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Material Teórico
Cálculo das Reações de Apoio
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Cálculo das Reações de Apoio
• Introdução;
• Cálculo das Reações em Vigas;
• Cálculo das Reações em Arcos;
• Cálculo das Reações em Pórticos;
• Cálculo das Reações em Grelhas;
• Cálculo das Reações em Treliças.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar o cálculo das reações nas diferentes estruturas, aprofundando o conceito de
equilíbrio de corpos rígidos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
Introdução
Os vínculos restringem os graus de liberdade de movimento das estruturas, provo-
cando forças reativas conhecidas como reações de apoio. Nas estruturas isostáticas,
o número de vínculos é essencialmente o necessário para impedir o deslocamento
da estrutura. O conjunto de cargas aplicadas mais as reações de apoio formam um
sistema em equilíbrio onde não ocorre movimentações na vertical e horizontal e
rotações dos elementos (∑Fx = 0; ∑Fy = 0; ∑M = 0) (MACHADO JR, 1999).
Uniforme
Figura 1 Figura 2
Triangular
Figura 3 Figura 4
Trapezoidal
Figura 5 Figura 6
8
Carregamento distribuído Força resultante
Qualquer
Figura 7 Figura 8
Fonte: Adaptado de Almeida, 2009
Quadro 2
Laje de concreto 25 (kN/m³) x 1,80 (m) x 0,10 (m) = 4,50 kN/m
Forro de gesso 0,24 (kN/m²) x 1,80 (m) = 0,43 kN/m
Parede de bloco 16,50 (kN/m³) x 2,40 (m) x 0,30 m = 11,88 kN/m
Viga 25 (kN/m³) x 0,14 (m) x 0,40 (m) = 1,40 kN/m
Carga total (P kN/m) = 18,21 kN/m
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
Importante! Importante!
Convenção de sinais
Positivo
• Reações verticais que atuam de baixo para cima;
• Reações horizontais que atuam da esquerda para a direita;
• Giro no sentido horário.
Figura 10
Vigas biapoiadas
Carga concentrada
Seja a viga biapoiada da Figura 11 submetida a uma carga concentrada P, a tuante
a dois metros do apoio A.
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O primeiro passo para início da resolução é a criação do Diagrama de Corpo
Livre (DCL – Figura 12) e, a partir das definições e nomenclaturas utilizadas para
as forças desconhecidas, aplica-se as equações de equilíbrio (∑Ma = 0; ∑Fy = 0;
∑Fx = 0) obtendo os valores das reações de apoio:
∑Ma = 0
∑Fy = 0
∑Fx = 0
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
∑Ma = 0
∑Fy = 0
∑Fx = 0
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O procedimento de cálculo é o mesmo utilizado para vigas com carga uniforme-
mente distribuída, calcula-se a força resultante (Fr = (60x6)/2 = 180kN), determina
o DCL (Figura 16) e aplica-se as equações de equilíbrio:
∑Ma = 0
∑Fy = 0
∑Fx = 0
Carga momento
Quando ocorre a aplicação da carga momento, as reações de apoio tendem a ser
equivalentes a um binário, de mesma intensidade e sentidos contrários. Na Figura 17,
é apresentada uma estrutura submetida a carga momento.
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
∑Ma = 0
∑Fy = 0
∑Fx = 0
A determinação das ações atuantes nas estruturas é fundamental para o seu correto funcionamento.
Muitas vezes, esse procedimento se torna um processo de “futurologia”, necessitando o engenheiro
prever quais as cargas que atuarão na estrutura. Essa situação decorre da mudança de uso e ocupação
do ambiente, quando se muda a destinação da ocupação da edificação.
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Exemplo 2: Determine as reações de apoio na estrutura apresentada. As figuras
20 e 21 apresentam o esquema estático com as cargas e o DCL respectivamente.
∑Fy = 0
∑Fx = 0
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
∑Ma = 0
∑Fy = 0
∑Fx = 0
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Resolver a estrutura utilizando somente uma força resultante para a carga uniformemente distribuída,
adotar o DCL a seguir:
Figura 26
∑Ma = 0
∑Fy = 0
∑Fx = 0
Vigas Gerber
As vigas gerber são associações de vigas com estabilidade própria e com outras
apoiadas sobre a primeira, que fornecem estabilidade ao conjunto. Para resolver a
estrutura, basta fazer sua decomposição nas vigas que a constituem, iniciando o
processo de resolução àquelas sem estabilidade própria e, após, as dotadas de es-
tabilidade própria, para as cargas que lhe estão diretamente aplicadas, acrescidas,
para essas últimas, das forças transmitidas pelas articulações (SUSSEKIND, 1981).
As figuras 27 e 28 fornecem um modelo de viga gerber carregada e seu DCL.
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
Note que na Figura 28, no DCL, há o surgimento das ações Rvb e Rhb que
representam a articulação. Como há o desmembramento da estrutura, parte-se do
princípio da 3ª Lei de Newton, que são ações com mesma intensidade, porém dire-
ções opostas. Inicia-se o processo de resolução da estrutura no trecho AB (instável)
e, posteriormente, faz-se a resolução do trecho BD (estável).
Trecho AB
∑Ma = 0
∑Fy = 0
Rva + 35 – 70 = 0 → Rva = 35 kN
∑Fx = 0
Trecho BD
∑Fy = 0
98 + Rvd – 35 – 20 – 50 = 0 → Rvd = 7 kN
Esse processo de resolução pode ser aplicado para todas as Vigas Gerber
isostáticas com mais de uma articulação. Para resolução, aplica-se a divisão das
vigas e produção DCL para posteriormente utilizar as equações de equilíbrio nas
vigas separadas.
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Figura 29 – Arco biapoiado Figura 30 – Arco tri-articulado – mod. 1
Arco biapoiado
Considere a estrutura apresentada na Figura 33, trata-se de um arco biarticulado
submetido a um carregamento uniformemente distribuído. O processo de cálculo
adotado é o mesmo utilizado para a resolução das vigas.
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
Assim como nas vigas, faz-se a produção do DCL (Figura 34), determinando a
Força resultante decorrente da carga distribuída, e inicia-se o processo de resolução.
∑Ma = 0
84 . 2 – Rvb . 4 = 0 → Rvb = 42 kN
∑Fy = 0
Rva + 42 – 84 = 0 → Rva = 42 kN
∑Fx = 0
Arco tri-articulado
O arco tri-articulado é caracterizado pela presença da articulação. Seu processo
de resolução é o mesmo adotado para vigas Gerber, fazendo a separação dos ele-
mentos e aplicando as equações de equilíbrio. Nas figuras 35 e 36, apresentam-se
um modelo de arco tri-articulado e de sua decomposição através do DCL.
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Para início da resolução, considera-se toda a estrutura fechada, analisando o
arco como um todo. Dessa forma, é possível obter todas as reações verticais:
∑Ma = 0
84 . 2 – Rvc . 4 = 0 → Rvc = 42 kN
∑Fy = 0
Rva + 42 – 84 = 0 → Rva = 42 kN
∑Mb = 0
∑Fx = 0
21 – Rhc = 0 → Rhc = 21 kN
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
Na Figura 38, o tirante é substituído pela força N (azul) que deverá ser incluída
no cálculo quando utilizadas as equações de equilíbrio. Para início da resolução,
considera-se toda a estrutura fechada, analisando o arco como um todo. Dessa
forma é possível obter todas as reações verticais:
∑Ma = 0
84 . 2 – Rvc . 4 = 0 → Rvc = 42 kN
∑Fy = 0
Rva + 42 – 84 = 0 → Rva = 42 kN
∑Fx = 0
Repare que a complexidade das estruturas está aumentando, porém, o processo de resolução continua
o mesmo: aplicação das equações de equilíbrio (∑M = 0; ∑Fx = 0; ∑Fy = 0). Apesar de ser um processo
simples e muito bem definido, requer muita prática do aluno. A resolução de exercícios auxilia muito
no processo de aprendizagem, devendo o aluno consultar as referência bibliográficas e os materiais
complementares indicados para resolução de novos exercícios.
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Figura 39 – Pórtico biapoiado – mod.1 Figura 40 – Pórtico tri-articulado
Pórtico biapoiado
As figuras 39 e 42 apresentam pórticos biapoiados, porém com configurações
de quadros diferentes. Ambos são denominados pórticos simples, porém, o segun-
do apresenta um elemento inclinado. Devido a essa particularidade, opta-se pelo
seu detalhamento. As figuras 43 e 44 apresentam um pórtico solicitado por cargas
verticais e horizontais e seu DCL.
Cargas horizontais atuantes nas estruturas possuem origens distintas, uma das cargas ho-
rizontais atuantes na estrutura é decorrente da ação do vento. Até o momento, essa carga
horizontal não havia aparecido nas vigas, mas passará a aparecer com maior frequência
nos pórticos.
Para uma compreensão maior desse tipo de esforço, verificar o artigo publicado na revista
Techne, indicado em materiais complementares.
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
Conforme especificado, o pórtico deve ser considerado uma única chapa, visto que
não possui nenhuma articulação e, portanto, deve ser resolvido considerando uma
estrutura única, fechada (ABCD). Aplicando-se as equações de equilíbrio, têm-se:
∑Ma = 0
∑Fy = 0
∑Fx = 0
Rha – 50 = 0 → Rha = 50 kN
Pórtico tri-articulado
O pórtico tri-articulado é caracterizado pela presença da articulação. Assim
como nos arcos e vigas, sua resolução acontece através da análise geral da estrutu-
ra e depois da análise dos elementos isolados. As figuras 45 e 46 apresentam um
modelo de pórtico tri-articulado submetido a cargas verticais e horizontais e o DCL
da estrutura.
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Inicia-se a resolução considerando o pórtico fechado, olhando para estrutura
ABCD.
∑Ma = 0
∑Fy = 0
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
∑Ma = 0
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O Momento Torsor representa a soma algébrica dos momentos gerados por cargas contidas ou que
possuam componentes no plano YZ, perpendicular ao eixo X. Produzindo esforço que tende a fazer
girar a seção em torno do eixo longitudinal, provocando tensões de cisalhamento.
Figura 50
Grelha Engastada
São estruturas caracterizada pelo apa-
recimento do momento torsor (Figura 53).
Apesar disso, o procedimento de cálculo
das reações continua sendo o mesmo,
através da aplicação das equações de
equilíbrio. Note que para a determinação
do momento Ma, deve-se considerar não
mais um ponto, mas sim o alinhamento
da estrutura (eixo). Analisando os pontos
ADE, percebe-se que esses estão alinha-
dos e que todas as cargas que atuam nes-
se alinhamento não causam momento no
ponto A. Essa mesma análise deve ser
feita para o momento torsor, consideran-
do o alinhamento dos pontos AB. Figura 53 – DCL – Grelha engastada
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
∑Fy=0
Rva – 45 – 20 = 0 → Rva = 65 kN
Grelha Tri-apoiada
Diferente do que ocorre na estrutura engastada, na estrutura tri-apoiada, as
reações que aparecem são somente as reações verticais e horizontais, de tal for-
ma que, devido ao carregamento perpendicular ao plano, não se tem a presença
de reações horizontais (nulas). A Figura 54 apresenta a grelha da Figura 52 em
seu DCL.
∑MeixoAB = 0
∑MeixoADE = 0
∑Fy = 0
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A presença do sinal negativo indica que o sentido adotado para a força Rva no
DCL está errado, ela possui sentido contrário.
Figura 56
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
∑Ma = 0
20 . 3 + 20 . 6 + 20 . 9 + 20 . 12 – Rvh . 12 = 0 → Rvh = 50 kN
∑Fy = 0
Rva + 50 – 20 . 5 = 0 → Rva = 50 kN
∑Fh = 0
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Ação do vento para efeitos de cálculo de edificações
WAHRHAFTIG, A. de M.; BRASIL, R. M. L. R. F.; DA SILVA, M. A. Ação do vento
para efeitos de cálculo de edificações. Revista Téchne, n. 165, dez. 2010.
Mecânica vetorial para engenheiros: estática
BEER, F. P.; JOHNSTON JUNIOR, E. R. Mecânica vetorial para engenheiros:
estática. v. 1. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. (e-book)
Fundamentos de resistência dos materiais
PINHEIRO, A. C. F. B.; CRIVELARO, M. Fundamentos de resistência dos materiais.
Rio de Janeiro: LTC, 2016. (e-book)
Mecânica técnica e resistência dos materiais
MELCONIAN, S. Mecânica técnica e resistência dos materiais. 19. ed. São Paulo:
Érica, 2012. (e-book)
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UNIDADE Cálculo das Reações de Apoio
Referências
ALMEIDA, M. C. F. de. Estruturas Isostáticas. São Paulo: Oficina de textos,
2009. (ebook).
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