Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Sistemas de Combate a Incêndio e
Proteção Contra Surtos em Edificações
• Introdução;
• Combustível;
• Comburente;
• Calor;
• Extinção do Fogo;
• Sistemas Ativos de Combate a Incêndio;
• Sistemas de Proteção Contra Surtos.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Conhecer os principais componentes do sistema de combate a incêndio e proteção contra
surto em edificações;
• Conhecer os sistemas ativos e passivos de combate a incêndio;
• Conhecer os sistemas de proteção contra surtos.
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
Introdução
Desde o início da civilização, o fogo foi fundamental para o desenvolvimento da
humanidade. O fogo foi utilizado, por exemplo, para clarear os ambientes, espantar
animais selvagens, preparar alimentos e forjar armas.
Porém, quando o fogo fica fora de controle, pode gerar o fenômeno do incêndio,
que é uma ameaça aos bens materiais e eventualmente à vida. Por isso, é importante
saber a origem dos incêndios e, no caso de sua ocorrência, como combatê-los de
forma eficaz e rápida.
CALOR
FOGO
GERA
(Processo de Reação Química)
ENERGIA LUMINOSA
SUBSTÃNCIA COMBURENTE
ENERGIA DE ATIVAÇÃO
(cloro, flúor, oxigênio do ar
(faísca elétrica, chama, calor)
atmosférico)
COMBUSTÃO
(depende da temperatura de ignição)
COMPOSTO ORGÂNICO
(gás de hidrocarbonetos, gasolina,
madeira, papel, plástico)
8
O ponto de ignição, ou calor de ignição, é a temperatura em que os combustíveis
queimam, sem a presença de chama.
Então, para que ocorra o fogo são necessários três fatores (combustível, combu-
rente e calor) que simultaneamente reagirão entre si, denominados triângulo do
fogo (Figura 3)
EL
COM
TÍV
BU
BUS
REN
COM
TE
CALOR
BU
S
BU
REN
M
CO
REAÇÃO
E
EM CADEIA
CALOR
9
9
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
Combustível
Combustíveis são todos os elementos que são susceptíveis à combustão, que for-
necem energia para o fogo e a sua propagação.
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
(acetileno, GLP, hidrogênio)
COMBUSTÍVEIS COMBUSTÍVEIS
LÍQUIDOS VOLÁTEIS TIPOS DE
LÍQUIDOS NÃO VOLÁTEIS
(álcool, gasolina, éter) COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS (graxas, tintas)
10
Comburente
Comburentes são todos os elementos que reagem quimicamente aos combustí-
veis, sendo capazes de fazê-los entrar em combustão.
Calor
O calor é a energia necessária ao desenvolvimento e à continuação da reação quí-
mica da combustão que gera o fogo. Assim, o calor faz o início do fogo, mantendo
e o propagando através do combustível.
11
11
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
Extinção do Fogo
Para extinguir a reação que conduz ao fogo é necessária a eliminação de um dos
componentes do triângulo do fogo.
A luz do fogo que é visível (chama) é o resultado de uma mistura de gases incan-
descentes que emitem energia.
Ademais, deve-se ter cuidado com os combustíveis cuja cor da chama é invi-
sível ao olho humano, tal como acontece com o álcool em gel. Essa condição
pode causar queimaduras graves nas pessoas – por não identificarem as chamas
do combustível.
Eliminação do Combustível
A eliminação do combustível é feita através da cessação da entrada do combustível
no processo químico da combustão. Por exemplo, a eliminação do combustível pode
ser feita através de seu isolamento.
12
Eliminação do Comburente
A eliminação do comburente é outro método de extinção do incêndio. A intenção
é evitar o contato do combustível com o oxigênio, através de cobertura do combus-
tível para causar o abafamento da combustão.
O abafamento pode ocorrer, por exemplo, através da utilização de panos úmidos,
areia, pó químico seco ou de gás carbônico.
Eliminação do Calor
A eliminação do calor do processo de combustão através do resfriamento é uma
das principais soluções para o enfrentamento de incêndios.
O resfriamento é amplamente utilizado como combate de incêndios de combus-
tíveis que deixam resíduos sólidos, porque queimam na superfície e têm calor nas
partes internas, em profundidade, deixando cinzas.
CLASSE A CLASSE B
(materiais sólidos) (líquidos inflamáveis)
CLASSES
DE FOGO
CLASSE D CLASSE C
(materiais pirofóricos) (materiais elétricos energizados)
13
13
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
Sistema de extinção
Sistema de detecção, SISTEMAS ATIVOS
manual e/ou
alarme e combate ao DE COMBATE
automática de
incêndio (SDCI) A INCÊNDIOS
incêndio
Não pode ser estruturado isoladamente dos demais sistemas de segurança das
edificações.
14
Esse sistema de segurança, além da detecção do incêndio, executa comandos de
alarme de incêndio, por meio de sinalização audiovisual, bem como atua no processo
de extinção das chamas de incêndios.
15
15
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
SISTEMA DE EXTINÇÃO
MANUAL E/OU
Sistema básico AUTOMÁTICA DE
Sistema fixo
INCÊNDIO
Sistema Básico
São componentes do sistema básico do sistema de extinção manual e/ou automá-
tica de incêndio o sistema de extintores de incêndio portáteis:
16
Sistema Fixo
O sistema fixo do padrão básico do sistema de extinção manual e/ou automática de
incêndio é composto por chuveiros automáticos (sprinklers), hidrantes e mangotinhos.
A NR SIT 23:2011 indica as situações para a utilização dos extintores (Tabela 2):
17
17
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
que os ocupantes das edificações possam evacuar o local do incêndio com segurança,
bem como o Corpo de Bombeiros consiga resgatar as vítimas para combater o fogo.
Vedação ou Compartimentação
É necessário realizar a vedação, ou compartimentação, vertical e horizontal de
shafts elétricos e hidrossanitários, porões, galerias de cabos, salas elétricas, além da
selagem de fachadas das edificações em pele de vidro.
18
A selagem é aplicada simultaneamente com um conjunto de outros itens para
proporcionar esse tipo de segurança. É feita através de blocos de materiais isolantes,
cobertos com uma argamassa especial.
Para que o local esteja realmente seguro, todas as aberturas que existem em
fachadas e lajes, tais como painéis pré-moldados ou peles de vidro, precisam ser ve-
dados por selagem de shafts, com o objetivo de evitar ou retardar a propagação de
fumaça ou gases quentes, além do próprio fogo.
Essa medida de proteção permite que tais estruturas resistam ao fogo por um
determinado período, que pode variar de 30 a 120 minutos – denominado Tempo
Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF).
Pintura Intumescente
A pintura intumescente protege as estruturas metálicas de possível colapso em
situação de incêndio. Tem como objetivo aumentar o tempo de resistência da estru-
tura ao calor do fogo.
Essa pintura é feita com três camadas: primer, tinta intumescente e top
coat (acabamento).
Essa pintura assegura o atendimento das leis n.º 56.819/2011 e n.º 13.425/2017
e, no caso de construções no Estado de São Paulo, o atendimento à Instrução Téc-
nica n.º 8/2011 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
19
19
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
Início de incêndios
20
Os Dispositivos de Proteção contra Surtos elétricos (DPS) são equipamentos que
detectam sobretensões transitórias na rede elétrica. São importantes para a proteção
dos equipamentos elétricos e eletrônicos, evitando com que queimem.
Os DPS contêm um componente eletrônico básico denominado varistor, que é
um resistor elétrico. A sua atuação é rápida e depende da tensão para mudar o valor
de sua resistência, isto é, quanto maior a tensão, menor a oposição à passagem da
corrente elétrica; e quanto menor o valor da tensão, maior será a resistência.
Quando o surto acontece na rede elétrica a tensão é extremamente alta, ou seja, a
tensão tende ao infinito. Quando essa tensão passa pelo DPS, a resistência do varistor
tende a zero, oferecendo, assim, um caminho com menor oposição à passagem da cor-
rente elétrica, escoando toda essa energia pelo sistema de aterramento da edificação.
O DPS desvia o surto elétrico de maneira rápida ao sistema de aterramento, de
modo que o sistema de proteção dos disjuntores (dispositivos de desconexão) não é
acionado. Por isso, o DPS só funciona com o condutor fase conectado em um terminal
e o condutor terra conectado em outro.
Quando ocorre o surto elétrico o DPS é acionado, fechando um curto-circuito
entre os condutores fase e terra. Essa condição faz com que não ocorra danos aos
equipamentos ligados nas instalações elétricas das edificações.
O DPS tem vida útil, que se encerra quando o seu circuito interno já não consegue
realizar o fechamento entre fase e terra com alta velocidade.
O maior cuidado com a utilização do DPS ocorre quando esse dispositivo de
proteção queima e o curto entre fase e terra é permanente. Por isso, é necessário
instalar no circuito elétrico um dispositivo de desconexão.
Existem três classes de DPS, para sobretensões em locais específicos, com dispo-
sitivos de proteção contra surtos elétricos:
• Com capacidade para drenagem de correntes parciais de um raio, para áreas ur-
banas periféricas e rurais, que ficam expostas a descargas atmosféricas diretas;
• Que drenam correntes induzidas, em edificações, com efeitos indiretos de
descarga atmosférica;
• Que são instalados próximos a equipamentos ligados à rede elétrica, de dados
ou telefônica, para proteção fina.
21
21
UNIDADE Sistemas de Combate a Incêndio
e Proteção Contra Surtos em Edificações
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Análise estrutural
KASSIMALI, A. Análise estrutural. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
Leitura
NBR 6118: projeto de estruturas de concreto
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: projeto de estruturas de
concreto – procedimentos. Rio de Janeiro, 2014.
https://bit.ly/3gijIlL
NBR 6122: projeto e execução de fundações
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: projeto e execução de
fundações. Rio de Janeiro, 2010.
https://bit.ly/2EjW8aX
NBR 6123: forças devidas ao vento em edificações
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: forças devidas ao vento
em edificações. Rio de Janeiro, 1988.
https://bit.ly/3hgaoAb
NBR 6120: cargas para o cálculo de estruturas de edificações
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: cargas para o cálculo de
estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 1980.
https://bit.ly/3j0e5va
22
Referências
PORTO, T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso básico de concreto armado: conforme
NBR 6118/2014. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.
23
23