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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3
5. AÇÃO ........................................................................................................ 22
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7.2- Da Intervenção De Terceiros .............................................................. 36
8. ATOS PROCESSUAIS .............................................................................. 44
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NOSSA HISTÓRIA
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1-DIREITO PROCESSUAL
1.1 - Definição
Podemos dizer que o Direito Processual Civil é o ramo do Direito que consiste
no estudo de normas e princípios que regulam a função jurisdicional em todos os seus
aspectos e que, portanto, fixam o procedimento que é necessário seguir para obter a
atuação do direito material em um dado caso concreto.
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1.2 -Noções Gerais
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- Interesse: o interesse surge na relação entre o homem e os bens, ora
maior, ora menor, onde consiste esse interesse na posição favorável à satisfação
de uma necessidade. Sujeito do interesse é o homem, o bem é seu objeto.
1.3-Pode sedo
Divisão dizer então
Direito que processo é um complexo de atos
Processual
coordenados, tendentes ao exercício da função jurisdicional.
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1.4- Processo e Constituição
Todo o direito processual, como ramo do direito público, tem suas linhas
fundamentais traçadas pelo Direito Constitucional. Percebe-se, inicialmente, que a
própria Constituição brasileira se incumbe de configurar o direito processual não mais
como mero conjunto de regras acessórias de aplicação de direito material, mas,
cientificamente, como instrumento público de realização da justiça.
1.5- Divisões
”Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal”.
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O Judiciário, por sua vez, deverá observar as garantias próprias do Estado de Direito,
respeitando a Lei e garantindo a cada um o que é seu.
Também denominado princípio do acesso à justiça, tem sua origem no art. 5º,
XXXV, da Constituição Federal:
“Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Temos aqui o direito de ação, no seu sentido mais amplo, qual seja o direito de
obter uma resposta do Judiciário às petições a ele dirigidas. Trata-se de um direito
amplo e incondicional, já que o Poder Judiciário não pode se eximir de examinar e
responder os pedidos que lhe forem dirigidos. Pode até acontecer de a resposta se
limitar a avisar ao autor que sua pretensão não pode ser atendida, por faltarem
condições essenciais para tal. Mas, de qualquer forma, essa informação será dada
por um juiz, com a devida fundamentação, após a análise do processo.
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O NCPC, nos parágrafos do Art. 3º, prevê métodos alternativos (arbitragem,
conciliação, mediação e outros meios de solução consensual). A Lei n. 9.307/1996,
que trata da Arbitragem, permite que os conflitantes confiram a um árbitro a solução
do conflito. Nesse caso, um árbitro deverá proferir a decisão, com força de sentença,
sem haver necessidade de posterior homologação judicial.
‘Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
“Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida.”
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I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos
ou em súmula vinculante;
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de
mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação
de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para
o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento
do valor atribuído à causa.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
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“Art. 5º, LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.”
“Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída
a atividade satisfativa.”
Nesse sentido, há vários exemplos de medidas que foram adotadas para tornar
o processo mais eficiente: a ampliação das hipóteses de cabimento de tutelas de
urgência, a viabilidade de solução concentrada de casos idênticos e repetitivos, as
súmulas vinculantes, a utilização de meios eletrônicos nos processos, a redução do
número de recursos cabíveis, principalmente os dotados de efeito suspensivo, dentre
outros.
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Por fim, dirige-se aos juízes, que, ao exercerem suas competências, devem
atuar de forma diligente, a fim de que o processo caminhe para uma solução rápida.
Esse princípio, que foi um dos ideais da revolução francesa, está previsto na
nossa Constituição Federal, no Art. 5º, caput e inciso I.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: I – homens e mulheres são iguais em
direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
É necessário lembrar que a isonomia pode ser analisada sob dois diferentes
enfoques: Isonomia Formal e Isonomia Real.
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Esse importantíssimo princípio veio estampado nos incisos LIII e XXXVII do
art. 5º da Constituição Federal.
São três:
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Aqui, temos um princípio estampado em dois artigos da Constituição Federal:
Art. 5º, LX e Art. 93, X.
O CPC, por sua vez, em seu Art. 11, caput, primeira parte, estabelece o
seguinte:
“Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.”
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2.8- Princípio da Motivação das Decisões Judiciais
O art. 93, IX, da Constituição Federal, prevê esse princípio, ao determinar que
serão públicos todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Art. 93. (...) IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e
a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação
do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação;
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I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de,
em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
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Obs: Não se pode confundir as normas de processo com as de direito material,
aplicadas à relação jurídica discutida no processo. É possível que, em um processo
no Brasil, o juiz profira sentença aplicando norma de direito material estrangeiro. Por
exemplo, na hipótese do art. 10 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
Ademais, quanto aos processos que correm e as sentenças que são proferidas
no estrangeiro, a regra é a da total ineficácia em território nacional, salvo se houver a
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
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os que já foram realizados na vigência da lei antiga persistem. Os que ainda deverão
ser respeitarão a lei nova.
4- JURISDIÇÃO
“(...) jurisdição é a função do Estado de declarar e realizar, de forma prática, a vontade da lei
diante de uma situação jurídica controvertida.”
Prevista no:
“Art. 719. Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem os
procedimentos de jurisdição voluntária as disposições constantes desta Seção.”
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sentença sempre favorecerá uma das partes, em detrimento da outra, pois há um
conflito entre ambas. Na segunda, por outro lado, pode ocorrer de a sentença
beneficiar ambas as partes.
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4.2- Tipos de tutela jurisdicional
Obs.: Em toda sentença, mesmo que o pedido tenha por essência outro cunho,
o juiz declara quem tem razão. Então, toda sentença é declaratória, ainda que não
em sua essência. Contudo, algumas são exclusivamente declaratórias.
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alternativa, reconhecendo ambas, embora só uma deva ser cumprida), genéricas ou
ilíquidas (é necessário propor uma fase de liquidação da sentença determinando o
quantum), e condicionais (exigência condicionada de evento futuro certo termo ou
incerto condição).
Não obstante, há quem defenda uma sexta categoria. A categoria “f” seria a
das sentenças determinativas ou dispositivas (normatização). Alguns autores
estabelecem esta categoria. É aquela em que o juiz, com sua vontade, complementa
a vontade do legislador e cria uma norma jurídica específica para o caso concreto.
Ex.: regulamentação de visitas, revisão de cláusula contratual.
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- Tutelas de urgência: existem tutelas jurisdicionais que serão prestadas em
caráter de urgência, podendo ser cautelar ou antecipada.
- Tutela inibitória: Esta forma de tutela tem por objetivo, proteger o direito, a
pretensão antes que efetivamente venha ser lesado ou mesmo ameaçado, sendo,
portanto, forma preventiva de tutela. Trata-se de tutela anterior à sua prática, e não
de uma tutela voltada para o passado, como a tradicional tutela ressarcitória.
5. AÇÃO
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de mérito pelo Judiciário (logo, a demanda preenche requisitos iniciais e permite ao
juízo apreciar diretamente a matéria levada até ele, dando uma resposta de mérito,
seja pela procedência, seja pela improcedência).
Assim, quem vai a juízo busca esse provimento, essa tutela. E provoca a
jurisdição por meio da ação. É a partir daí que a máquina judiciária será movimentada,
que se formará um processo, isto é, uma relação processual entre seus três
personagens (autor, juiz e réu) decidindo o juiz, ao final, sobre a tutela jurisdicional
postulada.
Assim que recebe a petição inicial, o juiz verifica se ela está apta, o que envolve
detectar a presença dos elementos da ação (partes, causa de pedir, pedido), entre
outros requisitos descritos no art. 319, CPC. Não estando apta, se possível, o juiz
determinará sua emenda; estando apta, determinará a citação do réu. Contudo, ainda
depois da citação o juiz poderá extinguir a demanda sem resolução do mérito (art.
485, CPC), inclusive podendo tomar como base os argumentos da contestação do
réu, caso em que também deverá ouvir a parte autora (art. 337, CPC). Adotando a
teoria eclética majoritária, somente haverá ação se a resposta dada à demanda for
de mérito.
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Em nosso ordenamento jurídico, são duas as condições da ação: a legitimidade
ad causam e o interesse de agir.
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Com isso, é por meio dos elementos da ação que, comparando duas ações,
será possível verificar se são idênticas, caso em que haverá litispendência ou coisa
julgada; se são semelhantes, caso em que poderá haver conexão ou continência; ou
se são completamente diferentes.
Causa de Pedir- De acordo com o art. 319, III, do CPC, a petição inicial
indicará o fato e os fundamentos jurídicos do pedido. São os dois componentes da
causa de pedir. Os fundamentos jurídicos são o direito que o autor quer que seja
aplicado ao caso, é a norma geral e abstrata, é o que diz o ordenamento jurídico a
respeito do assunto. Não se confunde com o fundamento legal, isto é, a indicação do
artigo de lei em que se trata do assunto, desnecessária de se fazer na petição inicial.
Já os fatos são aqueles acontecimentos concretos e específicos que ocorreram na
vida do autor e que o levaram a buscar o Poder Judiciário, para postular o provimento
jurisdicional. Finalmente, registre-se que a doutrina (Nelson Nery Junior) os fatos e os
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fundamentos jurídicos em causa de pedir próxima e causa de pedir remota,
respectivamente.
Assim, a relação jurídica processual se forma por pelo menos dois sujeitos
(presididos pelo Estado-Juiz): demandante e demandado. Com efeito, o NCPC trouxe
importantes avanços na regulamentação desta relação, em especial ao dispor
expressamente sobre alguns deveres basilares que devem reger tal relação, sob risco
de punição enquanto ato atentatório à dignidade da justiça ou litigância de má-fé.
Assim, os deveres de boa-fé processual, lealdade e cooperação, dentre outros,
devem guiar as partes na relação processual, na forma do que aponta o art. 77 do
CPC.
Para ser parte da relação processual, exige-se que a pessoa seja considerada
capaz nos termos na legislação civil. O incapaz, por sua vez, é assistido ou
representado por seus pais, tutor ou curador, também de acordo com a legislação
civil.
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Acerca da capacidade postulatória dos advogados, é necessário apontar que
o advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar
preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
Por fim, muita atenção quanto à capacidade processual das pessoas casadas.
As pessoas casadas sofrem uma restrição na sua capacidade processual quando vão
a juízo propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários (art. 73, do CPC).
Exige-se que a capacidade seja integrada com a apresentação, por aquele que
propõe a demanda, do consentimento do outro cônjuge, denominado outorga uxória
(quando proveniente da mulher) ou outorga marital (quando do homem).
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A exceção é no caso em que o pedido é feito também pela parte contrária
(pedido de prova pericial por ambas as partes, por exemplo), situação em que os
gastos serão divididos.
Ao final da ação, todas as despesas e custas serão arcadas pela parte vencida,
bem como os honorários advocatícios / sucumbenciais da parte vencedora, fixados
pelo juiz na porcentagem de 10 a 20% do valor da causa.
Gratuidade da justiça
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que alegarem que não podem prover as custas sem prejuízo de suas condições
básicas.
Neste caso, a parte terá gratuidade de todas taxas e custas judiciais, selos
postais, despesas com publicação na imprensa, indenização a testemunhas,
despesas com exames, honorários de advogado e perito, custos de elaboração de
memória de cálculo, depósitos para interposição de recursos, e emolumentos devidos
a notários ou registradores.
Para obter a gratuidade, basta que a parte alegue ser pobre na acepção
jurídica do termo através de declaração juntada aos autos, confirmando tal alegação
por indícios de prova (documental, por exemplo). O juiz apenas pode indeferir o
pedido se verificar pelos autos que há elementos que contrariem a declaração feita.
Pode também a parte contrária impugnar este pedido, apresentando provas.
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a) A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título
particular, não altera a legitimidade das partes, exceto se o adquirente ou
cessionário desejar suceder e assim consentir a parte contrária.
b) Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu
espólio ou pelos seus sucessores.
6.2- Do Juiz
Suspeição e impedimento
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A respeito da atividade do juiz, tema recorrente de provas é sobre a alegação
de seu impedimento ou suspeição.
g) em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
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a) é amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
c) quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
7.1- Do Litisconsórcio
As razões pelas quais a lei o admite e, por vezes, o obriga, são: economia
processual, fazendo num só processo o que antes seria feito em vários, e harmonia
dos julgados, evitando que partes em situação jurídica idêntica recebam uma resposta
jurisdicional diferente.
Classificação:
c) Quanto ao resultado: será unitário se o resultado tiver que ser o mesmo para
os litisconsortes e será simples se o resultado puder ser diferente para estes.
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Litisconsórcio multitudinário
Exige-se que o litisconsórcio seja facultativo, pois se for necessário não importa
o número de litisconsortes porque obrigatoriamente terão que litigar juntos, bem como
que se façam presentes alternativamente um dos seguintes requisitos:
comprometimento à rápida solução do litígio (número exagerado de réus) ou prejuízo
ao direito de defesa (número exagerado de autores).
Litisconsórcio necessário
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Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do
processo.
a) Por força de lei: sempre que a lei determinar, deverá ser formado o
litisconsórcio. No caso, não importa se o resultado será ou não o mesmo,
quer dizer, o litisconsórcio poderá ser simples ou unitário. Ex.: usucapião –
devem ser citados todos os confrontantes, terceiros possivelmente
interessados, proprietário que conste no registro (para cada qual o resultado
será diverso). Outra hipótese de litisconsórcio necessário por força de lei é o
que se forma entre cônjuges.
Obs.: No caso dos cônjuges, vale ressaltar que deverão estar juntos no polo
processual sempre que o bem pertencer aos dois, independente de estar ou não
registrado no nome dos dois. Basicamente, sempre deverão estar juntos se o bem foi
adquirido na constância do casamento para a comunhão parcial e demais regimes; a
qualquer tempo para a comunhão universal. Mesmo se o regime for o de separação
total, se adquiriram juntos o bem e registraram como pertencente a ambos, precisam
litigar juntos (não por conta do vínculo matrimonial, mas sim devido ao vínculo
patrimonial de copropriedade). A questão se refere aos bens adquiridos fora da
constância da união, como bens possuídos anteriormente a ela. No caso, ainda
assim, será preciso outorga uxória (mulher para o homem) e autorização marital
(homem para a mulher), regularizando o polo processual. Somente se dispensa esta
nos regimes da separação total de bens e de participação final nos aquestos com
cláusula específica em pacto antenupcial.
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o litisconsórcio será necessário. Em outras palavras, se o litisconsórcio for
unitário, será necessário. Ex.: todos proprietários do bem precisam ingressar
com uma ação de nunciação de obra juntos.
Litisconsórcio facultativo
Art. 113, CPC. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em
conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à
lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
“Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.”
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Regime de litisconsórcio
“Art. 118, CPC. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos
devem ser intimados dos respectivos atos”.
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a) Intervenções voluntárias ou espontâneas – aquelas em que a iniciativa parte
do terceiro assistência e recurso de terceiro prejudicado, notadamente. Ressalta-se
que a oposição foi extinta no novo CPC e se enquadraria nesta categoria. Por seu
turno, cria-se no novo CPC a figura do “amicus curiae” (antes restrita a recursos
extraordinários e ações diretas de inconstitucionalidade) que pode ser enquadrada
nesta modalidade.
Assistência
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Trata-se da modalidade interventiva pela qual um terceiro, alheio ao processo,
solicita seu ingresso na demanda para auxiliar uma das partes. Contudo, conforme a
redação do Art. 119 do CPC, para que tal assistência se faça possível, é necessário
existir interesse jurídico.
“Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente
interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.”
O assistente simples não é, nem se alega, titular da relação jurídica que está
sendo discutida em juízo. Se o fosse, não seria terceiro, mas parte. No entanto, é
titular de relação jurídica que mantém estreita ligação com a que está em juízo.
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para pagar o que me deve). Nenhum destes pode ser assistente, mas somente o que
possui interesse jurídico, isto é, que mantém com uma das partes uma relação jurídica
que será afetada com o resultado do processo.
Denunciação da lide
Tanto o autor quanto o réu podem fazer a denunciação da lide. Neste sentido,
o autor denuncia na petição inicial se com a improcedência da ação puder obter de
volta o que tiver que arcar de um terceiro; e o réu denuncia na contestação se com a
procedência da ação puder obter de volta o que tiver sido condenado a pagar.
Tanto o autor quanto o réu podem fazer a denunciação da lide. Neste sentido,
o autor denuncia na petição inicial se com a improcedência da ação puder obter de
volta o que tiver que arcar de um terceiro; e o réu denuncia na contestação se com a
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procedência da ação puder obter de volta o que tiver sido condenado a pagar. Nestes
termos, destaca-se a legislação:
Art. 129, CPC. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará
ao julgamento da denunciação da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não
terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante
ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.
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quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for
permitida” (artigo 125, §1º, CPC).
Art. 125, § 2º, CPC. Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida
pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou
quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado
sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de
regresso será exercido por ação autônoma.
a) Evicção
“Art. 125, I, CPC. Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam.”
“Art. 125, II, CPC. Àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação
regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.”
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Chamamento ao processo
Apenas o réu pode se utilizar desta modalidade, de modo que, portanto, não é
obrigatória e visa a economia processual, já que não é necessário um novo processo
de cognição exauriente para regular a corresponsabilidade.
Como se pode perceber das três hipóteses descritas no art. 130 supradescrito,
o chamante é responsável pelo débito, mas também existem outros responsáveis
(devedores solidários, fiadores, devedor principal).
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será
requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30
(trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. Parágrafo único.
Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou
em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
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Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor
do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do
devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na
proporção que lhes tocar.
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Acolhido o pedido de desconsideração, eventual alienação ou oneração de
bens será considerada fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente
(CPC, art.137).
“Amicus Curiae”
Admitido o amigo da Corte, o juiz definirá quais são seus poderes (CPC,
art.138, §2º). A lei apenas prevê que o amicus curiae não poderá recorrer, salvo para
embargar de declaração e no caso de julgamento do incidente de resolução de
demandas repetitivas, quando, portanto, admissíveis outros recursos (CPC, art.138,
§§ 1ºe3º).
8. ATOS PROCESSUAIS
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quando previsto em lei, e são de caráter público, exceto os que tramitam em segredo
de justiça.
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d) atos ordinatórios: atos desprovidos de qualquer caráter decisório (como
juntada, ciência e vista), podendo ser praticado pelos demais servidores do tribunal.
O juiz proferirá:
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Necessário apontar algumas regras gerais acerca dos prazos para prática dos
atos processuais:
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Termo inicial de contagem dos prazos (art. 231 CPC)
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VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça
impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos
autos, em carga, do cartório ou da secretaria
Benefícios de prazo
Por último, registre-se que, quando houver litisconsortes que tenham diferentes
procuradores, todos os prazos legais ser-lhe-ão contados em dobro: para contestar,
recorrer, contrarrazoar e falar nos autos em geral.
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A intimação, por sua vez, é a comunicação sobre todos os demais atos
processuais.
Citação
Meios de citação
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A citação por edital e por hora certa são formas de citação que se aplicam ao
caso em que o réu não é encontrado. Contudo, estes dois meios se aplicam em
situações distintas.
2) Caso haja suspeita de que o réu oculta seu paradeiro ou evita ser citado -
citação por hora certa. Em caso de ausência de contestação, o réu é considerado
revel.
Cartas
9. DAS NULIDADES
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relativas apenas podem ser reconhecidas pelo juízo após alegação pela parte
prejudicada.
Importante ressaltar que a nulidade não pode ser alegada pela parte que lhe
deu causa, até porque, como é cediço, a ninguém é dado valer-se da sua própria
torpeza.
Ademais, a nulidade apenas atinge ato em que seja comprovado que houve
prejuízo à parte. No caso das nulidades absolutas, contudo, este prejuízo é
presumido, embora admita prova em contrário.
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*Quadro extraído da obra Direito Processual Civil Esquematizado – Marcus Vinícius R. Gonçalves.
8ª ed., Saraiva: 2017.
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protelatória no feito. Sendo assim, a primeira pode ser antecedente ou incidental, ao
passo que a segunda somente será incidental.
Já a tutela provisória cautelar, por sua vez, não satisfaz, no todo ou em parte,
a pretensão do autor. O juiz não concede, já, o que só seria deferido ao final, mas
determina providências de resguardo, proteção e preservação dos direitos em litígio.
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Tutelas provisórias de urgência e de evidência
Portanto, a tutela provisória classificada como de evidência não tem por fim
afastar um perigo, e será deferida mesmo que ele não exista (art. 311, par. único,
CPC). Para compreender a sua finalidade, é preciso lembrar que é normalmente o
autor quem sofre com a demora no processo, pois é ele quem formula a pretensão,
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que permanece não atendida até o final (ou até determinada fase). Cabe ao autor,
em regra, suportar os ônus da demora. A tutela de evidência inverte esse ônus, o que
ocorre nas hipóteses dos incisos II e IV do art. 311.
Uma vez requerida a tutela antecedente, o autor terá um prazo para aditar a
inicial e apresentar o seu pedido principal. Todavia, ocorre que esse prazo variará de
acordo com a natureza da tutela (de evidência) pleiteada:
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2 - Se cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido
o pedido de tutela cautelar.
Formação do processo
Suspensão do Processo
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Extinção do Processo
Extinção é o fim do processo. Todo processo precisa de uma decisão final, que
será uma sentença ou um acórdão, que a ela equivale. Quando o artigo 316 utiliza a
expressão sentença se refere a este sentido genérico.
O novo Código exige do juiz genuíno esforço para correção dos vícios
processuais, buscando a decisão de mérito. Apenas excepcionalmente deverá o juiz
extinguir o processo diante da presença de vícios, abstendo-se de julgar a pretensão
levada a juízo.
Assim, tem-se:
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Processo de execução- Dar efetividade ao título executivo judicial (sentença)
ou extrajudicial, entregando o bem da vida a quem de direito.
PROCEDIMENTO COMUM
PETIÇÃO INICIAL
Petição inicial é o ato que dá início ao processo, é a peça por meio da qual se
faz a propositura da ação. Ela é extremamente importante porque fixa os limites
subjetivos (partes) e objetivos (causa de pedir e pedido) da demanda. Neste viés, “o
registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo” (artigo 59,
CPC/2015). Prevenção é um critério de confirmação e manutenção da competência
do juiz que conheceu a causa em primeiro lugar, perpetuando a sua jurisdição e
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excluindo possíveis competências concorrentes de outros juízos. Por se tratar de
matéria de ordem pública, não se sujeita à preclusão, podendo ser alegada a qualquer
tempo.
Ausente alguma das características acima, o juiz intimará o autor para que
emende a petição inicial, sanando irregularidades em 15 (quinze) dias, ''indicando
com precisão o que deve ser corrigido ou completado", sob pena de indeferimento da
exordial (arts. 321 e 485, I c/c art. 295).
59
sucessivos ou subsidiários, "a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não
acolher o anterior" (art. 326); c) cumulação simples de pedidos, quando há a
formulação de mais de um pedido na petição inicial contra o réu, sem que um
influencie no desfecho do outro (arr. 327).
RESPOSTA DO RÉU
Contestação
60
si. Todas as razões de defesa devem, em suma, estar concentradas na contestação,
uma vez que o réu não terá outra oportunidade de alegá-las.
Preliminares de Contestação:
61
OBS: O ônus da impugnação específica não se aplica ao defensor público, ao
advogado dativo e ao curador especial (art. 341, parágrafo único), os quais podem
contestar por negativa geral, sem especificar as razões da defesa.
Reconvenção
62
O réu se denomina reconvinte e o autor se denomina reconvindo. O prazo é o
mesmo da contestação, 15 dias. Na condição de nova ação, deve preencher as
condições da ação e os pressupostos processuais, além dos requisitos da inicial, com
as devidas adaptações. Não obstante, existem requisitos específicos para a
reconvenção: conexidade, competência, procedimentos compatíveis e que o autor
não seja legitimado extraordinário.
63
Revelia
A não apresentação de contestação pelo réu gera revelia, que pode gerar
efeitos como o da presunção da veracidade dos fatos alegados na inicial. Revel é
aquele que, citado, permanece inerte, que não se contrapõe ao pedido formulado pelo
autor. Logo, somente o réu pode ser revel. Quando o autor que deixa de cumprir ônus
que lhe incumbe, diz-se que há contumácia.
É preciso cuidado para não confundir revelia com os efeitos que decorrem dela,
pois há hipóteses em que a revelia não produz os seus efeitos tradicionais
Ainda, a lei cria casos em que a presunção de veracidade não será aplicada,
mesmo que o réu seja revel: a) pluralidade de réus em litisconsórcio unitário, sendo
que um deles conteste a ação (apesar do CPC não falar é preciso litisconsórcio
unitário porque só nele a defesa de um beneficia os demais já que a sentença tem
que ser igual para todos); b) litígio que verse sobre direitos indisponíveis, que são, em
geral, aqueles de natureza extrapatrimonial ou pública (ex.: estado e capacidade de
pessoas); c) petição inicial desacompanhada de instrumento essencial ao ato (ex.:
contrato de compra e venda quando a ação versa sobre o reconhecimento da
64
obrigação que decorra de tal contrato; e d) quando as alegações de fato formuladas
pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos
autos, hipótese incluída neste dispositivo pelo CPC/2015 e antes dispersa na lei.
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-
se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão
da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. Parágrafo único. O
revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontrar.
65
a) não houver necessidade de produzir outras provas além daquelas já
anexadas ao processo;
b) o réu for revel, ocorrer o efeito material da revelia e não houver requerimento
de prova.
Novidades do CPC/15, trazidas pelo art. 357: 1 – "as partes têm o direito de
pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o
qual a decisão se torna estável" (§1°); 2 – "as partes podem apresentar ao juiz, para
homologação, delimitação consensual das questões de faro e de direito a que se
referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz" (§2°); 3
– se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito) deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes)
oportunidade em que o juiz) se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer
suas alegações" (§3°).
66
DAS PROVAS
A prova pode ser examinada sob o aspecto objetivo e subjetivo. Sob o objetivo,
é o conjunto de meios que produz a certeza jurídica; sob o subjetivo, é a convicção
que se forma no espírito do julgador.
O Direito não deve ser provado, em regra, pois o juiz conhece o Direito – jura
novit curia. Contudo, o juiz não tem como conhecer o Direito do mundo inteiro e de
cada região. Neste sentido, prevê o CPC: “art. 376. A parte que alegar direito
municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência,
se assim o juiz determinar”. Logo, a parte deverá provar a vigência e o teor do direito
municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário.
Voltando aos fatos, mesmo entre os fatos relevantes, há alguns que não
precisam ser provados, conforme prevê o CPC:
67
Os notórios são aqueles de conhecimento geral na região em que o processo
tramita (ex.: há intenso tráfego de veículos em São Paulo); os afirmados por uma
parte e confessados pela contrária são incontroversos; os incontroversos, de modo
que a terceira hipótese se relaciona com a segunda, ampliando-a; e os presumidos,
absoluta ou relativamente.
Os fatos negativos, por seu turno, não precisam ser provados no caso de
negações absolutas, mas o precisam no caso de negações relativas.
68
Quanto ao objeto, podem ser diretas, quando mantiverem uma relação
imediata com o fato a ser provado (ex.: recibo prova o pagamento), ou indiretas, que
se referem a fato distinto do que pretende provas (ex.: prova que estava em outro
lugar para provar que não estava no local do fato).
Quanto à forma, pode ser oral (ex.: depoimento) ou escrita (ex.: laudo pericial
e documento).
***Quadro extraído da obra Direito Processual Civil Esquematizado – Marcus Vinícius R. Gonçalves.
8ª ed., Saraiva: 2017.
69
Ônus da prova
Essas duas regras podem ser condensadas em uma única, assim resumida: o
ônus da prova, em regra, cabe a quem alega determinado fato.
Isso vale não apenas para as partes, mas para todos aqueles que intervenham
no processo.
De toda sorte, nem sempre será assim, uma vez que poderá haver modificação
da regra natural de distribuição dos ônus probatório. A isso, então, dá-se o nome de
distribuição dinâmica / inversa do ônus da prova, possível nas seguintes situações:
Inversão convencional
O CPC, em seu art. 373, § 3°, autoriza que as partes, por convenção, alterem
as regras naturais de distribuição do ônus da prova, quando:
70
Busca-se proteger a "paridade de armas", ou o equilíbrio entre as partes do
processo. Pelo CPC/15, tal convenção "pode ser celebrada antes ou durante o
processo" (arr. 373, §4°).
Inversão legal
Inversão judicial
A inversão do ônus da prova a ser determinada pelo juiz pode ocorrer em duas
hipóteses:
a) quando houver lei que a autorize. Não se confunde com a inversão legal,
pois não decorre direta e automaticamente da lei. Ela apenas atribui ao juiz o poder
de determiná-la, nos casos concretos, desde que verificadas determinadas
circunstâncias. Distingue-se da presunção legal, em que a lei preestabelece os
requisitos, não dando ao juiz nenhuma margem de avaliação; na judicial, a lei
condiciona a inversão a que, a critério do juiz, estejam presentes determinadas
circunstâncias;
71
observado o art. 373 do CPC – o motivo por que a prova seria impossível ou
excessivamente difícil para a parte que, em princípio, tinha o ônus, ou mais fácil para
quem não o tinha, de forma a propiciar a alteração.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a
verificação de certos fatos na pendência da ação;
72
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou
outro meio adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento
de ação.
Trata-se, assim, de uma ação autônoma, que pode ter natureza preparatória
ou incidental e que visa antecipar a produção de determinada prova, realizando-a em
momento anterior àquele em que normalmente seria produzida.
Provas em espécie
Desde já, de se dizer que as partes têm o direito de empregar todos os meios
legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz (art. 369 CPC).
OBS: Recomenda-se a leitura atenta dos arts. 384 a 481 do CPC, que
disciplinam os aspectos gerais de cada um dos meios de prova acima citados.
73
AUDIÊNCIAS
74
a) "se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na
composição consensual";
O autor deve manifestar seu desinteresse logo na petição inicial, sendo que "o
réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência,
contados da data de audiência" (§5°). Com isso, mesmo que o autor, na inicial,
manifeste expressamente desinteresse, o juiz terá de designá-la porque ela ainda
assim se realizará, exceto se, com pelo menos 10 dias de antecedência o réu,
conforme dito, também manifestar o desinteresse.
75
inconveniente e requisitando, quando necessário, força policial (art. 360, III), embora
as audiências sejam públicas, "ressalvadas as exceções legais" (art. 368).
"O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo
advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a
mesma regra ao Ministério Público" (art. 362, § 2°).
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A sentença "é o pronunciamento por meio do qual, com fundamento nos arts.
485 e 487, o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução" (art. 203, §1°).
c) Sentenças – art. 203, §1º – é o ato do juiz que implica numa das situações,
isto é, que contém uma das matérias, previstas nos artigos 485 ou 487, desde que
coloque fim ao processo todo ou à fase de cognição ou de execução.
77
Outrossim, "não se considera fundamentada qualquer decisão judicial" (art.
489, §1°), que poderá ser objeto de posterior anulação, quando:
78
é vedada a prolação de sentença condicional (art. 492, parágrafo único).
Coisa Julgada
79
Finalizado, o fenômeno da coisa julgada material possui duas ordens de
limites:
a) subjetivos - (art. 506) "a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais
é dada, não prejudicando terceiros";
b) objetivos - (arts. 503 e 504) a sentença "tem força de lei nos limites da
questão principal expressamente decidida", não fazendo coisa julgada os motivos e
a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
Trata-se do sistema recursal, que no CPC vigente encontra-se nos artigos 994
a 1.043, dividido em disposições gerais e recursos em espécie.
80
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.
81
quando houver questões de ordem pública como por exemplo falta ou nulidade de
citação do litisconsórcio necessário.
82
Quanto à desistência (total e parcial) e renúncia ao direito de recorrer, ambas
independem de anuência da parte recorrida (arts. 998 e 999 do CPC).
Prazo Recursal
Quanto aos prazos recursais a legislação (art.1003 do CPC) nos diz que:
83
No ato da interposição do recurso – excetuados os casos de dispensa e
gratuidade judiciária – o recorrente deverá comprovar pagamento de preparo recursal
e, havendo, porte de remessa e retorno, sob pena de deserção.
a) o Ministério Público;
RECURSOS EM ESPÉCIE
Apelação
Apelação é o recurso que cabe contra sentença (artigo 1009, CPC). Sentença,
até 2005, era o ato capaz de pôr fim ao processo em 1º grau de jurisdição; a partir de
2005, passou a ser o ato capaz de pôr fim à fase de conhecimento, isto é, a decisão
de extinção proferida nos termos dos artigos 485 ou 487, CPC (antigos 267 ou 269,
CPC/1973), proferida em 1ª instância.
84
1009, §2º, CPC). A disposição “aplica-se mesmo quando as questões mencionadas
no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença” (artigo 1009, §3º, CPC).
Requisitos de Admissibilidade
85
- No julgamento, a apelação é examinada por 3 juízes e a decisão é tomada
por maioria de votos, tanto na admissibilidade quanto no mérito. De início, será
efetuado novo juízo de admissibilidade (conhece ou não conhece). Cada requisito de
admissibilidade que for questionado deve ser votado individualmente (a maioria dos
votos deve ser alcançada isoladamente pelo requisito).
86
Aqui, a sentença é de improcedência, que é proferida desde logo.
Efeitos da Apelação
Mas existem algumas circunstancias que excetuam a regra. Assim, podem ser
cumpridas de imediato, conforme § 1º do artigo 1.012 do CPC a sentença que:
VI - decreta a interdição.
Esse pedido de efeito suspensivo será dirigido ao tribunal, se ainda não houver
relator, ficando o primeiro relator nomeado prevento para julgar a apelação ou se o
recurso já estiver distribuído, ao próprio relator.
87
Agravo de Instrumento
Cabimento
a. tutelas provisórias;
b. mérito do processo;
g. exclusão de litisconsorte;
88
i. admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
Processamento
Tal qual a apelação, será interposto no prazo de 15 (quinze dias) através de:
(§ 2º do artigo 1.017)
89
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição
que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão
da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante
e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no
inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade
pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
90
Agravo interno
Se não for interposto este agravo, a decisão transita em julgado, sendo que
não caberá Recurso Especial ou Recurso Extraordinário, pois não se respeitou o
esgotamento das instâncias.
Embargos de Declaração
Cabimento
Por isso, não se exige que o embargante seja sucumbente. O vencedor pode
embargar de declaração.
91
chamando, por exemplo, de obscuridade o que é contradição, até porque inexistem
lindes precisos entre um vício e outro.
Requisitos de admissibilidade
Processamento
92
negando-lhe provimento, conforme constate ou não a existência dos vícios
apontados. Ao dar provimento aos embargos de declaração, o juiz deve afastar os
vícios de que a decisão padece: se há contradição ou obscuridade, prestará os
esclarecimentos necessários; se há omissão, deve saná-la, examinando o que não
fora apreciado antes; se há erro material, deve corrigi-lo.
Por fim, o art. 1.025 do CPC contém importante regra, que repercutirá sobre o
processamento do recurso especial e extraordinário. Os embargos de declaração
podem ser opostos para fins de prequestionamento (Súmula 98 do Superior Tribunal
de Justiça). Quando o forem, os elementos neles suscitados considerar-se-ão
incluídos no acórdão, mesmo que os embargos não sejam admitidos, desde que o
tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
93
O cumprimento de sentença tem início com requerimento do exequente e a
consequente intimação do devedor. Importante ressaltar que este procedimento só
pode ser promovido perante àquele que tiver participado da fase de conhecimento,
ainda que fiador, coobrigado ou corresponsável.
Competência
94
O cumprimento definitivo de obrigação de pagar quantia certa se inicia com o
requerimento do exequente. A petição deve apontar o demonstrativo discriminado e
atualizado do crédito.
• ilegitimidade de parte;
95
(III) Cumprimento definitivo – obrigação de prestar alimentos
96
Observações: a) As regras de impugnação definidas para o caso de
cumprimento de obrigação de pagar quantia certa se aplicam, no que couber, também
no caso de obrigação de fazer ou de não fazer; b) A imposição de multa para obtenção
de tutela específica recebe também o nome de multas astreintes. Trata-se de
mecanismo que coagir o executado a cumprir a obrigação, podendo ser fixada em
sentença, em fase de execução, ou em tutela provisória. Seu valor pode também ser
majorado (caso tenha-se tornado insuficiente ou excessiva, ou caso haja
cumprimento parcial da obrigação).
97
Partes
O polo passivo, por sua vez, será ocupado pelo devedor. Podem também
ocupar o polo passivo os sucessores do devedor, o fiador, o responsável titular do
bem vinculado por garantia ao real, ou o responsável tributário.
Competência
98
IV) o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por
conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
XII) todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir
força executiva.
Com exceção destes casos apontados em lei, os demais bens do credor estão
sujeitos à execução, incluindo os bens do sucessor a título singular; do sócio, nos
termos da lei; do devedor em poder de terceiros; do cônjuge ou companheiros nos
casos em que seus bens próprios ou de meação respondem pela dívida; dos
99
alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução, ou de fraude a credores;
bem como do responsável nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
Espécies de Execução
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor
da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada
ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.
100
(II) Execução das obrigações de fazer ou não fazer
Caso a obrigação não seja satisfeita, o exequente pode requerer que esta seja
executada às custas do executado (se o puder ser feita por terceiro, ou pelo próprio
exequente), ou converter a obrigação em perdas e danos. Ademais, esta última
solução será a do caso em que não for possível a execução de tutela específica, nos
casos em que haja recusa ou mora do executado, passando a seguir o procedimento
de execução por quantia certa, após a liquidação (se necessária).
101
metade. Ademais, admitida a execução e passado os três dias da citação sem o
referido pagamento, poderá ser determinada a penhora dos bens do executado.
Embargos à execução
Por fim, cabe destacar que o meio de defesa disponível ao executado são os
embargos à execução. Independentemente de penhora, depósito, ou caução, o
executado poderá opor embargos, no prazo de 15 dias contados da juntada do
mandado de citação aos autos.
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento.
102
Recebidos os embargos (art. 920 CPC), o exequente será ouvido no prazo de
15 (quinze) dias. A seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou designará
audiência. Encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença.
103
Conhecidos os aspectos gerais dos procedimentos especiais, passa-se a
analisar sinteticamente cada procedimento previsto pelo Novo Código de Processo
Civil (NCPC).
104
Segundo Theodoro Jr., a ação de consignação em pagamento envolve o direito
de pagar, pois a dívida é um constrangimento jurídico necessariamente temporário,
do qual o devedor tem o direito de livrar-se. O devedor não pode ser deixado à mercê
do credor malicioso ou displicente, nem pode permanecer sujeito ao capricho e ao
arbítrio dele.
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cláusulas contratuais e outras questões que versem sobre o quantum debeatur são
apreciadas pelo juiz em caráter incidente.
Um dos procedimentos do CPC aplica-se aos incisos I a III do artigo 335, CC;
outro aos incisos IV e V do mesmo. Ainda, a Lei n. 8.245/91 rege um procedimento
de consignação referente aos alugueres.
a) Exibir contas:
b) Declaração de saldo:
106
Ações Possessórias
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Observação: Importante destacar que estas três ações são fungíveis, isto é,
pode o juiz reconhecer a espécie de ação adequada caso o requerente proponha uma
no lugar de outra:
CPC, art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não
obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal
correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Quanto ao réu, cabe, em sua contestação, alegar que foi o ofendido em sua
posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes
da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Inventário e Partilha
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O inventário é o levantamento dos bens do de cujus, bem como de sua
avaliação e futura divisão. A partilha é a efetiva distribuição dos bens levantados e
distribuídos entre os herdeiros.
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Realizadas as primeiras declarações do inventariante acerca dos bens e
herdeiros, será aberto prazo para manifestação dos interessados, a fim de contestá-
las e apontar eventuais erros. O juiz deverá analisar e decidir sobre as impugnações
apresentadas.
Partilha
Embargos de terceiro
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ato constritivo promovido em ação judicial. Neste caso, o embargo busca o
desfazimento ou inibição do referido ato.
Oposição
A oposição é ação apta para o terceiro alegar direito ou coisa que é objeto de
disputa judicial entre as partes.
Ações de Família
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A primeira grande particularidade das ações de família é o especial apreço
reservado pela legislação à solução consensual dos conflitos. Tal busca é reforçada
pela maior disponibilidade de profissionais aptos a promover as negociações, bem
como as previsões de promoção de tentativa de mediação e conciliação.
Ação Monitória
Caso seja evidente o direito do autor, o juiz deve expedir mandado para que o
devedor realize o adimplemento da obrigação em 15 dias, bem como o pagamento
de honorários em 5%. Se o adimplemento não for feito tempestivamente, resta
constituído ao autor título executivo judicial da referida obrigação.
112
Distinto será o caso em que o réu oponha embargos à ação monitória,
alegando qualquer matéria que poderia ser alegada em procedimento comum. Caso
alegue que o réu cobra quantia superior à devida, deverá apresentar o valor correto,
comprovando-o. O autor é intimado a responder os embargos em 15 dias, e o juízo
passa a julgar a causa.
Caso razão seja dada ao autor, constitui-se título executivo judicial. Cabe
apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.
a) emancipação;
b) sub-rogação;
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f) extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo
da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer de renúncia
ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição resolutória;
Notificação e Interpelação
A interpelação, por sua vez, é a notificação do requerido para que faça ou deixe
de fazer determinada coisa que o requerente entenda ser seu direito.
Alienação Judicial
Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os interessados sobre
o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz, de ofício ou a requerimento
dos interessados ou do depositário, mandará aliená-lo em leilão, observando-se o
114
disposto na Seção I deste Capítulo a respeito da alienação no processo de execução
(arts. 879 a 903). Essa é a disposição literal do art. 730 do CPC.
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publicado edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo o juiz
decidir depois de decorrido o prazo de 30 dias de sua publicação.
Testamento e Codicilos
Herança Jacente
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Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o
companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação
direta.
Interdição
Procedimento voltado para interdição civil de incapaz. Pode ser promovida por
cônjuge ou companheiro, familiares ou tutores, representante de entidade em que o
indivíduo se encontrado internado, ou pelo Ministério Público.
Tutela e Curatela
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BIBLIOGRAFIA
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