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ORÇAMENTO –

COM
CÁLCULO DO BDI

Adna Carolina Melo dos Santos – Graduada em Estatística e em Eng. Civil,


ORÇAMENTO – DO
QUANTITATIVO AO BDI

APRESENTAÇÃO

INSTRUTORA – Adna Carolina Melo dos Santos


• Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte - Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
• Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Curso de Estatística
• Universidade Potiguar – UNP -Curso de Engenharia Civil
• Universidade Cruzeiro do Sul – MBA em Gestão de Obras e Projetos

• Capuche Empreendimentos Imobiliários Ltda


• Construtora Ecocil
• MGM – Construções e Empreendimentos
LTDA
OBJETIVOS

Capacitar o alunado nas habilidades e competências


relativas aos trâmites que envolvem um orçamento.
ORÇAMENTO CONCEITOS
“Orçamento pode ser definido como a determinação dos gastos
necessário pra a realização um projeto de acordo com o plano
de execução previamente estabelecido, gastos esse traduzido
em quantitativos”. (Limmer, 1997)
Orçamento é a parte de um plano financeiro estratégico que
compreende a previsão de receitas e despesas futuras para
a administração de determinado exercício, aplica-se tanto ao
setor governamental quanto ao privado, pessoa jurídica ou
física. “O Orçamento é o cálculo dos custos para executar
uma obra ou um empreendimento, quanto mais detalhado,
mais se aproximará do custo real” (SAMPAIO; 1989).
Tisaka (2011), afirma que o orçamento, ao ser elaborado,
deverá conter todos os serviços a serem executados na obra,
compreendendo o levantamento dos quantitativos físicos do
projeto e da composição dos custos unitários de cada
serviço, das leis sociais e encargos complementares
apresentados em planilha.
É um documento valioso em qualquer estudo preliminar ou
de viabilidade. Uma obra iniciada sem a definição do seu
custo, ou sem o seu provisionamento adequado dos
recursos necessários, pode resultar numa obra inacabada,
por meio do qual o auditor acessa as mais variadas
informações dos projetos de arquitetura e de engenharia,
podendo ainda efetuar diversas confrontações com os
documentos e relatórios de prestação de contas
(CARDOSO; 2009).
ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A elaboração de um orçamento, segundo Cordeiro (2007),


necessita de planejamento que compreende as possibilidades e
limitações técnicas, além do cálculo dos custos de uma série de
tarefas sucessivas e ordenadas, através de informações obtidas
que direciona o desenvolvimento do orçamento. Ao estudar
determinado projeto, o orçamento é uma das primeiras
informações que o empreendedor deseja conhecer.
Sendo parte integrante do projeto básico, o
orçamento é considerado como elemento
imprescindível em qualquer licitação de acordo com
a Lei 8.666/93 (BRASIL; 1988).
Em geral, um orçamento é determinado somando-se os
custos diretos – mão de obra de operários, material,
equipamento – e os custos indiretos – equipes de supervisão
e apoio, despesas gerais de canteiro de obras, taxas etc – e
por fim adicionando-se impostos e lucro para se chegar ao
preço de venda. Para participar de uma concorrência, o preço
proposto pelo construtor não deve ser tão baixo a ponto de
não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não ser competitivo
na disputa com os demais proponentes (MATTOS, 2006, p.
22-23).
1. INTRODUÇÃO

Na Construção Civil, o orçamento de obra é indispensável para o sucesso


das empresas em seus projetos.
Um orçamento – desde que bem executado – não se resume apenas à
obtenção de preços, custos e cálculos. Ele possui uma abrangência maior,
servindo como base para a realização de tarefas como:
• Planejamento de compras
• Parcerias com fornecedores
• Índices de acompanhamento
• Metas de desempenho ao longo das obras
• Definição do tamanho das equipes alocadas para cada fase/serviço das obras
• Elaboração do cronograma físico-financeiro
1.1 ORÇAMENTO DE OBRAS - APLICAÇÕES
a) Execução de obras de construção civil em geral e sua
conservação: residenciais, comerciais, mistas, industriais e etc;
b) Demolição, reforma ou reparação de prédios ou edificações em
gerais;
c) Construção e reparação de estradas de ferro e de rodagem,
inclusive os trabalhos concernentes a superinfraestrutura de
estradas e obras-de-arte.
d) Construção e reparação de túneis, pontes, viadutos,
logradouros públicos e outras obras de urbanismo.
1.1 ORÇAMENTO DE OBRAS - APLICAÇÕES
e) Obras do sistema de abastecimento de águas, esgotamento
sanitário, de saneamento e drenagem urbana;
f) Execução de obras de terraplenagem, pavimentação em
geral, hidráulica, recurso naturais marítimas ou industriais.
g) Obras de transmissão elétrica de alta tensão;
h) Obras de construção pesadas: usinas hidrelétricas, portos,
aeroportos e etc.;
1.2 FINALIDADE DE UM ORÇAMENTO DE OBRAS:
a) Definição dos custos parciais e totais de cada um dos
serviços de uma obra, bem como da obra como um todo;
b) Rápida identificação dos serviços de maiores centros de
custos .
c) Fornecimento de dados gráficos para compreensão do
andamento da obra, no que tange ao % dos custos;
d) Ser um documento contratual, que serve de base para o
faturamento anual.
1.3 NORMAS E LEIS VIGENTES:
• Lei Federal n° 5194/1996  Elucida acerca das atribuições
profissionais e coordenação de suas atividades e determina no
tocante a orçamentação, que qualquer trabalho de elaboração de
orçamento de obras de construção civil deverá ter sua autoria
devidamente identificada no documento com o nome completo do
orçamentista, profissão de Engenheiro civil ou Arquiteto e o número
do registro do CREA ou CAU.
• NBR 12721:2006 – Avaliação de custos unitários e preparo de
orçamento de construção para incorporação de edifícios em
condomínio – procedimento.
O orçamento de obras consiste na determinação do custo de
uma obra antes de sua realização, elaborado com base em
documentos específicos, tais como:
• projetos,
• memorial descritivo e
• encargos, considerando-se todos os custos diretos e
indiretos envolvidos, as condições contratuais e demais
fatores que possam influenciar no custo total.
2. MAS O QUE É O “CUSTO”:

Segundo o dicionário a palavra custo tem o seguinte significado: “trabalho,


tempo, dinheiro, entre outros, gastos na produção de bens e serviços”.
Com a definição acima citada, trazendo para a construção civil, custo é
todo gasto referente à produção.
Sabemos que os gastos não se resumem só as despesas fixas, há também
os “custos indiretos”, ou seja, a compra de algo necessário que não estava
planejado, sejam os impostos obrigatórios que não esquecemos de pagar
justo naquele mês que já tivemos tantos gastos.
CUSTO

DIRETOS INDIRETOS
Insumos: , Equipamentos, Infraestrutura necessária para
maquinário, ferramentas, mão produção: canteiros, administração
obra, materiais local, mobilização e desmobilização
2.1 COMO PODEMOS CLASSIFICAR OS CUSTOS?
De acordo com a NBR 12721/2006, temos algumas definições que são mais
utilizadas no tocante a orçamentação:
a) Custo Global da Construção – valor mínimo que pode ser atribuído a
construção da edificação. É calculado com a utilização do custo unitário básico
divulgado pelo SINDUSCON de cada estado correspondente ao padrão do imóvel
incorporado.
b) Custo Unitário da Construção – quociente da divisão do custo global da
construção pela soma das áreas.
c) Custo Unitário Básico – parte do custo por m² e da construção do
projeto-padrão considerado, calculado de acordo com a norma pelo Sinduscon de
cada estado para divulgação
O Custo Unitário Básico (CUB/m²) teve origem através da Lei Federal nº
4.591 de 16 de dezembro de 1964. Em seu artigo 54, a referida Lei
determina:
Art. 54: Os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam
obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos
unitários de construção a serem adotados nas respectivas regiões
jurisdicionais, calculados com observância dos critérios e normas a que se
refere o inciso I, do artigo anterior.
Portanto, este artigo da Lei Federal 4.591/64 esclarecem três aspectos
muito importantes:
1. A responsabilidade de calcular o CUB/m² é dos Sindicatos da Indústria da
Construção Civil;
2. Período para divulgação: os Sindicatos da Indústria da Construção Civil devem
divulgar o CUB/m² até o dia 05 do mês, ou seja, o CUB/m² de janeiro deve ser
divulgado até o dia 05 de fevereiro, o CUB/m² de fevereiro deve ser calculado e
divulgado até o dia 05 de março e assim sucessivamente;
3. Cabe à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da Comissão
de Estudo de Avaliação de Custos Unitários na Construção Civil (CE-02:139.13)
do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), elaborar a Norma que
estabelece a metodologia a ser adotada pelos Sinduscons de todo o país para o
cálculo do CUB/m².
Conforme detalhado anteriormente, o CUB/m² possui um aparato
legal que é a Lei 4.591/64. Além dele, o CUB/m² também possui
seu aparato técnico, conforme esclarecido pelo artigo 53 da
referida Lei.
Atualmente a Norma Brasileira que estabelece a metodologia de
cálculo do CUB/m² é a ABNT NBR 12721:2006, portanto, este é o
arcabouço técnico do CUB/m².
O objetivo básico do CUB/m² é disciplinar o mercado de
incorporação imobiliária, servindo como parâmetro na
determinação dos custos dos imóveis.
2.1 COMO PODEMOS CLASSIFICAR OS CUSTOS?

Existem outras bases de dados em relação ao CUB que podemos consultar,


como o Custo Unitário da Pini de Edificações (CUPE) e o SINAPI – Índices de
construção civil – Caixa Econômica Federal.
O CUB é uma estimativa do valor do m² construído de acordo com
três fatores a seguir:
• TIPOLOGIA – Residencial, comercial, galpão industrial e residência
popular.
• PADRÃO DA CONSTRUÇÃO – Baixo, Normal e Alto.
• NÚMERO DE PAVIMENTO – 1,4,8,16
Terminologia Padrão:

Tipo de edificação/n° de pavimento/n° de quartos/Padrão

EXEMPLO:
R 16 -2 B PADRÃOBAIXO

TIPO RESIDENCIAL N° DE QUARTOS

N° DE PAVIMENTO
Então, para se ter uma estimativa do custo de construção a
partir do CUB, basta multiplicar a área total a ser construída
pelo valor do CUB dado pelo SINDUSCON – Sindicato da
Construção Civil – de acordo com o padrão vigente da
construção.
Exemplo1: Em Natal/RN, será construído um edifício
residencial de 8 pavimentos de 1 quarto, padrão normal, de 450
m² por pavimento .
Para calcularmos o Custo de construção utilizando o
CUB Faremos :450m² x 8 = 3.600 m²
Em seguida, confere o CUB na tabela do Estado de Natal em
Janeiro de 2019:

FONTE: SINDUSCON RN,2019

ENTÃO O CUB NA TABELA É R$ 1.239,64

Temos:
3.600,00 m² x R$ 1.239,64 = R$ 4.462.704,00

FÓRMULA PARA O CÁLCULO:


CUSTO M² = ÁREA TOTAL X N° PAVTO X CUB TAB
3.0 TIPOS DE ORÇAMENTO
Elaborar um orçamento e controlar os custos são tarefas sérias,
que podem resultar em lucro ou prejuízo para a empresa.
Um orçamento completo consiste na presença dos seguintes
itens:
• Planilha orçamentária;
• Cronograma físico-financeiro;
• Encargos Sociais;
• Composição de custo unitário;
• BDI.
Quanto mais detalhado um orçamento, mais ele se aproximará do
custo real. Dependendo das fases de elaboração de um projeto, o
orçamento pode ser :
3.1 Estimativa de custo,
3.2 Orçamento preliminar ou
3.3 Orçamento detalhado.
3.1 Estimativa de custo – O orçamento por estimativas é um
orçamento simplificado da obra. Ele tem como objetivo obter o
custo de construção da obra levando em conta apenas os dados
técnicos que ela possa dispor, assim como obter os resultados em
tempo consideravelmente inferior ao que seria obtido, caso fosse
executado o orçamento detalhado. Mas leva o trabalho a uma
margem de incerteza que deve ser levada em conta no estudo de
viabilidade do empreendimento.
Através da estimativa de custos, temos algumas formas
possíveis de serem obtidos os custos da construção por
orçamentos. São elas:
a) Cálculo simplificado;
b) Orçamento por estimativas.
a) Cálculo simplificado  obtido pelo custo unitário do metro
quadrado da construção: Trata-se de um orçamento
estimativo, obtido através da multiplicação de dois fatores:
1.º) área equivalente de construção: É a somatória das áreas
equivalentes de todos os pavimentos da construção.
2.º) Custo unitário do metro quadrado de construção: É o
custo unitário Custos Unitários Básicos (CUB) correspondentes
aos diversos projetos-padrão, obtido de revistas técnicas,
sindicatos da construção e empresas de consultoria.
b) Orçamento por estimativas  leva-se em conta os principais
serviços de construção, calculando-se seus custos de maneira
simplificada e rápida. Neste caso, faz-se necessário um arquivo
com valores unitários e atuais, a fim de que os cálculos unitários
não sejam trabalhosos.
Exemplo: Na Estrutura o custo em estrutura é obtido da
multiplicação do custo unitário do metro cúbico de concreto pelo
valor estimativo do volume total da estrutura.
3.2 ORÇAMENTO PRELIMINAR – Esta classificação acontece
antecipadamente ao projeto executivo, pois seu objetivo é fazer
uma estimativa do custo da construção do empreendimento,
portanto, sua base de dados refere-se ao anteprojeto. Para tanto,
é feito o levantamento aproximado do quantitativo de serviços,
materiais e equipamentos, e a partir do custo estimado do
mesmo, obtido através de uma pesquisa de mercado ou com
base em referências da empresa construtora já utilizado em outra
obra, é feito o orçamento.
3.3 ORÇAMENTO ANALÍTICO OU DETALHADO – Orçamento
detalhado ou analítico é a avaliação de custo obtida através do
levantamento de quantidades de materiais e de serviços, a partir
do projeto e da composição dos seus respectivos preços
unitários. O orçamento analítico deve ser apresentado numa
planilha orçamentária, onde serão relacionados todos os serviços
com as respectivas unidades de medida, extraídos dos projetos
executivos e demais especificações técnicas e classificados
segundo critérios que atendam às necessidades do construtor ou
do contratante.
4.0 Composição de Custo unitário

Uma composição de preços unitários é constituída pela


definição da especificação do serviço a ser executado, sua
unidade de medida e a identificação dos componentes a serem
utilizados, ou seja, insumos (materiais, mão-de-obra e
equipamentos) necessários à sua execução, associados às
respectivas unidades e coeficientes de consumo, para executar
uma quantidade unitária do serviço.
4.1 Para que serve a composição de custos?
A composição de custos de serviços é uma ferramenta relacionada à
engenharia de custos, utilizada na elaboração de orçamentos de obras e
serviços.
A utilização da composição de custos unitários de serviços traz muitos
benefícios na elaboração do orçamentos, tais como:
• Agilidade nos cálculos;
• Auxílio no dimensionamento de equipes;
• Auxílio na estimativa de quantitativos de materiais e equipamentos;
• Estimativa de prazos de execução.
4.2 Componentes da composição de custo
A composição de custo unitário possui os seguintes componentes:
a) Índices ou coeficientes de aplicação de materiais;
b) b) Índices ou coeficientes de produção ou de aplicação de mão-
de-obra;
c) c) Índices de aplicação de equipamentos com o seu custo horário;
d) d) Preços unitários de materiais;
e) e) Preços unitários de mão-de-obra;
f) f) Taxas de encargos sociais;
g) g) Benefícios e despesas indiretas (BDI).
4.3 COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO
UNITÁRIO DE SERVIÇOS

Alguns orçamentistas costumam utilizar bases como referência


para a composição de custos, usando banco de dados como
o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção
Civil (SINAPI), a Tabela de Composições e Preços para Orçamentos
(TCPO), DNIT entre outras. A função delas é servir como referência,
porém sem representar uma verdade única.
PLANILHA DETALHADA DE COMPOSIÇÃO DE SERVIÇOS
OBRA: CONSTRUÇÃO DE UM MURO
CLIENTE: CONJUNTO HABITACIONAL SÃO LUCAS
LEIS SOCIAIS (%) 92,00% ÁREA: 450,00 M²

B.D.I 27,0%
ITEM COMPONENTES UNID COEF PREÇO UNIT TOTAL QUANT (M²)

SERVENTE h 0,25 4,44 1,11 450,00

CUSTO DIRETO PARC 1,11

LEIS SOCIAIS 1,02

CUSTO DIRETO TOTAL 2,13

B.D.I.( %) 0,58

PREÇO DE LIMPEZA E RASPAGEM DO TERRENO 2,71

PREÇO TOTAL DA RASPAGEM E LIMPEZA 1.219,50


IMPORTANTE

Cada composição de custos é individual e necessita ser


elaborada de acordo com suas condicionantes, tais como:
experiência e motivação da equipe, clima, dificuldades de
acesso, horário de trabalho e etc. Quanto maior a
experiência, por exemplo, maior é a habilidade e,
consequentemente, melhor é a produtividade.
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO DE
SERVIÇOS
1. Conheça o serviço
É importante conhecer e identificar o nome do serviço, bem
como sua unidade de execução. Faça uma descrição
detalhada, onde seja possível entender o método e os
processos de execução.
Exemplo: Alvenaria de embasamento em tijolos cerâmicos
maciços 5x10x20cm, assentado com argamassa traço 1:2:8
(cimento, cal e areia). Unidade de execução: m³.
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO DE
SERVIÇOS
2. Identifique os insumos
Após descrever o serviço, identifique a mão de obra, os
matérias e os equipamentos necessários para a sua
execução.
Exemplo:
Mão de Obra: Pedreiro e Servente
Materiais: Tijolo cerâmico maciço 5 x 10 x 20 cm;
Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média)
Equipamentos: Nenhum
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO
DE SERVIÇOS
3. Levante os custos dos insumos
É necessário levantar os custos diretos dos insumos, tais como salários
e encargos da mão de obra e o valor de compra dos materiais.
Exemplo:
Custos Mão de Obra (salário + encargos): Pedreiro: R$16,81/hora;
Servente: R$12,01/hora
Custos Materiais: Tijolo cerâmico maciço de 5 x 10 x 20 cm:
R$0,27/unidade; Argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média):
R$317,70/m³.
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO
DE SERVIÇOS
4. Calcule o consumo dos insumos
Para calcular a produtividade da mão de obra, é necessário
acompanhar a equipe na execução do serviço. Marque quantas
horas dos profissionais são necessárias para a realização de uma
unidade do serviço. Veja também o quanto de materiais foi gasto
para essa unidade de serviço.
Exemplo:
Produtividade da Mão de Obra: 1 Pedreiro e 1 Servente gastaram
21 horas para fazer 3 m³ do serviço.
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO
DE SERVIÇOS
Rendimento dos Materiais: Foram gastos 2.385 Tijolos
cerâmicos maciços de 5 x 10 x 20 cm e 0,855 m³ de
argamassa traço 1:2:8 (cimento, cal e areia média) para a
execução de três m³ do serviço.
5. Encontre os Índices
De posse das informações levantadas anteriormente, é
possível calcular os índices de consumo de cada insumo
para a execução de uma unidade de serviços.
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO
DE SERVIÇOS
Exemplo:
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO
DE SERVIÇOS
6. Encontre o preço unitário do serviço
Após encontrar o índice de consumo dos insumos, basta
multiplicar pelo seu custo unitário para encontrar o custo total
de cada insumo. Somando-se o custo total de cada insumo,
encontra-se o custo total de uma unidade do serviço.
COMO FAZER UMA COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO
DE SERVIÇOS
Exemplo:
SINAPI – FERRAMENTA DE APOIO AO ORÇAMENTISTA
Referência de Preços e Custos
O SINAPI é indicado como fonte oficial de referência de preços de
insumos e de custos de composições de serviços pelo Decreto
7983/2013, que estabelece regras e critérios para elaboração do
orçamento de referência de obras e serviços de engenharia,
contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, e
pela Lei 13.303/2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico da
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias.
SINAPI
Importante esclarecer que o SINAPI não é uma tabela que
vincula a adoção de seus valores no desenvolvimento ou
análise de orçamento de obras públicas, mas uma referência
devidamente caracterizada em documentação técnica, com
divulgação pública, que possibilita ao usuário realizar o uso
consciente e adequado de suas informações.
Relatórios de Insumos e Composições

Os Relatórios de Insumos e Composições são disponibilizados


mensalmente, em pastas compactadas com arquivos nos
formatos PDF e XLS, abrangendo insumos de materiais, mão
de obra, equipamentos e composições, que representam os
serviços mais frequentes na construção civil.
As referências com preços para os insumos e custos para as
composições do SINAPI são apresentadas com Encargos
Sociais Desonerado e Não Desonerado.
Relatórios de Insumos e Composições

IMPORTANTE

1. Nas referências do SINAPI não é adotado nenhum


percentual de BDI ou custo com transporte, devendo o
usuário adicionar no orçamento conforme caso
específico.
2. Os preços dos insumos de mão de obra divulgados já
consideram os Encargos Sociais Desonerados ou Não
Desonerados para horista e mensalista.
Insumos

Os insumos do SINAPI estão em permanente manutenção


pela Caixa e IBGE, visando manter as descrições atualizadas
e adequadas, além de possibilitar a criação de novos
insumos e a desativação de insumos obsoletos, resultado da
evolução dos processos construtivos, conforme são
atualizadas as composições de serviços do SINAPI.
Encargos Sociais e Complementares

Os preços dos insumos de mão de obra do SINAPI são


acrescidos dos custos com Encargos Sociais, que são os
custos incidentes sobre a folha de pagamentos de salários
(insumos classificados como mão de obra assalariada) e têm
sua origem na CLT, na Constituição Federal de 1988, em leis
específicas e nas Convenções Coletivas de Trabalho.
Encargos sociais aplicam-se somente sobre insumos de Mão
de Obra.
Encargos Sociais e Complementares

O cálculo dos percentuais que incidem sobre os insumos de


mão de obra é realizado para cada capital brasileira,
atualizado anualmente, e considera dados regionais como
rotatividade, feriados locais e quantidade de dias de chuva
para apuração do mais próximo da realidade.
Podemos resumir o processo pelo qual é feita o orçamento de
obras da seguinte forma:
a) estudo detalhado do projeto executivo ou básico:
especificação de suas demandas quanto ao serviço
necessário à execução de obras;

b) Composição dos custos: relação de todos os custos e


despesas envolvidos;
c) definição de preço: resultado alcançado somado ao BDI.
.
ORÇAMENTO

CUSTO DIRETO BDI

CUSTOS
CUSTOS DESPESAS
DIRETOS
INDIRETOS INDIRETAS
UNITÁRIOS
4.0 Benefícios e Despesas indiretas – BDI

• O BDI é uma taxa correspondente à despesas indiretas e lucro,


para a execução de serviços, incidentes sobre a soma dos custos
de materiais, mão-de-obra, equipamentos, etc.
• Esta taxa tanto pode ser inserida na composição dos custos
unitários, como pode ser aplicada diretamente ao final do
orçamento, sobre o custo total, objetivando conseguir-se o preço
de execução de obra.
• O preço de venda/execução é igual ao custo da obra mais a taxa
de BDI.
O BDI inclui os seguintes componentes:
Administração Central (AC) — despesas com a estrutura administrativa da
empresa, como aluguel, recursos humanos, serviços de telecomunicações etc;
Despesas Financeiro (DF) — é uma estimativa do quanto o capital investido
na obra renderia caso estivesse aplicado no mercado financeiro (uma das
referências usadas nesse caso é o rendimento do CDB);
Seguros (S) — é o percentual (cerca de 0,6%) sobre o total da obra, que deve
ser reservado como seguro básico;
Garantias (G) — é a taxa de caução, seguro garantia, fiança bancária ou títulos
da dívida pública;
Riscos (R) — representa custos com imprevistos não cobertos por seguros;
O BDI inclui os seguintes componentes:
Tributos Municipais (TM) — taxa relativa ao Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e outros tributos
municipais;
Tributos Federais (TF) — entram as contribuições para os
Programas de Integração Social (PIS) e para o Financiamento
da Seguridade Social (Cofins), por exemplo;
Lucro (L) — é a lucratividade prevista para o projeto.
5.0 Benefícios e Despesas indiretas – BDI

O PIS E COFINS estão sujeitos ao regime cumulativo para


fins de incidência da contribuição às alíquotas de 0,65% e de
3%, respectivamente. Quanto ao ISS, a alíquota e o local do
recolhimento variará de acordo com o sistema tributário da
empresa, local e tipo do serviço.
5.0 Benefícios e Despesas indiretas – BDI

Pode-se incluir ainda:


• Administração da obra – desde que não tenha sido levada
em conta no orçamento;
• Despesas com instalação do canteiro – idem
• Depreciação dos equipamentos – desde que não tenha sido
levada em conta no orçamento ou nas composições de custos
unitários.
CURSO DE ORÇAMENTO PARA
LICITAÇÃO DE OBRAS

5.0 Benefícios e Despesas indiretas – BDI

O Tribunal de Contas da União – TCU estabelece


percentual mínimo e máximo de BDI em obra pública, como
podemos observar nas tabelas a seguir:

(Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)


5.0 Benefícios e Despesas indiretas – BDI

O Tribunal de Contas da União – TCU estabelece


percentual mínimo e máximo de BDI em obra pública, como
podemos observar nas tabelas a seguir:

(Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)


CURSO DE ORÇAMENTO PARA
LICITAÇÃO DE OBRAS

5.0 Benefícios e Despesas indiretas – BDI

A aquisição do BDI referencial que será empregado no orçamento


pode acontecer mediante a utilização das faixas de referência
constantes do Acórdão 2.622/2013 – Plenário, reproduzidas na
tabela a seguir.

(Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)


PLANILHA DE CÁLCULO DE BDI

DETALHAMENTO DO BDI

% %
Item Descrição dos Serviços
PV CD

1 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 4,00


1.1 ESCRITÓRIO CENTRAL
1.2 VIAGENS
1.3 OUTROS

2 IMPOSTOS E TAXAS 6,65


2.1 ISS 3,00
2.2 PIS 0,65
2.3 Cofins 3,00

3 TAXA DE RISCO 2,07


3.1 SEGURO 0,40
3.2 RISCO 1,27
3.2 GARANTIA 0,40

4 DESPESAS FINANCEIRAS 1,23

5 LUCRO 7,40

BDI - CALCULADO 23,54


IMPORTANTE

Ressalta-se que os parâmetros apresentados nas tabelas


não contemplam a Contribuição Previdenciária sobre a
Receita Bruta (CPRB), instituída pela Lei 12.844/2013,
aplicável às empresas que estão sujeitas à desoneração da
folha de pagamento (FONTE: TCU).

(Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)


Mas o que é desoneração da folha de pagamento?
É uma medida governamental onde as leis estabelecem a
desoneração da folha de pagamento para determinados
segmentos da construção civil, substituindo a Contribuição
Patronal Previdenciária (CPP) referente aos 20% (vinte
por cento) sobre a folha, por uma Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB).
Mas o que é desoneração da folha de pagamento?
A Lei 13.161 de 31 de agosto de 2015 altera a Lei nº
12.546/2011 aumentando a alíquota da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) de 2% para
4,5%, ou seja, as empresas que optar pela desoneração
devem substituir a Contribuição Patronal Previdenciária
(CPP) referente aos 20% de impostos sobre a folha de
pagamento, por uma alíquota de 4,5% sobre a receita
bruta.
Mas o que é desoneração da folha de pagamento?

Neste caso, a empresa deverá onerar o BDI em


4,5% (alíquota atual). Vamos considerar como exemplo, o
BDI que calculamos anteriormente (23,54%) composto
pelas seguintes parcelas:
Administração central = 4,00%
Riscos e imprevistos = 2,07%
Despesas financeiras = 1,23%
Taxa de remuneração = 7,40%
Impostos = 11,15
PLANILHA DE CÁLCULO DE BDI

DETALHAMENTO DO BDI

% %
Item Descrição dos Serviços
PV CD

1 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 4,00


1.1 ESCRITÓRIO CENTRAL
1.2 VIAGENS
1.3 OUTROS

2 IMPOSTOS E TAXAS 11,15


2.1 ISS 3,00
2.2 PIS 0,65
2.3 Cofins 3,00
2.4 CPRB 4,50

3 TAXA DE RISCO 2,07


3.1 SEGURO 0,40
3.2 RISCO 1,27
3.2 GARANTIA 0,40

4 DESPESAS FINANCEIRAS 1,23

5 LUCRO 7,40

BDI - CALCULADO 29,79


Com este resultado, você ainda poderá fazer um cálculo mais
preciso do preço de venda, utilizando para tanto uma segunda
fórmula.
Considere as siglas a seguir:
• PV — Preço de Venda
• CD — Custos Diretos
Para obter o preço de venda, você poderá utilizar a fórmula
PV = CD (1 + BDI/100).
Considere que os custos diretos, aqueles que têm relação
direta com a obra, como materiais de construção, aluguel de
máquinas, encargo de funcionários, foi de R$ 73.500.
Com a coleta dos valores percentuais e a execução da fórmula
anterior, descobrimos que o BDI é 29,79%.
Assim, a fórmula montada ficaria:
PV = R$ 73.500 (1+29,79/100)

PV = R$ 95.395,65
CURSO DE ORÇAMENTO PARA
LICITAÇÃO DE OBRAS
Cronograma
Cronograma de uma obra estabelece o início e o término das
diversas etapas de serviços de construção, dentro das faixas de
tempo previamente determinadas, possibilitando acompanhar e
controlar a execução planejada. O cronograma pode conter os
itens principais ou os subitens das várias etapas de serviços de
uma obra, bem como a sua duração, com o início e o término de
cada etapa, permitindo fazer o acompanhamento e o controle
físico-financeiro da obra.
Tipos de Cronograma
Os cronogramas mais conhecidos são:
a) o de GANTT ou de barras horizontais;
b) Cronograma físico ou de execução;
c) Cronograma físico-financeiro.
O cronograma físico apresenta as atividades e os tempos de
execução por período de duração, geralmente em meses, os
valores totais e o percentual de execução acumulado.
CRONOGRAMA DE GANTT OU DE BARRAS HORIZONTAIS;
CRONOGRAMA FÍSICO - FINANCEIRO
VALOR DO ORÇAMENTO: 35.263,84
DIAS
ITEM SERVIÇOS PREÇO TOTAL (R$) PESO TOTAL (%)
30 DIAS 60 DIAS 90 DIAS 120 DIAS 150 DIAS
2.924,01
1 SERVIÇOS PRELIMINARES 2.924,01 8,29%
100,00%
165,83
2 PAREDES E PAINEIS 165,83 0,47%
100,00%
2.091,87 2.091,87
3 COBERTURA 4.183,74 11,86%
50,00% 50,00%
797,01 797,01
4 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 1.594,01 4,52%
50,00% 50,00%
11.618,23 2.904,56
5 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS 14.522,79 41,18%
80,00% 20,00%
2.512,98
6 REVESTIMENTO 2.512,98 7,13%
100,00%
8.156,15
7 ESQUADRIAS 8.156,15 23,13%
100,00%
511,51
8 PINTURA 511,51 1,45%
100,00%
692,82
9 SERVIÇOS COMPLEMENTARES 692,82 1,96%
100,00%
TOTAL SIMPLES 3.089,84 5.913,37 14.507,11 2.904,56 8.848,97 35.263,84 100,00%
% TOTAL SIMPLES 8,76% 16,77% 41,14% 8,24% 25,09%
TOTAL ACUMULADO 3.089,84 9.003,21 23.510,31 26.414,87 35.263,84
% TOTAL ACUMULADO 8,76% 100,00%

CRONOGRAMA FISICO FINANCEIRO;


CRONOGRAMA FISICO FINANCEIRO;
6.0 CUSTOS DIRETOS
Vamos ver os custos dos principais insumos e saber um
pouco mais sobre suas concepções:
6.1 - CUSTO DE MÃO DE OBRA  É importante saber que
existe dois tipos de contratação: horista e mensalistas.
HORISTA – a remuneração baseia-se na quantidade de
horas trabalhadas por apresentar geralmente a necessidade a mão
de obra de horistas em apenas determinado momento da obra.
Entram nessa classificação de horistas os serventes, pedreiros,
gesseiros, armadores, encanadores, carpinteiros etc.
MENSALISTAS – São aqueles que não estão envolvidos na
execução, construção do edifício no tocante a habilidade manual.
São os que estão ligados à produção compondo as equipes
técnicas e administrativas, a exemplo dos engenheiros, estagiários,
mestres de obras, almoxarife, secretária, vigia etc., que entram na
composição dos custos unitários dos serviços indiretos.
O custo da mão de obra é relativo à soma do salário dos operários
mais a porcentagem relativa aos encargos sociais e trabalhistas.
a) Salario do operário: salário mensal equivalente a 220 h de trabalho
por mês, incluso repouso semanal remunerado, feriados, dias de
chuva etc.
b) Encargos Sociais: São encargos obrigatório exigidos pelas leis
trabalhistas e previdenciárias ou resultantes de acordos sindicais
adicionados aos salários dos trabalhadores.
c) Encargos trabalhistas: encargos previstos pelas leis trabalhistas e
previdenciárias.
SALÁRIO
DO
OPERÁRIO

CUSTO ENCARGOS
DE MÃO SOCIAIS
DE OBRA

ENCARGOS
TRABALHIS
TAS
6.2 CUSTO DE MATERIAL
Os materiais de construção utilizados em obra
correspondem a cerca de 60% custo total da obra. São
inúmeros os materiais utilizados em obra, cada um com suas
características específicas e com sua unidade de medida.
IMPOSTOS E TAXAS
INCIDENTES
CUSTO DE
MATERIAL
TRANSPORTES,
SEGUROS ETC

O custo do material está diretamente ligados a dois fatores:


• PREÇO – se tem algo importante que precisamos elucidar no tocante ao
custo de material, é o preço. As empresas geralmente fazem a cotação
com os fornecedores dos insumos (sendo coletado o preço em no
mínimo três empresas diferentes) onde são avaliados as condições de
comercialização oferecidas pelos mesmos, a qualidade do material e o
meio de transporte pelo o qual os insumos chegarão a obra.
Os preços são classificados da seguinte forma:
a) PREÇO FOB – free on board – livre a bordo: é o no qual o comprador
para receber a encomenda em obra precisa arcar com os custos relativos
ao frete, transporte, seguros, taxas adicionais etc.
b) PREÇO CIF – cost, insurance e freight – custo, seguro e frete: é o
popular “posto na obra”, no qual o comprador não precisa arcar com
os custos relativos ao frete, transporte, seguros, taxas adicionais etc,
pois, no preço pago já está inclusas todas as despesas adicionais.
• CONSUMO – diz respeito a quanto será consumido durante
determinado tempo para a execução de determinado serviço, ou
seja, aborda aspectos ligados ao gasto de certa quantidade de
material. Influenciam diretamente o índice de consumo dos
materiais, o que irá incidir diretamente no orçamento.
6.3 CUSTO DE EQUIPAMENTO

Quando falamos em equipamentos, nos lembramos logo de


grandes equipamentos, não é verdade?

Pois muito bem! A empresa precisa comprar ou alugar todos


os equipamentos necessários à execução de obra, seja ele de
grandes portes como os de pequenos.

Então, com isso podemos dizer que os custos de


propriedade estão relacionados a:

a) compra;
b) Aluguel;
a) CUSTOS DE PROPRIEDADE: valor do equipamento no
decorrer do seu tempo de uso compra, como depreciação (vida útil
do equipamento e seu valor pós-uso), juros (a taxa utilizada no
TCPO é de 12% a.a), seguros e impostos.

b) CUSTO DE OPERAÇÃO: custo com os elementos necessários


para a operação dos equipamentos, como operador, energia
elétrica necessária ao seu funcionamento, combustível,
lubrificantes, pneus, entre outros.
Na composição de custos unitários, a unidade do
equipamento aparece em horas, ou seja, seu valor é dado por hora
de utilização.
Nesse caso podemos medir da seguinte maneira:
• HORA PRODUTIVA – refere-se à hora efetiva de trabalho do
equipamento, na qual estão inclusos os custos de propriedade,
custo de operação e custo de manutenção.
• HORA IMPRODUTIVA – tempo de espera do equipamento
entre um serviço e outro, onde está incluso apenas o custo de
propriedade e o custo horário do operador.
7.0 CURVA ABC
Também conhecida como Lei de Pareto ou Princípio 80 – 20, a
curva ABC integra uma etapa importantíssima em qualquer obra, que é
o orçamento. Esse conceito matemático foi desenvolvido pelo consultor
Joseph Moses Juran, que verificou que 80% das consequências da
maior parte dos fenômenos advêm de 20% das causas. Extrapolando o
conceito para a construção civil, pode-se afirmar que 20% dos itens de
uma obra podem representar até 80% de seu custo total.
O uso dessa ferramenta otimiza todo o processo de elaboração
dos custos do projeto.
7.0 CURVA ABC
De maneira geral, a Curva ABC nada mais é do que uma
ferramenta gerencial. Ela classifica as informações ao separar os
itens de maior importância ou impacto.
Dessa maneira, a Curva ABC auxilia na administração de
custos. O objetivo da curva ABC é saber quais insumos/serviços
que mais impactam no custo total da obra.
7.0 CURVA ABC
Existe alguns tipos de curva ABC
Curva ABC de Insumos: é a ordenação dos materiais e equipamentos que
serão utilizados na obra, tais como chapa compensada, pregos, trator, entre
outros. Todos organizados do custo mais alto para o mais baixo;
Curva ABC de Serviços: é a ordenação dos serviços que serão prestados
na obra, tais como escavação, regularização de terreno, entre outros. Todos
organizados em ordem decrescente;
Curva ABC de Apropriações: é a ordenação dos valores dos itens
apurados que estão lançados no orçamento. Sempre organizados do maior
valor para o menor.
INSUM
OS

Curva
ABC

SERVIÇ
OS
7.0 CURVA ABC

É dividida em três categorias, sendo divididas por valor de consumo


(insumos que fazem parte do processo produtivo) e valor de demanda (produtos
acabados). Cada uma delas apresenta um valor de porcentagem correspondente
ao orçamento da obra a partir da multiplicação do preço ou custo unitário de
cada item por seu consumo e demanda.
São elas:
• Classe A: produtos e/ou serviços de valor mais caros. Custam até 50% do
orçamento;
• Classe B: produtos e/ou serviços de valor intermediário. Custam até 30% do
orçamento;
• Classe C: produtos e/ou serviços de valor mais baratos. Custam até 20% do
orçamento
A análise ABC consiste na divisão de itens de estoque de acordo com três
grupos. Eles se organizam de acordo com o valor de demanda, quando são
produtos acabados, e valor de consumo, quando os produtos fazem parte do
processo produtivo. Ou seja, quando se tratam de matérias primas ou insumos.
Tanto o valor de consumo quanto o de demanda são determinados a partir da
multiplicação do preço ou custo unitário de cada item pelo seu consumo ou sua
demanda.
Como resultado, a Curva ABC será classificada em:
• Classe A: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo alto;
• Classe B: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo
intermediário;
• Classe C: Itens que possuem um valor de demanda ou consumo baixo.
Vantagens que a Curva ABC oferece para sua construtura:
• Organização de estoque: é possível saber quais materiais ainda estão
disponíveis e quais precisam ser comprados;
• Redução de Desperdícios: com o estoque e o planejamento de obras
organizado, é possível verificar a quantidade de materiais ou insumos
necessários em cada serviço;
• Investimentos: com todas as informações sobre os gastos de materiais,
serviços e insumos organizados, o gestor tem a possibilidade de utilizar o
capital de giro de maneira mais eficiente;
• Lucratividade: com a redução de desperdícios e a organização do
planejamento, é possível afirmar que a Curva ABC pode garantir maior
lucratividade para sua construtora.
A Importância da Curva ABC na Construção:

• Identificar os insumos mais utilizados: ordenar os materiais por sua


importância. Ou seja, do maior para o menor custo. Isso permite visualizar os
que ocupam mais espaço no seu orçamento;

• Priorizar a redução de custos: nos casos de negociação de materiais ou


serviços, deve-se priorizar os da Classe A. Desta maneira é possível ter uma
economia mais significativa mexendo em menos itens;
A Importância da Curva ABC na Construção:
• Avaliar impactos: a Curva ABC ajuda a mensurar impactos na
variação de preços de materiais. Por exemplo, em casos de inflação
mais alta. Nessa situação, não deixe de identificar o quanto a variação
de preços vai afetar o seu orçamento.

• Controle seu orçamento: normalmente o gerente de obra é


responsável pela gestão de custos. Por isso, é extremamente
importante que ele saiba delegar pessoas para negociações e
avaliações de preços.
A Curva ABC pode ser feita em uma planilha do Excel ou por meio
de um software de gestão.
Independente dessas escolhas, as planilhas devem ser formatadas com
os itens abaixo:
• Descrição: refere-se ao insumo ou material utilizado na obra. Este
item precisa ser bem detalhado para que o resultado seja positivo;
• Unidade: indica a medida utilizada;
• Quantidade: quantos materiais serão utilizados. Este item deve ser
expressado por meio de numerais;
• Preço (unitário e total): os valores dos materiais ou insumos devem
ser inseridos em ordem decrescente, do mais caro para o mais barato;
• Participação (%): estabelecer o grau de importância do material ou
insumo em ordem decrescente. Com este item é possível identificar a
porcentagem do custo no orçamento geral da obra;
• Participação acumulada: refere-se a soma das porcentagens de
participação até a linha indicada.
Sua planilha deve ficar conforme este exemplo:
Conforme as cores destacadas:

Classe A representa a cor vermelha. Isso significa que são os itens mais
caros da obra;
Classe B representa a cor amarela. Isso significa que são os itens com
custos intermediários da obra;
Classe C representa a cor verde. Isso significa que são os itens mais
baratos da obra.
Vamos simular uma lista de insumos de apenas 5 itens, para fins de
entendimento:

• Azulejo cerâmico (importado) – R$ 400,00/m2 – Quantidade: 20 m² –


Total: R$ 8.000,00
• Pia de cozinha granito – R$ 1.000 – Quantidade: 2 – Total: R$ 2.000,00
• Cimento comum cinza (saco de 5 kg) – R$ 8,00/saco – Quantidade:
100 – Total: 800,00
• Bloco cerâmico vedação 9 furos – R$ 2,00/unid. – Quantidade: 200 –
Total: 400,00
• Areia fina (saco de 20 Kg) – R$ 3,00/saco – Quantidade: 100 – Total:
R$ 300,00
Custo total: R$ 11.500,00
De primeira, já percebemos que os 2 primeiros itens são os mais
críticos para nossa construtora hipotética. Entretanto, se estivermos diante
de uma lista real de materiais, essa identificação não será tão imediata. Se
utilizarmos esses dados para fazermos a frequência acumulada, teremos:
Azulejo cerâmico – Freq. Acumul. – R$ 8.000,00 = 70%
Pia de cozinha granito – Freq. Acumul. – R$ 10.000,00 (8 mil+2 mil) = 87%
Cimento comum – Freq. Acumul. – R$ 10.800,00 (8 mil+2 mil +800) = 97%
Bloco Cerâmico – Freq. Acumul. – R$ 11.200,00 (8 mil+2 mil + 800 + 400) =
98%
Areia fina (saco 20 Kg) – Freq. Acumul. – R$ 11.500,00 (8 mil+2
mil+800+400+300) = 100%
Agora, com a frequência acumulada devidamente elaborada, fica
mais fácil visualizar que, de fato, uma pequena quantidade de itens
(apenas os 2 primeiros) respondem por 87% de todo o capital
empregado na compra de insumos. Estes serão os itens da “classe
A”, ou seja, aqueles que deverão receber tratamento especial em
sua compra, recebimento, armazenamento e manuseio.
ATENÇÃO !!!!!
HÁ UMA FRASE MUITO CONHECIDA NA ÁREA DE
ORÇAMETAÇÃO:

“O orçamento não tem como obrigação ser


exato, mas tem que ser PRECISO!”.

Tal frase demonstra que o orçamento muitas vezes não


consegue ser exato, mas deve sempre ser claro e preciso.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

a) É necessário reajustar os custos pelo menos um ano após a


confecção do orçamento.

b) O INCC é uma sigla que significa Índice Nacional de Custo da


Construção Civil e refere-se a evolução mensal sobre os preços de
serviços voltados à construção, ferramenta muito importante para a
confecção do orçamento. Visite o site da FGV e saiba melhor
como funciona o INCC nos estados brasileiro.
OBRIGADO !

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