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Autor:
Renan Araujo
06 de Fevereiro de 2022
Renan Araujo
Aula 03
Índice
1) Jurisdição
..............................................................................................................................................................................................3
3) Competência Territorial
..............................................................................................................................................................................................
12
5) Da Conexão e da Continência
..............................................................................................................................................................................................
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Aula 03
JURISDIÇÃO
Conceito
O Estado, enquanto poder soberano, exerce três grandes funções: Administrativa, legislativa e
jurisdicional. A primeira é exercida pelo Executivo, a segunda pelo Legislativo e a terceira pelo
Judiciário. No estudo de Direito Constitucional vocês verão que, na verdade, cada um dos
Poderes da República exerce primordialmente uma função, e não exclusivamente. Entretanto,
para o nosso estudo, basta que vocês saibam isso.
Dentre estas funções, como eu disse acima, ao Judiciário cabe a função jurisdicional. Mas em que
consiste a função jurisdicional? Para entendermos, vamos à etimologia da palavra.
Jurisdição deriva do latim, iuris dictio, que significa DIZER O DIREITO. Partindo desta premissa,
podemos conceituar a Jurisdição como:
A finalidade da jurisdição, ou seu escopo, é trazer a paz social. Entretanto, essa é sua finalidade
social. Ela possui, ainda, pelo menos duas outras finalidades.
A jurisdição possui um escopo jurídico, que é resolver o imbróglio jurídico que perdura, dizer
quem tem o direito no caso concreto, segundo o sistema jurídico vigente. O fortalecimento do
senso de democracia participativa também se insere nesse escopo da jurisdição, quando falamos,
por exemplo, da Ação Popular (que também possui previsão para o a seara penal).
Possui também, uma finalidade política, que é a de fortalecer a imagem do Estado como
entidade soberana, que tem o poder de dizer quem está certo e fazer valer essa decisão.
Por fim, a jurisdição possui um escopo educacional ou pedagógico, que, no processo penal, tem
por finalidade transmitir à população a aplicação prática do Direito, fazendo com que a
população se torne cada vez mais consciente daquelas condutas que são penalmente tuteladas
(parte da Doutrina entende como sendo integrante do escopo social).
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Características da Jurisdição
Inércia
Entretanto, existem exceções. Vocês não precisam saber todas. O que vocês precisam saber é
que há exceções, e isso basta. Uma delas é a possibilidade que o Juiz tem de, ex officio (sem
provocação), conceder a ordem de Habeas Corpus, sempre que a pessoa estiver presa mediante
abuso de poder ou ilegalidade. Nos termos do art. 654, § 2° do CPP:
● Um conflito jurídico pode não ser um conflito social, e não cabe ao Juiz criar um.
● Um Juiz que dá início a um processo, mal ou bem, está a indicar para qual lado tende a
julgar, e isso violaria o princípio da imparcialidade de Juiz.
Assim, não pode um Juiz dar início a um processo (salvo as raríssimas exceções legais), sob pena
de violação a este princípio da Jurisdição.1
Fato é que, embora a parte deva, em alguns casos, colaborar para o trâmite do processo, após a
movimentação do Estado-Juiz, a parte SEMPRE TERÁ UMA SENTENÇA. Entretanto, a simples
provocação do Estado-Juiz não garante ao autor uma SENTENÇA DE MÉRITO (Mais à frente
estudaremos as diferenças entre ambas).
1
Um Juiz não pode dar início a um processo sem que haja provocação, nem julgar um pedido que não foi feito,
porque isso seria uma burla ao princípio da inércia. Suponhamos que Pedro tenha sido denunciado pela prática de
um crime de homicídio. Não pode o Juiz, valendo-se da denúncia oferecida, condená-lo, ainda, por um roubo
cometido em outro momento, e que não fora objeto da denúncia, SIMPLESMENTE PORQUE ISSO NÃO FOI
OBJETO DA AÇÃO. Isso é o que se chama de princípio da adstrição, ou congruência, que é um dos corolários da
inércia da jurisdição.
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Caráter substitutivo
Diz-se que a jurisdição possui caráter substitutivo porque a vontade do Estado (vontade da lei)
substitui a vontade das partes. Entretanto, nem sempre isso ocorre, visto que, como já dissemos,
existem ações em que a vontade do Estado ao prestar a tutela jurisdicional não substituirá a das
partes, por coincidirem. Ex: Imaginem que o MP denuncia A, por homicídio em face de B. A, no
entanto, concorda com a punição e a reconhece como merecida e justa, não se importando em
ser preso, pois matara o assassino de seu irmão.
Definitividade
Como o próprio nome indica, meus caros alunos, a jurisdição é dotada de definitividade, ou seja,
em um dado momento, a decisão prestada pelo Estado-Juiz será definitiva, imodificável.
Claro que essa definitividade só ocorrerá se a demanda for apreciada no mérito. Se estivermos
diante de uma sentença meramente terminativa (que não aprecia o mérito da demanda), esta não
fará coisa julgada material, logo, a tutela jurisdicional prestada não será definitiva. POR ISSO SE
DIZ QUE AS SENTENÇAS DE MÉRITO SÃO DEFINITIVAS. Entretanto, alguns doutrinadores
entendem que no caso de não haver sentença de mérito, NÃO HÁ JURISDIÇÃO!
CUIDADO! Nos processos em que há sentença condenatória, esta nunca faz coisa julgada
material, pois, a qualquer tempo, pode ser promovida a revisão criminal, desde que preenchidos
alguns requisitos, nos termos do art. 621 e 622 do CPP.
Princípios da Jurisdição
Investidura
Para se exercer a Jurisdição, deve-se estar investido do Poder jurisdicional. Como esse Poder
pertence ao Estado, ele é quem delega esse Poder aos seus agentes. Essa delegação do Poder
jurisdicional se dá através da posse no cargo de magistrado, que, no Brasil, pode ser por
concurso público (art. 93, I da CF/88), ou pelo quinto constitucional (art. 94 da CF/88).
Indelegabilidade
Aqueles que foram investidos do Poder jurisdicional não podem delegá-lo a terceiros. Possui
duas vertentes: Externa e Interna.
Na sua vertente externa, significa que não pode o Poder Judiciário (a quem a CF/88 conferiu a
função jurisdicional) delegá-la a outros órgãos ou a outro Poder.
Na vertente interna, significa que, após fixadas as regras de competência para julgamento de um
processo, não pode um órgão do Judiciário delegar sua função para outro órgão jurisdicional.
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Inevitabilidade da jurisdição
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
Esse princípio também possui duas vertentes. A primeira refere-se à possibilidade que todo
cidadão tem, de levar à apreciação do Poder Judiciário uma demanda (nos casos de a demanda
ser uma ação penal, somente os legitimados podem oferecê-la), e de ter a prestação de uma
tutela jurisdicional (Isso não garante uma sentença de mérito, lembre-se!). A segunda vertente é a
de que o processo deve garantir o acesso do cidadão à ordem jurídica justa, na visão de que o
Estado só cumpre efetivamente seu papel quando efetivamente tutele o interesse da parte.
Assim, se o Judiciário demora 15 anos para julgar um processo criminal, não está oferecendo à
sociedade uma ordem jurídica justa.
Quando nos referimos ao acesso à ordem jurídica justa, especificamente no processo penal,
estamos falando em acesso à tutela jurisdicional adequada, que se materializa através:
Esse princípio visa a evitar que a parte escolha o magistrado que irá julgar a sua causa ou, sob a
ótica inversa, que o Estado determine quem será o Juiz de uma causa após a propositura desta.
Evita-se, portanto, a escolha casuística do Juízo que irá analisar a causa.
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Significa que a Jurisdição possui um limite territorial. Esse limite é o território brasileiro, as
fronteiras onde o país exerce seu poder soberano.
Isso implica dizer que TODO JUIZ TEM JURISDIÇÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL.
Entretanto, por questão de organização funcional, a competência de cada (forma pela qual
exercerá seu poder jurisdicional) é delimitada de várias formas.
Assim, se uma questão afirmar que quando um Juiz de São Paulo solicita a outro, do Rio de
Janeiro, a prática de um ato processual (carta precatória) porque não tem jurisdição no Rio de
Janeiro, está ERRADA! O Juiz de São Paulo tem jurisdição em todo o território nacional, o que
ele não tem é competência fora de sua base territorial.
Espécies de Jurisdição
A doutrina enumera várias espécies de “jurisdições”, baseada nos mais diversos critérios.
Entretanto, apenas duas nos serão úteis:
⮚ Jurisdição superior e inferior – A inferior é exercida pelo órgão que atua no processo
desde o início. Já a superior é exercida em grau recursal. Frise-se que os Tribunais
podem atuar TANTO COMO JURISDIÇÃO INFERIOR COMO SUPERIOR, a depender
da demanda, pois existem demandas cuja competência originária para processo e
julgamento é dos Tribunais, como no caso de pessoas com prerrogativa de foro.
⮚ Jurisdição comum e especial – A jurisdição especial, no processo penal, é formada
pelas 02 “Justiças especiais” estabelecidas na Constituição, em razão da matéria:
Justiça Eleitoral (art. 118 a 121 da CF/88) e Militar (122 a 125). Já a jurisdição comum
é exercida residualmente. Tudo que não for jurisdição especial será jurisdição
comum, que se divide em estadual e federal. OBS: A Justiça do trabalho não possui
competência criminal.
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Esta espécie de competência é a primeira que deve ser analisada para que possamos, no caso
concreto, definir qual o órgão Jurisdicional é competente para julgar o processo.
Esta espécie leva em consideração a natureza do fato criminoso para definir qual a “Justiça”
competente (Justiça Eleitoral, Comum, Militar, etc.).
Justiça Eleitoral
Justiça Especializada
Justiça Militar
COMPETÊNCIA
CRIMINAL EM RAZÃO
DA MATÉRIA
Justiça Federal
Justiça Comum
Justiça Estadual
Assim, existem basicamente duas ordens de competência criminal em razão da matéria: Comum e
especial. A Justiça comum se divide em Federal e Estadual. Já a Justiça Especial se divide em
Eleitoral e Militar.
Desta maneira, o primeiro passo na fixação da competência é definir à qual “Justiça” cabe julgar
o fato.
A Justiça Especial (Eleitoral e Militar) julga somente os crimes que sejam eleitorais e militares. Todos
os outros crimes são de competência da Justiça Comum. Dizemos, assim, que a Justiça comum
possui competência residual.
Mas como saber quando um crime será julgado pela Justiça Comum Federal e quando será julgado
pela Justiça Comum Estadual? Nesses casos, somente será competente a Justiça Comum Federal
se estivermos diante de uma das hipóteses previstas no art. 109 da Constituição:
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Todas as causas que não se enquadrem na competência da Justiça Comum Federal, serão de
competência da Justiça Comum Estadual. Assim, a Justiça comum estadual possui competência
duplamente residual: 1) primeiro, é residual porque a Justiça Comum é residual em relação à
Justiça Especial; 2) é residual em relação à Justiça Comum Federal.
Analisando mais especificamente o CPP, verificamos que ele “passa batido” pela definição da
competência em razão da matéria (que ele chama de “natureza da infração”), limitando-se a dizer
que esta será definida conforme as Leis de Organização Judiciária. Por “Leis de Organização
Judiciária” entenda-se, atualmente, “Constituição Federal”, pois quando do advento do CPP
(1941), a definição destas normas era mera questão de organização judiciária, e não uma questão
de índole constitucional como hoje.
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de
organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121,
§§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal,
consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
A competência do Tribunal do Júri está prevista, ainda, na própria Constituição Federal, em seu
art. 5°, XXXVIII, d:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
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Mas quais seriam os crimes dolosos contra a vida? Estes são os previstos no capítulo I do Título I
da parte especial do CP, compreendendo os crimes de homicídio, instigação ou induzimento ao
suicídio1, infanticídio e aborto2.
Com relação a estes crimes, entende-se que a Constituição estabeleceu uma cláusula pétrea, ou
seja, cláusula que não pode ser modificada pelo constituinte derivado. Assim, a Doutrina entende
que as hipóteses de competência do Tribunal do Júri podem ser ampliadas, mas nunca reduzidas!
Vale frisar que o Júri irá julgar os crimes dolosos contra a vida e também aqueles que sejam conexos
com estes (ex.: homicídio doloso consumado conexo com estupro = Júri julgará os dois).
Por fim, os crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal com resultado morte
não são da competência do júri, pois não são crimes dolosos contra a vida. O primeiro é crime
patrimonial; no segundo a morte deriva de culpa, não de dolo do agente.
Por fim, o Tribunal do Júri poderá ser realizado no âmbito de “qualquer Justiça”. Como assim?
Significa que podemos ter Tribunal do Júri na Justiça Estadual (o mais comum), na Justiça Federal,
etc. (ex.: Policial Rodoviário Federal morto em serviço = trata-se de competência da Justiça
Federal, pois atenta contra serviço e interesse da União, mas ao mesmo tempo é crime doloso
contra a vida, logo, será da competência do Tribunal do Júri FEDERAL).
1
Vale frisar que o art. 122 do CP, com a redação dada pela Lei 13.968/19, passou a se chamar “induzimento, instigação
ou auxílio a suicídio ou a automutilação”. Todavia, apenas quando for induzimento, instigação ou auxílio a SUICÍDIO
é que a competência será do Júri, por se tratar de crime doloso contra a vida.
2
Existem, ainda, crimes dolosos contra a vida previstos, por exemplo, na Lei de Genocídio (Lei 2.889/56). Neste caso,
a competência também será do Tribunal do Júri (STF, RE 351.487/RR).
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Para definirmos a competência territorial devemos, primeiramente, saber onde o crime foi
praticado. Mas, para isso, precisamos saber qual o critério para definição do “lugar do crime”.
Nos crimes plurilocais, aplica-se, em regra, a teoria do resultado, considerando-se como local do
crime o lugar onde o resultado se consuma1. A exceção são os crimes plurilocais contra a vida,
onde se aplica a teoria da atividade.2
Assim, como regra, no processo penal, a competência territorial é definida pelo lugar em que se
consumar a infração.
Existem ainda alguns regramentos específicos, como nos crimes de competência dos Juizados
Especiais e nos atos infracionais, em que se aplica a teoria da atividade, e nos crimes
falimentares, em que se considera lugar do crime o local em que foi decretada a falência. Assim:
1
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada
pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em
que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela prevenção.
2
Trata-se de entendimento jurisprudencial consolidado, para facilitar a produção probatória, na busca pela verdade
real. Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 209
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O § 3° e o art. 71 tratam do fenômeno da prevenção. O que isso significa? Quando dois ou mais
órgãos jurisdicionais são competentes para apreciar determinada demanda, a competência será
fixada naquele que primeiro atuar no caso. Assim, a competência será fixada naquele Juízo que
primeiro praticar algum ato relativo ao caso. Essa é a definição de competência fixada por
prevenção. Nos termos do art. 83 do CPP:
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo
dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de
medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da
queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).
3
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do
Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos
fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça
do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último
em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território
brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território
nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime,
ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a
competência se firmará pela prevenção. (Redação dada pela Lei nº 4.893, de 9.12.1965)
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EXEMPLO: José, visando exigir pagamento pelo resgate (crime de extorsão mediante
sequestro, que é crime permanente, pois se prolonga no tempo), sequestra Maria na
cidade do Rio de Janeiro, levando-a para um cativeiro em Campinas, no qual a vítima
fica uma semana. Posteriormente, José leva a vítima para outro cativeiro, em Belo
Horizonte-MG, onde a vítima fica mais uma semana e acaba sendo libertada. Nesse
caso, a competência será do Juízo criminal de qualquer das três comarcas (Rio de
Janeiro, Campinas e Belo Horizonte), firmando-se naquele Juízo que primeiro atuar no
caso, antecipando-se aos demais. Imagine-se, por exemplo, que em Campinas tenha
sido aberta investigação e tenha sido decretada a interceptação telefônica pelo Juiz
competente. Nesse caso, este Juízo estará prevento para processar e julgar a futura
ação penal relativa a este delito.
A Lei 14.155/21 criou nova hipótese de definição da competência territorial. Vejamos o §4º do
art. 70 do CPP:
Como se vê, o referido artigo passou a estabelecer um critério, até então inexistente, de
competência em razão do foro do domicílio ou residência da vítima. Isso se dará no caso de
crime de estelionato quando:
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não retornou contato. O mesmo fez com Joana. Nesse caso, a competência será do
foro do domicílio ou residência da vítima. Assim, tanto o Juízo criminal de
Petrópolis-RJ quanto o Juízo criminal de Campinas-SP são igualmente competentes
para julgar o caso. Todavia, imaginemos que em Campinas tenha sido iniciada
investigação e o Juízo competente tenha decretado a prisão preventiva de José.
Nesse caso, o Juízo de Campinas estará prevento para processar e julgar a futura ação
penal ajuizada, caso haja reunião dos processos.
Se dois ou mais Juízes, na mesma comarca, forem competentes para julgar a demanda, a
competência será fixada pelo critério da distribuição, ou seja, a competência será fixada naquele
órgão jurisdicional ao qual fora distribuída a ação penal. Nos termos do art. 75 do CPP:
Existem casos em que a competência territorial poderá ser fixada levando-se em conta o
domicílio do réu. Vejamos4:
● Não sendo conhecido o lugar da infração – Será regulada pelo lugar do domicílio ou
residência do réu.
● Se o réu tiver mais de uma residência – Prevenção.
● Se o réu não tiver residência ou for ignorado seu paradeiro - juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato.
● Se for hipótese de crime de ação exclusivamente privada – Poderá o querelante
escolher ajuizar a queixa no lugar do domicílio ou residência do réu, ainda que
4
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do
réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
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conhecido o lugar da infração (ex.: Maria foi vítima de crime de ação penal privada,
praticado por José. Maria poderá escolher ajuizar a queixa-crime no lugar da infração
ou no lugar do domicílio ou residência de José).
Gostaria de chamar a atenção de vocês para um fato: O art. 73 fala em “casos de exclusiva ação
privada”. Assim, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, não pode o querelante
optar pela comarca do domicílio do réu em detrimento da comarca do local da infração, caso
este local seja conhecido, pois esta ação não é exclusivamente privada, mas, na verdade, é
pública. Muito cuidado com isso!!
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora
dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no
Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional,
será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha
produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
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Após definida qual “Justiça” irá julgar o processo, devemos definir a competência do órgão
Jurisdicional verificando as condições pessoais dos acusados.
Em regra, os processos criminais são julgados pelos órgãos jurisdicionais mais baixos, inferiores,
quais sejam, os Juízes de primeiro grau. No entanto, pode ocorrer de, em determinados casos,
considerando a presença de determinadas autoridades no polo passivo (acusados), que essa
competência pertença originariamente aos Tribunais. Essa é a chamada prerrogativa de função
(vulgarmente conhecida como “foro privilegiado”).
EXEMPLO: O art. 96, III da Constituição Federal estabelece que cabe aos Tribunais de Justiça
dos Estados e do DF, julgar os Juízes estaduais de primeiro grau, bem como os membros do MP
que atuem na primeira instância, tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (hipótese na qual serão julgados
pelo TRE local):
Existem inúmeras outras hipóteses previstas na Constituição Federal, nas quais há prerrogativa de
foro em razão da função exercida pelo acusado. Para facilitar a compreensão de vocês, reuni
estas hipóteses no quadro abaixo:
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Nos crimes de responsabilidade PRÓPRIOS a competência para julgar o prefeito municipal é da CÂMARA DE
VEREADORES. (STF, RE 192.527/PR, bem como HC 71.991-1/MG).
3
Em relação aos magistrados e membros do MPF, o TRF a que estão vinculados será competente, mesmo em se
tratando de crime que seria de competência da Justiça Estadual. Ver, por todos, PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 214
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Mas, o foro privilegiado se aplica a todo e qualquer crime? Sempre se entendeu que sim, ou
seja, não havia diferença entre crime praticado no exercício das funções (e com elas relacionados)
ou crimes sem relação com as funções. Todavia, o STF, mais recentemente, quando do
julgamento da AP 937, fixou duas teses importantes:
⇒ O foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas
⇒ Após o término da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para
apresentação de alegações finais, a competência não mais se altera pelo fato de o agente
deixar de ocupar o cargo, seja qual for o motivo (renúncia ao cargo, posse em outro cargo,
etc.).
Ou seja, além de o crime ter que ter sido praticado durante o exercício do cargo, deve ter
relação com as funções desempenhadas no cargo.
Além disso, a segunda tese visa a evitar manobras processuais, como muitas vezes ocorria (o
processo seguia no Tribunal até quase a prolação da sentença, quando então o réu renunciava ao
cargo e o processo tinha que ser remetido à primeira instância).
Assim, com relação à perda do cargo durante o processo, temos o seguinte regramento
atualmente:
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Se a competência de foro por prerrogativa de função está prevista na CF/88, ela prevalece sobre
a competência do Júri.
OBS.: Os deputados estaduais possuem prerrogativa de foro perante o TJ. Isso não está previsto
expressamente na CF/88, mas entende-se que está IMPLÍCITO, pelo princípio da SIMETRIA.
Assim, caso um deputado estadual cometa crime doloso contra a vida, prevalecerá a
competência de foro por prerrogativa de função.
Todavia, é importante destacar que como o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o
foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do
cargo e relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937), estas disposições sobre um
eventual conflito entre a competência do júri e a competência de foro por prerrogativa de função
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perderam bastante de sua utilidade, pois hoje só possuem razão de ser quando estamos diante
de um crime doloso contra a vida praticado durante o exercício das funções e que tenha relação
com as funções, por alguém que possui foro por prerrogativa de função.
CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas
que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.
(Redação dada pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º (Vide ADIN nº 2797)
§ 2º (Vide ADIN nº 2797)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as
pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando
oposta e admitida a exceção da verdade.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e
julgar:
I - os seus ministros, nos crimes comuns;
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da
República;
III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de
Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros
diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
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Da Conexão e da Continência
1
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 241/243
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Os mencionados arts. 51, § 1°, 53 e 54 do CP, referiam-se ao texto original da parte geral do
Código penal, que foi totalmente alterado pela Lei 7.209/84. Assim, atualmente, estes
dispositivos se referem às hipóteses de concurso formal e suas aplicações no caso de erro na
execução (aberratio ictus e aberratio delicti), atualmente previstos nos arts. 70, 73 e 74 do CP.
⇒ Continência por cumulação subjetiva (art. 77, I do CPP) – É o caso no qual duas ou
mais pessoas são acusadas pela mesma infração (concurso de pessoas).
Diferentemente da hipótese de conexão, aqui há apenas um fato criminoso, e não
vários.2
⇒ Continência por concurso formal (art. 77, II do CP, c/c art. 70 do CP) – Aqui,
mediante uma só conduta, o agente pratica dois ou mais crimes, sem que tenha
tido a intenção de praticá-los.
As hipóteses de continência e conexão podem ser melhor explicadas através do gráfico abaixo:
2
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 244
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O CPP prevê algumas regras que devem ser observadas quando da consolidação da
competência pela conexão ou continência.
Como regra, havendo conexão ou continência, haverá a reunião dos processos para julgamento
conjunto. Mas, qual será o Juízo competente? Isso será definido com base nas regras previstas
no CPP. Vejamos, a princípio, o art. 78:
Assim, em resumo:
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Mas, no caso de continência, por exemplo, e se um dos réus tiver foro privilegiado e outro não?
O STF editou a súmula 704, afirmando que a atração de um processo por conexão ou
continência, no caso de corréu, por prerrogativa de função do outro réu, não viola a Constituição:
SÚMULA Nº 704
NÃO VIOLA AS GARANTIAS DO JUIZ NATURAL, DA AMPLA DEFESA E DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL A ATRAÇÃO POR CONTINÊNCIA OU CONEXÃO
DO PROCESSO DO CO-RÉU AO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DE
UM DOS DENUNCIADOS.
Ex.: José, deputado federal, e Pedro, empresário, são acusados de praticar, em conluio, o crime
de peculato. Neste caso, cabe ao STF julgar José, por conta do foro por prerrogativa de função.
Todavia, em razão da continência, Pedro também será julgado pelo STF.
Embora a regra seja a de que, havendo conexão ou continência, todos os processos conexos ou
continentes sejam julgados pelo mesmo órgão jurisdicional, existem algumas exceções, ou seja,
existem casos em que mesmo ocorrendo conexão ou continência, não haverá reunião de
processos.
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⇒ Concurso entre a Jurisdição comum e militar – A única ressalva que deve ser feita é
a de que, no caso de militar que comete crime doloso contra a vida de um civil,
responde perante o Tribunal do Júri, e não perante a Justiça Militar, nos termos do
art. 82, § 2° do Código de Processo Penal Militar – CPPM.
⇒ Concurso entre crime e infração de competência do Juizado da Infância e da
Juventude – Nestas hipóteses (por exemplo, um crime cometido em concurso de
pessoas por um menor, que responde perante o ECA, e um adulto), não pode haver
reunião de processos.
⇒ Insanidade mental superveniente de um dos corréus (art. 152 do CPP) – Nesse caso,
havendo a insanidade mental do corréu sido regularmente apurada em incidente de
insanidade mental, os processos devem ser separados, pois o processo, em relação
ao corréu declarado mentalmente insano, será suspenso, nos termos do art. 152 do
CPP. Frise-se que essa insanidade mental do réu deve ser posterior ao fato
criminoso (art. 151 do CPP).
⇒ Impossibilidade de formação do conselho de sentença no Tribunal do Júri – Embora
o § 2° do art. 79 mencione o “art. 461”, com as alterações promovidas pela Lei
11.689/08, vocês devem entender como “art. 469, § 1° do CPP”. Este artigo trata
da impossibilidade de, no julgamento pelo Tribunal do Júri, formar-se o conselho de
sentença (mínimo de sete jurados), em razão das recusas legalmente permitidas
realizadas pelos advogados dos acusados. Assim, se houver, no Tribunal do Júri,
dois ou mais réus, e sendo diferentes os advogados, as recusas aos Jurados (Direito
de recusar algum jurado) impossibilitarem a formação do conselho de sentença, o
processo deverá ser desmembrado.
⇒ Separação facultativa quando os fatos criminosos tenham sido praticados em
circunstâncias de tempo e lugar diferentes, ou o Juiz entender que a reunião de
processos pode ser prejudicial ao Julgamento da causa ou puder implicar em
retardamento do processo (art. 80 do CPP) – O importante é saber que, nestas
hipóteses, a separação dos processos é discricionária, ou seja, o Juiz pode, ou não,
a seu critério, decidir pela separação dos processos.
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EXEMPLO: José e Valter são contratados por Ricardo Albuquerque, deputado federal, para
matarem Lúcio, também deputado, e que é desafeto de Ricardo por questões relacionadas às
funções por eles exercidas. José e Valter executam o crime. No caso em tela, Ricardo de
Albuquerque possui foro privilegiado (como é deputado federal, a Constituição prevê que cabe
ao STF julgá-lo nos crimes comuns), mas os demais não possuem. Neste caso, Ricardo será
julgado pelo STF e os demais serão julgados pelo Tribunal do Júri.
Por que, neste caso, não há atração por continência? Não há porque as regras de continência
são infraconstitucionais, e tanto a competência do Júri quanto a do STF (por prerrogativa de
função) estão previstas na própria Constituição Federal. Assim, normas infraconstitucionais não
podem se sobrepor a normas de índole constitucional.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda
que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir
sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se
inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais
processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver
o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao
juízo competente.
O art. 81 diz, em resumo, o seguinte: Se um Juiz recebe dois processos (reunidos por
conexão ou continência), e no processo de sua competência originária (e não aquele que lhe foi
remetido em razão da conexão ou continência) ele profere sentença absolutória ou desclassifica o
fato para outro crime, que não seja de sua competência, mesmo assim ele continua competente
para julgar o processo recebido pela conexão.
O § 1°, por sua vez, estabelece uma exceção à regra. Se houver reunião de processos para
julgamento pelo Tribunal do Júri, havendo desclassificação, absolvição sumária ou impronúncia,
deverá o Juiz remeter o processo conexo ao Juízo competente (que não era o Tribunal do Júri).3
O art. 82, por fim, estabelece que, no caso de haver conexão ou continência, mas terem
sido instaurados processos em Juízos diversos, o Juiz cuja competência é prevalente poderá
avocar (trazer para si) o julgamento dos demais processos, a qualquer tempo, salvo se já houver
sentença definitiva naqueles (já tiverem transitado em julgado). Se já tiver ocorrido o trânsito em
julgado, os processos serão reunidos posteriormente para fins de execução de pena:
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva.
3
Isso não ocorrerá se a desclassificação ocorrer apenas no momento da quesitação formulada aos jurados (art. 492,
§1º do CPP).
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CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão
observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição
comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
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Todavia, por se tratar de crime de ação exclusivamente privada, poderá o querelante optar por ajuizar a queixa-
crime no foro do domicílio ou residência do RÉU, mesmo que conhecido o lugar da infração, na forma do art. 73 do
CPP, que é a Comarca D. Vejamos:
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
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02. (FGV – 2017 – OAB – XXIV EXAME DE ORDEM) Na cidade de Angra dos Reis, Sérgio
encontra um documento adulterado (logo, falso), que, originariamente, fora expedido por órgão
estadual. Valendo-se de tal documento, comparece a uma agência da Caixa Econômica Federal
localizada na cidade do Rio de Janeiro e apresenta o documento falso ao gerente do
estabelecimento.
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06. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Tourinho Filho define a competência como
“o âmbito, legislativamente delimitado, dentro do qual o órgão exerce o seu Poder Jurisdicional".
Sobre o tema, de acordo com o Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
a) não sendo conhecido o local da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio de
residência da vítima;
b) no caso de ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de sua residência, ainda que
conhecido o local da infração;
c) via de regra, a competência será definida pelo local em que foi praticada a infração, ainda que
seja outro o local da consumação;
d) tratando-se de infração permanente praticada em território de duas jurisdições, a competência
firmar-se-á pela prevenção;
e) a distribuição realizada para fins de decretação da prisão preventiva anteriormente à denúncia
não prevenirá a da ação penal.
COMENTÁRIOS
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A) ERRADA: Item errado, pois neste caso a competência será definida com base no domicílio do réu, nos termos do
art. 72 do CPP.
B) ERRADA: Item errado, pois o querelante (nas ações penais exclusivamente privadas) poderá preferir o foro de
domicílio ou residência do RÉU (e não o dele próprio), ainda que conhecido o lugar da infração, nos termos do art. 73
do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois como regra a competência será regulada em razão do local em que se consumar a
infração, nos termos do art. 70 do CPP.
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 71 do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois a distribuição efetuada para fins de realização de qualquer diligência anterior à ação
penal (concessão de fiança, análise de requerimento de liberdade provisória, etc.) prevenirá a da ação penal, ou seja,
o mesmo Juízo a quem foi distribuída a diligência prévia estará prevento para processar a ação penal, nos termos do
art. 75, § único do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
07. (FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM) Estando preso e cumprindo pena na cidade
de Campos, interior do estado do Rio de Janeiro, Paulo efetua ligação telefônica para a casa de
Maria, localizada na cidade de Niterói, no mesmo Estado, anunciando o falso sequestro do filho
desta e exigindo o depósito da quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser efetuado em conta
bancária na cidade do Rio de Janeiro. Maria, atemorizada, efetua a transferência do respectivo
valor, no mesmo dia, de sua conta-corrente de uma agência bancária situada em São Gonçalo.
Descoberto o fato e denunciado pelo crime de extorsão, assinale a opção que indica o juízo
competente para o julgamento.
A) Vara Criminal de Campos.
B) Vara Criminal de Niterói.
C) Vara Criminal de São Gonçalo.
D) Vara Criminal do Rio de Janeiro.
COMENTÁRIOS
O crime de extorsão é considerado formal, ou seja, consuma-se independentemente da obtenção da vantagem
indevida. Assim, a consumação de tal delito ocorre no momento e no local em que a violência ou grave ameaça é
exercida contra a vítima. Neste caso, a grave ameaça ocorreu em Niterói (local em que a vítima recebeu a ligação).
Neste momento o delito do art. 158 do CP restou consumado.
A competência, portanto, será da Vara Criminal de Niterói, nos termos do art. 70 do CPP.
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II. Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o
juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu
resultado.
III. Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição
por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, ou tratando-
se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela prevenção.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS
I - CORRETA: Esta é a redação do art. 70, caput, e seu § 1°, do CPP:
II - CORRETA: Quando o último ato de execução não for praticado no Brasil, mas fora do país, a competência, no
Brasil, será do Juízo do local em que o crime tenha produzido o resultado, ou deveria produzir. Nos termos do art.
70, § 2° do CPP:
III - CORRETA: Para compreendermos esta questão, devemos fracioná-la em duas partes. A primeira se refere ao
caso em que “Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter
sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições(...)a competência firmar-se-á pela
prevenção”. Trata-se de previsão contida no art. 70, § 3° do CPP, nesse sentido:
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A primeira parte, assim, está correta. A segunda parte, por sua vez, diz: “ou tratando-se de infração continuada ou
permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção”. Esta
parte está prevista no art. 71 do CPP:
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Como vemos, o art. 73 fala em ação EXCLUSIVA privada, o que exclui a ação privada subsidiária da pública, portanto.
Assim, é errado dizer que em qualquer ação privada o querelante poderá escolher o foro de domicílio do réu.
ESTE FOI O ITEM DADO COMO CERTO, MAS DEVERIA TER SIDO CONSIDERADO ERRADO E, PORTANTO, TER SIDO
ANULADA A QUESTÃO.
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10. (FGV – 2011 – OAB – EXAME DE ORDEM) Quando se tratar de acusação relativa à prática
de infração penal de menor potencial ofensivo, cometida por estudante de direito, a competência
jurisdicional será determinada pelo (a)
a) natureza da infração praticada e pelo local em que tiver se consumado o delito.
b) local em que tiver se consumado o delito.
c) natureza da infração praticada.
d) natureza da infração praticada e pela prevenção.
COMENTÁRIOS
A competência, nestes casos, é determinada pela natureza da infração praticada (se federal, estadual, etc.), bem
como pelo local em que for PRATICADA a infração penal, nos termos do art. 63 da Lei 9.099/95. A Lei dos Juizados
adotou expressamente a teoria da ATIVIDADE para fins de fixação da competência ratione locii.
Assim, nenhuma das alternativas está completa, mas a letra C é a menos errada, já que não traz nenhuma
informação incorreta, ainda que deixe de trazer outras informações relevantes.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
11. (FGV - 2015 - TJ-BA - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO) Aristarco, empresário e primeiro
suplente do Senador Armando, foi denunciado, em março de 2012, por uma série de delitos de
estelionato e apropriação indébita, em concurso material, perante Juízo Criminal da Capital.
Quando da ordem judicial para que as partes se manifestassem em diligências (Art. 402 do CPP),
a Defesa de Aristarco atravessou petição, informando que, por força da morte do titular do cargo,
havia assumido o mandato de Senador da República, na véspera da determinação judicial. O Juiz
de Direito determinou a remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal, onde, por ordem do
Ministro Relator, foi determinada a manifestação das partes em diligências (Art. 9º da Lei nº
8.038/90). Atendidas as diligências, foram os autos encaminhados ao Ministério Público para
apresentação das alegações finais. Restituídos os autos, o Ministro Relator determinou a
manifestação da Defesa em alegações finais, oportunidade em que foi juntada a renúncia de
Aristarco à vaga de Senador da República e seu retorno à condição de empresário. Diante desse
quadro fático-processual, é correto afirmar que o processo deverá:
(A) permanecer no Supremo Tribunal Federal, para evitar abuso do direito na aludida renúncia;
(B) permanecer no Supremo Tribunal Federal, posto encerrada a instrução criminal, estando o caso
maduro para julgamento;
(C) permanecer no Supremo Tribunal Federal, para evitar fraude processual na aludida renúncia;
(D) ser remetido ao Juízo de Direito de primeira instância, onde a sentença deverá ser proferida;
(E) ser remetido ao Juízo de Direito de primeira instância, onde as alegações finais defensivas
deverão ser apresentadas.
COMENTÁRIOS
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Segundo entendimento atual do STF, o foro por prerrogativa de função só se aplica enquanto o agente ocupa o cargo
público que lhe confere tal prerrogativa. Todavia, após o término da instrução processual, com a publicação do
despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência não mais se altera pelo fato de o
agente deixar de ocupar o cargo, seja qual for o motivo (renúncia ao cargo, posse em outro cargo, etc.).
Na época, a desvinculação do cargo gerava a remessa dos autos ao Juízo que seria competente em caso de ausência
do foro por prerrogativa de função, no caso, o Juízo de Direito de primeira instância. Assim, o gabarito da Banca, na
época, foi LETRA E.
Todavia, como já explicado, hoje a competência permaneceria sendo do STF, conforme entendimento firmado no
julgamento da AP 937.
Portanto, a QUESTÃO ESTÁ DESATUALIZADA.
12. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Paulo reside na cidade “Y” e lá
resolveu falsificar seu passaporte. Após a falsificação, pegou sua moto e viajou até a cidade “Z”,
com o intuito de chegar ao Paraguai. Passou pela cidade “W” e pela cidade “K”, onde foi parado
pela Polícia Militar. Paulo se identificou ao policial usando o documento falsificado e este,
percebendo a fraude, encaminhou Paulo à delegacia. O Parquet denunciou Paulo pela prática do
crime de uso de documento falso. Assinale a afirmativa que indica o órgão competente para
julgamento.
A) Justiça Estadual da cidade “Y”.
B) Justiça Federal da cidade “K”.
C) Justiça Federal da cidade “Y”.
D) Justiça Estadual da cidade “K”.
COMENTÁRIOS
O delito em questão é o delito de uso de documento falso, previsto no art. 304 do CP. Vejamos:
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os arts. 297 a 302:
Quanto à base territorial, a jurisprudência entende que é competente o Juízo do local em que ocorreu a utilização do
documento falso, no caso, a cidade “K”. Vejamos:
(...)
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(...)
13. (FGV – 2010 – OAB – III EXAME UNIFICADO) Tendo como referência a competência ratione
personae, assinale a alternativa correta.
(A) Caio, vereador de um determinado município, pratica um crime comum previsto na parte
especial do Código Penal. Será, pois, julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas
funções, uma vez que goza do foro por prerrogativa de função.
(B) Tício, juiz estadual, pratica um crime eleitoral. Por ter foro por prerrogativa de função, será
julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas atividades.
(C) Mévio é governador do Distrito Federal e pratica um crime comum. Por uma questão de
competência originária decorrente da prerrogativa de função, será julgado pelo Superior Tribunal
de Justiça.
(D) Terêncio é prefeito e pratica um crime comum, devendo ser julgado pelo Tribunal de Justiça
do respectivo Estado. Segundo entendimento do STF, a situação não se alteraria se o crime
praticado por Terêncio fosse um crime eleitoral.
COMENTÁRIOS
Para resolvermos esta questão devemos saber o seguinte: No conflito entre a competência da Justiça especial e a
Justiça comum, ainda que se trate de foro por prerrogativa de função, prevalece a competência da Justiça especial,
nos termos do art. 78, IV do CPP.
Além disso, os vereadores não possuem prerrogativa de foro perante o TJ local.
Por fim, o Governador de estado possui foro especial por prerrogativa de função, devendo ser julgado, nos crimes
comuns, perante o STJ, nos termos do art. 105, I, a da Constituição.
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Todavia, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro por prerrogativa de
função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente prejudicada.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
14. (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - PRIMEIRA FASE) Carolina,
voltando do Paraguai com diversas mercadorias que configurariam o crime de contrabando, entra
no país pela cidade de Foz do Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem de ônibus
para a cidade de São Paulo e segue, posteriormente, para o Rio de Janeiro, sua cidade natal,
quando é surpreendida por policiais federais que participavam de uma operação de rotina na
rodoviária. Os policiais, então, apreendem as mercadorias e conduzem Carolina à Delegacia
Policial.
Na hipótese, assinale a alternativa que indica o órgão competente para proceder ao julgamento
de Carolina.
a) A Justiça Federal de Foz de Iguaçu.
b) A Justiça Federal do Rio de Janeiro.
c) A Justiça Federal de São Paulo.
d) Qualquer das anteriores, independentemente da regra da prevenção
COMENTÁRIOS
Para resolvermos esta questão, basta utilizarmos o verbete nº 151 do STJ:
15. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI - PRIMEIRA FASE) A Constituição
do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de função aos prefeitos de todos os seus
Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça”. José,
Prefeito do Município Y, pertencente ao Estado X, está sendo acusado da prática de corrupção
ativa em face de um policial rodoviário federal.
Com base na situação acima, o órgão competente para o julgamento de José é
a) a Justiça Estadual de 1ª Instância.
b) o Tribunal de Justiça.
c) o Tribunal Regional Federal.
d) a Justiça Federal de 1ª Instância.
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COMENTÁRIOS
No caso em tela a competência para o processo e julgamento do delito será da Justiça Federal de segunda instância,
ou seja, o TRF.
Isso porque, embora a prerrogativa de foro esteja prevista apenas na Constituição estadual, não há choque com a
competência do Júri.
Quando se diz que o TJ tem competência para julgar os Prefeitos, isso se restringe aos crimes comuns, não abrange
os crimes federais e eleitorais, que serão da competência do TRF e do TRE, respectivamente. Vejamos a súmula 702
do STF:
Todavia, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro por prerrogativa de
função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas (STF – AP 937).
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
16. (FGV - 2014 - TJ-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA E OFICIAL DE JUSTIÇA)
Em relação à competência no processo penal, é correto afirmar que:
(A) é da competência da Justiça Federal o julgamento de contravenções penais, desde que
conexas com delitos de competência da Justiça Federal;
(B) compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações penais relativas a desvio de verbas
originárias do Sistema Único de Saúde (SUS), independentemente de se tratar de valores
repassados aos Estados ou Municípios por meio da modalidade de transferência “fundo a fundo”
ou mediante realização de convênio;
(C) compete à Justiça Estadual o julgamento de ação penal em que se apure a possível prática de
sonegação de ISSQN pelos representantes de pessoa jurídica privada, ainda que esta mantenha
vínculo com entidade da administração indireta federal;
(D) compete à Justiça Federal processar e julgar acusado da prática de conduta criminosa
consistente na captação e armazenamento, em computadores de escolas municipais, de vídeos
pornográficos oriundos da internet, envolvendo crianças e adolescentes;
(E) compete à Justiça Estadual processar e julgar crime consistente na apresentação de Certificado
de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) falso a agente da Polícia Rodoviária Federal, em
rodovia que cruza três Estados.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Segundo entendimento do STJ, a Justiça Federal não possui jurisdição sobre as contravenções penais,
por expressa previsão constitucional, devendo estas serem julgadas pela Justiça Estadual, ainda quando sejam
conexas a crimes de competência da Justiça Federal:
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(...)
B) ERRADA: O STJ entende a competência, neste caso, será da Justiça Federal, pois se trata de verba sujeita à
fiscalização federal:
(...)
C) CORRETA: O STJ entende que o crime de sonegação tributária de ISSQN, quando cometido por pessoa jurídica de
direito privado, não provoca a competência da Justiça Federal, eis que ausente o interesse da União:
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de 25/6/2013).
D) ERRADA: O STJ entende que só haverá competência da Justiça Federal se restar comprovada a transnacionalidade
do delito, o que não é apontado pela questão:
(...)
E) ERRADA: A competência, neste caso, será da Justiça Federal, pois apesar de se tratar de documento emitido por
órgão estadual (DETRAN), houve violação a interesse da União (apresentação perante policial rodoviário federal).
Vejamos:
(...)
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1.2.2013)
(...)
O STF entente, ainda, que a competência do Júri fica afastada neste caso, pois prevalece a competência por
prerrogativa de foro estabelecida pela Constituição Federal.
Todavia, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro por prerrogativa de
função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente prejudicada.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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b) o juízo de primeiro grau da Vara Comum, pois o STF já se posicionou pela inconstitucionalidade
do foro por prerrogativa de função fixado na Constituição Estadual.
c) o juízo de primeiro grau da Vara Comum, pois o crime foi praticado por motivos particulares,
não tendo sido motivado pela função que exerce.
d) o Tribunal do Júri, por ser tratar de crime doloso contra a vida.
e) o Tribunal de Justiça, ainda que não mais exercesse a função quando da propositura da ação
penal.
COMENTÁRIOS
No caso, temos um crime doloso contra a vida, de competência CONSTITUCIONAL do Tribunal do Júri. A competência
do Tribunal do Júri só resta afastada pela competência por prerrogativa de função quando esta se encontra prevista
na própria Constituição Federal. Se o foro por prerrogativa de função estiver previsto apenas na Constituição
Estadual prevalecerá a competência do Tribunal do Júri, nos termos do verbete nº 721 da súmula de jurisprudência
do STF:
Todavia, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro por prerrogativa de
função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente prejudicada.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
19. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Juan da Silva foi autor de uma contravenção
penal, em detrimento dos interesses da Caixa Econômica Federal, empresa pública. Praticou,
ainda, outra contravenção em conexão, dessa vez em detrimento dos bens do Banco do Brasil,
sociedade de economia mista.
Dessa forma, para julgá-lo será competente
a) a Justiça Estadual, pelas duas infrações.
b) a Justiça Federal, no caso da contravenção praticada em detrimento da Caixa Econômica
Federal, e Justiça Estadual, no caso da infração em detrimento do Banco do Brasil.
c) a Justiça Federal, pelas duas infrações.
d) a Justiça Federal, no caso de contravenção praticada em detrimento do Banco do Brasil, e
Justiça Estadual pela infração em detrimento da Caixa Econômica Federal.
COMENTÁRIOS
Em ambos os casos será competente a Justiça Estadual. Isto porque a Justiça Federal não tem competência para o
julgamento de contravenções penais, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal.
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Além disso, em relação à segunda infração penal, não há competência da Justiça Federal porque o Banco do Brasil é
uma sociedade de economia mista, não uma empresa pública federal, como a CEF.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
20. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DA OAB) Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de
juiz de direito junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se
aposentar e passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia 22/01/2015, travou uma
discussão com seu vizinho e acabou por ser autor de um crime de lesão corporal seguida de morte,
consumado na cidade em que reside.
Oferecida a denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, será
competente para julgar Ricardo
a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
b) uma das Varas Criminais de Florianópolis.
c) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
d) o Tribunal do Júri de Florianópolis.
COMENTÁRIOS
O foro por prerrogativa de função dos Juízes só vigora quando os magistrados estão em atividade. Uma vez
aposentados não há que se falar em foro por prerrogativa de função. Assim, e considerando-se que a lesão corporal
seguida de morte não é um crime doloso contra a vida (o resultado morte ocorre por culpa, não por dolo), Ricardo
será julgado por uma das Varas Criminais de Florianópolis.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
21. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) A Constituição do Estado “X” estabeleceu foro
por prerrogativa de função aos Prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que “os
prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça". José, Prefeito do Município “Y”, pertencente
ao Estado “X”, mata João, amante de sua esposa. Pergunta-se, qual o órgão competente para o
Julgamento de José?
a) Justiça Estadual de 1ª Instância;
b) Tribunal de Justiça;
c) Tribunal Regional Federal;
d) Justiça Federal de 1ª Instância.
COMENTÁRIOS
Aqui temos um conflito entre a competência constitucional do júri e a competência de foro por prerrogativa de
função.
Ocorre que a competência do júri não pode ser afastada por prerrogativa de função prevista exclusivamente na
Constituição estadual. Contudo, a competência dos TJs para julgar os prefeitos está prevista também na Constituição
Federal (art. 29, X). Temos um caso, portanto, em que a própria Constituição Federal excepciona a competência do
Júri.
Competente, portanto, neste caso específico, seria o Tribunal de Justiça.
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22. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) A Justiça Brasileira recebeu Carta Rogatória
encaminhada pelo Ministério das Relações Exteriores a pedido da Embaixada da Romênia, com o
fim de verificar a possível ocorrência de crime de lavagem de dinheiro do empresário brasileiro Z.
A quem compete a execução da Carta Rogatória?
a) Aos Juízes Federais.
b) Ao Superior Tribunal de Justiça.
c) Aos Juízes Estaduais.
d) Ao Supremo Tribunal Federal.
COMENTÁRIOS
Embora quem conceda o “exequatur” à carta rogatória seja o STJ, a execução da carta compete aos Juízes Federais
de primeira instância, nos termos do art. 109, X da Constituição Federal:
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01. (FGV – 2018 – TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Paulo pretende oferecer queixa-crime em
face de Lucas em razão da prática de crime de calúnia majorada, não sendo, assim, infração de
menor potencial ofensivo. Procura, então, seu advogado e narra que Lucas o ofendeu através de
uma carta, que foi escrita na cidade A, mas só chegou ao conhecimento da vítima e de terceiros
o seu conteúdo quando lida na cidade B. Por outro lado, Paulo esclarece que atualmente está
residindo na cidade C, enquanto Lucas reside na cidade D.
Considerando as regras de competência previstas no Código de Processo Penal, é correto afirmar
que:
(A) a Comarca A é competente para julgamento, tendo em vista que o Código de Processo Penal
adota a Teoria da Atividade para definir a competência territorial para julgamento;
(B) a queixa poderá ser oferecida perante a Vara Criminal da Comarca D, ainda que conhecido o
local da infração;
(C) a queixa poderá ser oferecida perante a Vara Criminal da Comarca C, ainda que conhecido o
local da infração;
(D) a queixa somente poderia ser oferecida perante a Vara Criminal da Comarca C se
desconhecido o local da infração;
(E) o primeiro critério a ser observado para definir a competência sempre é o da prevenção.
02. (FGV – 2017 – OAB – XXIV EXAME DE ORDEM) Na cidade de Angra dos Reis, Sérgio
encontra um documento adulterado (logo, falso), que, originariamente, fora expedido por órgão
estadual. Valendo-se de tal documento, comparece a uma agência da Caixa Econômica Federal
localizada na cidade do Rio de Janeiro e apresenta o documento falso ao gerente do
estabelecimento.
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06. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Tourinho Filho define a competência como
“o âmbito, legislativamente delimitado, dentro do qual o órgão exerce o seu Poder Jurisdicional".
Sobre o tema, de acordo com o Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
a) não sendo conhecido o local da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio de
residência da vítima;
b) no caso de ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de sua residência, ainda que
conhecido o local da infração;
c) via de regra, a competência será definida pelo local em que foi praticada a infração, ainda que
seja outro o local da consumação;
d) tratando-se de infração permanente praticada em território de duas jurisdições, a competência
firmar-se-á pela prevenção;
e) a distribuição realizada para fins de decretação da prisão preventiva anteriormente à denúncia
não prevenirá a da ação penal.
07. (FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM) Estando preso e cumprindo pena na cidade
de Campos, interior do estado do Rio de Janeiro, Paulo efetua ligação telefônica para a casa de
Maria, localizada na cidade de Niterói, no mesmo Estado, anunciando o falso sequestro do filho
desta e exigindo o depósito da quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser efetuado em conta
bancária na cidade do Rio de Janeiro. Maria, atemorizada, efetua a transferência do respectivo
valor, no mesmo dia, de sua conta-corrente de uma agência bancária situada em São Gonçalo.
Descoberto o fato e denunciado pelo crime de extorsão, assinale a opção que indica o juízo
competente para o julgamento.
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(E) nos casos de ação privada, o querelante poderá preferir o foro do domicílio do réu, ainda que
conhecido o local da infração.
10. (FGV – 2011 – OAB – EXAME DE ORDEM) Quando se tratar de acusação relativa à prática
de infração penal de menor potencial ofensivo, cometida por estudante de direito, a competência
jurisdicional será determinada pelo (a)
a) natureza da infração praticada e pelo local em que tiver se consumado o delito.
b) local em que tiver se consumado o delito.
c) natureza da infração praticada.
d) natureza da infração praticada e pela prevenção.
11. (FGV - 2015 - TJ-BA - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO) Aristarco, empresário e primeiro
suplente do Senador Armando, foi denunciado, em março de 2012, por uma série de delitos de
estelionato e apropriação indébita, em concurso material, perante Juízo Criminal da Capital.
Quando da ordem judicial para que as partes se manifestassem em diligências (Art. 402 do CPP),
a Defesa de Aristarco atravessou petição, informando que, por força da morte do titular do cargo,
havia assumido o mandato de Senador da República, na véspera da determinação judicial. O Juiz
de Direito determinou a remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal, onde, por ordem do
Ministro Relator, foi determinada a manifestação das partes em diligências (Art. 9º da Lei nº
8.038/90). Atendidas as diligências, foram os autos encaminhados ao Ministério Público para
apresentação das alegações finais. Restituídos os autos, o Ministro Relator determinou a
manifestação da Defesa em alegações finais, oportunidade em que foi juntada a renúncia de
Aristarco à vaga de Senador da República e seu retorno à condição de empresário. Diante desse
quadro fático-processual, é correto afirmar que o processo deverá:
(A) permanecer no Supremo Tribunal Federal, para evitar abuso do direito na aludida renúncia;
(B) permanecer no Supremo Tribunal Federal, posto encerrada a instrução criminal, estando o caso
maduro para julgamento;
(C) permanecer no Supremo Tribunal Federal, para evitar fraude processual na aludida renúncia;
(D) ser remetido ao Juízo de Direito de primeira instância, onde a sentença deverá ser proferida;
(E) ser remetido ao Juízo de Direito de primeira instância, onde as alegações finais defensivas
deverão ser apresentadas.
12. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Paulo reside na cidade “Y” e lá
resolveu falsificar seu passaporte. Após a falsificação, pegou sua moto e viajou até a cidade “Z”,
com o intuito de chegar ao Paraguai. Passou pela cidade “W” e pela cidade “K”, onde foi parado
pela Polícia Militar. Paulo se identificou ao policial usando o documento falsificado e este,
percebendo a fraude, encaminhou Paulo à delegacia. O Parquet denunciou Paulo pela prática do
crime de uso de documento falso. Assinale a afirmativa que indica o órgão competente para
julgamento.
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14. (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - PRIMEIRA FASE) Carolina,
voltando do Paraguai com diversas mercadorias que configurariam o crime de contrabando, entra
no país pela cidade de Foz do Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem de ônibus
para a cidade de São Paulo e segue, posteriormente, para o Rio de Janeiro, sua cidade natal,
quando é surpreendida por policiais federais que participavam de uma operação de rotina na
rodoviária. Os policiais, então, apreendem as mercadorias e conduzem Carolina à Delegacia
Policial.
Na hipótese, assinale a alternativa que indica o órgão competente para proceder ao julgamento
de Carolina.
a) A Justiça Federal de Foz de Iguaçu.
b) A Justiça Federal do Rio de Janeiro.
c) A Justiça Federal de São Paulo.
d) Qualquer das anteriores, independentemente da regra da prevenção
15. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI - PRIMEIRA FASE) A Constituição
do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de função aos prefeitos de todos os seus
Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça”. José,
Prefeito do Município Y, pertencente ao Estado X, está sendo acusado da prática de corrupção
ativa em face de um policial rodoviário federal.
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16. (FGV - 2014 - TJ-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA E OFICIAL DE JUSTIÇA)
Em relação à competência no processo penal, é correto afirmar que:
(A) é da competência da Justiça Federal o julgamento de contravenções penais, desde que
conexas com delitos de competência da Justiça Federal;
(B) compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações penais relativas a desvio de verbas
originárias do Sistema Único de Saúde (SUS), independentemente de se tratar de valores
repassados aos Estados ou Municípios por meio da modalidade de transferência “fundo a fundo”
ou mediante realização de convênio;
(C) compete à Justiça Estadual o julgamento de ação penal em que se apure a possível prática de
sonegação de ISSQN pelos representantes de pessoa jurídica privada, ainda que esta mantenha
vínculo com entidade da administração indireta federal;
(D) compete à Justiça Federal processar e julgar acusado da prática de conduta criminosa
consistente na captação e armazenamento, em computadores de escolas municipais, de vídeos
pornográficos oriundos da internet, envolvendo crianças e adolescentes;
(E) compete à Justiça Estadual processar e julgar crime consistente na apresentação de Certificado
de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) falso a agente da Polícia Rodoviária Federal, em
rodovia que cruza três Estados.
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Oferecida a denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, será
competente para julgar Ricardo
a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
b) uma das Varas Criminais de Florianópolis.
c) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
d) o Tribunal do Júri de Florianópolis.
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21. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) A Constituição do Estado “X” estabeleceu foro
por prerrogativa de função aos Prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que “os
prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça". José, Prefeito do Município “Y”, pertencente
ao Estado “X”, mata João, amante de sua esposa. Pergunta-se, qual o órgão competente para o
Julgamento de José?
a) Justiça Estadual de 1ª Instância;
b) Tribunal de Justiça;
c) Tribunal Regional Federal;
d) Justiça Federal de 1ª Instância.
22. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) A Justiça Brasileira recebeu Carta Rogatória
encaminhada pelo Ministério das Relações Exteriores a pedido da Embaixada da Romênia, com o
fim de verificar a possível ocorrência de crime de lavagem de dinheiro do empresário brasileiro Z.
A quem compete a execução da Carta Rogatória?
a) Aos Juízes Federais.
b) Ao Superior Tribunal de Justiça.
c) Aos Juízes Estaduais.
d) Ao Supremo Tribunal Federal.
GABARITO
1. ALTERNATIVA B
2. ALTERNATIVA B
3. ALTERNATIVA A
4. ALTERNATIVA A
5. ALTERNATIVA C
6. ALTERNATIVA D
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7. ALTERNATIVA B
8. ALTERNATIVA E
9. ANULADA
10. ALTERNATIVA C
11. SEM RESPOSTA (DESATUALIZADA)
12. ALTERNATIVA B
13. ALTERNATIVA C
14. ALTERNATIVA B
15. ALTERNATIVA C
16. ALTERNATIVA C
17. ALTERNATIVA B
18. ALTERNATIVA D
19. ALTERNATIVA A
20. ALTERNATIVA B
21. ANULADA
22. ALTERNATIVA A
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