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas
corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.
Art.116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios,
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e
entidades da Administração. § 3º. As parcelas do convênio serão liberadas em
estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a
seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das
impropriedades ocorrentes: I - quando não tiver havido comprovação da boa e
regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação
aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados
periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo
órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública;
Conjugado com o § 2o do art.116 da Lei Federal nº. 8.666/93 aplica-se o
disposto na Lei Federal nº. 9.452/97. Art. 116. (...). ............................ § 2º.
Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo
à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva. Lei Federal nº.
9.452, de 20 de março de 1997 ................ Art. 1º. Os órgãos e entidades da
administração federal direta e as autarquias, fundações públicas, empresas
públicas e sociedades de economia mistas federais notificarão as respectivas
Câmaras Municipais da liberação de recursos financeiros que tenham
efetuado, a qualquer título, para os Municípios, no prazo de dois dias úteis,
contando da data da liberação. Art. 2º. A prefeitura do Município beneficiário da
liberação de recursos, de que trata o art. 1º desta Lei, notificará os partidos
políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais, com
sede no Município, da respectiva liberação, no prazo de dois dias úteis,
contando da data de recebimento dos recursos. (Botelho 2014).

CONTROLES INTERNOS DOS CONTRATOS


ADMINISTRATIVOS.
É importante para o Administrador público desenvolver mecanismos
que visem o acompanhamento dos contratos porque assim, ele não apenas
resguardará o interesse público, mas também, a si próprio. Além da cautela
com a regularidade do procedimento licitatório, mais adiante ele irá deparar
com três pontos vulneráveis: a) gestão do contrato; b) fiscalização do contrato;
c) o controle do recebimento do objeto. Aqui, o aspecto que se quer detalhar é
a fiscalização do contrato. Assim, na sequência: 1. houve a requisição do
objeto (que tem que ser bem descrito); 2. procedeu-se à licitação (que precisa
ser conduzida com atendimento aos requisitos formais); 3. celebrou-se o
contrato. Agora, o contrato será executado. E, após a sua conclusão, haverá o
recebimento do objeto - que é uma linha de risco, tanto para o administrador
que não nomeia quem vai receber (ou escolhe mal); e para quem recebe a
tarefa e não a executa com segurança e cautela. Entre o contrato e o
recebimento, dá-se a execução. E a esse respeito impõe o art. 67 de Lei nº
8.666/93: “A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por
30
um representante da Administração especialmente designado “...Do mesmo
modo, o legislador estabeleceu (art. 68 da mesma lei) que o contratado
também tenha um representante – o preposto – que é a pessoa de contrato a
quem a Administração irá se reportar, quando necessário. Não se deve
confundir gestão com fiscalização de contrato. A gestão é o serviço geral de
gerenciamento de todos os contratos; a fiscalização é pontual. Ela é exercida
necessariamente por um representante da Administração, especialmente
designado, como exige a lei, que cuidará pontualmente de cada contrato.
Desdobrando o texto do art. 67 da Lei nº 8.666, observa-se que o legislador
usou tom imperativo na frase “ A execução do contrato deverá ser ...” impondo,
com isto , uma obrigação, um dever. Igualmente, não limitou o dispositivo a
alguns contratos, mas sim, generalizou estendendo a obrigação a todos os
contratos sejam de obras ou aqueles que não se esgotam em um único ato,
como entrega de um produto pré-fabricado. Quando o produto for executado a
partir do contrato, a Administração acompanhará a fase de produção para
conferir o atendimento das especificações contratuais e o padrão de qualidade.
No mínimo por amostragem, examinará o objeto. “...acompanhada e
fiscalizada...” aqui o legislador conferiu ao representante da Administração,
duas atribuições. (Botelho 2014).
Acompanhar significa estar ao lado, isto é, presenciar o andamento dos
trabalhos na fase de execução. Assim, o fiscal deverá montar um cronograma,
um método, um sistema, de sorte a marcar presença, em momentos certos,
junto à obra, serviço, ou linha de produção. Fiscalizar tem o sentido de fazer
diligências junto ao preposto do contratado, recomendar medidas saneadoras,
proceder os devidos registros e comunicar aos gestores os casos de infração,
suscetíveis de aplicação de pena pecuniária ou de rescisão contratual. “por um
representante da Administração...” existem órgãos que instituem comissão para
fiscalizar. Não foi isso o que quis o legislador. Ele estabeleceu que a
fiscalização será efetuada por um representante da Administração (não são
duas pessoas, não é uma comissão, muito menos um setor, um departamento).
A designação, portanto, deverá recair sobre um servidor, estável ou
comissionado, ou empregado público. “...especialmente designado...” aqui o
legislador ordenou que cada contrato tivesse um fiscal específico. Por isso
usou “especialmente”. O fiscal recebe nomeação especial para um contrato
certo. Isso não impede que um mesmo funcionário seja nomeado fiscal de dois,
três, dez contratos. Mas, para cada um, receberá designação especial (Botelho
2014).

SEGREGAÇÃO DOS PODERES


Conforme Botelho 2014, a segregação dos poderes, tem como
finalidade que não ocorra interferência nas ações um do outro. Ou seja, que o
Poder Legislativo não atue dentro do Poder Executivo, assim acabam criando
sérias dúvidas se o sucesso de alguns é competência ou uso dá máquina
pública. A segregação de funções consiste na separação entre as funções de
cada poder. Resumidamente são:
1 - Poder Legislativo - A Função Legislativa consiste na produção
jurídica primária, elaboração das leis que regulam as relações em sociedade.

31
2 - Poder Executivo - A Função Administrativa consiste na realização
de atos concretos para atender as necessidades coletivas.
3 - Poder Judiciário - A Função Jurisdicional consiste na solução de
conflitos e aplicação coativa das leis.
Nos Municípios brasileiros atuam de forma harmônica e independente
os Poderes Legislativo e Executivo.

FUNÇÕES DA CÂMARA DE VEREADORES

De acordo com a Constituição Federal de 1988, são funções da


Câmara de Vereadores:
a) Legislar (art.29 e 30 CF);
- Aprovação de Leis Ordinárias e Complementares;
- Resoluções;
- Decretos Legislativos;
- Transformação de Medidas Provisórias em Leis (não aplicável);
- Emendas a Lei Orgânica.

b) Fiscalizar e Julgar (§ 1º ao 4º do art.31 CF – § 2º do art. 74) -


acompanhamento regular e permanente dos atos da Administração, através de:
- Requerimento de Informações;
- Convocação de Servidores para esclarecer dúvidas;
- Tomar depoimento de pessoas estranhas ao Governo Municipal para
esclarecer situações que ensejam dúvidas;
- Formação de Comissões para apuração de fatos.

Órgãos Auxiliares na Função de Fiscalizar


- Tribunal de Contas do Estado;
- Sistema de Controle Interno do Executivo;
- Ministério Público;
- Comissão Especial de Inquérito;
- Sociedade organizada.

c) Assessorar ou Colaborar com o Executivo


• Moções (proposta apresentada numa assembleia deliberativa);
• Requerimentos (pedir informações por meio escrito);
• Indicações sugestões a outro Poder (nos termos regimentais).

d) Função Administrativa - (funcionamento interno IV art.51 e XIII art.


52 CF) - a função administrativa da Câmara é restrita à sua organização interna
e envolve:
- Definir sua estrutura administrativa através de Resolução;
- Aprovar o seu quadro de pessoal através de Lei;

32
- Composição da Mesa Diretora e das Comissões, conforme LOM e
Regimento Interno;
- Elaboração do Regimento Interno - Resolução;
- Despesas com sua Gestão Interna, conforme sua estrutura;
- Pagamento dos Subsídios dos Vereadores;
- Pagamento da folha dos Servidores.
- Controlar e zelar do patrimônio público colocado sob sua
responsabilidade.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA CÂMARA MUNICIPAL


A estrutura administrativa do Legislativo é criada por resolução e não
cria cargos, somente as unidades administrativas e suas atribuições. Os cargos
e vencimentos devem ser criados por lei de iniciativa da Mesa Diretora nos
termos do inciso IV do art. 51 da Constituição Federal, por analogia.
Analogia significa julgar pelas semelhanças dos fatos, ou seja, usando
essa lógica no direito seria o mesmo que aplicar a norma existente no
ordenamento jurídico a um caso não previsto na norma jurídica, desde que eles
guardem semelhanças reais.
Aprovação do plano de cargos, carreiras e vencimentos do Poder
Legislativo Municipal bem como sua alteração, deve proceder mediante Lei
específica, conforme determina o inciso X de art. 37 da Constituição Federal.

CONTROLE INTERNO NO LEGISLATIVO MUNICIPAL


Conforme Botelho 2014, por força do disposto no art. 31 da
Constituição Federal, é imperativo destacar que no âmbito municipal, diferente
as demais esferas de governo, o sistema de controle interno é único,
abrangendo, portanto os Poderes Legislativos e Executivos, sendo este último
o responsável pela sua atuação. Embora integrantes do Sistema de Controle
Interno do ente respectivo, instituído por um único comando legal, os Poderes
Executivo e Legislativo, deverão constituir a sua própria unidade de Controle
Interno podendo, a critério do poder ou órgão, ser constituída com o status
acima de secretaria. É obrigatória a existência de controle interno no Poder
Legislativo, sendo o mesmo integrante da Controladoria Geral do Município,
inclusive prestando contas dos atos praticados pelos responsáveis à unidade
de Controle Interno do Poder Executivo.
A integração entre os poderes, referida no texto constitucional sobre o
sistema de controle interno, não envolve subordinação de um ao outro, mas a
harmonia, obediência a um único comando legal que instituiu e os relatórios de
controle interno envolvendo todos os poderes e suas unidades.

DESPESAS DA CÂMARA MUNICIPAL.


Conforme Botelho 2014, com base na Portaria do STN nº. 339/2001,
as despesas deverão ser empenhadas e realizadas na unidade responsável

33
pela execução do objeto do gasto, mediante alocação direta da dotação ou por
meio de descentralização de créditos entre órgãos e/ou entidades executoras.
Ou seja, por meio de sistema integrado. O empenho da despesa orçamentária
será emitido somente pelo órgão ou entidade beneficiária da despesa,
responsável pela aplicação dos recursos, ficando eliminado o empenho na
modalidade de transferências intragovernamentais. Os fases da despesa da
Câmara obedecerá o disposto na legislação em especial a Lei Federal nº.
4.420/64, sendo as seguintes fases: fixação, programação, licitação, empenho,
liquidação, suprimento, pagamento.

FÉRIAS E 13º SALÁRIO PARA OS AGENTES POLITICOS


Conforme Botelho 2014, a jurisprudência já garantiu aos Prefeitos,
Vice-Prefeitos, Secretários Municipais e Vereadores o direito de perceber mais
um subsídio em dezembro a título de 13º, bem como o pagamento de 1/3 de
seus subsídios quando da entrada em gozo de férias. No entanto, faz-se
necessário que exista Lei Municipal, coerente ao direito de todos os Agentes
Políticos Municipais, criada na legislatura anterior, antes das eleições
municipais.
Ao nosso juízo, entendemos que não é possível o recebimento de
“gratificação natalina” ou “13º salário” pelos Vereadores. Admitimos que nosso
entendimento é quase isolado, considerando que doutrinadores e legisladores
insistem em demonstrar amparo legal no ordenamento jurídico.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO VEREADOR


Conforme Botelho 2014, o recolhimento de contribuição previdenciária
de vereadores em mandato eletivo é obrigatória. A Lei nº 10.887, de 18 de
junho de 2004, que acrescentou a alínea “j”, no inciso I, do art. 12, da Lei nº
8.212/91, a qual suprimiu a inconstitucionalidade anteriormente declarada e,
consequentemente, ficou considerado segurado obrigatório, o exercente de
mandato eletivo, desde que não vinculado a regime próprio de previdência
social é contribuinte para o Regime Geral de Previdência.

TRANSPARÊNCIA PÚBLICA
Conforme Botelho 2014, a Câmara Municipal tem a obrigação legal de
implantar o Serviço de Informações ao Cidadão, que permitirá o acesso à
informação e à aplicação da Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de
2011, observando as disposições constitucionais, legais e regimentais vigentes,
até que seja editada a legislação específica a que se refere o art. 45, da
referida Lei Federal. O acesso à informação deverá ser franqueado ao
interessado, mesmo que este não mencione a Lei Federal nº. 12.527, de 18 de
novembro de 2011, para fundamentar seu requerimento. As informações em
versões simplificadas e resumidas serão disponibilizadas em site oficial da
Câmara, contendo:

34
As informações em versões simplificadas e resumidas serão
disponibilizadas em site oficial da Câmara, contendo:
1 – Montante das transferências recebidas do Executivo Municipal nos
termos do art. 29-A da Constituição da República;
2 – Relatório resumido da execução orçamentária bimestralmente
exigíveis pela Lei de Responsabilidade Fiscal;
3 – Relatório de Gestão Fiscal semestralmente exigível pela Lei de
Responsabilidade Fiscal;
4 – Balanço das conas do Poder Legislativo, notas explicativas, parecer
prévio e demais demonstrativos que comprovam a execução orçamentária,
para atender o interesse público nas informações;
5 – Os orçamentos (PPA, LDO e LOA) e os respectivos anexos e a
metodologia de cálculo utilizada;
6 – Os resumos dos instrumentos de contrato e seus aditivos e as
comunicações ratificadas pela autoridade superior conforme dispõe o caput do
art. 26, parágrafo único do art.61, § 3º do art. 62, arts. 116, 117, 119, 123 e 124
de Lei Federal 8.666, de 21 de junho de 1993;
7 – Relação mensal de todas a as compras feitas pela Câmara por
meio de licitação pública, nos termos do art. 16 da Lei Federal 8.666, de 21 de
junho de 1993;
8 – As informações sobre a realização da despesa pública, contendo:
número do empenho, exercício financeiro, pessoa física ou jurídica beneficiária
do empenho, fase da despesa (empenho, liquidação ou pagamento), fontes de
recursos utilizado para pagamento, natureza da despesas, etc).
O site oficial da Câmara deverá conter na sua página principal aba
exclusiva para o Portal da Transparência Municipal, denominado
“transparência” e “controle interno da câmara, contendo acesso às informações
regulamentadas dessa Instrução Normativa. O Portal da Transparência da
Câmara será vinculado ao site oficial do Município, garantirá ao cidadão
ferramentas para acompanhar informações atualizadas sobre a execução do
orçamento, sobre transferências de recursos, sobre empenhos, sobre as Leis
Orçamentárias e programas de governo e link exclusivo para solicitação
de informação. Obrigatoriamente o site indicará nome e telefone dos servidores
responsáveis para atender e orientar o público quanto ao acesso a informações
públicas e conterá orientações sobre:
a) a tramitação de documentos nas unidades administrativas da
Câmara;
b) a forma correta de protocolizar documentos e requerimentos de
acesso a informações e de acompanhamento eletrônico sobre a sua
tramitação;

DIFERENÇA ENTRE PRESTAÇÃO DE CONTAS E ATOS DE


GESTÃO

35
Conforme Botelho 2014, na prestação de contas o Tribunal de Contas
emite parecer prévio analisando os balanços e demonstrações contábeis,
conforme a execução orçamentária, financeira, patrimonial e o atingimento de
índices constitucionais. Os atos de gestão são procedimentos administrativos
autorizados pelo gestor, pelo quais ele responde, sendo obrigatória a
comprovação da legalidade, legitimidade, eficiência e eficácia da aplicação do
dinheiro público, como por exemplo, a contratação de uma despesa ou a
renúncia de uma receita, caso isso fica comprovado não cabe ao julgamento da
câmara ou do Tribunal de Contas, mas da justiça comum, por meio de
representação de qualquer cidadão, Ministério Público e outras formas prevista
na legislação.

SIM – Sistema de Informações Municipais

O Sistema de Informação Municipal – Acompanhamento Mensal – criado


em 2001 pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem o objetivo de
possibilitar aos Municípios do Estado de apresentarem informações das contas
municipais, envolvendo os diversos setores que compõem a administração
pública. O sistema de informação para a gestão pública é de extrema
importância, pois permite ao Tribunal de Contas o acompanhamento mensal
dos gastos públicos, com dados contábeis, patrimoniais, administrativos,
orçamentários, atos de pessoal, licitatórios e obras públicas. O Módulo Obras
Públicas, através de informações inseridas no sistema, permite avaliar as obras
públicas existentes nos municípios, do processo licitatório a conclusão da obra.
Outros sistemas foram criados com o objetivo de monitorar as obras públicas
voltadas para a área da educação, o Sistema Integrado de Planejamento,
Orçamento e Finanças do Ministério da Educação (SIMEC), e, as obras
voltadas para a área da saúde, o Sistema de Monitoramento de Obras
(SISMOB). O objetivo deste trabalho foi analisar os sistemas de informações,
SIM-AM / TCE-PR, SIMEC e SISMOB, de modo a avaliar as vantagens,
desvantagens e eficácia de cada um.
Visando dar agilidade ao processo de preparação dos dados e de
sistematização na coleta de informações necessárias ao exercício do controle
externo na área municipal, o Tribunal de Contas, por meio do Sistema de
Informações Municipais - SIM, deu um importante passo para a modernização
da análise das contas públicas municipais
Todas estas informações irão compor a Prestação de Contas Anual do
exercício financeiro correspondente, subsidiando a análise dos demais
sistemas de controle externo implementados pelo Tribunal de Contas.
Configura-se o SIM num amplo instrumento de planejamento para a realização
de programas de auditorias.
A implementação do Sistema estimula as administrações municipais
para que exerçam suas atividades de forma racional, ordenada, honesta,
equilibrada e regular sob a égide dos princípios de Administração da
legalidade, legitimidade e publicidade, constituindo-se, ainda, em eficiente
mecanismo auxiliar às atividades de Controle Interno.

36
SIM – AP – SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS - ATOS
DE PESSOAL
O Sistema é estruturado para recepcionar e processar as seguintes
informações:

Unidades de Lotação
Estrutura básica onde se dá a lotação ou o vínculo com a administração
pública (ainda que na situação de inatividade, quando o Município tiver regime
Próprio de previdência social).

Cargos
Cadastro dos cargos/empregos e das classes/referências de cada
carreira da entidade municipal.

Servidores
Cadastro de dados pessoais de detentores de cargos efetivos,
temporários e comissionados da entidade municipal.

Agentes Políticos
Registro de dados pessoais e do mandato dos ocupantes dos cargos
de prefeito, vice-prefeito, secretários municipais, vereadores e presidente da
Câmara.

Conselheiros
Dados pessoais dos conselheiros tutelares.

Estagiários
Dados pessoais dos estagiários.
Aposentados
Dados pessoais dos servidores aposentados quando o Município possui
Regime Próprio de Previdência Social.
Pensionistas
Dados pessoais dos pensionistas quando o Município possui Regime
Próprio de Previdência Social.
Veículos de Publicação
Cadastro dos veículos de comunicação utilizados pela entidade
municipal para a publicação de seus atos.
Vantagens
Cadastro das vantagens percebidas pelos servidores/funcionários,
inativos, agentes políticos, conselheiros tutelares e estagiários.

PAGAMENTOS
Ativos: Informações extraídas das folhas de pagamento normais ou

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especiais, para servidores, funcionários, agentes políticos, conselheiros e
estagiários.
Inativos, Pensionistas e Licenciados: Informações relativas aos
desembolsos de aposentadorias, pensões e benefícios previdenciários, para
inativos, pensionistas e licenciados.

ATOS E REGISTROS FUNCIONAIS

Movimentação de Pessoal
Informações das alterações de situação funcional dos servidores,
empregados, comissionados, inativos, pensionistas, agentes políticos e de
membros de Conselhos.

Legislação de Pessoal
Atos de criação de cargos ou empregos e alterações correspondentes,
de atribuição de vantagens e da criação do vínculo, de portarias ou decretos de
nomeação, exoneração ou demissão.

Editais
Editais de contratação a qualquer título, inclusive por prazo
determinado. 

SIM-AM - SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS –


ACOMPANHAMENTO MENSAL
Sistema é estruturado para recepcionar e processar as seguintes
informações: 
Planejamento
Informações do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias,
do Plano Municipal de Saúde e do Plano Municipal FMCA.

Contábil, orçamentário e financeiro


Execução da despesa (empenhos), arrecadados e contabilidade
financeira e patrimonial.

Patrimônio
Cadastro de Bens e suas movimentações.

Licitações
Participantes e vencedores de todas as licitações. Anotação das
despesas de licitação.

Contratos
Contratos com empresas e profissionais liberais celebrados em função
das licitações.

Convênios e auxílios

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Receita e despesa (empenhos) de todos os recursos transferidos pela
União e o Estado a título de convênios e auxílios.

Obras públicas
Acompanhamento da realização das obras municipais, seus contratos
e licitações.

Lei de Responsabilidade Fiscal


Informações sobre o cumprimento da lei federal. Emissão de relatórios
de gestão fiscal e execução orçamentária. Controle do limite da despesa com
pessoal e da dívida consolidada.

Dados Estatísticos
Informações sobre o quadro de pessoal e frota de veículos. Contém
dados sobre a oferta de equipamentos de saúde no município.
Controle Interno
Cadastro de Veículos e Equipamentos, consumo de combustível,
quilometragem percorrida e horas máquinas trabalhadas.

Aplicação dos dados do Sistema SIM-AM


- Análise de Gestão Fiscal.
- Verificação dos Limites de Despesa de Pessoal, Dívida Consolidada e
Operações de Crédito.
- Apuração de Resultado Primário e Resultado Nominal
- Emissão Automática de Certidão Liberatória
- Apuração dos Índices de Educação e Saúde
- Análise de Prestação de Contas Anual
- Portal de Controle Social
- Projeto Transparência
- Convênio com a RFB
Nas prestações de contas dos municípios, antes do desenvolvimentos
de tecnologias de informação, segundo Buligon (2011) os documentos eram
enviados ao TCE/PR em numerosas caixas o que demandava vários anos para
que as prestações de contas fossem analisadas, e, por esta necessidade, foi
idealizada o SIM-AM como forma de agilizar os pareceres proferidos pelo
tribunal, permitindo que o TCE/PR possa analisar em tempo real as contas
públicas, com “críticas que fazem a verificação formal quanto à estrutura e
integridade das informações, críticas qualitativas da informação e verificação
imediata de distorções e erros” (BULIGON, 2011, p.10).
Após os anos 2000, com a aprovação da Lei de Responsabilidade
Fiscal – LRF - em 4 de Maio de 2000, as ações do TCE/PR devem se adequar
às novas exigências impostas a partir de novos princípios de controle. Assim,
em 2001 o TCE/PR lança o Sistema de Informações Municipais para o envio,
através de via magnética, das informações exigidas pela LRF.

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Conforme João Henrique Mildenberger, o SIM AM AP, é a ferramenta
na qual todas as informações dos atos de uma entidade chega ao Tribunal de
Contas do Estado. Para o encerramento do exercício deve ser observado o
seguinte: Ele é a base principal para a formulação do processo de Prestação
de Contas Anual. Seus dados corretos, são de suma importância para evitar
transtornos na análise das contas Públicas. Quais pontos devem ser
observados com base nas instruções exercícios anteriores Todos sabemos que
o Tribunal de Contas emite o escopo da análise das contas no final do mês de
janeiro ou início de fevereiro do ano seguinte ao exercício a ser analisado.
Existem muitas variações de itens obrigatórios para análise não sendo um
padrão, ou seja todos anos existem mudanças. O fato de não termos
antecipadamente os itens de análise, dificulta a aprovação das contas caso o
SIM AM já esteja encerrado. Para tanto antes de enviar o último mês do SIM
AM, orienta-se aguardar que seja disponibilizada na página do Tribunal a
instrução normativa referente ao escopo das contas do exercício.
O procedimento principal para que seja evitado transtornos é o
acompanhamento diário do trabalho e o encaminhamento do SIM AM nos
prazos estabelecidos pelo TCE. O atraso no envio e o não acompanhamento
da informação diariamente sendo alimentada no sistema contábil, dificulta o
processo. Como sabemos que existem entidades que tem problemas no envio
das remessas do AM, estabelecemos alguns critérios para tentar a agilidade e
coerência nas informações.
Com base no que iremos estudar, e como estamos no início de
dezembro, seguindo o roteiro proposto, temos 120 dias para adequar nossa
contabilidade e as remessas do AM ao que é solicitado pelo Tribunal através
das conferências propostas. Quais as verificações que devo efetuar na
contabilidade antes do fechamento de Dezembro no SIM AM? Como ainda não
se tem o escopo do que será cobrado, pelo histórico dos exercícios anteriores
elencamos dados a serem verificados visando o fechamento das contas como
segue. Abertura de créditos adicionais acima do Limite autorizado - Verificar a
abertura de créditos adicionais suplementares acima do limite disposto no
Orçamento municipal. Caso existam dispositivos de exclusão na lei
orçamentária no que tange o limite verificar se os lançamentos e aplicações
estão corretos. - Verificar se os decretos lançados no Sistema Contábil, estão
condizentes com os Decretos publicados e se estes forem de credito adicional
especial estão em acordo com a Lei de credito adicional. - Verificar a
correlação entre os projetos e atividades do PPA fronte ao orçamento.
Não deixar nenhum projeto ou atividade novo por meio de convênio ou
alteração no PLANEJAMENTO, sem sua correta correlação através de lei de
alteração no PPA. Caso possua essa situação, encaminhar projeto de lei para
Câmara Municipal com efeitos retroativos a data de lançamento na LOA. -
Verificar a efetividade no cumprimento dos programas estabelecidos no PPA e
LOA.
Programas do PPA sem execução total ou parcial, ou ainda efetuado
cancelamento para cobertura de despesas correntes devem ter justificativa
plausível.
- Verificar o Resultado deficitário das fontes não vinculadas com déficit
orçamentário. Analisar do grupo de fontes consideradas livres 000 a 999, se

40
existe receita que condiz com as despesas. Sempre a receita deve ser maior
que a despesa. Em caso de déficit, efetuar o ajuste através dos empenhos não
liquidados.
- Verificar aplicação do índice mínimo em manutenção e
desenvolvimento da educação básica. Verificar através do Relatório de gastos
no MDE se a entidade atingiu o índice de 25% determinado em lei de gastos
em educação. Lembrar de que merenda escolar não pode ser empenhada na
fonte 102, 103 e 104 gerando glosas no TCE. Caso tenha essa situação
estorne todo o processo de empenho e empenhe em alguma fonte livre dentro
da Secretária de educação.
- Verificar aplicação de 60% dos recursos do FUNDEB na remuneração
do magistério da educação básica. Para esse item atenção especial para que
seja mensalmente efetuado o fechamento das fontes 60% e 40% não deixando
recursos acumulados em uma ou outra dificultando a aplicação. Com o piso
nacional raras vezes não se atinge o índice, mais caso venha a acontecer,
deve ser feito rateio entre os professores vinculados ao FUNDEB, dando
preferência pelo empenho do rateio em dezembro do exercício que vai ser
submetido a análise das contas.
- Verificar a aplicação de 95% dos recursos do FUNDEB, de acordo
com o valor arrecadado. Do valor total de recursos repassados a título do
FUNDEB, no mínimo 95% deve ser aplicado, sendo que os outros 5% caso
ocorra devem ser aplicados no primeiro trimestre do exercício seguinte.
- Verificar aplicação do percentual mínimo em saúde. Verificar através
de relatório de aplicação em Saúde, se a entidade atingiu o índice determinado
pela emenda 29 de aplicação de 15% em Saúde.
- Verificar Limite de despesas com pessoal (LC 101/2000) Verificar se a
entidade encontra-se dentro dos limites estabelecidos em lei para gastos de
pessoal, sendo 54% máximo para Municípios Caso o Município tenha
ultrapassado deve demonstrar o retorno nos dois quadrimestres seguintes. 6%
para Câmaras Municipais OBS – Atenção especial para câmaras no que se
refere o disposto na legislação de gastos com vencimentos e subsídios de no
máximo 70% do valor do repasse efetuado para a Câmara. Extrapolação do
teto constitucional para Despesas da Câmara. Não pode existir restos a pagar
na Câmara Municipal.
- Verificar se as declarações exigidas pelo Tribunal foram efetuadas:
Confirmar se foi efetuado no período pertinente as declarações, de realização
de audiência pública de avaliação dos quadrimestres
- Confirmar se foi efetuado junto ao TCE a declaração da lei 131
quanto a transparência.
- Ter controlador interno não ocupante de cargo comissionado ou
terceirizado. É Vedado a ocupação de controlador interno que não seja efetivo,
e também não pode ser terceirizado o trabalho a pessoa física ou jurídica.
- Verificar todos os pontos do escopo da análise e confeccionar o
relatório de acordo interno de acordo com a realidade da entidade. Não adianta
nada efetuar um relatório do controle interno com parecer FAVORÁVEL, se as
possíveis irregularidades não forem sanadas antes do envio do SIM AM, a

41
responsabilização pela falsa informação no relatório do controle interno gera
multa e responsabilização para o mesmo.
- Verificar as publicações dos Relatórios de Execução Orçamentária e
Gestão Fiscal. Ter declarado na página do Tribunal tempestivamente o
relatório, caso tenha declarado um relatório que teria de ser publicado no dia
31/07 por exemplo como 01/08, deve-se ter o jornal que o mesmo foi publicado
em 31/07 em mãos para o possível contraditório. Uma vez efetuada a
declaração no Tribunal não se altera mais.
- Verificar o Índice correto de aplicação em Saúde, antes da confecção
da Resolução ou Parecer do conselho de Saúde. Ter o SIM AM fechado e
confeccionar a resolução de acordo com o índice apontado dentro do SIM AM
por meio do relatório emitido no SIM de gastos com SAÚDE.
- Verificar o Balanço Patrimonial emitido pela contabilidade antes do
Envio na prestação de Contas. Analisar se o relatório emitido no Sistema de
Contabilidade está idêntico ao emitido no SIM AM. Os ajustes efetuados nos
arquivos txt, sem a alteração no sistema podem gerar diferenças, as quais são
difíceis de localizar para ajustes futuros.
- Verificar se a publicação do Balanço patrimonial da contabilidade a
ser enviado na prestação de contas está igual ao emitido pelo sim AM.
- Verificar a comprovação da Regularidade Previdenciária. Emitir CRP
para envio ao TCE, caso o município não possua, regularizar a situação junto
ao Ministério da Previdência Social.
- Verificar os dados do Laudo atuarial e efetuar os lançamentos
constantes no laudo no sistema Contábil. (RPPS) Ter o laudo atuarial em mãos
com antecedência ao fechamento do SIM AM e aplicar através de lançamentos
contábeis os ajustes para os valores ficarem idênticos.
- Verificar se o município/câmara efetuou os aportes para cobertura do
déficit atuarial de acordo com o disposto em Lei municipal Efetuar os aportes
conforme determina a lei municipal, ou ainda verificar se o valor acumulado
condiz com o declarado no laudo atuarial e na lei municipal.
- Verificar a remuneração dos agentes políticos. Analisar se os
aumentos concedidos a vereadores, prefeitos e secretários tem amparo legal
por lei. Normalmente os aumentos são de reposição da inflação, da qual deve
ter lei declarada na ato teca e no sistema sim AP. Ter em mãos cópia da lei e
publicação para eventual contraditório. Caso de câmaras que pegam carona na
lei de reajuste inflacionário dos funcionários efetivos da prefeitura deve ter além
da lei uma resolução do presidente.
- Verificar os repasses efetuados pelos municípios ao Consórcio
(consórcios públicos) Analisar através de solicitação ao município consorciado
de extrato dos repasses efetuados por aquele ente e conferir com os valores
declarados na receita orçamentária do consórcio.
- Verificar se as funções da contabilidade e jurídico foram realizadas de
forma contrária às disposições do Prejulgado nº 6, do Tribunal de Contas
Cargos comissionados e terceirização para serviços de contabilidade e jurídico
só podem existir no caso temporário de um efetivo pedir exoneração

42
comprovado por meio de termo de exoneração e edital de abertura de novo
concurso.
- Verificar a inscrição na dívida fundada de precatórios notificados.
Analisar a inscrição de precatórios para compor o anexo 16 se o mesmo está
condizente com o relatório emitido pelo Tribunal de justiça. Pode se consultar o
relatório do TJ no endereço https://www.tjpr.jus.br/precatorios.
- Inclusão de novos projetos de recurso livre sem o atendimento de
obras paralisadas com recursos livres. Não se pode efetuar a inclusão de um
novo projeto sem recursos vinculados, existindo obras de recursos livres
paralisadas.
- Verificar se foram efetuados todos os repasses retidos de funcionários
Todas as consignações devem ser repassadas e o anexo 17 no que contém as
retenções deve estar zerado. (INSS, fundo de previdência, pensões,
empréstimos consignados, decisões judiciais)
- Verificação de prévio empenho de despesas – existência de despesas
pagas e não empenhadas no exercício. Analisar se existem despesas pagas
sem empenho. A legislação determina que o empenho tem de ser efetuado
antes do pagamento da despesa.
- Verificar a existência de baixas indevidas de contas do Passivo
Financeiro. Analisar todas as baixas do passivo financeiro no que diz respeito
as Consignações. Antes da aplicação do PCASP, muitas vezes se efetuava
ajuste de saldo sem a vinculação do credor. Hoje cada credor possui um
desdobramento da conta contábil a qual controla as entradas e saídas da
conta.
- Verificar se todos os valores empenhados em favor do FUNDO DE
PREVIDÊNCIA e INSS foram pagos. Caso possua valores que ficaram inscritos
em restos a pagar, efetue pagamento dos empenhos no mês de janeiro
preferência pelos primeiros dias do mês e guarde os comprovantes para
possível contraditório. Pode existir um formulário de preenchimento solicitando
a competência, o valor total do mês, a data estipulada para pagamento e a data
do pagamento. Caso exista essa planilha preencher exatamente como está
empenhado e retido o Extra na contabilidade. Geração de dados no RH para
preenchimento dessa planilha podem ter divergência no caso de importação
conferir com lançado no contábil.
- Verificar se existem multas pagas por atraso a recolhimento de
impostos INSS e PASEP. Pode ocorrer do gestor ser penalizado caso exista a
comprovação do atraso dos valores pagos.
- Verificar quanto a parcelamentos do INSS se existe legislação
autorizando a contratação pela câmara municipal. Caso não possua lei
autorizatória, mandar projeto de lei com efeitos retroativos a data do
parcelamento.
- Verificar os gastos com taxa de administração RPPS, se estão
condizentes com o disposto na lei própria para despesas de organização e
funcionamento do fundo.
- Verificar se os gastos do RPPS são única e exclusivamente em
despesas previdenciárias, não se aceitando despesas estranhas a esse fim.

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Única exclusão são despesas de manutenção de contas e aplicações nas
instituições financeiras.
- Verificar se o portal de Transparência atende o disposto na legislação.
- Evitar a troca de dados financeiros e de execução orçamentária sem estornos
por meio de ferramentas mágicas dos sistemas de informática, pois uma vez
lançado um dado está disponibilizado no portal.
- Verificar se o limite da dívida pública fixado não teve extrapolação do
teto.
- Verificar se a aplicação dos Royaltes foram aplicadas conforme
legislação: Não podem ser aplicados em despesa com pessoal e quaisquer
dívidas.
- Verificar os saldos referentes aos grupos de estoques de material de
consumo, se condiz com o valor apresentado no almoxarifado. Com a
implantação do PCASP, surgiu a necessidade de se controlar o estoque de
bens de consumo para almoxarifado. Sendo assim deve-se efetuar a baixa
conforme o consumo. Se sua entidade não possui almoxarifado nem tanques
de combustível, efetua-se a baixa por meio de lançamento contábil dos totais
dos estoques para cada grupo de conta do almoxarifado. O lançamento deve
ser feito da seguinte forma D – 3.3.1.1 C – 1.1.5.6 Caso possua estoque de
combustível ou material, o valor deve ficar coerente com o declarado de
estoque na frotas.
- Verificar o Acompanhamento da Dívida fundada. Mesmo não sendo
necessário encaminhar os saldos da dívida fundada nas prestações de contas
do exercício de 2012 em diante, cabe-se um alto controle dos valores
apresentados, estando estes coerentes com os extratos das instituições, uma
vez que elas encaminham ao TCE demonstrativo da dívida por município.
- Verificar os convênios Verificar o cadastramento dos convênios, seus
termos, e sua execução. - Verificar o cadastro da entidade quanto aos tempos
de responsabilidade do Controlador Interno. A troca de controlador ou o
cadastro com tempo de responsabilidade vencido gera a não análise do
relatório, gerando irregularidade que terá de ser solucionada com a alteração
do cadastro e um novo relatório do CI na época do contraditório.

VERIFICAÇÕES A SEREM EFETUADAS NA TESOURARIA.


- Verificar as prestações de contas de adiantamento e efetuar as baixas
de acordo com a nova determinação do PCASP. Deve se prestar contas de
todos os adiantamentos pendentes, principalmente controlar o pagamento de
novo adiantamento para quem não prestou contas, o que não é permitido.
Prestar contas o mais próximo possível do término da viagem. Caso não seja
prestado contas deve se apresentar demonstrativo dos responsáveis por
adiantamentos em pendência.
- Verificar a veracidade dos valores informados como saldos bancários
de extrato. Muito embora o Tribunal não exija mais o encaminhamento dos
extratos físicos pelas entidades, os bancos emitem um relatório de todas as
contas de movimentação e encaminham ao Tribunal de Contas. Sendo assim

44
caso informe um valor divergente do constante no extrato, provavelmente será
questionado em instrução no ato do contraditório.
- Verificar se não existem inconsistências nos saldos contábeis em
relação às posições apresentadas nos extratos das instituições bancárias. Ter
uma efetividade do que realmente está lançado na contabilidade pode ser
comprovado por meio dos extratos bancários.
- Verificar se as conciliações bancárias evidenciadas no fechamento do
SIM AM do exercício tem como ser comprovadas por meio de extratos
bancários. Jamais efetue somatório de lançamentos para efetivação no banco,
da maneira que é demonstrado no SIM AM deve se ter a comprovação
posterior em extrato bancário para comprovar. A falta de comprovação em
extrato bancário é grande responsável pela reprovação de contas.
- Verificar se não existem contas bancarias com saldos a descoberto.
Não pode se enviar o SIM AM com saldos contábeis das contas bancárias a
descoberto ou seja, negativos. Exemplo disso é uma entidade que está
atrasada com o SIM AM e bem a frente de dezembro efetua fechamentos de
fonte e a tesouraria para efetuar no banco analisa o saldo na data do dia da
transferência, verificando se a conta bancária possui disponibilidade para tal.
Ocorre que em muitas vezes como a transferência será lançada em 31/12, e os
sistemas de informática muitas vezes não controlam o saldo, acaba passando
a descoberto e encaminhado no AM. É muito difícil a comprovação desse item
caso ocorra.
- Verificar as fontes de recursos quanto a saldos descobertos. Analisar
se nenhuma das fontes possui saldo negativo. No caso das vinculadas é
vedada a utilização de receita para finalidade diversa. - Verificar os registros de
Transferências constitucionais. Conferir nos registros contábeis versus extratos
e demonstrativos de Arrecadação se as receitas de FPM, ICMS, IPVA E
ROYALTS DA ITAIPU BINACIONAL. Os valores que são apresentados nos
demonstrativos devem estar igualmente lançados na contabilidade.
- Verificar se os restos a pagar possuem cobertura financeira. Conferir
por fontes de recursos se os restos a pagar do exercício, possuem recursos
suficientes para seu pagamento. Ressalva – as fontes de recurso vinculadas, a
exemplo de convênios podem existir restos sem cobertura financeira uma vez
que serão repassadas liberações de receitas conforme medição e execução do
convênio.

OS ÍNDICES LEGAIS DE APLICAÇÃO


Deve se tomar muito cuidado com os índices determinados pela
legislação vigente, ou seja efetuar o acompanhamento dos mesmos, e adequar
possíveis falhas sendo: Gastos em MDE (educação) mínimo 25% Gastos do
FUNDEB 60% (educação), mínimo 60% - caso exista possibilidade de rateio,
lançar na folha de dezembro para todos os professores cadastrados 1/3 de
férias. Caso ainda persista deixe o rateio empenhado em dezembro e ao
efetuar o pagamento do mesmo em janeiro, guarde o extrato e o comprovante
de pagamento. Obs: O rateio deve ser feito em partes iguais conforme
determina a legislação Gastos em Saúde – mínimo de aplicação de 15% de

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acordo com a emenda constitucional 29. Gastos com pessoal – município 54%
Câmara Municipal – 6% Câmara Municipal – 70% do duodécimo – Neste caso
antes de se apropriar os valores referentes a folha de pagamento do mês de
dezembro e do décimo terceiro, deve-se observar o acumulado da despesa da
rubrica 31.90.11 – Vencimentos e Vantagens fixas diminuindo da diferença do
duodécimo apontado na página do TCE/SIMAM – repasses câmara. O valor a
ser empenhado nas folhas ora mencionadas não pode ultrapassar esse valor.
Como proceder caso isso ocorra? Deve-se diminuir as vantagens até o limite
da lei, através de corte de gratificações e em último caso diminuir dos subsídios
dos vereadores. O balanço Patrimonial encaminhado ao TCE, o balanço
encaminhado ao TCE deve ser idêntico ao emitido pelo SIM AM, ou seja caso
você costume alterar dados pelos arquivos txt, ou ainda seu sistema estiver em
desacordo aos grupos de plano de contas padrão do TCE, seu balanço poderá
ter diferenças. Para tanto antes de efetuar a última remessa do AM emita
ambos e confira se está igual.

VERIFICAÇÕES NO PATRIMÔNIO
O Patrimônio Público tem por definição o conjunto de bens e direitos de
valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos
entes da administração pública direta e indireta. Segundo a definição da lei, o
que caracteriza o patrimônio público é o fato de pertencer ele a um ente público
Verificar se foi efetuado o disposto na instrução Normativa 70/2012 quanto a
implantação do PCASP. - CONTAGEM E REAVALIAÇÃO DO PATRIMÔNIO -
APLICAÇÃO DOS VALORES DE REAVALIAÇÃO NA CONTABILIDADE -
APLICAÇÃO DE DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO Nesse item
o tribunal vem sinalizando desde 2009 a obrigação do patrimônio estar
coerente na entidade. Com a implantação da Nova Contabilidade pública, isso
tomou força, porém até o momento o Tribunal não efetuou a cobrança nesse
sentido. Como não existe nenhum layout de arquivos do SIM AM 2016, pode
ocorrer dessa cobrança vir no próximo exercício, o que dificultará o envio do
AM. Como o SIM AM 2015 é deficiente quanto à possibilidade de encaminhar
todo o patrimônio legalizado por não existir nenhum arquivo de reavaliação de
bem, baixa de bem e adequação de bem, não podemos nos acomodar. Uma
vez que existe a legislação de possível cobrança tanto a nível Federal por meio
das normativas da STN, como pelo TCE através da instrução normativa
70/2012, devemos deixar tudo preparado no SISTEMA DE PATRIMÔNIO DA
ENTIDADE, para evitarmos problemas futuros. PATRIMÔNIO NO SIM AM
2016 Devido existir a instrução 70/2012, além de até o momento na página do
TCE não existir um layout para o SIM AM 2016, suspeita-se que seja cobrado o
patrimônio completo da entidade, de acordo com a legislação da STN,
normatizada pela instrução já mencionada. O que deve fazer então: Diante
dessa situação, e também a proximidade do final do mandato, onde
provavelmente quem assumir a administração cobrará do gestor que está
entregando a entidade dados do patrimônio, demonstramos abaixo alguns
passos a serem tomados visando a regularização futura do patrimônio perante
o SIM AM e o Tribunal de Contas.
1) LEVANTAR SE O PATRIMÔNIO ESTÁ TODO CADASTRADO

46
2) CASO NÃO TENHA, PROVIDÊNCIE UMA COMISSÃO FORMADA
POR SERVIDORES E DETERMINE A CONFERÊNCIA DOS BENS DE
ACORDO COM A RELAÇÃO PATRIMONIADA JUNTO AO TCE.
3) CASO NÃO POSSUA CONDIÇÕES DE MATERIAL HUMANO
PODE SE CONTRATAR UMA EMPRESA COM O OBJETIVO DE FAZER A
CONTAGEM, CONFERÊNCIA PATRIMONIAL, BEM COMO OS LOCAIS
ONDE OS BENS SE ENCONTRAM.
4) DE POSSE DESSE CONTROLE JUNTAMENTE COM UMA
COMISSÃO FORMADA PELO FINANCEIRO/CONTABILIDADE DO
MUNICÍPIO, EFETUAR A REAVALIAÇÃO PATRIMONIAL DOS BENS.
5) EM CASO DE BENS MÓVEIS COM MAIS DE 5 ANOS DE USO,
ESTIPULAR UM VALOR RESIDUAL PARA O MESMO
6) VEÍCULOS ADEQUAR DE ACORDO COM A TABELA FIPE
7) IMÓVEIS AVALIAÇÃO DE ACORDO COM VALOR DE MERCADO.
8) VERIFICAR SE ESTÁ SENDO APLICADA A DEPRECIAÇÃO PARA
OS BENS PATRIMONIAIS.
9) APÓS ISSO TRANSMITIR PARA O TRIBUNAL A RELAÇÃO
PATRIMONIAL REGULARIZADA.
Indicação de bens a patrimoniar Que bens devo patrimoniar? Todos os
empenhados nas rubricas 44.90.51 – obras e instalações, 44.90.52 – material e
equipamento permanente, 44.90.61 – aquisição de terrenos. Porém a de se
atentar que no caso do material e equipamento permanente, o cuidado no que
se empenha, pois existem itens que são de baixa duração que devem ser
empenhados como material de consumo. Exemplo disso são peças para
reposição em equipamentos de informática, colchões, panelas, utensílios
domésticos, ferramentas manuais como chaves de fenda, alicates, dentre
outros. A reavaliação do patrimônio público é de suma importância e é prevista
nas novas normas da contabilidade e deve se atentar para Vida útil limitada,
ficam sujeitos a depreciação, amortização ou exaustão; Gastos posteriores
devem ser incorporados ao valor do ativo quando houver possibilidade de
geração de benefícios econômicos presentes e/ou futuros ou potenciais de
serviços; • Transferências de ativos: valor contábil líquido constante nos
registros da entidade de origem. Há possibilidades de em 2016 o SIM AM não
permitir o encaminhamento de dados, caso não estejam efetuados os
procedimentos estabelecidos nas portarias 828/2011 e 634/2013 da STN.

VERIFICAÇÕES NA LICITAÇÃO
- Verificar se todos os dados licitados encontram-se igualmente
declarados no Mural de Licitações.
- Verificar se os valores de totais por licitação não possuem empenhos
acima do valor licitado.
- Verificar se os aditivos de contrato estão todos encaminhados no SIM
AM.

47
- Conferir as duas maiores licitações realizadas no exercício,
independentemente do objeto, desconsiderando as contratações de obras e
serviços de engenharia (PARA PREFEITURAS).
APLICAÇÃO DO PREJULGADO 06 DO TCE – PR. O tribunal de
contas começou a efetuar cobranças referentes ao disposto no prejulgado 06
no que tange aos serviços de contabilidade e jurídico. Ainda existem vários
municípios com problemas nesse sentido. De acordo com o prejulgado só pode
ser aplicada a seguinte situação: REGRAS GERAIS PARA CONTADORES,
ASSESSORES JURÍDICOS DO PODER LEGISLATIVO E DO PODER
EXECUTIVO, AUTARQUIAS, SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA,
EMPRESAS PÚBLICAS E CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS
- Necessário concurso público, em face do que dispõe a Constituição
Federal.
- Revisão da Carreira do Quadro Funcional, procurando mantê-la em
conformidade com os valores de mercado.
- Redução da jornada de trabalho com a redução proporcional dos
vencimentos.
- Terceirização: I) Comprovação de realização de concurso infrutífero;
II) Procedimento licitatório; III) Prazo do art. 57, II, Lei 8.666/93; IV) Valor
máximo pago à terceirizada deverá ser o mesmo que seria pago

PRÁTICA DE PROCEDIMENTOS NO SIM AM

De acordo com João Henrique Mildenberger, devido ao encerramento


do mandato, o qual o atual gestor deixa o cargo e posterior a isso encontra
inúmeras dificuldades para aprovação das contas do último exercício do seu
mandato. Diante dessa situação, trabalhando na parte bem prática, elaboramos
este material com a finalidade de que os pontos mais cruciais nas reprovações
de contas sejam sanadas antes mesmo da transição de cargo, como segue.
1 Leis e atos no fim de mandato
Verificar a existência de atos não registrados no SIM AM e na atoteca,
visando a regularização, uma vez que os atos de natureza orçamentária e
financeira devem ser registrados no Sistema Contábil e importado para o SIM
AM. Caso o SIM AM encontre-se atrasado, providenciar esse cadastramento
com máxima urgência pois o fato de o próximo gestor ser responsável pelo
encaminhamento pode prejudicar o atual gestor que não os efetuou.
2 Avaliação das ações do PPA
Informar a realidade ocorrida para cada uma das ações registradas no
PPA, não meramente aleatório preencher os objetivos, metas e indicadores de
acordo com o registrado no PPA, uma vez que não tenha sido realizado na
totalidade prevista. Ex: Valor orçado para atendimento de crianças carentes R$
500.000,00, indicador: crianças meta de atendimento prevista: 1000 crianças.
Gastou R$ 100.000,00 no entanto na avaliação informou o atendimento de
1000 crianças

48
3 Decretos:
a) Percentual autorizado no orçamento

Verificar na peça orçamentária qual o percentual disponibilizado em lei


para abertura de crédito suplementares, e se a lei orçamentária possui algum
dispositivo que não compute para o percentual. Exemplo, credito adicional
suplementar por excesso de arrecadação, superávit financeiro, remanejamento
dentro do mesmo projeto atividade, transferência entre mesma fonte.
Caso seu percentual tenha excedido, e sua lei permitir que não seja
computado no índice pode ser aberto pelas seguintes situações:
b) Excesso de arrecadação
Provável excesso de arrecadação ou tendência de excesso de
arrecadação, de acordo com a Lei 4320/64 Real excesso de arrecadação
apurado através do incremento através do valor de receita previsto no
orçamento. c) Superavit financeiro
Abertura de crédito suplementar por superávit financeiro, que é o valor
do resultado positivo por fontes do exercício anterior. Para proceder essa
abertura é necessário primeiramente extrair de dentro do SIM AM o relatório
superávit financeiro e se atentar para nenhum crédito ultrapassar o valor
disponibilizado no referido relatório.
4 Programação financeira no final do exercício:
A programação financeira deveria ser observada durante todo o
exercício, evitando assim o aparecimento de DEFICIT ORÇAMENTÁRIO, ou
seja o valor das despesas ser maior que o arrecadado. Adequações muitas
vezes se fazem necessárias nessa programação, a qual deve ser ajustada em
cada sistema contábil, e posteriormente a isso ser publicada.
5 Empenhos:
O empenho é o ato prévio do direito do credor receber. O qual só poderá
ter direito após a Liquidação. Deve ser respeitada a ordem EMPENHO –
LIQUIDAÇÃO – PAGAMENTO, nunca fora dessa ordem. Só permitir que o
fornecedor emita nota fiscal após a realização do empenho.
Vinculação com licitações e contratos
Cuidado na informação dos contratos e licitações, não deixar empenhos
sem essa vinculação. b) Vinculação com dividas
A vinculação das dívidas nos empenhos é necessária para que seja
formulado o relatório ANEXO 16 do balanço patrimonial, que consta da dívida a
longo prazo, a qual deve ser idêntica aos extratos apresentados pelos credores
das dívidas. Muito cuidado com INSS e PARCELAMENTOS PASEP.
c) Empenhos de precatórios
Realizar os empenhos dos precatórios vincendos no exercício seguinte,
item de análise das contas por parte do TCE-PR
d) Retenções de empenhos

49
Providenciar que sejam realizadas todas as retenções dos empenhos, e
posterior a isso efetuar o pagamento das mesmas de preferência dentro do
exercício de 2016. O TCE pede justificativas quanto a transmissão de contas
do ANEXO 17 da lei 4320/64 quanto aos valores retidos e não repassados a
quem é de direito.
6 Acompanhamento dívida a longo prazo:
Acompanhar mês a mês, no fechamento mensal os saldos das dívidas
contidas no anexo 16, Dividas de longo prazo, para que as mesmas
correspondam aos saldos apontados nos extratos dos seus credores.
7 Controle da receita e despesa por fonte de recurso
O Tribunal de contas controla as fontes de recursos, através da receita
Realizada menos a despesa contraída. Durante todos os meses do exercício o
SIM AM faz essa conta básica não com base nos empenhos e sim no
pagamento das despesas. Em se tratando em último ano de mandato e que a
LRF proíbe que se deixe despesa sem pagamento sem suficiência de recurso
para tal, no seu artigo 42 o qual rege:
Art. 42. “É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20,
nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de
despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja
suficiente disponibilidade de caixa para este efeito”.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão
considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do
exercício.
Deve o gestor se atentar a partir de agora de ao invés de conferir o
relatório denominado, “balancete financeiro por fonte de recurso” pela despesa
paga, observar pela empenhada, uma vez que ele deverá deixar em cobertura
esses valores para quitação das mesmas. Ai fica a pergunta se eu tenho
dinheiro em caixa para cobertura das despesas porque não paga-las?
8 Liquidações quantitativas de empenho:
Se atentar quanto aos valores e quantidades dos combustíveis no
fechamento do SIM AM. O saldo informado nos estoques deve ser o mesmo do
estoque físico do Município. Um exemplo disso é se um município informa o
SIM AM um valor de estoque de gasolina e o próximo gestor ao iniciar os
trabalhos se depara com um estoque físico zerado, provavelmente ele vai abrir
uma representação contra o antigo gestor.
9 Controle do realizável:
Observar os saldos do realizável, seja ele junto ao INSS ou junto ao
Fundo de Previdência, o ideal é que todo o movimento do realizável bem como
o pagamento das despesas com esses entes seja efetuado todo dentro do
mesmo exercício.
10 Controle do consignável:
Ter total controle sobre os valores consignados. Sabe-se que essas
importâncias não são do município, então a apropriação das mesmas pela
entidade caracteriza improbidade administrativas. O correto disso é de que a
50
entidade após ter essas retenções mapeadas efetue, dentro do exercício de
2016 o pagamento das mesmas. O fato de simplesmente deixar pra o próximo
gestor efetuar o pagamento, deve estar o recurso disponibilizado em conta
bancária específica de consignados na fonte 094. Então se tenho que deixar o
recurso disponibilizado o porquê não pagar?
11 Transferências para o legislativo, autarquias e fundações:
Verificar os valores transferidos ao Legislativo Municipal, as autarquias e
fundações, o valor da interferência financeira deve ser informado pelos dois
entes, não podendo haver divergências.
12 Valores repassados a consórcios:
Muito cuidado quanto aos consórcios municipais. No SIM AM existe uma
tabela a qual deve ser informado os consórcios que o município participa
chamada PARCIPACAÇÃO CONSÓRCIOS PÚBLICOS, o valor informado pelo
município deve ser o mesmo informado pelo consórcio. Vale lembrar que a
inscrição de dívida não paga pelo município ao consórcio deve ser comprovada
através de empenhos. Então se eu possuo dívida junto ao consórcio devo
deixar empenhada pela sua competência.
13 Despesas não empenhadas e sua responsabilização:
Cuidado especial para quem não possui um departamento de compras
estruturado, onde todos os secretários compram, os empenhos são feitos após
a emissão das notas, não existe um controle da emissão de notas, ou seja, não
se sabe exatamente quanto o município deve. Essas despesas não
empenhadas o próximo gestor pode efetuar um lançamento no plano contábil
deixando registrado que determinada despesa foi efetuada e não empenhada,
complicando assim a vida do gestor anterior.
14 Saldos das dívidas:
Como já tratamos em item anterior, as dívidas a longo prazo devem
possuir um controle rígido, a apresentação das peças de balanço da lei
4320/64, ao novo gestor devem conter a realidade das contas Públicas. Salvo
quanto ao parcelamento de INSS e PASEP realizados no início de 2013, pois a
receita federal até a presente data não os homologou e não possui o saldo
correto da referida dívida.
15 Aportes financeiros:
Jamais deixar de realizar os aportes financeiros, determinados na lei que
rege a entidade previdenciária do Município. Item da prestação de contas que
não existe forma de defesa para tal, uma vez que o próximo gestor pode
demorar em efetuar um parcelamento ou pagamento de aportes atrasados.
Mais professor se eu não fiz nenhum aporte durante o exercício como
procedo?
Você pode tirar um relatório no sistema contábil de todos os valores
empenhados como vencimentos e vantagens, rubrica 3.1.90.11 e aplicar em
cima disso o percentual determinado na Lei da previdência, efetuando um
empenho único com data de agora.
16 Restos a pagar:

51
O ideal seria que não ficassem restos a pagar no final do exercício, com
exceção de obras que tem a programação de pagamento de acordo com o
cronograma físico, efetuando os pagamentos com base no que foi realizado.
Porém caso isso não seja possível, deve-se lembrar que o art 42 da lei
101/2000 Lei de Responsabilidade fiscal, determina que os valores deixados
em restos a pagar tenham a cobertura financeira para isso.
17 Contribuições INSS:
O ideal é que a guia do INSS seja recolhida dentro do mês de dezembro,
não deixando que fique para pagamento posterior. Evitando assim ter de juntar
a documentação, caso o TCE solicite dos referidos pagamentos. A muitos
casos em que o novo gestor dificulta a entrega de documentação
comprobatória ao antigo gestor, ficando difícil a aprovação das contas.
18 Prestação de contas de adiantamentos:
Verificar as prestações de contas dos adiantamentos, principalmente no
que tange aos comissionados. A não prestação de contas acarreta a devolução
dos recursos, e possibilidade de improbidade administrativa. Realizar uma
conferência minuciosa e solicitar que seja prestado conta dos mesmos.
Agravante a isso é mais de um adiantamento em aberto. A maioria das leis que
regem o regime de adiantamento nos municípios restringe a concessão quando
o servidor possui um adiantamento sem prestar contas.
19 Déficit orçamentário:
Famoso item de reprovação das contas Municipais, neste ano de
entrega de mandato deve ter uma atenção especial. O grupo de fontes 000 a
099 não pode existir despesa maior que a receita. Sendo assim, observar neste
momento pelo valor empenhado se alguma das fontes desses grupos possuí
agora em outubro saldo negativo e começar a providenciar que seja zerado ou
entregue com superávit. Observar se existem fontes vinculadas que podem
receber determinada despesa, contenção de empenhos quanto a apenas o que
seja arrecadado até 31 de dezembro são outras soluções para evitar esse
problema.
20 Contenção de despesas pós eleições:
Para o fechamento do mandato deve-se conter despesas pós eleições,
visando que as contas sejam encerradas. Quando não existe um departamento
central de compras, isso fica um pouco mais difícil, haja visto que cada
secretário efetua compras e muitas vezes isso não apresenta a realidade
empenhada na contabilidade.
21 Limites constitucionais:
Muito cuidado com os índices constitucionais de atendimento há:
SAÚDE – 15% ARRECADAÇÃO
EDUCAÇÃO 25% ARRECADAÇÃO
FUNDEB 60% - APLICAÇÃO MINIMA EM REMUNERAÇÃO DOS
PROFESSORES
FUNDEB 40% APLICAÇÃO MÁXIMA

52
FUNDEB 95% GASTO DE NO MÍNIMO 95% DOS VALORES
REPASSADOS NA RECEITA 17.24.01.00
GASTOS COM PESSOAL – NO MÁXIMO 54%, LEMBRANDO QUE EM
ULTIMO ANO DE MANDATO O PERCENTUAL DE ALERTA NÃO POSSUI OS
8 MESES PARA RETORNO, O MESMO DEVE SER RETORNADO DENTRO
DO EXERCÍCIO.
22 PC de subvenções (mudança da lei para 2017 - marco
regulatório)
Encerrar todos os convênios de subvenção social e prestar contas no
SIT, uma vez que a lei 13019, alterou a forma da concessão desses convênios
para o credenciamento de entidades interessadas, então é necessário que
todas as parcerias se encerrem e sejam prestadas contas em 2016.
23 Conferência peças contábeis Sim Am x Sistema Contábil
Conferir ao fechamento de cada mês as peças contábeis da Lei
4320/64 emitidas no sistema contábil em confronto com o SIM AM, quaisquer
transferências devem ser ajustadas no fechamento do mês.
24 Baixa de responsabilizações em 31/12
Em 31/12 baixar todas as responsabilizações junto ao SIM AM,
exemplo as contas bancárias, no encerramento do exercício informar o término
da responsabilidade do secretário responsável pela conta.

Bibliobrafia

BOTELHO, Milton Mendes. Manual de Controle Interno – Teoria e


Prática – Um enfoque na administração Pública Municipal. Curitiba: Editoria
Juruá – 3º Edição, 2014.
PALUDO, Augustinho Vicente. Administração Pública Teoria e
Prática. Rio de Janeiro: Elsevier – 4ª Edição, 2010.
Slomski, Valmor. Controladoria e Governança na Gestão Pública. São
Paulo: Atlas, 2005.

CONTROLE INTERNO

DIRETRIZES E ORIENTAÇÕES SOBRE CONTROLE INTERNO PARA


JURISDICIONADOS 2017 Tribunal de Costas do Estado do Paraná -
TCEPR.

53
Disponível em
https://www1.tce.pr.gov.br/multimidia/2017/6/flipbook/317850/Cartilha
%20Controle%20Interno_final.pdf
1.APRESENTAÇÃO
Na qualidade de agente de Controle Externo, o Tribunal de Contas do
Estado do Paraná – TCEPR tem em sua finalidade institucional a busca pela
efetividade dos controles internos existentes nos órgãos e entidades sob sua
jurisdição. Para tanto, as presentes Orientações sobre Controle Interno visam
dar concretude à função pedagógica e preventiva da Corte, norteando os
jurisdicionados acerca da importância e necessidade da efetiva implantação do
Sistema de Controle Interno, como instrumento de melhoria da gestão pública.
A implantação do controle interno visa dotar a administração pública de
mecanismos que assegurem, entre outros aspectos, o cumprimento das
exigências legais, a fidedignidade das informações divulgadas, a proteção do
erário e a otimização na aplicação dos recursos públicos, garantindo, ainda,
tanto segurança jurídica para atuação dos gestores como melhores resultados
à sociedade. Com um controle interno efetivo, a Administração Pública garante
à sociedade que os recursos públicos estão sendo aplicados de forma eficiente
e nos termos previstos nas leis e regulamentos, além de aprimorar a parceria
com o Tribunal de Contas no exercício de sua missão institucional.
Vale frisar, contudo, que os controles internos devem existir em todos os
setores do órgão ou entidade, pois são inerentes à função administrativa. Os
controles internos devem ser instituídos pelo chefe da entidade. Ao controlador
interno incumbe, essencialmente, a função de verificar se existem controles
nas diversas fases do processo administrativo e, existindo, se são efetivos ou
não. Nesta ótica, estarão dispostos a seguir, além de conceitos e aspectos
legais, princípios e diretrizes aplicáveis ao controle interno, na ordem
apresentada no sumário. Além disso, exercendo a função pedagógica, este
Tribunal apresentada uma lista de controles mínimos a serem verificados, pelos
controles internos, em diversas áreas essenciais da Administração Pública.
2. HISTÓRICO
Os controles internos da Administração Pública vêm ganhando cada vez
mais notoriedade e relevância no ordenamento jurídico brasileiro. O histórico a
seguir apresenta os marcos relevantes nos quais o controle foi se consolidando
normativamente.

2.1. NORMAS GERAIS RELATIVAS AO CONTROLE NO ÂMBITO


NACIONAL
A Lei Federal nº. 4.320/64, que contém normas gerais de Direito
Financeiro, criou as expressões Controle Interno e Controle Externo e dispõe
sobre controle interno no âmbito da Administração em seus art. 75 a 81.

54
O Decreto Lei nº. 200/67 prevê a atuação do controle das atividades da
Administração Federal em todos os níveis e em todos os órgãos, para fiscalizar
a utilização de recursos e a execução de programas.
A Constituição Federal de 1988 criou a expressão Sistema de Controle
Interno, o qual deve ser mantido, de forma integrada, por cada Poder da
Federação. Dentre as funções atribuídas aos responsáveis pelo Controle
Interno está a de apoiar o Controle Externo no exercício de sua missão
institucional, dando ciência ao Tribunal de Contas de qualquer irregularidade ou
ilegalidade observada na gestão dos recursos públicos, sob pena de
responsabilidade solidária (art. 70 e art. 74, IV, § 1º, CF/88). A Constituição
Federal prevê, ainda, que será realizada, pelos sistemas de controle interno, a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos
poderes/órgãos e de todas as entidades da administração direta e indireta,
quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade (arts. 70,
CF/88). Para os municípios, a Carta Maior previu, ainda, de forma específica,
que a fiscalização será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
municipal, na forma da lei (art.3, CF/88).
A Lei Federal nº 8666/93 que institui normas para licitações e contratos
da Administração Pública, dispõe sobre o papel do controle interno no controle
das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos pela
referida lei, incluindo a obrigação de informar o Ministério Público de crimes
definidos na lei, caso os agentes de controle interno tomem conhecimento.
A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, Lei Complementar nº. 101/2000
estabeleceu a obrigatoriedade da participação do responsável pelo controle
interno nos relatórios de gestão fiscal (art. 54, parágrafo único e art. 59).
A Norma Brasileira de Contabilidade - NBC T 16.8 estabeleceu que o
controle interno é o conjunto de recursos, métodos e processos adotados pela
entidade governamental visando assegurar, entre outros, a execução dos
planos e políticas da administração, a proteção aos ativos, a legalidade e
regularidade das transações, a confiabilidade do sistema de informações,
garantir a integridade, a exatidão dos registros contábeis e a aderência aos
princípios contábeis, prevenir práticas ineficientes e antieconômicas e
possibilitar a eficácia da gestão e garantir a qualidade da informação.
As Diretrizes para Controle Interno no Setor Público são lançadas pelo
Conselho Nacional dos órgãos de Controle Interno dos Estados Brasileiros e do
Distrito Federal – CONACI, constituindo marco referencial para a atuação do
Controle Interno nos âmbitos municipais e estaduais.
A Resolução nº 05/2014 da Associação dos Membros dos Tribunais de
Contas do Brasil – ATRICON, apresenta diretrizes de controle interno voltado
para os Jurisdicionados dos Tribunais de Contas.
2.2. NORMAS INTERNACIONAIS DA INTOSAI APLICÁVEIS AOS
CONTROLES INTERNOS

55
Não se pode duvidar que as normas brasileiras que se referem o
controle estão balizadas em normas internacionais, a exemplo das editadas
pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores
(INTOSAI). A INTOSAI é a organização central de auditoria externa, reunindo
as Entidades Fiscalizadoras Superiores – EFS – dos países membros da ONU.
Sua finalidade é a de desenvolver atividades que propiciem o intercâmbio, a
disseminação e o aprimoramento de técnicas gerais de fiscalização
relacionadas ao Controle Externo governamental. Ela é um organismo
autônomo, independente e sem cunho político, cujas decisões visam ao
atendimento das necessidades dos seus membros. No Brasil, o Tribunal de
Contas da União (TCU) é o representante do país na INTOSAI, pois, aqui,
somente esse Tribunal se enquadra na definição de EFS. A INTOSAI editou as
seguintes normas como referência para estruturação e funcionamento do
Sistema de Controle Interno, as quais servem como orientações para a atuação
da unidade de controle interno: • ISSAI GOV 9100 - Guia para as normas de
controle interno; • ISSAI GOV 9110 - Diretrizes referentes aos informes sobre a
eficácia dos controles internos; • ISSAI GOV 9120 - Controle interno:
fornecendo uma base para a prestação de contas do governo; • ISSAI GOV
9130 - Informação adicional sobre a administração de riscos da entidade; •
ISSAI GOV 9140 - Independência da auditoria interna no setor público; • ISSAI
GOV 9150 - Coordenação e cooperação entre os Tribunais de Contas e os
auditores internos do setor público. Ressalte-se que estas não são as únicas
normativas editadas pela INTOSAI, pois ela editou, inclusive, um Código de
Ética a ser seguido pelos órgãos de controle, o qual é dividido em cinco
capítulos:
Á Capítulo 1: Introdução;
Á Capítulo 2: Integridade;
Á Capítulo 3: Independência, Objetividade e Imparcialidade;
Á Capítulo 4: Segredo profissional;
Á Capítulo 5: Competência profissional.
2.3. RECOMENDAÇÕES EDITADAS PELO COSO SOBRE
CONTROLE INTERNO
Mapear o ambiente interno, verificar o cumprimento dos objetivos da
instituição, identificar a existência de atividades de controle e o modo como a
comunicação e o fluxo de informações acontecem são tarefas que devem ser
realizadas nas organizações que buscam, efetivamente, realizar sua missão
institucional.
O mesmo acontece com o monitoramento das ações recomendadas e
deflagradas pela instituição.
Uma das metodologias disponíveis para fazer este acompanhamento
denomina-se COSO, atualmente referência mundial no estudo e na aplicação
dos controles internos.

56
COSO significa Committee of Sponsoring Organizations, da National
Comission on Fraudulent Financial Reporting. Criado em 1985, é uma entidade
do setor privado, independente, sem fins lucrativos, criada com o fim de
aperfeiçoar a qualidade de relatórios financeiros, estudando as causas da
ocorrência de fraudes em relatórios financeiros.
As recomendações do COSO são referência para todos os controles
internos. De acordo com o Comitê, no modelo COSO I, controle interno é “o
processo conduzido pela Diretoria, Conselhos ou outros empregados de uma
companhia, no intuito de fornecer uma garantia razoável de que os objetivos da
entidade estão sendo alcançados, com relação às seguintes categorias:
(a) eficácia e eficiência das operações;
(b) confiabilidade dos relatórios financeiros; e
(c) conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.”
Em 1992, o COSO publicou um trabalho denominado “Controle Interno:
um modelo integrado”, apresentando os componentes descritos abaixo, que
passaram a ser referência sobre o tema Controle Interno:
I. Ambiente de Controle;
II. Avaliação de Riscos;
III. Atividades de Controle;
IV. Informações e Comunicações;
V. Monitoramento.

Ainda, em 2004 foi divulgado um novo trabalho sobre o “Gerenciamento


de Riscos Corporativos – Estrutura Integrada” (COSO II), com foco no
gerenciamento de riscos, não abordado anteriormente pelo COSO I.
Assim, no COSO II os componentes passaram a serem os seguintes:
• Ambiente de Controle;
• Respostas a Risco;
• Fixação de Objetivos;
• Atividade de Controle;
• Identificação de Eventos;
• Informações e Comunicações;
• Avaliação de Riscos;
• Monitoramento.
2.4. NORMATIZAÇÕES EXISTENTES NO TRIBUNAL DE CONTAS DO
ESTADO DO PARANÁ

57
Baseando-se nas normas gerais, tanto nacionais como internacionais,
que definiram as diretrizes sobre o tema Controle Interno, o Tribunal de Contas
do Estado do Paraná editou, entre outras, as seguintes orientações normativas:
LEI COMPLEMENTAR Nº. 113/2005 – Lei Orgânica do Tribunal de
Contas do Estado do Paraná
• Instituição do sistema de controle interno por todos os jurisdicionados e
respectiva finalidade (art. 4º e art. 8º);
• Finalidades do controle interno (art. 4º, I a IV);
• Atividades a serem desenvolvidas pelo controle interno (art. 5º, I a III);
• Responsabilidade solidária do controle interno (art. 6º, § 1° e § 2°);
• Parecer conclusivo do controle interno (art. 7º);
• Falta de instituição do sistema de controle interno poderá sujeitar as
contas ou o relatório objeto do julgamento à desaprovação ou recomendação
de desaprovação (art. 8º);
• Relatório do controle interno como parte integrante das Contas do
Governador e dos demais administradores estaduais (art. 21, § 2°).
RESOLUÇÃO Nº. 01/2006 – Regimento Interno do Tribunal de Contas do
Estado do Paraná;
• Relatório do controle interno como parte integrante das Contas dos
Prefeitos e do Governador (art. 211, § 2°, art. 215, § 2°-A e § 2°);
• Responsabilização civil e criminal na garantia da fidelidade dos dados
enviados ao Tribunal por meio de sistema eletrônico (art. 239, Parágrafo
Único);
• Responsabilidade solidária do controle interno (art. 236,§ 3° e 248, §
3°);
• Aplicação de sanções ao controle interno (art. 418, parágrafo único).
CONSULTAS RESPONDIDAS COM FORÇA NORMATIVA:
• ACÓRDÃO Nº. 921/07 – Tribunal Pleno – Retificado pelo Acórdão
1369/07 (PROCESSO N°. 107966/07). Consulta. Implantação de sistema/
unidade de controle interno. Possibilidade de câmaras possuírem sistema
separado do executivo, devendo, porém, haver plena integração entre os
sistemas. Desnecessidade de criação de sistema por meio de lei, exceto se
implicar em outros aspectos, V.G. Criação de cargos. A escolha de um
funcionário, comissão ou unidade para desenvolver o controle interno depende
apenas de escolha da própria administração. A acumulação de funções e a
necessidade de nomeação de funcionários também tão somente dependem de
escolha administrativa.

58
• ACÓRDÃO Nº. 97/08 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 449824/07).
Consulta. Cargo em comissão para chefe de setor de controle interno.
Possibilidade considerando que os responsáveis pelo controle interno devem
ser servidores efetivos, os quais devem ocupar o cargo por tempo previamente
definido.
• ACÓRDÃO Nº. 265/08 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 522556/07).
Consulta. Controlador Interno. Imprescindível que seja exercido por servidor
público efetivo mediante alternativas que visem a propiciar a necessária
imparcialidade para o exercício da atividade e a não sujeição a pressões
políticas.
• ACÓRDÃO Nº. 867/10 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 402949/09).
Consulta. Controle interno. Lapso temporal para o desempenho das funções de
controlador. Exercício por servidor efetivo. Possibilidade de criação de cargo
em comissão para a figura do controlador geral a ser desempenhada,
preferencialmente, por servidor público efetivo, com o propósito de chefiar
equipe composta por servidores com a função de controladores internos.
• ACÓRDÃO Nº. 1604/10 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 161607/09).
Consulta. Acumulação de cargos. Controlador Interno ocupante de cargo
efetivo eleito para o cargo de vereador. Compatibilidade de horários. Artigo 38,
inciso III, da Constituição da República. Impossibilidade.
• ACÓRDÃO Nº. 1024/15 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 568635/12).
Consulta. Implantação do sistema de controle interno do Legislativo Municipal.
Aumento de remuneração de servidores em ano eleitoral. Implantação do
Plano de Cargos e Salários da Câmara. Criação de gratificação de função.
Possibilidade.
• ACÓRDÃO Nº. 356/11 – Tribunal Pleno (PROCESSO Nº. 508875/08).
Consulta. O controle interno do Executivo não pode incidir sobre o Legislativo.
Quanto ao instituto de previdência municipal, é possível que lei preveja que o
controle interno do Poder Executivo abranja o mesmo, ou que seja instituído
controle próprio. Os cargos de controle interno devem ser preenchidos
observando-se o previsto nos artigos 37 e 38 da CF/88, sendo que a natureza
e a complexidade dos mesmos, em face das atribuições do artigo 74 da CF/88,
indica a preferência por composição pelo menos parcial por servidor(es) com
curso superior completo. A chefia do controle interno admite cargo de confiança
e cargo em comissão, dando-se preferência ao preenchimento deste por
servidores efetivos e que tiver curso superior completo. É recomendável a
adoção de sistema de mandato do chefe do controle interno. A cumulação com
outros cargos públicos é possível, dependendo do caso concreto, desde que
seja observado o disposto no art. 37 da CF/88. A cumulação com atividades
privadas deve observar, no que couber, o que dispõe o § 7º do artigo 37 da
CF/88, e eventual limitação prevista no ordenamento jurídico da respectiva
classe profissional.

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Realizada a apresentação das principais normas vigentes sobre o tema
Controle Interno, as quais direcionam todo o estudo, sistemática, organização e
modo de atuação das Controladorias Públicas, seguem alguns conceitos
básicos para melhor compreensão.
3. CONTROLE
A essência do nosso Estado Democrático de Direito encontra-se na
legalidade, interesse público e dignidade da pessoa humana, visando a
garantia das liberdades civis. Neste contexto, a ideia de controle está ligada à
noção de poder, uma vez que, como assevera Montesquieu apud Fernandes
(2003, p.226), “temos a experiência eterna de que todo homem que tem em
mãos o poder é sempre levado a abusar dele, e assim irá seguindo, até que
encontre algum limite”.
A palavra “controle” deriva do latim rotulum e designava a relação
existente entre os contribuintes. Por esta razão, Castro (2011, p.254) defende
que o termo controle sempre esteve ligado à noção de finanças e que, na
língua francesa, “controler” significa registrar, inspecionar, examinar; a palavra
é originada de contre-rôle, registro efetuado em confronto com o documento
original, com a finalidade de verificação da fidedignidade dos dados.
A finalidade do controle é a de assegurar que a administração atue em
consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico
como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação,
impessoalidade; em determinadas circunstâncias, abrange também o controle
chamado de mérito e diz respeito aos aspectos discricionários da atuação
administrativa (Di Pietro, 2005).
A Constituição Federal de 1988 dispõe, dentre as formas de controle que
podem ter exercício sobre a administração pública, as seguintes:
(i) sistema de controle interno de cada ente;
(ii) controle parlamentar, como aquele exercido pelos mandatários do
povo, dividindo-se em duas espécies:
(a) controle político, realizado pelas Casas Parlamentares: Senado e
Câmara dos Deputados; Assembleias Legislativas; Câmaras de Vereadores,
seus órgãos e comissões parlamentares;
(b) controle financeiro, efetivado por órgãos especializados, ou seja,
pelos Tribunais de Contas; e
(iii) controle exercido pela sociedade, denominado controle social.
Os controles realizados tanto pela Unidade de Controle Interno quanto
pelos Tribunais de Contas e pela sociedade devem funcionar como uma
engrenagem interdependente, com vistas a apoiar a administração pública na
realização de seus planos e metas, no cumprimento das leis, normas e
regulamentos, na precisão e confiabilidade dos relatórios financeiros e no
estímulo à eficiência operacional.

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Destarte, a principal finalidade do controle na Administração Pública é a
de garantir o cumprimento das normas e o atingimento das metas
governamentais, para fins de garantir a criação e execução eficiente de
políticas públicas, assegurando a primazia dos serviços públicos em direção ao
bem comum.

4. CONTROLE INTERNO
Entende-se como controle interno aquele realizado pela própria
organização, por meio de uma unidade que integra a sua estrutura
administrativa, com a atribuição de vigilância, orientação e correção da atuação
das demais unidades administrativas. No entanto, é preciso compreender o
controle interno em uma concepção mais ampla, como uma atividade que
envolve toda a administração.
Controle Interno compreende um conjunto de atividades e
procedimentos de controle incidentes sobre o processo de trabalho da
organização com o objetivo de salvaguardar seu patrimônio, conferir exatidão e
fidelidade nas demonstrações financeiras, promover a eficiência operacional e
encorajar a obediência às diretrizes traçadas pela administração.
A American Institute of Certified Public Accoutant – AICPA (1995)
conceitua o controle interno da seguinte forma: O controle interno compreende
o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas,
adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a
fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e
encorajar a adesão à política traçada pela administração.
Neste sentido, o controle interno é composto de inúmeras atividades de
procedimentos que envolvem aprovações, autorizações, registros, formulários
e vias, layout da operação e do formulário, necessidades de relatórios,
arquivos, capacidade técnica e outros (Attie, 2010). Daí vem a acepção da
palavra controles internos.
A Organização Internacional de Entidades Superiores de Fiscalização –
INTOSAI (2004) defende que os controles internos referem-se a um processo
integral, que vai além dos aspectos legais realizados pela entidade, projetado
para fornecer segurança razoável de que, na busca da missão da entidade,
todos os objetivos serão atingidos, em especial:
• Execução das operações de modo organizado, ético, econômico,
eficiente e efetivo;
• Cumprimento das obrigações inerentes à responsabilização;
• Conformidade com leis e regulamentos aplicáveis;
• Salvaguarda de recursos contra perdas. Coaduna com essa ideia o
Comitê das Organizações Patrocinadoras – COSO, para o qual os controles

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internos são um conjunto de processos projetados para fornecer segurança
razoável quanto à consecução de objetivos nas seguintes categorias:
• Confiabilidade de relatórios financeiros;
• Cumprimento de leis, normas e regulamentos aplicáveis (compliance);
• Eficácia e eficiência de operações.
Os controles internos visam assegurar a conformidade dos
relatórios financeiros, a aderência às leis e aos regulamentos aplicáveis,
o alcance da eficiência e a eficácia na execução das atividades
operacionais da entidade.
Neste contexto, a unidade central de controle interno é responsável pela
avaliação da eficácia dos controles internos mantidos pelas unidades
integrantes da estrutura administrativa, a fim de mitigar riscos e melhorar
processos.
A unidade central de controle interno funciona como uma estrutura
orientadora de políticas de controles internos instituídas pela entidade, as quais
estão presentes nas diversas unidades operacionais e são executadas por todo
corpo funcional, independentemente do nível hierárquico ou da função
exercida.
Assim, cada Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) deverá criar e
implementar o seu próprio Sistema de Controle Interno, salvaguardando a sua
autonomia e independência, com uma estrutura condizente ao porte e à
complexidade de cada Poder, vinculada diretamente ao chefe máximo,
evitando subordinação hierárquica a qualquer outro órgão ou unidade da
Administração Pública. Deste modo, indaga-se:
I. A unidade de Controle Interno (UCI) pode estar vinculada a
outro responsável na Administração que não seja o dirigente
máximo?
Não. A UCI deve estar vinculada diretamente ao dirigente máximo
do órgão/ entidade, sem qualquer tipo de vinculação
intermediária, para melhor desempenho de suas competências
constitucionais e legais.
5. SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
Sistema é um conjunto de partes coordenadas (articuladas entre si) com
vistas ao alcance dos objetivos determinados, em que cada parte é peça
fundamental para o todo.
O sistema de controle interno é o conjunto de métodos, normas,
princípios e procedimentos, coordenados de forma a propiciar a avaliação da
gestão pública em seus aspectos orçamentário, financeiro, patrimonial e
operacional, verificando a legalidade, eficácia, eficiência e economicidade dos
atos da Administração Pública.

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Assim, o sistema de controle interno é composto pelas atividades e
procedimentos de controle incidentes sobre os processos de trabalho da
organização, envolvendo todas as unidades, todos os níveis, todas as funções
e executados por todo o corpo funcional da organização. É formado pelo
conjunto de unidades técnicas integradas e articuladas a partir de uma unidade
central de controle interno, criada na estrutura organizacional.
A INTOSAI (2001) definiu sistema de controle interno como: Todo
sistema de controles financeiros e de qualquer outra natureza da
entidade, [...] incluindo a estrutura organizacional, os métodos, os
procedimentos e a auditoria interna, estabelecidos pelos administradores
segundo os objetivos da entidade, que contribuem para que ela seja
regularmente administrada de forma econômica, eficiente e eficaz,
garantindo, assim, a observância das políticas determinadas pela
administração, salvaguardando bens e recursos, assegurando a
fidedignidade e integridade dos registros contábeis e produzindo
informações financeiras e gerenciais confiáveis e tempestivas.
Na mesma linha, a ATRICON (2014) define como Sistema de Controle
Interno o processo conduzido pela estrutura de governança e executado pela
administração e por todo o corpo funcional da entidade, integrado ao processo
de gestão em todas as áreas e em todos os níveis de órgãos da entidade, e
estruturado para enfrentar riscos e fornecer razoável segurança de que, na
consecução da missão, dos objetivos e das metas institucionais, os princípios
constitucionais da administração pública serão obedecidos e os seguintes
objetivos gerais de controle serão atendidos:
• Eficiência, eficácia e efetividade operacional, mediante execução
ordenada, ética e econômica das operações;
• Integridade e confiabilidade da informação produzida e sua
disponibilidade para a tomada de decisões e para o cumprimento de
obrigações de accountability;
• Conformidade com leis e regulamentos aplicáveis, incluindo normas,
políticas, programas, planos e procedimentos de governo e da própria
instituição;
• Adequada salvaguarda e proteção de bens, ativos e recursos públicos
contra desperdício, perda, mau uso, dano, utilização não autorizada ou
apropriação indevida.
6. UNIDADE DE CONTROLE INTERNO
Todas as unidades integrantes da estrutura organizacional são
responsáveis pela execução dos processos de trabalho da entidade, pela
identificação e avaliação dos riscos inerentes a esses processos e pela
normatização e execução das rotinas de trabalho e dos procedimentos de
controle destinados à mitigação dos riscos (ATRICON, 2014).

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No entanto, faz-se necessário que a organização mantenha uma
Unidade Central do Sistema de Controle Interno, independente e legalmente
criada como responsável pela avaliação e acompanhamento do Sistema de
Controle Interno.
Para que seja efetiva em suas funções, a unidade central de
controle interno deve:
• Estar vinculada diretamente ao chefe do poder/entidade;
• Possuir estrutura física para realização das atividades;
• Ter um corpo técnico composto por funcionários concursados;
• Quantidade adequada de funcionários para a realização das
atividades;
• Funcionários treinados e com qualificação adequada para o
exercício de suas atividades.
Assim, a Unidade Central do Sistema de Controle Interno acompanha o
funcionamento das atividades do Sistema de Controle Interno. Avalia se
existem controles internos nas diversas fases do processo administrativo e,
existindo, se eles são efetivos.
O profissional que atua pela Unidade Central de Controle Interno não
consegue, pessoalmente, realizar todos os controles sobre todos os produtos
(bens e serviços) desenvolvidos pelas diversas unidades administrativas.
Dessa forma, o controlador interno deve adotar as providências para que o
gestor da entidade institua controles internos nas diversas fases do processo
administrativo. Estes controles devem ser periodicamente avaliados pelo
controlador interno por meio de procedimentos de auditorias internas.
O foco de atuação da Unidade Central de Controle Interno deve ter
caráter orientador e preventivo, auxiliar a gestão e atender a todos os níveis
hierárquicos da Administração.
Compete à Unidade de Controle Interno, dentre outras finalidades:
• Acompanhar o funcionamento das atividades do Sistema de Controle
Interno, zelando pela sua independência;
• apoiar o Controle Externo;
• assessorar a Administração;
• comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à
economicidade, eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira,
operacional e patrimonial das unidades que compõem a estrutura do órgão;
• realizar auditorias internas, inclusive de avaliação do controle interno;
• avaliar o cumprimento e a execução das metas previstas no Plano
Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual;

64
• avaliar as providências adotadas pelo gestor diante de danos causados
ao erário, especificando, quando for o caso, as sindicâncias, inquéritos,
processos administrativos ou tomadas de contas;
• revisar e emitir parecer acerca de processos de Prestação de Contas e
Tomadas de Contas Especiais.
Neste contexto, importante citar orientação emanada por esta Corte de
Contas Estadual, no que tange ao provimento e composição funcional das
Controladorias Internas, por meio do ACÓRDÃO Nº. 265/08 - Tribunal Pleno,
Processo nº. 522556/07, de Consulta, no qual se concluiu que o Controlador
Interno deve ser servidor efetivo com as seguintes alternativas:
• Pode o administrador acrescer às atribuições regulares do servidor a
função de confiança de Controlador, desde que por período previamente
definido;
• Pode, da mesma forma, criar o cargo em comissão de Controlador para
ser ocupado exclusivamente por servidores efetivos, também por prazo certo;
• Pode, ainda, instituir sistema de mandato entre os servidores
ocupantes de cargo efetivo, para que haja continuidade e alternância, havendo
a preferência por esta última possibilidade.
Em qualquer uma das três hipóteses deve haver as seguintes
prerrogativas:
• Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado;
• Possibilidade de impugnar, mediante representação, atos sem
fundamentação legal;
• O Controlador Interno não pode ser afastado de suas funções antes do
encerramento do mandato ou do período para o qual foi designado, exceto na
hipótese de cometimento de ato irregular que, mediante apuração em processo
administrativo, assim justifique.
Finalmente, não pode o Controlador Interno:
• Estar em estágio probatório;
• Realizar atividade político partidária;
• Exercer outra atividade profissional.
• Ter sofrido penalização administrativa, cível ou penal, por decisão
definitiva.
Para melhor compreensão, observe-se:
I. Os cargos da Unidade de Controle Interno podem ser providos
por meio de contratação temporária ou contratação com base na Lei
8666/93?

65
Os cargos da UCI devem ser efetivos, logo, terão de ser preenchidos
por servidores contratados por meio de concurso público. Os casos
excepcionais serão dirimidos por medidas discricionárias do gestor e estarão
sujeitas à análise e apreciação isolada por parte do Tribunal de Contas.
Ressaltando que o Controlador Geral (chefe do órgão) seguirá as regras
previstas nos Acórdãos nºs 265/08, 356/11 e 1156/16, todos do Tribunal Pleno
do TCE/PR.
II. Há possibilidade de o Controlador Interno ser cargo
exclusivamente comissionado?
Se o Controlador Interno for chefe do setor é possível, considerando
que os demais servidores do órgão sejam efetivos (Acórdãos nºs 97/08 e
867/10, ambos do Tribunal Pleno – TCE/PR).
Sobre esta temática, importante frisar que o cargo de controlador interno
não admite cumulações de funções com alguns cargos da administração
pública, em face da natureza de suas atribuições, mesmo havendo
compatibilidade de horário. Como exemplo, pode-se citar o controlador interno
ocupante de cargo efetivo que foi eleito para o cargo de vereador (Acórdão nº
1604/10 – Tribunal Pleno – TCE/PR).
Ainda, há de se ter cuidado quando da nomeação do Controlador Interno
para fins de nomear servidor capacitado para as funções, sendo razoável a
exigência de formação de nível superior para provimento do cargo, com
previsão em lei local, em face da natureza das funções a serem
desempenhadas.
7. PRINCÍPIOS GERAIS NORTEADORES DA UNIDADE DE
CONTROLE INTERNO
Os princípios gerais norteadores da Unidade de Controle Interno estão
dispostos a seguir:
• Segregação das funções: separação das funções de controle das
demais funções operacionais, evitando que o pessoal que exerce o controle
realize outra função administrativa, como contabilidade, tesouraria, assessoria
jurídica, recursos humanos, orçamento ou licitação, sob pena de não realizar o
controle com independência. Deve haver segregações de funções de
autorização, execução, contabilização e controle das operações.
• Independência técnico-funcional: aquele que exerce as atividades de
controle deve possuir independência funcional para realizar suas funções,
verificar e analisar documentos e provas e emitir relatórios sobre os achados e
conclusões.
• Relação custo/benefício: o custo de um controle não deve exceder os
benefícios que ele possa proporcionar;
• Qualificação adequada, treinamento e rodízio de funcionários: a
pessoa que exerce o controle deve deter conhecimento suficiente para o

66
desempenho de suas funções e comportamento ético. O rodízio de funcionário
deve ser garantido para evitar erros e fraudes.
• Aderência a diretrizes e normas: as ações dos funcionários que
exercem o controle devem ser realizadas em observância ao fiel cumprimento
das normas, leis e diretrizes organizacionais.
• Definição de responsabilidades: existência de normas que definam a
autoridade e, consequentemente, a responsabilidade e competência dos
agentes do controle interno;
• Instruções devidamente formalizadas: os procedimentos e instruções
devem ser disciplinados e formalizados por meio de instrumentos eficazes,
claros e objetivos, emitidos pela autoridade competente;
• Controles sobre as transações: acompanhamento prévio, concomitante
e subsequente dos atos e fatos contábeis, financeiros, orçamentários,
patrimoniais e operacionais, com vistas a avaliar se as transações foram
revestidas de fidedignidade.

8. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NORTEADORES DO SISTEMA


DE CONTROLE INTERNO
O controle interno deve estabelecer mecanismos de controle para que a
administração não se desvie da observância aos princípios constitucionais
previstos no art. 37 da Constituição Federal, que são:
• Legalidade: todos os atos da administração pública devem estar
sujeitos aos mandamentos da lei e deles não se pode desviar, sob pena de
praticar ato inválido.
• Impessoalidade: visa à neutralidade do agente político em relação aos
seus atos, ou seja, que haja ausência de marcas pessoais e particulares do
agente que esteja no exercício da atividade administrativa, pois os méritos não
são do administrador. Tem como objetivo, ainda, que as atividades
administrativas estejam voltadas para o interesse público.
• Moralidade: exige que, além da legalidade, o agente público aja com
ética e honestidade.
• Publicidade: significa que o Poder Público deve agir com transparência,
para que o cidadão tenha acesso a todas as informações.
• Eficiência: todas as ações administrativas precisam ser executadas de
forma econômica, com agilidade, utilizando os recursos disponíveis de forma
proveitosa, e que as ações sejam executadas com qualidade.

9. NATUREZA DA FISCALIZAÇÃO DA UNIDADE DE CONTROLE


INTERNO

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A Constituição Federal de 1988, no art. 70, atribuiu ao controle interno a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, no
que tange à legalidade, legitimidade e economicidade.
ECONOMICIDADE, LEGITIMIDADE e LEGALIDADE
1. LEGALIDADE verifica se a conduta do gestor guarda consonância
com as normas aplicáveis, de qualquer espécie – leis, regimentos, resoluções,
portarias, etc.
2. LEGITIMIDADE constata se o ato atende ao interesse público à
impessoalidade e à moralidade.
3. ECONOMICIDADE analisa a relação custo/ benefício da despesa
pública, isto é, se o gasto foi realizado com minimização dos custos e sem
comprometimento dos padrões de qualidade
Com base nesses três pilares, é exercida a fiscalização dos registros
contábeis, dos aspectos financeiros, do patrimônio da entidade do setor público
e das operações relacionadas à eficiência e à eficácia alcançada na execução
das políticas públicas. Os atos que resultam em transações contábeis,
financeiras, orçamentárias, operacionais e patrimoniais devem estar sempre
abrigados pela legalidade, pela legitimidade e pela economicidade.
Fazendo uma analogia com uma edificação, pode-se entender que cada
pilar levantado representa um tipo de controle e a somatória compõe a
edificação como um todo. Para dar sustentação à edificação, todos os pilares
devem estar sob a proteção do telhado, composto pelos princípios da
legalidade, legitimidade e da economicidade. Se estiverem fora do alcance do
telhado que as protege, as operações não estão aderentes aos princípios
constitucionais.
10.OBJETIVOS DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
O art. 74 da Constituição Federal dispõe que os Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:
I. Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II. Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;
III. Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV. Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. O
diagrama a seguir permite visualizar, de forma mais clara, as finalidades
citadas na Constituição Federal:

68
O diagrama a seguir permite visualizar, de forma mais clara, as
finalidades citadas na Constituição Federal:
A Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T 16.8 - Controle Interno –
estabelece que o controle interno é o conjunto de recursos, métodos e
processos adotados pela entidade governamental, com a finalidade de:
a) Assegurar a proteção dos ativos e a veracidade dos componentes
patrimoniais;
b) garantir a observância da validade, legalidade e regularidade das
transações;
c) promover e manter a confiabilidade do sistema de informações
contábeis;
d) comprovar atos e fatos que afetem ou possam afetar o patrimônio;
e) garantir a integralidade e exatidão dos registros contábeis;
f) prevenir práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes,
malversação, abusos, desvios e outras inadequações;
g) possibilitar a eficácia da gestão e garantir a qualidade da informação;
h) garantir a execução dos planos e políticas definidas pela
administração;
i) garantir aderência das demonstrações contábeis aos princípios
fundamentais e normas brasileiras de contabilidade.
A orientação da INTOSAI (2004) propõe que a função do controle interno
seria a de: prevenir erros (por exemplo, segregando funções e requisitos para
autorizações); detectar erros (por exemplo, estabelecendo padrões de
produção para detectar variações nos resultados finais); corrigir erros que
tenham sido detectados (por exemplo, cobrando um pagamento a maior feito a
um fornecedor); e compensar controles débeis, onde os riscos de perda são
elevados e sejam necessários controles adicionais.
A INTOSAI (2004) complementa que “estruturas de controle interno são
definidas como planos de uma organização, incluindo atitude gerencial,
métodos, procedimentos e medidas que proporcionem uma segurança
razoável de que os objetivos estão sendo alcançados”. Ela propõe, ainda, os
seguintes objetivos do controle interno:
• promover operações ordenadas, econômicas, eficientes, eficazes,
produtos de qualidade e serviços em consonância com os objetivos da
organização;
• salvaguarda dos recursos contra perdas provenientes de desperdício,
abuso administrativo, desordem administrativa, erros e fraudes e outras
irregularidades administrativas;

69
• aderência às leis, regulamentações e diretrizes da administração
superior; e
• desenvolvimento e manutenção de dados financeiros e gerenciais
confiáveis, revelando, razoavelmente, tais dados em relatórios oportunos.

FINALIDADE DOS CONTROLES INTERNOS

Garantir a Proteger os ativos


aderência às Leis, Assegurar a precisão (Patrimônio) da
Estimular a eficiência
aos regulamentos e a confiabilidade empresa
operacional
e às políticas da das informações
entidade

Os objetivos do controle interno estão alinhados à observância das leis,


normas e regulamentos e à confiabilidade dos relatórios, ou seja, ao fiel
registro contábil das informações. Eles voltam-se, ainda, para a eficiência na
realização das atividades e programas de governo e à proteção do patrimônio
contra possíveis perdas, erros e irregularidades.
10.1.MEIOS QUE CONTRIBUEM PARA O CUMPRIMENTO DOS
OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO
Devido às limitações da Unidade de Controle Interno, é impossível
realizar o controle de todos os produtos (bens/serviços) gerados pelas diversas
unidades. Desta forma, cabe ao controlador interno avaliar a existência de
controles nas diversas fases do processo administrativo, a fim de garantir, com
razoável segurança, o cumprimento das leis e regulamentos, a precisão e
confiabilidade das informações, o estímulo à eficiência operacional e a
proteção dos ativos da entidade.
Para tanto, são listados, a seguir, alguns meios que contribuem para o
cumprimento dos objetivos do controle interno:
10.1.1. Salvaguarda dos interesses da administração pública
Refere-se à forma pela qual são protegidos e defendidos os bens e
direitos da entidade (patrimônio público) contra quaisquer perdas e riscos
devidos a erros ou irregularidades. Os principais meios para se salvaguardar os
interesses das entidades são os seguintes:
11.MOMENTO EM QUE A UNIDADE DE CONTROLE INTERNO DEVE
ATUAR
A atuação da unidade de controle interno é realizada antes, durante e
depois dos atos administrativos, com a finalidade de acompanhar o
planejamento realizado, garantir a legitimidade frente aos princípios
constitucionais, verificar as melhores práticas de gestão e garantir que as
informações sejam fidedignas.

70
Nos termos do art. 77 da Lei nº. 4320/64, a verificação dos atos de
execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente, conforme
demonstrada no diagrama a seguir:
MOMENTO DE ATUAÇÃO DO CONTROLE INTERNO Concomitante
(simultâneo) A posteriori (subsequente) A priori (anterior, prévio)
Quando o ato é submetido previamente à análise do órgão de controle, o
controle é considerado a priori, pois antecede a prática do ato. O controle
concomitante corresponde à verificação do ato simultaneamente a sua
execução. Já o controle a posteriori ou subsequente é aquele que se efetiva
após a ocorrência do fato.
A unidade de controle interno possui competências para atuação em
qualquer dos três momentos do controle. No entanto, deve priorizar ações de
controle prévio e concomitante, a partir de critérios de materialidade, relevância
e risco. Dessa forma, espera-se que a unidade de controle interno alcance
maior efetividade.

12.DEFINIÇÃO DO ESCOPO DE ATUAÇÃO DA UNIDADE DE


CONTROLE INTERNO
O art. 74, § 1º, da Constituição Federal dispõe que “os responsáveis
pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária”.
A Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (Lei
Complementar nº 113/05), em seu art. 6º, dispõe também sobre a
responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno quando, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela dão
imediato conhecimento ao Tribunal. Os agentes de controle interno estão
sujeitos às sanções previstas em lei caso seja provada a sua omissão.
Assim, o responsável pela Unidade de Controle Interno, nos termos das
normas e procedimentos de controle em vigência, poderá comunicar,
primeiramente, a autoridade imediata do órgão/secretaria onde foi constatada a
irregularidade, para que providencie as correções necessárias, ou cientificar
diretamente a autoridade superior máxima, para que solicite ao responsável do
setor auditado as providências corretivas.
Ato contínuo, caso a autoridade superior não tome as providências para
adoção de medidas saneadoras, a Unidade de Controle Interno deverá
comunicar o TCE/PR sobre as irregularidades que configurarem grave infração
à norma legal e/ou causarem danos ao erário, cuja omissão poderá resultar em
sua responsabilidade solidária, nos termos das legislações inicialmente citadas
(art. 74, §1º da CF/88 e art. 6º do RITCE/PR).

71
No entanto, cediço que abarcar todas as transações da entidade em um
só tempo não é possível, principalmente em face da amplitude do campo de
atuação do controle interno, da periodicidade e da diversidade de tarefas
realizadas pelo ente, bem como, das limitações de estrutura enfrentadas pela
Unidade de Controle Interno.
Sendo assim, à luz da Administração Pública Gerencial vigente, focada
em resultados efetivos, na qual sobressai a necessidade do planejamento
estratégico, a Unidade de Controle Interno deverá planejar as suas auditorias,
adequando os procedimentos e suas ações às características do ente auditado,
de forma objetiva e transparente, a fim de obter resultados máximos de sua
atuação, garantindo o desenvolvimento e a melhoria das áreas sensíveis da
entidade auditada.
Para esta finalidade, entende-se que o instrumento adequado para
indicar as auditorias, as unidades auditadas, o escopo e o cronograma de
trabalho é o Plano Anual de Auditoria Interna, conhecido também como Plano
de Ação, Plano de Atividades ou Plano de Trabalho.
A auditoria é um dos instrumentos para realização da fiscalização
financeira, orçamentária, operacional, contábil e patrimonial da administração
pública e que cabe ao sistema de controle interno, por determinação
constitucional (art. 70, caput, CF/88).
Auditoria governamental é a função do controle interno que tem por
finalidade avaliar os controles internos administrativos dos órgãos e entidades
jurisdicionados, examinar a legalidade, legitimidade e avaliar os resultados da
gestão contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade na aplicação dos recursos
públicos. (CONACI , 2010)
Recomenda-se que o Plano Anual de Auditoria Interna esteja, no que for
possível, alinhado ao escopo de análise definido anualmente pelo Tribunal de
Contas do Estado do Paraná nas demais normativas desta Corte de Contas, a
fim de propiciar maior diálogo entre os órgãos de controle, com contribuições
mútuas, garantindo maior efetividade na fiscalização.
Objetivamente, o Plano Anual de Auditoria Interna constitui-se no escopo
da Unidade de Controle Interno, definindo suas principais ações dentre as
áreas mais sensíveis da entidade, ou seja, aquelas mais suscetíveis a
erros/desvios ou de maior complexidade, ou que consumam expressivo volume
de recursos financeiros.
Para tanto, além dos pontos em que a legislação exige manifestação
expressa do controle interno, o processo de planificação dos trabalhos da
unidade de controle interno deve considerar as seguintes variáveis:
a) Materialidade: refere-se ao montante de recursos orçamentários ou
financeiros alocados por uma gestão, num específico ponto de controle
(unidade, sistema, área, processo, programa ou ação) objeto de avaliação pela

72
Unidade de Controle Interno. Essa abordagem leva em consideração o caráter
relativo dos valores envolvidos.
b) Relevância: representa a importância relativa ou papel
desempenhado por uma determinada questão, situação ou unidade, existentes
em um dado contexto.
c) Criticidade: representa o quadro de situações críticas efetivas ou
potenciais a ser controlado, identificadas em uma determinada unidade
organizacional ou programa de governo. Trata-se da composição dos
elementos referenciais de vulnerabilidade, das fraquezas, dos pontos de
controle com riscos operacionais latentes, etc. A criticidade é, ainda, a
condição imprópria, por não conformidade às normas internas, por ineficácia ou
por ineficiência, de uma situação de gestão. Expressa a não-aderência
normativa e os riscos potenciais a que estão sujeitos os recursos utilizados.
Representa o perfil organizado, por área, dos pontos fracos de uma
organização.
Vale destacar que, na elaboração do Plano Anual de Auditoria Interna,
deve ser levada em conta a estrutura da Unidade de Controle Interno, a fim de
incluir, no escopo de fiscalização, objetos de auditorias compatíveis com a
capacidade de realização.
Ademais, na definição do escopo de fiscalização deve-se verificar se os
objetivos pretendidos com a execução das auditorias/inspeções selecionadas
atendem ao princípio da relação custo/benefício, uma vez que o custo do
controle não deve exceder os benefícios que pode proporcionar, ou seja, o
custo de quem controla não pode ser mais caro do que aquilo que é controlado.
12.1.TÉCNICA PARA ELABORAÇÃO DE PLANO ANUAL DE
AUDITORIA INTERNA
O Plano Anual de Auditoria Interna deve contemplar, entre outros
pontos, o objetivo geral a ser alcançado, uma lista de atividades a serem
realizadas, os responsáveis pela execução de cada ação, a data de início e fim
de cada atividade relacionada, os métodos empregados para realizar
atividades.
Normalmente, utiliza-se a técnica 5W2H para estruturar um plano de
ação, a qual consiste em uma ferramenta extremamente simples e prática, que
considera os seguintes aspectos:

Onde será O que será Quanto Como será Por que será Por quem será Quando será
feito? feito? custará feito? feito? feito? feito?
fazer?
(local) (etapas) (custo) (método) (justificativa) (responsabilid (tempo)
ade)
Onde O quê Como Por que Quando
Quanto (How
(where) (What) (How) (Why) Quem (Who) (When)
much)

Seguindo esta técnica, o Plano Anual de Auditoria Interna conterá:


73
a) Descrição de temas e macroprocessos a serem
auditados/inspecionados, contendo a descrição dos objetivos pretendidos;
b) Considerações quanto ao motivo da escolha do objeto, quanto ao
risco inerente ao objeto a ser auditado/inspecionado, bem como a relevância
do objeto selecionado em relação à entidade;
c) Local de realização dos trabalhos de auditoria/inspeção;
d) Cronograma contendo a data estimada de início e término dos
trabalhos;
e) Recursos humanos a serem empregados, considerando os
conhecimentos específicos que serão requeridos na realização dos trabalhos;
f) Descrição dos métodos a serem empregados na realização de cada
auditoria/inspeção;
g) Quanto custará para executar a auditoria/inspeção, em especial
daquelas que demandarão custos adicionais a estrutura de controle interno já
instituída;
Ademais, sugere-se que:
1. O Plano anual de auditoria interna das entidades da administração
direta e indireta seja regulamentado e elaborado pela unidade central de
controle interno, por meio de ato próprio, com a finalidade de definir temas e
macroprocessos a serem trabalhados no exercício seguinte;
2. Na sua elaboração deverão ser considerados o planejamento
estratégico, a estrutura da entidade, o gerenciamento de riscos, os controles
existentes, os planos, metas, objetivos específicos, os programas e políticas da
entidade;
3. Contenha a relação de macroprocessos ou temas que serão
trabalhados, devidamente classificados por meio de uma matriz de riscos,
estipulando prazos, recursos disponíveis e os objetivos propostos;
4. Nos relatórios de auditoria estejam descritos, no mínimo, os objetivos
da auditoria, o escopo do trabalho; os critérios de análises utilizados, as
causas, as consequências, as recomendações de aprimoramento para
saneamento de impropriedade ou irregularidades porventura identificadas em
cada achado de auditoria e a conclusão dos trabalhos, com encaminhamento
de cópia, nos casos de irregularidades, ao Tribunal de Contas Estadual.
Os resultados dos trabalhos de Auditoria deverão ser apresentados por
meio do Relatório Anual de Atividades do Controle Interno, que conterá o relato
sobre as atividades de orientação, controladoria e auditoria, em função das
ações planejadas constantes do Plano Anual de Auditoria Interna, bem como
das ações críticas ou não planejadas, mas que exigiram atuação da unidade.
13. CONCLUSÃO

74
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná – TCE/PR, exercendo uma
função pedagógica, com a disseminação das informações constantes na
presente cartilha, objetiva orientar os jurisdicionados acerca da importância e
necessidade da efetiva implantação do sistema de controle interno como
instrumento de melhoria da gestão pública.
A efetividade do sistema de controle interno nos entes municipais, em
parceria com o controle externo exercido pelo TCE/PR, possibilita a correta
aplicação dos recursos públicos, além de proporcionar maior transparência da
administração, convertendo-se em imprescindível ferramenta para o controle
social exercido pela participação popular, de maneira democrática.
Na forma de Apêndice, é apresentada uma estrutura recomendável para
implementação e/ou aperfeiçoamento de um sistema de controle interno
municipal, elencando os subsistemas e as respectivas sugestões de ações e
pontos de controle necessários, além de outras fontes de consulta sobre a
temática do Controle Interno.

1. APÊNDICE I

CONTROLES A SEREM OBSERVADOS PELO SISTEMA DE


CONTROLE INTERNO

Administração
• Avaliação da estrutura administrativa e organizacional da entidade,
verificando seus processos, sua eficiência administrativa e compatibilização
com os diplomas legais;
• Verificação da existência das normatizações dos processos e das
atribuições das unidades executoras.
Planejamento e orçamento
• Verificação do PPA para o quadriênio seguinte e avaliação do PPA
vigente, com proposição, se necessário, de revisões nas diretrizes
estabelecidas no plano, principalmente quanto à indicação por programa de
governo das metas físicas e os custos dos projetos;
• Verificação da proposta de LDO para o exercício seguinte e controle da
execução do orçamento anual corrente, inclusive as modificações realizadas
através da abertura de créditos adicionais e adequação do conteúdo da LDO

75
ao exigido na Constituição e LRF, como por exemplo: contempla o anexo de
metas e prioridades e de critérios para limitação de empenhos e subvenções
de entidades do terceiro setor.
• Verificação da proposta da LOA e acompanhamento / controle de sua
execução; acompanhamento da programação financeira e do cronograma de
execução mensal de desembolsos; e verificação se a LOA está detalhada até o
elemento de despesa e se está permitindo, de forma genérica, alteração pelos
mecanismos da transposição, remanejamento e transferência, os quais
dependem de lei formal específica.
• Organização e acompanhamento de audiências públicas durante a
fase de elaboração / proposição do PPA, LDO e LOA;
• Controle na limitação de empenhos e na movimentação financeira,
quando necessário, nas situações condicionadas pelas limitações impostas
pela LC 101/2000 (LRF);
• Acompanhamento dos estudos para estimativa do impacto
orçamentário e financeiro, quando da concessão de benefícios fiscais dos
quais decorram renúncia de receitas (art. 14 - LRF), geração de novas
despesas (art. 16 - LRF), ou no caso de aumento das despesas de caráter
continuado (art. 17 - LRF);
• Acompanhamento das despesas com pessoal, ações para redução do
limite no caso de alertas, acompanhamento da necessidade e regularidade de
pagamento de horas extras e necessidades de recursos humanos;
• Avaliação do cumprimento e a execução das metas previstas no PPA,
LDO e LOA
Receita e arrecadação
• Manutenção de cadastro imobiliário atualizado: urbano e rural;
• Manutenção de cadastro mobiliário e econômico do município
atualizado: empresas, profissionais autônomos e sociedades prestadoras de
serviços;
• Revisão e atualização do Código Tributário Municipal: compatibilidade
normativa com as normas nacionais (CTN, Lei Complementar nº 116/2003, Lei
Complementar nº 123/2006) e jurisprudência dominante dos Tribunais
Superiores;
• Definição de normas, regulamentos e acompanhamento das ações de
previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento de tributos da competência
do Município (ISS, ITBI, ITR, IPTU, taxas e contribuições);
• Clareza e adequação na descrição do fato gerador, os critérios para
definição das bases de cálculo e as correspondentes alíquotas aplicáveis;
• Clareza e adequação na descrição do sujeito passivo e dos
responsáveis tributários, quando existirem;
76
• Manutenção e aperfeiçoamento da estrutura de fiscalização dos
tributos municipais; • Controle da decadência do lançamento dos créditos
tributários;
• Controle da dívida ativa, com inscrição tempestiva dos contribuintes
devedores e a promoção da respectiva cobrança;
• Controle da prescrição da dívida ativa regularmente inscrita;
• Verificação da consistência entre o valor dos registros do setor de
arrecadação, tributação e dívida ativa e os valores registrados na contabilidade;
• Controle e realização de estudos para concessão de benefícios fiscais;
• Segregação entre as funções de lançamento, arrecadação,
fiscalização, procuradoria fazendária e contabilidade;
• Verificação das baixas de impostos e tributos sem entradas em caixa e
daqueles recebidos com desconto mediante processo administrativo;
• Verificação da consistência dos arquivos retorno dos bancos e entrada
financeira e contábil com a correta identificação do contribuinte;
• Verificação periódica mediante auxilio da TI dos logs de acesso,
visando identificar anomalias e alterações da base de dados.
Financeiro
• Definição de normas e regulamentos e os respectivos controles
aplicáveis à concessão de adiantamentos, como também aos pagamentos de
diárias;
• Contratação e controle de operações de crédito, avais e garantias;
• Controles de receitas e despesas relacionados com o FUNDEB;
• Acompanhamento dos saldos por fontes de recursos;
• Acompanhamento de saldos bancários negativos;
• Acompanhamento do pagamento de encargos financeiros decorrentes
de atraso no pagamento das obrigações;
• Verificação da existência de pagamentos sem prévio empenho;
• Acompanhamento das conciliações bancárias e regularização dos
saldos;
• Verificação da obediência da ordem cronológica de pagamentos por
fontes;
• Verificação e cobrança de solução nas pendências de conciliações
bancárias;
• Verificação das pendências de prestações de contas de repasses as
entidades privadas (subvenções e termos de parceria);

77
• Verificação das aplicações financeiras em especial dos recursos do
Fundo Previdenciário;
• Verificação do correto fluxo de documentos relacionados a pagamentos
evitando a retenção de Notas Fiscais em setores da administração.
• Acompanhamento das retenções de tributos e impostos nos
pagamentos quando devidos;
• Acompanhamento da verificação da regularidade fiscal do fornecedor
quando dos pagamentos.
Contabilidade
• Atuação junto ao registro da execução orçamentária e extra
orçamentária;
• Verificação da existência, atualização e adequação dos registros dos
Livros ou Fichas de controle orçamentário, do Diário, do Razão, do Caixa, dos
Boletins de Tesouraria e dos livros da Dívida Ativa, em conformidade com as
normas legais;
• Verificação sobre a obrigatoriedade da guarda dos livros nos arquivos
do órgão e/ou entidade;
• Verificação se os livros informatizados estão devidamente assinados
digitalmente, de modo a garantir que os dados não sejam mais alterados;
• Atuação na geração e consolidação dos demonstrativos contábeis,
bem como a finalização da prestação de contas anual a ser encaminhada ao
TCE, observando os prazos estabelecidos;
• Atuação na geração e consolidação dos demonstrativos exigidos pela
LRF - LC N.º 101/2000, assim como o controle dos prazos regulamentares
estabelecidos para a sua divulgação e remessa ao TCE;
• Controle dos registros das despesas não empenhadas por
competência.
• Verificação da classificação orçamentária dos empenhos para repasse
aos consórcios conforme o contrato de rateio;
• Atuação junto às unidades responsáveis para o correto fluxo de
documentos;
• Atuação junto às unidades para solução de pendências que impliquem
na distorção dos balanços e informações contábeis.

Patrimônio e almoxarifado
• Registro, controle e inventário de bens móveis e imóveis;

78
• Controle e procedimentos para alienação, cessão de bens e
desapropriação de imóveis;
Definição de normas e regulamentos para os casos de extravio e furto
de bens;
• Criação de regime de almoxarifado, com os controles de entrada e
saída de materiais;
• Quando da extinção de alguma entidade da administração municipal,
verificar o processo de incorporação dos bens ao patrimônio do Poder
Executivo Municipal;
• Promover a implantação de controle de entradas e saídas
individualizadas de materiais de consumo (pneus/medicamentos/combustíveis
e outros relevantes) verificando a consistência permanente dos registros e
possíveis anomalias de consumo.
Compras, licitações e contratos
• Averiguação da existência, manutenção e adequação das normas e
procedimentos para aquisição de bens e serviços, observados os requisitos
legais para realização de licitação, inclusive os parâmetros para os casos de
dispensa e inexigibilidade;
• Manutenção de cadastro atualizado de fornecedores e controle de
preços sobre os principais produtos e serviços consumidos e contratados;
• Verificação da existência dos processos devidamente formalizados,
notadamente os registros e atas pertinentes aos processos licitatórios;
• Acompanhamento da execução dos contratos celebrados pela
administração, notadamente o cumprimento das obrigações dos contratados;
• Verificar as minutas contratuais objetivando a mitigação de riscos para
a administração pública;
• Acompanhamento das alterações contratuais.
• Receber de qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica
representação contra vícios ou irregularidades licitatórios e/ou contratuais, nos
termos do art. 113, § 1º da Lei nº 8.666/1993;
• Apurar editais com cláusulas restritivas, que afastem possíveis
concorrentes;
• Investigar editais que não respeitam os termos da Lei Complementar nº
147/2014, no que pertine à priorização à micro e pequena empresa;
• Examinar a expedição de Convites sempre para os mesmos
proponentes;
• Pesquisar a configuração de eventuais fracionamentos licitatórios;

79
• Analisar a contratação direta por emergência não caracterizada

Recursos Humanos
• Existência de cadastro atualizado de pessoal - servidores efetivos, à
disposição, cedidos, comissionados e contratados temporariamente;
• Manutenção de controles de processos de admissão, exoneração e
aposentadoria de servidores efetivos e comissionados;
• Manutenção de controle sobre concessão de vantagens pessoais,
direitos, adicionais à remuneração e promoções;
• Existência de Plano de Cargos e Salários compatível com a legislação
vigente;
• Geração e encaminhamento dos demonstrativos legais dos atos de
pessoal ao Tribunal de Contas, em conformidade com os instrumentos
normativos vigentes;
• Controle dos registros que se relacionem com a folha de pagamento de
pessoal, bem como administrar as retenções legais pertinentes;
• Manutenção de programas para avaliação de desempenho dos
servidores;
• Capacitação e treinamento de servidores conforme a demanda das
unidades administrativas.

Gestão fiscal
• Acompanhamento do limite das despesas com pessoal e em caso de
extrapolação medidas adotadas para recondução aos limites – redução de 1/3;
• Acompanhamento da elaboração, revisão e publicação dos Relatórios
de Gestão Fiscal;
• Acompanhamento da elaboração, revisão e publicação dos Relatórios
Resumidos de Execução Orçamentária;
• Acompanhamento da elaboração, revisão e publicação das
informações de natureza orçamentária e financeira – lei da transparência;
• Acompanhamento do limite fixado para dívida consolidada;
• Acompanhamento do limite das operações de crédito – financiamentos;
• Acompanhamento dos limites constitucionais de aplicação em saúde e
educação;
• Realização de audiências públicas para avaliação das metas fiscais;

80
• Acompanhamento do resultado orçamentário/financeiro;
• Acompanhamento do resultado nominal e primário;
• Acompanhamento da emissão de Alertas pelo TCE/PR, com
verificação das medidas saneadoras adotadas;
• Verificação da correta contabilização das despesas com contratos de
terceirização de mão de obra.

Educação
• Planejamento e gerenciamento do ensino infantil e fundamental no
município mediante formulação de planos e diretrizes;
• Acompanhamento e controle das Metas e Estratégias dos Planos de
Educação • Gerenciamento e acompanhamento das ações voltadas para
oferecimento de merenda escolar (Aquisição, armazenamento, preparação e
fornecimento);
• Gerenciamento e acompanhamento das ações voltadas para
oferecimento de transporte escolar;
• Monitoramento e controle dos gastos com ensino infantil e fundamental
para garantia da aplicação no Estado, de 30% das suas receitas resultantes de
impostos, somadas as Transferências, em Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino (MDE) e, nos Municípios, de 25% da receita de impostos e
transferências;
• Monitoramento e controle dos gastos decorrentes das receitas do
FUNDEB, com vistas à aplicação de 60% dos recursos na remuneração dos
profissionais do magistério e de 95% dos recursos no exercício do
recebimento;
• Aplicação, no ano seguinte, do valor cancelado de restos a pagar;
• Acompanhamento do Conselho de Acompanhamento e Controle Social
do FUNDEB – ato de nomeação dos membros, composição em conformidade
com a legislação específica, funcionamento/regularidade das reuniões,
qualidade das informações prestadas, parecer sobre as contas a serem
encaminhadas ao TCE, incluindo a aplicação dos 60% e 95%;
• Acompanhamento do Conselho Municipal de Educação - ato de
nomeação dos membros, composição em conformidade com a legislação
específica, funcionamento/regularidade das reuniões, qualidade das
informações prestadas;
• Acompanhamento do Comitê Municipal do Transporte Escolar – lei de
criação, ato de nomeação dos membros e parecer em relação às competências
descritas no art. 17 da Resolução nº 777/2013-GS/SEED;

81
• Acompanhamento de eventuais desvios de finalidades no uso da frota
destinada ao transporte escolar; • Acompanhamento da documentação da frota
e demais exigências das normas relacionadas ao transporte escolar;
• Acompanhamento da otimização de rotas, obediência à elas e aos
horários nos casos de terceirização do transporte.

Ciência e tecnologia
• Acompanhamento do contido na Constituição Estadual que dispõe que
o Estado deve aplicar, no mínimo, 2% da Receita Tributária na pesquisa
científica e tecnológica.
Saúde
• Planejamento e gerenciamento das ações públicas de saúde na esfera
do município, inclusive com a verificação do acompanhamento feito pela
Secretaria Municipal de Saúde dos indicadores municipais de saúde, evitando
subnotificação de morbidades e óbitos;
• Definição e regulamentação de normas e procedimentos voltados para
a execução das ações públicas de saúde para as unidades de atendimento
municipais;
• Monitoramento e controle dos gastos com ações públicas de saúde,
com vistas a garantir aplicação mínima de 12% para o Estado e de 15% do
montante dos recursos oriundos de impostos e transferências, verificando,
também, a aderência dos gastos com as necessidades de saúde introduzidas
no Plano Municipal;
• Distribuição e controle de medicamentos e de material médico-clínico
(aquisição, armazenamento e fornecimento);
• Estabelecimento de normas aplicáveis à destinação de resíduos (lixo
hospitalar);
• Aplicação, no ano seguinte, do valor cancelado de restos a pagar; •
Repasses aos Consórcios intermunicipais de saúde;
• Movimentação dos recursos da saúde através do Fundo Municipal de
Saúde.
• Acompanhamento do Conselho Municipal de Saúde, notadamente no
que diz respeito à participação nas esferas obrigatórias (conferências de saúde
e elaboração do Plano Municipal, conforme Leis Federais 8.142 e 8080, bem
como da Lei Complementar 141/2011) – ato de nomeação dos membros,
composição em conformidade com a legislação específica,
funcionamento/regularidade das reuniões, qualidade das informações
prestadas, parecer sobre as contas a serem encaminhadas ao TCE;

82
• Acompanhamento da rotina de comparecimento e do cumprimento da
jornada de trabalho dos profissionais da saúde;
• Acompanhamento da rotina de comparecimento e do cumprimento da
jornada de trabalho dos contratados para plantões especialmente terceirizados;
• Acompanhamento das condições de salubridade e da estrutura dos
imóveis sede de unidades de saúde;
• Acompanhamento do recebimento e execução dos recursos recebidos
pelo Município, referentes ao PAB fixo e, se houver, ao PAB variável,
sobretudo com relação à adequação do número de profissionais às normas
editadas pelo Ministério da Saúde, evitando-se a perda de recursos do PAB
variável, ante a não completude das equipes de saúde cadastradas;
• Acompanhamento da Central de Regulação Municipal, a fim de aferir a
regularidade e respeitabilidade das filas para consultas especializadas e
encaminhamentos para leitos hospitalares;
• Acompanhamento das auditorias realizadas, por amostragens, nos
Hospitais, com a finalidade de verificar a regularidade da utilização dos leitos
comprados pelo Sistema Único de Saúde;
• Verificação do funcionamento dos fluxos e processos de trabalho
relativos aos encaminhamentos, pela Atenção Básica, à atenção secundária e
terciária, de modo a aferir se o usuário retorna para o acompanhamento de seu
tratamento pela equipe da Atenção Básica.

Assistência Social
• Definição de ações voltadas para políticas públicas na área do bem-
estar social;
• Controle dos gastos com assistência social, em especial dos recursos
vinculados recebidos pelo município;
• Existência de cadastro atualizado para controle no atendimento a
beneficiários das ações de assistência social.
• Existência de normas e procedimentos voltados para a execução das
ações de bem-estar social e prestação de atendimento na esfera da assistência
social.
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)
• Manutenção da base cadastral atualizada dos beneficiários segurados,
com a devida adequação às normas emanadas pelo Ministério da Previdência
Social - MPS;
• Manutenção de mecanismos de controle para a concessão de
benefícios previdenciários;

83
• Estabelecimento de mecanismos de controle da receita previdenciária
e das aplicações financeiras;
• Acompanhamento dos processos de credenciamento das instituições
financeiras nas quais os recursos previdenciários estão aplicados;
• Estabelecimento de normas aplicáveis aos controles na realização de
despesas administrativas para adequação aos limites estabelecidos na
legislação previdenciária dos RPPS;
• Acompanhamento regular dos critérios adotados pelo MPS para
emissão de certidões e do Certificado de Regularidade Previdenciária,
promovendo as ações necessárias no caso de saneamento de irregularidades
impeditivas de sua emissão;
• Avaliação contínua das disponibilidades e das obrigações do RPPS,
com acompanhamento gerencial pelos balancetes mensais e a consequente
prestação de contas anual encaminhada ao TCE.
• Realização de avaliação atuarial e respectivas reavaliações em cada
exercício financeiro;
• Verificação da adequação dos percentuais de contribuição
previdenciária (patronal / servidor) estabelecidos no cálculo atuarial com a
legislação específica pertinente.
• Acompanhamento dos repasses das contribuições previdenciárias e
dos aportes para cobertura de déficit previdenciário;
• Acompanhamento dos parcelamentos das dívidas com a previdência
própria.
Gestão administrativa
• Atendimento à Agenda de Obrigações – Instrução Normativa emitida
pelo TCE/ PR anualmente;
• Acompanhamento da entrega da prestação de contas anual ao
TCE/PR – parte documental;
• Acompanhamento da entrega dos dados eletrônicos ao Sistema
SIM/AM;
• Fidelidade dos dados enviados ao TCE/PR em relação ao Sistema de
Informações Municipais – SIM/AM;
• Encaminhamento pelo Poder Executivo da prestação de contas anual
para a Câmara Municipal;
• Acompanhamento dos julgamentos das prestações de contas –
decisões do TCE/PR e no caso do Poder Executivo Municipal pelas respectivas
Câmaras; • Verificação do cadastro da entidade junto ao TCE/PR;

84
• Interlocução entre a Procuradoria Municipal e as áreas de interesse na
solução de desvios e desobediência às normas detectados pelo Tribunal de
Contas em processos de apuração (PCA, Inspeções, Auditorias,
Representações e outros);
• Fidelidade ao compromisso da função, exercendo-a com
imparcialidade e independência, comunicando os fatos relevantes aos órgão de
controle, TCE/ PR, MP/PR, tempestivamente.

Serviços Gerais
• Gerenciamento da execução dos contratos de prestação de serviços
terceirizados (telefonistas, recepcionistas, copa, manutenção, vigilância,
segurança patrimonial, motoristas);
• Manutenção e atualização permanente de normas e procedimentos
para o controle dos gastos com telefonia, energia elétrica, água;
• Prestação de serviços gerais de apoio às unidades administrativas
(mensageiros, correios, entregas de correspondências, etc.);
• Gerenciamento e controle do uso da frota de veículos e de outros
equipamentos utilizados nos serviços de apoio;
• Realização de manutenções preventivas e corretivas em veículos e
equipamentos utilizados nos serviços de apoio;
• Existência de controles de peças e pneus utilizado, bem como do
consumo de combustíveis e de quilometragem percorrida.

Tecnologia da Informação
• Existência de normas e procedimentos de segurança física e lógica de
equipamentos (hardware), sistemas informatizados (software), dados e
informações.

Jurídico
• Controle da tramitação de processos administrativos e judiciais;
• Existência de formalização da cobrança da dívida ativa;
• Manifestação e acompanhamento dos procedimentos de sindicâncias
internas.

Gestão do Poder Legislativo


• Controle do repasse orçamentário pelo Executivo;

85
• Acompanhamento dos limites decorrentes da Emenda Constitucional
25/00 (limite da despesa total e dos gastos com a folha de pagamento).
• Controle sobre subsídios dos agentes políticos – fixação, superação
dos limites constitucionais, pagamentos irregulares, acumulação indevida de
cargos, concessão de reposição inflacionária, etc;
• Controle das despesas de custeio da Câmara Municipal - Existência de
despesas impróprias à atividade legislativa;
• Manutenção e adequação de normas e requisitos para concessão de
adiantamentos e pagamento de diárias;
• Controle dos registros inerentes às atividades legislativas (livro de
presença, livro de atas, atos legais, publicações);
• Controle para evitar pagamento de horas extras desnecessárias e de
gratificações em desacordo com as normas;
• Controle para evitar contratação de assessorias que desrespeitem o
prejulgado nº 06;
• Controle das despesas reembolsadas pelo exercício da atividade
legislativa evitando excessos (combustíveis e refeições);
• Controle para evitar despesas sem interesse legislativo (coroa de
flores, placas de homenagens e outras de privilégio e interesse particular).

Consórcios intermunicipais
• Verificação da proposta do Plano de Ação de Conjunta de Interesse
Comum (PLACIC) para o exercício seguinte e controle da execução do
orçamento corrente, inclusive as modificações realizadas através de créditos
adicionais;
• Verificação da proposta de Orçamento do Consórcio e
acompanhamento / controle de sua execução, acompanhamento da
programação financeira e do cronograma de execução mensal de desembolso;
• Verificação da proposta de Contrato de Rateio a ser firmado com os
entes consociados;
• Acompanhamento e controle do cumprimento do Contrato de Rateio
pelos entes consorciados e das medidas adotadas quando inadimplente;
• Acompanhamento e controle do parcelamento de Contrato de Rateio
firmado com os entes consorciados;
• Verificação da existência de registros contábeis evidenciando a origem
dos créditos a receber decorrente de contratos de rateio / parcelamento;

86
• Verificação da realização de prestação de contas do Consórcio para os
entes consorciados das despesas executadas com os recursos entregues por
meio do Contrato de Rateio;
• Acompanhamento quanto ao fornecimento das informações
necessárias para consolidação nas contas dos entes consorciados de todas as
despesas realizadas com recursos oriundos do Contrato de Rateio;
• Acompanhamento da elaboração, revisão e publicação dos Relatórios
de Gestão Fiscal aplicáveis aos Consórcios;
• Acompanhamento da elaboração, revisão e publicação dos Relatórios
Resumidos de Execução Orçamentária aplicáveis aos Consórcios;
• Acompanhamento da divulgação realizada pelo Consórcio do Estatuto,
do Orçamento; do Contrato de Rateio, das demonstrações contábeis; do
Relatório de Gestão Fiscal e do Relatório Resumido da Execução
Orçamentária, para fins de transparência.

Empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações


públicas de direito privado
• Acompanhamento e controle da execução dos planos e políticas
propostos pela Administração;
• Verificação dos indicadores econômico-financeiros;
• Acompanhamento da programação financeira e do fluxo financeiro; •
Verificação das conciliações bancárias e regularização dos saldos;
• Controle dos recebimentos e acompanhamento entre o valor devido e o
efetivamente recebido;
• Controle dos pagamentos e acompanhamento entre o valor devido e o
efetivamente pago;
• Manutenção do cadastro de clientes com todas as informações
necessárias (nome completo, dados pessoais, endereço, etc.);
• Acompanhamento e controle dos créditos a receber e das medidas
implementadas para cobrança desses créditos;
• Segregação de funções entre a custódia de valores, contabilização,
autorização e aprovação para pagamento;
• Acompanhamento do cumprimento das obrigações trabalhistas,
fiscais / tributárias e sociais.

Convênios e parcerias

87
• Estabelecimento e cumprimento de normas e procedimentos para
planejamento, celebração, controle e prestação de contas de convênios e
parcerias, tanto na condição de concedente de recursos como na de tomador;
• Certificar-se do funcionamento do fluxo da formalização dos acordos
(apreciação dos setores jurídico e contábil);
• Avaliação da capacidade operacional da administração pública para
celebrar convênios e parcerias;
• Capacitação de fiscais de convênios e gestores de parcerias;
• Estabelecimento e cumprimento de normas e procedimentos para a
tomada de contas de convênios e parcerias;
• Acompanhamento de impropriedades detectadas na execução de
convênios e parcerias.
• Avaliação da capacidade da administração pública para acompanhar a
execução da parceria;
• Avaliação da vantagem para a administração pública em firmar a
parceria:
• Avaliar se as parcerias foram adequadamente planejadas com
objetivos claramente, etapas bem dimensionadas, as despesas previstas
guardam relação direta com o objeto da parceria;
• Avaliação da regular execução da parceria, plano de trabalho,
movimentação financeira, comprovante de despesas;

Obras Públicas
• Verificação da capacitação, competência e regularidade do exercício
da atividade dos profissionais técnicos envolvidos no planejamento, execução,
fiscalização e recebimento do setor ou órgão responsável por obras.
• Definição de responsabilidades e normas de procedimentos quanto ao
planejamento, execução (elaboração), fiscalização e recebimento de obras;
• Aferição do cumprimento das etapas relacionadas à existência do
Programa de Necessidades do Município:
• Identificação das carências/ordenação de prioridades/ características
básicas do empreendimento/área de influência / restrições legais e sociais
quanto ao empreendimento/ estimativa de custos, passando pela escolha do
terreno (local); estudo de viabilidade; anteprojeto;
• Acompanhamento dos procedimentos e adequação de rotinas dos atos
relacionados à Fase Interna da Licitação com foco no desenvolvimento e
transparência do devido Processo Administrativo;

88
• Estabelecimento de normas e procedimentos para a elaboração de
Projeto Básico do empreendimento com base na Resolução nº. 04/2006
TCE/PR e Orientação Técnica OT-IBR 001/2006 do Instituto Brasileiro de
Auditoria de Obras Públicas – IBRAOP, com ênfase nas essências de
especificações técnicas, planilha orçamentária e cronograma físico financeiro;
• Acompanhamento dos procedimentos e adequação de rotinas dos
Editais de Licitação das obras com ênfase no art. 21, § 4º, da Lei 8.666/93 e
em específico a modalidades, fracionamento, regime de execução, tipos de
licitação e dispensa ou inexigibilidade de licitação;
• Acompanhamento dos procedimentos e adequação de rotinas dos atos
relacionados à Fase Externa da Licitação com foco nos procedimentos,
publicação, critérios de julgamento, recebimento das propostas, homologação e
adjudicação;
• Verificação quanto a existência das cláusulas mínimas listadas no art.
55 da Lei 8.666/93 relacionadas ao instrumento “Contrato” para o caso de
obras;
• A existência de procedimentos e sistemáticas definidas quanto ao
exercício da atividade de fiscalização de obras, abordando responsabilidades,
atribuições, observando-se aspectos quanto a materiais adequados,
especificações técnicas, alterações contratuais, subcontratações, reajuste e
reequilíbrio econômico-financeiro, recebimento provisório e definitivo,
responsabilidade civil, garantias dos serviços executados e manutenção;
• Acompanhamento e controle dos registros de acordo com a Instrução
Normativa nº. 084/2012, especificamente para o Módulo de Obras Públicas
com ênfase nas informações de cada obra quanto ao orçamento base, planilha
orçamentária, medições, registros fotográficos, termos de paralisação,
recebimentos provisório e definitivo exprimindo com confiança e fidedignidade
a real situação da licitação, da contratação e da execução da obra.
Sistema de Informações Municipais – SIM/AM – Módulo de Obras
• Conhecimento da documentação do SIM-AM/Atoteca e do
relacionamento entre seus diversos módulos com o de Obras Públicas;
• Acompanhamento no envio das informações de obras ao SIM-AM, que
deve ocorrer de forma integrada com os demais módulos (Contábil, Licitações
e Contratos, Convênios. Patrimônio), dentro das normas2 vigentes. A
organização desses registros relevantes sobre a obra é de suma importância e
deve refletir a real situação da mesma, principalmente no que diz respeito à
documentação anexada na Ato teca e aos pagamentos efetuados até a data do
envio dessas informações ao SIM-AM, de maneira atualizada e fidedigna. A
conferência dessas informações pode ser efetuada no PIT (Portal Informação
para Todos);
• Acompanhamento e assessoramento das demandas referentes a
Obras nos canais oficiais do TCE-PR: Canal de Comunicação (“Obras e

89
Serviços de Engenharia”) e SGA-Proar, providenciando as respostas de forma
tempestiva, quando necessário.
1 Recomenda-se que cada município tenha um órgão ou departamento
responsável pelo planejamento, elaboração de projetos, orçamentos,
especificações de serviços e materiais, acompanhamento e fiscalização das
obras ou serviços de engenharia. Essas atividades devem ser desenvolvidas
por profissionais cadastrados nos respectivos conselhos profissionais:
engenheiros (as) registrados (as) no Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia do Paraná (CREA-PR) ou arquitetos (as) registrados (as) no
Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PR).
2 Todos os municípios, por meio de suas Administrações direta e indireta,
devem seguir o disposto na Instrução Normativa n.º 084/2012, que
regulamenta a forma de organização dos dados enviados ao SIM-AM. Não
seguir estes procedimentos configura irregularidade formal, que pode acarretar
multas ao ordenador de despesas, bem como irregularidades nas prestações
de contas e o consequente bloqueio da certidão negativa junto ao TCE-PR.

AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS PELA METODOLOGIA


COSO

Em 2001, em reunião do Congresso Internacional das Entidades


Fiscalizadoras Superiores – EFS’s, assim denominados os órgãos e
instituições responsáveis pelo exercício do controle externo em cada país, foi
reconhecida a necessidade de se atualizar as diretrizes da INTOSAI de 1992 e
estabelecido que, para essa tarefa, deveria ser considerado o trabalho do
Committee On Sponsoring Organizations of the Treadway Commission´s
(COSO) como o marco referencial sobre controle interno, levando em
consideração todos os avanços recentes e mais significativos. Ao incorporar o
modelo COSO às diretrizes, o Comitê objetivou não apenas atualizar o conceito
de controle interno, mas, também, contribuir para uma compreensão unificada
de controle interno entre as Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS’s),
definindo um arcabouço recomendado para o controle interno do setor público
e oferecendo uma base para que este possa ser avaliado.

OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS
Objetivos organizacionais são o fim desejado que a entidade pretende
atingir e que orientam o seu comportamento em relação ao futuro e ao
ambiente interno e externo. Desta forma, a definição dos objetivos

90
organizacionais deve estar alinhada à missão do ente público. Os objetivos
organizacionais podem estar reunidos nas seguintes categorias:
• Estratégicos – Relacionados às metas gerais, alinhadas de forma a dar
suporte à missão da organização.
• Correlatos - Visam à utilização eficiente e eficaz dos recursos, à
confiabilidade dos relatórios e ao cumprimento de leis e regulamentos, sendo:
Á Operacionais: Refere-se à utilização eficaz e eficiente dos recursos. Á De
comunicação: Relativos à confiabilidade dos relatórios. Á De conformidade:
Voltados ao cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis.
Os objetivos correlatos (operacionais, de comunicação e de
conformidade) dão suporte aos objetivos estratégicos, a fim de garantir a sua
consecução.
O controle interno deve estar orientado a fim de garantir que os objetivos
da organização sejam efetivamente alcançados.
Ao cumprir os objetivos – estratégicos, operacionais, de comunicação e
de conformidade – assegura-se que os recursos públicos estão sendo bem
empregados.
Assim, a sociedade terá a garantia de que os objetivos estratégicos da
administração pública estão sendo alcançados, que os recursos empregados
nas ações públicas estão sendo geridos com eficiência e eficácia, que a
administração pública está obedecendo às leis e aos regulamentos e, por fim,
que as informações disponibilizadas são íntegras e tempestivas.
Os objetivos principais do controle interno são auxiliar e proporcionar à
entidade garantia razoável de que seus objetivos serão atingidos. Como tal, é
ferramenta que compõe o processo de gestão, cuja responsabilidade é comum
a todos os que integram a organização. Daí afirmar-se que a garantia
proporcionada é relativa, nunca absoluta, posto que dependente de atuação
conjunta.
COMPONENTES DO CONTROLE INTERNO
O controle interno deve ser estruturado para oferecer segurança
razoável de que os objetivos gerais do órgão/entidade estão sendo alcançados.
Para isso, devem-se observar os seguintes componentes:
Ambiente de Controle
O ambiente de controle consiste no ambiente interno da entidade e, por
isso, configura-se como a base de todo sistema de controle interno. Por ser
formado por pessoas, o ambiente interno engloba a bagagem cultural, os
valores éticos, a competência do pessoal e a filosofia de gestão de riscos de
uma entidade. Sendo assim, é influenciado diretamente pelos aspectos
individuais e coletivos de cada indivíduo, a exemplo da integridade, dos valores
éticos e da competência. Seus elementos são:

91
a) A filosofia de direção e o estilo gerencial;
b) A integridade pessoal e profissional;
c) Os valores éticos da direção e do corpo funcional;
d) Compromisso com a competência;
e) Atribuição de alçadas e responsabilidade;
f) Definição de níveis hierárquicos e a segregação de funções;
g) Políticas e práticas de recursos humanos (treinamentos, a avaliação,
a promoção, medidas corretivas, etc).
O ambiente interno refere-se à disciplina e à estrutura da Administração
Pública que influenciam na qualidade do controle interno em seu conjunto,
incluindo integridade, valores éticos, comprometimentos com a competência,
estrutura organizacional, designação de autoridade e de responsabilidade e
políticas e práticas de recursos humanos.
Um ambiente interno bem estruturado na Administração Pública garante
a salvaguarda dos ativos contra erros, roubo, fraudes, irregularidades, entre
outros fatores que podem afetar negativamente a sua preservação.
Cabe ao controle interno mapear o ambiente de controle, para entender
quais os riscos que podem afetar o cumprimento dos objetivos estratégicos,
operacionais (eficiência e eficácia), de comunicação e de cumprimento às leis.
Algumas perguntas para serem respondidas são:
A organização demonstra ter comprometimento com a integridade e os
valores éticos?
A organização estabelece níveis hierárquicos e atribuições de alçadas e
responsabilidades?
A organização obedece à segregação de funções?
A organização demonstra comprometimento para atrair, desenvolver e
reter talentos competentes?
A organização faz com que as pessoas assumam responsabilidade por
suas funções de controle interno? (ATRICON, 2014)
Avaliação de Risco
A função dos administradores públicos é utilizar, de forma econômica,
eficiente e eficaz, os recursos ao seu dispor para a consecução das metas que
lhes foram determinadas, devendo ser observado, nesse aspecto, em sentido
amplo, o conceito de governança, cuja finalidade é atingida por meio da técnica
denominada análise de risco.

92
A avaliação de risco é o processo de identificação e análise dos riscos
relevantes para o alcance dos objetivos do órgão ou entidade e para
determinar uma resposta apropriada. Envolve:
a) Identificação do risco;
b) mensuração do risco;
c) avaliação da tolerância da organização ao risco;
d) desenvolvimento de respostas.
O primeiro passo é identificar o risco, ou seja, conhecer os eventos
internos e externos à entidade que possam afetar positivamente
(oportunidades) ou negativamente (ameaça) o cumprimento de seus objetivos
estratégicos, operacionais, de comunicação e de cumprimento às leis.

Impactos Positivos Canalizadas para a concretização dos


EVENTOS (oportunidades) objetivos da organização
Impactos Negativos Devem ser avaliados e enfrentados
(ameças)

Os eventos que podem impactar direta ou indiretamente a execução das


políticas públicas podem ser de natureza interna ou externa. Alguns exemplos:
EVENTOS EXTERNOS
Econômicos Relacionados ao ambiente econômico, a exemplo das
oscilações de preços dos produtos adquiridos, a queda na
arrecadação, maior demanda por serviços públicos de saúde e
educação em função de crise financeira.
Meio Ambiente Refere-se aos riscos decorrentes de eventos ambientais, a
exemplo de incêndios, inundações ou terremotos.
Políticos Aqueles relacionados com o ambiente político, tais como a
eleição de governo de partido contrário, edição de novas leis e
regulamentos.
Sociais Dizem respeito aos riscos decorrentes das alterações nas
condições demográficas, nos costumes sociais, nas estruturas
da família, nas prioridades de trabalho/vida, entre outras.
Tecnológicos São aqueles relacionados à defasagem tecnológica, ou à
subutilização ou utilização inadequada dos recursos
tecnológicos existentes.

EVENTOS INTERNOS
Infraestrutura Aqueles que podem colocar em risco a vida e a execução das
atividades organizacionais em função da não realização de
manutenções preventivas em prédios, veículos, elevadores, entre
outros.

93
Pessoal Relacionados a acidentes de trabalho, à ausência de qualificação,
treinamentos, entre outros, que podem ocasionar redução de
pessoal disponível, danos pessoais, monetários ou afetar a
reputação da organização.
Processo Risco de erros de execução de processos em virtude de modificações
destes sem alteração adequada nos protocolos administrativos e da
terceirização de atividades sem uma supervisão adequada.
Tecnologia Refere-se ao riscos advindos da inexistência de proteção necessária
contra violações da segurança, transações fraudulentas e processos
inadequados

Para que o controle interno possa dar segurança de que os objetivos


organizacionais estão sendo atingidos, deve-se, antes, identificar quais são os
eventos potenciais que podem afetar negativamente a concretização dos
objetivos da entidade e mapear a probabilidade de sua ocorrência.
Os questionamentos que devem ser feitos são:
• Qual a probabilidade (frequência) de os riscos ocorrerem?
• Em caso de ocorrência de riscos, qual seria o impacto (efeito) que esse
evento provocará?
Após o mapeamento dos riscos – perda financeira, fraudes, danos,
roubo, furto, entre outros –, considerando sua probabilidade de ocorrência e
seu impacto, faz-se necessário o seu gerenciamento, ou seja, exige-se que a
organização pública responda aos riscos.
As respostas ao risco se classificam nas seguintes categorias:
• Evitar – interromper os eventos que oferecem riscos, considerando
que esta atitude pode, muitas vezes, paralisar projetos ou atividades
desenvolvidas pelo poder público.
• Reduzir – adotar medidas para reduzir a probabilidade de ocorrência
de um evento negativo ou o seu impacto, ou ambos.
• Compartilhar – reduzir a probabilidade ou o impacto dos riscos por
meio do compartilhamento (transferência) a terceiros, a exemplo de seguros.
• Aceitar – não tomar nenhuma medida para diminuir a probabilidade ou
o grau de impacto dos riscos.
Para saber qual é a resposta que o gestor público deve dar ao risco,
leva-se em consideração a probabilidade de sua ocorrência e o seu impacto. A
matriz a seguir dá indicativo das ações a serem tomadas.

Alto Impacto
I Alto Impacto
Alta Probabilidade
M
Baixa Probabilidade
P Ação:
A Ação: Evitar o risco 94
C Compartilhar o risco Compartilhar o risco
T Reduzir o risco
O
Baixo Impacto Baixo Impacto
Ao evitar o risco, assume-se que não há possibilidade de redução, a um
nível aceitável, do impacto e da probabilidade de um evento correr e afetar
negativamente os objetivos organizacionais. A redução ou compartilhamento
do risco é feito quando a ação consegue reduzir o risco a um nível aceitável,
que não comprometa o alcance dos objetivos estabelecidos. Ao aceitar o risco,
assume-se que ele, possivelmente, apresentará baixa probabilidade de
ocorrência e, se ocorrer, baixo impacto nos resultados da organização pública.
O controle interno avalia se a administração realiza gestão de risco,
respondendo às seguintes perguntas:
a) A organização especifica os objetivos com clareza suficiente, a fim de
permitir a identificação e a avaliação dos riscos associados aos objetivos?
b) A organização identifica os riscos à realização de seus objetivos por
toda a entidade e analisa os riscos como uma base para determinar a forma
como devem ser gerenciados?
c) A organização considera o potencial para fraude na avaliação dos
riscos à realização dos objetivos?
d) A organização identifica e avalia as mudanças que poderiam afetar,
de forma significativa, o sistema de controle interno? (ATRICON, 2014)
Atividades de Controle
Os procedimentos de controle compreendem políticas e procedimentos
implementados para diminuir os riscos e alcançar os objetivos do órgão ou
entidade. Para serem efetivos, os procedimentos de controle devem ser
apropriados; funcionar consistentemente, de acordo com um plano de longo
prazo; ter um custo adequado; ser compreensíveis, razoáveis e diretamente
relacionados aos objetivos de controle. A atividade de controle inclui uma gama
de procedimentos de controle de detecção e prevenção, tais como:
1) procedimentos de autorização e aprovação;
2) segregação de funções (autorização, execução, registro, controle);
3) controles de acesso a recursos e registros;

95
4) verificações;
5) conciliações;
6) avaliação de desempenho operacional;
7) avaliação das operações, processos e atividades;
8) supervisão (alocação, revisão e aprovação, orientação e capacitação).
O controle interno avalia se existem atividades de controle, respondendo
os seguintes questionamentos:
A organização seleciona e desenvolve atividade de controle que
contribui para a redução, a níveis aceitáveis, dos riscos à realização dos
objetivos?
A organização seleciona atividades gerais de controle sobre a tecnologia
para apoiar a realização dos objetivos?
A organização estabelece atividades de controle por meio de políticas
que estabelecem o que é esperado e os procedimentos que colocam em
prática essas políticas? (ATRICON, 2014)
Entre as diversas atividades de controle, vamos relacionar as descritas
pelo COSO (2004) e por Pereira (2009). A meta dessas atividades é reforçar o
cumprimento de planos de ação estabelecidos e, também, manter as
organizações direcionadas ao cumprimento de seus objetivos.
• Revisão da alta administração (detecção) – A alta direção compara o
desempenho atual em relação ao desempenho obtido em períodos anteriores. •
Administração funcional direta ou de atividade (detecção) – Exame dos
relatórios de desempenho pelos gerentes ou diretores.
• Processamento da informação (prevenção e detecção) – Uma
variedade de controles é realizada para verificar a precisão, a integridade e a
autorização das transações. Os dados inseridos ficam sujeitos à verificação de
edição on-line ou à combinação com arquivos aprovados de controles.
• Controles físicos (segurança e detecção) – Os valores de uma
entidade devem ser protegidos contra uso, compra ou venda não autorizados.
Para isso, devem ser estabelecidos controles de acesso, controles de entrada
e saída de colaboradores e materiais e senhas para arquivos eletrônicos.
Incluem-se neste controle os processos de inventário dos itens físicos. Por
exemplo: os equipamentos, os estoques, os títulos, o dinheiro e outros bens
que devem ser protegidos fisicamente, contados periodicamente e comparados
com os valores apresentados nos registros de controle.
• Indicadores de desempenho (detecção) – relacionam diferentes
conjuntos de dados, sejam eles operacionais ou financeiros, em conjunto com
a análise dos relacionamentos e das medidas de investigação e de correção.

96
• Segregação de funções (prevenção) – as responsabilidade e
obrigações são atribuídas entre pessoas distintas, objetivando reduzir o risco
de erro ou de fraude. A segregação é essencial para a efetividade dos
controles internos, por isso a contabilidade e conciliações, as informações e
autorizações, a custódia e inventário, a contratação e pagamento, a
administração de recursos próprios e de terceiros, as normatizações e
fiscalização, por exemplo, devem estar segregadas entre os colaboradores.
• Alçadas (prevenção) – Limites determinados a um funcionário quanto
à possibilidade de ele aprovar valores ou assumir posições em nome da
instituição.
• Autorizações (prevenção) – Definição de atividades e de transações
que necessitam de aprovação de um supervisor para que sejam efetivadas.
• Conciliações (detecção) – Confrontação de mesma informação com
dados oriundos de bases diferentes, adotando-se as ações corretivas, quando
necessário.
• Normatização interna (prevenção) – Definição formal das regras
internas necessárias ao funcionamento da entidade, definindo as
responsabilidades, as políticas corporativas, os fluxos operacionais, as funções
e os procedimentos.

Informação e Comunicação
As informações são vitais para que a organização pública conduza e
controle suas operações. Sem informações fidedignas e disponibilizadas em
tempo hábil, será difícil identificar proativamente e agir em relação à área de
risco.
A informação relevante deve ser identificada, armazenada e comunicada
de uma forma e em determinado prazo, que permita que os funcionários
realizem o controle interno e suas outras responsabilidades (comunicação
tempestiva às pessoas adequadas). Por esse motivo, o sistema de controle
interno propriamente dito e todas as transações e eventos significativos devem
ser completamente documentados.
Para assegurar a qualidade da informação, o sistema de controle interno
deve avaliar se todas as transações e os eventos significativos estão corretos e
claramente documentados, identificando as seguintes qualidades em relação à
informação.
VERIFICA-SE QUESTIONAMENTO
O conteúdo é apropriado. Está no nível de detalhes adequados?
As informações são oportunas. Estarão disponíveis quando necessário?
As informações são atuais. São as mais recentes?

97
As informações são exatas. Os dados estão corretos?
As informações são de fácil acesso. São de fácil obtenção por aqueles que as
necessitam?

Além das comunicações internas, a administração deve se assegurar da


existência de meios adequados de comunicação. A comunicação eficaz é
aquela que flui em todas as direções da organização (para baixo, para cima e
através) e que transmitam com clareza as funções e responsabilidades de cada
agente envolvido em determinado processo.
O controle interno avalia as informações e comunicações por meio das
respostas às seguintes perguntas:
A organização obtém ou gera e utiliza informações significativas e de
qualidade para apoiar o funcionamento do controle interno?
A organização transmite internamente as informações necessárias para
apoiar o funcionamento do controle interno, inclusive os objetivos e
responsabilidades pelo controle?
A organização comunica-se com os públicos externos sobre assuntos
que afetam o funcionamento do controle interno? (ATRICON, 2014)
Monitoramento
Os sistemas de controle interno devem ser monitorados para assegurar
que os controles estejam operando de forma apropriada e que o gerenciamento
de riscos mantenha a sua eficácia ao longo do tempo.
O monitoramento é obtido por meio de atividades contínua
(monitoramento contínuo), avaliações pontuais (avaliações independentes) ou
a combinação de ambas.
• Monitoramento contínuo – Realizado por meio de operações
normais e de natureza contínua da organização, a exemplo de atividades de
administração, de supervisão e outras executadas pelo corpo técnico no
exercício de suas funções. As atividades de monitoramento contínuo abrangem
cada um dos componentes do controle interno e envolvem ações contra os
sistemas de controle interno irregulares, antiéticos, antieconômicos, ineficientes
e ineficazes.
• Avaliações independentes – Referem-se às avaliações específicas
sobre determinado evento. A abrangência e a frequência das avaliações
específicas dependem, primeiramente, do monitoramento contínuo. Quanto
maior for a abrangência do monitoramento contínuo, menor será a necessidade
de avaliações independentes.
O controle interno avalia o monitoramento por meio dos seguintes
pontos:

98
A organização seleciona, desenvolve e realiza avaliações contínuas
e/ou independentes para certificar-se da presença e do funcionamento dos
componentes do controle interno?
A organização avalia e comunica deficiências no controle interno em
tempo hábil aos responsáveis por tomar ações corretivas? (ATRICON, 2014)
REFERÊNCIAS
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99
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