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Gestão e Fiscalização de Contratos

de Obras Públicas

Brasília-DF.
Elaboração

Walisson Alves Pereira

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

Apresentação.................................................................................................................................. 4

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa..................................................................... 5

Introdução.................................................................................................................................... 7

Unidade I
OBRA PÚBLICA....................................................................................................................................... 9

Capítulo 1
Obra pública: definindo o fluxo........................................................................................ 9

Capítulo 2
Fase preliminar à licitação................................................................................................ 13

Capítulo 3
Fase interna......................................................................................................................... 18

Capítulo 4
Fase externa da licitação.................................................................................................. 32

CapÍtulo 5
Fase contratual.................................................................................................................. 42

Unidade iI
FISCALIZAÇÃO..................................................................................................................................... 52

Capítulo 1
O pós-contrato.................................................................................................................. 52

Capítulo 2
Fiscalização........................................................................................................................ 65

CapÍtulo 3
Principais normas aplicáveis............................................................................................. 79

Referências................................................................................................................................... 86
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Nesta disciplina, iremos verificar as necessidades que são exigidas no processo licitatório
de obras públicas e das etapas que deverão ser seguidas para que se obtenha o êxito.
Desta forma este material discorre sobre questões relacionadas à Gestão e Fiscalização
de Contratos e Obras Públicas, com o compromisso de orientar os profissionais da área
de Planejamento e Controle de Obras Públicas, para que possam desempenhar suas
atividades com eficiência e eficácia.

Embora os recursos tecnológicos estejam a cada dia mais interagindo com as atividades
do cotidiano, tais como: softwares que projetam o que deve ser feito para uma tomada
de decisão, ainda sim há a necessidade de o gestor conhecer todo o fluxo e rotina do
seu trabalho, ou seja, mesmo que a atividade a ser executada utilize de um recurso
informatizado, o executor precisa ter a noção do processo como um todo.

Logo, o gestor com o conhecimento de toda a estrutura e do processo de obras públicas


poderá evitar ou questionar as atividades que não estejam condizentes com a real
necessidade de execução. Fazer uma melhor avalição antes de seguir com um determinado
projeto reduz custos desnecessários, propõe um melhor uso do recurso disponibilizado,
cria soluções para a melhor aplicação da obra, prevê se haverá impactos tanto financeiros
ou até mesmo ao meio ambiente.

Objetivos
»» Definir obra pública.

»» Apresentar o procedimento correto para a elaboração de etapas contratuais.

»» Identificar os aspectos relevantes da fiscalização de contratos.

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OBRA PÚBLICA Unidade I

Capítulo 1
Obra pública: definindo o fluxo

Obra pública
Pode-se definir obra pública conforme a Lei de no 8.666/1993 como toda recupreação,
fabricação, reforma ou ampliação do bem público realizada por execução direta ou
indireta. Não há nada que possa acrescentar ou sair desse parâmetro que é definido e
resguardado por lei. Por sua vez, um conjunto de regras e padrões foram estabelecidos
para que possa transparecer clareza equididade entre outros.

Quando a obra é realizada por meio do órgão ou entidade da alta administração e


demais autarquias públicas competentes, classifica-se como uma obra pública direta,
quando esta é contratada por meio de licitação, determina-se então através de processo
licitatório com base na Lei no 8.666/1993, da qual em seu artigo 6o apresenta algumas
definições conforme descrito a seguir.

São considerados como obra ou parte dela as construções, recuperações ou até mesmo
as reestruturações visando um aumento do prédio ou espaço que recebe a estrutura ou
investimento, fabricações e reforma também está condicionada como obra, ressalta-se
que todos são realizados tanto de forma direta ou indiretamente.

Quanto à definição de serviços é classificado como as tarefas que são executadas como
forma de obter ou suprir uma necessidade da entidade que a solicita. Estão contempladas
neste portfólio as ações que envolvem as locações de recursos, os transportes que são
envolvidos, toda questão envolvida nas manutenções e também adaptações ou até
mesmo atividades de reparo. As conservações e demais operações assim como consertos
e demolições também contempla tais tarefas.

Quanto às compras, pode ser realizado de forma integral ou em parcelas. As compras


são os produtos, bens e insumos adquiridos e pagos pela a administração.

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UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Nas questões que envolvem alienações, é configurado o que necessitar transferir a posse
de um bem para outros que não da própria instituição, chamados de terceiros.

Quando um serviço ou um serviço ou uma obra superar o valor equivalente a 25 vezes


o teto previsto na Lei no 8.666/1993 determina em seu artigo 23.

Na descrição de Seguro Garantia é acordado que se cumpra os direitos e deveres


estabelecidos em um contrato e também na respectiva licitação. É a forma de garantir
que a empresa irá cumprir.

Em relação à Execução Direta, as autarquias competentes ou administração pública em


posse de seus próprios recursos realizam a obra, ou o serviço.

Já a execução indireta é a prestação de serviço realizada por meio de contrato, as


atividades inerentes neste processo são executadas por terceiros.

Regime de contratação
A Lei no 8.666/1993 também define como deve ser realizada as normas para contratar.
Ou seja, qualquer pessoa que tenha o interesse em trabalhar na gestão de obras, na
condução ou até mesmo fornecer um produto ou uma prestação de serviço deve ter o
pleno conhecimento sobre como proceder na contratação de um serviço ou a entrega
de um bem/produto. As informações que pertinentes são visualizada no artigo 6o da
referida Lei, vejamos:

Havendo uma contratação em que será executado uma obra ou um serviço onde o preço
pela execução é fixado e por sua totalidade é convencionado como empreitada por
preço global.

Havendo uma contratação em que será executado uma obra ou um serviço onde o preço
pela execução será em conformidade com as unidades solicitadas é classificada como
empreendimento por modalidade de preço unitário.

Na descrição de tarefa, caracteriza quando há o desejo de realizar ajustes com relação


aos recursos de natureza humana empregado na obra mesmo se não houver insumos
fornecidos.

Por fim, quando há uma contratação de um empreendimento para que seja utilizado
de forma segura levando-se em consideração a respeito do que aplicar ou utilizar com
a operação a ser realizada, responsabilizando todos os responsáveis direto ou indireto
que foram contratados por entregar todas as características íntegras como serviços
realizados e demais instalações é considerada empreitada integral, ou seja, quando se

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OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

necessita contratar algo na qual esteja enquadrada todas as melhorias e adequações


para que o solicitante possa realizar as suas atividades fins assim que receber
o empreendimento.

Diagrama do processo

De forma alusiva será demonstrado para um melhor entendimento o fluxograma contendo


as etapas necessárias para que o gestor de um determinado certame possa fazê-lo
visando reduzir possíveis desgastes ou vulnerabilidades de riscos para a administração
contratante. Logo, ao ter esse conhecimento o executor/gestor terá as informações
necessárias em uma visão macro o que lhe proporcionará uma melhor assertividade em
seus contratos. Não há nada a acrescer ou negligenciar, pois seguindo as etapas abaixo
estará agindo conforme rege a Lei no 8.883/1994.

Quadro 1. O fluxo do processo.

Fase Preliminar à licitação


•Programa de necessidades
•Estudos de viabilidade
•Anteprojeto
Fase interna da licitação
•Projeto básico
•Projeto executivo
•Recursos orçamentários
•Edital de licitação
Fase Externa da licitação
•Publicação do edital de licitação
•Comissão de licitação
•Recebimento de Propostas
•Procedimento da licitação
Fase contratual
•Contrato
•Fiscalização de obra
•Recebimento de obra
Fase posterior a contratação
•Operação
•Manutenção

Fonte: Pereira, 2016.

O que um gestor precisa ter em mente na execução de seus contratos é fazer com que os
riscos sejam minimizados. Por isso, é de extrema relevância a concentração dos esforços
para que todas as etapas sejam concluídas sem serem negligenciadas, pois uma vez
dito, a estrutura auxilia na tomada de decisão como, por exemplo, o angariamento de
recursos, a definição do que é melhor para um grupo ao qual deseja atender.
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UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Em resumo, é necessário ter a visão da viabilidade do que se executa, da obra em questão


que se obtida na etapa preliminar evita o mau uso do recurso público e até inviabiliza a
condução dos serviços e demais obras ou sua utilização no concluir da referida entrega.

Para tal, é chamada a atenção com a ressalva em amparo das respectivas leis, incluindo
neste pacote o que dita a descrição sobre as responsabilidades fiscais. Usando como base
o artigo 45 da referida Lei para realizar a devida argumentação. Desta forma, observa-
se a seguinte descrição: Projetos que desejam serem inclusos em lei de créditos e a
de orçamentos poderão ser aceitos após os demais que estão em continuidade forem
finalizados, assim como todos os gastos com a manutenção do bem público estejam
descritos e auditados em comum acordo com amparo da lei.

Imagine se a Lei no 8.666/1993 fosse extinta? Qual seria o seu posicionamento


para que novos contratos pudessem entrar em vigor com a administração
pública? Em sua opinião existiria uma alternativa que pudesse suprir a ausência
da referida Lei?

De forma geral foi apresentada a definição de obra pública para que não haja
sombra de dúvidas no ato de gerir ou cumprir no andamento de prestação de
serviço a administração competente ou junto ao órgão que fiscalizará determinado
procedimento em se tratando de autarquia pública. Foi apresentado que significa
cada expressão, bem como: obra, serviço, compra, alienação, seguro-garantia,
execução direta e execução indireta, todas regidas pela a Lei no 8.883/1994.
Apresentamos os regimes de contratação dando ênfase em tópicos como
concorrência por valores globais, concorrência por valor único, atividade e
concorrência integral. São informações grosso modo a serem estudadas no
decorrer da nossa disciplina. Fora disposta uma tabela com o intuito de apresentar
como ocorre o fluxo do processo licitatório na qual fora demonstrado as cinco
fases a serem cumpridas de forma que minimize os impactos com retrabalho ou
desperdícios de recursos financeiros e de pessoal. As etapas apresentadas serão
estudadas a partir dos próximos capítulos.

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Capítulo 2
Fase preliminar à licitação

Programa de necessidades
Esta etapa é fundamental e permite ao órgão o levantamento das necessidades que
cerceará o projeto/obra. Padronizando o conjunto de tomada de decisões e recursos a
serem utilizados nos estudos de viabilidade. Esse é o programa de necessidades. Após o
seu levantamento, são estabelecidas as características básicas da obra:

»» sua real necessidade e qual finalidade;

»» seus usuários;

»» o tamanho a ser empregado;

»» estrutura de acabamento idealizada;

»» insumos e demais equipamentos;

»» móveis a serem utilizados;

»» a sociedade em torno do empreendimento será beneficiada? Isso deverá


ser considerado;

»» em conformidade com as leis municipais, deverá ser considerado e avaliado


se a obra fere alguma lei ou se todos os alvarás foram solicitados e liberados.

Uma vez que se compreende o programa de necessidades fica claro o quanto algumas obras
no Brasil foram negligenciadas na fase preliminar. Em todo o território nacional é possível
identificar obras irregulares, sem o mínimo de coerência. É de responsabilidade de quem
autoriza e do responsável que fiscaliza identificar se todas as etapas foram cumpridas.

Figura 1. Rua sem saída.

Fonte: <https://blogdotarso.com/2013/01/22/ducci-depois-da-calcada-de-granito-agora-e-a-passarela-em-rua-sem-saida-para-derosso/>.

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UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Levando em consideração as constantes divulgações por parte do governo federal com


relação à redução de custos, ainda sim é notório que não são todos que observam a real
necessidade de contribuir para que a verba pública não seja gasto desnecessariamente.

Figura 2. Calçada de granito.

Fonte: <https://blogdotarso.com/2013/04/26/depois-do-churrasco-de-gente-diferenciada-agora-e-a-farofada-no-granito/>.

Qual é a real necessidade de uma calçada pública conter o seu piso de granito?
Seria essa atitude um recurso assertivo do gestor de tal obra? A verba para a
calçada ainda que aprovada justifica o uso de granito ao invés do piso comum?
São empreendimentos como este que perdura com a onerosidade da máquina
pública, não adianta desenhar o projeto passar por todas as etapas fiscalizar e por
fim ser aprovado um determinado tipo de piso para uma finalidade trivial e que
em nada contribui com a sociedade, pelo contrário faz com que o contribuinte
em um determinado momento tenha que arcar com essas obras. Observe que
esse exemplo é pequeno, mas que um gestor tem que ter o bom senso para
saber lidar com as solicitações que chegam até o seu domínio.

Fica evidente que a pessoa que geriu o contrato para essa obra não levou em consideração
os materiais coerentes a serem utilizados bem como não previu o recurso público que
fora investido desnecessariamente, o que prova que nesse cenário o órgão administrador
foi negligente e tomou prejuízo com tal empreendimento.

O gestor tem que se atentar quanto ao dimensionamento do projeto e as reais necessidades


para a obra.

Conforme será apontado posteriormente é imprescindível que se faça um estudo para


a viabilização dos projetos. Não deverá ser negligenciadas áreas de espaço verde que a
lei exige, espaço para escape e possível local para um estacionamento.

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OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

O que deve ser considerado?

»» infraestrutura como (água, energia, acessibilidade);

»» mão de obra para o atendimento imediato em local a ser executado a obra;

»» topografia do terreno;

»» o solo;

»» questões de água como lençol freático;

»» a legalidade da área a ser executado.

Dentro do escopo da fase preliminar todos os tópicos listados devem ser rigorosamente
cumpridos, uma vez que o gestor público em sua incumbência deverá ter o total
conhecimento sobre, pois o não cumprimento pode paralisar a obra ou a prestação de um
determinado serviço público. Ainda é interessante ressaltar que no âmbito jurídico toda
e qualquer alteração/decisão estará respaldada em lei. Observamos que no Decreto no
6.170/2007 no artigo 39 ressalva as condições das considerações para que seja acordado
o convênio para a execução de uma obra pública ou prestação de um serviço.

Para ampliar o conhecimento ainda nas respectivas autorizações para o


convênio, é importante destacar as questões acerca dos cadastros e plano de
trabalho, as licenças ambientais que são necessárias à comprovação de que
tem condições legais e fundamentais sobre a propriedade em questão. Desta
forma, é preciso que haja uma emissão que ateste este poder e que deverá
ser realizada pelo cartório de imóveis em questão ou do local onde houver as
modificações, reformas e demais. É possível também apresentar em casos em
que uma certidão ainda não esteja em mãos ou que ainda não fora entregue
por parte do cartório, algo que comprove que o local ocupado fora realizado
de forma legal quando entidade das esferas municipais, estaduais ou federais
fora desapropriados. O valor legal é de 20 anos. Poderá ser também em locais
cedidos ou doados quando for de alguma repartição pública se a mesma fora
aprovada anteriormente.

Estudo de viabilidade
As ações que visam propor a legitimidade ou o quão um projeto está apto para ser
iniciado tem como característica selecionar a proposta que se enquadra nos parâmetros
de requisitos necessários. Ou seja, que tenha aprovação ou liberação do ponto de vista
técnico quanto econômico e também por sua vez ambiental. Uma vez que esses tópicos
estejam adequados, será dada sequência com a proposta elegível.

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UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Quanto à aprovação técnica o gestor precisa identificar quanto às opções a serem


realizadas em sua execução. É necessário que o administrador faça um checklist
para que sejam aprovados. No que diz respeito ao ponto econômico o que precisa ser
verificado é as questões de prós e contras, ou seja, no local onde será executado uma
determinada obra, quais serão as contribuições positivas para a localidade bem como o
fator negativo da instalação no seu arredor. Por fim, a questão ambiental e não menos
importante deverá ser levada em consideração o grau do impacto no meio ambiente.
Haverá perda de fauna? Haverá desapropriação de reservas? São questões pertinentes
para a análise de viabilidade do projeto.

Com o uso das indicações de cálculo em conforme com a NBR no 12721/1993 estipulada
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) será necessária a observação/
atenção quanto aos custos que envolverão todas as possíveis execuções para o projeto.
O fator utilizado leva em consideração o valor do metro quadrado multiplicado pela
totalidade do objeto/projeto a ser construído. As referências serão baseadas em revistas
de cunho técnico para definir o preço do metro quadrado com relação à determinada
obra e o que será utilizado para complemento.

Dessa forma, é possível aproximar ou conhecer uma base orçamentária a ser utilizada
para o projeto. Com base nos valores encontrados é possível avaliar quais aspectos
terão maior atenção/recurso visto que se o orçamento não for em suma o suficiente
para atender o empreendimento por completo no que tange a melhores acabamentos e
materiais, prioriza-se as partes mais importantes para a construção.

Quando todas as questões referentes ao projeto forem traçadas, deverá por parte de
uma comissão ou do próprio gestor criar um relatório que contenha os atributos do
projeto as condições específicas, os planos de ações e recursos que serão utilizados,
estabelecendo questões tais como: localidade, base para cálculo dos custos, entre outros
assuntos inerentes à proposta eletiva.

Anteprojeto
Todo projeto que é apresentado em um certamente licitatório requer logo que selecionado
o objeto a ser construído/reformado/viabilizado uma segunda classificação do que
deverá ser conduzido, isto é chamado de anteprojeto.

O mesmo não é exigido em obras de pequena ou baixa complexidade. Uma característica


de grandes obras com elevado grau de investimento e requer parecer de técnicos
responsáveis que o defenda e são conduzidos na primeira etapa. Contêm no anteprojeto,
questões concernentes à planta baixa do projeto e também sobre a sua estrutura.

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OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

São também mencionados valores e gastos que visam cobrir o que a obra custará
conforme o padrão desenhado.

Não é um documento elaborado para ser apresentado como o projeto oficial, pois o
mesmo tem por finalidade complementar e dar embasamento sobre a obra e o plano
traçado para a sua execução. Serve conforme dito anteriormente para exemplificar os
custos como métrica do projeto, ponto a ser estabelecido a empreita e da sua observação
com o projeto principal. Este documento é incluso junto com o projeto básico quando
uma proposta é apresentada em um determinado certame, logo ele deve ser apresentado
em conjunto e nunca apenas ele.

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Capítulo 3
Fase interna

Projeto básico
O que ocorre na figura 3 é simplesmente a ordem que deve ocorrer a Fase Interna
de um Certame/Edital/Licitação. Pensando nisso, o que ocorre se o projeto básico
não ficar bem definido? Será que existiria outra forma de concorrer/participar de
uma licitação, se o projeto básico for negligenciado?

Figura 3. Fase interna.

Projeto Básico
Fase interna

Projeto
Executivo

Recursos
Orçamentários

Edital de
Licitação

Fonte: Pereira, 2016.

Após a definição do que será executado são realizados os passos para contratar o
fornecedor ou prestador de serviço, tal evento ocorre por meio de licitação, os atos que
compõem a elaboração do edital constituem a fase interna.

Com base nos artigo 38 da Lei no 8.666/1993 entende-se que para realizar a licitação antes
de tudo é necessário que seja iniciado um processo administrativo. Este necessita conter
protocolos com numeração a qual indica que houve uma autorização para que o mesmo
pudesse ocorrer. Ou seja, para comprovar que existem condições financeiras para
custear o projeto. Estas informações constarão com os demais documentos expressos:

»» Seja por meio de convite ou até mesmo por edital e anexos adjacentes,
quando convir.

»» Toda a publicação do edital de maneira resumida deverá conter as suas


publicações conforme o artigo 21 ou por meio do convite entregue.
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OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

»» Comprovantes da designação da comissão ou do responsável ou do


leiloeiro.

»» Propostas originais.

»» Todos os relatórios ou expedições e atas que a Comissão julgadora


decretar.

»» Os relatórios da comissão técnica ou jurídica referente a não elegibilidade


ou dispensa emitida para a licitação.

»» Homologação da licitação.

»» Comprovação dos recursos que os licitantes apresentaram bem como as


decisões tomadas.

»» Se houver, é necessário o comprovante que demonstra o cancelamento


da licitação.

»» Demais publicações ou comprovantes e outros documentos que possam


ser útil ao processo licitatório.

É interessante ressaltar que todas as questões envolventes no processo de licitação bem


como atas, despachos, alterações, adequações, comprovantes e demais documentos
deverão ser analisadas pelo departamento jurídico impreterivelmente.

A sequência da licitação é iniciada a partir da identificação de uma necessidade pública,


inicia-se com o planejamento e finda com a aprovação por meio de assinatura do
contrato ou com a outorga de uma documentação equivalente.

Na fase interna o projeto básico é fundamental para iniciar um empreendimento, pois


é a validação de que se houver falhas em sua elaboração, dificilmente o objeto a ser
executado terá o seu objetivo alcançado.

Esta etapa antevê a licitação. Necessita cobrir todos os componentes do que necessita
ser executado e os requisitos estabelecidos conforme o Artigo 6o da Lei no 8.666/1993.
Questões como desenvolvimento da solução a ser utilizada, sobre a realização da obra,
identificação dos tipos de materiais, sobre métodos e métricas, plano de licitação e
orçamento do custo da obra estão definidos e assegurados por Lei. Ainda é possível se
resguardar com o que Lei determina.

»» A assimilação assertiva de tudo que integra e corrobora no objeto a ser


empreendido.

»» As soluções técnicas globais e localizadas.

19
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

»» A assimilação, e as definições dos recursos, que farão parte das obras.

»» Descrição total e com especificações do serviço contratado com base legal


no que realmente será utilizado quanto à parte de utilização de recursos
humanos e insumos com vistorias.

Caso o projeto contenha alguma inconsistência poderá ocasionar problemas futuros de


tais como:

»» Por inexistência de avaliações com relação às condições básicas necessárias


ocasionando um custo oneroso com relação ao retorno do bem
empreendido e por sua vez deixar de ter algum efeito significativo.

»» Mudanças com relação a definições de caráter técnico em virtude de uma


análise mais criteriosa em relação ao solo e ambiente de forma necessária.

»» Não havendo critério em definições poderá ocorrer o uso de produtos não


próprios conforme a ocasião de fato venha a exigir.

»» Mudanças não previstas em contratos por falta de precisão no projeto


apresentado com definições de cunho técnico que refletem diretamente
na tomada dos valores definidos previamente.

Essas consequências, caso ocorram, impedirá o prosseguimento do processo de licitação,


por incompatibilidade do que está a ser licitado com o que irá ser realizado, e por sua
vez cabe a responsabilizar o gestor que aprovou o modelo incompatível.

Com base nas informações da Lei de Licitações, utiliza-se com base para todo
o empreendimento algumas premissas que serão listadas no quadro a seguir.
É importante entender que não somente quem licita, mas também quem audita
deve ter o pleno conhecimento desta Lei. Aqueles que desejam participar da
licitação como fornecedores ou prestadores de serviços também precisam ter o
entendimento sobre o que constitui o projeto básico e suas observações. Assim
o licitante também deixa de forma transparente as atribuições e meios que será
trabalhado ou que contemplará em seus respectivos editais.

Quadro 2. Tabela de orientações.

São os detalhamentos e requisições necessárias para se executar uma obra. Neste documento
um parecer técnico com todas as premissas e observações são de extrema importância.
Porque não é apenas fixar um edital, ou simplesmente contratar uma obra para a execução
Projeto básico
de serviços ou demais reformas. No projeto básico leva em consideração também os riscos
ao redor de onde haverá o empreendimento. Questões que envolvem o meio ambiente e a
ocupação local e também com o tempo de investimento que será necessário.
Não deve haver dúvidas com relação aos meios a ser utilizado. Desta forma, é necessário
Soluções a
criar uma visão macro de modo que fornece as soluções a serem utilizadas para que fique
desenvolver
de fácil entendimento.

20
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Localização Estas localizações têm como objetivo especificar precisamente as propostas técnicas
geográfica utilizadas. Isto evita o retrabalho e desgaste no decorrer do projeto.
Quem são os participantes que fornecerão produtos e serviços para o empreendimento?
Então é por isso que há uma exigência que orienta identificar todos os recursos a
Tipos de serviços serem utilizados no empreendimento. São materiais e demais insumos com a descrição
de suas finalidades e justificativas de uso de modo que haja transparência e melhor
aproveitamento.
São informações que podem ser utilizadas quando houver a necessidade de uso de um
Demais informações
plano B, ou seja. Quando necessitar de utilizar recursos de forma temporária.
São os recursos que deverão ser considerados para que o projeto licitatório seja
Subsídios
contemplado.
Orçamentos Avaliação de forma macro e total do que será utilizado em todo o empreendimento.

Fonte: Walisson Alves Pereira, 2017.

Projeto executivo
Depois que é realizada a parte de estudos, viabilidades e demais análises levando
em consideração todas as variáveis, é iniciado por meio dos envolvidos no projeto,
que seja elaborado um novo projeto em questão denominado de executivo. O que
deverá ser considerado no que tange as fases do bem empreendido consta nessa
relação. É uma descrição detalhada e minuciosa para que fique claro para todos os
envolvidos. É preciso evidenciar a necessidade de que todos os envolvidos sejam de
cunho técnico ou com amplo saber no meio em que será objeto a ser trabalhado.
Diga-se na ocasião, que para assumir e participar desta etapa todos os envolvidos
sejam especialistas para que toda e qualquer eventualidade seja discutida e tratada
no ato da descrição.

Veja bem, é possível desenvolver o projeto de caráter executivo após o básico estiver
concluído, desde que isso ocorra antes dos trabalhos que envolvem a condução do
empreendimento, há uma ressalva que também autoriza a elaboração do projeto no
mesmo tempo em que os serviços estão acontecendo na obra. Porém é válido lembrar
que a administração envolvida precisa conceder autorização e aceite válido. Tudo isso
está embasado na Lei de Licitações no 8.666/1993 por meio do 7o artigo.

Se a Administração tem o interesse em realizar a licitação utilizando para isso o


projeto básico, é extremamente importante ressaltar que para tal finalidade deverá
compreender o que está definido no artigo 6o, IX da Lei no 8.666/1993. Em resumo, o
projeto necessita estar condizente não podendo está incompleto, pois assim empresas
e afins que desejarem participar de um determinado edital licitatório estão permitidos
a enviar as suas respectivas propostas quando estiverem prontas para que sejam
analisadas e avaliadas por meio da autarquia que compor o processo. A proposta que
melhor atender os requisitos será a escolhida.

21
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Recursos orçamentários
Obedece ao que está disposto no projeto básico, no qual é necessário que todas as
etapas estejam traçadas, há uma extrema relevância a ser considerada pelos órgãos que
realizará uma contratação adiantar e revisar os valores destinados a cobrir os custos
de caráter específico visando garantir que todas as questões legais a serem saldadas
sejam por sua vez resguardadas, pois dessa forma os serviços e obras não ficarão
desguarnecidos na empreita contratada.

Se no período específico que fora estipulado e reservado para saldar questões de um


determinado empreendimento, houver excesso com relação a valores estabelecidos, ou
seja, exceder ao que fora acordado, não será permitida a inicialização de obras/serviços
de forma arbitrária, uma vez que não havendo uma autorização em forma de leis
específicas, a administração poderá ser responsabilizada por crime. Para evitar este
desconforto, deverá ser realizada uma nova descrição dos gastos e este por sua vez
precisará ser incluído no planejamento plurianual.

Edital de licitação
É necessário criar as estruturas e defini-las e é por isso que se cria o documento com estas
questões. Não inventado ou por interesse próprio, mas sim com base no que determina
a Lei no 8.666/1993, tudo que necessitar ser licitado deverá ser documentado.

Espera-se que as empresas apresentem para a licitação:

»» Relatórios dos encargos sociais.

»» Relatórios de taxas do BDI.

»» Relatórios que demonstrem os serviços realizados e quais foram os reais


custos envolvidos por cada contratação realizada e executada. Todas as
descrições deverão conter no relatório de orçamentos.

Visando manter a transparência de qualquer certame, é imprescindível que haja uma


análise minuciosa do que conterá nele. Visto que se houver a necessidade de uma
correção ou acréscimo de informação todas as datas previstas para o certame deverão
ser prorrogadas para que os que participarem do edital possam se organizar de forma
que não fiquem prejudicados.

Ressalta-se a importância da revisão dos documentos e demais elementos que estão


inclusos em uma licitação, uma vez que havendo equívocos na etapa atual impactará

22
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

diretamente na condução da obra tão logo que ela esteja concluída. O cuidado na sua
elaboração deverá ter como objetivos:

»» Não permitir que empresas sem condições de comprovar suas capacidades


técnicas participem do processo.

»» Não permitir que empresas sem condições de comprovar recursos


financeiros exigidos no edital participem do processo.

»» Promover a isonomia sem favorecer nenhuma empresa.

»» Demonstrar que todos os interessados deverão obedecer ao edital licitatório.

»» Apresentar todas as exigências que os interessados deverão apresentar


no ato da entrega de seus documentos.

Há apoio jurídico à administração, para que sejam realizadas análises de todos os


convênios ou contratos e eventuais ajustes que venham integrar o certame. É de suma
importância compreender que somente após a análise desse apoio jurídico e não
havendo nenhuma intercorrência é que poderá dar sequência no tramite licitatório e
suas adjacências.

A obrigatoriedade da licitação

Levando para o exemplo do cotidiano, suponha que uma prefeitura tem a seguinte
necessidade, realizar a ampliação de duas salas em uma unidade escolar de sua
responsabilidade. Ainda que teoricamente seja um serviço relativamente tranquilo de
ser executado e com tempo de entrega pequeno, ainda sim deverá obedecer ao que
determina a Lei no 8.666/1993 em seu artigo de número 2. Isto é, a obrigação de licitar o
fornecedor ou prestador de serviço. Da mesma forma se fosse necessário adquirir algum
insumo ou se há a necessidade de alugar um bem comum ou publicar algo em mídia
também precisará de uma licitação. Desta forma, o exemplo acima demonstra que as
contratações por meio de licitação é a maneira mais transparente que um órgão utiliza
para o atendimento de seus anseios, evita que por sua vez que nenhum fornecedor ou
prestador de serviço seja privilegiado e que todos possam ter igualdade nas licitações.

Modalidades de licitação

Conforme o regimento, a repartição que tiver o interesse apresentará um espaço onde


ocorrerá o processo, a exceção dar-se-á quando houver solicitação do poder público
com justificação expressa. É o que define o artigo 20, o que não exclui interessados
externos ao local de participarem da licitação. Observe a seguir as modalidades que
seguem para a condução da licitação.
23
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Figura 4. Modalidades de licitação.

Concorrência

Tomada de Preços

Convite

Concurso

Leilão

Fonte: Pereira, 2016.

A seguir uma demonstração de lista de verificação. Em questão é demonstrado


como é realizado uma lista de verificação para a requisição de bens e serviços
nas modalidades concorrência, tomada de preço e convite. Logo, o que é a lista
de verificação? Segundo a AGU: Por indicação da Lei no 8.666/1993 é toda a
documentação necessária bem como ações administrativas, para conduzir os
trâmites legais da licitação, chamado de fase interna em que se tem:

»» a modalidade concorrência;

»» a tomada de preços;

»» o convite que contém o número do processo e a sua modalidade.

Quadro 3. Lista 1 - verificação modalidade: concorrência/ tomada de preço/convite.

Processo no: ________________________________________________________

Concorrência/Tomada de Preços/Convite no: __________________________

SIM /
Documentação e ações administrativas FOLHA OBS.
NÃO

1. Processo administrativo é aberto levando em consideração que antes o mesmo teve o seu protocolo
seguido.
2. Usando o Acórdão do TCU de no 254/2004 é possível observar a existência de requisições emitida por
departamento ao qual o solicitante compete?
3. Baseado na Lei de no 9.784/1999 há necessidade plausível para contratar?

4. Com base na Lei no 8.666/1993 há responsável que autoriza por meio expresso a abrir o edital?
5. Ainda em conformidade com a Lei de Licitações, foi observado se há descrição do que é necessário em
aspecto quantitativo por meio de documentação quando houver processo para adquirir bens?

6. Conforme o artigo 6o, IX, Lei no 8.666/1993. Se houver necessidade de contratar serviços ou
empreitada, foi observado se há levantamento de cunho técnico para embasá-lo?
7. Com base no Artigo 6o, IX e 7o, §2º, I, da Lei de Licitação. O projeto básico foi elaborado com finalidade
de contratar algum ou realizar alguma obra? Contratar ou elaborar algum serviço?

24
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

SIM /
Documentação e ações administrativas FOLHA OBS.
NÃO
8. Conforme a Lei no 10.520, de 2002, existe explicação plausível não usar do tipo pregão em situações
que visa contratar ou elaborar bens? Contratar ou elaborar serviços?

9. Artigo 7o, § 2o, I da Lei de Licitações, autoridade imedata aprovou algo com base no projeto básico?
10. Amparado pelo artigo 6o, X e 7o II, da Lei de Licitação, há projeto executivo para caso haja a
necessidade de contratar serviços ou obras? Em caso negativo, há autorização expressa prévia que permita
a condução em conjunto com a elaboração?

11. Ainda conforme artigos 7o, § 2o, II, e 43, IV da Lei no 8.666/1993. Existe pesquisa de preços praticados
para o bem ou serviço adquirido? Há uma relação descrita com todos os custos envolvidos?
11.1 Baseado no artigo 15, III e 43, IV da Lei no 8.666/1993, para os casos de necessidades de compras
é apresentado relação de valores que são utilizados como referência no segmento de atuação?
12. Conforme artigos 7o, § 2o, III, 14 e 38, caput, da Lei no 8.666/1993 foi previsto todos os custos que
faz referência ao que fora orçado?
12.1 Se houver necessidade, existe o levantamento que demonstra as despesas inerentes conforme descrito
no artigo 16, I Lei no 101/2000?
13. Levou em consideração o Decreto no 6204/2007 e o artigo 48 da Lei Complementar no 123/2006 e
a Lei no 11.488/2007 por meio do artigo 34, dependendo do valor proposto do objeto apenas sociedades
cooperativas, micro e pequenas empresas podem participar.
13.1 Embasado pelo o artigo 9o de Decreto no 6.204/2007 cabe exceção com justificativa plausível que
visa deixar a parte o fator exclusivo?
14. Com base no artigo 38, III, da Lei no 8.666/1993, contempla a representação dos envolvidos na
comitiva da Licitação.
15. Existe a redação do edital e anexos com base no que determina a Lei?
15.1 Compõe o anexo do certame: o projeto básico, conforme houver necessidade;
O projeto executivo, conforme houver necessidade,
O termo de contrato, conforme houver necessidade; e por fim
Os levantamentos de custos descritos em relatórios com dados dos possíveis custos relacionado por
quantidade, conforme houver necessidade.
16. Conforme o artigo 38, Lei no 8.666/1993 existe análise e consentimento da redação do edital e dos
respectivos anexos através do departamento jurídico?
17. Artigo 21 Lei no 8.666/1993, publicação referente ao aviso no certame licitatório.

Fonte: AGU.

As especificações para cada modalidade regida pela Lei de Licitações em seu artigo 22
traz a clara e manifesta condição para cada certame. Ou seja, o que deve ser respeitado
para cada tipo de proposta. Observe as definições por meio dos tópicos apresentados a
seguir com o tipo da modalidade e a sua referida descrição.

Quadro 4.

Modalidade O que determina


Permite a quem desejar a oportunidade de participar do processo licitatório, desde que demonstrem por meio de
Concorrência comprovações que cumprem ou que possuem as exigências solicitadas na fase inicial para serem elegíveis ao que se
deseja concorrer.
Todos os participantes que enviaram as propostas dentro do prazo estabelecido e que anteriormente foram cadastrados
Tomada de preços
de forma correta e que fora certificado que apresentaram toda a documentação solicitada participam nesta etapa.

25
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Nesta etapa ocorre conforme a sua modalidade, ou seja, por meio de convite literalmente. Isto é, aquele que tem o
interesse em participar poderá participar do objeto em questão. Esta modalidade ou a licitação por meio deste dar-se-á
Convite pelo no mínimo 3 participantes. A autarquia responsável por esta licitação colocará a convocação em um determinado
espaço a qual todos poderão consultar. Exige se que os interessados se pronunciem com antecedência de 24 horas
antes do prazo para a apresentação das propostas.
Esta etapa envolve os participantes que desejam concorrer nas especialidades de trabalhos científicos, trabalhos
Concurso
técnicos e trabalhos artísticos. Necessita que haja publicação por meios oficiais com 45 dias de antecedência.
É uma modalidade interessante. Todo e qualquer produto que fora anteriormente recebido como penhor, por meio
Leilão de apreensão ou para alienar algum bem imóvel será entregue pelo maior valor em forma de lance. Os participantes
poderão ser quaisquer que tenham o interesse em participar.
Este permite que os interessados que desejam prestar algum serviço ou fornecer algum bem possam através de uma
Pregão sessão pública, participarem. Isto é feito de duas maneiras, uma como lance verbal e a outra através da entrega de
propostas com as descrições de seus preços que conseguem concorrer.
Ocorre na esfera da União quando há a necessidade de adquirir serviços básicos ou bens diversos. Através do portal
web disponibilizado aos participantes será realizado a distância buscando o menor preço para adquirir o que fora
Pregão eletrônico proposto como objeto de execução. O edital recomendará ou classificará os serviços ou bens comuns conforme a regra
de mercado, esta forma serve para balizar as propostas e equipará para identificar se de fato o vencedor está ofertando
o menor preço.

Regime de licitação

O certame deverá estipular de qual modo haverá os trâmites para o contrato, isto é,
com base no que fora divulgado no passo anterior: desta forma ocorre pelas etapas tais
como, tarefa, por empreita preço fixo e também por empreita do tipo preço global, esta
última opção quando preterida, será obrigatório descrever, por meio do certame, tudo
que compor e como dado inerente ao edital visando proporcionar aos participantes do
mesmo o desenvolvimento de suas propostas de modo que seja de conhecimento de
todos os elementos a serem licitados. Esta tarefa é de responsabilidade da administração.
Dessa forma, não haverá problemas com relação ao processo licitatório.

Por fim, o tipo da licitação será estabelecido pelo seu respectivo edital, pois isto é o que
está descrito na Lei no 8.666/1993 em seu artigo 45.

Figura 5. Regime de licitação.

Menor preço( Quem ofertar o menor preço é o


vencedor da licitação.)

Melhor técnica

Técnica e preço

Fonte: Pereira, 2016.

Considerando na figura anterior com a sequência na vertical de cima para baixo faça a
seguinte observação e entendimento: escolher o regime de licitação com a segunda ou a

26
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

terceira opção, exige-se quando há a necessidade de desenvolver ou executar objetos de


maior complexidade. Isto é, os participantes a uma obra desse porte necessitam ter de
fato certo nível de qualidade técnica, quando há mais de um candidato em um mesmo
patamar técnico, busca-se o que consegue entregar pelo preço acessível.

Habilitações

Deverá ser solicitada a relação de toda a documentação com base na orientação dada
na Lei de Licitações, visando a tornar apta uma empresa para o processo licitatório
somente quando estes seguirem os passos necessários e cumprir com o cronograma
específico e direcionado por lei. Uma vez que se tenha o amplo conhecimento do que e
de como deverá ser realizado os procedimentos para que se consiga a plena habilitação,
não haverá problemas em seguir para as demais etapas do processo. Portanto, observa
por meio da figura a seguir.

Figura 6. Sequência para habilitação.

Qualificação Cumprimento do artigo 7


Habilitação Qualificação Regularidade
econômico- inciso XXXIII da
Jurídica técnica financeira Fiscal Constituição Federal

Fonte: Pereira, 2016.

Ressalta-se que conforme previsto em lei, qualquer solicitação realizada que não esteja em
conformidade e embasado por ela não poderá ser cobrado, solicitado. Regras respaldadas
outrora também pela a instituição superior, O TCU com vistas à isonomia e ampla
concorrência na licitação.

Todos os participantes deverão comprovar que estão aptos para concorrer no certame
inscrito conforme a obra/serviço que este deseja participar. Toda documentação ou
declaração deverá ser solicitada por meio da administradora que conduzirá a licitação.

Não obstante, é necessário conduzir o certame de modo que este não venha tumultuar
o processo de tal modo que venha o tornar moroso por meio de questões que não
competem e não torne o certame qualificado a ninguém.

Em se tratando de aptidão para o processo o nível de compatibilidade precisa atender


a um princípio do bom senso, do qual os concorrentes possam concorrer conforme
aptidão com relação diretamente proporcional ao desafio do serviço a realizar. De posse
dessa informação, é básico validar por meio do artigo 3o, §1 da Lei no 8.666/1993 para que
27
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

não seja desrespeitado o que fora proposto, logo é uma maneira ou parâmetro a ser
utilizado para comparar.

Equívocos relacionados aos certames são frequentes, no que tange a sua ampla
concorrência, são apontados pelo órgão fiscalizador, o TCU. Várias solicitações
que não são necessárias acabam sendo cobradas e dessa forma acaba ferindo a
isonomia, pois deixa a par, concorrentes que poderiam tranquilamente participar de
determinadas licitações.

Quadro 5. Exigências de qualificações.

É necessário que se comprove a quantidade de execuções como meio ou base para julgamento.
Impor limite para apresentar declarações com vistas a comprovar a aptidão técnica bem como sua especificidade.

Fonte: Pereira, 2016.

Deverão constar no edital por exigência da Lei todos os critérios a serem observados
com descrições e condições especificados na proposta a ser analisada. Este é um critério
que é cobrado em qualquer certame.

A avaliação por preço global é o tipo mais usual a ser julgado, este critério, porém não
dá totais condições ou alternativas que proporcione a autarquia em questão consiga
selecionar uma opção de modo a ganhar vantagens. Desse modo, por meio de relatórios
específicos que julga os valores únicos para a análise de todos os preços é definida a
exigência de consentimento dos valores unitários. O órgão encarregado por gerir é
quem estipula as condições do aceite referente a fixar os valores únicos e os máximos,
de modo que é de sua responsabilidade toda a gestão do certame.

Equipamentos e mobiliário

Em virtude do que consta no artigo 23 da Lei no 8.666/1993, não poderá realizar no


mesmo edital, objeto de diversa natureza, o órgão que está realizando a contratação
precisará por sua vez programar seus gastos em (n) vezes conforme viabilidade
econômica e técnica.

Logo, conclui-se que havendo a necessidade em adquirir móveis ou demais aparatos


para serem utilizados no começar da obra, será necessário licitar separadamente.

Anexos do edital

Tanto o projeto básico quanto o projeto executivo e suas adjacências bem como
especificações, complementos e desenhos, estão contidos e integram o edital respeitando
assim o que fora acordado por meio da Lei de Licitações em seu artigo 40.

28
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Figura 7. Composição dos anexos.

Orçamento estimado em planilhas de quantitativos e


preços unitários

Minuta do contrato a ser firmado entre a


Administração e o licitante vencedor

Especificações complementares e as normas de


execução pertinentes à licitação.

Dispensa ou inexigibilidade de licitação

Fonte: Pereira, 2016 .

A licitação é condição para que se possa conduzir uma obra. Esta somente poderá deixar
de existir nos casos de inexigibilidade, se for excluso ou não sendo possível a competir.
Tanto a inexigibilidade, quanto a dispensa de licitação deverá ser obrigatoriamente
constituída, conforme estipulado por meio do artigo 26 da referida Lei de Licitações.
Deverá então observar que se houver questões de inexigibilidade a Lei ordena que haja
a publicação nos meios oficiais. A comunicação deverá ser realizada no prazo de 3 dias
pois é o tempo que levará para ser feita a correção e divulgação e a mesma permanecerá
afixada por até 5 dias. As observações para estas considerações, ou seja, para a dispensa
por estes parâmetros conforme figura acima são:

»» quando se caracteriza questões de ordem emergentes e com justificativas


para haver dispensa;

»» quando caracteriza a necessidade e justificativa de selecionar o executor


e o fornecedor;

»» quando o preço é justificativo de dispensa;

»» quando haver a documentação que aprove os recursos a serem destinados


à alocação.

Deverão conter obrigatoriamente no processo administrativo do certame as emissões


que foram identificadas e relatadas por equipe técnica as quais menciona o que não está
elegível na licitação e requer dispensa.

29
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Segue para sintetizar a questão das licitações, a lista que compete, com
exceção do pregão, a forma como devem ser conduzidas todas as etapas para a
formalização do processo, é uma das propostas de fácil entendimento para que
seja possível visualizar de forma macro. Espera-se que todas as perguntas sejam
respondidas.

Quadro 6. Lista 2 - Checklist para licitações e contratos.

Checklist com exceção do pregão

LEGENDA: SIM (s) NÃO (n) E NÃO SE APLICA (na)


É esperado sim para todas as perguntas
Descritivo LEI S N NA
FORMALIZAÇÃO DO PROCESSO
Houve formalização do certame, devidamente autuado, protocolado e numerado? Lei no 8.666/1993, art. 38, caput
O processo dispõe de autorização previamente instituída por uma autoridade Lei no 8.666/1993, art. 38, caput
responsável a fim de conduzir a licitação?

Em acordo com a proposta de estudo é indicado verbas específicas que visa cobrir Lei no 8.666/1993, art. 7o, § 2o,
compromissos que foram firmados em exercício financeiro? III, art. 14, caput e art. 38 caput
Em relação ao processo, quando for necessário o certame, modalidade convite e seus Lei no 8.666/1993, art. 38, I
anexos adjacentes estão contidos?
Em relação à modalidade convite, foi observado se esta se-originou com base no que Lei no 8.666/1993, art. 40
rege a lei?
O processo contém o resumo do que fora publicado em relação ao edital? Há registros Lei no 8.666/1993, art. 38, II
que o comprovam?
Com relação ao edital divulgado e a sua realização, cumpriu se o prazo entre as etapas Lei no 8.666/1993, art. 21, seus
conforme a lei determina? incisos e §§.
05 dias úteis para modalidade convite.
15 dias no caso de modalidade leilão exceto técnica, preço ou as duas.
30 dias para técnica ou preço ou ambas exceto quando não for integral, ou técnica e
preço ou integral ou empreitada.
45 dias para concorrência ou concurso.
Houve publicação com a síntese do edital usando os recursos conforme o regime Lei no 8.666/1993, art. 21, seus
ordena? Para as modalidades leilão, concorrência, concurso, tomada de preço é incisos e §§.
necessária a utilização de divulgação por meio de jornais tanto de veiculação estadual
quanto municipal quando este existir, bem como no diário oficial. A observação
fica acerca da esfera estadual quando o poder público envolvido for do estado ou
munícipio. Diário Oficial da União (DOU) exclusivamente quando houver recurso
financiado pelo governo federal ou quando a esfera federal estiver envolvida.
Já na modalidade convite apenas a divulgação in loco de modo que quem se interessar
possa visualizar.
No processo consta a nomeação dos responsáveis pela modalidade convite tais como, Lei no 8.666/1993, art. 38, III
oficial, leiloeiro e a comissão de licitação?
Quando houver projeto básico há elementos que caracteriza o material a licitar? Lei no 8.666/1993, art. 6o, IX
O processo contém todos os documentos que comprove a elegibilidade dos que Lei no 8.666/1993, art. 38, XII
concorrem? Xerocópias com autenticação do cartório e acompanhadas por seus originais. combinado com o art. 32
O processo contempla toda a documentação e suas propostas originais com as devidas Lei no 8.666/1993, art. 38, IV
recomendações?

30
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

O processo contém a relação e ordenações da comissão que julga bem como as Lei no 8.666/1993, art. 38, V
respectivas atas?
O processo contempla todas as relações e observações apontadas com caráter jurídico Lei no 8.666/1993, art. 38, VI
e técnico?
Contempla o processo todo objeto licitado bem como sua homologação descrita? Lei no 8.666/1993, art. 38, VII
No processo contém do objeto a licitar todos os descritivos adjudicados? Lei no 8.666/1993, art. 38, VII
O departamento jurídico da administração realizou vistas e aprovações da redação do Lei no 8.666/1993, art. 39,
certame a licitar? parágrafo único
O departamento jurídico da administração realizou vistas e aprovações da redação do Lei no 8.666/1993, art. 38,
contrato? parágrafo único
Todas as condições do certame foram cumpridas pela administração a qual a mesma Lei no 8.666/1993, art. 41
responde?
Com exceção do pregão, durante o processo para a análise dos concorrentes e Lei no 8.666/1993, art. 109, § 1o
aprovação, houve a necessidade de prorrogar alguma interposição dos elementos
apresentados? Os presentes em concordância renunciaram este recurso?
O processo contempla recursos que possivelmente foram declarados por concorrentes Lei no 8.666/1993, art. 38, VIII
a licitação?
O processo contempla o instrumento equivalente ou termo de contrato caso houvesse Lei no 8.666/1993, art. 38, X
necessidade?
A revogação do certame ou a anulação por meio de despacho estão contempladas no Lei no 8.666/1993, art. 38, IX
processo se for necessário?

Fonte: Licitaweb.

Após o conhecimento de todas as etapas é possível entender que todas são


embasadas pela Lei que as ressalva. De forma clara e objetiva é possível consultar
a Lei de Licitações para sanar dúvidas em quaisquer pontos desta checagem. É
importante lembrar que ela é utilizada como apoio em todo o processo, cabe ao
executante utilizar ou não, contudo ter ciência de que existe uma “ferramenta”
neste sentido faz toda a diferença, ainda mais que o que tem as referências de
suas respectivas argumentações dos artigos da referida Lei.

31
Capítulo 4
Fase externa da licitação

Definição
O contrato que autoriza o início das obras ocorre nesta etapa. Ou seja, é neste momento
que o edital será publicado e por sua vez encerra-se o mesmo com o recolhimento e
parecer ou aval para autorizar a realização das obras.

Sabe-se que uma licitação existe para que todos possam por meio da constituição
concorrer de forma igualitária, pois o órgão que está o realizando aceitará ou validará
o que for melhor em termos de preço e demais condições para a sua autarquia.
Contudo, é importante ressaltar quando é permitido realizar ou publicar um processo
licitatório visando à aquisição de bens ou serviços. Isto é, o Planalto dita as regras do
que é possível e como deve ser todas as publicações. Por meio de sua direção, toda
e qualquer autarquia deverá obedecer e proceder com qualquer licitação. A seguir é
possível identificar por sua vez os tópicos permitidos para a realização da licitação, pois
o Planalto informa que existe uma ordem a ser obedecida ou cumprida:

»» é necessário que tenha o projeto básico;

»» é necessário que tenha o projeto executivo;

»» por fim o cumprimento das obras e serviços.

Ocorrem dentro destas etapas macros citadas acima, vários processos, ou seja, dentro do
projeto básico vários processos ocorrem, dentro do projeto executivo vários processos
também existem e para o cumprimento das obras e serviços vários outros processos
também existem. Isso quer dizer que há um órgão responsável para avaliar e aprovar
cada um. Ele identifica toda a documentação e se tudo estiver aceitável, autoriza para a
sequência do edital.

O projeto básico precisa ser validado antes de o edital seguir, contudo o projeto do
executivo não necessariamente precisa, ele pode ocorrer simultâneo com as obras ou
serviços prestados. Observa-se por meio do 7o artigo na Lei no 8.666/1993 que o planalto
ressalva que somente se houver a aprovação de uma autoridade competente garantido
que está tudo certo com o projeto básico a licitação poderá existir. Descreve também a
necessidade de planilhar todos os valores a serem gastos com a aquisição do serviço ou
do bem em questão. Isto é, nada além ou menor do que realmente será necessário ele.

32
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Se o orçamento diz que custará R$ 100 mil, é necessário que haja a descrição de tudo que
será utilizado e seus valores individualizados. Ao final da obra ou serviço ou aquisição
de um bem terá que ter gasto realmente este valor. É por isso que estas descrições são
fundamentais.

Importante destacar que deverá descrever o que será de previsão orçamentaria, isto é
para garantir todas as etapas e para que seja cumprido o que fora acordado para todas
as etapas. Logo a Constituição Federal de 1988, também descreve sobre a necessidade de
respeitar o seu plano plurianual, é o que descreve o artigo 165 desta. Ou seja, para que
possa licitar um serviço ou um bem, este objeto precisa está contemplado neste plano.

Após garantir todos estes subsídios será possível por sua vez dar sequência para a
próxima fase de forma que o certame é publicado para o conhecimento de todos. Por isso,
sabendo que há um respaldo através da Lei, o não cumprimento das menções que foram
descritas acima, com base no que determina o Planalto, ocorrerá influência diretamente
no andamento das propostas/projetos, fazendo com que estes fiquem de fora.

Quem não deve participar da licitação?


A lei determina ou descreve quem não poderá concorrer em um processo licitatório.
Seja como um concorrente ou alguém que será o prestador do serviço que
concorrerá para atuar na condução de uma obra de um serviço, no fornecimento
de algum produto ou bem usual. Logo, quem são os impedidos de participarem?

Com base no que descrito pelo Planalto, são eles:

»» A pessoa ou tanto física como jurídica que elaborou o projeto básico


ou o projeto executivo.

»» Caso alguma empresa que deseja concorrer ao processo licitatório


tanto de forma individualizada quando em conjunto com outro
grupo empresarial não poderá concorrer se uma ou ambas forem as
responsáveis por criarem o projeto básico ou o projeto executivo ou
ambos.

»» Não poderá também empresas em que um de seus colaboradores


em cargos de direção, gerência ou que seja uma pessoa que detenha
poder de voto que venha a representar a sua participação maior ou
igual a 5%, pessoas com responsabilidades técnicas ou que serão
contratadas para atuarem em seus serviços, quando estes, citados
nesta descrição, forem responsáveis por criar, desenvolver o projeto
básico ou o projeto executivo ou ambos.

33
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

»» Os servidores bem como os respectivos dirigentes não poderão


participar quando estes pertencerem à autarquia que realizará
a contratação do serviço ou do bem e também quando estes
forem responsáveis por licitar o elemento em ocasião, o produto
do edital.

»» O responsável por criar, desenvolver o projeto básico ou o projeto


executivo poderá participar do processo licitatório apenas na forma
de consultoria ou de padrão técnica exercendo somente o papel de
fiscalizador, ou como gerenciamento ou de forma a supervisionar. Este
papel ocorrerá de forma exclusiva a pedido da autarquia que tem o
interesse em gerir a vencedora do edital.

Logo, para finalizar os que não podem participar da licitação, que não poderá
sobre qualquer hipótese participar do processo de licitação qualquer pessoa de
natureza física ou jurídica que tenha algum tipo de conexão com quem elabora
os projetos básicos ou projetos executivos ou ambos. Se no exemplo hipotético
uma pessoa elaborou um dos projetos, esta não poderá participar ou contemplar
empresas que concorrerão ao edital, ainda que este seja um consultor financeiro
ou técnico desta empresa que deseja concorrer e até mesmo se este for membro
de uma comissão de licitação não poderá atuar.

Publicação do edital
Visando o alcance de vários participantes ao processo e com foco ao atendimento
do princípio de publicidade é necessário que haja a divulgação do edital em jornal
impresso conforme manda a Lei no 8.666/1993. A publicação precisa fazer saber o que
será licitado e demais questões que concernem aos interessados. Assim, entende-se
que é possível conseguir um número expressivo de potenciais fornecedores, além
de demonstrar transparência na condução de seus interesses. Por meio deste,
sabe-se que não está favorecendo a empresa A ou B, mas que o prestador dos
serviços ou bem em questão será quem participar de um edital e além de atender
aos requisitos, atende o que a administração em questão entender como mais
vantajoso. Tudo isso é descrito no edital e publicado para que todos tenham
amplo conhecimento.

Ao menos uma vez deverá ser comunicado por meio de publicação as sínteses
concernentes aos certames que se referem as modalidades de licitações a serem
descritas a seguir, mesmo que tal evento ocorra no mesmo espaço em que se encontra
a repartição interessada.

34
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Quadro 7. Tabela descritiva.

Onde? Quando?
Se a obra receber verbas de forma integral ou de forma parcial oriundos de recursos Federais. Também
será publicado no DOU.
Diário Oficial da União (DOU)
Se houver licitação por parte de um Órgão Federal. Também será publicado no DOU.
Se alguma Entidade Pública Federal solicitar uma licitação, também será publicado no DOU.
Se a licitação for solicitada por algum Órgão do Munícipio. Será publicado no DOE.
Se a licitação for solicitada pela entidade da Administração Pública do Estado ou do Município. Será
Diário Oficial do Estado (DOE) ou do publicado no DOE.
Distrito Federal (DODF)
Se a licitação for solicitada por Órgão do Distrito Federal. Será publicado no DODF.
Se a licitação for solicitada por entidade do Distrito Federal. Será publicado no DODF.
Principal jornal de circulação da região Independente da esfera que solicitou, a informação no jornal local servirá para demonstrar quais serão os
que receberá a obra, além do principal serviços ou atuação por parte da autarquia a ser realizada. Além do jornal poderá utilizar de outras formas
jornal do estado ou munícipio com para complementar a divulgação, visando alcançar mais interessados, como por exemplo, carro de som,
veiculação diária. propaganda televisiva, panfleto se for o caso.

Fonte: Walisson Alves Pereira, 2017.

Toda a publicação tem como objetivo nortear os que desejam participar do certame.
A informação contém a localidade onde é possível requerer ou até mesmo fazer a leitura
de todas as informações pertinentes a ele, ou seja, o edital por completo. Lembrando
que todas as publicações que forem realizadas nos impressos discorrerão sempre de
forma sucinta visando apenas trazer a informação macro do objeto, mas contudo, há
a menção de onde o texto do objeto licitado encontrar-se-á na integra para os que
desejarem poder consultar para participarem de uma das seguintes modalidades:

»» leilão;

»» concursos;

»» tomada de preços;

»» concorrência.

Comissão de licitação
Com a intenção de demonstrar transparência para o processo utiliza-se da Lei de
Licitações em seu artigo 51 para que sejam seguidas as respectivas normas, conforme
poderá ser observado, no que descreve o planalto, entende-se que:

»» Antes de tudo é necessária a criação da comissão quer seja especial ou de


forma permanente. Eles serão os responsáveis por conferir e conduzir o
processo licitatório. Para a comissão é necessário que tenha no mínimo
3 integrantes. Entende-se que o órgão que solicitou a licitação disponha
de 2 pessoas com qualificação exigida e que atuem de forma contínua

35
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

em sua equipe, para integrar a comissão. Logo, eles vão avaliar e julgar
conforme determina a lei, o que fora habilitado de forma preliminar, os
trâmites com os cadastros e demais questões das propostas.

»» Sobre a formação da comissão, há exceções em sua formação que deverá


ser levado em consideração. Quando houver a licitação na modalidade
de convite e quando por meio dela necessitar ser realizado em unidades
da administração que não dispõem de grande número de membros, é
permitido que um servidor direcionado pela sua autoridade em questão
substituir a comissão que necessitaria ser criada.

»» Toda a comissão deverá ser formada por pessoas com devida habilitação
para a qual a mesma desempenhará as suas funções, isto é, para caso de
obras, todos eles deverão ser habilitados para tal, para o caso de serviços ou
requerimento de insumos, a comissão deverá ser formada por habilitados
neste segmento e em caso conforme anteriormente onde a comissão será
substituída por um único servidor, este deverá ter habilitação referente
ao edital que irá acompanhar.

»» Todos os integrantes da comissão serão responsabilizados por tudo o que


praticarem, ou seja, a forma como vão conduzir a licitação. A exceção
dar-se-á quando uma ação de forma individualizada for relatada por
meio de reunião com registro em ata. Todos os membros conduzirão
ou estarão na comissão por tempo limite de um ano. Com tudo poderá
prorrogar toda a equipe por mais um ano após o período.

»» Por fim, quando necessitar formar uma comissão para julgar uma licitação
de modalidade concurso, os membros não necessariamente precisarão
ser servidores públicos, contudo, deverá ser uma comissão especial que
requer que as pessoas que a integrem tenham um notório entendimento
do objeto a licitar e que possuam caráter incorrupto e sejam reconhecidos
por suas atividades.

Recebimento das propostas


Em todas as modalidades de licitação, exige-se uma atenção por parte dos que tem o
interesse em participar do edital. É preciso se atentar quanto aos prazos para a entrega
das propostas, uma vez que não será aceita a entrega de documentos fora do que for
estabelecido ainda que uma eventual imprevisibilidade venha a ocorrer tais como
sinistros, intempéries e outros mais. Uma vez que estas são as exigências propostas
pela lei de licitações, cabe a todos que se cumpra com as recomendações.

36
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Quadro 8. Prazos por modalidade de licitação.

MODALIDADE TIPO OU REGIME PRAZO

Técnica e preço, melhor técnica ou empreitada integral. 45 dias úteis


Concorrência
Quando não contemplam o disposto acima 30 dias úteis

Técnica ou melhor preço. 30 dias úteis


Tomada de preço
Nos casos não especificados no item anterior. 15 dias úteis

Convite - 5 dias úteis

Concurso - 45 dias úteis

Leilão - 15 dias úteis

Fonte: Pereira, 2016.

Uma ressalva importante precisa estar bem clara: se após uma determinada publicação
houver a necessidade de fazer uma correção no certame, deverá este conceder um prazo
maior, pois todos os envolvidos deverão em princípio de isonomia também se ajustar
às novas correções.

Conforme consta no disposto de Obras Públicas, em se tratando de convite, a definição


que o TCU disponibiliza é:

Ainda conforme o Acórdão no 1089/2003 sobre uma eventual paralização


de edital onde não havendo 3 propostas (mínimo exigido para sequência
do certame) que representa o processo licitatório na modalidade convite
requer conforme orientações da Lei de licitações e embasado no artigo
22, uma explicação. Descrevendo nesta eventual hipótese os motivos
que levaram ao não alcance da quantidade mínima para a sequência do
certame. Nesse relato permite ainda a realizar uma convocação a quem
possa ainda interessar para o certame em questão.

Procedimentos da licitação

É descrito por meio da Lei de Licitações com base no seu artigo 43 os passos para que
sejam realizados todos os trâmites que surgem logo o encerramento do prazo para
a entrega das propostas. Destaca-se também, a importância da imparcialidade e da
sequência a ser obedecida para a abertura dos envelopes. Não poderão ser realizados
ao mesmo tempo. Cada qual terá a sua definição de tempo a ser conduzido, isto é,
haverá a definição do momento que se abrirá as propostas respectivas à tomada
de preço e será estabelecido o tempo em que serão abertos os invólucros respectivos
às habilitações.

37
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

Habilitação das propostas


Conduzir as etapas da licitação requer também a averiguação que atesta os
participantes. Estes deverão fazer a entrega de tudo que se pede no edital, pois nele
está descrito as obrigações e todas as exigências para participarem. Não levar esta
entrega de forma séria poderá desclassificar de um processo licitatório, conforme
descrito anteriormente.

Cada documento apresentado tais como certidão e demais que são utilizados bem como
os que comprovam se há suspeitas de fraudes ou adaptações entre empresas será de
responsabilidade da Comissão de Licitação realizar uma análise minuciosa.

Não é interessante que todos os que disputam um processo licitatório, estejam


reunidos ao mesmo tempo para tratar de questões como vistorias de conhecimento
técnico. Desta forma, foi elaborado um Acórdão por parte do Tribunal de Conta
da União (TCU), que entendeu e simplificou esta etapa. Isto é, ele permite que
na entrega da proposta o interessado possa em caso de conhecimento da obra ou
serviço em questão, entregar uma declaração que o atesta com relação ao objeto
ou ambiente e suas atuais condições. Logo, facilita que todos possam de forma
coerente conduzir a sua participação, prosseguir de forma que não seja estudado
por seus pares. É importante lembrar também que todas as questões do certame
serão analisadas de forma a eliminar o que não está em conformidade. Isto significa
que se um proponente não entregar o que se pede e com o mínimo requisitado
pelo o edital, estes não poderão prosseguir e desta forma deixam de concorrer no
processo inscrito.

Análise das propostas de preços

Deverá observar quando o item preço for averiguado que os que são de origem unitários,
ou que forem propostos pelos participantes deverão ser analisados.

É importante destacar que nesta etapa diversas propostas são eliminadas por
falta de atenção e não atendimento ao que pede no edital. Ou seja, se um valor x é
estipulado este de forma alguma deve ser negligenciado. Suponha que no edital o
valor x representa 10 unidades monetárias, logo, os valores globais cujas propostas
têm os preços com valor 10.1 serão desclassificadas. Se para a prestação de serviço for
pedido que sejam 10 unidades monetárias, as propostas que forem com valor de 10.1
também estarão fora, em resumo o que não contemplar a proposta não continuará
no certame.

38
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Inexequibilidade usando como parâmetro a Lei de


Licitações em seu artigo 48

Com relação à condição inexequível a qual se julga valores para os serviços de engenharia
ou obras afins, determina-se que os valores de cada proposta que tenham 70% do menor
dos seguintes valores:

»» A administração definirá um valor x. Logo, deverá utilizar uma média


simples sobre todas as propostas que forem maiores ou igual a metade
do valor x proposto.

Exemplo: para um melhor entendimento sobre a análise e efetividade das


propostas. Levando em consideração a hipótese de quatro participantes
em um processo de licitação, têm-se as seguintes apresentações:

Figura 8. Comparativo de 4 empresas em processo de licitação.

EMPRESA 1 EMPRESA 2 EMPRESA 3 EMPRESA 4

• R$ 200,00 • R$ 100,00 • R$ 300,00 • R$ 60,00

Fonte: Pereira, 2016.

A administração solicitante definiu o seguinte valor para o certame:


R$ 180,00.

Neste comparativo, foi observado que a EMPRESA 4 apresentou a menor


proposta e por esse motivo não deverá ser considerado. Ou seja, o projeto
básico que a administração realizou o orçamento teve o seu valor abaixo
de 50%.

»» Cálculo da média ((200 + 100 + 300) / 3)

Levando em consideração apenas as propostas consideradas, foi


encontrado o valor de R$ 200,00.

Outro cálculo que deverá ser realizado faz menção a valores inexequíveis.
Isto é, sabe-se que é necessário multiplicar o que a administração
solicitante propôs pela porcentagem estipulada. Observe o raciocínio:

X = 180 x 0,7 = 126,00 reais

Portanto, são considerados como inexequíveis o que estiver abaixo de


126 reais, ou seja, eliminadas todas as que forem menor do que o valor

39
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

encontrado acima. Portanto, a classificação condiciona apenas o que fora


apresentado por EMPRESA 1 e EMPRESA 3.

Destaca-se que o método utilizado para averiguar a efetividade dos preços destacados
nas propostas que fora realizado no exemplo anterior discorre apenas dos valores puros
e matematicamente analisados. Portanto, visando obter a proposta mais atrativa é
necessário averiguar se todos que estão participando do certame têm de fato condições
reais de cumprir com o serviço oferecido pelo valor apresentado, e por esse motivo é de
responsabilidade da administração realizar esta análise.

O Portal de Licitações escreveu um excelente artigo falando sobre a forma que


deve se conduzir quando há inexequibilidade de proposta. É demonstrado
como deve se conduzir uma proposta de fato que não se deixe ficar de fora um
bom projeto com condições e custos excelentes. Por esse motivo, é interessante
conhecer todos os aspectos e de forma não superficial, uma vez que se há uma
intenção do gestor em não perder propostas por questões simplistas a leitura
de alguns tópicos se faz obrigatória. Logo é crucialmente importante atentar as
recomendações e instruções descritas neste importante veículo de informações
que é o Portal de Licitações. A seguir, alguns tópicos destacados para uma reflexão.

»» É assegurado o direito de apresentação por meio de documentos que


atestem os custos sobre o que for utilizado.

»» Apresentação da tabela de preço cobrado pelos demais de sua área de


atuação de forma que exemplifique que o preço praticado é um valor
global de todos.

»» É necessário que haja uma avaliação que considere todos os aspectos


da proposta de todos os que estão no processo licitatório, chamado
de casuística.

»» Observar o artigo 48 da Lei no 8.666/1993 que orienta para o não aceite


de propostas.

Recursos
Cinco dias úteis. Este é o prazo determinado por lei a ser cumprindo com relação aos
recursos em licitações que por sua vez passará a ser contado tão logo que haja o registro
por meio de convocação ou pelo descrito em ata. Uma vez que é uma especificação clara.
Não há outros meios a serem recorridos ou demais prazos senão os que já previamente
foram estipulados.

40
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Homologação e adjudicação

Todos os passos do processo licitatório e seus documentos anexos ao certame é pela


administração responsável uma ação a ser homologada para que seja reconhecido
de forma legal. Deste modo, o uso destes documentos demonstra a elegibilidade para
a contratação.

Na sequência, quando, enfim, for consultado que não há impedimentos para a


sequência do processo licitatório e por sua vez a respectiva contratação for interessante
publicamente, realizará a indicação do vencedor da licitação conforme o que fora
licitado. Compete à autoridade específica e competente, realizar tal ação. Este ato
administrativo é chamado de adjudicação.

Contudo, é importante ressaltar que há um período para que isso ocorra. É necessário de
acordo com a Lei no 8.666/1993 esperar que seja julgado algum recurso que alguém possa
ter solicitado e somente após findar este prazo é que o ato enfim poderá ser realizado.
Cabe à autoridade competente se ater a todas estas particularidades, pois é passível de
penalidade conforme determina a Lei, lembrando sempre do princípio de isonomia.

41
CapÍtulo 5
Fase contratual

Marcado pelo recolhimento das rubricas do contrato e por sua vez no ato da entrega da
obra é encerrado o lançamento da ordem do serviço. Depois que houver a decisão com
vistas a homologar e dar posse do que fora licitado, será realizado o contrato administrativo
para que sejam iniciadas as obras tão logo quanto fora proposto em edital.

Não é permitida a realização dos trâmites do contrato administrativo quando:

»» não considerar a ordem das propostas classificadas;

»» com não participantes do edital.

Desta forma, se isto não for observado o contrato poderá ser anulado.

Contratos

Definição de contrato administrativo

Entende-se no processo licitatório que contrato administrativo o acordo realizado


entre instituições seja de domínio público ou de interesse particular para que seja de
comum interesse a convenção para a prestação de alguns serviços ou suporte conforme
estipulado por ambos. Desta forma, o tribunal de contas da união considera e também
fiscaliza estes acordos.

Em resumo, toda e qualquer prestação de serviço, aquisição etc. serão exigidos conforme
o edital da licitação prevê. É por meio dele que o responsável entende o seu papel, o que
lhe respalda e resguarda, bem como o que lhe informa como necessário executar.

Cláusulas obrigatórias no contrato administrativo

O que é obrigado a cumprir no contrato tem como embasamento o disposto em lei


na ocasião de licitação, é usado como argumentação o artigo 55 da referida. Tão logo
que havendo firmado os contratos entre pessoas jurídicas e/ou físicas por parte da
administração, é de extrema importância entender que havendo observações quanto ao
contrato, compete à sede administrativa por meio de seu foro conduzir e seguir com as
observações apontadas.

42
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Os nomes dos representantes e o objetivo bem como a decisão que permitiu a escritura
deverão conter no contrato assim como a numeração do processo licitatório. Se houver
alguma dispensa também deverá ser mencionado. Tudo isto amparado pela Lei de
Licitação e suas respectivas cláusulas conforme determina o Planalto.

Assinatura do contrato

A administração fará o uso de sua competência para realizar a convocação para que seja
realizada a assinatura do contrato com o licitante vencedor. Poderá, caso a administração
entenda, e devidamente com uma justificativa plausível, prorrogar o período para que o
licitante realize a assinatura. Tal ato poderá ser realizado por uma vez e por igual período.

Se mesmo com a prorrogação devidamente autorizada expressamente pela a administração


o licitante não comparecer para que seja formalizado o contrato por meio da assinatura,
há duas formas a serem prosseguidas. A administração com uso da lei poderá realizar
uma convocação a qual se dará pela a lista dos classificados desde que sejam obedecidos
e seguidos os trâmites da proposta anterior até mesmo a questão dos valores. Não sendo
satisfeita esta condição, a lei permite a anulação do mesmo.

Caso não haja convocação após 60 dias da entrega das propostas todos os que participaram
do processo licitatório não precisarão cumprir com o que fora acordado anteriormente.

Início dos serviços


Após a realização da assinatura pelo o licitante vencedor é de interesse seguir
com atenção antes de começar a execução dos serviços. Isto é, preparar todos os
documentos que fora especificado em edital a sua necessidade e a forma que deveria
ser preparado, tais como órgãos e instituições que concederá licenças, certidões e
demais permissões. Dentre estes se destaca principalmente os seguintes papéis
a serem entregues no conjunto dos documentos conforme descrito pelo Planalto.
Logo, descrevemos a importância destes estarem prontos ou na eminência de serem
adquiridos, tais como:

»» No estado contemplado é necessário que o CREA estadual certifique que


o encarregado/responsável pela a execução da obra, entregue a Análise
de Registro Técnico.

»» Se necessário ou se a obra necessitar para ser iniciada, o licitante deverá


obter entre outros e no órgão ambiental, a autorização para iniciar os
seus trabalhos, ou seja, a licença ambiental.

43
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

»» Antes de começar a demolição (se for o caso ou demais ações no terreno


ou espaço contemplado, é necessário que se tenha o alvará concedido
pela a prefeitura na região contemplada).

»» O licitante deverá procurar o INSS para retirar o certificado que o autoriza


o início das obras, isto é, o documento demonstrando que a obra para a
construção está legalmente inscrita.

»» Todas as demais autorizações pertinentes e que se fizer necessário, estas


deverão ser realizadas por registro de serviços, ou, ordem de serviço.

Observe que praticamente o que é requisitado é coerente e faz necessário para manter
segurança e transparência. Segurança pelo fato de que para a liberação destes descritos
acima, houve uma equipe de especialistas que analisou todo o terreno utilizado e não
vendo riscos a comunidade ou população ao redor do empreendimento autorizou
para que se realizasse a obra. Transparência por demonstrar o compromisso do órgão
em questão a obediência e cumprimento com o que determina as Leis. Por sua vez,
condiciona que apenas empresas com o real cumprimento do certame podem atuar,
empresas sérias e que de fato seguem as determinações exigidas. Seguindo estes passos
não há como licitantes “fantasmas” atuarem, pois estas não conseguiriam ou ao menos
é o que se espera, a aprovação de vários órgãos para poderem realizar obras.

Alterações contratuais
As alterações estão previstas na Lei no 8.666/1993 conforme descrito a seguir. Por que
isto é permitido? Este procedimento é permitido sempre que identificar a melhora
ou a redução de morosidade para a execução ou início das obras. O Planalto sempre
procurou a isonomia e equivalência para ambos, logo, se permite as alterações quando
estes tiverem seus atos justificados.

»» A administração poderá solicitar a alteração quando necessitar alterar o


projeto inicial visando melhorar a ideia primária e demais questões de
cunho técnico, isto é, otimizar a proposta inicialmente desejada.

»» A administração também poderá fazer a revisão no contrato quando


necessitar alterar o valor uma vez que respaldo por lei, este se assegura
justificando a necessidade de rever valores por ocasião de oscilações dos
elementos a serem utilizados na obra. Exemplo: A intenção primária
era a utilização de 10 unidades de um material qualquer a um preço x.
Logo, com base e limites de lei, se houver alteração no uso das unidades
tanto para mais quanto para menos, os valores poderão sofrer reajustes.

44
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

»» A administração e o vencedor do certame também poderão em comum


acordo realizarem alterações no contrato. Estes por sua vez, também
basearam no que determina a lei e assim procederão garantindo, se convir,
a alteração do que foi garantido para realização das obras ou serviços.

»» Identificado que o acordo primário não poderá ser iniciado por questões
de cunho técnico ou se não for possível ceder o que fora proposto seja
bens ou serviços, estes também poderão ser alterados de forma que
ambos consigam formular novas propostas para a entrega dos serviços,
bens ou obras acordadas.

»» Ambos podem acordar no sentido de juntos identificarem que o meio


para a realização do pagamento necessita ser alterado. Contudo, é apenas
o canal e não o valor acordado que deverá ser modificado. Desta forma,
também é proibido que haja pagamento antecipado ou fora dos prazos
determinados.

»» Ambos poderão chegar a um acordo quando de forma não esperada


surgirem imprevistos com relação às obrigações de encargos. Isto é para
que não pese nem para o contratante e também não onere de forma
desproporcional o solicitante. As observações que permitem organizarem
um valor comum que visa suprir o que os encargos não previstos subtrair
do valor da licitação estão inclusos na Lei no 8.883/1994.

»» As alterações também vão de encontro no que diz as obrigações do


contratado, este precisa concordar com as variações com base no preço
inicial de no máximo 25% isto quando ocorrer em compras, ocorrer na
prestação de serviços ou obras em gerais. Se for o caso em que necessite
reestruturação de imóvel como uma possível reformulação do que já está
construído ou quando houver necessidade de trocar equipamento para
um mais moderno ou necessitar arrumá-lo para um melhor desempenho
poderá oscilar o valor no máximo 50% do que fora acordado inicialmente.
Exemplo: Após o acordo para uma obra x, levou em consideração que o
custo seria de 10 unidades monetárias, logo, se identificar que o local
em questão precisa de uma reforma, este poderá alterar o valor do
contrato em no máximo para 15 unidades monetárias. Se a necessidade
era comprar matéria-prima para o local o custo só poderia ser elevado
para no máximo 12,50 unidades monetárias. Todas estas questões estão
garantidas em Lei no 9.648/1998.

»» Poderá ser concordada a alteração por ambos no contrato quando no


contrato original não tiver sido estabelecido valores fixos. Assim, com
45
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

base na Lei no 9.648/1998 poderão ambos estabelecer os preços levando


com base o limite descrito em lei para que de forma justa seja conveniente
para ambos.

»» As alterações quando houver cancelamento da execução das obras,


serviços ou bens poderão ser também alinhados. Isto quer dizer que se o
licitante tiver realizado a compra de algo a utilizar o contratante deverá
arcar com os custos quando o licitante apresentar a devida comprovação
dos bens adquiridos ou comprados.

»» Os preços estipulados nas propostas poderão ser reajustados, isto é,


poderá ser diminuído ou aumentado. Por que isso ocorre? Na hipótese de
a proposta já ter sido entregue e em seguida há uma revisão dos tributos
e encargos, o Planalto permite também que mediante comprovações, os
valores sejam recalculados.

»» Se apenas uma das partes propuser modificações que visem o reajuste


nos encargos e tributos do executante, será de responsabilidade do órgão
administrador conduzir de forma que haja equivalência e conformidade
justa econômica e financeira.

»» Não há a necessidade de ocorrer o aditamento para a condução dos reajustes


combinados e acordado em contrato, ou seja, não caracteriza como alteração
do contrato, uma vez que são modificações que foram previstas por ambos.

Tempestividade dos aditivos


Todo e qualquer pagamento deverá ser realizado ao contratante somente se ficar
comprovado a sua conclusão ou tenha findado o serviço conforme celebrado por ambos
via contrato. A orientação está embasada na Lei no 4.320/1964 em seu artigo 62 e 63.

Logo, se houver alterações relacionadas ao contrato de serviço, deverá expedir um


aditivo de contrato, pois somente por esta via é que será permitido o pagamento do
que foi realizado na prestação do serviço. Desta forma, evita-se que fique condicionado
como um pagamento de forma antecipada.

Obrigações da contratada
O licitante contrato para a execução do objeto licitado deverá cumprir com algumas
obrigações conforme indicação do Planalto, logo é uma premissa para que o mesmo não
seja penalizado:

»» Providenciar a ART.
46
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

»» Requisitar o alvará na prefeitura do local de execução dos trabalhos.

»» Arcar com os custos relacionados aos tributos, impostos e demais


encargos relacionados ao objeto do contrato.

»» Deverá conter e cumprir com o que fora estipulado na proposta tais como
a quantidade de equipamentos a ser utilizado bem como a sua qualidade.
Conduzir com a mesma equipe de pessoas que irão trabalhar na obra ou
na prestação de serviços conforme acordado em contrato.

»» A fiscalização deverá aprovar toda e qualquer atuação por parte do


contratante, isto exige que o mesmo apresente todo o plano de trabalho
para ser analisado. O Planalto orienta que este trâmite ocorra dentro de
5 dias quando o contratante começa a atuar na obra.

»» A fiscalização fará a vistoria também de todos os insumos e aparatos


para a execução dos trabalhos, vistoriará também os insumos e demais
elementos a serem usados para o desenvolvimento das obras.

»» Todas as atribuições e análises da equipe de fiscalização têm por premissa


identificar e analisar a estrutura dos recursos a serem utilizados de forma
que se há algo que possa influir para um possível acidente em obra ou
desgaste prematuro, será sinalizado para a troca devida. É por isso que
a fiscalização realizará um trabalho de forma a não permitir ou tolerar
que não seja utilizado nada de qualidade inferior, até mesmo porque,
o trabalho preventivo proporciona que não ocorra retrabalho e custos
desnecessários futuramente.

Atrasos na execução do contrato

Caso não haja por parte do contratado uma justificativa pela não realização da obra na data
ou período previsto deverá ser aplicado ao mesmo uma multa de mora, conforme regido
por meio do que fora estipulado em contrato. Além que, se for caso, caberá a administração
decidir se o contrato permanece ou seja rescindido unilateralmente e por sua vez com
respaldo em Lei de Licitação por meio do artigo 87, haverá penalização sujeita uma vez que
há recomendações e todos os envolvidos estão cientes de penalidades de suas faltas.

Sanções

Quais são as sanções que poderão ser aplicadas conforme orientações do Planalto?
Bem mesmo que seja por condução parcial, isto é execução incompleta do que fora
previsto em contrato poderá recair sobre o contratante as seguintes aplicações:
47
UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

»» O contratante poderá ser advertido.

»» Multas, conforme estipulado em contrato, o contratante deverá realizar


o pagamento previsto.

»» Poderá ser impedido de conduzir em qualquer edital em que esteja


concorrendo.

»» 2 anos de afastamento de qualquer processo licitatório com vistas a


ofertar seus serviços a algum órgão público.

»» Apenas a instituição que o puniu deverá o reestabelecer quando for o


caso. Em caso de que o prazo máximo tiver finalizado, este quando
for participar de novos certames necessitará informar que está em um
processo o qual o impedia de participar de licitações. Ou seja, precisa
sinalizar que receberá anteriormente uma sanção.

Rescisão do contrato e sanções administrativas

Pelo simples fato de não ter iniciado as atividades pertinentes ao que fora acordado em
contrato, é premissa para que o acordo seja encerrado e ainda com aplicações de multas
e impedimentos em certames futuros. Logo, é necessário que ambos tenham o pleno
conhecimento desta aplicabilidade.

Motivos para a rescisão do contrato

Há respaldo por meio da Lei no 8.666/1993 a condição de ressarcir um contrato. Utiliza


para embasar a ação os artigos 77 até o 79 da referida lei. Detalhe e observação é que
todo e qualquer participante de um certame necessita ter o pleno conhecimento dos
tópicos listados a seguir para que não sejam surpreendidos, vejamos:

»» Quando não obedecer e seguir conforme rege a cláusula do contrato


referente.

»» Quando da demora na condução das atividades propostas e por sua vez


demonstrar forte indício de não cumprimento com a atenção ao prazo
acordado.

»» Interromper as atividades sem que haja uma justificativa plausível ou a


devida orientação ao órgão contratante de forma a sinalizar a sua parada.

»» Não cumprimento com as orientações que fora solicitada para serem


cumpridas por parte da equipe de fiscalização.
48
OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

»» Por parte da administração competente quando este entender e justificar


de forma que todos saibam os motivos pelo o qual o será rescindido.

»» Caso haja algo que impeça a continuidade do projeto de forma comprovada.

Todas estas projeções acima cabem recurso, isto é, o contratado poderá recorrer à
instância maior para que seja revisada a decisão. O mesmo apresentará por sua vez os
argumentos contrários e demonstrará que está em correta execução de suas atividades,
com os projetos averiguados e validados de forma correta e com todos os comprovantes
e documentações regularizadas.

Subcontratação

A empresa vencedora de uma licitação poderá realizar a contratação de outra empresa


para realizar o serviço ao qual ela foi condicionada e vencedora em contrato a realizar.
Seja por motivos de custos que recaí sobre a “terceirização” seja por questões de ordem
técnica, este procedimento é chamado de subcontratação.

Mesmo realizando a contratação de outra empresa para realizar as suas respectivas


atividades como vencedora de licitação, é sobre a empresa que consta no certame que
será cobrado todas as providências e responsabilidades conforme acordado em contrato.
Cabe à administração apenas limitar a quantidade de serviço que poderá ser realizado
pelo subcontratado.

Uma vez que antes de realizar uma subcontratação é preciso identificar se o edital
permite tal ação, pois seria um descumprimento em caso de não conter essa informação e
acarretar em rescisão de contrato. Dessa modo, de forma clara, somente a administração
tem autoridade para aprovar a subcontratação.

O que não deverá ser utilizado como meio a obter vantagens. Não é possível e previsto
que a subcontratação seja para enganar e descumprir as regras impostas, assim, o
Tribunal de Contas da União (TCU) orienta e por sua vez determina que:

»» Qualquer contratação a ser realizada deverá conter os comprovantes


técnicos de capacidade.

»» Demonstrar capacidade técnica para executar o que fora contratado.

»» Questões como a regularidade dos sócios, situação fiscal e dos empegados


em hipótese alguma nenhum deles poderá conter acúmulo de função, ou
seja, não permite que funcionários de administrações solicitantes atuem
como empregados de empresas contratadas para a execução de serviços no

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UNIDADE I │ OBRA PÚBLICA

local em que este encontra-se lotado. Exemplo: a administração x contrata


a empresa y. Funcionários da empresa x não podem atuar na empresa y.

Entende-se também que sub-rogar o contrato é uma prática que não poderá ser
aprovada. Não há base legal para que isso ocorra em contratos administrativos,
tornando assim o ato como inconstitucional, pois entende que todas as questões
utilizam lei como respaldo, uma vez que conforme o artigo 2, o artigo 72 e o 78 da Lei
de Licitações seria uma negação ao princípio constitucional. O contratante precisa
se ater a estas questões. As leis foram criadas visando à transparência e isonomia.
Não cabe aos participantes entrarem no certame e alegar o não conhecimento
quando estes forem de alguma forma sinalizados de atuação indevida, ora, a Lei de
Licitações é bem clara e para todo e qualquer certame é utilizada para as conclusões
e conduções. Demonstrar desconhecimento de artigos primordiais é também por sua
vez demonstrar amadorismo. Como pode uma empresa séria e comprometida não
ter o conhecimento ou recorrer a esta quando necessário? Este é um papel para que
os que desejam atuar como gestor buscarem meios para deixar tais orientações bem
claras. O seu papel auxiliará também com que todos os envolvidos possam de alguma
forma fazer se conhecedores dos procedimentos. O gestor poderá aplicar meios para
que sua equipe se profissionalize, poderá trazer aos mesmos casos reais que deram
certos e outros que tiveram problemas na condução. Assim, poderá usar os tópicos e
demonstrar nestes exemplos a aplicação dos procedimentos do TCU e do Planalto, os
encaixes e instruções da Lei de Licitações e demais instrumentos de orientações para
a construção exemplar de um projeto e participação assertiva em licitações.

Medições
Os custos com mobilidade e suas instalações devem ser previstos pelo edital de licitação.
Há um limite para estes gastos. No mesmo edital, é definida a ordem e período do
pagamento que ocorrerá paralelamente de outros gastos. Condiciona-se datas para que
seja realizado o procedimento bem como o valor teto para tal baseado no que estiver
estipulado como recurso financeiro.

Assim que o contratado finalizou suas atividades e realizou a entrega do mesmo é que
deverá ser realizado o pagamento pelos serviços prestados, contudo, é necessário ficar
atento, pois nada além do que for acordado em contrato deverá ser pago. O que foi
aprovado é o que será acertado.

A entrega de relatórios por período servirá como métrica para a avalição dos serviços
executados. Desta forma, é possível realizar as devidas análises para identificar a
quantidade real de serviços a serem realizados.

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OBRA PÚBLICA │ UNIDADE I

Feita a análise do que realmente será executado como serviço através da métrica
estabelecida em relatórios é de extrema importância cumprir com os recursos em
planilha bem como seus anexos, até mesmo a meticulosidade na métrica e pagamento.

Após a fiscalização emitir o parecer sobre os serviços aprovados em concordância


com o descrito em contrato, será de responsabilidade do contratante realizar todos os
pagamentos dos serviços prestados pelo contratado, desde que este esteja conforme
métrica adotada. Estas informações deverão conter no cronograma físico-financeiro e
demais planilhas orçamentárias por parte da contratante, isto é, exige que a programação
com relação aos valores tenha sido previamente liberada para a contratação, uma vez
que não se devem realizar processos sem que a verba tenha sido aprovada, pois até
mesmo a autarquia ou administração pública é auditada por um órgão superior.

Documentação As Built
Conforme recomendação do TCU disposto em Obras Públicas, quanto à documentação,
fica entendido que ao término do que fora construído na obra contratada, caberá à
administração solicitante receber um documento que demonstre o que fora de fato
executado. Convencionado do termo em inglês que significa construído, Built contém
informações de especificações, memoriais e plantas detalhando os materiais utilizados
e o que de fato foi realizado nessa execução. Deverá conter no certame licitatório para
que este esteja de forma completa e disponível com todas as informações necessárias
para os participantes e a quem mais possa interessar, além do objeto que será licitado,
as suas cláusulas, orientações, instrumentos legais, prazos, locais, restrições anexas e
informações de quem está a contratar, com vistas a beneficiar ou com a justificativa de
melhorarias entre outras, também contará com toda solicitação do Built.

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FISCALIZAÇÃO Unidade iI

O contratante realizará a fiscalização, ou seja, comparecer de forma que tenha em mãos


todo o andamento da obra ou serviço executado a fim de verificar se o contratante está
cumprindo com suas obrigações conforme acordado.

Capítulo 1
O pós-contrato

Sobre o pós-contrato
É responsabilidade de o contratante utilizar assim que se começarem as atividades até a
sua conclusão profissional ou senão uma equipe técnica com pessoas com cunho técnico,
em que estas deverão comprovar sua especialidade conforme a empreita. É permitido
que órgãos da administração conceda funcionários para este fim. Poderão ser incluídas
no edital do projeto básico as atividades de gerenciamento da execução, supervisão
quando for utilizada a opção para a contratação da fiscalização.

É de suma relevância definir os agentes e setores da administração


envolvidos na execução do contrato – gestores, fiscais, supervisores,
departamento contábil e demais autoridades competentes –, assim
como especificar suas atribuições inerentes, tais como receber o
objeto, acompanhar a execução dos serviços, orientar a aplicação de
penalidades e a rescisão. (PÉRCIO, 2010)

A empresa contratada para execução da obra deve facilitar, por todos os meios ao seu
alcance, a ação da fiscalização, proporcionar que sejam acessados o que fora executado
conforme o que fora solicitado.

Ainda de acordo com Pércio (2010) citado por Ferreira (2014, p.18), é necessário que
seja ou realize um controle e planejamento na realização ou condução do contrato
administrativo. Cabe à administração zelar pelo alcance da finalidade pública preservando

52
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

a economicidade e respeitando no que tange o espaço da moral e o espaço legal, assim


como tomando as medidas que se fizerem necessárias.

Estabelecer formalmente métodos de fiscalização em normas inferiores ou vigentes


interna corporis, operacionalizando, assim, o controle da atividade desempenhada
pelo contratado, é medida elementar que prioriza os princípios de transparência, da
motivação e da eficiência administrativa, além de potencializar as chances de êxito no
alcance dos resultados (PÉRCIO, 2010, p.111) citado por Ferreira (2014, p.18).

Na administração do contrato, administração e contratado devem estabelecer uma


relação simbiôntica, firmando metas a serem alcançadas, parâmetros e objetivos de
atuação, sistemas de controle e avaliação de qualidade e formas eficientes de comunicação
e solução de conflitos. É nesse sentido que se pode falar em gerenciamento do contrato
administrativo como uma modalidade ampla de controle, envolvendo planejamento
prévio à execução e sua posterior fiscalização, coordenada ou supervisionada. Não se
trata, portanto, meramente de “acompanhar” a execução do contrato, mas de produzir
ações preventivas e corretivas que conduza o contrato a sua melhor execução. (PÉRCIO,
2010, p. 112) citado por Ferreira (2014, p.18)

Ainda na visão de Pércio (2010) citada por Ferreira (2014 p. 12) há uma divisão das
atribuições a serem realizadas com relação ao Fiscal e ao Gestor. Ferreira (2014 p.12)
disponibilizou uma tabela comparativa para uma maior clareza.

Quadro 9. Atribuições do Gestor e do Fiscal.

Fiscal Gestor
Acompanhar todas as etapas no local de execução das obras. Gerência de contratos.
Verificar se todos os aparatos mencionados em contratos estão de fato
Observância com relação às garantias de contrato.
sendo utilizados.
Verifica as análises que o fiscal apontar e procede com as
Relacionar questões em que o contratado descumprir
recomendações com base e respaldo da lei.
Busca apontamentos de parte técnica ou até mesmo por base de
Orientar e solicitar o que deverá corrigir
ordem do DP do jurídico se houver necessidade.
Procede com as questões dos valores que serão recebidos e pagos de
Conduz os procedimentos se haver a necessidade de alterar o contrato
acordo com o parecer da equipe fiscalizadora.
Orienta na questão quando necessário prorrogar o objeto do contrato a No seu papel e com base nas informações de relatórios gerenciais,
ser executado. efetua o pagamento.
É de sua competência, realizar quando for determinada a suspensão do
Conduz o processo para a aplicação de penalidade.
pagamento.
Conduz o trâmite para cancelar o contrato. Realiza as cobranças referentes à aplicação das multas e demais encargos.
Ordena os passos a serem seguidos quando houver a necessidade de
Realiza aferições para solicitar ordem de pagamento
prorrogar o prazo de contrato pré-estabelecido.
Com relação ao objeto a ser recebido este está incumbido de participar Conduz de forma imparcial e permite que haja o direito de justificativa
em todos os passos. quando houver necessidade.
Criar relatórios para que os gestores possam de forma macro tomar
conhecimento de tudo que ocorre em canteiro de obra.

Fonte: o autor, 2016.

53
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

As definições ainda são ressalvadas pela a Portaria no 297 do TCU que condiciona as
competências que o fiscal deverá ter, conforme o exposto a seguir. Destacam-se então
por meio de tópicos os artigos 4,5 e 6.

»» Os gestores dos contratos e ou fiscais tem a atribuição de fiscalizar também


os contratos referentes à prestação de serviço que usa o recurso de terceiros.

»» Será realizada a atribuição de fiscal um por um, isto é. Um contrato estará


ligado diretamente a um único fiscal.

»» Designações específicas para fiscais.

»» Fiscaliza e audita todos os passos descritos no contrato.

»» Com relação aos serviços prestados, é atribuição do técnico validar as


notas fiscais e demais comprovações dos custos reais.

»» Emite o parecer com base nos serviços prestados e relaciona o que fora
pago ao executor das obras ou fornecedor de serviços.

»» Gere todas as solicitações que foram acionadas e executadas com relação


à prestação de serviços.

»» Designações específicas para quem for gerir o contrato.

»» Responsável por analisar todos os documentos fiscais de ordem da


previdência e também do trabalho.

»» Além de organizar é de sua responsabilidade gerir, liquidar e ordenar


pagamentos. Faz a análise e gere todos os contratos dos que trabalham
de forma terceirizada.

Ressalta-se análises das classificações quanto às obrigações pertinentes ao fiscal. A


Portaria orienta quanto aos procedimentos de fiscalização do gestor do contrato, ou
seja, as obrigações que a norma terá com os que atuaram direto na execução do serviço.

Todas as atribuições do responsável por gerir o contrato incluem também dados listados
na tabela a seguir.
Quadro 10. Cronogramas.

Solicitar Realizar Lançar


RG | CPF | CTPS | Remuneração | Condições Reunir e Orientar os terceiros | cumprir e manter Todos os quesitos amparados por LEI usando
de trabalho | Área de atuação | De todos os os direitos de cada | Mantê-los informado sobre o recurso tecnológico | Poderá sempre que
que irão trabalhar para o contratado na obra quem os mesmos poderão recorrer em caso de necessário recorrer ao sistema para que
em questão. Os responsáveis serão acionados não cumprimento e atuações irregulares para acessos sejam concedidos no ambiente do
quando for o caso, contudo estão diretamente com eles, isto é, deixar claro que os terceiros TCU | Todas as questões devem ser aplicadas
ligados na informação de todos atuantes na poderão recorrer ao tribunal de contas para também aos novos entrantes da obra.
obra ou prestação de serviços. questionar condutas irregulares.

Fonte: o autor.

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FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

Principais aspectos a serem observados


pela fiscalização

Todos os serviços realizados ou a realização de obras com o intuito de conduzir uma


nova construção ou com necessidade de realizar algum reparo e até mesmo aumento do
espaço já existente necessita, antes de tudo, que cumpra com as exigências estipuladas
por meio das orientações com intuito de proporcionar o cumprimento do que fora
acordado. Dentre as orientações é importante entender e seguir com:

»» As legislações das esferas dos três poderes.

»» Atendimento em especial ao que o CREA determina quando necessário.

»» Atendimento às instruções de organizações reguladoras tais como


INMETRO e ABNT.

Recebimento da obra
Somente quando forem concluídas todas as etapas da obra, ou seja, não havendo mais
a necessidade de condução de obras ou prestação de serviços sobre o objeto licitado é
que poderá discorrer a documentação que de forma provisória descreve que o que havia
de ser realizado fora concluído. Desta forma, alguém designado fará uma fiscalização
para atestar que todas as etapas foram concluídas, é, portanto, interesse das partes que
rubriquem a documentação no limite de 15 dias seguidos ao realizar o comunicado com
a finalização dos esforços realizados e entregue definitivamente a obra.

Na mesma sequência, o pessoal responsável ao receber as orientações, ou seja, a


documentação assinada atestando o encerramento, julgará a entrega como finalizada.
Realizando os trâmites descritos em lei, a equipe que realizar a fiscalização no intuito
de averiguar irregularidades repassará as informações de obra concluída e nada a
descrever ou apontará problemas e descreverá quais são caso houver.

Por que isso é necessário? Para que seja cumprido o exposto em contrato, uma vez que se
comprove irregularidades ou demais situações não previstas e não acordadas, deverá por
parte do contratado a realização da correção ou reposição quando for o caso, visto que
somente após a realização e aval desta etapa é que dará por concluído definitivamente.

Ressalta-se que é de responsabilidade do contratado realizar a entrega do serviço


contratado e de forma completa. O contratado tem todo o checklist do que deverá
seguir, logo, uma vez que este fora notificado pela fiscalização de que a sua entrega está
condizente com o esperado, ele seguirá para a próxima etapa. Conforme acordado em
contrato, o contratado deverá acionar os órgãos responsáveis pela parte de saneamento
55
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

básico e de infraestrutura bem como as demais organizações com vistas a obter o


licenciamento necessário, tais como o Habite-se pela a secretária de planejamento
urbano, a licença ambiental para operar quando necessário, a instalação dos padrões
de água, energia e de telefonia, se for o caso em que exige gás de cozinha, o contratado
também deverá providenciar junto ao fornecedor.

O certame também obriga e reitera por meio do contrato de ambos que o Built relacionado
à obra executada também precisará ser entregue, pois este será utilizado de modo que
havendo necessidades futuras de ampliar, demolir, modificar algum ambiente tais
ações poderão ser melhor realizadas quando seguindo as orientações do Built.

Com base no que determina a Lei de Licitações em casos de entregas de forma não prevista
quando pode haver o serviço de má qualidade, obra incompleta ou demais irregularidades,
a autarquia responsável poderá recusar até que seja corrigido de uma vez.

Responsabilidade da contratada
A Lei no 10.406/2002 enumera as responsabilidades do contratado. De tal modo que o
artigo 441 descreve que há sim a possibilidade de que objeto entregue contenha ainda
que não de forma visual, demais problemas ou irregularidades, isto é, mesmo após ter
sido encerrada as obras, o contratado responde pelo serviço prestado. Ele responderá
por qualquer dano que possa ocorrer futuramente se o que foi de sua responsabilidade
elaborar, criar, modificar, construir ou vier apresentar problemas. O contratado deverá
ter o total conhecimento sobre estas questões. Assim é uma maneira de reforçar que
se espera deste um trabalho de qualidade e de forma profissional. Não há o que temer
por parte do contratado, basta que seja realizado por ele e sua equipe, um trabalho
honesto, seguindo as normas e demais regras e utilizando materiais de boa qualidade
e profissionais capacitados.

Logo, além da lei mencionada acima, outro código interessante e pertinente que todos
os envolvidos tomem o devido conhecimento, diz respeito à Lei no 8.078 de 1990 em
seu artigo 12 que discorre sobre as responsabilidades de todos os envolvidos de forma
indireta ou diretamente. Descrevendo também que se houver necessidade de fazer
a correção de algo todos deverão realizar. Pessoas que se sentirem lesadas pela obra
deverão ser ressarcidas, se houver negligência ou falta de instruções sobre a condução
de algo no local do objeto licitado, também deverão ser providenciadas as informações
pertinentes. Havendo necessidade de reparo hidráulico, elétrico, alvenaria, tudo
isso deverá ser providenciado independente de quando ocorrer. Todos os envolvidos
respondem de forma igualitária sobre a obra entregue. Seja os trabalhadores
terceirizados ou os empregados ou os técnicos da própria empresa contratada.

56
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

Fase posterior à contratação


Quando a obra for entregue e a equipe de fiscalização identificou que não há nenhum
problema ou impeditivo para que o espaço seja disponibilizado ou utilizado para a sua
atividade fim, ou seja, para aquilo que foi desenhado servir, serão necessários antes da
sua inauguração os ajustes finais. Qual é o objetivo? Primeiramente antes da entrega
há uma última análise com intenção de apresentar ou desenhar a melhor forma de
se utilizar cada espaço ou elemento construído. Assim, cria-se uma melhor utilização
visando que cada objeto ou espaço dure por um tempo maior até que haja a necessidade
de uma intervenção para uma manutenção.

Garantia dos serviços


As garantias dos serviços são também estabelecidas pela Lei no 8.666/1993 para que
seja realizado de forma a assegurar a qualidade do que se entrega ou do que se produz.
A lei usa o recurso do artigo 87 que o Planalto discorreu de forma brilhante as suas
ocorrências. Logo, sempre em que for identificado que o objeto do contrato não fora
entregue conforme estabelecido, isto é, em sua totalidade, o Planalto orienta para que
não seja desrespeitado o acordo:

»» Será advertido em caso de desacordo.

»» Aplicação de multas.

»» Impedimentos que vise deixar o contratado por um período de até 2 anos


sem poder participar de qualquer licitação.

»» O contratado deverá sempre que necessário apresentar atestados de que


recebeu uma sanção até que a administração que o penalizou o abone
novamente.

»» Se for necessário, o contratado deverá custear a diferença que haver entre


garantida prestada e multa aplicada.

»» As sanções serão aplicadas quando entendido o não cumprimento do que


ordena a lei bem como a entrega de forma parcial, contudo ressalta-se o
direito do contratado realizar a sua justificativa ou defesa.

Além do artigo 87, o artigo 88 também é aplicado visando manter a garantia dos serviços
prestados. Desta forma, é de importância saber que:

»» Todos os envolvidos serão também penalizados quando estes forem


condenados por atos fraudulentos ou que causem algum dano e até
mesmo na área de encargos tributos e demais recolhimentos.
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UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

»» Desabone a real necessidade ou impedimento da condução lícita do certame.

»» Falta de lisura em todos os trâmites relacionados à administração


competente de modo que fique demonstrado a não transparência ou
questões dúbias.

Sempre que houver necessidade, ambos poderão buscar amparo na lei. O Planalto
dispõe da lei completa de fácil acesso para que todos a consultem e faça dela o seu
respaldo até mesmo para que não haja dúvidas em contratos assinados. Desta forma,
e com o conhecimento necessário evitará surpresas na condução de obras e prestações
de serviços.

É a lei que resguarda e é a mesma lei que ordena que se cumpra todas as etapas de
licitação de forma coerente, transparente e com lisura. Reitera que tudo que se precisa
saber para licitar, o Planalto discorre do passo a passo. Se necessitar gerir, o mesmo
Planalto orienta como conduzir. Não há o que se inventar ou reinventar. Amparados por
lei, contratante e contratado deverão apenas seguir as orientações e juntos cada qual
necessitará seguir com as suas respectivas obrigações. O grande problema é que muitos
buscam brechas na referida lei para que detalhes menores passem despercebidos,
contudo veremos no próximo capítulo o que ocorre quando começa a fase após a entrega
do contrato. Pode-se com toda certeza afirmar que para cada um a conta sempre chegará.
Não é de hoje que se observa claro e manifesto desrespeito por não cumprimento na
íntegra do que dispõe a real conduta de uma licitação com lisura.

Recentes e objetivos telejornais ou noticiários trazem à tona escândalos e fraudes em


licitações. Empresas que recebem verbas sem ao menos iniciar as obras, desrespeitando
o que vimos anteriormente e estudado neste material, isto é, com relação a pagamento
de contrato sem antes de entrega real do objeto licitado.

Manutenção
Os empreendimentos segundo constam na classificação descritos anteriormente,
assim que iniciados, necessitam de uma vistoria técnica/administrativa que tem por
objetivo manter proporcionalmente as condições específicas que provém a integridade
e funcionalidade dos componentes do sistema.

Dessa forma, entende-se que a necessidade da manutenção é crucial para manter toda
a estrutura em modo operacional e sem falhas. Tal medida é uma maneira com que
gestores possam se basear para que nada de imprevisto aconteça sem que antes tivesse
sido previsto. A definição do TCU é clara com o que diz respeito a preventiva e corretiva
de manutenção:

58
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

Quadro 11. Quadro de modalidade.

Modalidade Descrição
Manutenção Preventiva São ações que visam manter o objeto do contrato de forma integra ou por sua vez visando
aumentar a vida útil do espaço projetado. É necessário que se crie um procedimento para que
seja de tempos em tempos a execução desta modalidade.
Manutenção Corretiva Como o próprio nome sugere, visa atuar sobre um eventual problema que ocorreu posteriormente no espaço
projetado. Tanto na preventiva quanto na corretiva, espera que todo e qualquer procedimento e material utilizado
leve em consideração os mesmos recursos utilizados quando houve a implementação do projeto. Desta forma
mantém-se o mesmo padrão estabelecido quando fora construído.

Fonte: Walisson Alves Pereira.

Principais irregularidades em obras públicas


Baseado no apontamento do TCU é possível descrever as principais irregularidades
recorrentes em certames de obras públicas, isto é, quando houve o mal uso dos recursos
financeiros destinados à execução da obra, mas que de fato não fora conduzido como
o esperado. Desta forma, havendo irregularidade, há gastos desnecessários, havendo
esta combinação a licitação em si deixa ter uma finalidade ou objetivo que beneficiará
a todos, até mesmo a comunidade em torno do objeto licitado. Desta forma, lista-se:

»» Obras incompletas e que foram paralisadas com ou sem justificativas


plausíveis para tal.

»» Obras que foram licitadas, porém que não existem.

»» Pagamentos que foram realizados de forma indevida sobre determinadas


obras.

»» Obras que não respeitaram o normativo de cunho técnico.

»» Obras inflacionadas, isto é, que tiveram os seus valores supervalorizados.

»» Despesas em obras que foram projetadas indevidamente.

Todos estes listados acima são as principais e recorrentes irregularidades em obras de


licitações públicas.

Irregularidades concernentes ao
procedimento licitatório
Ainda conforme se observa em Obras Públicas ( 2003, p. 53) quando são destacadas as
principais irregularidades tomando base no decorrer das etapas do certame, é possível
listar as principais incoerências ou irregularidades no que tange a fase de licitação, isto

59
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

é o que envolve a parte de condução do certame. É de extrema importância combater


estas questões, pois todo o processo necessita de lisura e precisa oportunizar as mesmas
solicitações para todos os participantes sem que haja o privilégio por alguém ou empresa
comum. Logo a administração solicitante precisa coibir:

»» A solicitação de questões de cunho particular quando não há justificativas


para tais requisições.

»» Não estabelecer um critério na condução para o aceite por tomada de


preços, isto é. Não definir ou estipular os padrões aceitáveis para o preço
unitário e para o preço de forma global.

»» Aceitar a entrega do projeto básico sem que este esteja completo ou


adequado para o processo em questão.

»» Permitir que seja entregue o projeto básico em um segundo momento,


fora do prazo estipulado ou na etapa destinada para tal.

»» Permitir que participantes não condizentes com a modalidade pleiteada


possam continuar no processo licitatório.

»» Não realizar a divisão necessária na condução das obras, pois assim haveria
uma melhor manutenção dos elementos a ser utilizados no objeto licitado.

»» Não permitir que haja uma competividade na condução ou participação


dos elementos do edital.

»» Quando este consegue realizar a obra em etapas, mas não obedece e


cumpre com a exigência de seguir em uma determinada modalidade, este
também caracteriza como irregularidade.

»» Licitações não adequadas.

»» Não justificar o cancelamento de uma licitação.

»» Justificar a dispensa, porém sem coerência e argumentação plausível.

»» Não justificar de forma plausível a ilegitimidade de uma licitação.

»» Não justificar a ilegitimidade de uma licitação.

»» Não cumprir com a divulgação necessária do edital.

»» Não conduzir e apresentar todos os atestados e autorizações emitidas


por ordem jurídica os aspectos ou documentos exigidos para o edital,
para o contrato, para os possíveis acordos realizados e constituição
de convênios.

60
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

»» Permitir e eleger que o vencedor do certame realize os serviços mesmo


quando fora observado incompatibilidade de informações.

»» Quando se observa o cronograma ineficiente.

»» Quando se observa que o cronograma apresenta incoerência de preços.

»» Quando se observa que possivelmente haverá por questões de preços um


possível descaso e não sequência na condução da obra.

»» Não considerar de forma aceitável o parâmetro comum para reajustes.

»» Não utilizar referência padrão para a condução de reajustes por meio de


índices.

»» Permitir que o idealizador do projeto básico mesmo que de forma indireta


seja membro participante na empresa vencedora do projeto licitado.

Irregularidades concernentes ao contrato


Julgam-se as principais irregularidades do contrato com base no que fora registrado e
aferido em Obras Públicas (2013). Portanto, é de interesse de todos os que participam
do certame ter o pleno conhecimento das questões que se não cumpridas, poderão gerar
penalidades. Portanto, tem-se a seguinte descrição:

»» Edital e suas atribuições com descrições completamente diferentes do


que fora mencionado no contrato.

»» Não conformidade entre os dois projetos principais que são Básico e


Executivo.

»» Deixar de relacionar ou vincular a proposta ganhadora do objeto licitado


com o certame.

»» Informações incompletas com vistas a uma possível modificação na


ordem das execuções financeiras.

»» Serviços descartados ou não realizados ou o contrário realizar serviços a


mais e sem justificativas.

»» Exceder a realização de serviços além do permitido ou deixar de executar


uma determinada atividade além do permitido.

»» Superfaturar serviços e preços acordados anteriormente.

»» Manipular preços para mais ou para menos com valores incoerentes do


que fora afirmado em contrato e por sua vez sem apresentar o real motivo.
61
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

»» Serviços além do que solicitado e com valores que estão divergentes do


que apresentado em processo licitatório.

»» Aumento de serviços com valores fora da realidade do que se pratica por


empresas do mesmo segmento.

»» Realizar atividades que não foram contempladas em contrato.

»» Terceirizar sem que haja autorização descrita no contrato e no processo


licitatório.

»» Encerramento do contrato sem que este esteja completo.

»» Não justificar de forma plausível o motivo do adiamento para o encerramento


do objeto licitado.

Com todas estas informações condizentes do contrato não há argumentos contrários que
desabone uma penalidade por parte da administração a qual compete a solicitação da
licitação. Caso haja dúvida com relação às possíveis omissões listadas é necessário que
o departamento jurídico seja acionado para que não gere um encerramento por ordem
de força maior, justificado pelos tópicos listados acima. Aliás, todas as informações
apresentadas visando demonstrar as irregularidades é a clara e manifesta intenção
da administração ou do órgão em questão, informar ou alertar quanto aos possíveis
desavisos que merecem atenção por parte dos gestores ou participantes da licitação.

Irregularidades concernentes à
execução orçamentária
Os exemplos ou observações que o livro Obras Públicas (2013) apresenta sobre as
irregularidades na execução orçamentária são:

»» Com relação ao plurianual ou a autorização por lei é uma irregularidade


não submeter a obra para o respaldo de ambos.

»» Não apresentar a capacidade de arcar com todos os custos do plano vigente


é uma irregularidade. Isto é, deixar de demonstrar todo o orçamento a
ser utilizado.

»» Desrespeitar ou ocultar planilhas com os custos globais.

»» Desrespeitar ou ocultar planilhas com os custos por unidade.

»» Desrespeitar ou ocultar dados relacionados aos custos com empregados.

62
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

Irregularidades concernentes às medições e


aos pagamentos
Com relação aos trâmites de pagamentos, observa conforme orienta Obras Públicas
(2013) os principais erros ou não cumprimentos com a forma correta e esperada para o
provento. Desta forma, tem-se:

»» Serviços que não foram iniciados, que não tiveram ao menos movimentação
ou condução dos projetos, mas que por sua vez receberam ordens de
pagamentos de maneira indevida.

»» Toda prestação de serviço realizada que a fiscalização por meio de sua


análise venha rejeitar e ainda sim receber pagamentos, caracteriza como
irregularidade de pagamento.

»» Obras que estão paralisadas não podem receber pagamento. Logo, havendo
o pagamento por qualquer justificativa que seja, ainda sim é uma
irregularidade.

»» Não demonstrar auditoria ou documentos e demais registros que atestem


visitas dos fiscais no local que fora realizado os serviços.

»» Valores que não condizem com a metragem averiguada também


caracteriza como irregularidade de pagamento.

»» Divergência apresentada pelos fiscais por meio de seus relatos registrados.

»» Valores incoerentes e acima do praticado pelo mercado.

Irregularidades concernentes ao recebimento


da obra
Por fim, e não menos importante, destaca-se o que não deve ocorrer com o que diz
respeito ao recebimento da obra. Obras Públicas (2013) também ressalta as principais
irregularidades.

»» Quando não houver a entrega de forma provisória.

»» Quando não houver a entrega de forma definitiva.

»» Em caso de houver a entrega provisória ou definitiva, ambas necessitam


constar um responsável presente e com a assinatura de ambos no
termo circunstanciado. Se não proceder desta forma, caracteriza como
irregularidade.
63
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

»» Levando em consideração que necessita realizar o recebimento da obra


do objeto licitado, caracteriza irregularidade quando o que acordado
mediante ao exposto em edital e também pelo contrato não for cumprido.

»» Não cumprir com todos os trâmites acordados pelas partes e registrado


em contrato, tais como, período para realizar a entrega, as observações
pertinentes entre outros.

»» Negligenciar e receber a obra com avarias.

»» Negligenciar falhas e eventuais problemas de alvenaria na condução da


obra.

»» Entregar o documento de habite-se sem ao menos promover fiscalização


na obra ou vistoriar para validar se esta se encontra em conformidade.

64
Capítulo 2
Fiscalização

A considerar em uma fiscalização


Existem normas a serem seguidas que é descrito Obras Públicas (2013) quanto a
inicialização de uma obra. Não levando em consideração a níveis de prioridades ou
até mesmo o porte da construção. É de suma importância que se tenha em caráter de
prioridade os seguintes itens:

»» Códigos.

»» Leis e decretos.

»» Portarias.

»» Normas federais.

»» Normas estaduais.

»» Normas municipais.

»» Normas de concessionárias de serviços públicos.

»» Instruções e resoluções – CREA.

»» Normas [ABNT | INMETRO].

Serviços iniciais: demolições


É de responsabilidade do prestador do serviço que se realize uma inspeção do local que
virá a ser demolido. As considerações importantes que serão realizadas deverão abranger
informações que visam informar sobre as condições de fundamento da estrutura a ser
demolida. Quais são os materiais que o compõe, quando foi levantado entre outros.

Tudo o que diz respeito ao empreendimento precisa ser informado e detalhado. Até mesmo
os demais imóveis que estão ao seu arredor precisam ter uma dimensão e também é
necessário ser relatado.

Com relação aos de ordem de infraestrutura e saneamento básico tais como água, luz,
esgoto e telefonia, ou seja, os serviços que são prestados para aquela região e até mesmo
para o empreendimento a ser demolido, merece uma exclusiva atenção de modo que
65
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

não cause um acidente inesperado e que também não prejudique o fornecimento desses
serviços aos demais que estão ao arredor da demolição.

Será necessário que no contrato esteja exposto todas as condições da ação, bem como
a forma a ser conduzida para que todos os rejeitos possam ser retirados do local, dessa
forma, detalhando todo o plano de ação, a fiscalização ou o órgão que o fará poderá
fazer a aprovação da devida ação.

Exemplo: Suponha-se que há uma escola em seu bairro e o governo libera uma licitação
que visa transformar a escola em um espaço público com outra finalidade de assistência
ao cidadão. Se houver a necessidade de demolição do local para que seja construído
outro empreendimento o gestor deverá considerar toda a infraestrutura que cerca a
escola e até mesmo que chegue ao devido bairro.

Será necessário, por exemplo, verificar se há vias de escoamento de água, pois


dependendo da localização da escola e se uma tubulação se rompe, o bairro todo poderá
ficar sem água. Questões correlacionadas ao trânsito, também é crucial, uma vez que há
um grande volume de veículos pesados que vão trafegar o que também poderá deixar
algum bairro sem condição de se ligar ao mesmo. Se um maquinário esbarrar em uma
fiação e cortar energia do bairro. Se um funcionário tiver exposto a uma escavação
que poderá prejudicar até mesmo sua vida conforme o trabalho que o operário deverá
executar. Tudo isso deverá conter no documento para que uma fiscalização possa atuar
no sentido de liberar ou solicitar alterações.

Tudo que diz respeito aos serviços integrais dos vizinhos deverão ser levados em
consideração. Concluir as fases em sua totalidade conforme proposto até mesmo do
licenciamento do que será demolido precisará ser seguido. No que diz a legislação local
quanto à condução, também deverão ser considerados. A remoção dos rejeitos terá
que ser realizada em sua totalidade cuidando para que nada seja deixado no local, a
condução dos resíduos deverá ser para um local apropriado ao seu tipo de material
utilizado. Ou seja, restos de material de alvenaria nunca deverão ser enviados a aterros
sanitários. Logo, podemos entender que não é apenas passar um maquinário sobre
um determinado local. É necessário que tenha sempre um plano para todas as etapas,
podemos convencionar de pré-demolição, demolição e pós-demolição.

Serviços Iniciais: locação de obra

Não há alternativa a não ser seguir os padrões convencionados, a locação da obra conforme
disposto pelo TCU no livro Obras Públicas é uma das atribuições mais importantes e
que exige demasia atenção por parte do gestor ou de quem fiscaliza o empreendimento.
Vejamos o que é listado com esta atividade:
66
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

»» Realizar marcações no molde a ser utilizado.

»» Eixo com exposição de lados concretados tais como paredes.

»» Realizar ou afixar utilizando madeira cortada específica e parafusos ou


pregos para mantê-lo.

»» Nivelar madeira ou tábua.

»» Realizar o encaixa de modo que suporte possíveis vibrações ou peso.

»» Respeitar e desenvolver todo o espectro com base no que diz o padrão


altimétrico e o padrão planimétrico.

»» Deve utilizar para aferir os espaços um esquadro 100% integral se possível


de madeira e que não tenha avarias.

»» Se exigir maiores condições técnicas para a condução da alocação é


recomendado que tenha para o devido uso aparatos tais como estação
total, distanciômetro e teodolito.

Por sua vez, delegam-se atividades para os fiscais e sua equipe, pois são de responsabilidades
daqueles fazer as devidas aferições com relação às obras, tudo é vistoriado nos mínimos
detalhes para que ocorra de forma segura e sem problemas tanto para quem estará na
obra, quanto para a comunidade em torno do serviço a ser executado. Desta forma, eles
precisarão averiguar questões tais como:

»» Se para a locação de obra há algum impeditivo para prosseguir.

»» Se os envolvidos para executar as atividades de análise do terreno como


a questões topográficas, todos têm condições claras e comprovadas para
exercer e seguir com as análises.

»» Analisar os equipamentos usados in loco em busca de identificar se todos


estão com os parâmetros de métricas condizentes.

»» Conduzir de forma que toda a marcação realizada seja conservada


enquanto se realiza os serviços in loco.

»» Manter inalterada toda marcação visando à utilização destas referências


posteriormente.

Observa-se que a recomendação listada acima é representada por meio da figura a seguir.
Esta imagem tem como premissa demonstrar um exemplo de uma das possibilidades
de locação de obra.

67
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

Figura 9. Obra em espaço alocado.

Fonte: Obras públicas, 2013.

Serviços Iniciais: terraplanagem

Escavação, transporte e aterro. São atribuições/ações que são levados e analisados


nesse tipo se serviço. Segundo disposto em Obras Públicas (2013) quando se tratar da
condução das edificações e por sua vez onde exige que para o início da execução das
obras se realiza a terraplanagem, objetiva fazer com que seja trabalhado de forma única,
singular e por padrão ou modelo perfeito para obras o respectivo terreno. Quando ao
que diz respeito ao espaço alocado, ou o manejo de sua terra exige-se um certo cuidado.
Para isso é necessário que se realize a condução do solo de forma responsável, visto
que trabalhar o solo ou o seu manejo propicia demais deslocamentos no terreno em
questão causando reflexo na movimentação dos veículos que transitaram no local.
Esta observação é representada na figura abaixo e demonstra exatamente como é
realizado ou como é a movimentação de solos, terras e a execução de terraplanagem em
canteiros de obras. Em questão foram obedecidas várias regras e exigências visando o
procedimento seguro tanto para o ambiente, quanto para a comunidade a ser beneficiada
bem como para os que trabalharão in loco na condução dos serviços, evitando assim
quaisquer possíveis acidentes de trabalho ou demais problemas.

Figura 10. Terraplanagem de um espaço público.

Fonte: Obras Públicas, 2013.

Ainda conforme as orientações previstas por Obras Públicas (2013), tem como
características as seguintes questões a serem fiscalizadas pela equipe designada
68
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

especialmente para a análise dos serviços de terraplanagem. Logo, a equipe que


é formada por pessoas qualificadas ou designadas apenas para conduzir uma
determinada licitação onde a sua tarefa irá consistir em assegurar o cumprimento
de todas as condições previstas pelo edital e acordado em contrato por ambos, fará o
checklist para apontar:

»» Se cumpriu integralmente o que descrito em planta e demais levantamentos


tais como o planialtimétrico.

»» Acompanhar a realização da condução de terraplanagem e registrar todos


os índices a fim de conferir se a métrica anterior à execução condiz com
a atual medida.

»» Realizar demais controles do solo, terreno.

»» Conferir se todos os índices conferem (medida da terra, grau posicionado


do talude).

»» Por meio de análises realizadas em laboratório, necessita manter o


controle do aterro.

»» Com relação à infraestrutura e saneamento básico tais como telefone,


energia e água. Se possui cadastros pertinentes conforme manda a lei.

Imagine que você é o gestor e uma licitação que deverá ser fiscalizada informa que
uma creche será construída em um terreno onde há 10 anos serviu de base para
um aterro sanitário e devido a sua capacidade fora desativado por não poder mais
receber rejeitos. Poderia essa obra ser aprovada? Pense um pouco sobre.

Fundações
As fundações, convenção dada para o local onde receberá o empreendimento, logo,
pode-se chamar como base para a obra. São classificados como rasas ou diretas
profundas ou indiretas.

A fundação rasa ou direta tem uma profundidade de 5 metros menor que a edificação.
É possível citar para esse tipo: Sapatas e Radier. Sobre elas, o peso da estrutura é
transmitido para o solo de suporte. Na figura abaixo, utiliza-se uma representação
criada por Leonardi, para representar o desenho visual de como se dá a estrutura da
fundação, isto é, as questões listadas acima é exatamente o que se pode observar nesta
imagem. Logo, observa-se a solidez da estrutura quando feita de forma inteligente e
em conformidade com o que o órgão técnico orienta não dará retrabalho. Desta forma,
indica que haverá um ganho significativo para a condução das demais etapas da
69
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

obra. Note-se que a aplicação de fundações, uma das principais realizações tem suas
características padronizadas para que todos que forem realizar estes trabalhos sigam
um padrão aplicado por normas técnicas, ABNT e outras entidades que regulamentam
este tipo de serviço.

Figura 11. Fundação rasa.

Fonte: Leonardi.

Quanto à fundação profunda ou indireta, a camada mais profunda recebe toda a carga
da estrutura, são em suma utilizados para este fim as estacas pré-fabricadas de madeira
e de aço, concreto armado e tubões. Poderá também utilizar madeiras para utilizar como
meio de apoio. É possível fazer com que estas madeiras sejam afiadas a ponto de que se
tornem estacas. Pode ser feita no próprio local o qual receberá a obra. Realizando com
materiais de qualidade garante que não haverá retrabalho.

Figura 12. Fundação profunda.

Fonte: Leonardi.

Quando se trata de serviços que envolvem fundação, ou seja, uma das partes mais
importantes da obra, pois é o que julgará se a sustentação e todo o empreendimento
não virá a danificar ou ficar comprometido, necessita-se que a empresa a executar
o procedimento, tenha ampla bagagem. Isto é, que esta seja especialista neste tipo
de serviço. Sabe-se que para cada terreno tem a sua especificidade que requer ações
pontuais para a condução conforme se é exigido, logo, a especialista em solos utilizará

70
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

todo o seu conhecimento para averiguar e identificar qual fundação será aplicada.
Para este procedimento é conduzido por processo de sondagem e por isto se levanta
todas as informações do solo.

Sabendo que é um tipo de serviço específico e que exigirá profissionalismo, a fiscalização


também deverá atuar firme para que nada saia do controle ou do esperado. Logo, se
espera em sua vistoria que:

»» A apresentação por parte do profissional que responde pela obra, utilizando


para isso a (ART).

»» Acompanhar e quando for a etapa correta, autorizar para que seja


estabelecido o passo para que se concrete onde se realizou a fundação
conforme análise e ação do engenheiro que responde por esta etapa
na obra.

»» Validar se estão utilizando conforme acordado os devidos materiais


específicos para o tipo de solo específico, se estão inclusos todos os
elementos de construção e fundação, bem como o meio utilizado para o
deslocamento dos mesmos. Validar por meio do documento que o registra
se as exigências estão sendo seguidas, levando a cumprir as regras do
projeto estrutural.

»» Identificar por meio de análise e com apoio da tecnologia, validar o que


fora utilizado, ou seja, o tipo do concreto.

»» Fazer um checklist de todos os materiais a ser utilizado em todo o


serviço, analisar o prazo de validade e com base no tempo proposto para
a sua duração, apontar se será necessário trocar algum material ou se é
suficiente para que conclua o projeto.

»» Em hipótese alguma é permitido que se utilize de recursos com vencimento


dentro do prazo em que a obra ainda estará em andamento.

»» Em caso de se perceber algum problema com relação à qualidade dos


produtos, ferramentas e demais materiais utilizados é necessário solicitar
ao responsável que proceda com a devida substituição dos mesmos.

Estas proposições citadas acima foram descritas e cobra-se a exigência de segui-las, pelo
Ministério Público e por Obras Públicas, estas recomendações são padronizadas para
todos os contratos realizados com a iniciativa pública, independente da esfera de poder.

Recomenda-se que haja uma análise criteriosa quando houver a necessidade de realizar
serviços em que a concretagem será do tipo armado, obedecendo assim o que fora exposto
71
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

em seu projeto estrutural bem como a recomendação da ABNT. Tanto o contratado


quando a equipe de fiscalização precisará averiguar de perto e com muito critério o espaço
que receberá o concreto, enquanto eles não validarem que estão autorizados para o passo
seguinte, nada poderá ser feito. Entre outras verificações, será avaliado o meio padrão
para que todas as tubulações sejam incorporadas junto à masseira para concretar. As
armaduras também deverão ser avaliadas e necessitam estar em boas condições.

Somente o responsável pelo projeto estrutural está autorizado a realizar modificações


com relação às tubulações. Isto é, quando há uma necessidade de fazer com que alguma
tubulação seja desviada do projeto original. Ainda com relação à parte do concreto e seus
padrões é necessário que seja colocado de forma a abranger toda a área proposta, não
deixando de fora nenhuma armação sem que este seja preenchido em sua totalidade.
Indica-se que sejam usadas pastilhas de concreto, distanciadores de plásticos,
espaçadores e fixadores que estão submetidos ao concreto. Orienta-se que o uso do
cimento irregular será uma falta que acarretará penalidades, pois, o uso de elementos
que não condiz com o emprego do produto correto poderá danificar a estrutura. Logo,
utilizando as recomendações da ABNT, também será avaliado o cimento utilizado.

Demais elementos que contemplarão o projeto necessitam também ser analisados,


pois para o seu uso, recomenda-se que obedeça ao que se exige por meio do projeto.
Logo, estes elementos, tais como areia, pedra, entre outros precisarão ser usados
sem nenhuma sujidade como folha, barro, folha, papel, cinzas, argila, terra, ou outro
elemento incomum.

Da mesma forma, exige também que a água a ser utilizada também esteja limpa. Uma
análise prévia do líquido deverá ser aplicada a fim de identificar se há algo prejudicial
para a finalidade a qual será aplicada. Portanto, é um fator importante a levar em
consideração e de preferência recomenda-se o uso de água potável.

A água é tão fundamental nesta etapa que o seu uso deverá ser criteriosamente calculado
para o meio em que será aplicado. Isto é, não deve inserir de forma descontrolada e
sem medida ou até mesmo colocá-la de forma incompleta, visto que em se falando de
o concreto exceder em sua quantidade quebra ou tira uma resistência do mesmo e em
caso de pouca água, faz com que a massa do concreto fique com buracos, espaços vazios
ou mal preenchidos. Portanto, a equipe que irá realizar a fiscalização, também precisará
atuar de forma precisa a fim de autorizar que se realize ou inicie o concreto quando:

»» Todas as métricas forem realizadas e validadas.

»» Houver de forma segura vedado os lados medidos.

»» Verificar as tubulações.

72
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

»» Verificar todas as instalações.

»» Verificar os eletrodutos.

»» Condicionar e garantir que com base no projeto arquitetado a textura


esteja em conformidade.

Além destes passos, o fiscal também acompanhará toda a etapa em que será concretado
o solo obedecendo todas as condições propostas e estabelecidas em contrato e por meio
das normas técnicas. Tudo que for utilizado para o seu manuseio deverá concordar com
as exigências. Nesta etapa, é possível avaliar se falhas estão sendo tratadas de imediato
quando houver. Os materiais como o aço, do cimento também será acompanhado de
perto a fim de garantir o sucesso da etapa. Serão utilizados demais relatórios para estas
informações. Além de acompanhar outros meios, também será a sua responsabilidade
solicitar que seja reparado algo que não saia conforme o esperado.

Alvenaria de vedação
Figura 13. Alvenaria de vedação.

Fonte: Fórum da Construção.

A figura anterior mostra um canteiro de obras já iniciado, neste caso é debatido as obrigações
dos fiscalizadores com relação à vedação necessária para a alvenaria. Logo, as observações
serão realizadas quanto:

»» O uso correto dos materiais descritos no projeto.

»» O uso de elementos em dia, isto é, que não tenha vencido a sua data de uso.

»» O uso das peças chapiscadas e o que será afixado nas paredes.

»» Esquadrias e paredes deverão estar com os vãos corretos e com as devidas


locações.

»» Demais elementos como esquadrias em posição correta.


73
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

»» Observar o alinhamento necessário.

»» Posicionar de forma correta do prumo.

»» O uso do nível de forma projetada sem modificações.

»» Todos os cantos deverão conter as mesmas proporções e medidas.

»» A realização da planagem deverá obedecer ao projeto.

»» Com relação ao assentamento, as suas juntas deverão ser condizentes e


aplicáveis.

»» O uso e aplicação correta das vergas.

»» Tijolos íntegros, ou seja, sem quebrados.

»» Aplicação de argamassa no tempo correto.

Esquadrias
Para a condução da colocação das esquadrias, lista-se o que a fiscalização deverá
observar em sua análise, é, portanto, obrigado a avaliar:

»» Se há sobre as ferragens uma proteção quando for aplicada a tinta sobre


o espaço licitado.

»» Se após toda a colocação do piso foi posto as devidas folhas nas respectivas
portas ou se houve o contrário.

»» Se a esquadria foi inserida de forma correta e conforme orientações das


normas técnicas.

»» Obediência com relação ao que fora posicionado e dimensionado.

»» A qualidade dos materiais a serem utilizados.

»» A qualidade das ferragens.

»» Demais testes que atestem a qualidade dos materiais da esquadria.

»» Demais testes de vazão.

»» Demais testes de aplicação de tinta.

»» Demais testes com relação às fechaduras e o que compõe.

74
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

Cobertura
Figura 14. Cobertura.

Fonte: Leonardi.

Com relação à cobertura da obra, listam-se os tópicos pertinentes para que a equipe de
fiscalização proceda com as respectivas vistorias:

»» Não é permitido colocar materiais de qualidade duvidosa, por isto faz se


necessário a análise do mesmo.

»» Conduzir a colocação conforme instrução do fabricante.

»» Obedecer ao descrito no projeto quanto a posicionar a cobertura de forma


correta.

»» Ainda conforme as especificações técnicas confrontar a autenticidade e


viabilidade do tipo de telhado a ser usado.

»» Colocar de forma correta obedecendo ao projeto o posicionamento das


calhas e a orientação dos tubos.

»» Condicionar para que fique bem protegida toda a estrutura.

»» Em caso de telhado de barro, analisar o posicionamento e encaixe correto.

»» Verificar se há furos ou demais infiltrações após realizar o teste com


aplicação de água sobre o telhado.

Revestimentos
Com relação a revestimentos, listam-se os tópicos pertinentes para que a equipe de
fiscalização proceda com as respectivas vistorias:

»» O uso correto da argamassa.

»» O uso de material de boa qualidade junto com a argamassa.

»» O uso correto do chapisco sobre a parede.

75
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

»» A aplicação correta do impermeabilizante.

»» O uso do prumo correto.

»» O uso do esquadro correto.

»» Utilizar a análise dos laboratórios para avaliar os elementos quando


necessário.

»» A limpeza do espaço antes de iniciar aplicações.

»» Checagem das demais instalações que fora embutida.

»» Demais produtos e materiais usados de forma geral precisarão ser de boa


qualidade com intenção de evitar danos futuros.

Pintura
Com relação à pintura da obra, listam-se os tópicos pertinentes para que a equipe de
fiscalização proceda com as respectivas vistorias:

»» Se a tinta é original e o local onde armazenado está limpo e arejado.

»» A tinta entregue foi realizada de forma convencional, ou seja, o produto


fora adquirido e entregue sem ter sido aberto anteriormente.

»» Avaliar se antes de pintar o espaço encontra-se preparado para tal, isto é,


limpo e seco.

»» Seguir as instruções do fabricante da tinta quanto a sua aplicação.


Quantidade e meio de aplicar.

»» Se o espaço ao redor da aplicação da tinta encontra-se protegido de


possíveis respingos.

Impermeabilização
Com relação à impermeabilização, listam-se os tópicos pertinentes para que a equipe
de fiscalização proceda com as respectivas vistorias:

»» Houve a entrega da ART.

»» Se o material está com as devidas recomendações de seus respectivos


fabricantes.

76
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

»» Se o espaço encontra se limpo e seco, pronto para a aplicação do


impermeabilizante.

»» Se houve testes com relação à aplicação do produto.

»» Se houve o isolamento das demais partes que estão ao redor do local a


receber a impermeabilização.

»» Prosseguir com as aplicações em suas quantidades listadas pelo fabricante.

»» Se vedou todas as tubulações e as respectivas juntas.

»» Isolamento da área mesmo após a aplicação do produto.

Pavimentação
Com relação à pavimentação, listam-se os tópicos pertinentes para que a equipe de
fiscalização proceda com as respectivas vistorias:

»» Realização de todos os testes para que seja analisada a necessidade de


recálculo ou mudança do projeto antes do início da concretagem.

»» Baseando nas normas técnicas, será necessário analisar a qualidade de


todos os elementos a serem utilizados na aplicação da pavimentação.

»» Observar as instruções do fabricante para a aplicação correta dos materiais.

»» Observar o nivelamento do piso quanto à queda da água, visando com


que esta conduza de forma fluída quaisquer líquidos no sentido de ralos
instalados.

»» O contrapiso deverá obedecer ao que fora proposto no projeto.

É importante ressaltar que todas as indicações para a aplicação do pavimento bem


como outros aparatos, deverá ser seguido conforme orientações do projeto. Contudo, é
necessário que antes de começar com a etapa do pavimento, que seja concluído a questão
que envolve a etapa de revestimento. Tanto das paredes quanto dos tetos. Ressalta-se
que após isso é necessário que haja a limpeza devida do ambiente e que este esteja seco
para a correta aplicação.

Limpeza da obra
Com relação à limpeza da obra, listam-se os tópicos pertinentes para que a equipe de
fiscalização proceda com as respectivas vistorias. Logo eles avaliarão se:
77
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

»» Houve a completa remoção de eventuais manchas dos pisos.

»» Houve a limpeza correta sobre os vidros quando for o caso.

»» Há manchas de tintas nas madeiras ou metais das respectivas esquadrias.

»» Houve remoção completa de tinta sobre os vasos e pias quando for o caso.

»» Houve remoção completa de fitas adesivas sobre os vasos e pias quando


for o caso.

»» Houve a limpeza completa sobre as calhas.

»» Houve a limpeza completa sobre as caixas de inspeção.

»» A utilização dos produtos para a limpeza da obra não causará problemas


sobre o espaço onde houver a aplicação destes produtos.

»» Quanto à parte externa da obra, foram removidos eventuais entulhos que


foram colocados originados pela a obra em questão, bem como possíveis
caçambas para a acomodação dos entulhos foram removidas pela a
empresa que os alocou quando for o caso.

78
CapÍtulo 3
Principais normas aplicáveis

Principais normas aplicáveis


A seguir, questões que estão relacionadas a normas que são de interesse e atribuições
das especialidades da engenharia. Todas estas instruções permitem que o gestor
conduza o trâmite dos materiais.

Quadro 12. Principais leis aplicáveis.

LEI O QUE DIZ?


Aplicação de normas para que estados e municípios incluindo o DF para realizarem o controle de seus gastos e
No 4.320/1964
orçamentos.

No 5.194/1966 Autorização e habilitação do profissional de engenharia.

Cria meios para a responsabilização de realização dos serviços de cunho técnico no segmento de engenharia bem
No 6.496/1977
como estipula um conselho de engenharia e arquitetura.

No 6.938/1981 Aplicação de uma política voltada para serviços que são voltados ao meio ambiente.

No 8.078/1990 Protege ao consumidor

A Lei que regulamenta estipula, instrui, afere e determina toda e qualquer atividade referente a licitações e contratos
No 8.666/1993
na esfera administrativa pública.
Refere se à correção monetária e seus reajustes por meio de índices globais que transita conforme a flutuação dos
No 10.292/2001
custos ao longo de período superior ou igual a 1 ano.

No 10.406/2002 Criação do Código Civil Brasileiro

Autoriza a modalidade de licitação do tipo pregão. Desta forma, autoriza que se contrate ou a realize compras,
No 10.520/2002
produtos e demais serviços do tipo comum.

No 101/2000
Meios voltados a finanças do poder público que visa responsabilizar a gestão fiscal competente.
(complementar)
No 92.100/1985 Estipula principais requisitos necessários a ser aplicado em construções ou conservadoria. No uso da necessidade a
(DECRETO) demolir prédios ou autarquias públicos.

No 3.048/1999
Aprovação e regulamentação da Previdência Social e demais questões relacionadas ao órgão.
(DECRETO)
No 2.296/1997 Cria padrões e demais requisitos básicos para os projetos, construções e respectivas manutenções dos prédios
(PORTARIA) públicos.

No 321/2009 Estabelece padrões básicos ou necessários para que possam realizar a construção ou instalação de creches bem
(PORTARIA) como sua inauguração e funcionamento.

No 1.884/2012
Estabelece padrões para as criações e instalações de serviços na área de saúde.
(PORTARIA)
No 203003 (Instrução Instrui e padroniza os procedimentos referentes à execução de obras e demais serviços que são provenientes da
Normativa) engenharia no Ministério da Fazenda.

No 34/1990 (Decisão
Estipula padrões para as ARTs, que alinha ao serviço de competência do CREA.
Normativa)

79
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

LEI O QUE DIZ?


No 63/1999 (Decisão
Cria parâmetros que visa a responsabilidade para o profissional que atuará em meios de mecânica rochosa.
Normativa)
No 64/1999 (Decisão Registra questões relacionadas ao CREA com relação às ARTs, com o objetivo de atribuir a cada departamento
Normativa) envolvido ao trabalho deste órgão.

No 69/2001 (Decisão
Estipula penalizações/faltas/advertências aos envolvidos por questões imprudência, negligência ou imperícia.
Normativa)
No 361/1991
Estabelece conceitos para a criação dos projetos de caráter básico em engenharia.
(Resolução)
No 425/2012
Refere-se sobre as anotações de responsabilidade técnica e demais questões correlacionadas.
(Resolução)
Com relação aos impactos ambientais, é por meio dessa resolução e que previamente definiu-se que diante de
todas as possibilidades, um conjunto de regras, medidas e eventuais análises de caráter natural, necessita ser
N 1/1986
o
aplicado. Desta forma, previne qualquer incidente ou havendo de forma fortuita, saberá a maneira correta de como
(Resolução) se deve conduzir. Além dos impactos ambientais, carece o apoio de estudos quanto à comunidade ao redor da
aplicação da obra.

No 237/1997 Revisões concernentes ao Licenciamento Ambiental. As questões e meios utilizados foram revistos em 19 de
(Resolução) dezembro de 1987.

Fonte: Pereira, 2016 com base em pesquisa realizada no portal <www.planalto.gov.br>.

Súmulas do Tribunal de Contas da União


O TCU criou e definiu uma quantidade de documentos a serem utilizados quando
necessário. Estes são chamados de súmulas e contêm questões pertinentes à execução,
condução, averiguação, auditoria de questões que são ligadas a obras públicas.
É importante que o gestor entenda que nada no que diz respeito à contração, fiscalização
execução e entrega de obras, participações de licitações, ou demais assuntos pertinentes
tem total respaldo por meio de leis, normativos, portarias, resoluções e também súmulas.

Quadro 13. As súmulas do TCU.

SÚMULA O QUE DIZ


Permite que uma licitação seja dispensada com base nas alíneas específicas somente quando incorrer de realização de
No 039
inéditas prestações de serviços.

No 157 Todo e qualquer projeto de engenharia necessita que seja aplicada uma licitação.

Visando o princípio de isonomia e transparência na condução de uma licitação, é necessário que todos os requisitos
No 177
estejam claramente evidenciados, isto é, que todos saibam exatamente o que necessita licitar (quantidade, preço)
Em linhas gerais, esta súmula faz referência ao que fora exposto por meio da lei. Tem como o objetivo informar sobre a
No 185 atuação como fiscal no objeto licitado pelo o autor do projeto. Isto é, não lhe confere atribuições para que o mesmo atue
como fiscalizador.
Orienta com relação ao período ou duração dos contratos. Isto precisa ser publicado de forma que todos saibam e não
No 191
impeça de que o contrato seja entregue em conformidade com a proposta a ser vigorada.
Todas as esferas de poder precisam obedecer toda e qualquer decisão com relação à aplicação de normas que fora
No 222
aplicada pelo TCU.

No 247 Informa sobre a utilização das modalidades de preço em licitações específicas.

80
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

SÚMULA O QUE DIZ


Com base na lei, quando a modalidade de licitação for convite, poderá haver nova convocação quando a primeira
No 248
chamada não conter no mínimo 3 participantes.
Exige a compatibilidade de preços para contratações especificas quando houver a dispensa de licitação e por sua vez a
No 250
contratação de uma instituição que não objetiva lucro.

No 253/2010 Se houver inviabilidade técnica e demais observações, necessita que se apresente a taxa de despesas indiretas.

No 254/2010 Orienta quanto à inclusão do IRPJ e o CSLL na taxa de despesa indireta e orienta quanto às demais normas e condições.

N 257/2010
o
Orienta em quais condições permite a utilização do pregão eletrônico para que se contrate serviços de engenharia.

No 258/2010 Informa sobre as composições básicas do BDI com base no projeto básico.

No 259/2010 Obrigatória a indicação e determinação dos preços a serem praticados na licitação.

No 260/2010 Orienta quanto às exigências da ART.

No 261/2010 Orienta quando a elaboração dos projetos básicos e de forma coerente.

Orienta que os participantes de uma determinada licitação necessitem apresentar experiência em obras ou serviços de
No 263/2011
igual porte ao qual deseja concorrer.

No 263/2011 Orienta quanto às inscrições ao SICAF.

Orienta que caso seja necessário poderá ser solicitado certas garantias e demais informações a fim de comprovar que o
No 275/2012
vencedor conseguirá cumprir com todas as exigências quando o contrato for celebrado.

Fonte: Pereira, 2016 com base em pesquisa realizada no portal <www.tcu.gov.br>.

Portais a ser utilizado como base


para consultas
No âmbito da Gestão e Fiscalização é necessário aos responsáveis e profissionais que
atuarão em obras e contratos públicos a constante atualização sobre assuntos que
norteia obras públicas. (revisões, normativos, legislação, normas técnicas, a própria
jurisprudência, as questões que envolvem os custos, as fiscalizações na esfera de
grandezas financeiras) com menções à licitação, outrora aos que envolvem as questões
de contratação, bem como na condução, inclusão para a devida execução permitindo
um amplo respaldo para que haja a devida manutenção das obras a ser licitadas.

Desse modo, a seguir está disposto endereços de sites que diariamente são utilizados
como referência e divulgação principalmente de contratos e licitações. Utilizem sempre
que for possível como instrumento de estudo e como guia de busca para sanarem dúvidas.

A começar pelo TCU, o seu portal na web que é atualizado com frequência e
está acessível em qualquer dispositivo com acesso à Internet, disponibiliza
as jurisprudências e questões/informações relativas às obras públicas.
O endereço do portal do TCU é <www.tcu.gov.br> e está adaptado aos padrões
de acessibilidade, disponível para todos os públicos com ou sem limitação
motora/ auditiva ou visual para realizarem suas consultas.

81
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

Outro portal de grande utilidade e finalidade para os envolvidos com licitações


e obras públicas e mantido por organização federal é o COMPRASNET. Por meio
dele é possível realizar consultas do que é publicado no âmbito federal, municipal,
estadual e DF. Todas essas questões e também, legislação e informações acerca
de licitações federais e cotações de preços relativas a obras públicas. Para acessar
o portal o gestor precisa da seguinte URL: <www.comprasnet.gov.br>.

O portal do Planalto Central, página da Presidência da República, também é um


grande instrumento aliado aos gestores e fiscais de obras públicas. Consultas
pertinentes à legislação que fazem referência à licitação e contratação de obras
públicas são disponibilizadas de fácil acesso e a quem possa interessar. Por meio
da URL <www.planalto.gov.br> o gestor não terá dificuldades em buscar pelo
assunto específico de sua procura.

O Senado Federal por meio de sua página também poderá auxiliar o gestor a
localizar sem grandes dificuldades todos os assuntos que podem ser discutidos
em obras públicas. Os temas sobre a legislação que concerne a licitação e
contratação de obras públicas estão dispostos na URL <www.senado.gov.br>.

Outro órgão que disponibiliza assuntos ao gestor, fiscal de obras, auditores,


fornecedores, estudantes ou demais pessoas que se interessam por contratos e
licitações é a Página da Câmara dos Deputados, no portal podem ser encontradas
informações a respeito da elaboração do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes
Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual, assim como sobre a execução das
dotações orçamentárias aprovadas. A URL disposta para esses assuntos é <www.
camara.gov.br>. Acessível em quaisquer dispositivos com acesso à Internet. Este
importante veículo de informação é constantemente atualizado e dispõe além
das informações pertinentes à licitação, mas bem como outras com o interesse
geral da população. Uma excelente fonte de dados para pesquisas e obtenção
de dados. Geralmente as decisões de cada estado estão noticiadas nele.

Para enfatizar quanto aos deveres da administração, vejamos o seguinte exposto:

O regime de Direito Administrativo atribui à Administração o


poder-dever de fiscalizar a execução do contrato. Compete
à Administração designar um agente seu para acompanhar
diretamente a atividade do outro contratante. O dispositivo
deve ser interpretado no sentido de que a fiscalização pela
Administração não é mera faculdade segurada a ela. Trata-se
de um dever, a ser exercitado para melhor realizar os interesses
fundamentais. Parte-se do pressuposto, inclusive, de que a
fiscalização induz o contratado a executar de modo mais perfeito

82
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

os deveres a ele impostos. A regra deve ser aplicada estritamente


nos casos em que a sequência da execução provoca o efeito de
ocultar eventuais defeitos da autuação do particular. Esses defeitos
não são irrelevantes e provocarão efeitos em momento posterior.
No entanto, o simples exame visual ou a mera experimentação são
insuficientes para detectá-los. Em tais hipóteses a Administração
deverá designar um representante para verificar o desenvolvimento
da atividade do contratado. Isso se passa especialmente em obras
de engenharia. Haverá casos nos quais será dispensável a aplicação
tão estrita do texto legal. A regra será atendida quando a atividade
de fiscalização puder realizar-se satisfatoriamente no momento
da entrega da prestação. Em muitos casos, basta o controle de
qualidade desenvolvido na ocasião da prestação do serviço [...].
A fiscalização poderia desenvolver-se sob outras modalidades,
tais como exigência de relatórios mensais etc. Enfim, o dispositivo
apresenta relevância e aplicabilidade especialmente às hipóteses
de obras e serviços de engenharias (JUSTEN FILHO, 2012, p. 934).

Quando Justen (2012) escreveu sobre o regime de direito administrativos, quis


evidenciar conforme escrito acima que quando a administração aponta alguém para
fiscalizar uma obra ou serviço, este está totalmente ciente de suas atribuições. Quando
alguém é nomeado para realizar a fiscalização de um determinado setor ao qual foi
escolhido, o envolvido passa a ter total responsabilidade sobre o que será entregue.
É dever deste envolvido apontar todas as questões que estão divergentes do que fora
acordado. Portanto é aconselhável que o fiscalizador disponha de instrumentos que o
permita fazer a conferência necessária, o acompanhamento ideal e o levantamento por
meio de dashboards ou relatórios com a evolução da obra. Este processo poderá ser
chamado também de checklist na qual as etapas entregues são “ticadas” como conferidas
aprovadas ou conferidas refazer. Isso permite uma melhor assertividade no ato da
conclusão da obra e por sua vez evita transtornos e penalidades com a administração
responsável por tal entrega.

Em uma obra em que se dispõe de materiais, ferramentas, insumos diversos, pessoas,


terreno e tempo. Sim, o tempo, pois no primeiro momento quando fora discutido
por meio de uma aquisição de prestação de serviços, fora definido a questão da data
de entrega mais o tempo limite para uma eventual ocorrência que poderá atrasar a
conclusão da obra. Nesse cenário ainda é necessário dispor de um segundo elemento
com relação à fiscalização. Esse papel que é instituído pela a administração, permite
fazer avaliações externas que visa identificar se o profissional está apto para esta tarefa.

Exemplo: Uma observação sobre fiscalização com relação à entrega de obras que se fosse
executada de forma correta com todos os padrões a serem seguidos poderia ter evitado

83
UNIDADE II │ FISCALIZAÇÃO

um desastre conforme ocorreu no Rio de Janeiro. Na ocasião, uma ciclovia desabou após
uma onda bater contra a estrutura após forte ressaca do mar. Nesse caso, a fiscalização
correta conforme a entrega por cronogramas poderia evitar o que ocorreu. Mesmo o
relatório apontando que houve falha de todos os envolvidos, houve falha do projeto que
não previu estudos com relação aos efeitos das ondas com obras em encostas e o estudo
oceanógrafo com relação ao comportamento das ondas. Houve a falha na licitação por
não exigir uma experiência e conhecimentos técnicos específicos para a entrega desse
tipo de obra e com esse tipo de risco. Não houve o cumprimento das ARTs não houve
o cumprimento da ABNT com relação à lei para esse tipo de projeto. Os autores não
foram identificados via registro de anotações de registros técnicos.

Figura 15. Ciclovia Tim Maia em duas cenas, antes e depois do desabamento.

Fonte: Globo, 2016.

Enfim, todos falharam no exemplo citado. Quando no primeiro momento houve a licitação,
faltou rigor, faltou critério, faltou relevância para a escolha dos envolvidos. Em toda
etapa os engenheiros envolvidos também não foram experientes o suficiente para
levantar os estudos necessários para o começo das obras. Contudo, a escolha do órgão
fiscalizador ou gestor fiscalizador fez uma enorme falta. Se a sua avaliação não fosse
superficial ou se fosse mais técnica e que levasse em consideração todos os cenários,
este poderia notificar a empresa responsável e questionar sobre estudos específicos
ou até mesmo pedir a interdição da obra para que o projeto pudesse ser revisto. Por
isso, é importante o papel da administração na escolha de alguém que irá participar da
fiscalização de uma determinada obra.

84
FISCALIZAÇÃO │ UNIDADE II

Apontar alguém com competência e condições técnicas para a fiscalização de obras


garante não só uma entrega com uso correto dos recursos, ou a alocação de insumos
e pessoal necessário em setores específicos, mas garante também a segurança do bem
entregue. Garante que após a obra ter sido finalizada, não haverá retrabalho, não haverá
desgastes desnecessários para a população que está em torno do empreendimento.
Demonstra que ao determinar pessoas com cunho técnico, o sucesso do empreendimento
será quase certo, ou dirá que a obra não deverá seguir porque o fiscalizador identificou
falhas e por isso milhões de reais poderão ser gastos futuramente com intuito de reparo.
Demonstra transparência com os órgãos e comprometimento. São todas estas as tarefas
da administração e competências que o gestor precisa levar em consideração ao indicar
o seu pessoal a fazer parte de uma fiscalização de obras e condução de obras.

Por fim, é interessante ressaltar que não são atribuições novas, estipuladas por agora
as condições que deverão ser seguidas em licitações e prestações de serviços. Isso não
se deve ao fato de o governo A ou B. Isso está pautado por lei e não há nada que possa
aumentar ou diminuir, não há outra forma de condução ou prestação de responsabilidades
ou recursos que não esteja respaldado pelas leis brasileiras e o TCU fiscaliza todas
estas questões. Qualquer material que visa ensinar/compartilhar/orientar alguém nas
questões de gestão e fiscalização não são palavras apenas produzidas pelo que o escreveu,
mas foram resultados de pesquisas nos órgãos que regulamenta e por esse motivo foi
disponibilizado anteriormente um capítulo somente para divulgar essas informações.
Leve sempre em consideração o que está descrito nos portais recomendados neste
material, ele é sem dúvida o maior guia de referência, pois está constantemente sendo
atualizado com notícias que visa dar suporte ao gestor ou o fiscal de obras públicas.
Não pare apenas neste material, não fique apenas nestas instruções, a constante do
aprendizado consiste em nunca parar de estudar e conhecer mais sobre o seu caminho
trilhado, seja gestor, seja fiscal, seja estudante de obras públicas, aqui não é o final e sim
um instrumento para continuar na condução do aprendizado.

85
Referências
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Obras públicas: recomendações básicas para
a contratação e fiscalização de obras públicas /Tribunal de Contas da União. 2. ed.
Brasília: TCU, SECOB, 2009.

CAETANO, José Ferreira. A relevância em gerenciar e fiscalizar a execução contratual


de obras públicas. ISSN 2179-5568. Revista Especialize On-line IPOG. Goiânia, 8.
ed. no 9 Vol.1/2014, dezembro/2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei das licitações e contratos


administrativos. 15. ed. São Paulo, 2012.

PÉRCIO, Gabriela Verona. Contratos administrativos sob a ótica da gestão e da


fiscalização. Curitiba, 2010.

RIBEIRO. R. A lenta evolução da gestão de obras públicas no Brasil. E-Legis | Revista


Eletrônica do Programa de Pós-Graduação, 2012.

Sites
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conteudo/165232> Acesso em: 15/10/2016.

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em: 15/10/2016

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PORTARIA INTERMINISTERIAL MP/MF/CGU No 507, DE 24 DE NOVEMBRO


DE 2011 <http://www.conveniosfederais.com.br/Portarias/InterMin507_11_busca.
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ARTIGO 9o DA LEI No 8.666/1993 <http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11316656/


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MANUAL DE LICITAÇÕES E CONTRATOS DE OBRAS PÚBLICAS – <http://www.


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Referências

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www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Ministerio/licitacoes_contratos/ADM_
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Acesso em: 15/10/2016.

LEI COMPLEMENTAR No 101, DE 4 DE MAIO DE 2000. <http://www.planalto.gov.


br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>acesso em 15/10/2016>

PORTAL DE LICITAÇÕES <http://www.portaldelicitacao.com.br/site/artigos/afinal-


de-contas-como-lidar-com-a-inexequibilidade-de-proposta/>

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BLOG DO TARSO <https://blogdotarso.com/2013/04/26/depois-do-churrasco-de-


gente-diferenciada-agora-e-a-farofada-no-granito> Acesso: 17/7/2016.

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LEONARDI <http://leonardi.com.br> Acesso em: 18/10/2016.

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