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Planejamento e Orçamentação de

Obras Públicas

Brasília-DF.
Elaboração

Paulo Renato Lima

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE ÚNICA
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS...................................................................... 9

CAPÍTULO 1
PROCESSOS ORÇAMENTÁRIOS E SUAS ETAPAS........................................................................... 9

CAPÍTULO 2
LEVANTAMENTO DAS QUANTIDADES......................................................................................... 25

CAPÍTULO 3
CUSTOS UNITÁRIOS.................................................................................................................. 38

CAPÍTULO 4
CUSTO UNITÁRIO PINI DE EDIFICAÇÕES................................................................................... 49

CAPÍTULO 5
CUSTOS UNITÁRIOS AUXILIAR.................................................................................................... 61

CAPÍTULO 6
BENEFÍCIOS E DESPESAS INDIRETAS (BDI).................................................................................. 70

CAPÍTULO 7
DEMAIS CONCEPÇÕES........................................................................................................... 77

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 94

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 99
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

5
Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
De maneira um tanto quanto prática evidenciamos: a orçamentação e planejamento
de obra, quando obedecidos os criteriosos processos teóricos e práticos de sua total
execução dentro de todos os trâmites legais, bem como em comum acordo entre as
partes e suas respectivas diretorias, não é uma tarefa, de modo algum, simplória ou
tranquila.

O trâmite do levantamento de todos os custos-limites no caso do estudo preliminar;


estimativas desses custos (no anteprojeto); custo calculado (no projeto executivo) e
custo unitário no caso das especificações deixa qualquer novo profissional apreensivo.
O levantamento de dados e estimativos, por vezes, corre em paralelo à própria obra, no
entanto, quando feito de maneira sequencial, com leveza e tranquilidade, podem trazer
uma série de benefícios econômicos e estratégicos.

As questões de Levantamento e Quantificação; Definição de Custos e Formação de Preço


também estão voltadas para uma orçamentação correta e bem planejada. Em nosso
material, basear-nos-emos, principalmente, no documento do Tribunal de Contas da
União, bem como no arcabouço legal aplicável, uma vez que trazem o mais fiel contexto
de como deve-se proceder em termos relativos à orçamentação e planejamento.

Tal intuito é buscar diretamente na fonte como desenvolver um levantamento de custos


adequados e o que considerar nestes mesmos, a fim de que seja apresentado (todos os
resultados) de modo o mais direto possível ao nível público, uma vez que este é nosso
contexto e foco aqui.

Diferenciar os diferentes tipos de custos, taxas e índices do mercado e aplicação do


estudo e análise num processo orçamentário, traz um cenário positivo ou negativo
em função da importância que é dada a estes. Acaso o entendimento da formação
de preço bem como os custos unitários dos insumos utilizados na obra não receba a
devida importância, o insucesso por ser latente, tornando a obra inexequível (receio de
qualquer pregoeiro).

Insofismavelmente não conseguiremos abordar em níveis profundos nenhum dos temas


supracitados, tampouco o que falaremos, no entanto é certo que, este Material de Apoio
foi pensado como um guia inicial para as temáticas contemporâneas que envolvem as
obras públicas.

7
Deste modo, sugerimos que não negligencie as atividades complementares e o bom
senso da busca, em caráter proativo, de leituras de modo independente, porém baseadas
nos conteúdos aqui relacionados.

Objetivos
»» Conhecer os principais custos que envolvem a orçamentação.

»» Estudar os diferentes tipos de orçamento.

»» Compreender alguns métodos de levantamento de custos.

»» Verificar a importância e instruções do SINAPI.

»» Diferenciar alguns índices, fórmulas de aplicação e etapas de planejamento


de obras.

»» Elucidar os principais atributos dos Benefícios e Despesas Indiretas


(BDI).

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PLANEJAMENTO E
ORÇAMENTAÇÃO DE UNIDADE ÚNICA
OBRAS PÚBLICAS

CAPÍTULO 1
Processos orçamentários e suas etapas

Primeiramente é preciso se pensar em uma análise criteriosa dos projetos (básico,


executivo etc.) objetivando a quantificação dos serviços que serão executados.

Ao longo da sequência da obra, tais serviços devem ser alocados em grupos específicos,
e, em caso sequencialmente da obra se dar por diversas etapas, trechos ou edificações,
as “Orientações para Elaboração de Planilhas Orçamentárias de Obras Públicas” do
Tribunal de Contas da União recomendam que se faça um orçamento sintético em cada
subdivisão.

Nos alerta também que deve ser observado:

O orçamento é influenciado pelas disposições editalícias e contratuais


(propriedade de vinculação ao contrato), a análise não deve se
restringir às peças técnicas do projeto, sendo necessária a leitura atenta
das disposições do contrato (ou de sua minuta), do edital de licitação
e dos respectivos anexos para que os encargos do contratado sejam
adequadamente apropriados no orçamento (BRASIL, 2014, p.37).

Ainda com base neste documento, no que tange ao levantamento da relação de


serviços, é preciso especificar as unidades de medição respectivas, bem como o cálculo
quantitativo, considerando também o critério de medição e pagamento tratados no
caderno de encargos.

Em um segundo momento, calculam-se os custos unitários de cada serviço.


Nas orientações do TCU é sugerido que primeiramente deve certificar-se da
apropriação dos:

9
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

»» Coeficientes de consumo dos materiais.

»» Equipamentos.

»» Mão de obra necessária para execução de cada serviço, considerando a


estruturação de todas as composições de custo unitário.

Na sequência, é executado o levantamento de preços junto ao mercado dos insumos


utilizando, por exemplo, o Sicro e o Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil) a fim de referenciar-se frente aos custos, uma vez que há
padrões importantes ali contidos, bem como por força legal preconizado nas Leis de
Diretrizes Orçamentárias e no Decreto 7.983/2013:

Art. 3o O custo global de referência de obras e serviços de engenharia,


exceto os serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido
a partir das composições dos custos unitários previstas no projeto
que integra o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus
correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema Nacional
de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi, excetuados
os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam
ser considerados como de construção civil.

Parágrafo único. O Sinapi deverá ser mantido pela Caixa Econômica


Federal - CEF, segundo definições técnicas de engenharia da CEF e
de pesquisa de preço realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE.

Art. 4o O custo global de referência dos serviços e obras de infraestrutura


de transportes será obtido a partir das composições dos custos unitários
previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais
aos seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema
de Custos Referenciais de Obras - Sicro, cuja manutenção e divulgação
caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes -
DNIT, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial
ou que não possam ser considerados como de infraestrutura de
transportes.

Art. 5o O disposto nos arts. 3o e 4o não impede que os órgãos e entidades


da administração pública federal desenvolvam novos sistemas de
referência de custos, desde que demonstrem sua necessidade por meio
de justificativa técnica e os submetam à aprovação do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão.

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PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Parágrafo único. Os novos sistemas de referência de custos somente


serão aplicáveis no caso de incompatibilidade de adoção dos sistemas
referidos nos arts. 3o e 4o, incorporando-se às suas composições de custo
unitário os custos de insumos constantes do Sinapi e Sicro.

Sempre que necessário, devem ser realizados ajustes nas composições referenciais de
custos para adequá-las ao projeto e às especificações da obra a ser orçada. Ressalta-se
que o uso de sistemas referenciais de custo exige atenção do engenheiro orçamentista
para se evitar a utilização de composições referenciais que não sejam compatíveis com
as especificações técnicas ou com os critérios de medição e pagamento dos serviços a
serem orçados (CHOCIAY, 2013).

Graus de orçamento
Enquanto na elaboração de algum orçamento, ainda é preciso considerar, nos lembra
Xavier (2008), os níveis de abordagem para a realização deste: Estudo preliminar,
Anteprojeto e Projeto Executivo (tal como tratado em maiores detalhes em nosso
material de apoio, integrante desse curso, intitulado “Obras Públicas – Fundamentos,
Tipologia e Normatização”). Vejamos:

Quadro 1. Níveis de abordagem.

Níveis de abordagem dos elementos


Elementos
Estudo Preliminar Anteprojeto Projeto Executivo Especificações

Orçamento Custo limite Estimativa de Custo Custo Calculado Custo unitário

Fonte: adaptado de Xavier, 2008.

Logo, temos que o custo limite é definido na etapa do Estudo Preliminar, tornando real
o investimento ou não por parte do interessado. Enquanto que na etapa subsequente
(Anteprojeto), embora um pouco mais difícil de se obter custos, uma vez que não é o
foco principal, o custo é simplesmente estimado.

Quando chegamos ao Projeto Executivo onde “o orçamento é a previsão real do


montante a ser utilizado na construção”, ainda segundo Xavier (2008) “O orçamento
é uma peça que condiciona a realização do plano frente às condições econômicas, é o
custo calculado”.

Para efeito de reforçarmos, vejamos a definição que o Manual de Obras Públicas-Edificações,


tem de Projeto Executivo:

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UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Projeto Executivo: consiste no desenvolvimento do Projeto Básico,


apresentando o detalhamento das soluções de demolição da edificação.
Deverá conter de forma clara e precisa todos os detalhes necessários à
perfeita execução da demolição.

De acordo com as Orientações do TCU, a Lei de Licitações e Contratos tem também


como exigência elementos obrigatórios para qualquer projeto básico. Vejamos:

a. Fornecimento de uma visão ampla da obra por meio do desenvolvimento


da solução escolhida, bem como identificação de todos os respectivos
elementos indispensáveis e evidentes.

b. Soluções técnicas globais e localizadas. Devem ser impreterivelmente


detalhadas de modo suficiente, objetivando a minimização da necessidade
de reformulação ou ainda de variantes ao longo das fases de elaboração
do projeto executivo, bem como da realização das obras e, por
conseguinte, sua montagem.

c. Os tipos de serviços a serem executados; os equipamentos e


materiais que serão incorporados à obra; especificações que
garantam os bons resultados, sem olvidar a competitividade; devem ser
todos identificados.

d. Faz-se necessário fornecer informações relevantes para os estudos e


deduções de métodos construtivos a fim também que possam ser feitas
instalações que sejam provisórias e condições organizacionais para a
obra, sem deixar de lado a competitividade.

e. Fornecer os dados necessários que compreendem a programação


para toda a montagem do plano de licitação e gestão da obra, respectivos
subsídios, estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e dentre
outros dados casuisticamente.

f. Baseado em quantitativos de serviços e fornecimentos avaliados de modo


apropriado, deve ser feito o orçamento detalhado do custo global da
obra.1

Logo, as etapas constituem o desenvolvimento correto do projeto em uma obra pública,


ao qual possibilita a avaliação e análise da evolução gradual do trabalho. Dentro de uma
ordem lógica dessas etapas, o TCU nos ajuda a ilustrar:

1 Adaptado de Brasil (2014, p.9).

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PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Figura 1. Etapas do desenvolvimento de um projeto.

Levantamentos Preliminares

Programa de Necessidades

Estudo de Viabilidade

Anteprojeto

Projeto Básico

Projeto Executivo

Fonte: adaptado de Brasil (2014, p.9).

Deve ser definida, no termo de referência, a quantidade de fases quando na elaboração


dos projetos, isto feito pelo órgão contratante do projeto. Os detalhes de cada produto
precisam ser elencados a fim de serem entregues em suas respectivas etapas, sendo que
devem ser finalizados.

E, ainda de acordo com as orientações do TCU, vejamos os passos da Figura acima um


tanto quanto mais detalhados:

Levantamentos preliminares

É a primeira etapa do desenvolvimento de um projeto. Realizam-se aqui os estudos


preliminares. Estes podem abrange variadas atividades, sendo que estas dependem do
tipo e da complexidade da obra2.

Os dados devem dar fundamentos na elaboração do projeto básico (vide Acórdão TCU
no 2.438/2005 – Primeira Câmara e inciso IX do art. 6o da Lei no 8.666/1993).

2 Como exemplo, os levantamentos planialtimétricos, cadastrais, legais, geológicos, hídricos, e climáticos e meio ambiente em
geral.

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UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Programa de necessidades

Faz-se necessário ter ciência do problema que deve ser solucionado. A política pública
ou programa governamental deve estar totalmente atrelado à realização de qualquer
gasto público.

Tal programa é normalmente produzido pela própria Administração, uma vez que esta
precisa também ter ciência de suas próprias demandas e necessidades.

Ainda há as exigências que são apresentadas de modo prescritivo ou de desempenho.


Estas precisam satisfazer o projeto a ser idealizado. Definem-se também suas principais
características básicas, considera-se a área de influência, bem como a população que
será impactada (positiva ou negativamente) e ainda a região beneficiada pelo futuro
empreendimento.

Os padrões de acabamento, a área construída, a durabilidade, a


qualidade e a destinação do bem a ser construído também devem
ser estabelecidos desde logo no plano de necessidades, que será
a bússola das avaliações posteriores. Nessa etapa, é oportuno
realizar uma primeira avaliação expedita do custo da obra, em
geral valendo-se de alguma técnica de ordem de grandeza ou de
correlação. Tal exame permitirá que a Administração disponha
de uma informação preliminar sobre o montante dos recursos
envolvidos para a conclusão do empreendimento. Uma vez
estabelecido o problema a resolver, devem ser realizadas análises
comparativas entre as soluções possíveis para o atendimento da
necessidade pública. Esse é o cerne do estudo de viabilidade,
realizado para que a futura contratação atenda aos princípios da
eficiência e economicidade (BRASIL, 2014, p.10).

Existe também a preocupação por parte do Tribunal de Contas da União fazer com que
haja uma maior preocupação em torno da elaboração de estudos que viabilizem técnica
e economicamente antes que concretize-se a etapa de contração nas obras públicas.

Para dar força legal a este argumento, é apresentado pelo mesmo documento o voto
condutor do Acórdão TCU no 2.411/2010 – Plenário como exemplo:

12. Forçoso salientar, ainda, que a jurisprudência deste Tribunal é


assente quanto à necessidade de elaboração de estudos de viabilidade
técnica e econômica para obras de engenharia (v.g. Acórdãos 2.674/2009,
2.510/2009, 2.425/2009 e 1.837/2009, todos do Plenário).

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PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

13. Assim sendo, a utilização de um EVTEA deficiente não permite


realizar estimativa adequada para o orçamento do empreendimento,
tampouco concluir sobre a sua viabilidade.

Segue-se que, na etapa de estudo de viabilidade, há uma necessidade evidente da


análise e escolha da melhor maneira solucionável a qual responderá ao programa de
necessidades do ponto de vista dos aspectos:

»» Legal.

»» Técnico.

»» Econômico.

»» Social.

»» Ambiental.

A fim de prosseguirmos, vejamos antes a definição de estudo de viabilidade:

Estudo de viabilidade

Consiste em análises e avaliações de alternativas para a concepção da obra e de seus


componentes e instalações3.

“As estimativas de custos das alternativas estudadas” devem ser produzidas, pois são
fundamentais em caráter informativo a fim de que a avaliação seja assertiva. Estes
estudos precisarão necessariamente ser desenvolvidos baseados nos seguintes quesitos:

»» Custos históricos.

»» Índices.

»» Gráficos.

»» Estudos de ordens de grandeza.

»» Avaliações paramétricas.

»» Correlações ou comparação com projetos similares.

Destarte a preocupação em voga do estudo será voltada para garantia de que seja
atendido o enquadramento da viabilidade técnica, bem como do impacto ambiental

3 BRASIL, 2014, p.10.

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UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

negativo que poderá ser gerado, tudo isto por meio de estudos e desenhos. Não somente
isto, mas os seguintes quesitos também deverão ser considerados:

»» Relatório contendo a descrição e avaliação da alternativa selecionada.

»» Características principais.

»» Critérios.

»» Índices.

»» Parâmetros empregados.

»» Demandas a serem atendidas.

»» Pré-dimensionamento dos elementos da obra.

Ainda segundo as Orientações do TCU, na etapa subsequente, isto é: no anteprojeto,


desenvolve-se uma “solução técnica da alternativa selecionada no estudo de viabilidade,
sendo definidos os principais componentes arquitetônicos e estruturais da obra” 4.

Define-se na Lei no 12.462/2011, a qual instituiu o RDC, o conceito de anteprojeto de


engenharia como:

Anteprojeto: o conjunto de “documentos técnicos destinados a


possibilitar a caracterização da obra ou serviço”.

E este deve ser composto pelos seguintes elementos:

a. a demonstração e a justificativa do programa de necessidades, a visão


global dos investimentos e as definições quanto ao nível de serviço
desejado;

b. as condições de solidez, segurança, durabilidade e prazo de entrega;

c. a estética do projeto arquitetônico; e

d. os parâmetros de adequação ao interesse público, à economia na utilização,


à facilidade na execução, aos impactos ambientais e à acessibilidade.

4 Idem.

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PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

De acordo com o TCU, quando couber, ainda deverão estar presentes no anteprojeto
os seguintes documentos técnicos (Decreto no 7.581/2011, que regulamentou o
RDC):

I. concepção da obra ou serviço de engenharia;

II. projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a concepção


adotada;

III. levantamento topográfico e cadastral;

IV. pareceres de sondagem; e

V. memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes


construtivos e dos materiais de construção, de forma a estabelecer
padrões mínimos para a contratação.

Ao ser usada a contratação integrada, pelo novo regime de execução contratual


preconizado pela Lei no 12.462/2011, há a indicação de que o anteprojeto já se faz um
documento hábil para que a licitação da obra seja executada. A empresa contratada fica
aqui encarregada de desenvolver na sequência:

»» Projeto Básico.

»» Projeto Executivo.

»» A execução da obra propriamente dita.

Ainda é válido ressaltar o que o documento nos informa sobre o que aduz a Lei do RDC,
no que se refere à licitação da obra mediante o anteprojeto. Neste caso, poder-se-á
calcular o valor estimado da contratação baseando-se nos valores que o mercado
pratica, bem como nos valores que a administração pública em serviços paga; ou ainda
basear-se em obras similares. Por fim ainda sim, pode se basear na “avaliação do custo
global da obra, aferida mediante orçamento sintético ou metodologia expedita ou
paramétrica”.

Vejamos a seguir um modelo de estrutura de um orçamento sintético trazido


pelo TCU:

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UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Figura 2. Modelo de estrutura de um orçamento sintético.

Fonte: Brasil, 2014.

A interpretação do projeto básico se dá pela jurisprudência do TCU, visto como


um “projeto completo de engenharia” cuja composição se dá em torno de “todas as
disciplinas necessárias para a elaboração de um orçamento detalhado da obra”.

O documento traz uma tabela bastante completa, no entanto, cabe-nos por ora
apenas ter em mente os tipos de projetos, uma vez que esse detalhamento pode tanto

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PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

ser encontrado no documento ao qual estamos nos utilizando, quanto em demais


informativos deste contexto.

Vejamos apenas os elementos (não detalhados) do projeto básico de uma edificação –


o documento do TCU adaptou essas informações baseando-se no Guia de Projetos e
Obras da Justiça Federal e da Orientação Técnica 01/2006 do Instituto Brasileiro de
Auditoria de Obras Públicas:

»» Levantamento topográfico.

»» Sondagens.

»» Projeto do canteiro de obras.

»» Projeto de instalações hidrossanitárias.

»» Projeto de instalações elétricas e sistema de proteção contra descargas


atmosféricas.

»» Projeto de instalação de transporte vertical (elevadores e escadas


rolantes).

»» Projeto de paisagismo.

»» Orçamento.

»» Cronograma físico-financeiro.

Orçamento Sumário X Orçamento Detalhado


De acordo com Xavier (2008) converte-se na prática e em uma obra realizada, o
orçamento e a elaboração das especificações, isto é, “as especificações tornam-se itens
de custo unitário, apresentando uma unidade usual. O orçamento estabelece o custo
provável de uma obra”. Podendo estes serem divididos em dois tipos basicamente:

1. Orçamento Sumário.

2. Orçamento Detalhado.

Contudo, para o autor o:

»» Orçamento Sumário: “é um método precário de avaliação de custo”,


uma vez que neste é considerado o valor total da construção. Neste caso,
é tomando o produto da área construída do edifício pelo custo da unidade

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UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

em metros quadrados. Pode-se, ainda, baseado em índices diversos da


construção civil, tal como o PINI, fazer o detalhamento em cada etapa da
construção o custo / m2 provável.

Quadro 1. Índices do custo de construção (%).

Serviços preliminares 2% a 4%
Fundações 3% a 7%
Estrutura 14% a 22%
Alvenaria 2% a 5%
Cobertura 4% a 8%
Instalações hidráulicas 7% a 11%
Instalações elétricas 5% a 7%
Impermeabilização / isolamento térmico 2% a 4%
Esquadrias 4% a 10%
Revestimentos / acabamentos 15% a 23%
Vidros 1% a 2,5%
Pintura 4% a 6%
Serviços complementares 0,5% a 1%
Fonte: Xavier (2008, p.15).

Enquanto o...

»» Orçamento Detalhado: “é o método mais preciso para avaliação dos


custos de uma determinada obra”.

Neste último caso (do orçamento detalhado), este se vale para quaisquer
etapas da obra, que seja quando os materiais são adquiridos, seja quando a
mão de obra foi contratada, pagamento de taxas e impostos, administração
geral, bem como leis diversas; definição do BDI (Bonificação das Despesas
Indiretas) e a formação do Preço Final de Venda. É imprescindível que a
elaboração do Orçamento Detalhado seja feita por um colaborador que
possua profundos conhecimentos no processo de execução da obra, bem
como dos métodos construtivos que serão insofismavelmente utilizados.

Quadro 2. Exemplo de etapas do orçamento – definição BDI.

A Total do custo direto 29.462,90


B Custo indireto local
Mão de obra indireta (MO IND + MO IND 2) 125,58% 2.560,00
Leis sociais (125,58%) 3.214,85
Equipamentos e instalações 1.300,00
Despesas operacionais 3.000,00
Total 10.074,85

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PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

C Incidentes sobre o custo direto


Administração central 3% 883,89
CF = despesas financeiras - taxa de juros do mercado 7% 2.749,87
Período - para receber em dias 45
Custro direto da obra/contrato 29.462,90
Despesas eventuais -
Total 3.633,76
Sub-Total (A + B + C) 43.171,51
Fonte: Xavier, 2008.

Trataremos sobre BDI mais a frente, por ora ainda resta-nos ver em Xavier (2008) o
procedimento correto por meio do atendimento aos seguintes itens:

»» Interpretar e entender o projeto, bem como utilizar qualquer informação


que esteja disponível5.

»» Quantificar quaisquer serviços. Através da extração das plantas de todas


as informações disponíveis6.

»» Cálculo dos preços unitários (preço de mercado).

»» Elaborar da composição de preços (materiais e mão de obra).

»» Definir o BDI.

»» Formar da Planilha de Vendas.

Quadro 3. Composição de Preço – Aço CA-50.

Insumo Unidade Índice Custo unitário Custo total (R$)


Armador H 0,10 6,69 0,69
Ajudante H 0,10 4,20 0,42
Aço CA-50 Kg 1,10 2,90 3,19
Arame recozido n 18
o
Kg 0,03 5,00 0,15
Total 4,45
Composição de insumos Composição dos custos unitários
Fonte: Xavier (2008, p.16).

Ainda segundo Xavier (2008), são detalhadas de modo mais rigoroso as quantidades
e, com efeito, é atribuído custos de demais serviços, quando na montagem de um
orçamento preliminar, logo, é mais minucioso em nível de detalhes do que as
estimativas de custos.

5 Tal como detalhes construtivos, memorial descritivo, plantas baixas, cortes, elevações e caderno de encargos.
6 Tais como os cálculos dos volumes e áreas.

21
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Em função de alguns indicadores, é possível proceder com o levantamento quantitativo


a fim de auxiliar na produção do orçamento preliminar. Neste levantamento, pode-se
calcular, por exemplo:

»» No volume de concreto, o indicador é a espessura média do concreto caso


este fosse distribuído regularmente pela área do pavimento.7

Por exemplo:

Estrutura abaixo de 10 pavimentos: entre 12 a 16 cm;

Estrutura acima de 10 pavimentos: entre 16 a 20 cm.

Temos a fórmula:

Volume de concreto = área construída x espessura média

(refere-se à superestrutura)

Enquanto que, no peso da armação, segundo Xavier (2008) verifica-se que em


construções prediais a taxa de aço média fica numa faixa.

Estrutura abaixo de 10 pavimentos:

entre 83 a 88 kg por m3 de concreto;

Estrutura acima de 10 pavimentos:

entre 88 a 100 kg por m3 de concreto.

Ou seja:

Peso da armação = volume do concreto x taxa de aço.

Já no cálculo da área de forma para moldagem de um pilar, seja viga ou laje, é verificado
o uso médio de fôrma a qual recai numa determinada faixa.

Fôrma: entre 12 e 14 m2 por m3 de concreto.

Área de fôrma = volume de concreto x taxa de fôrma.

Se pensarmos em outro exemplo, baseando-se no Custo Unitário PINI do Rio de


Janeiro tomando como mês de referência: agosto/15. No uso de edificação habitacional
de Residencial fino (1), temos o Custo Total de R$ 1.932,76. Portanto, neste exemplo,
aproveitando-nos da metragem do tópico anterior:
7 XAVIER, 2008, p.31.

22
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

300 m2 x R$ 1.932,76 = R$ 579.828,00

No caso de vedação, o gasto se, considerarmos a pior condição, isto é, a de maior custo,
teremos que:

R$ 579.828,00 x 7,3% = R$ 42.327,44

O orçamento detalhado é tanto mais fiel quanto possui chances menores de erros,
destarte para a obtenção de um resultado fidedigno faz-se imprescindível integrar o
elaborador do orçamento com o executor da obra.

O orçamento analítico tem para cada serviço e especificação de projeto


uma composição de custos unitários, que leva em consideração, material,
mão de obra e equipamentos necessários à sua execução. Além dos
custos diretos são computados também os custos com a manutenção
do canteiro de obra, equipes técnicas, administrativa e suporte da obra,
taxas, impostos, emolumentos, etc., aos quais denominamos de custo
indireto, acrescidos em forma de percentual chamado de BDI (XAVIER,
2008, p.32).

Desta maneira, vejamos os conceitos tratados até aqui:

»» Estimativa de custo: baseada em custos históricos a avaliação é


expedida. Comparando-se projetos análogos, fornece-se uma aproximação
teórica ordem do custo geral da obra.

»» Orçamento preliminar: nesta sequência, este é mais minucioso do


que o anterior, porém possui baixo grau de certeza. Preza por um enfoque
maior em termos quantitativos, bem como requer uma pesquisa mais
apurada no que tange preços, insumos e serviços.

»» Orçamento analítico ou detalhado: em sua elaboração preza-se pela


composição de custos, bem como atenta e minuciosa pesquisa de preços
dos insumos. Possui margem de incerteza baixa, uma vez o objetivo aqui
é se aproximar ao máximo do custo real.8

Existe ainda a necessidade quando na elaboração de projetos bem detalhados, o


memorial descritivo, especificações técnicas, listagem dos materiais, caderno de
encargos etc.

8 CHOCIAY, 2013.

23
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Veja também: “Avaliação de desempenho do processo de orçamento: estudo


de caso em uma obra de construção civil” disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S1678-86212011000100007&script=sci_arttext>. Link curto:
<http://goo.gl/Ki8jfI>.

Por fim, define-se o BDI ao qual será usado, como também é obtido o preço final do
orçamento. O TCU nos ajuda a nos localizarmos:

Figura 3.

1) Levantamento e 2) Definição de 3) Formação de


quantificação Custos Unitários Preço de Venda

* Estudo do *Materiais * Remuneração


Condições de Contorno

Definição e Aplicação do
BDI
Custos Diretos

Projeto *Mão de obra * Matriz de riscos


* Cláusulas do *Equipamentos * Despesas
edital e do contrato indiretas
*Mobilização
* Especificações * Impostos
do serviço *Canteiro de obras
* Visita técnica *Desmobilização
Programação e *Adm. local
planejamento da
obra

24
CAPÍTULO 2
Levantamento das quantidades

Para muitos, esta é a etapa mais importante quando da elaboração do orçamento.


Exigem-se aqui conhecimentos prévios do orçamentista no que diz respeito aos serviços
que serão executados na obra.

Todo orçamentista no processo de elaboração do levantamento de


quantidades, produz o que denominamos de memória de cálculo, que
deve ser fácil de ser manipulada e entendida para que outro profissional
possa conferir com agilidade e facilidade. A memória tem que ser
clara o suficiente para que, na mudança eventual de características ou
dimensões do projeto, não acarrete num segundo levantamento, ou que
ao nosso entender é pelo menos é contra producente, além de onerosa à
organização. As empresas diante desta questão organizam formulários
adequados e tabelas padronizadas, que fazem parte do conjunto do
orçamento.9

Em caso de dúvidas em algum momento posterior, as quantidades levantadas já estarão


disponíveis e organizadas. Ao ter acesso ao projeto e proceder com uma leitura crítica,
é importante também fazer os cálculos devidos, conversão das unidades e consequente
consulta aos fabricantes.

Voltando para Xavier (2008), o autor nos alerta que esta etapa também envolve
elementos de diversas naturezas no que tange as dimensões. Ele dá exemplos:

»» Lineares: tubulação, rodapé, muros, cercas etc.

»» Superficiais ou de área: limpeza de terreno, fôrma, alvenaria, piso etc.

»» Volume: concreto, escavação, aterro etc.

»» Peso: armação, estrutura metálica.

»» Adimensionais: serviços de simples contagem, postes, portões, placas,


luminárias etc.

Xavier (2008) ainda informa que temos materiais que são empregados com
características permanentes e não permanentes. É imprescindível ainda o conhecimento
dos critérios no processo de levantamento de quantidades relativos aos serviços, uma

9 XAVIER, 2008, pp. 33-34.

25
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

vez que podem ser revisados e adaptados por organizações que deles necessitem em
momentos posteriores, obviamente, a cargo do orçamentista.

De acordo com as “Orientações para Elaboração de Planilhas Orçamentárias de Obras


Públicas” é expresso claramente na “Lei de Licitações e Contratos” a proibição da inclusão
do fornecimento de materiais e serviços sem a devida previsão de quantidades ou
onde tais quantidades não correspondam às previsões reais do projeto básico ou
executivo no que tange o objeto da licitação (veja mais sobre as etapas de projetos
referentes às Obras Públicas em nosso Material de Apoio intitulado “Obras Públicas –
Fundamentos, Tipologia e Normatização”). E prossegue:

A infração a essa disposição implica a nulidade dos atos ou contratos


realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
Se, por um lado, a omissão ou subestimativa de serviços exigirão a
futura celebração de termos de aditamento contratual para incluir
e/ou acrescer os serviços omitidos/subestimados, por outro lado, a
superestimativa de quantitativos pode causar uma série de prejuízos
ao erário. Também é importante ressaltar que o ônus de provar a boa
e regular gestão dos recursos públicos é do gestor. Portanto, exige-se a
produção de uma memória de cálculo das quantidades de serviços da
planilha orçamentária.10

Segue-se que, tais quantidades são levantadas em função do conhecimento que se tem
dos projetos, segundo os respectivos cálculos dos serviços no formato que se estabelece
de acordo com os critérios de pagamento e medição. No entanto, as Orientações do
TCU deixa claro ainda que nem todos os quantitativos são precisos, como é o caso da
cravação de estacas pré-moldadas de concreto.

Em casos como este, a instrução é levar em conta os valores médios ou mais prováveis, e
ainda veda “a inclusão ou acréscimos de quantitativos para compensar alguma margem
de erro ou contingência na execução do serviço”.

Ainda de acordo como o mesmo documento, não admite-se que sejam elaboradas
planilhas orçamentárias de obras públicas com quando não justifica-se a super
estimativa em termos quantitativos da prestação de serviços previstos, com efeito,
não se pode deixar à mercê da fiscalização contratual a função da retenção dos
quantitativos que se excedem, considerando que ela própria necessariamente precisa
sujeitar-se aos controles internos ditados de maneira natural ao longo do projeto
da obra, constituindo este o referencial físico e financeiro do empreendimento
(Acórdão 1.874/2007 – Plenário).

10 BRASIL, 2014, p.37.

26
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Não somente isto, ainda é preciso levar em conta neste tópico a escolha correta das
unidades de medida, uma vez que necessariamente precisam condizer com aquilo que
é praticado no mercado tradicional, bem como com “as formas de medição e pagamento
previstas no caderno de encargos ou nas especificações técnicas dos serviços”.

Com efeito, ainda podem variar significativamente os preços unitários e demais


quantitativos que estão presentes na planilha orçamentária de acordo com os critérios
de medição e pagamento dos serviços.

Exemplo disto, diz o TCU em suas orientações, é a execução de cobertura com telhas
de aço galvanizado, aos quais podem ser adotados dois critérios de medição distintos:

1. Considerando a área de projeção horizontal do telhado como parâmetro


de medição ou.

2. Considerando a área de telhado efetivamente executada, a qual sofre


influência do grau de inclinação do telhado e do número de águas
executadas.

Objetivando não incorrer em uma longa reprodução de critérios de quantificação, a


recomendação das Orientações do TCU sobre Obras Públicas é a de que quando seja
previsto de modo expresso no edital, projeto básico ou termo de referência, o uso
de critérios de medição e pagamento aos quais se estabeleçam em algum caderno de
encargos.11

Em caso de obras de:

»» Saneamento básico.

»» Edificação.

»» Infraestrutura urbana.

»» Equipamentos públicos.

Podem-se utilizar os critérios de medição encontrados nos cadernos técnicos do Sistema


Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil. Com isto, é automática
a obtenção da necessária aderência entre um orçamento referencial elaborado que é
baseado no Sinapi e os critérios respectivos de quantificação.

11 O TCU ressalta como exemplo, em caso de obras de edificações, os critérios de quantificação do Manual de Obras Públicas-
Edificações – Práticas da Seap, podem ser utilizados. Disponível em <http://www.comprasnet.gov.br/publicacoes/manual.
htm>.

27
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

SINAPI
Vejamos alguns mais adotados pelo Sinapi:

Quadro 4. Alguns critérios de quantificação utilizados pelo Sinapi.

Serviço Critério de Qualificação do Sinapi

Concretagem de lajes de
Utilizar o volume teoricamente necessário para concretagem das lajes da parte da edificação a ser executada.
edificações

Alvenaria de vedação com blocos Utilizar área líquida das paredes de alvenaria de vedação, incluindo a primeira fiada. Todos os vãos (portas e
de concreto janelas) deverão ser descontados.
Utilizar a área de revestimento efetivamente executada. Todos os vãos deverão ser descontados (portas,
Revestimento cerâmico externo
janelas etc.). O esforço relativo ao revestimento dos requadros dos vãos foi contemplado nas produtividades
(fachada)
apresentadas, embora sua área não deva ser somada na quantificação do serviço.
Utilizar a área de revestimento efetivamente executada. A área de projeção das paredes e todos os vazios na laje
Revestimento cerâmico em pisos
devem ser descontados.
Utilizar a área de massa efetivamente executada. A área de projeção das paredes a todos os vazios na laje
Massa única
devem ser descontados (portas, janelas etc.). Todos os requadros necessários foram inclusos no serviço.
Estaca escavada sem fluido
Utilizar o metro da estaca escavada.
estabilizante
Estaca pré-moldada de concreto Utilizar o metro da estaca escavada.

Escavação em campo aberto Volume de corte geométrico definido pela topografia.

Pintura de parede Utilizar a área de parede efetivamente executada. Todos os vãos devem ser descontados (portas, janelas etc.).

Aplicação de gesso desempenado


Utilizar a área de parede efetivamente executada. Todos os vãos devem ser descontados (portas, janelas etc.).
em paredes
Volume de corte geométrico, definido em projeto, pra vala com profundidade de 0 a 1.5m, largura de 1.,5
Escavação mecânica de valas a 2.,5m em solo de 1o categoria, executada em vias urbanas: Vias Urbanas são as ruas, avenidas, vielas, ou
com profundidade de 0 a 1,5 caminhos e similares abertos á circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por
metros, em vias urbanas possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão. A geometria da vala deve atender aos valores definidos
pela norma NBR 12266/1992.
Fonte: Brasil (2014, pp. 39-40).

O TCU compreende que “os preços medianos constantes do Sistema Nacional de Pesquisa
de Custos e Índices da Construção Civil – Sinapi são indicativos dos valores praticados
no mercado e, portanto, há sobrepreço quando o preço global está injustificadamente
acima do total previsto no Sinapi” (Acórdão 618/2006 – Plenário).

De acordo com o Seminário APEOP São Paulo, realizado em Setembro de 2014 sobre
o Processo de Aprimoramento do SINAPI, este compõe-se de diversas instituições
públicas, cedidas sem cadernos técnicos e sem uniformidade metodológica.

Seu processo de aprimoramento iniciou-se, na questão de insumos, no Novo Acordo


de Cooperação Técnica CAIXA/IBGE – Insumos e acompanhamento MPOG (GAP);
enquanto que as composições se dão na:

28
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

1. Aferição das composições do Banco Referencial, inclusive de Custo


Horário de Equipamentos.

2. Caderno Técnico para cada composição.

3. Encargos Complementares.

Por fim, em caráter geral tem as premissas e critérios padronizados pelo Manual de
Metodologias e Conceitos e as novas composições com incorporação de novos materiais
e tecnologias, também como processo de aprimoramento.

Veja mais detalhes no histórico do SINAPI na Figura a seguir:

Figura 4. Histórico SINAPI.

Fonte: Associação Paulista de Empresário de Obras Públicas, 2014.

Cujas origens são:

Figura 5.

Referências para obras de edificações,


saneamento básico e infraestrutura urbana

Referências são de
âmbito e Preços são coletados nas
representatividade capitais
nacional, buscam refletir
SINAPI SISTEMA
as situações mais
DE REFERÊNCIA
recorrentes

Outros itens a considerar: SINAPI é parte da formação do preço – considerar


administração local, despesas e as especificidades do projeto, as condições locais
custos indiretos, lucro do construtor de execução, requisitos de contratação...

Fonte: Associação Paulista de Empresário de Obras Públicas, 2014.

29
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Como vimos no primeiro capítulo, por força dos documentos legais: Leis de Diretrizes
Orçamentárias e o Decreto no 7.983/2013 o SINAPI é utilizado. As orientações do TCU
nos dá uma definição:

SINAPI: é o sistema de referência de custos oficial para a orçamentação


de obras com recursos federais. O Sinapi é utilizado por diversos órgãos
e entidades da administração pública federal, bem como pelas demais
esferas de governo que empregam recursos oriundos do OGU, para
obter preços confiáveis para os orçamentos de obras públicas e serviços
de engenharia, que futuramente balizarão os orçamentos de referência
nas licitações e serão utilizados como critérios de aceitabilidade dos
preços, quando apresentadas as propostas por licitantes12.

Mês a mês são informados pelo sistema os preços de insumos, bem como os custos
de serviços e projetos e índices da construção civil. Segue-se que, tanto o IBGE quanto
a Caixa Econômica Federal são apontados como entidades que responsabilizam-se
oficialmente por publicar os resultados obtidos, bem como:

»» Manutenção.

»» Atualização e aperfeiçoamento do cadastro de referências técnicas.

»» Métodos de cálculo e do controle de qualidade dos dados disponibilizados.

Fica a cargo do IBGE proceder com a pesquisa mensal dos seguintes itens:

»» Preços de materiais de construção.

»» Equipamentos e salários das categorias profissionais, em conjunto com


a de:

›› Estabelecimentos comerciais.

›› Industriais. Sindicatos da construção civil.

Compete à CEF manter a base técnica de engenharia, bem como a:

»» A especificação dos métodos de produção e dos coeficientes.

»» Insumos utilizados nas composições de custo unitário do Sinapi.

»» Os projetos.

»» Relação de serviços.
12 BRASIL, 2014, p.46.

30
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

»» Especificações.

»» Composições de custos.

Vejamos um exemplo de modelo de composição de custo unitário:

Quadro 5. Exemplo de modelo de composição de custo unitário.

Obra: Data-Base:
Código Serviço: Unidade

Custo Custo
Utilização Utilização Custo
Cód. Equipamentos Unidade Qtde. Horário Horário
Operativa improdutiva Horário
Operativo Improdutivo

(A) Total-Cutsto Horário Equipamentos:


Custo
Cód. Mão de Obra Unid. Coeficiente Salário
Horário

Encargos Sociais de
(B) Total - Custo Horário Mão de Obra

Custo Horário Total


(D) Custo Unitário de Execução (A) +
Produção da Equipe - C
(B) / C
Custo Custo
Cód. Materiais e Serviços Auxiliares Unid. Consumo
Unitário Total

31
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

(E) Custo de Materiais - Total


Obs.: Custo Unitário Total: (D) + (E)
BDI
Preço Unitário Total

Todos que compõem a base técnica de engenharia do sistema.

É função também do Sinapi calcular custos e oferecer orçamentos referenciais para


projetos:

»» Residenciais.

»» Comerciais.

»» Equipamentos comunitários.

»» Saneamento básico.

»» Fornece o custo por m² nacional e por estados (em alguns casos).

Ainda de acordo com as orientações do TCU, são os principais relatórios gerados pelo
Sinapi:

I. Relatório de preços de insumos.

II. Relatório sintético dos custos de serviços.

III. Relatório de composições analíticas com a discriminação dos insumos


utilizados e das quantidades previstas por unidade de produção.

IV. Conjuntura – evolução de custo e indicadores da construção civil.

V. Custos de projetos:

›› Residenciais.

›› Comerciais.

›› Equipamentos comunitários.

›› Saneamento básico.

32
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Com efeito, o Sinapi é baseado em:

»» Cadernos técnicos de famílias de serviços avaliados13.

»» Critérios de aferição.

»» Regras de quantificação dos serviços.

»» Normas de execução.

Ao longo da apropriação processual dos coeficientes das composições do Sinapi,


observou-se e registrou-se “os fatores que impactam na produtividade do serviço e nos
consumos de materiais”.

O TCU nos traz um exemplo claro de fatores que influenciam de fato este cenário,
tal como é influenciado de modo direto o serviço de alvenaria de vedação com bloco
cerâmico pelas dimensões desses blocos, bem como:

»» Pela área líquida da parede, pela existência ou não de vãos no plano de


alvenaria (portas e janelas).

»» Pelo método de preparo da argamassa (mecânico ou manual).

Destarte, apropriou-se 32 diferentes composições de alvenaria de vedação. Vejamos na


“árvore de composições” ilustrada de modo sistematizado pelo SINAPI em seu Caderno
Técnico de Alvenaria de Vedação, a seguir:

Figura 6. Composição de alvenaria de vedação e árvore de fatores.

Fonte: SINAPI, 2014.


13 Composto pelas composições de custo unitários.

33
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

O “caminho” a ser seguido na Figura acima e apresentado em cada composição medida


presente no caderno técnico de alvenaria de vedação com blocos cerâmicos. Exemplo
disto, é a “Alvenaria de Vedação de Blocos Vazados de Concreto de 19x19x39cm
(espessura 19cm) de paredes com área líquida maior ou igual a 6m² sem vãos e
argamassa de assentamento com preparo em betoneira. Af_06/2014”.

Não possuem vãos, bem como argamassa de assentamento com preparo em betoneira.
Vejamos detalhada, de acordo com Manual de Metodologias e Conceitos do Sinapi, a
seguir:

Figura 7. Composição de alvenaria de vedação e árvore de fatores.

Código / Seq. Descrição da Composição Unidade


01.PARE.ALVE.006/01 ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO DE 19X19X39CM
(ESPESSURA 19CM) DE PAREDES COM ÁREA LÍQUIDA MAIOR OU IGUAL A 6M2
Código SIPCI M2
SEM VÃOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA.
87457 AF_06/2014.
Vigência: 6/2014 Última atualização: 6/2014
Fonte: SINAPI, 2014.

Portanto, ainda de acordo com o Manual da Sinapi, é apresentado em caráter casuístico


o descritivo das composições aferidas, isto é, de modo escrito este representa as mesmas
informações que se fazem presentes na árvore de composições.

Identificam-se as composições aferidas por meio da inscrição:

AF_XX/XXXX

Onde: XX/XXXX representa o mês e o ano de início de vigência da


composição.

Segundo o mesmo documento, há três status possíveis para as composições aferidas


após o ano de 2013, as quais alteram-se em função da disponibilidade de preços de seus
insumos do sistema, a saber:

»» Situação 1 – Composição aferida e preço de referência publicado.

»» Situação 2 – Composição aferida sem preço de referência publicado.

»» Situação 3 – Composição aferida e preço de referência publicado com


pendência14.

A Situação 1 acontece no momento em que existe disponibilidade de preços para todos


os insumos da composição. Publica-se também seu Caderno Técnico na página da

14 SINAPI, 2014, p.42.

34
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

CAIXA, bem como a referência figura nos relatórios que são publicados mensalmente
na web.

Neste caso, a composição recebe a citada inscrição: AF_XX/XXXX, e também um


Código SIPCI, como a composição 87071 apresentada na Figura a seguir:

Figura 8. Composição de contrapiso em argamassa traço 1:4, espessura 2 cm.

Código / Seq. Descrição da Composição Unidade

01.PISO.RGCP.001/01
CONTRAPISO EM ARGAMASSA TRAÇO 1:4 (CIMENTO E AREIA), PREPARO MECÂNICO
Código SIPCI COM BETONEIRA 400 L, APLICADO EM ÁREAS SECAS MENORES QUE 10M2 SOBRE M2
LAJE, ADERIDO, ESPESSURA 2CM, ACABAMENTO REFORÇADO. AF_06/2014
87071

Vigência: 6/2014 Última atualização: 6/2014

Fonte: SINAPI, 2014.

Já na segunda situação, esta acontece no momento em que não existe disponibilidade


de preço para algum insumo da composição.

A divulgação de seu Caderno Técnico é feita pela CAIXA, no entanto a composição não
figura nos relatórios que são feitos mensalmente, uma vez que não há a possibilidade
da geração de preço.

O Manual do Sinapi ainda nos informa que a referência é válida e ainda há a possibilidade
de ser usada considerando apenas no caso do insumo faltante, a coleta de preço seja
feita.

A Figura a seguir apresenta a descrição da composição; aqui ela passar a receber a


inscrição AF_XX/XXXX, contudo, em seu campo Código SIPCI aparece XXXXX. Isso
indica a inatividade da composição no sistema. Desde modo, segue-se que o insumo
que está em falta, passa a figurar na coleta regular, logo passará pelos passos:

1. A composição será ativada.

2. Integrará o relatório de preços.

2. Receberá um código SIPCI.

2. Seu caderno técnico será republicado alterando-se a data de última atualização.

35
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Vejamos:

Figura 9. Composição de contrapiso em argamassa industrializada, espessura 2 cm.

Código / Seq. Descrição da Composição Unidade


01.PISO.RGCP.002/05 CONTRAPISO EM ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA, PREPARO MANUAL, APLICADO
Código SIPCI EM ÁREAS SECAS MENORES QUE 10M2 SOBRE LAJE, ADERIDO, ESPESSURA 2CM, M2
XXXXX ACABAMENTO NÃO REFORÇADO. AF_06/2014.
Vigência: 6/2014 Última atualização: 6/2014
Fonte: SINAPI, 2014.

A terceira situação acontece no momento em que não existe disponibilidade de preço


para qualquer insumo constante na composição aferida. Contudo, quando se adota
alguns dos procedimentos que seguem, é sabido que a composição passa a ser ativada,
a saber:

I. O insumo faltante não tem representatividade no preço unitário da


composição, esse não é utilizado na composição ativada (não consta
da descrição analítica da composição), entretanto o insumo permanece
indicado no Caderno Técnico, pois é necessário para execução adequada
do serviço; ou

II. O insumo é substituído na composição aferida por algum insumo com


preço publicado que possua utilização e preço similar ao indicado na
aferição. (SINAPI, 2014, p.43).

Recebem a indicação AF_XX/XXXX_P na descrição quaisquer composições nestes


casos, como também os insumos que ali não estão presentes passam a se identificar com
asterisco (*). As pendências são claramente descritas no Caderno Técnico, conforme
exemplo que consta na seguinte Figura:

Figura 10. Extrato do caderno técnico da composição 89355 (instalação de água fria).

Código / Seq. Descrição da Composição Unidade


02.INHI.AGFR.001
TUBO, PVC, SOLDÁVEL, DN 20MM, INSTALADO EM RAMAL OU SUB-RAMAL OU
Código SIPCI M2
SUB-RAMAL DE ÁGUA - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2014_p
89355
Vigência: 12/2014 Última atualização: 12/2014

COMPOSIÇÃO
Item Código Descrição Unidade Coeficiente
ENCANADOR OU BOMBEIRO HIDRÁULICO COM ENCARGOS
C 88267 H 0,3190
COMPLEMENTARES
AULIXIAR DE ENCANADOR OU BOMBEIRO HIDRÁULICO COM
C 88248 H 0,3190
ENCARGOS COMPLEMENTARES
I 9867 TUBO, PVC, SOLDÁVEL, DN 20 MM, PARA ÁGUA FRIA M 1,0610
I * LIXA D´ÁGUA N 100 P/PVC 225x275MM
O
UN 0,1060
Fonte: SINAPI, 2014.

36
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Especificamente neste caso, ao qual foi considerado o mesmo coeficiente, o Caderno


Técnico deve trazer a informação da pendência:

Como não há preço coletado para a LIXA D’ÁGUA No 100 PARA PVC,
225 X 275 MM, houve substituição pelo insumo INX 3767 – LIXA
EM FOLHA PARA PAREDE OU MADEIRA, NÚMERO 120 (COR
VERMELHA).

As composições com pendências são ativadas no sistema SINAPI para que haja a
permissão a fim de que o preço para o serviço seja gerado e este figure no relatório
de composições, ao qual tem sua publicação mensal, como supracitado, na página da
CAIXA.

Retomando as informações constantes nas “Orientações para Elaboração de Planilhas


Orçamentárias de Obras Públicas” do TCU, temos outra ilustração e composição na
árvore de composições dos serviços de alvenaria de vedação:

Figura 11. Ilustração e outra composição na árvore de composições dos serviços de alvenaria de vedação.

Fonte: Caderno técnico de alvenaria de vedação do Sinapi.

“Índice Nacional da Construção Civil varia 1,26% em Maio”, disponível em:


<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/sinapi/
sinapi_201505comentarios.pdf>. Link curto: <http://goo.gl/Huo9QE>.

37
CAPÍTULO 3
Custos unitários

Concepções iniciais

Faz-se necessário que haja uma compatibilidade e detalhes de todos os projetos a fim
de que haja um orçamento real, a saber:

»» Estimar os custos pelo CUB (Custo Unitário Básico).

»» Estimar os custos pela etapa da obra.

»» Estimar custos por meio de orçamento detalhado.

Se o objetivo é possuir um orçamento real em mãos, a necessidade de uma maior


compatibilização e detalhamento dos projetos que estão envolvidos é fundamental. Tão
logo vejamos a definição de Custo Unitário do TCU:

Custo Unitário: É o custo de um determinado serviço por unidade de


medida, obtido por meio de composições de custo unitário contendo
todos os insumos com os seus respectivos consumos ou produtividades.
Os componentes de cada serviço compreendem os insumos de mão de
obra, de materiais, de equipamentos e de tarefas sub-empreitadas junto
a terceiros.15

De acordo com o TCU em “Orientações para Elaboração de Planilhas Orçamentárias de


Obras Públicas” assim compõe-se o custo unitário:

Composição de Custo Unitário: define o valor financeiro a ser


despendido na execução de uma unidade do respectivo serviço e é
elaborada com base em coeficientes de produtividade, de consumo e de
aproveitamento de insumos, cujos preços são coletados no mercado.16

Ainda de acordo com o TCU, são as composições mínimas que o custo deve conter:

»» Código da composição, nome do serviço e respectiva unidade de


medida.
15 BRASIL, 2014, p.18.
16 Ibid., p.27.

38
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

»» Discriminação de cada insumo, unidade de medida, sua


produtividade/consumo na realização do serviço, custo unitário e custo
parcial.

»» Custo unitário total do serviço, representado pela soma dos custos


parciais de cada insumo.

»» Norma técnica aplicável, no caso de serviço técnico especificado em


norma.

»» Data-base do orçamento.

»» Se houver mão de obra prevista para a realização do serviço, deve haver


a indicação da taxa de encargos sociais aplicada para obtenção do
custo da mão de obra.

»» Produção horária da equipe, no caso de serviços predominantemente


mecanizados.

»» Os coeficientes produtivos e improdutivos dos equipamentos,


bem como os respectivos custos horários produtivos e improdutivos.

»» Critério de quantificação do serviço e referência às especificações


técnicas aplicáveis, quando existentes.

»» Indicação dos gastos com fretes ou transporte de materiais, quando


não estiverem inclusos no custo unitário dos insumos.17

Por meio da apropriação dos serviços quando na obra, são obtidos os consumos ou
coeficientes de aplicação dos insumos, bem como os coeficiente de cálculos específicos
e técnicos que correm de acordo com as características dos serviços.

As observações e maturidade das organizações também não são olvidadas neste ponto,
uma vez que tratam-se especificamente do ramo de construção. Também são obtidos
por meio de sistemas próprios de orçamentação, ou ainda através de manuais técnicos
de composições de serviços de engenharia.

Vejamos um exemplo que o próprio manual de orientações do TCU recomentada, ao


qual está baseado em relatório do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil) em uma das composições de alvenaria de vedação:

17 Idem.

39
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Figura 12. Exemplo de composição de custo unitário do SINAPI.

CÓDIGO DA
DESCRIÇÃO DA COMPOSIÇÃO UNIDADE
COMPOSIÇÃO
Alvenaria de Vedação de Blocos Cerâmicos Furados na Horizontal de 9x19x19cm (Espessura 9
87495 cm) de Paredes com Área Líquida Menor que 6m² Sem Vãos e argamassa de assentamento com M2
preparo em betoneira.
CUSTO
TIPO ITEM CÓDIGO DESCRIÇÃO ITEM UNIDADE COEFICIENTE CUSTO TOTAL
UNIT.
Argamassa traço 1:2:8
(cimento, cal e areia média)
para emboço/massa única/
Composição 87292 M3 0,0098000 346,42 3,39
assentamento de alvenaria de
vedação, preparo mecânico
com betoneira 400 l.
ACO CA-25, 6,3 mm,
Insumo 22 KG 0,370000 5,21 1,93
vergalhão

Pedreiro com encargos


Composição 88309 H 1,6900000 14,40 24,34
complementares

Servente com encargos


Composição 88316 H 0,8450000 10,58 8,94
complementares

Bloco Cerâmico (Alvenaria de


Insumo 7266 Milheiro 0,0279300 480,00 13,41
vedação), de *9 X 19 X 19* cm
Insumo 7324 Resina Base Epoxi KG 0,0070000 35,79 0,25
Total 52,26
Fonte: extraído de Brasil (2014, p.23).

Antes de passarmos para o tópico seguinte, ainda nos é importante ter em mente a
diferença entre o CUB e o Índice CUB, a saber:

»» CUB: representa o valor, por m2, da construção de uma habitação


conforme os padrões demostrados acima, onde o CUB é um valor em
Reais.

»» Índice CUB: é a variação acumulada do CUB entre o mês anterior e o


atual, e é um percentual. 18

De acordo ainda com o mesmo autor, sabe-se que na tabela CUB – SINDUSCON são
divididos os custos de acordo com a unidade autônoma, o tipo de construção e número
de quartos, número de pavimentos e padrão de acabamento.

18 XAVIER, 2008, p.32.

40
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Objetivando o esclarecimento, ainda temos na NBR 12721/2004 os critérios para


cálculo do CUB, dentre tantos outros, vejamos o caso da residência unifamiliar:

Figura 13. Características principais dos projetos-padrão.

Residência Unifamiliar

Residência Padrão Baixo Residência Padrão Normal Residência Padrão Alto

(R1-B) (R1-N) (R1-A)

Residência composta de dois dormitórios, Residência composta de três dormitórios, Residência composta de quatro dormitórios, sendo
sala, banheiro, cozinha e área para tanque. sendo um suíte com banheiro, banheiro um suíte com banheiro e closet, outro com banheiro,
social, sala, circulação, cozinha, área banheiro social, sala de estar, sala de jantar e sala íntima,
de serviço com e varanda (abrigo para circulação, cozinha área de serviço completa e varanda
automóvel). (abrigo para automóvel).

Área Real: 58,64 m2 Área Real: 106,44 m2 Área Real: 224,82 m²

Residência Popular (RP1Q)

Residência composta de dois dormitórios, sala, banheiro, cozinha e cozinha.

Área Real: 39,56 m²


Fonte: NBR 12 721 (2004, p.13).

Se utilizarmos como exemplo uma residência de Padrão Alto unifamiliar (R1), cuja área
seja de 300 m2, tomando como base o Custo Unitário Básico no Estado de São Paulo
(Fevereiro de 2015), teremos o seguinte cálculo:

300 m2 x R$ 1.712,70 = R$ 513.810,00

Após Fev/2007, o CUB / m2, segundo a NBR 12.721-2006, em decorrência de novos lotes
de insumos, passaram a ser calculados a partir de novos projetos-padrão. Invalidando,
com isto, a comparação direta dos custos obtidos aos quais são baseados na NBR vigente
até Fevereiro/2007 (NBR12.721/1999) e os Custos Unitários obtidos a partir da NBR
12.721/2006.

Ainda de acordo com o Portal do Registro de Imóveis, neste período transicional das
Normas, o objetivo era o de se obter a continuidade na evolução da série histórica dos
Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), além disto, divulgam-se percentuais
que refletem a variação do Custo Unitário Básico de Construção em fevereiro/2007.

As demais tabelas de Custos Unitários Básicos no Estado de São Paulo – Referência


Fevereiro de 2015, divulgadas pela Sinduscon, as quais também nos servem de base,
são as que seguem:

41
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Figura 14. Projetos – Padrões Residenciais – R$/m².

Padrão Baixo Padrão Normal Padrão Alto


R1 1.161,95 1.428,50 1.712,70
PP-4 1.069,58 1.346,02 -
R8 1.018,70 1.174,59 1.378,98
PIS 793,11 - -
R 16 - 1.139,39 1.483,00
Fonte: Sinduscon, 2015.

Figura 15. Projetos – Padrões Comerciais – R$/m². CAL (comercial andar livre) E CSL (comercial salas e lojas).

Padrão Normal Padrão Alto


CAL- 8 1.353,37 1.437,05
CSL- 8 1.171,44 1.266,92
CSL - 16 1.560,16 1.685,10
Fonte: Sinduscon, 2015.

Figura 16. Projetos – Padrão Galpão Industrial (GI) e Residência Popular (RP1Q) – R$/m²

RP1Q 1.271,84
GI 661,85
19
Fonte: Sinduscon, 2015.

Quadro 6. CUB - Custos Unitários Básicos (Sinduscon SP). Índice Setorial da Construção Civil.

MÊS E ANO GLOBAL MATERIAIS Mão de obra


ago/14 167,97 136,61 196,02
set 167,99 136,5 196,02
out 168,19 136,39 196,43
nov 168,23 136,46 196,43
dez 168,28 136,57 196,43
jan 168,83 136,71 197,31
fev 169 137,08 197,31
mar 169,1 137,28 197,31
abril 169,66 138,48 197,31
maio 173,41 138,8 204,17
Jun 175,52 138,91 205,1
jul 176 138,91 206,13
ago/15 175,94 138,68 207,76
Variações % referentes ao último mês
mês -0,03 -0,17 0,79
acumulado no ano 4,55 1,54 5,77
acumulado em 12 meses 4,74 1,52 5,99
Data-base: Fev/07 = 100
Metodologia: Metodologia: CUB - Custo Unitário Básico residencial correspondente ao Projeto R8-N.
Período de coleta: a cada 30 dias com preço médio em torno do dia 20.
Fonte: Sinduscon/SP.

19 Disponível em: <http://www.portaldori.com.br/2015/03/05/sinduscon-divulga-tabelas-de-custo-unitario-basico-no-estado-


de-sao-paulo-referencia-fevereiro-de-2015/>. Acesso em 08 de outubro de 2015.

42
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Custo Unitário Básico


Custo Unitário Básico: custo por metro quadrado de construção do
projeto-padrão considerado, calculado de acordo com a metodologia
estabelecida no item 8.3 desta Norma, pelos Sindicatos da Indústria
da Construção Civil, e que serve de base para a avaliação dos custos de
construção das edificações, os quais devem ser arquivados no Ofício de
Registro de Imóveis.20

Criado em 1964 com o intuito de proceder com as estimativas de custos dos imóveis,
o CUB é fornecido de maneira mensal (por metragem quadrada) e diz respeito a um
índice regionalizado, sendo publicado pelos sindicatos da indústria da construção.

Posteriormente passou a ser o indicador referencial de custos desta área no que diz
respeito aos diversificados padrões de empreendimentos. O objetivo básico do
CUB/m² é:

Objetivo do CUB: disciplinar o mercado de incorporação imobiliária,


servindo como parâmetro na determinação dos custos dos imóveis.

A formatação de orçamentação a qual é adotada pela Norma tem caráter simplificado,


uma vez que é uma etapa onde não está completo o registro de incorporação do
projeto. A Norma traz consigo o detalhamento maior sobre o orçamento paramétrico,
baseando-se obviamente no CUB.

O CUB/m² é utilizado também no setor da construção civil, dado seu desenvolvimento


ao longo dos anos (aproximadamente 40 anos), como indicador macroeconômico.
Desde a sua criação, o CUB/m² já passou por algumas alterações normativas.

A origem do CUB é oriunda da legislação, a saber: da Lei Federal no 4.591 de 16 de


dezembro de 1964:

Art. 54 Os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam


obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos
unitários de construção a serem adotados nas respectivas regiões
jurisdicionais, calculados com observância dos critérios e normas a que
se refere o inciso I, do artigo anterior.

§ 1o O sindicato estadual que deixar de cumprir a obrigação prevista


neste artigo deixará de receber dos cofres públicos, enquanto perdurar
a omissão, qualquer subvenção ou auxílio que pleiteie ou a que tenha
direito.
20 Item 3.9 da Norma Brasileira ABNT NBR 12721:2006.

43
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

§ 2o Na ocorrência de omissão de sindicato estadual, o construtor usará


os índices fixados por outro sindicato estadual, em cuja região os custos
de construção mais lhe pareçam aproximados dos da sua.

§ 3o Os orçamentos ou estimativas baseados nos custos unitários a que


se refere este artigo só poderão ser considerados atualizados, em certo
mês, para os efeitos desta Lei, se baseados em custos unitários relativos
ao próprio mês ou a um dos dois meses anteriores.

Para efeito de aprofundamento, uma vez que este artigo cita o anterior, vale-nos
compreendê-lo:

Art. 53. O Poder Executivo, através do Banco Nacional da Habitação,


promoverá a celebração de contratos com a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (A.B.N.T.), no sentido de que esta, tendo em vista
o disposto na Lei no 4.150, de novembro de 1962, prepare, no prazo
máximo de 120 dias, normas que estabeleçam, para cada tipo de prédio
que padronizar:

I - critérios e normas para cálculo de custos unitários de construção,


para uso dos sindicatos, na forma do art. 54;

II - critérios e normas para execução de orçamentos de custo de


construção, para fins de disposto no artigo 59;

III - critérios e normas para a avaliação de custo global de obra, para


fins da alínea h, do art. 32;

IV - modelo de memorial descritivo dos acabamentos de edificação,


para fins do disposto no art. 32;

V - critério para entrosamento entre o cronograma das obras e o


pagamento das prestações, que poderá ser introduzido nos contratos
de incorporação inclusive para o efeito de aplicação do disposto no § 2o
do art. 48.

§ 1o O número de tipos padronizados deverá ser reduzido e na fixação se


atenderá primordialmente:

a) o número de pavimentos e a existência de pavimentos especiais


(subsolo, pilotis etc);

b) o padrão da construção (baixo, normal, alto), tendo em conta as


condições de acabamento, a qualidade dos materiais empregados, os
equipamentos, o número de elevadores e as inovações de conforto;

c) as áreas de construção.

44
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Veja mais em:

Custo Unitário Básico (Cub/M²): Principais Aspectos, disponível em: <http://


www.cub.org.br/docs/cartilha_CUB_NET.pdf>. Link curto: <http://goo.gl/
PmGqMz>.

Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil,


disponível em: <http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-publico/
sinapi/Paginas/default.aspx>. Link curto: <http://goo.gl/77rhHb>.

Portal do Registro de Imóveis – Sinduscon divulga tabelas de Custo Unitário


Básico no Estado de São Paulo – Referência Fevereiro de 2015. Disponível
em: <http://www.portaldori.com.br/2015/03/05/sinduscon-divulga-tabelas-de-
custo-unitario-basico-no-estado-de-sao-paulo-referencia-fevereiro-de-2015/ >.
Link curto: <http://goo.gl/ACqyVU>.

CUB Médio Brasil


De acordo com a página oficial do CUB, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC) divulga mensalmente, por meio de seu Banco de Dados, o CUB médio Brasil.

Por meio de resultados dos CUBs estaduais divulgados pelos Sinduscons de todo o país
o Médio Brasil é obtido. O intuito aqui é proceder com o acompanhamento de como está
o desenvolvimento de cada CUB estadual e regional, afora ainda os preços e respectivos
itens componentes.

Serve de parâmetro nacional, uma vez que é a média dos CUBs; demais indicadores
nacionais como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC/FGV) podem usá-lo
para efeito de comparação.

Hoje, 21 Estados compõem a média do CUB Brasil. Como supracitado, esta média é
obtida por meio da agregação dos CUBs regionais através da média ponderada, cuja
fórmula é a que segue:
CUB médio Brasil
=
P 1 * X 1 + P 2 * X 2 + P 3 * X 3 + ... + Pn − 1 * Xn − 1 + Pn * Xn
P 1 + P 2 + P 3 + ... + Pn − 1 + Pn

∑ Pi * Xi
n
i =1

∑ Pi
n
i =1

Onde:

Xi = representa o valor do CUB padrão de cada Estado no mês de referência.

45
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Pi = representa a ponderação relativa de cada Estado, que foi determinada tomando-se


como referência as licenças “Habite-se” (área total das edificações) para os municípios
das respectivas capitais e os dados de população residente destas capitais.

Como visto, os CUBs adotados por cada Estado compõe o CUB médio nacional. A seguir,
temos o projeto representativo de cada Estado, de acordo com a Norma ABNT
NBR 12721:2006.

A página oficial do Indicador dos custos do setor da Construção Civil ainda chama
atenção ao fato de que os Estados do Rio Grande do Sul, Sergipe e Rondônia “o
projeto-padrão representativo foi considerado pelo Banco de Dados/CBIC como
R8-N”, exclusivamente para efeito de cálculo do CUB médio Brasil, já que estes não
tinham sidos definidos no início da vigência da Norma supracitada, qual então seria o
seu projeto-padrão representativo.

Quadro 7. Projeto Padrão Representativo(*) - Sinduscons CUB Brasil.

Entidades Projeto-padrão representativo


SINDUSCON-ES R-médio(1)
SINDUSCON-AL R8-N
SINDUSCON-AM R8-N
SINDUSCON-BA R8-N
SINDUSCON-CE R8-N
SINDUSCON-DF R8-N
SINDUSCON-GO R16-A
SINDUSCON-MA R8-N
SINDUSCON-MG R8-N
SINDUSCON-MS R8-N
SINDUSCON-MT R8-N
SINDUSCON-PA R8-N
SINDUSCON-João Pessoa-PB R8-N
SINDUSCON-PE R16-N
SINDUSCON-PR R8-N
SINDUSCON-RJ R8-N
SINDUSCON-RO R8-N(3)
SINDUSCON-RS R8-N(3)
SINDUSCON-Grande Florianópolid-SC R-médio(2)
SINDUSCON-SE R8-N(3)
SINDUSCON-SP R8-N
Fonte: Sinduscons Estaduais e Banco de Dados-CBIC1.
ELABORAÇÃO: Banco de Dados-CBIC.
(1) O projeto-padrão representativo do CUB/m² do SINDUSCON-ES é uma média aritmética de todos os projetos
residenciais.
(2) O projeto-padrão representativo do CUB/m² do SINDUSCON-Grande Florianópolis-SC é uma média aritmética de todos
os projetos residenciais, mas somente os Rs.
(3) Para efeito de cálculo do CUB médio Brasil, o Banco de Dados-CBIC considerou para os Estados de SE, RO e RS o
projeto-padrão representativo R-8N.
(*) Informações encaminhadas ao Banco de Dados-CBIC pelos SINDUSCON’S das capitais dos Estados, responsáveis pelo
cálculo e divulgação do CUB/m², conforme Lei 4.591/64, exceto SE, RO e RS.
Disponível em: <http://memoria.cub.org.br/>.

46
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

De acordo ainda com a página oficial do “Indicador dos custos do setor da construção
civil”, o CUB médio Brasil é emitido mensalmente e vêm sem sendo frequentes seus
cálculos e respectiva publicação desde 1992.

As informações dos CUBs estaduais, referentes ao mês imediatamente


anterior (t-1), são coletadas junto aos sindicatos informantes entre os
dias 1o e 8o do mês corrente (t), de modo que o cálculo do CUB médio
Brasil possa ser realizado e divulgado até o 10o dia do mês de referência
(t).21

Os quadros que seguem ponderam os Estados e as regiões geográficas participantes do


cálculo do CUB médio Brasil:

Quadro 8. Ponderações relativas dos Estados e das regiões geográficas que participam do cálculo do CUB médio

Brasil.

Sinduscons Estaduais Participação relativa


Sinduscon Bahia 5,4549
Sinduscon Ceará 3,3455
Sinduscon Distrito Federal 5,5426
Sinduscon Espírito Santo 0,9668
Sinduscon Goiás 3,7331
Sinduscon Mato Grosso 2,0378
Sinduscon Mato Grosso do Sul 3,0031
Sinduscon Minas Gerais 6,51
Sinduscon Pará 0,8791
Sinduscon João Pessoa-PB 1,4549
Sinduscon Paraná 6,9763
Sinduscon Pernambuco 1,9903
Sinduscon Rio de Janeiro 5,4616
Sinduscon Rio Grande do Sul 6,3787
Sinduscon Grande Florianópolis-SC 2,0378
Sinduscon São Paulo 25,3184
Sinduscon Rondônia 2,0378
Sinduscon Amazonas 2,0515
Sinduscon Maranhão 2,0378
Sinduscon Alagoas 1,8991
Sinduscon Sergipe 1,4493
Total 90,5664
Fonte: Banco de Dados-CBIC.

21 Idem.

47
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Quadro 9. Ponderações relativas dos Estados e das regiões geográficas que participam do cálculo do CUB

médio Brasil.

CUB Brasil 90,5664

Centro-Oeste 14,3166

Nordeste 17,6318
Norte 4,9684
Sudeste 38,2568
Sul 15,3928
Fonte: Banco de Dados-CBIC.

Na cartilha do SINDUSCON, temos algumas alterações normativas desde a


criação do CUB/m². A saber:

ABNT NB-140:1965: Norma original elaborada para atender a Lei no 4.591/1964


e disciplinar as incorporações imobiliárias.

ABNT NBR 12721:1992: Esta norma atualizou os acabamentos dos projetos-


padrão da ABNT.

NB 140:1965 sem alteração dos projetos-básicos da década de 60. Incorporou,


ainda, novos lotes básicos de insumos (material e mão de obra).

ABNT NBR 12721:1999: Através desta Norma introduziram-se no cálculo do


CUB/m2 os projetos comerciais (salas, lojas e andares livres), casa popular e
galpão industrial. Mantiveram-se os projetos habitacionais antigos.

ABNT NBR 12721:2006: A maior revisão da Norma desde a sua criação, com a
introdução de novos projetos-padrão e novo lote básico. Foi uma ampla revisão,
que será detalhada posteriormente neste trabalho, e que entrou em vigor em
01/02/2007.

Veja também:

Custo Unitário Básico (Cub/M²): principais aspectos. Documento do Sindicato


da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais. Disponível em:
<http://memoria.cub.org.br/docs/cartilha_CUB_NET.pdf>. Link curto: <http://
goo.gl/QyOpns>.

48
CAPÍTULO 4
Custo Unitário PINI de Edificações

É possível encontrar no site da PINI o CUPE ao qual estima alguns totais. Por meio
deste valor, é possível estimar quanto será gasto em cada etapa. Vejamos:

Quadro 10. Custos Unitários PINI de Edificações. Mês de referência: agosto/15.

Uso de Edificação Custo Total Material Mão de obra


Habitacional
Residencial fino (1) 1.908,21 1.121,19 787,02
Residencial médio (2) 1.391,76 721,94 669,83
Residencial popular (3) 1.066,61 568,21 498,39
Sobrado popular (11) 1.255,54 661,25 594,29
Prédio com elevador fino (4) 1.516,06 898,84 617,23
Prédio com elevador padrão médio alto (12) 1.359,90 866,34 493,56
Prédio com elevador médio (10) 1.283,18 717,69 565,49
Prédio sem elevador médio (5) 1.471,42 717,5 753,92
Prédio sem elevador popular (6) 1.074,90 508,02 566,88
Comercial
Prédio com elevador fino (7) 1.608,79 995,31 613,48
Prédio sem elevador médio (8) 1.586,65 862,56 724,09
Clinica Veterinária (14) 1.534,74 936,93 597,81
Industrial
Galpão de uso geral médio (9) 1.321,42 899,76 421,66
Fonte: PINI (2015). Disponível em: <http://goo.gl/LfamOL>.

Uma referência que corre em paralelo ao CUB, a PINI acabou por desenvolver uma
metodologia de cálculo do custo do m2 construído somente sua e bastante ímpar.
As obras possuem em si execuções bem definidas. Como exemplo a vedação, bases
estruturais etc. Destarte, para estimar o custo da obra, a metodologia PINI pode ser
bastante útil e imprescindível.

Variação de desempenho
De acordo com o PINI sobre índices e custos, define-se produtividade da mão de
obra como:

Produtividade da Mão de obra: variável que mede a eficiência


em transformar insumos materiais, por meio de ferramentas e
equipamentos leves, em produtos, com o emprego da mão de obra22.

22 PINI, p.4. Disponível em: <http://www.piniweb.com.br/empresa/download/Engenharia_custos_aplicada_a_construcao_


civil.pdf>.

49
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Pode ser feita a mensuração da produtividade por meio de um indicador que faça a
relação entre:

Quantidade de Recursos Demandados

Quantidade de Produto Obtido

O mesmo documento do PINI nos traz um exemplo: que demande cerca de 0,6h de
pedreiro e 0,3 hora de ajudante, para cada m2 de parede produzida em uma produção
de paredes de alvenaria de vedação. Desta forma:

A depender de esforços de racionalização e treinamento, se as


características de um serviço fossem sempre as mesmas, isto é, se
não houvesse variação dos fatores, de conteúdo e de contexto, que
caracterizam o serviço, a produtividade seria constante, sendo muito
bem representada por um valor médio. No entanto, tais fatores variam
de uma maneira expressiva, o que provoca uma concomitante variação
não desprezível da produtividade da mão de obra (PINI, 201[?]).

Ainda de acordo com o Eng. Luiz Freire de Carvalho e Arq. Mário Sérgio Pini (Diretor
Técnico da PSE – PINI Serviços de Engenharia) quando na nova versão do TCPO,
apresentam-se novos passos em pesquisas neste setor, o que possibilita registar:

Coeficientes de produtividade de mão de obra variável

Coeficientes de consumo de materiais, igualmente variáveis

A PINI possui registros aos quais assinalam a determinados serviços uma variante de
cerca de 80% entre o mais observado nos canteiros:

Indicador das produtividades (mediana)

Indicador da produtividade mais baixa

Portanto, a PINI faz a recomendação fundamentada em quesitos técnicos, que “a


adoção da variação da produtividade, que melhor reflita as condições de execução de
cada serviço”.
50
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Consumo de materiais
Ainda de acordo com os autores supracitados, temos a definição:

Consumo unitário dos materiais: pode ser considerado, como


sendo a soma de uma quantidade teoricamente necessária, com outra
quantidade, denominada perda (parte evitável e parte inevitável)
normalmente associada aos processos de execução. Nesse contexto, e
de modo semelhante ao que se observa para a mão de obra, há fatores
que fazem o consumo ser maior ou menor em cada situação23.

Tais fatores podem ter a possibilidade de serem associados à(s):

»» Quantidade teoricamente necessária.

»» Perdas esperadas.

A PINI ainda possui registros aos quais assinalam a determinados serviços uma variante
de cerca de 40% entre o:

Indicador mais observado nos canteiros (mediana)

Indicador relativo às perdas máximas.

Temos ainda o conservadorismo das perdas no consumo de materiais pelo TCPO, o


que induz a permanentes esforços de racionalização pelos mercados. Entretanto, a
recomendação da PINI é a de que as perdas de materiais sejam avaliadas casuisticamente.

Produção dos equipamentos


Quando a seleção do equipamento é feita, seguida do estabelecimento das premissas
técnicas, os fatores de Eficiência24 são vistos como uma das variáveis que impactam
diretamente o custo, bem como o fator E. Sua representação se dá através de parâmetros
que fazem a mediação – referindo-se a algum tipo de equipamento – da:

Eficiência Real

(no que tange à eficiência que é esperada)

eo

Tempo de Trabalho Efetivo

(relativo a 1h de funcionamento)
23 Ibid., p.5.
24 Eficiência operacional ou fator de trabalho

51
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Ainda segundo Carvalho e Pini, tais números “podem ser apropriados, tratados
estatisticamente e ajustados, levando-se em consideração a habilidade do operador, as
características da máquina e as condições locais de trabalho”.

No consagrado livro, Manual Prático de Escavação, PINI 2007, o Prof.


Hélio de Souza Ricardo apresenta uma faixa de variação do fator E,
entre 52% e 84%. A PINI em suas pesquisas chegou a constatar 12%, em
situações de extrema criticidade. No TCPO o fator E considerado é 75%,
devendo ser interpretado pela relação entre 45 minutos de trabalho
efetivo, para 60 minutos de funcionamento25.

A recomendação, neste caso, portanto, é que também de modo casuístico adote-se o


fator E que faça a melhor correspondência frente às condições de execução do serviço.

Impactos no custo
Os autores ainda informam que a PINI também se ocupa no desenvolvimento perene
de:

»» Pesquisas.

»» Estatísticas.

»» Estudos e modelagens.

De modo a transmitir diversas vertentes reais de mercado e das obras, objetivamente


referenciar de maneira correta a variação de custos, obviamente com o apoio de:

»» Universidade.

»» Institutos de Pesquisas.

»» Profissionais reconhecidos.

»» Indústria.

»» Entidades Empresariais.

Existe ainda uma faixa aceitável das variações nos custos das edificações, após a
realização de pesquisas e de acordo com a modelagem, a qual se dá em função da:

Produtividade variável

Consumo variável de materiais

25 Ibid., p.6.

52
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Havendo a possibilidade de detectar “uma faixa de variação no custo de serviços


de infraestrutura”, a qual se dá em função da influência da produção dos
equipamentos. Deste modo, tanto construtores, quanto contratantes precisam
necessariamente não olvidar as factuais condições de modo independente em cada
execução de obra, considerando com isto que estas variações podem influenciar de
fato e obviamente seu custo. Por fim, Carvalho e Pini nos informam demais aspectos
relevantes da PINI:

A PINI, na sua trajetória empresarial, também converge seus esforços,


para ampliar, aprofundar e difundir conceitos e conhecimento de
Engenharia de Custos; desenvolver sistemas informatizados, para
possibilitar processos mais ágeis e precisos; manter e atualizar o seu
acervo, visando atender ao mercado e suas necessidades técnicas e de
gestão Simulações de modelagem realizadas pela PINI avaliaram o
impacto da variação de Produtividade da Mão de obra, do Consumo de
Materiais e da Produção de Equipamentos, no custo da construção26.

Conforme seguem os impactos no custo por variação da Produtividade, Produção e


Consumo:

Edificações 18 a 43%

Infraestrutura 13 a 30%

Composição do custo

Nesta etapa é espelhada toda a interação processual que ocorre ao que se refere à
experiência do construtor (indispensável o conhecimento técnico em Engenharia
de Custos e na Civil). Aqui são vinculadas as diretrizes particulares do projeto de
construção.

Especificamente, pode ainda os custos possuírem dois formatos característicos, a saber:

Matriz de Custos e Logísticos27

Planilha de Composições de Custos Unitários28

26 Ibid., p.7.
27 Modelo exaustivo de todos os recursos técnicos. A serem utilizados na obra.
28 Modelo reduzido, expresso por insumos a serem aplicados na obra.

53
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Matriz de custos

Feita a definição da modelagem de custo, o passo subsequente é a Matriz de Custos


da Obra, a qual tem por função:

Matriz de Custos da Obra: reunir e classificar, por meio de um


criterioso Plano de Contas, que compreende todos os recursos técnicos
e logísticos relacionados à execução dos serviços, representando todas
as demandas e necessidades, para o atendimento ao escopo do Projeto
Executivo29.

Objetivando o estabelecimento de critérios de alocação de tais importâncias, aos quais


transcorram em favor de uma distribuição apropriada, originada por atribuições
técnicas, o Plano de Contas é uma relação completa, “com a classificação dos
recursos técnicos e logísticos que serão empregados na obra, por meio do orçamento”.
Tais critérios abarcam a possibilidade de aplicar metodologias gerenciais, as quais são
usadas no Controle de Custos da Obra.

A sugestão que segue é classificar para uma geração de plano de contas. A diretriz
de classificação precisa ser um fator que facilite uma alocação de “recursos globais e
parciais previstos, nos diferentes serviços, atividades e tarefas de execução da obra”.
Conforme se vê no quadro abaixo sobre a Classificação PINI para o Plano de Contas da
Matriz de Custos da Obra:

Quadro 11. Classificação PINI para o Plano de Contas da Matriz de Custos da Obra.

Recursos Técnicos (relacionados à execução dos serviços)


Materiais e Produtos
Mão de obra
Equipamentos
Subcontratações (serviços especializados)
Recursos Logísticos (alocáveis)
Canteiro e Acampamentos
Implantação (mobilização e desmobilização, inclusive dos Recursos Técnicos)
Instalações (abrigos, vias, redes)
Custos Operacionais e de Manutenção
Administração Local
Recursos Humanos de Gestão (gerenciais)
Recursos Humanos Técnicos (modulação básica)
Recursos Humanos Técnicos (pertinência técnica)

29 Ibid., p.8.

54
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Custos Associados aos Insumos


Leis trabalhistas
Necessidade dos Insumos
Benefício e Despesas Indiretas (BDI)
Administração Central
Impostos e Taxas
Seguros, Garantias, Contingências de Contrato e suas decorrências e Despesas Financeiras
Lucro Bruto (resultado bruto esperado)
Custos Presumíveis (avaliação)
Custos Imprevisíveis (avaliação)
Custos Omissos (avaliação)
30
Fonte: adaptado de Carvalho e Pini .

Critérios de alocação

Segundo os autores Carvalho e Pini, esses critérios respondem a uma prerrogativa do


construtor ou a uma necessidade de lógica de construção a fim de que os custos dos
recursos alocáveis representem de maneira associada os “recursos técnicos dos
serviços, rateados, por pertinência, proporcionalmente aos serviços ou destacados,
como item da planilha orçamentária”. De acordo ainda com os autores:

Os recursos humanos de apoio técnico e de gestão (administração local)


são variáveis, de acordo com o sequenciamento da obra e eventuais
descontinuidades e paralisações. A parte física de apoio da obra
(canteiro) são os recursos que estão à disposição, no início, durante
todo o processo, até a sua conclusão31.

Segue-se que, os critérios de alocação utilizados como exemplo podem ser:

1. A pertinência técnica.

2. Rateio proporcional.

3. Destaque orçamentário.

4. Modulação Básica de Frente de Serviços. Referente a este último ponto,


podemos ver no quadro a seguir em caráter discriminativo dedutivo, a
partir do conjunto da obra às suas partes constitutivas:

30 Disponível em: <http://goo.gl/2Wz2Kt>.


31 Ibid., p.10.

55
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Quadro 12.

Modulação Básica de Frentes de Serviços


Empreendimento
Obras
Componentes
Módulos
Serviços principais
Serviços secundários
Produtos
Serviços de apoio

Re-rateio: utilizado para adequação dos custos do Construtor à planilha


orçamentária pré-concebida do contratante. Quando o contratante
estabelece parâmetros, superados pelo valor efetivo extraído da Matriz
de Custos, ou quando o contratante se omite em considerar o item de
custo no Orçamento.

A PINI chama a atenção para que a Engenharia de Custos sirvam de base de conhecimento
para aplicar e analisar tais resultados por meio de tais critérios. A utilização de tais
critérios por parte do construtor é natural, diante disto ela reconhece que este se utiliza
para locação e remuneração; por isto a advertência de que toda análise apenas possui
sentido se acaso tenha representação explícita na Matriz de Custos do construtor.

Os atributos de cada conta classificada, no Plano de Contas, da Matriz de Custos


proposta pela PINI são tratados abaixo:

»» Custos dos Recursos Técnicos: relaciona-se com a execução dos


serviços.

»» Custos com a Mão de obra: está relacionado aos custos com a mão de
obra aplicada no serviço.

»» Custos com Produtos e Materiais: relaciona-se com o custo dos


produtos e materiais aplicados no serviço.

»» Custos com Equipamentos: refere-se ao custo com os equipamentos


utilizados no serviço e a carga horária de trabalho estimada.

»» Custos com Sub-contratações. Custos dos Recursos Logísticos


(alocáveis): representam os custos dos recursos logísticos físicos
de apoio e de gestão técnica e operacional, para a execução da obra.
Compreendem dois compartimentos da matriz de custos:

56
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

›› Canteiro e Acampamento: compreendem os custos com:

·· Implantação.

·· Instalações.

·· Custos operacionais.

·· Manutenção.

›› Administração Local: compreende o custo com:

·· Recursos Humanos ligados à gestão técnica.

·· Gestão geral.

Carvalho e Pini nos apresentam tabelas ilustrativas para Canteiro e Acampamento, bem
como Administração Local.

Quadro 13. Canteiro e Acampamento.

Canteiro e Acampamento (logística)


Implantação
Mobilização
Desmobilização
Instalações
Abrigos
Administração e Engenharia (gerência)
Patrulhas e Frentes (abastecimento, operação e manutenção)
Suprimentos (armazenagem, preparo, distribuição e movimentação)
Pessoal (alimentação, transporte, saúde, segurança, qualidade, meio-ambiente e alojamentos)
Vias
Redes
Custos Operacionais e de Manutenção
Fonte: Carvalho e Pini (Engenharia de Custos aplicada à Construção Civil).

Quadro 14. Administração Local (logística).

Gestão Geral dos Recursos


Projeto
Topografia
Planejamento
Engenharia Produção
Acompanhamento e Controle
Arqueologia
Medições

57
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Escritório e patrimônio
Aquisições e Contratações
Administração
Serviços gerais
Serviços financeiros
Gestão Técnica nas Frentes de Serviços
Serviços preliminares Desmatamento
Corte/ Bota-fora
Terraplenagem Aterro/ Compactação
Escavação de valas
Infraestrutura
Drenagem
Viária
Demolições
Sistema Viário
Arruamentos
Gestão Técnica sobre Recursos
Recrutamento
Seleção
Humanos
Contratação
Necessidades dos Recursos
Aquisições e contratações
Materiais Suprimentos
Aferição
Aquisições e contratações
Equipamentos Suprimentos
Aferição
Instalação e Manutenção
Logísticas Mobilização e desmobilização
Utilities
Fonte: Carvalho e Pini (Engenharia de Custos aplicada à Construção Civil).

Custos associados aos insumos

São tratados como Recursos Técnicos os seguintes insumos na Matriz de Custos:

»» Mão de obra.

»» Materiais.

»» Equipamentos.

Quando associado ao custo da necessidade operacional relativa a este, estes itens


carregam o custo do insumo, uma vez que apresentam totais qualidades de trabalho.

Na sequência, Carvalho e Pini apresentam um exemplo de detalhamento dos custos


associados às necessidades dos grupos de insumos.

58
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Custos associados ao insumo mão de obra – custos que precisam ser incididos
para a tomada de mão de obra capaz da execução dos serviços:

»» Mobilização e desmobilização.

»» Necessidades que se referem a:

›› Transporte.

›› Alimentação.

›› Alojamento etc.

»» Necessidades que se referem a:

›› Máquinas.

›› Ferramentas leves.

›› Treinamento.

»» Necessidades que se referem a:

›› Segurança.

›› Medicina do trabalho.

›› Meio ambiente.

Custos associados aos insumos materiais – custos que precisam ser incididos
para possibilitar a aplicação dos materiais:

»» Necessidades que se referem à preparação:

›› Movimentação.

›› Dosagem e mistura.

›› Usinagem.

›› Corte e dobra.

›› Montagem e distribuição.

»» Necessidades que se referem aos financiamentos específicos.

59
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Custos associados aos insumos equipamentos – custos que precisam ser


incididos para possibilitar a operação aos equipamentos:

»» Mobilização e desmobilização.

»» Necessidades que se referem a:

›› Propriedade.

›› Conservação.

›› Manutenção.

›› Operação.

»» Necessidades que se referem aos financiamentos específicos.

»» Necessidades que se referem aos:

›› Impostos.

›› Seguros.

Quadro 15. Definições e conceitos PINI.

São taxas aplicáveis aos custos de mão de obra (horista ou mensalista) que respondem à legislação trabalhista. São
Encargos Sociais
oriundas de cálculo, onde devem ser atendidos os parâmetros que refletem as condições de trabalho da mão de obra.

São custos resultantes das contingências da obra, de acordo com as condicionantes de execução. Diz respeito
ao repertório de experiências do construtor, podendo ou não estar representados no orçamento (explicitamente
Custos Presumíveis nas composições de custos). Portanto não são considerados em tabelas de custos de mercado padronizadas. A
recomendação da PINI se dá ao não serem apresentados de modo explícito, deve-se ser absorvidos por instrumentos
contratuais de interação e gestão.
São contingências externas à obra acima da capacidade de previsão das partes contratantes (como por exemplo: chuvas
anormais, eventos climáticos, greves, Estado de Sítio, distorções econômicas de segmentos de mercado, inflação fora do
Custos Imprevistos
controle,). O equilíbrio no contrato deve ser almejado, em caso de não ser absorvidos pelos instrumentos contratuais de
interação e gestão, quando ocorrerem.
São custos definidos em obrigações e responsabilidades contratuais que, por falha de omissão do construtor, não foram
anotados no orçamento. Nessa situação, desde que garantido o princípio de transparência nas relações contratuais,
Custos Omissos essa omissão é objeto de ajuste, para manter o equilíbrio contratual. Quando a omissão ocorrer por falha da planilha
orçamentária do contratante, o construto tem a prerrogativa de ratear os custos omissos nos itens de custo do seu
orçamento.
Fonte: Carvalho e Pini (Engenharia de Custos aplicada à Construção Civil).

Como sugestão de complementação de leitura sobre a PINI, acesse a página


disponível em: <http://www.piniweb.com.br/empresa/download/Engenharia_
custos_aplicada_a_construcao_civil.pdf>.

60
CAPÍTULO 5
Custos unitários auxiliar

As composições “auxiliares” são comumente empregadas quando na aplicação da


técnica de elaboração/organização de orçamentos.

Composições auxiliares: são composições padronizadas que


atendem a mais de um serviço explicitamente destacado na planilha
de orçamento sintético da obra, racionalizando a apresentação do
orçamento.

Grandes listas de insumos para “subprodutos comuns” passam a ser evitadas quando
se aplica as composições auxiliares e com isto não haja a reprodução repetitiva da
mesma para cada serviço, ao passo que é suficiente uma linha na composição principal
referencia o código da composição auxiliar. Deste modo, é certo que aparece apenas
no orçamento analítico, uma vez que não destacam-se na planilha e orçamento
sintético.

As Orientações do TCU nos traz um exemplo do caso da alvenaria de vedação. Faz parte
da composição de custo unitário auxiliar a argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia).
Conforme segue:

Figura 17. Exemplo de composição de custo unitário de argamassa do Sinapi.

Código da
DESCRIÇÃO DA COMPOSIÇÃO UNIDADE
composição
Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média) para emboço/massa única/assentamento de alvenaria
87292 M3
de vedação, preparo mecânico com betoneira 400 l.
CUSTO
TIPO ITEM CÓDIGO DESCRIÇÃO ITEM UNIDADE COEFICIENTE CUSTO UNIT.
TOTAL
Betoneira capacidade nominal
Composição 87445 CHP 1,100000 2.77 3,07
4001- CHP diurno.
Betoneira capacidade nominal
Composição 87446 CHI 3,640000 0,48 1,75
4001-CHI diurno
Operador de betoneira com
Composição 88377 H 4,750000 10,95 52,01
encargos complementares
Areia média- posto jazida /
Insumo 370 M 1,2900000 79,9 103,07
fornecedor (sem frete)
Cal hidratada, de l a. qualidade,
Insumo 1106 KG 193,7000000 0,57 110,41
para argamassa
Insumo 1379 Cimento portand CP II- 32 KG 185,63000000 0,41 76,11
Total 346,42
Fonte: Brasil (2014, p.25).

61
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Segundo o mesmo documento ainda há a possibilidade de diversos níveis de organização


do orçamento analítico, aos quais podem possuir diferentes classes de estruturação e
camadas de composições auxiliares de custos.

Neste caso, compõe especialmente o custo da alvenaria de vedação quando se faz uso da
composição auxiliar de argamassa traço 1:2:8, a qual se vale das outras composições
de custo auxiliares, tais como a que detalha o custo horário produtivo (CHP) da
betoneira.

Tipos de composição de custo unitário


De acordo com as “Orientações para elaboração de planilhas orçamentárias de obras
públicas” do Tribunal de Contas da União, podem ser expressas tais composições de
custos basicamente de duas maneiras:

1. Composição de custo unitário com o uso de coeficientes, a exemplo


das composições apresentadas anteriormente, geralmente utilizada em
serviços gerais de construção civil.

2. Composição analítica de custo unitário com demonstrativo de produção


horária da equipe, que costuma ser utilizada quando a patrulha de
equipamentos que acompanha a produção tem representatividade no
custo, como é o caso de serviços predominantemente mecanizados de
infraestrutura. A determinação da produção horária da equipe constitui
fator determinante para o cálculo do custo (BRASIL, 2014, pp. 24-25).

Ainda de acordo com o mesmo documento temos os seguintes tipos:

»» Insumos: consiste em componente que faz composição da planilha


orçamentária, sendo estes elementos que entram no processo de produção
dos serviços.

»» Índice de Aplicação (Coeficiente): consiste na aplicação de


quantidade de material ou mão de obra no cumprimento de determinado
serviço da obra.

»» Curva ou Classificação ABC de Serviços: oriunda da planilha


orçamentária da obra. Consiste numa tabela onde os itens do orçamento
são alocados, para que, seja mais a frente compostos por sua importância
ao que se refere ao preço total, de modo decrescente é determinado o peso

62
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

porcentual do valor casuístico em função do valor total do orçamento. Na


sequência disto, são calculados os valores acumulados (%) de tais pesos.

As Orientações trazem uma tabela de um trecho da curva ABC de serviços de uma típica
obra rodoviária, nos sendo importante a visualização:

Figura 18. Exemplo de curva ABC de serviços.

Item Descrição do Serviço Unid. Quantidade Preço Unitário Preço Parcial % % Acum.

Transporte Local em Rodovias


1 TKM 39.144.695,53 0,49 19.180.900.81 34,2 34,19
Pavimentadas
Aquisição de cimento Asfáltico
2 T 4.320,00 1.611,74 6.962.716,80 12,4 46,6
CAP-20
Transporte de cimento Asfáltico
3 TKM 4.320,00 1.423,14 6.147.965 11 57,56
CAP-20
Execução de Concreto Betuminoso
4 T 4.320,00 81 5.832.000.00 10,4 67,96
Usinado a Quente- CBUQ
Reciclagem Simples c/incorporação
5 M 72.000,00 44,34 3.092.874,62 5,51 73,47
revestimento Asfáltico
Reforço de sol estabilizado
6 M 69.753,60 9,83 1,728.922,52 3,08 76,55
granulometricamente
Cerca com arame farpado com
7 M 175.882,25 16,77 1.664.657,28 2,97 79,52
mourão de concreto
8 Administração Local da Obra VB 99.264,00 1.380.911,51 1.380.911,51 2,46 81,98
9 Aquisição de Asfalto Diluído CM-30 T 1 2.207,62 1.320.995,66 2,35 84,34
Fornecimento, preparo e colocação
10 KG 598,38 10,52 1.272.920,00 2,27 86,61
de Aço CA-50
Fornecimento e cravação de
11 M 121.000,00 684,31 889.603,00 1,59 88,19
estacas metálicas perfil duplo 10
12 Enroscamento de pedra jogada. M 1.300,00 97,18 888.305,86 1,58 89,78
Escavação, carga, e transporte mat.
13 M 9.140,83 7,12 668.385,23 1,19 90,97
1 cat. DMT de 1400 a 2000 m.
14 Meio-fio de concreto tipo MFC-01 M 93.874,33 49,39 587.098.93 1,05 92,01
15 Mobilização e Desmobilização VB 11.887,00 500.000,00 500.000,00 0,89 92,9
16 Canteiro de Obras VB 1.00 406.321,29 406.321,29 0,72 93,63
Concreto Fck=25 Mpa Contr. Raz
17 M 1.00 470,37 395.534,13 0,71 94,33
Ger.
Aquisição de Emulsão Asfáltica
18 T 840,9 1.156,88 354.167,24 0,63 94,97
RR-1c
Escavação, carga e transporte mat.
19 M 306,14 8,75 278.557,13 0,5 95,46
1 cat. DMT de 2000 a 3000 m.
Fonte: Brasil (2014, p.27).

Analisar as planilhas orçamentárias é o que é de fato importante na curva ABC, neste


caso. É bastante comum que haja orçamentos com grande quantidade de itens de
serviço distintos. Deste modo, a curva ABC de serviços tem a possibilidade de avaliar
globalmente o orçamento examinando somente parte dos serviços.

63
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

De acordo com Santo (2006):

A Curva ABC é uma forma de classificação muito utilizada que usa o


critério valor de uso anual (quantidade utilizada por ano x valor unitário).
Entretanto, essa técnica só é considerada eficiente para classificação de
itens quase homogêneos, em que o valor de uso é a principal diferença
(Ramanathan, 2004). Por meio da Curva ABC, pode-se dedicar mais
atenção aos itens A por representarem alta participação nos valores
movimentados de estoque.

Curva ABC de insumos: aqui são apresentados todos os insumos da obra aos quais
classificam-se em sua relevância de modo decrescente.

A fim de que seja feita sua confecção, é preciso a composição dos “custos unitários de
todos os serviços da obra para o agrupamento dos insumos similares de cada serviço”.

Porém, cuidado especial deve ser adotado em relação ao projeto básico.


Se a qualidade não for a desejada, existe elevado risco de itens que a
princípio pertenciam ao grupo C migrarem para o grupo A no decorrer
da obra diante da necessidade de acréscimo de quantitativos. Nesse
caso, se os responsáveis concentraram sua análise inicial de preços
apenas nos itens do grupo A poderão ter uma desagradável surpresa ao
perceberem que um serviço do item C, contratado a um valor unitário
elevado, teve um aditivo substancial de quantidades, ocasionando dano
ao erário (SARIAN, 2015, p.338).

Objetivando facilitar o orçamento de obras, esta curva de fato faz-se realmente útil em
diversas ocasiões. O refinamento de detalhes orçamentários no que tange à pesquisa de
mercado dos insumos, bem como planejamento e programação de obras, faz com que
seja usada em larga medida na cotação de serviços e quantidade real necessária para
correto andamento “enxuto” em termos de custo, da obra.

Como forma de complementação de estudos, veja planilhas completas no


Manual de Custos Rodoviários do DNIT disponível em: <http://www.dnit.
gov.br/download/servicos/sicro/manual-de-custos-rodoviarios/Volume1_
Un_2003.pdf>.

Encargos Sociais: os custos com encargos sociais e trabalhistas,


segundo o arcabouçou legal vigente, comumente são expressos como
um percentual incidente sobre os salários.

64
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Temos ainda dois modos distintos de tratar dos encargos sociais:

1. Sobre a folha de pagamento.

2. Sobre o custo operacional de mão de obra.

Mão de obra horista

De acordo com as Orientações do TCU, consideram-se aqui as horas trabalhadas


propriamente ditas da mão de obra. Deste modo, o repouso semanal também não
deve ser esquecido, pois também deve ser pago, bem como os feriados, sendo estes
partes integrais do pagamento.

O salário dos profissionais pagos por hora também está sujeito aos porcentuais de encargos
sociais, estes tomados por apontadores, de maneira que geralmente considera-se as
composições de custo direto encargos sociais dos horistas.

Segundo o Manual de Metodologias e Conceitos do SINAPI apresenta um cálculo


dos encargos sociais incidentes sobre a mão de obra horista. Focado para São Paulo,
adotou-se as seguintes premissas:

»» Dias do ano: 365,25 dias (sendo que 0,25 dias / ano se dá por força do
ano bissexto).

»» Horas de trabalho/semana: 44 horas.

»» Dias de trabalho/semana: 6 dias (sábado também é incluído).

»» Horas de trabalho/dia:

44 horas
= 7,33 horas
6 dias

» » Horas mensais consideradas para pagamento: 220 horas. Horas


trabalháveis ao ano:

365,25 dias X 7,33 horas=2.678,50 horas

»» Horas efetivamente trabalhadas ao ano:

2.678,50 horas-665,74 horas=2.012,76 horas

A observação que é feita aqui é que 665,74 é o número de horas remuneradas e não
necessariamente as de trabalho – a qual inclui pausas semanais, férias, feriados etc.

65
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

»» Média de dias de chuva ao ano em São Paulo (Fonte: INMET-10 anos


apud Sinapi): 131 dias.

»» Contribuição SECONCI-SP: 1,00%.

Considera-se aqui também a taxa de rotatividade de empregados da área em


questão, objetivando o cálculo dos gastos que se dão em função da contratação dos
serviços.

Figura 19. Resumo de mão de obra horista.

ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO MÊS - PADRÃO


CÓDIGO DESCRIÇÃO GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D
A GRUPO A
A1 INSS 20,00%
A2 SESI 1,50%
A3 SENAI 1,00%
A4 INCRA 0,20%
A5 SEBRAE 0,60%
A6 Salário Educação 2,50%
A7 Seguro Contra Acidentes Trabalho 3,00%
A8 FGTS 8,00%
A9 SECONCI 1,00%
B GRUPO B
B1 Repouso Semanal Remunerado Não Incide
B2 Feriados Não Incide
B3 Auxílio-Enfermidade 0,69%
B4 13 Salário
o
8,33%
B5 Licença Paternidade 0,02%
B6 Faltas Justificadas 0,56%
B7 Dias de Chuvas Não Incide
B8 Auxílio Acidente de Trabalho 0,09%
B9 Férias Gozadas 7,29%
B10 Salário Maternidade 0,02%
C GRUPO C
C1 Aviso Prévio Indenizado 4,50%
C2 Aviso Prévio Trabalhado 0,11%
C3 Férias Indenizadas +1/3 3,03%
C4 Depósito Rescisão Sem Justa Causa 3,74%
C5 Indenização Adicional 0,38%
D GRUPO D
D1 Reincidência de A sobre B 6,44%
D2 Reincidência de A sobre Aviso Prévio Trabalhado 0,40%
+ Reincidência de FGTS sobre Aviso Prévio
Indenizado
SUB-TOTAIS (GERAL) 37,80% 17,04% 11,76% 6,84%
TOTAL DOS ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO MÊS 73,44%
Fonte: SINAPI (2014, p.96).

66
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Mão de obra mensalista

Os custos com a mão de obra mensalista são apropriados pela


permanência dos trabalhadores, ou seja, considerando o total de
horas remuneradas, independentemente do período efetivamente
trabalhado, não sendo considerados no cálculo dos encargos sociais os
feriados e o repouso semanal remunerado. O percentual de encargos
para mensalistas incide habitualmente sobre o salário de integrantes da
equipe técnica e administrativa da obra. Os encargos sociais adotados
pelo Sinapi variam em função da Unidade da Federação. As variações
observadas decorrem basicamente das diferenças regionais entre o
prazo médio de permanência dos empregados e do número de dias de
feriados. (BRASIL, 2014, p.29).

De acordo com o Sinapi, em tal regime não se adota a ideia de horas produtivas, mas
a de meses trabalhados (doze meses).

O que se é tomado no regime horista em termo de dados e premissas, também é o no caso


mensalista, exceto quando na apropriação de encargo proveniente de dias chuvosos,
aos quais não geram impactos consideráveis na jornada de trabalho do contratado no
que se refere ao regime de salário mensal; a exemplo de:

»» Engenheiros.

»» Arquitetos.

»» Equipe de administração local.

Extraído diretamente do Sinapi, a figura que segue apresenta os parâmetros dos


encargos sociais que são usados por este para os trabalhadores da construção civil:

Figura 20. Resumo de mão de obra mensalista.

ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO MÊS - PADRÃO


CÓDIGO DESCRIÇÃO GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D
A GRUPO A
A1 INSS 20,00%
A2 SESI 1,50%
A3 SENAI 1,00%
A4 INCRA 0,20%
A5 SEBRAE 0,60%
A6 Salário Educação 2,50%
A7 Seguro Contra Acidentes Trabalho 3,00%
A8 FGTS 8,00%

67
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO MÊS - PADRÃO


CÓDIGO DESCRIÇÃO GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D
A9 SECONCI 1,00%
B GRUPO B
B1 Repouso Semanal Remunerado Não Incide
B2 Feriados Não Incide
B3 Auxílio-Enfermidade 0,69%
B4 13o Salário 8,33%
B5 Licença Paternidade 0,02%
B6 Faltas Justificadas 0,56%
B7 Dias de Chuvas Não Incide
B8 Auxílio Acidente de Trabalho 0,09%
B9 Férias Gozadas 7,29%
B10 Salário Maternidade 0,02%
C GRUPO C
C1 Aviso Prévio Indenizado 4,50%
C2 Aviso Prévio Trabalhado 0,11%
C3 Férias Indenizadas +1/3 3,03%
C4 Depósito Rescisão Sem Justa Causa 3,74%
C5 Indenização Adicional 0,38%
D GRUPO D
D1 Reincidência de A sobre B 6,44%
D2 Reincidência de A sobre Aviso Prévio Trabalhado + Reincidência de 0,40%
FGTS sobre Aviso Prévio Indenizado
SUB-TOTAIS (GERAL) 37,80% 17,04% 11,76% 6,84%
TOTAL DOS ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO MÊS 73,44%
Fonte: SINAPI (2014, p.101).

Sendo que:

O GRUPO A consiste em Encargos Sociais provenientes da legislação, incidentes sobre


os salários mensais (os mesmos da mão de obra horista).

O GRUPO B é utilizado para calcular o percentual de cada encargo em relação ao


salário mensal.32

O GRUPO C diz respeito aos Encargos Sociais que não recebem incidência do Grupo
A. Predominam as indenizações, tal como:

»» Aviso prévio.

»» Férias, quando vencidas e não gozadas (indenizadas), e outras


indenizações.

32 Desconsiderou-se os custos decorrentes do Repouso Semanal Remunerado, de paralisações em função de dias chuvosos
chuvas, bem como de feriados, uma vez que se considerou que os dois primeiros estão incluídos na remuneração mensal e, por
conseguinte que não há relação expressiva entre as chuvas e os serviços prestados pelos trabalhadores mensalistas.

68
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

O GRUPO D consiste em reincidências de um grupo sobre outro. Neste caso, tal como
é visto na memória de cálculo dos encargos para a mão de obra horista, versa sobre a
reincidência de um encargo, ou grupo de encargos, sobre outros.

Merece ser esclarecido o fato de que os custos complementares


decorrentes da mão de obra, encontrados em parte da literatura como
mais um grupo de encargos (ou Grupo E), e que não são variáveis
em função do valor pago a título de salário, tais como transporte,
alimentação, EPI, ferramentas e outros, não são contemplados nessa
metodologia de cálculo de encargos sociais, devendo ser inseridos em
planilha orçamentária como Custos Diretos (BRASIL, 2014, p.31).

O SINAPI obteve os dados de rotatividade da mão de obra para este estudo


no CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, e podem ser
consultados disponíveis em: <http://bi.mte.gov.br/cagedestabelecimento/
pages/consulta.xhtml#>.

O documento ainda traz uma série de grupos para complementar as informações


sobre os encargos sociais, aos quais não conseguiremos trata-los em detalhes
aqui. Deste modo, indicamos a leitura dos seguintes artigos científicos:

»» Custo de Mão de obra e Encargos Sociais disponível em: <http://


www.scielo.br/pdf/cest/n6/n6a03.pdf>. Link curto: <http://goo.gl/
qRs99b>.

»» Provisão para encargos sociais elaborado pelo Tribunal de Contas


do Estado do Paraná, disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S1413-92511992000100004&script=sci_arttext>. Link curto:
<http://goo.gl/RNf95E>.

»» Impactos dos encargos sociais na economia brasileira. Disponível


em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
63512008000100003>. Link curto: <http://goo.gl/JcZhv2>.

Documentos legais:

»» Leis 12.844/2013 e 13.043/2014 estabelecem a desoneração da folha


de pagamento para determinados segmentos da construção civil.

69
CAPÍTULO 6
Benefícios e Despesas Indiretas (BDI)

Definição e cálculos
Em primeiro lugar, nos é válido analisar diferentes pontos que definem o conceito de
BDI, a fim de alargarmos um pouco mais nossas concepções:

BDI: consiste em um índice definido antecipadamente pela empresa


construtora, ao qual é aplicado à planilha de custo. Tem por função
complementar o orçamento, incluindo verbas que não podem ser
discriminadas, ou ainda que não se desejam.

De acordo com Carvalho e Pini:

O BDI é um atributo singular e condicionado do construtor, para


satisfazer às suas necessidades organizacionais, às exigências de
habilitação do contratante e à compulsoriedade da política tributária e
fiscal do Governo. O BDI é vinculado a um dimensionamento da obra.
Qualquer alteração nas obrigações e responsabilidades contratuais,
destacando-se prazos, valores no orçamento e quantitativos impactam
o BDI.

O Manual de Orientações do TCU nos informa que a definição de BDI partiu na Decisão
255/1999-Primeira Câmara, como:

“Um percentual aplicado sobre o custo para chegar ao preço de venda a ser apresentado
ao cliente”.

Para se chegar à planilha final ou Planilha de Vendas (PV), planilha integrante da


proposta comercial para a construção e ou reforma de determinado serviço e ou obra, o
BDI é necessário. Sendo que esta é:

Planilha de Vendas: é a planilha final acompanhada da proposta


comercial de vendas onde são apresentados todos os serviços que
serão realizados pela empresa construtora, normalmente na proposta
comercial apresenta-se os documentos fiscais que habilitam a
empresa, a sua equipe técnica, os equipamentos, sua infraestrutura,
o cronograma físico-financeiro e todas as garantias comerciais

70
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

necessárias a garantir-se que o respectivo serviço seja realizado


de acordo com as condições previamente acertadas/negociadas
(XAVIER, 2008).

De acordo com Jesus (2008) em “Recomendações para elaboração de orçamento


de obras de reabilitação de edifícios habitacionais”, ao se determinar custos diretos
e indiretos, levando em consideração os impostos incidentes e o lucro da empresa, é
possível determinar o custo total do empreendimento:

CT = (CD + CI) / (1 - I% - L%)

Onde:

CT: Custo total do empreendimento;

CD: Custos diretos;

CI: Custos indiretos;

i%: Impostos sobre faturamento; e

L%: Lucro.

Posto isto, na sequência obtém-se o valor que corresponde o BDI:

BDI (%) = (CT / CD) -1

Baseado nisto, as “Orientações para elaboração de planilhas orçamentárias de obras


públicas” do TCU traz a mesma fórmula, porém realocado o produto, a fim de que o
preço de venda seja calculado:

PV = CD x (1 + BDI)

Onde:

PV: Preço de Venda. CD: Custo Direto da Obra.

De acordo com o Decreto 7.983/2013, há a disposição do preço global de referência, ao


qual será resultante do custo global de referência acrescido do valor correspondente ao
BDI. Este deve demonstrar em sua composição, no mínimo:

I. Taxa de rateio da administração central.

II. Percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço,


excluídos aqueles de natureza direta e personalística que oneram o
contratado. Taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento.

III. Taxa de remuneração do construtor.

71
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

A Figura abaixo ajuda a ilustração da composição típica do BDI:

Figura 21. Rubricas que compõem o BDI.

ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL

TRIBUTOS
SOBRE SEGUROS E
FATURAMENTO GARANTIAS

BDI
REMUNERAÇÃO CONTINGÊNCIAS

DESPESAS
FINANCEIRAS

Fonte: adaptado de Brasil (2014, p.85).

Antes de prosseguirmos, Carvalho e Pini nos dão boa razões do porquê se estabelecer
o BDI:

Foi o modo pelo qual a Engenharia de Custos, aplicada à Construção


Civil, montou um plano de contas, para referência de custos, separando
os custos de construção das despesas indiretas, com o objetivo de
rateá-las, por meio de uma taxa, para incidir de modo indistinto, sobre
todos os custos do orçamento. O BDI não pode ser entendido de modo
isolado, mas deve ser estudado como parte integrante do orçamento
da obra.

E assim eles a estruturam caracteristicamente em quatro grandes compartimentos:

1. Conjuntura tributária: oriunda da legislação, consiste em Impostos e


Taxas. Tem a compulsoriedade e sujeição a mudanças com características
principais. Fora do domínio de atividades pertinentes ao construtor.

Impostos gerais e específicos (PIS, COFINS, ISS e outros), bem como por
parâmetros designativos de taxas fazem parte dela. Seu recolhimento é
obrigatório, sob pena de irregularidade por sonegação fiscal.
72
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

2. Competitividade empresarial: consiste no lucro ou resultado bruto


esperado pelo construtor. Tem a individualidade da organização e
dimensão concorrencial, com grande influência em nível organizacional
(posicionamento de mercado) e segmento de atuação (tipologia de obras),
como características principais. É uma prerrogativa do construtor.

3. Gestão centralizada: compõe-se da Administração Central.


A individualidade da organização, a dimensão concorrencial, que carrega
forte influência do porte empresarial (posicionamento de mercado),
segmento de atuação (tipologia de obras) e regulação, pelo critério de
seleção dos termos de licitação, são suas características principais. É uma
prerrogativa do construtor.

Diz respeito também a fatores como:

›› Vitalidade da gestão.

›› Capacidade de assumir riscos.

›› Efetividade comercial.

4. Exigências do contrato: compreendem fatores de habilitação do


contratante. Tal como:

›› Seguros e garantias.

›› Despesas financeiras.

›› Contingências de contrato.

Exigência de detalhamento e fórmula de cálculo


do BDI

De acordo com o TCU, é imprescindível que seja apresentada pela Administração,


de modo detalhado, a taxa de BDI, a qual fora utilizada no orçamento referencial da
licitação. Não somente isto, mas também que se faça exigência aos que participam da
licitação, os detalhes dos percentuais aplicados em suas respectivas propostas de custos.

Demais questões como memórias de valores, encontram-se aduzidas na Súmula


no 258/2010. A segregação da composição do BDI também cria a possibilidade de aferição da
exequibilidade do orçamento (extremamente importante em um processo de licitação,

73
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

uma vez que, à medida que o pregoeiro não entende tal exigência, é bastante comum
que o licitante baixe tanto seu custo a fim de ganhar a licitação que, em algum momento
perceba a tétrica situação de que seu trabalho tornou-se inexequível).

Em algum momento também pode servir como parâmetro a qual embase a possibilidade
de cálculos aditivos contratuais em caso da criação, extinção e alterações de tributos
durante a execução contratual, de comprovada repercussão nos preços contratados,
conforme do artigo 65, §5o, da Lei no 8666/1993.

Como vimos acima, não há apenas uma fórmula para se calcular o BDI, uma vez que
se pode encontrar variadas bibliografias sobre o tema. No âmbito da jurisprudência
do TCU – que mais nos interessa até então – há o entendimento de que a equação que
melhor traduz a incidência das rubricas do BDI no processo de formação do preço de
venda da obra é a que segue:

 1 + ( AC + S + R + G ))(1 + DF )(1 + L ) 
BDI  (1 − I )  − 1 x 100
 

Onde:

AC é a taxa de rateio da administração central;

S é uma taxa representativa de seguros;

R corresponde aos riscos e imprevistos;

G é a taxa que representa o ônus das garantias exigidas em edital;

DF é a taxa representativa das despesas financeiras;

L corresponde à remuneração bruta do construtor;

I é a taxa representativa dos tributos incidentes sobre o preço de venda


(PIS, Cofins, CPRB e ISS).

Obtenção de um BDI referencial

Por meio do uso de faixas de referência é possível obter o BDI referencial, ao qual
poderá ser usado no orçamento-base da licitação. Estas faixas estão presentes no
Acórdão 2.622/2013 – Plenário. Vejamo-las:

74
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Figura 22. Parâmetros de referência do BDI por tipo de obra.

VALORES DO BDI POR TIPO DE OBRA – 1o QUARTIL, MÉDIO E 3o QUARTIL

TIPOS DE OBRA 1o Quartil Médio 3o Quartil

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 20,34% 22,12% 25,00%


CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 19,60% 20,97% 24,23%
CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, COLETA DE ESGOTO E
20,76% 24,18% 26,44%
CONSTRUÇÕES CORRELATAS
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
24,00% 25,84% 27,86%
ELÉTRICA
OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 22,80% 27,48% 30,95%
BDI DIFERENCIADO PARA MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 11,10% 14,02% 16,80%
Fonte: Acórdão 2.622/2013 – Plenário.

Estes tipos de obra da tabela acima adotaram a codificação da CNAE – Classificação


Nacional da Atividade Econômica. Também apresenta os mesmos parâmetros de
mercados individuais para as rubricas que compõem o BDI:

Figura 23. Parâmetros referenciais das rubricas que compõem o BDI.

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL SEGURO + GARANTIA RISCO


TIPOS DE OBRA 1o 3o 1o 3o 1o 3o
Médio Médio Médio
Quartil Quartil Quartil Quartil Quartil Quartil
CONSTRUÇÃO DE
3,00% 4,00% 5,50% 0,80% 0,80% 1,00% 0,97% 1,27% 1,27%
EDIFÍCIOS
CONSTRUÇÃO DE
3,80% 4,01% 4,67% 0,32% 0,40% 0,74% 0,50% 0,56% 0,97%
RODOVIAS E FERROVIAS
CONSTRUÇÃO DE REDES
DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA, COLETA DE 3,43% 4,93% 6,71% 0,28% 0,49% 0,75% 1,00% 1,39% 1,74%
ESGOTO E CONSTRUÇÕES
CORRELATAS
CONSTRUÇÃO E
MANUTENÇÃO DE
ESTAÇÕES E REDES DE 5,29% 5,92% 7,93% 0,25% 0,51% 0,56% 1,00% 1,48% 1,97%
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA
OBRAS PORTUÁRIAS,
4,00% 5,52% 7,85% 0,81% 1,22% 1,99% 1,46% 2,32% 3,16%
MARÍTIMAS E FLUVIAIS

DESPESA FINANCEIRA LUCRO


TIPOS DE OBRA
1o Quartil Médio 3o Quartil 1o Quartil Médio 3o Quartil
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 0,59% 1,23% 1,39% 6,16% 7,40% 8,96%
CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 1,02% 1,11% 1,21% 6,64% 7,30% 8,69%
CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA, COLETA DE ESGOTO E CONSTRUÇÕES 0,94% 0,99% 1,17% 6,74% 8,04% 9,40%
CORRELATAS
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E
1,01% 1,07% 1,11% 8,00% 8,31% 9,51%
REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 0,94% 1,02% 1,33% 7,14% 8,40% 10,43%
Fonte Acórdão 2.622/2013 – Plenário.

75
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

O documento do TCU ainda aponta que as tabelas que foram trazidas não abarcam
a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), estabelecida na Lei
12.844/2013, a qual se aplica às “empresas que estão sujeitas à desoneração da folha de
pagamento”.

Para adequar o melhor BDI, este deve ser escolhido de acordo com a situação específica
e de modo casuístico. Considerar alíquotas de tributos, questionamentos possíveis,
valores para a taxa e especificidades em geral, se darão em função de situação díspare.

Pela própria logística das empresas é natural que ocorram certas


flutuações de valores nas previsões das despesas indiretas e da margem
de lucro a ser obtida. Como essa análise dos itens que compõem o BDI
deve ser feita em conjunto, a adoção de um percentual muito acima da
faixa de referência para determinado componente não necessariamente
constitui irregularidade, pois, em contrapartida, outras despesas
indiretas, ou ainda, a remuneração, podem estar cotados em patamares
inferiores ao esperado [...] não se deve perder de vista que o parâmetro
mais importante de todos é o valor médio do BDI. Ele é o parâmetro que
deve ser buscado pelo gestor, pois representa a medida estatística mais
concreta obtida. A faixa apenas amplia e dá uma dimensão da variação
do BDI, mas é a média o valor que de fato tende a representar o mercado,
devendo servir como referência a ser buscada nas contratações públicas.
(BRASIL, 2014, p.88).

Com feito, chama a atenção o TCU que não se deve realizar somente um valor médio
de referência para o BDI de cada tipo de obra “sem levar em conta uma margem ou
faixa que possibilite contemplar todas essas variações que na realidade são observadas
na formação do valor do BDI”.

Sendo BDI também um porcentual, todos os preços unitários sofrem aplicação deste
quando no orçamento. Tanto lucros e retiradas dos proprietários/diretores também
são considerados. Despesas indiretas (DI), a qual incluir desde despesas imobiliárias,
veículos, até assessorias, tributações etc., também deve ser consideradas.

Portanto, despesas diretas (embora o nome) também não são olvidadas, tal como:

»» Mão de obra de gestão local (em geral).

»» Aluguéis de equipamentos.

»» Terrenos ou prédios etc.

76
CAPÍTULO 7
Demais concepções

Conteúdo de um orçamento de obra pública


O TCU ainda assevera a representação final que o orçamento sintético ou planilha
orçamentária tem para o todo o processo de planejamento de orçamentação de obras
públicas.

Conforme pode ser visto no material de apoio – material integrante deste curso –
intitulado “Obras Públicas – Fundamentos, Tipologia e Normatização”, há peremptória
importância a elaboração do Projeto Básico e Executivo, sendo que o sintético, como o
próprio nome diz, sintetiza todas as informações e acabe por representar este Projeto
Básico.

No entanto, apenas o orçamento sintético não proporciona o


pleno entendimento dos valores envolvidos para a execução
da obra, sendo necessária a análise de outros elementos. Por exemplo,
os preços unitários são formados pelos respectivos custos unitários
e pela taxa de BDI. O entendimento da taxa de BDI, por sua vez,
necessita do detalhamento de suas rubricas, em especial das
alíquotas de tributos. Por vezes até as alíquotas de tributos aplicadas ao
empreendimento suscitam dúvidas das licitantes, necessitando serem
justificadas em um memorial (BRASIL, 2014, p.95, grifo nosso).

No que tange os custos diretos, entende-se a insofismável importante de apresentar


todos os custos unitários, uma vez que possibilitam a fomentação de dúvidas relativas
aos coeficientes e custo dos insumos. O documento do TCU ainda nos informa que a
importância disto se dá pelo fato de que em alguns casos, há a necessidade que estejam
presentes todas as cotações que foram usadas a fim de dar bases para os valores dos
materiais e equipamentos.

Destarte, vejamos as recomendações das Orientações do TCU, que se referem à


composição de orçamento de uma obra pública, as quais também deverão ser autuadas
em um processo de licitação:

1. Orçamentos sintéticos de cada edificação, instalação física, etapa, parcela


ou trecho da obra.

77
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

2. Planilha orçamentária de consolidação, agrupando em uma única


planilha todos os orçamentos sintéticos, nos casos de empreendimentos
compostos por várias etapas, parcelas, edificações ou trechos.

3. Orçamento resumido, apresentando apenas os subtotais da planilha


orçamentária de consolidação ou os totais do orçamento sintético de cada
etapa, parcela, edificação, instalação física ou trecho do empreendimento.

4. Memória de cálculo analítica dos quantitativos dos serviços.

5. Orçamento analítico formado por composições de custo unitário de todos


os serviços existentes no orçamento sintético e de eventuais composições
de custo unitário de serviços auxiliares.

6. Curva ABC de serviços da planilha orçamentária de consolidação.

7. Curva ABC de insumos da planilha orçamentária de consolidação.

8. Demonstrativo analítico de encargos sociais utilizados para a mão de


obra horista e mensalista.

9. Demonstrativo analítico das taxas de BDI utilizadas.

10. Demonstrativos detalhando as premissas e os cálculos dos custos horários


dos equipamentos utilizados nas composições de custo unitário.

11. Demonstrativos da produção horária das equipes mecânicas, no


caso dos serviços de terraplanagem, pavimentação e outros serviços
predominantemente mecanizados (BRASIL, 2014, p.95).

Veja mais em Planilhas orçamentárias: visão prática; disponível em: <http://


www.editoraforum.com.br/anexos/pdfs/livros/ClaudioSarian_Obras_Publicas_
cap-13.pdf>. Link curto: <http://goo.gl/hQtggC>.

Formação de preço com base nos quantitativos e


custos unitários dos insumos utilizados

As Orientações do TCU trazem uma metodologia baseada na

1. identificação;

2. quantificação; e

78
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

3. valoração dos insumos que serão empregados de modo direto tanto na


prestação dos serviços quanto em momentos posteriores na multiplicação
dos valores desses custos por fatores específicos.

Chamam-se então os coeficientes multiplicadores de “fator K” e TRDE (Taxa de


Ressarcimento de Despesas e Encargos), ao quais incide sobre o custo direto de salários
da mão de obra e outros custos diretos. Vejamos as equações a seguir que o documento
nos traz:

PV = CDsal x K + CDoutros x TRDE

K = (1+k1+k2)(1+k3)(1+k4)

TRDE = (1+k3)(1+k4)

Onde:

PV: preço de venda total praticado pela empresa de engenharia consultiva.

CDsal: custo direto de salários.

K: fator “K”.

CDoutros: demais custos diretos.

TRDE: taxa de ressarcimento de despesas e encargos.

K1: encargos sociais incidentes sobre a mão de obra.

K2: administração central da empresa de consultoria (ou overhead).

K3: remuneração bruta da empresa de consultoria.

K4: fator relativo aos tributos incidentes sobre o preço de venda, dado pela equação K4
= 1/(1-I), em que “I” são os referidos tributos.

No que tange aos salários, seu custo direto é adequado quanto aos colaboradores
possuem relação direta com a execução, enquanto que os demais custos diretos devem
estar relacionados a aluguéis (viagens e equipamentos), mobiliários etc. Por meio de
pesquisas são obtidos os parâmetros e dados necessários.

No que se refere ao fator K, o documento trata que:

Observa-se que o fator K varia de empresa para empresa e, também,


oscila ao longo do tempo para uma determinada firma, em função das

79
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

características de sua equipe técnica permanente, da carteira de serviços


em execução e dos compromissos assumidos. Portanto, a necessidade
de atualização ou aferição do fator K deve ser permanentemente
considerada [...]. Recomenda-se o uso preferencial do presente método,
pois o custo é determinado pelo período de permanência de cada
categoria profissional, de forma que o critério adotado para formação
do preço guarda relação direta com a estrutura de custos das empresas
contratadas, tornando mais transparente eventual alteração contratual
(BRASIL, 2014, p.98).

O documento ainda traz uma tabela bastante comum que resume um orçamento de um
contrato de supervisão e apoio à fiscalização de obras:

Quadro 16.

ÓRGÃO CONTRATANTE DATA-BASE


OBRA: OBJETO:
EDITAL:
Supervisão e Apoio e Fiscalização das Obras
A - MOBILIZAÇÃO / DESMOBILIZAÇÃO 30.321,00
A1 - MOBILIZAÇÃO 15.156,00
A2 - DESMOBILIZAÇÃO 15.156,00
B - MÃO DE OBRA E ENCARGOS SOCIAIS 5.749.231,80
B1 - TOTAL DE SALÁRIO DE EQUIPE TÉCNICA E ADMINISTRATIVA 3.332.694,80
B2 - ENCARGOS SOCIAIS (72,51% DO B1) 2.416.537,00
Fonte: Brasil (2014, p.98).

De acordo com os saberes de cada profissional, bem como entrosamento das equipes
de trabalho, são peremptoriamente importantes serem considerados, bem como
a produtividade destes, destarte a importância da produção de gráficos e tabelas de
orçamento a fim de estimar parâmetros médios de quantificação das cargas horárias
dos profissionais integrantes da equipe técnica (BRASIL, 2014).

O mesmo documento traz a tabela que segue como exemplo, a qual apresenta o custo
direto com salários do orçamento utilizado:

Figura 24. Demonstrativo do custo direto com os salários do orçamento de supervisão de obras.

ÓRGÃO CONTRATANTE DATA-BASE


SERVIÇO: EDITAL:
Função Quantidade (Homem X Mês) Salário Mensal Custo Parcial
NÍVEL SUPERIOR
Coordenador Geral 20 30.542,23 610.844,60
Engenheiro de Medição e Planejamento 40 18.933,85 757.354,00
Engenheiro Civil Sênior 20 23.486,70 469.734,00
Engenheiro Mecânico Sênior 10 23.486,70 234.867,00
Engenheiro Eletricista Sênior 10 23.486,70 234.867,00

80
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

NÍVEL TÉCNICO
Topógrafo 30 4.310,56 129.316,80
Auxiliar de topografia 90 1.524,90 137.241,00
Laboratorista 20 4.498,40 89.968,00
Auxiliar de Laboratório 40 1.524,90 60.966,00
Desenhista 40 6.729,90 269.196,00
Técnico de Edificações 80 2.168,32 173.465,60
Técnico de Segurança do Trabalho 20 2.168,32 43.366,40
EQUIPE ADMISTRATIVA / APOIO
Secretária 20 2.479,84 49.596,80
Motorista 20 1.422,08 28.441,60
Auxiliar de escritório 20 724,00 14.480,00
Faxineira 40 724,00 28.960,00
TOTAIS DOS SALÁRIOS DA EQUIPE 3.332.694,80
Fonte: Brasil (2014, p.100).

Com isto, é necessário ainda que os valores de trâmite no mercado, bem como os pisos
atuais, sejam estimados no pagamento dos profissionais.

O documento do TCU traz o que a Codevasf e o Dnit apresentam como parâmetros


referenciais para o fator “K” em suas tabelas de custos de serviços de consultoria:

Figura 25. Parâmetros referenciais para o fator “K” adotados pela Codevasf e pelo Dnit.

Órgão/Entidade Fator K1 Fator K2 Fator K3 Fator K4 Fator K


Dnit 84,04% 30,00% 12,00% 16,62% 2,80
Codevasf 77,25% 25,00% 10,00% 16,62% 2,59
Fonte: Brasil (2014, p.101).

O TCU recomenda que o preço de venda determinado pela metodologia supramencionada


“seja confrontado com os obtidos mediante outros métodos de orçamentação, em
especial com a formação do preço com base no custo previsto do empreendimento”,
dado que existem imprecisões diversas das quantidades de horas-técnicas em virtude
de diversos imprevistos; “tal medida proporcionará uma avaliação da razoabilidade dos
valores orçados”.

A sugestão que é feita ainda é a de que seja obtido pelo orçamentista, juntamente com
organizações do setor, cotações a fim de proceder com a verificação da adequação de
sua estimativa.

Planejamento e custos de obras

De acordo com Burton (apud XAVIER, 2008, pp. 44-45) – Project Management
Methods and Studies a definição de planejamento é:

81
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Planejamento “é o processo de tomada de decisões interdependentes,


visando uma situação futura desejada, ou seja, são decisões tomadas
no presente, que resultam em implicações futuras”. Consistem em
atividades associadas ao planejamento, organização, direção e controle
de recursos organizacionais para objetivos de curto e médio prazo,
visando à complementação de objetivos específicos, dentro de um
determinado período.

Para que seja alcançado um objetivo específico em um período de tempo esperado, há


três itens que devem ser considerados:

I. Organização: é a ação por meio da qual se estabelece a melhor forma


de se compor os recursos físicos, humanos e financeiros para se obter o
melhor desempenho.

II. Direção: é a ação por meio da qual se define quando, como, onde, por
quem e com quais recursos devem ser executadas as tarefas planejadas.

III. Controle: é a ação de medir o resultado de uma operação e comparar o


resultado obtido com o padrão estabelecido, para se verificar se atende
ou não aos limites estabelecidos durante o processo de planejamento
(XAVIER, 2008, p.45).

Aquilo que compõe o preço e custo em geral do que está presente no processo
de planejamento não pode de modo algum ser esquecido, uma vez que são estes
componentes que darão sustentação à posterior realização/concretização daquilo que
fora planejado.

Com efeito, ainda de acordo com o mesmo autor, os custos e os preços fazem parte do:

Conceito econômico: estimativas e especificações técnicas de despesas e receitas,


que não estão diretamente relacionadas com o dinheiro.

»» Despesas e receitas.

»» Desembolsos e recebimentos.

»» Custos diretos e indiretos.

Obviamente todo o planejamento está ligado (ou deveria estar) a toda equipe
administrativa e diretora de uma organização, a fim de que nada saia do controle do
alinhamento teórico com o prático. Portanto, no que tange à viabilização e correto
andamento de uma obra empreendedora, deve-se considerar as seguintes etapas:

82
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

»» Planejamento e orçamento da obra para concorrência.

»» Programação da obra – após a contratação.

»» Operação e controle da Obra.

Destarte, quando planejado e orçado algo, considerando a concorrência de uma obra,


pública ou privada, deve-se ter em mente o fluxograma de atividades abaixo que o autor
nos traz:

Fluxograma 1. Planejamento de Obra (1a Fase).

Concorrência
Pública Privada

Análise da carta Adquire carta


Análise
convite convite convidado
do projeto
empreendimento marketing

Análise do projeto Análise do projeto

Fonte: Xavier, 2008.

Fluxograma 2. Planejamento de Obra (1a Fase).

Elaboração
Documentação
Habilitação

Preparação dos Preparação dos


documentos atestados acervo
jurídico-fiscais técnico

Fonte: Xavier, 2008.

83
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Fluxograma 3. Planejamento de Obra (1a Fase).

Elaboração
Proposta comercial

Quantificação do Planilha de custos


projeto unitário

Orçamento Cronogramas de
da obra barras Ghant

Cronograma físico Histograma


financeiro Mão de obra

Fonte: Xavier, 2008.

Um processo de contratação de obra, sendo que este pode ser feito pelo setor privado
ou público, em fase licitatória, havendo diversas modalidades, sabemos que é defino o
procedimento, ao poder ser alterado ou longo do tempo, como também publicado no
DOU (Diário Oficial da União).

Sendo a proposta técnica, por vezes, decisiva em um processo de contratação, esta deve
conter:

»» O conhecimento do problema.

»» A metodologia de como será executado determinado serviço.

Xavier (2008) ainda nos informa que o setor privado estabelece três fases distintas de
negociação:

I. Preliminarmente verifica a situação jurídico-fiscal da empresa, os


atestados de capacidade técnica em execução de obras semelhantes.

II. É executada a análise da proposta técnica.

III. É analisada a proposta do preço.

84
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

A proposta técnica ainda deve conter:

»» A descriminação dos serviços, elaborada a partir do projeto recebido.

»» Conhecimento do problema.

»» Plano de trabalho.

»» Metodologia.

»» Execução (mão de obra e equipamentos).

Compõe-se a proposta comercial de:

»» Preço.

»» Condições de pagamento e eventuais reajustes.

»» Prazos de execução.

»» Cronograma físico-financeiro com os serviços e valores distribuídos ao


longo do período (meses).

Instrumentos garantem a execução de obra tanto pelo setor público ou privado


denominado: contrato. Baseado neste, é que o gerenciamento de uma obra vai ser
feito. Por fim, este deve estar baseado no equilíbrio entre contratante e contratado,
não privilegiando deveres e ou obrigações em favor de uma parte ou de outra, devendo
conter:

»» Escopo: definição do que vai ser contratado e contendo cópia do projeto


e das especificações técnicas.

»» Prazo global e prazos das etapas.

»» Condições de execução da empresa e subcontratados.

»» Responsabilidade da construtora – qualidade dos materiais, mão de obra


e equipamentos utilizados.

»» Preço unitário e global.

»» Cronograma físico – financeiro detalhado das etapas mensais.

85
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Leituras complementares que tangenciam o assunto:

Auditoria de gestão: utilização de indicadores de gestão no setor público


(especialmente em Critérios para Desenhar os Indicadores de Avaliação da
Gestão Pública), disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
92511999000200002&script=sci_arttext>. Link curto: <http://goo.gl/XnyNNX>.

Orçamento empresarial: levantamento da produção científica no período


de 1995 a 2006 elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná,
disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772008000200006>. Link
curto: <http://goo.gl/pk3YYO>.

O planejamento econômico no Brasil: considerações críticas (especialmente


em “O Plano de Obras e Equipamentos”). Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S0034-76122012000600012&script=sci_arttext>. Link curto:
<http://goo.gl/vTTz1K>.

Principais normas aplicáveis

O documento do TCU traz as normas correlatas a obras e serviços de engenharia.


Em casos específicos, as normas são aplicáveis apenas a órgãos federais, mas podem ser
úteis aos gestores de estados e municípios que não possuem regulamentação própria
sobre as matérias.

Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 – Lei de Responsabilidade


Fiscal. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na
gestão fiscal e dá outras providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/wx9g3t>.

Lei no 4.150, de 21 de novembro de 1962. Institui o regime obrigatório de preparo


e observância das normas técnicas nos contratos de obras e compras do serviço público
de execução direta, concedida, autárquica ou de economia mista, através da Associação
Brasileira de Normas Técnicas e dá outras providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L4150.htm>.


Link curto: < http://goo.gl/lCp4CS>.

86
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Lei no 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de Direito Financeiro


para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/tgfBa3>.

Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões de


engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo, e dá outras providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5194.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/xSdULC>.

Lei no 6.453, de 17 de outubro de 1977. Dispõe sobre a responsabilidade civil por


danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com atividades
nucleares e dá outras providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6496.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/QSck0K>.

Lei no 6.496, de 7 de dezembro de 1977. Institui a “Anotação de Responsabilidade


Técnica” na prestação de serviços de engenharia, arquitetura e agronomia; autoriza a
criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), de
uma mútua de assistência profissional e dá outras providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6496.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/FzDfBs>.

Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio


Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/R6tSgT>.

Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos


agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional dá outras
providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8429.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/BbFj8M>.

87
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Lei no 8.666, de 21 de junho de 2003. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da


Constituição Federal e institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/bdKsQz>.

Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios


básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/bdKsQz>.

Lei no 10.192, de 14 de fevereiro de 2001. Dispõe sobre medidas complementares


ao Plano Real e dá outras providências. Dispõe sobre correção monetária ou reajuste
por índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção
ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um
ano.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10192.htm>.


Link curto: < http://goo.gl/VsovoD>.

Lei no 10.257, de 10 de julho 2001. Estatuto da Cidade: Regulamenta os arts. 182 e


183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras
providências.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>.


Link curto: <http://goo.gl/mJwgiu>.

Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil Brasileiro.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/4ZkX9a>.

Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados,


Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, modalidade de licitação denominada pregão para aquisição de bens e serviços
comuns, e dá outras providências.

Lei no 12.378, de 31 de dezembro de 2010. Regulamenta o exercício da Arquitetura


e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os
Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal - CAUs; e dá
outras providências.

88
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Decreto no 92.100, de 10 de dezembro de 1985. Estabelece as condições básicas


para a construção, conservação e demolição de edifícios públicos a cargo dos órgãos e
entidades integrantes do sistema de serviços gerais (Sisg) e dá outras providências.

Decreto no 1.054, de 7 de fevereiro de 1994. Regulamenta o reajuste de preços


nos contratos da Administração Federal direta e indireta, e dá outras providências.

Decreto no 5.450, de 31 de maio de 2005. Regulamenta o pregão, na forma


eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

Decreto no 7.581, de 11 de outubro de 2011. Regulamenta o Regime Diferenciado


de Contratações Públicas - RDC, de que trata a Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011.

Decreto no 7.892, de 23 de janeiro de 2013. Regulamenta o Sistema de Registro


de Preços previsto no art. 15 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

Instrução Normativa SLTI/MPOG no 2, de 30 de abril de 2008. Dispõe sobre


regras e diretrizes para a contratação de serviços, continuados ou não.

Instrução Normativa SLTI/MPOG no 5, de 27 de junho de 2014. Dispõe sobre


os procedimentos administrativos básicos para a realização de pesquisa de preços para
a aquisição de bens e contratação de serviços em geral.

Instrução Normativa SLTI/MPOG no 7, de 29 de agosto de 2014. Altera a


Instrução Normativa no 5, de 27 de junho de 2014, que regulamenta os procedimentos
administrativos básicos para realização de pesquisa de preços.

Ainda temos:

Lei no 9.605/1998, de 12 de fevereiro de 1998: dispõe sobre as sanções penais


e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
outras providências. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 13 fev. 1998.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/BpR4zb>.

Lei no 11.514/2007, de 13 de agosto de 2007: Dispõe sobre as diretrizes para a


elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2008 e dá outras providências. Diário
Oficial da União: República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 14 ago. 2007.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/Lei/


L11647.htm>. Link curto: <http://goo.gl/MSQTuJ>.

89
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Tribunal de Contas da União

Acórdão no 1.187/2004. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Guilherme


Palmeira. Brasília, 18 de ago. 2004. DOU, 26 ago. 2004.

Acórdão no 617/2006. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Lincoln Magalhães


da Rocha. Brasília, 26 de abr. 2006a. DOU, 02 mai. 2006.

Acórdão no 2.369/2006. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Augusto


Sherman Cavalcanti. Brasília, 8 de dez. 2006b. DOU, 13 dez. 2006.

Acórdão no 325/2007. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Guilherme


Palmeira. Brasília, 14 de mar. 2007a. DOU, 16 mar. 2007.

Acórdão no 1.188/2007. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Valmir


Campelo. Brasília, 20 de jun. 2007b. DOU, 22 jun. 2007.

Acórdão no 1.953/2007. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Benjamin


Zymler. Brasília, 19 de set. 2007c. DOU, 21 set. 2007.

Acórdão no 1.606/2008. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Raimundo


Carreiro. Brasília, 13 de ago. 2008a. DOU, 18 ago. 2008.

Acórdão no 2.124/2008. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Marcos


Bemquerer Costa. Brasília, 24 de set. 2008b. DOU, 26 set. 2008.

Demais dispositivos

Decreto no 7.983, de 8 de abril de 2013. Estabelece regras e critérios para


elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados
e executados com recursos dos orçamentos da União, e dá outras providências. Diário
Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, DF.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/


D7983.htm>. Link curto: <http://goo.gl/uofeme>.

Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão


e permissão da prestação de serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição
Federal, e dá outras providências. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil),
Brasília, DF.

Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8987cons.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/URpwYb>.

90
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995. Estabelece normas para outorga e prorrogações


das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências.
Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, DF.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/L9074cons.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/89H0Fj>.

Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de


Contratações Públicas – RDC RDC; altera a Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, que
dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, a legislação
da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária (Infraero); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de
Ministro de Estado, cargos em comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo;
autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários; altera as Leis
nos 11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972, 8.399, de 7
de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, de 19 de março de 2007, e
12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória no 2.185-35, de 24 de agosto
de 2001; e revoga dispositivos da Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998. Diário Oficial
[da República Federativa do Brasil], Brasília, DF.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12462.


htm>. Link curto: <http://goo.gl/a7iFSH>.

Lei no 5.194/1966: regula o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e


engenheiro agrônomo.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5194.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/3Od3cK>.

Lei no 6.496/1977: institui a Anotação de Responsabilidade Técnica na prestação


de serviços de engenharia, arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), de uma mútua de
assistência profissional.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6496.htm>. Link curto:


<http://goo.gl/lF2MNg>.

Lei no 101/2000: Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece normas de finanças


públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/llYqPh>.

91
UNIDADE ÚNICA │ PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Lei no 8.666/1993: regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e


institui normas para licitações e contratos da Administração Pública.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Link


curto: <http://goo.gl/tZiuTk>.

Demais Instruções Normativas

Instrução Normativa CGE no 001/13: define procedimentos para paralisação de obras,


prorrogação de contratos, repactuação de cronograma após aditamento e pagamento
de medições.

Instrução Normativa CGE no 001/2014: define procedimentos para desoneração


de contratos da Administração Pública.

Instrução Normativa no 2.03.003/1989 da Secretaria de Serviços Gerais do


Ministério da Fazenda: uniformiza e disciplina os procedimentos referentes à execução
de obras e serviços de engenharia no âmbito do Ministério da Fazenda.

Decisão Normativa no 034/1990 do CONFEA: dispõe quanto ao exercício


profissional de nível superior das atividades de engenharia de avaliações e perícias de
engenharia.

Disponível em: <http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=5


88&idTipoEmenta=1&Numero=>. Link curto: <http://goo.gl/2LSN6J>.

Decisão Normativa no 063/1999 do CONFEA: dispõe sobre responsável técnico


de pessoa jurídica que desenvolva atividades de planejamento e/ou execução de obras
na área de mecânica de rochas, seus serviços afins e correlatos.

Decisão Normativa no 064/1999 do CONFEA: dispõe sobre o registro de


Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) pertinente aos trabalhos que abrangem
as jurisdições de diversos CREAs.

Decisão Normativa no 069/2001 do CONFEA: dispõe sobre a aplicação de


penalidades aos profissionais por imperícia, imprudência e negligência.

Resolução no 361/1991 do CONFEA: dispõe sobre a conceituação de projeto básico


em consultoria de engenharia, arquitetura e agronomia.

92
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS │ UNIDADE ÚNICA

Resolução no 425 do CONFEA: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade


Técnica (ART).

93
Para (não) Finalizar

Não pare no meio do caminho!


Ingenuidade é acreditar que um assunto encontra-se esgotado sempre ao final de algum
livro, material ou estudo. Este é um meio de pesquisa para que seus estudos continuem
e prossigam sempre avançando.

E é desta maneira, para enriquecer os conhecimentos do aluno dedicado, que nos


esforçamos em oferecer conteúdos de grande valia para aprimoramento de seu curso
e disciplina. Claramente não é uma forma de esgotar o assunto, já que o conteúdo e
artigos aqui citados estão baseados em outros, aos quais, por sua vez, tomaram por
consulta outros e assim sucessivamente.

Indicamos, portanto, os conteúdos para dar cadência aos seus estudos:

Temáticas para pesquisas (não tratadas ou não necessariamente aprofundadas neste


Material de Apoio):

Sobre as Planilhas de Composições de Custos Unitários:

»» Modelos de Composições de Custos.

»» Tabelas de Custos padrão.

»» Caracterização das Composições de Custos (recomendações PINI).

»» Premissas Técnicas.

›› Especificação.

›› Tipologia.

›› Tecnologia.

›› Aplicação.

›› Regionalização.

94
PARA (NÃO) FINALIZAR

›› Conteúdo do Serviço.

›› Procedimento Executivo.

›› Critérios de Medição e Pagamento.

›› Normas Técnicas aplicáveis à ABNT.

›› Fonte a qual é a referência à origem dos requisitos ou premissas da


composição.

›› Justificativa: que são os argumentos técnicos, para considerar


Contingências de Obra.

»» Ajustes de Engenharia, nas composições de custos unitários padrão:

›› Para adequação ao Projeto.

›› Para adequação às condições locais de execução da obra.

›› Para adequação ao contrato e à expertise do construtor.

Sobre o Orçamento da Obra:

»» O Poder de Representação.

»» Atributo da Exclusividade:

›› Estrutura e capacidade organizacional do construtor.

›› Processo executivo.

›› Desenvolvimento de fornecedores.

›› Definição de premissas: adoção de pré-requisitos estratégicos,


administrativos, técnicos e operacionais e definição do limite dos
riscos e responsabilidades.

›› Prazo de execução (descontinuidades).

›› Gestão sobre contingências.

›› Gestão logística.

95
PARA (NÃO) FINALIZAR

»» Atributo da Valoração Estimada:

›› Mão de obra.

›› Materiais.

›› Equipamentos.

›› Recursos logísticos.

›› Imprevisibilidades.

»» Atributo da Validade Temporal

Sobre os Custos:

»» Custo horário de equipamento.

»» Produção das equipes mecânicas e rendimento dos equipamentos.

»» Orçamento resumido.

»» Discriminação orçamentária.

sobre Pesquisas de Mercado:

»» Decreto 7.983/2013.

»» IN SLTI 5/2014.

»» Instrução Normativa no 5/2014 – SLTI/MPOG.

»» Acórdãos 1.266/2011-Plenário, 837/2008-Plenário e 3.219/2010-Plenário.

»» Instrução Normativa SLTI/MPOG no 7/2014.

»» Acórdão 7.290/2013 do TCU.

»» Acórdão 56/2013 – Plenário:

›› Efeito Cotação.

›› Efeito Barganha.

96
PARA (NÃO) FINALIZAR

›› Efeito Marca.

›› Efeito Administração Pública.

›› Efeito Embalagem.

»» Acórdão 2.984/2013.

Sobre a Elaboração de Planilhas Orçamentárias para Aditivos Contratuais:

»» Formação do Preço com Base nos Produtos Entregues.

»» Formação do Preço com Base no Custo Previsto do Empreendimento.

»» Elaboração de Planilhas Orçamentárias para Aditivos Contratuais.

»» Etapas de Medição dos Serviços nas Empreitadas por Preço Global.

»» Orçamento de Obras que serão Licitadas pelo RDC.

»» Orçamentação de Obras nas Contratações Integradas.

»» O Adicional de Risco.

»» Análise da Economicidade das Propostas nas Licitações do RDC.

Sobre a Programação da obra – após a contratação:

»» Curva dos investimentos parciais, previstos mês a mês, fortemente


“carregados” no começo.

»» Curva dos investimentos parciais, previstos mês a mês, de uma obra com
problemas de mobilização no começo.

»» Curvas dos investimentos previstos e acumulados.

»» Curvas dos investimentos previstos e acumulados.

Sobre a Organização de uma obra:

»» Procedimentos prévios a execução.

»» Procedimentos gerenciais para controle da obra.

»» Ferramentas de controle.

»» Diagrama de rede.

97
PARA (NÃO) FINALIZAR

»» Gráfico de Gantt.

»» Cronograma físico-financeiro.

»» Sistema PERT – Redes Elementares – Fundação (após abertura de vala).

98
Referências

BRASIL. Decreto no 7.983, de 8 de abril de 2013. Estabelece regras e critérios para


elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e
executados com recursos dos orçamentos da União, e dá outras providências.

BRASIL. Lei no 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio em


edificações e as incorporações imobiliárias.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Obras públicas: recomendações básicas para


a contratação e fiscalização de obras públicas/Tribunal de Contas da União. 3. ed.
Brasília: TCU, SecobEdif, 2013.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para elaboração de planilhas


orçamentárias de obras públicas. Tribunal de Contas da União, Coordenação-
Geral de Controle Externo da Área de Infraestrutura e da Região Sudeste. Brasília:
TCU, 2014.

CARVALHO, L. Freire do; PINI, M. Sérgio. Engenharia de Custos aplicada à


Construção Civil. [201?]. Disponível em: <http://www.piniweb.com.br/empresa/
download/Engenharia_custos_aplicada_a_construcao_civil.pdf> Acesso em 21 out.
de 2015.

CHOCIAY, Andrea. Orçamento, planejamento e controle de obras. 2013.


Disponível em: <http://pt.slideshare.net/andreachociay/oramento-planejamento-e-
controle-de-obras>. Acesso em 13 de out. 2015.

JESUS, Christiano Romanholo Marques de; BARROS, Mércia Maria Semensato Bottura
de. Recomendações para elaboração de orçamento de obras de reabilitação
de edifícios habitacionais. Ambient. constr. (On-line), Porto Alegre , v. 11, no 2,
pp. 57-72, June 2011 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1678-86212011000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 21 Out.
2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-86212011000200005.

RAMANATHAN, R. ABC inventory classification with multiple-criteria using weighted


linear optimization. Computers & Operations Research, v. 33, no 3, pp. 695-700,
2004. In: SANTOS, Antônio Marcos dos; RODRIGUES, Iana Araújo. Controle de
estoque de materiais com diferentes padrões de demanda: estudo de caso em
uma indústria química. Gest. Prod., São Carlos , v. 13, no 2, pp. 223-231, Maio, 2006.

99
REFERÊNCIAS

SANTOS, Antônio Marcos dos; RODRIGUES, Iana Araújo. Controle de estoque de


materiais com diferentes padrões de demanda: estudo de caso em uma indústria
química. Gest. Prod., São Carlos , v. 13, no 2, pp. 223-231, May 2006 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X200600020
0005&lng=en&nrm=iso>. access on 20 Oct. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
530X2006000200005.

SINAPI. Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.


Manual de Metodologias e Conceitos. 2014. Disponível em: <http://www.caixa.
gov.br/Downloads/sinapi-manual-de-metodologias-e-conceitos/SINAPI_Manual_
de_Metodologias_e_Conceitos_v005.pdf>. Acesso em 17 de out. 2015.

SARIAN, Claudio. Obras públicas. 2015. Disponível em: <http://www.editoraforum.


com.br/anexos/pdfs/livros/ClaudioSarian_Obras_Publicas_cap-13.pdf>. Acesso em:
24 de out. de 2015.

SINDUSCON. Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas


Gerais. Custo Unitário Básico (CUB/m²): principais aspectos. Belo Horizonte:
SINDUSCON-MG, 2007.

XAVIER, Ivan. Orçamento, Planejamento e Custos de Obra: visa oferecer


aos profissionais iniciantes na área de construção civil, experiências para execução
de orçamento de matérias de construção e mão de obra, planejamento de obra e
levantamento de custos. Apostila da Fupam – Fundação para a Pesquisa Ambiental.
Fundação para Pesquisa Ambiental. Curso 2008. Disponível em: <www.fupam.org.
br>. Acesso em 8 de outubro de 2015.

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