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MANUAL

DE COMBATE A
INCÊNDIOS E
PRIMEIROS
2023
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS E PRIMEIROS SOCORROS

Indice
INTRODUÇÃO3

CAPÍTULO I - PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS4




Formação das brigadas de incêndio4
GRUPO DE COMBATE A INCÊNDIO 4
GRUPO DE ABANDONO DE LOCAL 4
GRUPO DE PRIMEIROS SOCORROS 4

Elementos que compõem o fogo5


COMBUSTÍVEL5
COMBURENTE (OXIGÊNIO) 5
CALOR 5
REAÇÃO EM CADEIA 5

Propriedades combustíveis5
PONTO DE FULGOR 5
PONTO DE COMBUSTÃO 5
PONTO DE IGNIÇÃO 5

propagação de incêndio5
IRRADIAÇÃO5
CONDUÇÃO 5
CONVECÇÃO 5

classes de incêndio5
CLASSE A 5
CLASSE B 5
CLASSE C 5
CLASSE D OU K 5

MAIS VALIA 2
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Indice

métodos de extinção de incêndio4
RESFRIAMENTO
ABAFAMENTO
RETIRADA DO COMBUSTÍVEL
RETIRADA DO COMBUSTÍVEL QUE ESTÁ QUEIMANDO
RETIRADA DO COMBUSTÍVEL QUE AINDA NÃO QUEIMOU

equipamentos de combate a incêndio4



REDE DE HIDRANTES
MODO DE USAR A MANGUEIRA
MODO DE USAR O MANGOTINHO
EXTINTORES
EXTINTORES DE ÁGUA
EXTINTORES DE GÁS CARBÔNICO (CO₂)
EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO SECO
NOVO EXTINTOR AUTOMOTIVO “PÓ-ABC”

combate a incêndio - quadro síntese4

Tabela padrão dos extintores e suas aplicações

Procedimentos gerais em caso de incêndio

Medidas de prevenção
INFLAMÁVEIS
FUSÍVEL
ELETRICIDADE
CIGARROS
HIDRANTES, EXTINTORES, SAÍDAS E ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
GÁS

Recomendações Úteis

Capítulo ii - Introdução
Primeiros Socorros

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introdução

Um dos grandes marcos da história da civilização humana foi o domínio do fogo homem.
A partir daí foi possível aquecer e cozer os ahmentos, fundir metais para a fabricação de utensílios e
máquinas, que possibilitam o desenvolvimento do presente.

Mas esse mesmo fogo que tanto constrói pode destruir muito. E quando ele nos ameaça, a reaçao do
Homem de hoJe e igual a do Homem primitivo: ele FOGE.

O homem primitivo fugia por desconhecer a natureza do fogo e a forma de combatê-lo. Hoje, o
homem não precisa fugir mais pois conhece o fogo como um fenômeno químico e a partir daí dabe
como lutar contra ele através de métodos e equipamentos adequados.

As brigadas de incêndio têm um papel fundamental, pois através da sua atuação teremos ações
rápidas de combate ao princípio de incêndio e salva guarda das pessoas.

"Quanto mais perfeita e eficiente se torna a prevenção, menores são as possibilidades de


ocorrência de incêndio e, consequentemente, menores serão as oportunidades do fogo
causar danos às pessoas e ao patrimônio."

MAIS VALIA 4
CAPÍTULO I

PREVENÇÃO E
COMBATE A INCÊNDIOS

MAIS VALIA 5
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01
A prevenção contra incêndio consiste numa série de medidas
que visam principalmente:
• Impedir o aparecimento de um princípio de incêndio;
• Dificultar seu desenvolvimento;
• Proporcionar sua extinção.

– FORMAÇÃO DAS
BRIGADAS DE
INCÊNDIO
As Brigadas de Incêndio estão divididas em
3 grupos:

Grupo de Combate a Incêndio


Equipe composta por empregados que tem
a finalidade de combater princípios de incêndio.

Grupo de Abandono de Local


Equipe composta por empregados que tem a
finalidade de orientar e conduzir de forma se-
gura, todas as pessoas que estiverem nos lo-
cais de trabalho em situações de incêndio.

Grupo de Primeiros Socorros


Equipe composta por empregados com finali- Vejamos agora elemento por elemento, suas caracte-
dade de prestar primeiros socorros. rísticas e sua função no fenômeno químico do fogo.

Ex.: Consideremos uma vela. Para acendê-la, é


necessário que exis­tam esses três elementos:

– ELEMENTOS QUE
COMPÕEM O FOGO
Para que haja fogo, é necessário existir um
combustível que, atingindo seus pontos de ful­
gor e combustão, gera gases inflamáveis, os
quais misturados com um comburente (geral­
mente o oxigênio contido no ar), precisam ape­
nas de uma fonte de calor (uma faísca elétrica,
uma chama ou um superaquecimento) para in-
flamar e começar a reação em cadeia.

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• O combustível = cera que envolve o pavio; sprenderá mais luz e gerará maior quantidade
• O oxigênio = presente no ar; de calor.
• O calor = que, nesse caso, é fornecido por
meio de um palito de fós-foro aceso. O comburente mais comum é o oxigênio, con-
E para que o fogo continue, deve ocorrer a rea- tido no ar atmosférico numa porcentagem de
ção em cadeia (quarto elemento). 21 %; portanto, é o elemento do fogo que está
contido em quase todos os ambientes.
Combustível: elemento que alimenta o fogo e Quando o oxigênio estiver numa porcentagem
que serve como campo para sua propagação. próxima de 13%, não haverá chama, somente
Onde houver combustível, o fogo caminhará brasa.
por ele, aumentando ou diminuindo sua faixa
de ação. Sem o comburente não poderá haver fogo.

Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos Ex.: Se colocarmos uma campânula so­bre uma
e gasosos, sendo necessário que os sólidos e vela acesa, de forma a impedir a entrada do oxi-
líquidos sejam primeiramente transformados gênio, observaremos que a chama vai diminuin-
em gases pela ação do calor, a fim de se com- do gradativamente, até se apagar. O fenômeno
binarem com o comburente e formarem dessa ocorre devido à in­suficiência de oxigênio no in-
maneira uma substância inflamável. terior da cam­pânula, isto é, ao colocá-la sobre
a vela, impedimos que o ar entre para fornecer
Ex.: Se apagarmos uma vela com cuidado, e oxigênio suficiente.
posteriormente quisermos reacendê-la, para
conseguirmos uma nova com­bustão, será sufi- Existem combustíveis que já possuem oxigênio
ciente colocar um fósforo aceso à distância de
5 ou 6cm do pavio, na direção da coluna gasosa
formada imediatamente após a vela ser apaga-
da, porque o próprio pavio ainda se encontra
quente e desprendendo vapores in­flamáveis.
5 ou 6 cm

em sua composição, como é o caso da pólvora,


nitratos, celulóides etc, que podem queimar-se
em qualquer lugar, com ou sem a psença do ar.

Calor: elemento que dá início ao fogo; é ele que


faz o fogo se propagar pelo combustível. Como já
foi dito anteriormente, os materiais necessitam
Outra experiência que principalmente ser aquecidos até produzirem
confirma esse fato con- gases que, combinando-se com um comburente
siste em colocar aparas (oxigênio), formam uma mistura inflamável. Sub-
de papel ou madeira metida a uma temperatura mais alta, essa mi-
dentro de um frasco de stura inflamar-se-á, gerando maior quantidade
boca es­treita, sobre uma de calor, que vai aque­cendo novas partículas do
chama de aquecimento. combustível e inflamando-as de uma forma con-
Quando as aparas esti- tínua e progressiva, geran- do maior quantidade
verem aquecidas, come- de calor. Esse processo contínuo e progressivo é
çarão a des­prender va- chamado reação em cadeia.
pores, que poderão ser
inflamados na boca do Reação em cadeia: os combustíveis, após ini-
fras­co, a uma distância re- ciarem a combustão, geram mais calor. Esse ca-
lativamente grande delas. lor provocará o desprendimento de mais gases
ou vapores combustíveis, desenvolvendo uma
Comburente: Elemento ativador do fogo, o com- trans­formação em cadeia ou reação em cadeia,
burente dá vida às chamas. que, em resumo, é o produto de uma transfor-
mação gerando outra transformação.
O fogo, em ambiente rico de comburente
(oxigênio), terá suas chamas aumentadas, de-

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PROPRIEDADES COMBUSTÍVEIS
Ponto de Fulgor
É a temperatura mínima na qual o combustível libera vapores inflamáveis, que em contato com
uma fonte de calor externa inflama-se, porém não consegue manter essa chama (flash).

Ponto de Combustão
É a temperatura mínima na qual O combustível libera vapores inflamáveis, que em contato com
uma fonte de calor externa inflama-se e não se extingue mesmo após a retirada da fonte de calor.

Ponto de Ignição
É a temperatura mínima na qual os vapores inflamáveis são aquecidos e mesmo sem uma fonte
de calor externa inflama-se na presença do comburente.

PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO
São três as formas de transmissão do calor:

Irradiação
 01. É a transmissão do calor por meio de ondas e raios. Ela se
processa através do espaço vazio, não necessitando conti­
nuidade molecular entre a fonte e o corpo que recebe
calor.
Pode-se citar como exemplo o calor que nos é irradiado do
sol. É comum acontecerem inícios de fogo em prédios vizi­
nhos a um incêndio.

Condução
 02. É a transmissão de calor que ocorre de
molécula para molécula, não havendo intervalo
entre os corpos.
Ex.: Se aquecermos uma barra de ferro em
uma das suas ex­tremidades e na outra existir
material combustível, este poderá se incendiar.

Convecção
 03. A convecção ocorre pela formação de correntes de ar
ascendentes (quentes) e descendentes (frias). As massas
gasosas quentes ten­dem a subir e a acumularem-se em
lugares altos, enquanto que as frias tendem a ocupar locais
mais baixos. As massas de ar que se deslocam do local
do fogo levam o calor suficiente para incendiar corpos
combustíveis com os quais entram em contato.

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Classes de incêndios

– CLASSE A
É o fogo que ocorre em materiais sólidos ou fibrosos comuns, LIXO
tais como: papel, madeira, tecido etc. Esses materiais ao queimar,
deixam resíduos.

– CLASSE B
E o fogo que envolve materiais líquidos inflamáveis, tais como:
gasolina, querose­ne, cera, tinta, álcool etc. Esses materiais ao se
queimarem não deixam resíduos.

– CLASSE C
É o fogo que envolve equipamentos elétricos energizados, tais
como: máqui­nas, motores, painéis elétricos etc. Quando a rede
elétrica é desligada o in­cêndio torna-se classe A ou B.

– CLASSE D OU K
É o fogo que ocorre em materiais pirofóricos, tais como:
magnésio, potássio, alumínio em pó, zinco etc. Estes materiais
exigem o método especial de aplicação do agente extintor.

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Métodos de extinção
de incêndio
Resfriamento
Consiste em retirar o calor do material que
Como já foi visto, as condições
está queiman­do. O agente mais comwm para
imprescindíveis para haver fogo são:
o resfriamento é a água.
combustível, comburente (oxi­gênio) e
calor. A extinção de um incêndio se faz,
portanto, pela eliminação de um desses
elementos. Por isso, os processos de
extinção baseiam-se em três métodos
Abafamento básicos: Resfriamento, Abafamento e
Consiste na retirada do oxigênio ou
Retirada do Material Combustível.
substituição por ou­tro gás inerte. O agente
mais comum para o abafamento é o pó
químico ou gás carbônico CO2.

Retirada do Combustível
Esse processo é difícil em incêndios de grande proporção; em alguns casos torna-se
muito impor­tante. Divide-se em duas partes:

· Retirada do combustível que ainda não queimou: Consiste na retira­da do


combustível próximo ao que está queimando, não permitindo sua ex­pansão.

· Retirada do Combustível que está queimando: Consiste em retirar o material que


está quei­mando e isolá-lo até que o fogo seja extin­to, não permitindo sua expansão a
outros cor­pos.

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EQUIPAMENTOS DE
COMBATE A INCÊNDIO Para cada tipo de incêndio existe um
tipo mais adequado para seu combate.

— REDE DE HIDRANTES

Os hidrantes são equipados com mangueiras e esguichos. Sua ação exclusiva é de resfriamento e é
apropriado para incêndios classe A. Não deve ser utilizado em incêndios de Classe B, a não ser em
forma de neblina e nunca em incêndios Classe C (equi­pamentos energizados) pois oferece grande risco
ao operador.
Os hidrantes são facilmente identificáveis pela porta vermelha ou de aço inoxidável com um visor no
centro onde se lê a pala­vra hidrante.
Nos edifícios localizam-se em cada andar próximos aos elevadores. A abrangência é determinada pelo
comprimento da mangueira, de 1 O a 30 metros a partir do ponto de instalação.

Modo de usar a mangueira:


Retire a mangueira da caixa.
Ligue uma das extremidades ao hidrante.
Desenrole a mangueira de forma que não fiquem dobras (estas redu­zem a pressão de saída de água).
Engate o esguicho na outra extremidade da mangueira.
Dirija o jato contra o fogo
As mangueiras são de 1,5 e 2,5 polegadas.

Modo de usar o mangotinho:


O mangotinho vem enrolado num carretel e já está acoplado no hidrante.
Segure o esguicho de modo firme Uunto ao corpo), e com a outra mão puxe a alavanca colocando-a na
posição abrir.
Em seguida, desenrole-o levantando-o junto ao foco de incêndio.

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Manômetro
— EXTINTORES

Os extintores são equipamentos portáteis destinados a combater princípios de incêndio.


Os extintores recebem o nome de acordo com o agente extintor que contém. Ex.: Extintor de
ÁGUA é aquele que contém o agente extintor ÁGUA.

Extintores de água:
O extintor de água mais comum é o do tipo pressurizado, isto é, o gás e a água encontram-se
num só recipiente. Esse extintor é apropriado para incêndio de Classe A e age por resfriamento.

1. Transportar o extintor até as 2. Retirar a trava. 3. Segurar o difusor e acionar o


chamas, observando sempre a gatilho, dirigindo o jato para o
posição do vento. combustível.

Os extintores são equipamentos portáteis destinados a combater princípios de incêndio. GATILHO


Os extintores recebem o nome de acordo com o agente extintor que contém. Ex.: Extintor de
ÁGUA é aquele que contém o agente extintor ÁGUA.

Extintores de água:
O extintor de água mais comum é o do tipo pressurizado, isto é, o gás e a água encontram-se num
VÁLVULA
só recipiente. Esse extintor é apropriado para incêndio de Classe A e age por resfriamento.

Extintores de gás carbônico:


O C02 é um gás inerte, trabalha com alta pressão, cerca de 820psi (libras/polegada quadrada) e
liquefeito. Sua ação é de abafamento. Esses extintores são apropriados para incêndios de classe C, DIFUSOR
equipamentos elétricos energizados e equipamentos eletrônicos.

1. Transportar o extintor 2. Retirar a trava do 3. Acionar o gatilho e dirigir 4. No combate a incêndio em


até as chamas, observando aparelho. o jato para as chamas. líquidos infla­máveis nunca
sempre a posição do vento. dirigir o jato para o líquido em
chamas diretamente.
Extintores de pó químico seco:
O pó é o bicarbonato de sódio. Sua ação básica é de abafamento.
Existem dois tipos de extintores de pó: com ampola (cilindro de gás) interno ou externo.

Extintor automotivo "PÓ-ABC":


Semelhante ao extintor de PQS para classes B e C, o novo pó utilizado, monofosfato de amônia, é
eficiente também para classe de incêndio A na linha automotiva (pneus, plásticos e revestimentos).

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1. Transportar o extintor até as 2. Retirar a trava do aparelho. 3. Acionar o gatilho e dirigir o jato 4. Nunca dirigir o jato diretamente
chamas, observando sempre a para as chamas para o líquido inflamável.
posição do vento.

QUADRO SÍNTESE DE COMBATE A INCÊNDIOS

CLASSE DE AGENTE EQUIPAMENTOS AÇÃO DO AGENTE


INCÊNDIO EXTINTOR DE COMBATE EXTINTOR

Extintor de Água
Pressurizada
A Sólidos, Madeira, papel,
tecido, cereais etc.
Água Age por resfriamento

Hidrantes

Pó Químico Extintor de Pó Químico Age por abafamento

Líquidos inflamáveis Age por abafamento


Dióxido de Carbono Extintor de CO2
B (graxas, tintas, vernizes,
álcool, acetona, éter Hidrante (jato de Age por resfriamento
Espuma (mecânica)
etc). neblina) e abafamento
Sistema automático Age por resfriamento
Água
Gerador de espuma e abafamento

Agentes químicos Extintor de Pó Age por abafamento

C Equipamentos elétricos
energizados
Dióxido de Carbono Extintor de CO2 Age por abafamento

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TABELA PADRÃO DOS EXTINTORES E SUAS APLICAÇÕES

TIPOS DE EXTINTORES Água Gás e Água Pres- Pó Quimico Areia e Grafite


Gás Carbônico
PORTÁTEIS surizada Gás PQ Fino e Seco

Capacidades 10 litros 1, 2, 4 e 6 Quilos 2, 4, 6, 8 e 12 Quilos Balde de 20 Litros

Materiais de combustão Em casos pequenos


Em casos pequenos de Em casos pequenos de
A comum, poeira, papel,
tecidos, fibras etc.
Sim, excelente
superfície superfície
porém excelente para
algodão solto
Líquidos inflamáveis,
Não, o líquido Em casos pequenos de
B gasolina, óleos, tintas,
solventes etc.
incentiva o fogo
Sim, excelente Sim, excelente
superfície

Equipamentos lgelétricos
C ligados, transformadores,
motores, subestações etc.
Não, condutor elétrico Sim, excelente Sim, excelente Danifica o equipamento

Metais combustíveis,
magnésio, [mtitânio,
D etc. Gases sob pressão e
Não, provoca explosão Não, provoca explosão Sim, excelente Sim, excelente
Carbureto.
Efeito Molha e resfria Abafa e Resfria Abafa Abafa
Abrir o registro da
Abrir o registro da
Funcionamento dos Tirar a trava e apertar o ampola e apertar o
ampola, tirar a trava e Tirar a tampa e aplicar
extintores manuais gatilho gatilho/tirar aplicar a
apertar o gatilho
trava e apertar o gatilho
12 a 14 metros 1 a 3 metros 3 a 6 metros
Alcance do jato -
Jato Intermitente Jato intermitente Jato intermitente
Recarga Após o uso Após o uso Após o uso Após o uso
Peso da ampola pelo Por peso a cada 06 Peso da ampola pelo Cada 06 meses verificar
Controle
manômetro meses manômetro ausência de umidade
Para incêndios de Carretas de 75-150 Carretas de 25-50-100 Carretas de 25-50-100 Carretas de 25-50-100
maiores proporções litros sobre rodas quilos sobre rodas quilos sobre rodas quilos sobre rodas

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PROCEDIMENTOS
GERAIS EM CASO
DE INCÊNDIO
– TENHA CALMA
– DESLIGUE AS MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
– FECHE AS JANELAS E PORTAS
– NÃO TENTE SALVAR OBJETOS
– DIRIJA-SE IMEDIATAMENTE PARA A SAÍDA
– NÃO USE OS ELEVADORES
– DESÇA PELO LADO DIREITO DA ESCADA,
DEIXANDO O LADO ESQUERDO LIVRE
– NÃO INTERROMPA O FLUXO DO PESSOAL
NA ESCADA
– MANTENHA-SE VESTIDO, EXCETO COM
ROUPAS SIN­T ÉTICAS
– DISPERSE-SE AO SAIR DO PRÉDIO

RECOMENDAÇÕES ÚTEIS:
• Em caso de incêndio, desligue todos os equi- • Transmita ao pessoal da brigada de incêndio tes do incêndio.
pamentos elétricos sob sua responsabilidade informações úteis, tais como focos de incêndio • Quando confinado em um pavimento, procu-
• Não corra. ou falta de um colega. re observar a direção que se move a fumaça e
• Não grite nem faça brincadeiras, pois cada • Siga as orientações dos brigadistas. procure ficar próximo a uma janela no sentido
pessoa tem um procedimento pessoal quando • Nas escadas, utilize o corrimão. oposto a movimentação desta.
submetido a uma situação estressante. • Mantenha distândia de cerca de 60 centímetros • Procure obter informações sobre a utilização
• Procure seguir o itinerário previamente deter- da pessoa que está a sua frente, dando principal dos equipamentos de incêndio. Os elementos
minado no plano de abandono. atenção quando transitando pelas escadas. da Brigada de Incêndio terão o maior prazer
• Auxilie as pessoas que apresentarem sinais • Procure sempre descer para o pavimento tér- em orientá-lo.
de pânico e nervosismo excessivo. reo e somente suba quando não houver opção. • Feche todas as portas após atravessá-las, a
• Dê preferência ao auxílio às pessoas com • Mantenha-se abaixado próximo ao solo, onde fim de dificultar a propagação do fogo.
15
deficiência fisíca. há menor concentração dos gases provenien- • Mantenha a calma acima de tudo.
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Medidas de prevenção
Inflamáveis:

Muitos acidentes têm sido provocados pelo uso indevido de líquidos inflamáveis.
Atente para isso: tais líquidos evaporam rapidamente quando seu recipiente fica
aberto por algum tempo. Tenha muito cuidado ao lidar com eles. Devem ser ar-
mazenados em pequenas quantidades para o consumo em armários de aço.

Fusível:

Quando um fusível queima seguidamente, é porque há problemas na instalação


elétrica. Jamais reforce os fusíveis, tentando evitar que queimem. O uso de um
fusível de amperagem maior que do circuito anulará sua função de segurança.

Eletrecidade:

Evite ligar dois ou mais aparelhos numa só tomada. Isso sobrecarrega o sistema
elétrico, provocando superaquecimento. No fim do expediente desligue a tomada
de todas as máquinas e aparelhos elétricos.

Cigarros:

Um simples cigarro tem provocado grandes tragédias. Ao terminar de fumar,


apague completamente o que restou do cigarro. Não o deixe queimando no
cinzeiro. Ao despejar cinzas e pontas de cigarros na lixeira, verifique se não há
nenhum resquício de fogo.

Hidrantes, Extintores, Saídas e Iluminação de Emergência:

Mantenha sempre livre o acesso a esses equipamentos. Os extintores devem ser


vistoriados anualmente a fim de se verificar a carga e condições dos acessórios. O
sistema de hidrantes deve ser testado periodicamente por completo desde a bom-
ba de incêndio, tubulação, registros, botoeiras, esguichos, até a checagem do estado
de conservação das mangueiras. Os blocos autônomos de iluminação de emergên-
cia possuem pontos de teste da lâmpada e "led" que mostra a condição de carrega-
mento da bateria do bloco, que deve possuir autonomia mínima de 60 minutos. As
saídas de emergência devem ser bem sinalizadas e desobstruídas. Na existência de
portas corta-fogo, estas devem ser mantidas fechadas, porém destrancadas.

Gás Gás
Vazamento sem fogo: Vazamento com fogo:

O mais perigoso. Não ligar e nem Proteger os materiais em volta do


desligar a eletricidade . Adentrar botijão. Só devemos apagar o fogo
o ambiente sem calçados. Ventilar se pudermos transportar o botijão
o local abrindo portas e janelas. imediatamente para local ventilado.
Transportar o botijão para local
aberto e ventilado longe de riscos.

MAIS VALIA 16
CAPÍTULO II

PRimeiros
socorros

MAIS VALIA 17
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INTRODUÇÃO
02
Omissão de socorro! Socorro inadequado! Excesso de imperícia!

Antes que você aplique os conhecimentos práticos deste manual, reflita sobre a quantidade de
pessoas que não foram beneficiadas por um socorro adequado e não resistiram à gravidade de
suas lesões. Aqueles que ficaram com sequelas podem considerar que houve boa vontade de
quem os transportou, mas eles podem confirmar que o transporte rápido não é sinônimo de
Primeiros Socorros.

No Código Penal Brasileiro, artigo 135, o crime de "omissão de socorro" prevê que o indivíduo
que não socorrer nem pedir ajuda, poderá ser condenado à pena de 1 a 6 meses de detenção ou
até 1 ano e meio se resultar na morte da vítima.

Nos casos em que a remoção da vítima possa agravar suas lesões, deve-se tentar a estabilização
da vítima sem sua remoção. Ajuda muito quem telefona por socorro, checa sinais vitais, contém
hemorragias e mantém a vítima confiante. O leigo que remove a vítima de forma errada ou
executa procedimentos para os quais não é habilitado, incorrerá em crime e deverá reparar os
danos causados a vítima ou a seus familiares.

As técnicas a seguir poderão salvar vidas, basta o socorrista agir com calma dentro dos limites
do conceito de Primeiros Socorros, que é o conjunto de procedimentos básicos e imediatos
prestados a uma vítima de acidente ou mal súbito, até que receba cuidados médicos.

MAIS VALIA 18
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS E PRIMEIROS SOCORROS

– MORTE SÚBITA NO TRAUMA


E NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
As causas que levam à morte súbita ou à parada cardíaca, são inesperadas, ao contrário das do­enças
em que existe um quadro evolutivo. As doenças coronarianas são a primeira causa de morte nos EUA
e no Brasil, a segunda é o câncer nos EUA e o trauma no Brasil. A morte cerebral começa entre o
4º e o 6º minutos, portanto as manobras de reanimação devem ser feitas já no primeiro contato com
a vítima. Os únicos casos em que não adianta tentar a reanimação são os casos de 1 morte evidente,
catalogados pelo Conselho Regional de Medicina, como: a decapitação; a secção total de tronco, a
calcinação e os sinais tardios de morte, como: rigidez cadavérica e a putrefação.

Fibrilação Ventricular Choque elétrico Afogamento Abuso de drogas

Asfixia Reações alérgicas Traumatismos Derrame ou AVC

– ACIONAMENTO DE SOCORRO
E A CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA
Avaliação da cena (ou do local da ocorrência)

O socorrista deve reconhecer os riscos aos quais está exposto ao socorrer uma pessoa seguindo os
passos básicos para uma avaliação correta e segura da cena, além de ter o habito de utilizar itens de
proteção individual antes de iniciar o atendimento propriamente dito.

É fundamental evitar contato direto com substâncias que possam transmitir doenças infecciosas como
sangue, urina, fezes, vomito, saliva e etc. No entanto, não são apenas as doenças infecciosas que re-
presentam perigo ao socorrista. É necessário evitar ou eliminar os prováveis agentes causa­dores de
lesões ou agravos a saúde como fogo, explosão, eletricidade, fumaça, água, gás tóxico, tráfego (colisão
ou atropelamento), queda de estruturas, ferragens cortantes, materiais perigosos, etc.

MAIS VALIA 19
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS E PRIMEIROS SOCORROS

O atendimento

A Corrente da Sobrevivência é um conjunto de ações interligadas levadas a efeito com objetivo de re-
cuperar a Vítima em parada cardiorrespiratória, estabelecida pela Associação Americana do Coração.

Os elos na nova Cadeia de Sobrevivência:

Reconhecimento
imediato da PCR (Parada
Cardio Respiratória) e
acionamento do serviço Cuidados pós-PCR
de emergência/urgência. Rápida desfribilação integrados.

RCP Suporte avançado de


precoce com ênfase nas vida eficaz
compressões torácicas

Infelizmente na realidade brasileira essa corrente está quebrada a maioria dos casos. o primeiro
elo mostra a necessidade do reconhecimento rápido do problema e acionamento do socorro espe­
cializado. O segundo elo se traduz no início precoce da reanimação cardiopulmonar. Em função de
não termos a cultura do aprendizado e treinamento em primeiros socorros, o que se percebe é um
retardo na reabilitação dessas duas primeiras etapas, fato que pode comprometer a sobrevivência
da vitima. Em torno de 80% dos casos ocorrem dentro dos domicílios e, infelizmente, na chegada do
socorro, a maioria das vítimas já faleceu.

Nesse caso, os dois próximos elos (desfibrilação precoce e atendimento médico hospitalar) ficam com-
pletamente comprometidos, pois eles dependem inteiramente do sucesso dos dois primeiros elos.

Em vítimas inconscientes até a chegada do DEA (desfibrilador Externo Automático) ou socorro espe­
cializado você deve auxiliar na manutenção do fluxo sanguíneo oxigenado para o cérebro e coração.
Verifique o nível de consciência da vítima, tocando-a gentilmen- 1 te e chamando-a em voz alta.

Caso a resposta seja negativa, acione o serviço médico de emergência o quanto antes informando que
você está com uma vítima inconsciente , Passe o endereço, uma referência do local, seu número de te-
lefone, número de vítimas, enfim, tudo o que for perguntado por quem estiver do outro lado da linha.

MAIS VALIA 20
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Se outras pessoas estiverem próximas,


peça para alguém acionar o socrro
ligando para:

• 192 - SAMU
• 193 - Resgate Corpo de Bombeiros
• Número do ambulatório local
• Convênio médico da vítima
• Número de emergência estipulado
no local de ocorrência (em empresas,
geralmente, existe um número interno
que aciona toda a equipe de emergência).

– O SUPORTE CIRCULATÓRIO
Durante muitos anos, a verificação do pulso foi o principal ítem des­te tópico. Porém, evidências de-
monstraram que, principalmente para os leigos, sua avaliação tem sido demorada e imprecisa.

Sinais como respiração normal, movimento do corpo ou tosse foram levan­tados como "substitutos"
do pulso visando agilizar e simplificar o atendimento para os leigos. Contudo, verificou-se que ocorre
atraso no início das compressões torácicas e tais sinais não eram precisa­mente avaliados.

Após vários estudos de especialistas do mundo todo, determinou-se que o pulso seria avaliado so-
mente por profis­sionais da área da saúde e os leigos não checariam nenhum sinal após as 02 ventila-
ções de resgate partindo imediatamente para as compressões torácicas.

192

Enquanto fazemos a reanimação, o cérebro está sendo mantido vivo artificialmente e só devemos
parar quando a vítima tiver seus sinais restabelecidos ou quando entregamos para os cuidados da
equipe médica.

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– ALGORITMO DE SBV ADULTO SIMPLIFICADO

Não responsivo, sem


respiração ou com
respiração anormal
(apenas com gasping)

Acione o
serviço de Pegue o desfribilador
emergência

Inicie a RCP
Compri

Verifique o ritmo/choque
ma

caso indicado.
c
om

or
ça Repita a cada 2 minutos.
f

- Co z
m pr de
ima com rapi

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– SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM ADULTO

Inconsciente Sem
respiração ou sem • RCP de Alta Qualidade
respiração normal • No mínimo 100 compressões por minuto
(arfando) • No mínimo 5cm de compressão
• Retorno completo do tórax ao final da
compressão
• Mínimo de interrupções durante as
• compressões torácicas
• Evite ventilações excessivas

Chame Socorro. Peça


o DEA ou peça a um
segundo socorrista
para fazer isto. Caso não seja treinado ou
não considere-se apto a Leigos
realizar a ventilação.
Execute RCP só
compressão.

Comece o ciclo de 30
compressões e
2 ventilações
IMPORTANTE:
• Lembre-se de fazer compressões fortes e
rápidas, no mínimo 100 por minuto.
• Permita o retorno completo do tórax
após cada compressão.
• Profundidade da compressão mínima de
Desfibrilador Externo
Automático chega 5cm em adultos e de no mínimo, um terço
do diâmetro anteroposterior do tórax, em
bebês e crianças.

A RCP deverá ser continuada sem


interrupções, até que:
Cheque o ritimo • A vítima se movimente;
Ritmo Chocável? • Chegue o suporte especializado;
• Chegue o DEA.

Chocável
Não-Chocável

Dê um choque Continue a RCP


Continue a RCP imediatamente por 2
imediatamente por 2 minutos ou 5 ciclos:
minutos ou 5 ciclos continue até o Suporte
Avançado tome o comando
ou a vítima movimente-se
e retorne.

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OBSTRUÇÃO
RESPIRATÓRIA
A obstrução respiratória é causada por corpo estranho tais como alimentos, próte-
ses dentárias, brinquedos e outros. As vítimas de obstrução parcial, ou seja, quando
pode tossir e emitir sons, devem ser encaminhadas ao PS em constante observação
se perdurar o problema, mas geralmente são sanadas em segundos ou minutos.

Em crianças e adultos deve-se fazer sucessivas compressões abdominais para cima


e para dentro, acima da cicatriz umbilical (até a saída do corpo estranho) com uso de
um punho cerrado e a outra mão de apoio. As manobras indicadas acima só devem
ser iniciadas quando a vítima para de tossir, e leva as mãos à garganta (sinal universal
de engasgo).

Para gestantes e pessoas extremamente obesas, os golpes são aplicados na


metade inferior do osso esterno.

Bebê obstruído: posicione o bebê em seu braço com a boca para baixo e efetue 5 pancadas entre as
escápulas, vire o bebê no seu braço e efetue 5 compressões no esterno, visualize o interior da boca (não
ponha o dedo) e não encontrando o corpo estranho, tente duas ventilações e recomece a seqüência até
a saida do corpo estranho, encaminhando ao pronto socorro.

HEMORRAGIAS
As hemorragias podem ser internas ou externas, venosas, arteriais ou capilares. O adulto possui cerca de
6 litros de sangue e este volume deve ser mantido para uma circulação normal. A maior causa de morte
em acidentes traumáticos são as hemorragias, pois levam a vítima ao estado de choque. O socorrista de-
verá se proteger sempre do contato com sangue, prevenindo doenças contagiosas.

Hemorragias externas: As escoriações devem ser lavadas com água e sabão e protegidas de contami-
nações, com gaze e ataduras.

Nas pequenas hemorragias deve ser feito tamponamento com gaze, pano limpo etc. Nas hemorraGias
maiores deve ser feita a compressão fixa com uso de compressas e ataduras. Um método eficaz de con-
tenção é a elevação da área atingida. Persistindo o sangramento, devemos aumentar a pressão sobre a
lesão e comprimir pontos arteriais entre a lesão e o coração. O torniquete só será usado se for extrema-
mente necessário (amputações traumáticas e esmagamentos), não sendo mais afrouxado até o hospital.

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— HEMORRAGIAS INTERNAS
Serão detectadas pela saída de sangue dos orifícios naturais como boca,
ânus, vagina, ouvido, nariz e uretra, ou ainda pela presença de hematomas na
pele, fraturas ou suspeitando-se do mecanismo da lesão (forma que ocorreu
o trauma). Outra forma de detecção se dá pelos sinais e sintomas do estado
de choque, tais como pele pálida, fria e úmida, pulso rápido e fino, respiração
irregular, náuseas e vômitos, sede, tremores, perfusão capilar lenta, tontura e
até inconsciência. O tratamento de hemorragias internas consiste em aqueci-
mento corporal, for­necimento de oxigênio, afrouxamento de vestes, manuten-
ção da consciência, transporte rápido e monitoramento dos sinais vitais.

— EPISTAXE
Nos casos de sangramento nasal, mantenha a vítima sentada com a cabeça
abaixada fora do sol. Ponha sobre o nariz uma compressa fria e mantenha a
vítima em repouso. Caso o san­gramento persista, encaminhe ao hospital com
os mesmos cuidados.

— FERIMENTOS SUPERFICIAIS ABERTOS


Limpe cuidadosamente com água e sabão, não aplique soluções em feridas abertas e proteja com gaze ou
pano limpo. Durante a limpeza, não tente retirar farpas, vidros, partículas de metal, a não ser que saiam facil-
mente. Não toque no ferimento com os dedos, lenços usados e materiais sujos (use luvas de procedimento).
Troque o curativo sempre que necessário para mantê-lo limpo e seco. Não sendo ferimento pequeno (do-
méstico) encaminhe ao médico, e saiba que se inchar ou ficar dolorido, é sinal de infecção.

ESTADO DE CHOQUE
É a falência do sistema circulatório que pode até levar a morte. Pode ser reconhecido pela pele úmida e
pálida, pulso rápido e fino, preenchimento capilar lento, respiração curta e rápida, tontura e desmaio, sede
e tremor. O socorrista deve procurar e eliminar as causas do estado de choque, afrouxar as vestes, melho-
rar as condições de ventilação do local, afastar pessoas que inutilmente estejam muito próximo da vítima,
aquecimento corporal com blusas ou cobertores e o transporte rápido, mantendo a vítima consciente,
deitada com os pés elevados (cerca de 30 40cm) e monito­rando sinais vitais até o hospital.

LESÃO ESQUELÉTICA
— FRATURAS

São lesões músculo-esqueléticas causadas num acidente traumático por agente geralmen­te contundente
que geram secção óssea parcial ou total. O reconhecimento é feito pela dor local, perda de sensibilidade,
deformidade aparente, inchaço ou hematomas na região, exposição óssea ou crepitação óssea (ruídos). As
fraturas podem ser fechadas ou expostas, alinhadas ou desalinhadas.

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Os principais procedimentos são:

- mantenha a vítima imóvel e calma para que a lesão não se agrave; - nas fraturas
expostas controle as hemorragias existentes;
- usar talas próprias ou improvisadas, imobilizando articulação acima e abaixo;
cheque a perfusão local antes e depois, e tam-bém o pulso distal à lesão;
- não tente alinhar a fratura, imobilize como encontrou;
- fraturas nas articulações devem ser imobilizadas na posiçãoencontrada
- imobilize a articulação atingindo osso abaixo e acima;
- improvise bandagem triangular para lesões na clavícula, cabe-ça de úmero e
escápula;
- trauma de crânio: aqueça a vítima, aspire secreções, não obs­trua a saída de Tipóia feita com Imobilização de bacia
bandagem triangular (pelve) e membro
sangue e líquido dos ouvidos e nariz, não com­prima o tecido cerebral e não eleve para imobilizar braço e inferior com o uso de
as pernas, levando rapida­mente para o hospital controlando sinais vitais; antebraço tals e bandagens.

— CONTUSÕES
Lesão muscular que gera dor e inchaço, causada por agente contundente. O trata­ment consiste em manter a vítima em
repouso com aplicação de compressa fria sob o local. Ex: "pancada na perna"

— ENTORSES
Lesão músculo-esquelética que gera dor , inchaço, perda funcional e da mobilidade da articulação, Ocorre quando a
articulação sofre deslocamento além de sua amplitude normal (geral­mente no tornozelo). Devemos manter a vítima em
repouso e imóvel até imobilizar a área.

— LUXAÇÕES
Lesão músculo-esquelética que gera dor, inchaço, perda funcional e da mobilidade. Ocorre com o deslocamento da
extremidade de um osso da sua cavidade natural (geralmente ombro , e joelho). Devemos manter a vítima imóvel, calma
e imobilizar com bandagens ou ataduras (fazer tipóia ou fixação) e aplicar compressas frias.

— TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
Pequenos ferimentos em que não haja suspeita de lesões de coluna. Havendo suspeita de trauma de coluna, devere-
mos aplicar o colar cervical ou improvisar meios de fortuna como bonés, papelão e blusas de forma a manter a cabeça
imóvel e alinhada com a coluna. Nesses casos o uso de prancha longa e rígida é obrigatório, mesmo que improvisada.
Para casos específicos serão usados a cadeira de rodas, cadeiras domésticas ou apoio manual dos socorristas. Nos
casos de local inseguro com risco a vida, é admitida a retirada rápida da vítima.

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QUEIMADURAS
E CHOQUE ELÉTRICO
— ACIDENTES POR ELETRICIDADE

Podem ser leves, graves ou fatais, como nos casos de corrente con­tínua e alta tensão. Geralmente
as queimaduras não são o mais grave. Pode ocorrer arritmia ou parada cardíaca, parada respirató-
ria, paralisia de membros, fraturas, lesões em órgãos internos e danos ao Sistema Nervoso Central.
Certifique-se sempre de que o local esteja seguro antes de fazer o salvamento.

Caso a energia elétrica não puder ser desligada, afaste a vítima da fonte com um cabo plástico (iso­
lante) e faça avaliação. As queimaduras poderão ser tratadas como as térmicas.

— QUEIMADURAS

São lesões deformativas que podem ocorrer pôr agentes térmicos (calor, frio, ele­tricidade) produtos
químicos, radiação etc. Conforme a profundidade que atinge as camadas da pele (figuras abaixo) são
classificadas em:
1º grau - Atinge a epiderme e se caracteriza pela vermelhidão, dor com ou sem inchaço;
2º grau - Atinge até a derme gerando bolhas, vermelhidão, dor e inchaço;
3° grau - Atinge toda a camada, gerando, carbonização, infecção, com ou sem dor.

São consideradas queimaduras graves e têm prioridade no atendimento aquelas causadas por ele­
tricidade, por radioatividade, com profundidade de 3° grau, com mais de 10% de área, que atinjam
face, vias aéreas ou região genital.

Conduta:
- Retirar anéis e braceletes (poderá haver inchaço);
- No caso de 1 ° e 2° graus, resfriar a superfície atingida com água fria ou soro fisiológico, indepen-
dente do grau;
- Cobrir a região queimada com compressas de gaze embebidas em água ou soro fisiológico;
- Nunca furar as bolhas e não arrancar roupas aderidas;
- Para queimaduras nos olhos usar gaze embebida em água ou soro fisiológico;
- Não usar produtos caseiros como pasta de dente e cremes (evitar infecções);
- Transportar ao hospital adequado fazendo a prevenção do estado de choque.

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— QUEIMADURAS QUÍMICAS

Deve-se retirar a roupa impregnada pela substância, lavar com água ou soro sem pressão e identifi-
car o agente químico. Se for ácido, lavar por 5 minutos e se for alcalino (base) lavar por 15 minutos
Caso o produto seja em pó, devemos retirar com pano seco.

EMERGÊNCIAS
CLÍNICAS
São emergências em que a vítima é acometida de um mal súbito relacionado às condições ambien-
tais, doenças, falên­cia ou lesões de órgãos e sistemas, microorganismos, dese­quilíbrio fisiológico ou
até fatores externos como toxinas.

— ANGINA DO PEITO
O reconhecimento se dá pela dor intensa como um aperto no tórax, sudorese e falta de ar, porém, ao
contrário do infarto, passa com repouso. O socorro consiste em manter a vítima em repouso para aliviar
a dor, oriente para usar o remédio prescrito pelo seu médico, afrouxar vestes e encaminhá-la ao PS;

— INFARTO

Reconheça pela dor opressiva de longa duração no tórax e que vai para os membros, pescoço e abdo-
me, ansiedade, nervosismo, vômitos, palidez e pulso sem ritmo. A conduta do socorrista consiste em:
- Manter as vias aéreas liberadas e manter a vítima em repouso;
- Fornecer à vítima o medicamento prescrito pelo médico, afrouxar suas vestes, monitorar a pressão ar-
terial, freqüência respiratória e cardíaca e nível de consciência a cada 5 minutos (esteja prepa­rado para
fazer RCP);
- Transportar com urgência para hospital adequado na posição semi-sentado.

— ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC OU DERRAME)

Dano causado ao tecido cerebral por falha na irrigação sangüínea, pode ser Hemorrágico ou lsquêmico
(trombose cerebral). Os sinais e sintomas mais comuns são a forte dor e pressão na cabeça, alteração
do nível de consciência, sensação de formigamento e paralisia na face e extremidades, dificuldade de
falar, ver ou ouvir, pupilas desiguais (anisocoria), perda do controle urinário e intesti­nal, vômitos etc.
A conduta do socorrista consiste em:
- Liberar vias aéreas e efetuar manobras de reanimação se necessário;
- Ventilar o ambiente, manter a vítima em repouso;
- Colocar a vítima na posição semi-sentado e havendo vômitos, em decúbito lateral;
- Dar suporte emocional e não dar líquidos para beber;
- Monitorar os sinais vitais até a chegada no hospital;
- Afrouxar as vestes e prevenir o estado de choque.

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— DESMAIO E VERTIGENS

Causados por má alimentação, pressão baixa, pouca ventilação no ambiente, lugares altos ou mo­
vimentos1bruscos e giratórios. Os sinais e sintomas são tontura, mal estar, pele pálida, fria e úmida,
bradicardia e inconsciência.
O socorro consiste em:
- Fazer análise completa da vítima procurando por distúrbios mais grave;
- Ventilar o local, manter a vítima deitada.

— CRISES CONVULSIVAS

São causadas por epilepsia, febre alta, uso de drogas, trauma de crânio e outros. Leva à inconsciên-
cia, espasmos musculares, salivação, relaxamento da língua, vômitos e confusão mental.
As medidas de urgência são:
- Afastar objetos perigosos da vítima e proteger sua cabeça de lesões;
- Manter vias aéreas liberadas e controlar sinais vitais;
- Colocar a vítima na posição de coma (decúbito lateral) no caso de vômitos;
- Após a fase crítica ventilar o local;
- Conversar calmamente com a vítima;
- Verificar se ela toma medicamento devidamente receitado e encaminhar ao PS; se for necessário
retirar um objeto de dentro da boca, faça com cuidado e usando um lenço como segurança.
- Não os dedos ou puxe a língua da vítima.

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MANUAL
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INCÊNDIOS E
PRIMEIROS
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