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Índice

1) Jurisdição
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2) Competência em Razão da Matéria 8

3) Competência Territorial 12
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4) Competência em Razão da Pessoa 18


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5) Da Conexão e da Continência 24

6) Questões Comentadas - Jurisdição e Competência - Cebraspe 32


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7) Lista de Questões - Jurisdição e Competência - Cebraspe 70
JURISDIÇÃO

Conceito

O Estado, enquanto poder soberano, exerce três grandes funções: Administrativa, legislativa e
jurisdicional. A primeira é exercida pelo Executivo, a segunda pelo Legislativo e a terceira pelo
Judiciário. No estudo de Direito Constitucional vocês verão que, na verdade, cada um dos
Poderes da República exerce primordialmente uma função, e não exclusivamente. Entretanto,
para o nosso estudo, basta que vocês saibam isso.

Dentre estas funções, como eu disse acima, ao Judiciário cabe a função jurisdicional. Mas em que
consiste a função jurisdicional? Para entendermos, vamos à etimologia da palavra.

Jurisdição deriva do latim, iuris dictio, que significa DIZER O DIREITO. Partindo desta premissa,
podemos conceituar a Jurisdição como:

A atuação do Estado consiste na aplicação do Direito vigente a um caso


concreto, resolvendo-o de maneira definitiva, cujo objetivo é sanar uma crise
jurídica e trazer a paz social.

E o que seriam a CIRCUNSCRIÇÃO e a ATRIBUIÇÃO?

● Atribuição – É a “competência” conferida a autoridades administrativas para a


prática de determinada função. Assim, o Delegado de Polícia possui atribuição, e não
competência, pois o termo competência se restringe aos órgãos jurisdicionais.
● Circunscrição – A circunscrição é o espaço territorial em que uma autoridade
policial (Delegado de Polícia) exerce sua atribuição.

A finalidade da jurisdição, ou seu escopo, é trazer a paz social. Entretanto, essa é sua finalidade
social. Ela possui, ainda, pelo menos duas outras finalidades.

A jurisdição possui um escopo jurídico, que é resolver o imbróglio jurídico que perdura, dizer
quem tem o direito no caso concreto, segundo o sistema jurídico vigente. O fortalecimento do
senso de democracia participativa também se insere nesse escopo da jurisdição, quando falamos,
por exemplo, da Ação Popular (que também possui previsão para o a seara penal).

Possui também, uma finalidade política, que é a de fortalecer a imagem do Estado como
entidade soberana, que tem o poder de dizer quem está certo e fazer valer essa decisão.

Por fim, a jurisdição possui um escopo educacional ou pedagógico, que, no processo penal, tem
por finalidade transmitir à população a aplicação prática do Direito, fazendo com que a
população se torne cada vez mais consciente daquelas condutas que são penalmente tuteladas
(parte da Doutrina entende como sendo integrante do escopo social).
Características da Jurisdição

Inércia

O Princípio da inércia da jurisdição significa que o Estado-Juiz só se movimenta, só presta a


tutela jurisdicional se for provocado, se a parte que alega ter o direito lesado ou ameaçado
acioná-lo, requerendo que exerça seu Poder jurisdicional.

Entretanto, existem exceções. Vocês não precisam saber todas. O que vocês precisam saber é
que há exceções, e isso basta. Uma delas é a possibilidade que o Juiz tem de, ex officio (sem
provocação), conceder a ordem de Habeas Corpus, sempre que a pessoa estiver presa mediante
abuso de poder ou ilegalidade. Nos termos do art. 654, § 2° do CPP:

§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de


habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou
está na iminência de sofrer coação ilegal.

A jurisdição é inerte por alguns motivos, dentre eles:

● Um conflito jurídico pode não ser um conflito social, e não cabe ao Juiz criar um.
● Um Juiz que dá início a um processo, mal ou bem, está a indicar para qual lado tende a
julgar, e isso violaria o princípio da imparcialidade de Juiz.

Assim, não pode um Juiz dar início a um processo (salvo as raríssimas exceções legais), sob pena
de violação a este princípio da Jurisdição.1

Depois de ajuizada a ação, e consequentemente, provocado o Judiciário, a inércia da jurisdição


tem fim, e o processo é conduzido por impulso oficial (sem que haja necessidade de provocação
das partes). Entretanto, embora não haja necessidade de provocação das partes para que o
processo tramite, em algumas situações, o desenvolvimento dependerá da colaboração das
partes. Tanto é que a inércia do querelante, nas ações penais privadas, por determinado lapso
temporal, gera o fenômeno da perempção, já estudado.

Fato é que, embora a parte deva, em alguns casos, colaborar para o trâmite do processo, após a
movimentação do Estado-Juiz, a parte SEMPRE TERÁ UMA SENTENÇA. Entretanto, a simples
provocação do Estado-Juiz não garante ao autor uma SENTENÇA DE MÉRITO (Mais à frente
estudaremos as diferenças entre ambas).

1
Um Juiz não pode dar início a um processo sem que haja provocação, nem julgar um pedido que não foi feito,
porque isso seria uma burla ao princípio da inércia. Suponhamos que Pedro tenha sido denunciado pela prática de
um crime de homicídio. Não pode o Juiz, valendo-se da denúncia oferecida, condená-lo, ainda, por um roubo
cometido em outro momento, e que não fora objeto da denúncia, SIMPLESMENTE PORQUE ISSO NÃO FOI
OBJETO DA AÇÃO. Isso é o que se chama de princípio da adstrição, ou congruência, que é um dos corolários da
inércia da jurisdição.
Caráter substitutivo

Diz-se que a jurisdição possui caráter substitutivo porque a vontade do Estado (vontade da lei)
substitui a vontade das partes. Entretanto, nem sempre isso ocorre, visto que, como já dissemos,
existem ações em que a vontade do Estado ao prestar a tutela jurisdicional não substituirá a das
partes, por coincidirem. Ex: Imaginem que o MP denuncia A, por homicídio em face de B. A, no
entanto, concorda com a punição e a reconhece como merecida e justa, não se importando em
ser preso, pois matara o assassino de seu irmão.

Definitividade

Como o próprio nome indica, meus caros alunos, a jurisdição é dotada de definitividade, ou seja,
em um dado momento, a decisão prestada pelo Estado-Juiz será definitiva, imodificável.

Claro que essa definitividade só ocorrerá se a demanda for apreciada no mérito. Se estivermos
diante de uma sentença meramente terminativa (que não aprecia o mérito da demanda), esta não
fará coisa julgada material, logo, a tutela jurisdicional prestada não será definitiva. POR ISSO SE
DIZ QUE AS SENTENÇAS DE MÉRITO SÃO DEFINITIVAS. Entretanto, alguns doutrinadores
entendem que no caso de não haver sentença de mérito, NÃO HÁ JURISDIÇÃO!

CUIDADO! Nos processos em que há sentença condenatória, esta nunca faz coisa julgada
material, pois, a qualquer tempo, pode ser promovida a revisão criminal, desde que preenchidos
alguns requisitos, nos termos do art. 621 e 622 do CPP.

Princípios da Jurisdição

Investidura

Para se exercer a Jurisdição, deve-se estar investido do Poder jurisdicional. Como esse Poder
pertence ao Estado, ele é quem delega esse Poder aos seus agentes. Essa delegação do Poder
jurisdicional se dá através da posse no cargo de magistrado, que, no Brasil, pode ser por
concurso público (art. 93, I da CF/88), ou pelo quinto constitucional (art. 94 da CF/88).

Indelegabilidade

Aqueles que foram investidos do Poder jurisdicional não podem delegá-lo a terceiros. Possui
duas vertentes: Externa e Interna.

Na sua vertente externa, significa que não pode o Poder Judiciário (a quem a CF/88 conferiu a
função jurisdicional) delegá-la a outros órgãos ou a outro Poder.

Na vertente interna, significa que, após fixadas as regras de competência para julgamento de um
processo, não pode um órgão do Judiciário delegar sua função para outro órgão jurisdicional.
Inevitabilidade da jurisdição

Esse princípio é aplicado em dois momentos distintos. Um é a vinculação obrigatória ao


processo, e o outro é a vinculação obrigatória aos efeitos da jurisdição (ou estado de sujeição).

No primeiro caso, obrigatória ou não a utilização do Poder Judiciário (a depender do tipo de


ação penal), iniciado o processo, as partes estão vinculadas à relação processual. No caso do réu,
em momento algum ele teve opção.

No segundo caso, após obrigatoriamente vinculados a participar do processo, estes sujeitos


estão obrigados a suportar a decisão (tutela jurisdicional), gostem ou não. Esse estado de
sujeição torna os efeitos da jurisdição inevitável para as partes envolvidas.

Inafastabilidade da jurisdição (ou indeclinabilidade)

Estabelece a constituição, em seu art. 5°, inciso xxxv, que:

Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;

Esse princípio também possui duas vertentes. A primeira refere-se à possibilidade que todo
cidadão tem, de levar à apreciação do Poder Judiciário uma demanda (nos casos de a demanda
ser uma ação penal, somente os legitimados podem oferecê-la), e de ter a prestação de uma
tutela jurisdicional (Isso não garante uma sentença de mérito, lembre-se!). A segunda vertente é a
de que o processo deve garantir o acesso do cidadão à ordem jurídica justa, na visão de que o
Estado só cumpre efetivamente seu papel quando efetivamente tutele o interesse da parte.

Assim, se o Judiciário demora 15 anos para julgar um processo criminal, não está oferecendo à
sociedade uma ordem jurídica justa.

Quando nos referimos ao acesso à ordem jurídica justa, especificamente no processo penal,
estamos falando em acesso à tutela jurisdicional adequada, que se materializa através:

฀ Do acesso ao processo – Minimizando-se os obstáculos à propositura da demanda


(principalmente quando estivermos tratando de ação penal privada).
฀ Defesa Satisfatória dos hipossuficientes no processo – Notadamente com a
ampliação e fortalecimento da Defensoria Pública.
฀ Eficácia da tutela – Com o desenvolvimento das medidas cautelares assecuratórias, a
razoável duração do processo e fortalecimento dos poderes do magistrado para fazer
valer a decisão.

Princípio do Juiz natural

Esse princípio visa a evitar que a parte escolha o magistrado que irá julgar a sua causa ou, sob a
ótica inversa, que o Estado determine quem será o Juiz de uma causa após a propositura desta.
Evita-se, portanto, a escolha casuística do Juízo que irá analisar a causa.
Territorialidade (Aderência ou improrrogabilidade)

Significa que a Jurisdição possui um limite territorial. Esse limite é o território brasileiro, as
fronteiras onde o país exerce seu poder soberano.

Isso implica dizer que TODO JUIZ TEM JURISDIÇÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL.
Entretanto, por questão de organização funcional, a competência de cada (forma pela qual
exercerá seu poder jurisdicional) é delimitada de várias formas.

Assim, se uma questão afirmar que quando um Juiz de São Paulo solicita a outro, do Rio de
Janeiro, a prática de um ato processual (carta precatória) porque não tem jurisdição no Rio de
Janeiro, está ERRADA! O Juiz de São Paulo tem jurisdição em todo o território nacional, o que
ele não tem é competência fora de sua base territorial.

Espécies de Jurisdição

A doutrina enumera várias espécies de “jurisdições”, baseada nos mais diversos critérios.
Entretanto, apenas duas nos serão úteis:

฀ Jurisdição superior e inferior – A inferior é exercida pelo órgão que atua no processo
desde o início. Já a superior é exercida em grau recursal. Frise-se que os Tribunais
podem atuar TANTO COMO JURISDIÇÃO INFERIOR COMO SUPERIOR, a depender
da demanda, pois existem demandas cuja competência originária para processo e
julgamento é dos Tribunais, como no caso de pessoas com prerrogativa de foro.
฀ Jurisdição comum e especial – A jurisdição especial, no processo penal, é formada
pelas 02 “Justiças especiais” estabelecidas na Constituição, em razão da matéria:
Justiça Eleitoral (art. 118 a 121 da CF/88) e Militar (122 a 125). Já a jurisdição comum
é exercida residualmente. Tudo que não for jurisdição especial será jurisdição
comum, que se divide em estadual e federal. OBS: A Justiça do trabalho não possui
competência criminal.
Competência em razão da matéria (ratione materiae) ou competência de
Jurisdição ou competência de Justiça.

Embora os termos “competência de jurisdição” e “competência de Justiça” não me agradem, eles


são usados por alguns doutrinadores, portanto, vocês devem conhecer estes termos.

Esta espécie de competência é a primeira que deve ser analisada para que possamos, no caso
concreto, definir qual o órgão Jurisdicional é competente para julgar o processo.

Esta espécie leva em consideração a natureza do fato criminoso para definir qual a “Justiça”
competente (Justiça Eleitoral, Comum, Militar, etc.).

Assim, a competência em razão da matéria se divide da seguinte forma:

Justiça Eleitoral

Justiça Especializada

Justiça Militar
COMPETÊNCIA
CRIMINAL EM RAZÃO
DA MATÉRIA
Justiça Federal

Justiça Comum

Justiça Estadual

Assim, existem basicamente duas ordens de competência criminal em razão da matéria: Comum e
especial. A Justiça comum se divide em Federal e Estadual. Já a Justiça Especial se divide em
Eleitoral e Militar.

Desta maneira, o primeiro passo na fixação da competência é definir à qual “Justiça” cabe julgar
o fato.

A Justiça Especial (Eleitoral e Militar) julga somente os crimes que sejam eleitorais e militares. Todos
os outros crimes são de competência da Justiça Comum. Dizemos, assim, que a Justiça comum
possui competência residual.

Mas como saber quando um crime será julgado pela Justiça Comum Federal e quando será julgado
pela Justiça Comum Estadual? Nesses casos, somente será competente a Justiça Comum Federal
se estivermos diante de uma das hipóteses previstas no art. 109 da Constituição:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...) IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,


serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar
e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a


execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste


artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei,


contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o


constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente
sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade


federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a


competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de


carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção,
e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

(...)

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da


República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja
parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Todas as causas que não se enquadrem na competência da Justiça Comum Federal, serão de
competência da Justiça Comum Estadual. Assim, a Justiça comum estadual possui competência
duplamente residual: 1) primeiro, é residual porque a Justiça Comum é residual em relação à
Justiça Especial; 2) é residual em relação à Justiça Comum Federal.

Analisando mais especificamente o CPP, verificamos que ele “passa batido” pela definição da
competência em razão da matéria (que ele chama de “natureza da infração”), limitando-se a dizer
que esta será definida conforme as Leis de Organização Judiciária. Por “Leis de Organização
Judiciária” entenda-se, atualmente, “Constituição Federal”, pois quando do advento do CPP
(1941), a definição destas normas era mera questão de organização judiciária, e não uma questão
de índole constitucional como hoje.

No entanto, o CPP trata de uma hipótese de competência em razão da natureza da infração: A


competência do Tribunal do Júri. Nos termos do art. 74 do CPP:

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de
organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.

§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121,
§§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal,
consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração


da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada
for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.

§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à


competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
proferir a sentença (art. 492, § 2º).

A competência do Tribunal do Júri está prevista, ainda, na própria Constituição Federal, em seu
art. 5°, XXXVIII, d:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:

(...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;


Mas quais seriam os crimes dolosos contra a vida? Estes são os previstos no capítulo I do Título I
da parte especial do CP, compreendendo os crimes de homicídio, instigação ou induzimento ao
suicídio1, infanticídio e aborto2.

Com relação a estes crimes, entende-se que a Constituição estabeleceu uma cláusula pétrea, ou
seja, cláusula que não pode ser modificada pelo constituinte derivado. Assim, a Doutrina entende
que as hipóteses de competência do Tribunal do Júri podem ser ampliadas, mas nunca reduzidas!

Vale frisar que o Júri irá julgar os crimes dolosos contra a vida e também aqueles que sejam conexos
com estes (ex.: homicídio doloso consumado conexo com estupro = Júri julgará os dois).

Por fim, os crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal com resultado morte
não são da competência do júri, pois não são crimes dolosos contra a vida. O primeiro é crime
patrimonial; no segundo a morte deriva de culpa, não de dolo do agente.

Por fim, o Tribunal do Júri poderá ser realizado no âmbito de “qualquer Justiça”. Como assim?
Significa que podemos ter Tribunal do Júri na Justiça Estadual (o mais comum), na Justiça Federal,
etc. (ex.: Policial Rodoviário Federal morto em serviço = trata-se de competência da Justiça
Federal, pois atenta contra serviço e interesse da União, mas ao mesmo tempo é crime doloso
contra a vida, logo, será da competência do Tribunal do Júri FEDERAL).

1
Vale frisar que o art. 122 do CP, com a redação dada pela Lei 13.968/19, passou a se chamar “induzimento, instigação
ou auxílio a suicídio ou a automutilação”. Todavia, apenas quando for induzimento, instigação ou auxílio a SUICÍDIO
é que a competência será do Júri, por se tratar de crime doloso contra a vida.
2
Existem, ainda, crimes dolosos contra a vida previstos, por exemplo, na Lei de Genocídio (Lei 2.889/56). Neste caso,
a competência também será do Tribunal do Júri (STF, RE 351.487/RR).
Competência Territorial (ratione loci)

Em razão do local da infração

A terceira e última fase para a definição da competência para julgamento de um processo


criminal, compreende a análise do local de ocorrência da infração (ou, em alguns casos, o local
do domicílio do réu), que irá determinar em que base territorial será o processo julgado
(comarca, na Justiça Estadual, e Seção Judiciária, quando for da competência da Justiça Federal).

Para definirmos a competência territorial devemos, primeiramente, saber onde o crime foi
praticado. Mas, para isso, precisamos saber qual o critério para definição do “lugar do crime”.

Nos crimes plurilocais, aplica-se, em regra, a teoria do resultado, considerando-se como local do
crime o lugar onde o resultado se consuma1. A exceção são os crimes plurilocais contra a vida,
onde se aplica a teoria da atividade.2

Assim, como regra, no processo penal, a competência territorial é definida pelo lugar em que se
consumar a infração.

Existem ainda alguns regramentos específicos, como nos crimes de competência dos Juizados
Especiais e nos atos infracionais, em que se aplica a teoria da atividade, e nos crimes
falimentares, em que se considera lugar do crime o local em que foi decretada a falência. Assim:

TIPO DE CRIME TEORIA ADOTADA


Crimes plurilocais comuns Teoria do resultado
Crimes plurilocais contra a vida Teoria da atividade
Juizados Especiais Teoria da atividade

1
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada
pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.

§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em
que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.

§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela prevenção.
2
Trata-se de entendimento jurisprudencial consolidado, para facilitar a produção probatória, na busca pela verdade
real. Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 209
Crimes falimentares Local onde foi decretada a falência
Atos infracionais Teoria da atividade
Além disso, temos:

● Crime praticado no exterior e consumado no exterior - Na capital do estado em que


o réu (acusado), no Brasil, tenha fixado seu último domicílio, ou, caso nunca tenha
sido domiciliado no Brasil, na capital federal.
● Crime praticado a bordo de aeronaves ou embarcações, mas, por determinação da
Lei Penal, estejam sujeitos à Lei Brasileira - No local em que primeiro aportar ou
pousar a embarcação ou aeronave, ou, ainda, no último local em que tenha aportado
ou pousado.3
● No caso de o crime não se consumar, sendo, portanto, um crime tentado (art. 14, II
do CP) - Nessa hipótese, aplica-se o disposto no art. 70, segunda parte, do CPP,
considerando-se como lugar do crime o local onde ocorreu o último ato de
execução.

O § 3° e o art. 71 tratam do fenômeno da prevenção. O que isso significa? Quando dois ou mais
órgãos jurisdicionais são competentes para apreciar determinada demanda, a competência será
fixada naquele que primeiro atuar no caso. Assim, a competência será fixada naquele Juízo que
primeiro praticar algum ato relativo ao caso. Essa é a definição de competência fixada por
prevenção. Nos termos do art. 83 do CPP:

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo
dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de
medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da
queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

O caso previsto no art. 71 é extremamente relevante. Vejamos:

3
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do
Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.

Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos
fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça
do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último
em que houver tocado.

Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território
brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território
nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime,
ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.

Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a
competência se firmará pela prevenção. (Redação dada pela Lei nº 4.893, de 9.12.1965)
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em
território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Assim, em se tratando de crime permanente (ou crime continuado), praticado no território de


duas ou mais jurisdições, a competência será de qualquer delas, e firmar-se-á pela prevenção,
nos termos do art. 71 do CPP.

EXEMPLO: José, visando exigir pagamento pelo resgate (crime de extorsão mediante
sequestro, que é crime permanente, pois se prolonga no tempo), sequestra Maria na
cidade do Rio de Janeiro, levando-a para um cativeiro em Campinas, no qual a vítima
fica uma semana. Posteriormente, José leva a vítima para outro cativeiro, em Belo
Horizonte-MG, onde a vítima fica mais uma semana e acaba sendo libertada. Nesse
caso, a competência será do Juízo criminal de qualquer das três comarcas (Rio de
Janeiro, Campinas e Belo Horizonte), firmando-se naquele Juízo que primeiro atuar no
caso, antecipando-se aos demais. Imagine-se, por exemplo, que em Campinas tenha
sido aberta investigação e tenha sido decretada a interceptação telefônica pelo Juiz
competente. Nesse caso, este Juízo estará prevento para processar e julgar a futura
ação penal relativa a este delito.

A Lei 14.155/21 criou nova hipótese de definição da competência territorial. Vejamos o §4º do
art. 70 do CPP:

Art. 70 (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de


dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito,
mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do
sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído
pela Lei nº 14.155, de 2021)

Como se vê, o referido artigo passou a estabelecer um critério, até então inexistente, de
competência em razão do foro do domicílio ou residência da vítima. Isso se dará no caso de
crime de estelionato quando:

⇒ Praticado mediante depósito;


⇒ Praticado mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do
sacado ou com o pagamento frustrado; ou
⇒ Mediante transferência de valores

Em caso de pluralidade de vítimas, a competência irá se firmar pela prevenção.

EXEMPLO: Maria (residente em Petrópolis-RJ) e Joana (residente em Campinas-SP)


foram vítimas de estelionato praticado por José. José se apresentava nas redes sociais
para ambas como alguém galanteador e bem-sucedido, e rapidamente conquistou o
coração de ambas. Após algum tempo, José pediu a Maria a quantia de R$ 10.000,00
emprestada, mas após receber o dinheiro via transferência bancária, desapareceu e
não retornou contato. O mesmo fez com Joana. Nesse caso, a competência será do
foro do domicílio ou residência da vítima. Assim, tanto o Juízo criminal de
Petrópolis-RJ quanto o Juízo criminal de Campinas-SP são igualmente competentes
para julgar o caso. Todavia, imaginemos que em Campinas tenha sido iniciada
investigação e o Juízo competente tenha decretado a prisão preventiva de José.
Nesse caso, o Juízo de Campinas estará prevento para processar e julgar a futura ação
penal ajuizada, caso haja reunião dos processos.

Se dois ou mais Juízes, na mesma comarca, forem competentes para julgar a demanda, a
competência será fixada pelo critério da distribuição, ou seja, a competência será fixada naquele
órgão jurisdicional ao qual fora distribuída a ação penal. Nos termos do art. 75 do CPP:

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma


circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou
da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia
ou queixa prevenirá a da ação penal.

Entretanto, conforme disse a vocês, tanto o critério da prevenção quanto o critério da


distribuição não passam de critérios de consolidação da competência territorial, pois a
competência daquele Juiz já existia antes da prevenção ou distribuição, tendo apenas se
consolidado quando da ocorrência de um destes fenômenos.

Em razão do domicílio do réu

Existem casos em que a competência territorial poderá ser fixada levando-se em conta o
domicílio do réu. Vejamos4:

● Não sendo conhecido o lugar da infração – Será regulada pelo lugar do domicílio ou
residência do réu.
● Se o réu tiver mais de uma residência – Prevenção.
● Se o réu não tiver residência ou for ignorado seu paradeiro - juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato.
● Se for hipótese de crime de ação exclusivamente privada – Poderá o querelante
escolher ajuizar a queixa no lugar do domicílio ou residência do réu, ainda que

4
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.

§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.

§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato.

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do
réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
conhecido o lugar da infração (ex.: Maria foi vítima de crime de ação penal privada,
praticado por José. Maria poderá escolher ajuizar a queixa-crime no lugar da infração
ou no lugar do domicílio ou residência de José).

Gostaria de chamar a atenção de vocês para um fato: O art. 73 fala em “casos de exclusiva ação
privada”. Assim, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, não pode o querelante
optar pela comarca do domicílio do réu em detrimento da comarca do local da infração, caso
este local seja conhecido, pois esta ação não é exclusivamente privada, mas, na verdade, é
pública. Muito cuidado com isso!!

DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora
dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no
Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional,
será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha
produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em
território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Competência em razão da pessoa (ratione personae)

Após definida qual “Justiça” irá julgar o processo, devemos definir a competência do órgão
Jurisdicional verificando as condições pessoais dos acusados.

Em regra, os processos criminais são julgados pelos órgãos jurisdicionais mais baixos, inferiores,
quais sejam, os Juízes de primeiro grau. No entanto, pode ocorrer de, em determinados casos,
considerando a presença de determinadas autoridades no polo passivo (acusados), que essa
competência pertença originariamente aos Tribunais. Essa é a chamada prerrogativa de função
(vulgarmente conhecida como “foro privilegiado”).

EXEMPLO: O art. 96, III da Constituição Federal estabelece que cabe aos Tribunais de Justiça dos
Estados e do DF, julgar os Juízes estaduais de primeiro grau, bem como os membros do MP que
atuem na primeira instância, tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (hipótese na qual serão julgados pelo TRE local):

Art. 96. Compete privativamente:


(...) III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e
Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Existem inúmeras outras hipóteses previstas na Constituição Federal, nas quais há prerrogativa de
foro em razão da função exercida pelo acusado. Para facilitar a compreensão de vocês, reuni estas
hipóteses no quadro abaixo:

TRIBUNAL DESTINATÁRIO DA NORMA EMBASAMENTO


COMPETENTE CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL
Infrações penais comuns e de
Tribunais de responsabilidade: Juízes estaduais e do
Justiça estaduais e Distrito Federal e membros do Ministério Art. 96, III, da CF
do Distrito Federal Público estadual ou do DF, nos crimes
comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.1
Infrações penais comuns e de
Art. 29, X, da CF
responsabilidade: Prefeito Municipal.2
TRIBUNAL DESTINATÁRIO DA NORMA EMBASAMENTO
COMPETENTE CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL
Infrações penais comuns e de
responsabilidade: Juízes federais da área
de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça do Trabalho, nos
Tribunais
crimes comuns e de responsabilidade, os Art. 108, I, “a”, da CF
Regionais Federais
membros do Ministério Público da União
(ressalva a competência da Justiça
Eleitoral)3 e Prefeitos Municipais, se
praticarem crimes na órbita federal.
Somente nas Infrações penais comuns:
Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Art. 102, I, “b”, da CF
Nacional, seus próprios Ministros e o
Procurador-Geral da República.
Infrações penais comuns e de
responsabilidade: os Ministros de Estado
Supremo e os Comandantes da Marinha, do
Tribunal Federal Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
disposto no art. 52, I (estabelecendo a
competência do Senado Federal para
Art. 102, I, “c”, da CF
julgar os comandantes das forças
armadas em crimes de responsabilidade
conexos com os do Presidente da
República e Vice), os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de

1
Mesmo em se tratando de CRIME FEDERAL, cabe ao TJ o julgamento, e não ao TRF. A ressalva constitucional é
apenas em relação à Justiça ELEITORAL. Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 214/215

2
Nos crimes de responsabilidade PRÓPRIOS a competência para julgar o prefeito municipal é da CÂMARA DE
VEREADORES. (STF, RE 192.527/PR, bem como HC 71.991-1/MG).

3
Em relação aos magistrados e membros do MPF, o TRF a que estão vinculados será competente, mesmo em se
tratando de crime que seria de competência da Justiça Estadual. Ver, por todos, PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 214
contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente.
Somente nas infrações penais comuns:
Governadores dos Estados e do Distrito Art. 105, I, “a”, da CF
Federal.
Infrações penais comuns e de
responsabilidade: Desembargadores dos
Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos
Superior Tribunal
Tribunais de Contas dos Estados e do
de Justiça
Distrito Federal, os dos Tribunais
Art. 105, I, “a”, da CF
Regionais Federais, dos Tribunais
Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios e os do Ministério
Público da União que oficiem perante
tribunais.

Especificamente no caso dos prefeitos, há uma súmula importante (súmula 702 do STF), que
estabelece que a competência do TJ para julgar os prefeitos só se aplica em caso de crime de
competência da Justiça estadual. Sendo crime federal, a competência será do TRF; sendo crime
eleitoral, a competência será do TRE.

1.1 Foro privilegiado na Jurisprudência

O tema relativo ao foro por prerrogativa de função é extremamente sensível, pois os


entendimentos jurisprudenciais mudam com muita frequência. E por qual razão isso ocorre?
Porque, infelizmente, fatores extrajurídicos conduzem a decisões casuísticas. Acredito que tenha
sido suficientemente claro, certo?

Inicialmente, deve-se perguntar: o foro privilegiado se aplica a todo e qualquer crime praticado
pelo agente público? Sempre se entendeu que sim, ou seja, não havia diferença entre crime
praticado no exercício das funções (e com elas relacionados) ou crimes sem relação com as funções.
Todavia, o STF, mais recentemente, quando do julgamento da AP 937, fixou duas teses
importantes:

 O foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício
do cargo e relacionados às funções desempenhadas
 Após o término da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para
apresentação de alegações finais, a competência não mais se altera pelo fato de o agente
deixar de ocupar o cargo, seja qual for o motivo (renúncia ao cargo, posse em outro cargo,
etc.).

Ou seja, além de o crime ter que ter sido praticado durante o exercício do cargo, deve ter relação
com as funções desempenhadas no cargo.

Além disso, a segunda tese visa a evitar manobras processuais, como muitas vezes ocorria (o
processo seguia no Tribunal até quase a prolação da sentença, quando então o réu renunciava ao
cargo e o processo tinha que ser remetido à primeira instância).

Assim, com relação à perda do cargo durante o processo, temos o seguinte regramento
atualmente:

REGRA - A competência também se desloca, ou seja, o Tribunal deixa de ser


competente e o processo vai para a primeira instância.
EXCEÇÃO – Se já terminou a instrução processual, tendo já havido intimação para a
apresentação de alegações finais, a competência permanece no Tribunal, não se
deslocando.

Porém, apesar dos standards estabelecidos pelo STF, o próprio STF e também o STJ firmaram
outros entendimentos importantes, que merecem destaque:

 No caso do foro privilegiado dos membros do Judiciário, o STJ entendeu que deve
abranger todo e qualquer crime, e não apenas aqueles que tenham relação com a função,
pois a ausência do foro privilegiado poderia conduzir a uma situação de descrédito à Justiça,
já que um desembargador poderia vir a ser julgado por um Juiz de primeira instância
vinculado ao mesmo Tribunal (ex.: desembargador do TJSP julgado por Juiz de primeira
instância no estado de São Paulo), o que levantaria dúvidas na sociedade quanto à
imparcialidade do magistrado (QO na ação penal No 878 – DF).4
 Idêntico entendimento deve ser adotado quanto aos membros do MP. O STJ entendeu que,
por simetria constitucional, os membros do MP devem ter o foro privilegiado assegurado
ainda que em relação a crimes desvinculados das funções, por uma simetria constitucional
em relação aos membros do Judiciário.
 O STF reconheceu (QO no Inq. 4342 - Informativo 10495) que a competência penal originária
do STF para processar e julgar parlamentares alcança os congressistas federais no exercício

4
O tema, porém, encontra-se pendente de apreciação pelo STF, que reconheceu a repercussão geral do tema (RE
1.331.044).
5
“O Tribunal, por maioria, resolveu a questão de ordem para assentar a manutenção da competência criminal
originária do Supremo Tribunal Federal nos casos de “mandatos cruzados” exclusivamente de parlamentar federal, ou
seja, quando investido em mandato em casa legislativa diversa daquela que deu causa à fixação da competência
originária, conforme o art. 102, I, “b”, da Constituição Federal, sem solução de continuidade, nos termos do voto do
de mandato em casa parlamentar diversa daquela em que teria ocorrido o crime, desde que
não haja solução de continuidade. Uma vez presentes os requisitos para a configuração do
foro privilegiado (nos termos do entendimento firmado na AP 937), a prerrogativa de foro
alcança também os casos chamados de “mandatos cruzados” de parlamentar federal,
quando não houver interrupção ou término do mandato. Ex.: José, deputado federal,
praticou crime de peculato, durante o exercício do mandato. Na eleição seguinte, foi eleito
para o cargo de senador da República. Como não houve interrupção no exercício da função
parlamentar (apenas “troca de casa legislativa), a competência para julgar José pelo crime
de peculato, praticado quando ainda era deputado federal, será do STF, mesmo que José,
atualmente, não exerça mais o cargo de deputado federal, pois ainda é parlamentar federal
(senador).

1.2 Conflito aparente entre a competência de foro por prerrogativa de função e a


competência do Tribunal do Júri

CUIDADO! No aparente conflito de competências entre o Tribunal do Júri e a competência de foro


por prerrogativa de função, qual prevalece? Depende.

Se a competência de foro por prerrogativa de função está prevista na CF/88, ela prevalece sobre
a competência do Júri.

Contudo, se estiver prevista apenas na Constituição Estadual, prevalece a competência do Tribunal


do Júri, conforme súmula 721 do STF, que foi convertida na súmula vinculante 45:

"A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro


por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição estadual"

EXEMPLO: Paulo é Juiz de Direito e pratica um homicídio doloso. Neste caso, no


aparente conflito entre a competência constitucional do TJ para processar e julgar
Paulo (foro por prerrogativa de função) e a competência do Tribunal do Júri (crime
doloso contra a vida), prevalece a competência de foro por prerrogativa de função,
eis que esta prerrogativa de foro está prevista na Constituição Federal.

Relator, vencidos os Ministros Roberto Barroso e Rosa Weber.” (STF - QO no Inq. 4342. Plenário, Sessão Virtual de
25.3.2022 a 1.4.2022.)
EXEMPLO 2: Júlio é Secretario Estadual de Fazenda em determinado estado XYZ,
e pratica um homicídio doloso. No estado XYZ os Secretários possuem foro por
prerrogativa de função perante o TJ (só está previsto isso na Constituição
ESTADUAL, não na Federal). Neste caso, no aparente conflito entre a competência
do TJ para processar e julgar Júlio (foro por prerrogativa de função NÃO PREVISTO
NA CF/88), e a competência do Tribunal do Júri (crime doloso contra a vida),
prevalece a competência de do Tribunal do Júri, eis que a competência do Júri
está prevista na CF/88 e a competência por prerrogativa de função (neste caso)
não.

OBS.: Os deputados estaduais possuem prerrogativa de foro perante o TJ. Isso não está previsto
expressamente na CF/88, mas entende-se que está IMPLÍCITO, pelo princípio da SIMETRIA. Assim,
caso um deputado estadual cometa crime doloso contra a vida, prevalecerá a competência de foro
por prerrogativa de função.

Todavia, é importante destacar que como o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o
foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do
cargo e relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937), estas disposições sobre um
eventual conflito entre a competência do júri e a competência de foro por prerrogativa de função
perderam bastante de sua utilidade, pois para que seja possível cogitar eventual conflito entre a
competência do Júri e a competência do Tribunal em razão do foro privilegiado, o caso deverá se
enquadrar nos critérios de admissibilidade do foro privilegiado consagradas pelo STF quando do
julgamento da AP 937 (ou alguma das exceções).
Da Conexão e da Continência

A conexão e a continência são fenômenos que importam na modificação da competência


previamente estabelecida.

A conexão está prevista no art. 76 do CPP:

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.

A Doutrina, em sua maioria, classifica a conexão em1:

⇒ Intersubjetiva por simultaneidade ocasional (art. 76, I do CPP) – Ocorre quando


pessoas diversas cometem infrações diversas no mesmo local, na mesma época,
mas desde que não estejam ligadas por nenhum vínculo subjetivo.
⇒ Intersubjetiva por concurso (art. 76, I do CPP) – Nesta hipótese não importa o local
e o momento da infração, desde que os agentes tenham atuado em concurso de
pessoas. Assim, exige-se para esta hipótese de conexão que os agentes tenham
agido unidos por um vínculo subjetivo, uma comunhão de esforços para a prática
das infrações penais.
⇒ Intersubjetiva por reciprocidade (art. 76, I do CPP) – Traduz a hipótese de conexão
de infrações praticadas no mesmo tempo e no mesmo lugar, mas os agentes
praticaram as infrações uns contra os outros. Exemplo: Dois crimes de lesões
corporais praticados reciprocamente entre fulano e beltrano.
⇒ Conexão objetiva teleológica (art. 76, II do CPP) – Uma infração deve ter sido
praticada para “facilitar” a outra. Assim, imaginem que um assassino tenha
espancado um vigia para entrar na casa e assassinar o dono da residência.
⇒ Conexão objetiva consequencial (art. 76, II do CPP) – Nesta hipótese uma infração é
cometida para ocultar a outra, ou, ainda para garantir a impunidade do infrator ou
garantir a vantagem da outra infração. Imaginem o caso de alguém que comete
homicídio e, logo após, mata também a única testemunha, para garantir que
ninguém poderá provar sua culpa, garantindo, assim, a impunidade do fato.
⇒ Conexão instrumental (art. 76, III do CPP) – Exige-se, nesse caso, que a prova da
ocorrência de uma infração e de sua autoria influencie na caracterização da outra
infração. Exemplo clássico é a conexão entre o crime de furto e de receptação, no

1
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 241/243
qual a prova da existência do furto, e de sua autoria, influencia na caracterização do
crime de receptação.

A continência, por sua vez, está prevista no art. 77 do CP;

Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:


I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal.

Os mencionados arts. 51, § 1°, 53 e 54 do CP, referiam-se ao texto original da parte geral do
Código penal, que foi totalmente alterado pela Lei 7.209/84. Assim, atualmente, estes
dispositivos se referem às hipóteses de concurso formal e suas aplicações no caso de erro na
execução (aberratio ictus e aberratio delicti), atualmente previstos nos arts. 70, 73 e 74 do CP.

Assim, por questões didáticas, a doutrina divide a continência em:

⇒ Continência por cumulação subjetiva (art. 77, I do CPP) – É o caso no qual duas ou
mais pessoas são acusadas pela mesma infração (concurso de pessoas).
Diferentemente da hipótese de conexão, aqui há apenas um fato criminoso, e não
vários.2
⇒ Continência por concurso formal (art. 77, II do CP, c/c art. 70 do CP) – Aqui,
mediante uma só conduta, o agente pratica dois ou mais crimes, sem que tenha
tido a intenção de praticá-los.

As hipóteses de continência e conexão podem ser melhor explicadas através do gráfico abaixo:

2
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 244
Regras aplicáveis nos casos de determinação da competência pela
conexão ou continência

O CPP prevê algumas regras que devem ser observadas quando da consolidação da
competência pela conexão ou continência.

Como regra, havendo conexão ou continência, haverá a reunião dos processos para julgamento
conjunto. Mas, qual será o Juízo competente? Isso será definido com base nas regras previstas
no CPP. Vejamos, a princípio, o art. 78:

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão


observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição
comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações,
se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei nº 263,
de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação dada
pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior
graduação; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Assim, em resumo:

1. Havendo conexão ou continência entre um crime de competência do Tribunal do


Júri e outro crime, de competência do Juiz singular, a competência deverá ser fixada
naquele.

2. No caso de Jurisdições da mesma categoria, primeiro se utiliza o critério de fixação


da competência territorial com base na local em que ocorreu o crime que possuir pena mais
grave. Se as penas forem idênticas, utiliza-se o critério do lugar onde ocorreu o maior
número de infrações penais. Caso as penas sejam idênticas e tenha sido cometido o mesmo
número de infrações penais, ou, ainda, em qualquer outro caso, aplica-se a fixação da
competência pela prevenção (Lembram-se da prevenção, não é?)
3. Se as Jurisdições forem de graus diferentes (Um Tribunal Superior e um Juiz singular,
por exemplo), a competência será fixada no órgão de Jurisdição superior.

4. Se houver conexão entre uma causa de competência da Justiça Comum e outra da


Justiça Especial, será fixada a competência nesta. Ex.: Imaginem um crime eleitoral conexo
com um crime comum. Será da competência da Justiça Eleitoral o julgamento de ambos os
processos.

Mas, no caso de continência, por exemplo, e se um dos réus tiver foro privilegiado e outro não?
O STF editou a súmula 704, afirmando que a atração de um processo por conexão ou
continência, no caso de corréu, por prerrogativa de função do outro réu, não viola a Constituição:

SÚMULA Nº 704
NÃO VIOLA AS GARANTIAS DO JUIZ NATURAL, DA AMPLA DEFESA E DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL A ATRAÇÃO POR CONTINÊNCIA OU CONEXÃO
DO PROCESSO DO CO-RÉU AO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DE
UM DOS DENUNCIADOS.

Ex.: José, deputado federal, e Pedro, empresário, são acusados de praticar, em conluio, o crime
de peculato. Neste caso, cabe ao STF julgar José, por conta do foro por prerrogativa de função.
Todavia, em razão da continência, Pedro também será julgado pelo STF.

Separação de processos em hipóteses de conexão e continência

Embora a regra seja a de que, havendo conexão ou continência, todos os processos conexos ou
continentes sejam julgados pelo mesmo órgão jurisdicional, existem algumas exceções, ou seja,
existem casos em que mesmo ocorrendo conexão ou continência, não haverá reunião de
processos.

Estas hipóteses estão previstas no art. 79 do CPP:

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e


julgamento, salvo:
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum
co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu
foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando
pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória,
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
Vamos analisar as hipóteses isoladamente:

⇒ Concurso entre a Jurisdição comum e militar – A única ressalva que deve ser feita é
a de que, no caso de militar que comete crime doloso contra a vida de um civil,
responde perante o Tribunal do Júri, e não perante a Justiça Militar, nos termos do
art. 82, § 2° do Código de Processo Penal Militar – CPPM.
⇒ Concurso entre crime e infração de competência do Juizado da Infância e da
Juventude – Nestas hipóteses (por exemplo, um crime cometido em concurso de
pessoas por um menor, que responde perante o ECA, e um adulto), não pode haver
reunião de processos.
⇒ Insanidade mental superveniente de um dos corréus (art. 152 do CPP) – Nesse caso,
havendo a insanidade mental do corréu sido regularmente apurada em incidente de
insanidade mental, os processos devem ser separados, pois o processo, em relação
ao corréu declarado mentalmente insano, será suspenso, nos termos do art. 152 do
CPP. Frise-se que essa insanidade mental do réu deve ser posterior ao fato
criminoso (art. 151 do CPP).
⇒ Impossibilidade de formação do conselho de sentença no Tribunal do Júri – Embora
o § 2° do art. 79 mencione o “art. 461”, com as alterações promovidas pela Lei
11.689/08, vocês devem entender como “art. 469, § 1° do CPP”. Este artigo trata
da impossibilidade de, no julgamento pelo Tribunal do Júri, formar-se o conselho de
sentença (mínimo de sete jurados), em razão das recusas legalmente permitidas
realizadas pelos advogados dos acusados. Assim, se houver, no Tribunal do Júri,
dois ou mais réus, e sendo diferentes os advogados, as recusas aos Jurados (Direito
de recusar algum jurado) impossibilitarem a formação do conselho de sentença, o
processo deverá ser desmembrado.
⇒ Separação facultativa quando os fatos criminosos tenham sido praticados em
circunstâncias de tempo e lugar diferentes, ou o Juiz entender que a reunião de
processos pode ser prejudicial ao Julgamento da causa ou puder implicar em
retardamento do processo (art. 80 do CPP) – O importante é saber que, nestas
hipóteses, a separação dos processos é discricionária, ou seja, o Juiz pode, ou não,
a seu critério, decidir pela separação dos processos.

ATENÇÃO! Existe uma outra hipótese de separação de processos, no entendimento


jurisprudencial. No caso de CRIMES DOLOSOS contra a vida praticados em concurso de
pessoas, quando um dos acusados possui foro por prerrogativa de função fixado na Constituição
Federal, ao invés de todos os acusados serem julgados perante o Tribunal (em razão da
prerrogativa de foro de um dos comparsas), haverá a separação dos processos, de forma que o
detentor de prerrogativa de foro será julgado perante o Tribunal respectivo e os demais pelo
Tribunal do Júri.
EXEMPLO: José e Valter são contratados por Ricardo Albuquerque, deputado federal, para
matarem Lúcio, também deputado, e que é desafeto de Ricardo por questões relacionadas às
funções por eles exercidas. José e Valter executam o crime. No caso em tela, Ricardo de
Albuquerque possui foro privilegiado (como é deputado federal, a Constituição prevê que cabe
ao STF julgá-lo nos crimes comuns), mas os demais não possuem. Neste caso, Ricardo será
julgado pelo STF e os demais serão julgados pelo Tribunal do Júri.

Por que, neste caso, não há atração por continência? Não há porque as regras de continência
são infraconstitucionais, e tanto a competência do Júri quanto a do STF (por prerrogativa de
função) estão previstas na própria Constituição Federal. Assim, normas infraconstitucionais não
podem se sobrepor a normas de índole constitucional.

O art. 81 trata da hipótese de perpetuação da competência. Vejamos:

Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda
que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir
sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se
inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais
processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver
o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao
juízo competente.

O art. 81 diz, em resumo, o seguinte: Se um Juiz recebe dois processos (reunidos por
conexão ou continência), e no processo de sua competência originária (e não aquele que lhe foi
remetido em razão da conexão ou continência) ele profere sentença absolutória ou desclassifica o
fato para outro crime, que não seja de sua competência, mesmo assim ele continua competente
para julgar o processo recebido pela conexão.

O § 1°, por sua vez, estabelece uma exceção à regra. Se houver reunião de processos para
julgamento pelo Tribunal do Júri, havendo desclassificação, absolvição sumária ou impronúncia,
deverá o Juiz remeter o processo conexo ao Juízo competente (que não era o Tribunal do Júri).3

O art. 82, por fim, estabelece que, no caso de haver conexão ou continência, mas terem
sido instaurados processos em Juízos diversos, o Juiz cuja competência é prevalente poderá
avocar (trazer para si) o julgamento dos demais processos, a qualquer tempo, salvo se já houver
sentença definitiva naqueles (já tiverem transitado em julgado). Se já tiver ocorrido o trânsito em
julgado, os processos serão reunidos posteriormente para fins de execução de pena:

Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva.

3
Isso não ocorrerá se a desclassificação ocorrer apenas no momento da quesitação formulada aos jurados (art. 492,
§1º do CPP).
Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
soma ou de unificação das penas.

DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

฀ Arts. 69 a 91 do CPP - Regulamentação da Competência no CPP:

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão
observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição
comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações,
se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei nº 263,
de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação dada
pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior
graduação; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e
julgamento, salvo:
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum
co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu
foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando
pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória,
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda
que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir
sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se
inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais
processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver
o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao
juízo competente.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva.
Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
soma ou de unificação das penas.
EXERCÍCIOS COMENTADOS – JURISDIÇÃO E
COMPETÊNCIA
01. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Verificada a reunião
dos processos por conexão ou continência, o juiz ou o tribunal que proferir sentença que
desclassifique a infração para outra que não se inclua em sua competência própria perderá a
competência em relação aos demais processos.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois nestes casos, “ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz
ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se
inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos”, na forma
do art. 81 do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

02. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Situação hipotética:
Caio, prefeito municipal, responde a ação penal pelo desvio, em proveito próprio, de verba
̃ à construção de escolas no município. Assertiva: Nessa
destinada pelo Ministério da Educaçao
situação, o TRF local é o órgão jurisdicional competente para o julgamento do crime cometido por
Caio, porque se trata de infração praticada em detrimento de bem da União.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois neste caso temos uma verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal,
de forma que a competência será da Justiça Federal, na forma do art. 109, IV da CF/88, bem como
da súmula 208 do STJ.

Ademais, a competência, neste caso, não será do TJ local, pois a competência do TJ local para
processar e julgar os prefeitos só se aplica em relação aos crimes da competência da Justiça
Estadual. No caso de crimes federais, a competência será do TRF local, e no caso de crimes
eleitorais, a competência será do TRE local, conforme súmula 702 do STF.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

A questão, todavia, foi ANULADA pela Banca.

03. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Sentença prolatada
por juiz territorialmente incompetente é ato jurídico nulo, razão pela qual o seu trânsito em julgado
não impede que o acusado seja processado novamente, pela mesma imputação, em juízo
competente, salvo se tiver sido anteriormente absolvido.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a competência territorial é relativa, de maneira que deve ser arguida na primeira
oportunidade em que a parte se manifestar nos autos, sob pena de preclusão. Assim, em não tendo
havido arguição no momento oportuno, preclusa está a questão, não sendo possível a
desconstituição da coisa julgada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

04. (CESPE – 2017 – TRF1 – OFICIAL DE JUSTIÇA) José, vereador do município de Luziânia –
GO, foi denunciado pela prática de crime doloso contra a vida praticado contra Antônio, policial
rodoviário federal que, no momento do crime, se encontrava no exercício de suas funções em
Brasília – DF.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.
A competência para processar e julgar José é, em regra, do tribunal do júri federal situado em
Brasília – DF, porém, caso exista previsão de foro por prerrogativa de função para vereadores,
estabelecido exclusivamente na Constituição estadual, a competência será do TRF da 1.a Região.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a competência de foro por prerrogativa de função previsto APENAS NA
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL não afasta a competência do Júri para o processo e julgamento dos
crimes dolosos contra a vida. Neste caso, portanto, deve prevalecer a competência do Tribunal do
Júri (súmula vinculante 45).

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

05. (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) José foi denunciado pela prática de homicídio
doloso contra Carlos, em Brasília. A vítima era policial federal e estava investigando crime de
falsificação de moeda que teria sido praticado por José em Goiânia. O juiz determinou a citação
de José por edital, devido ao fato de ele não ter sido encontrado no endereço que constava dos
autos.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
A competência para processar e julgar José será do tribunal do júri federal do DF.

COMENTÁRIOS

Item correto. Isto porque a competência será do Tribunal do Júri, por força do art. 5º, XXXVIII da
Constituição:

Art. 5º (...)

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Com relação à competência ratione materiae, esta será da Justiça Federal, pois se trata de crime
que afeta interesse da União, pois fora praticado contra policial federal em razão de sua função,
por força do art. 109, IV da Constituição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...)

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,


serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar
e da Justiça Eleitoral;

Por fim, a competência territorial será do Juízo Federal do DF, já que lá ocorreu a consumação da
infração penal, por força do art. 70 do CPP:

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução.

Notem que a jurisprudência entende que, no caso de crimes dolosos contra a vida, em que o
resultado morte ocorre em local diverso do local da prática do ato, é possível a fixação da
competência territorial para o Juízo do local da execução do delito:
(...) 1. Nos termos do art. 70 do CPP, a competência para o processamento e
julgamento da causa, será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumou
a infração.

2. Todavia, a jurisprudência tem admitido exceções a essa regra, nas hipóteses em


que o resultado morte ocorrer em lugar diverso daquele onde se iniciaram os atos
executórios, determinando-se que a competência poderá ser do local onde os atos
foram inicialmente praticados.

3. Tendo em vista a necessidade de se facilitar a apuração dos fatos e a produção


de provas, bem como garantir que o processo possa atingir à sua finalidade
primordial, qual seja, a busca da verdade real, a competência pode ser fixada no
local de início dos atos executórios.

(HC 95.853/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em


11/09/2012, DJe 04/10/2012)

Assim, seja como for, como a conduta foi praticada no DF e também no DF ocorreu o resultado
morte, a competência territorial será do Juízo Federal do DF, não havendo qualquer discussão a
respeito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

06. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) Em se tratando de crime permanente praticado
em território de duas ou mais jurisdições, a competência será firmada pela residência do réu.

COMENTÁRIOS

Neste caso a competência será firmada pela prevenção, nos termos do art. 71 do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

07. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) A justiça federal deverá julgar os casos de
contravenção praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a justiça federal não possui competência para o processo e julgamento de
contravenções penais, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.


08. (CESPE – 2015 – TJDFT – JUIZ – ADAPTADA) Roberto importou do exterior, para venda,
grande quantidade de equipamentos eletroeletrônicos. Ele não declarou esses bens à aduana
brasileira nem recolheu os tributos que seriam devidos. Antes de chegar a Brasília, destino final,
seu voo fez escalas em São Paulo e Goiânia. Nessa situação, havendo a apreensão da mercadoria
em Brasília, competirá à justiça federal do DF processar e julgar a ação.

COMENTÁRIOS

Item correto. Conforme a jurisprudência do STJ, no caso dos delitos de descaminho ou


contrabando, a competência será determinada pelo local da apreensão dos produtos:

Súmula 151 do STJ

A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou


descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos
bens

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

09. (CESPE – 2012 – MPE-TO – PROMOTOR – ADAPTADA) Será do tribunal do júri a


competência para o processo e o julgamento de membro do MP acusado de praticar crime doloso
contra a vida.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois os membros do MP possuem prerrogativa de foro prevista na Constituição, sendo
de competência dos Tribunais de Justiça dos estados procederem ao processo e julgamento dos
membros do MP, nos termos do art. 96, III da Constituição Federal. Assim, havendo conflito entre
foro por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal e a competência do Júri,
prevalece aquela, segundo entendimento do STF.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

10. (CESPE – 2012 – MPE-TO – PROMOTOR – ADAPTADA) No caso de ação penal privada,
prevalece, no processo penal, a competência de foro, sendo preponderante o interesse do
querelante quando se trata da distribuição territorial da competência.

COMENTÁRIOS
Item errado, pois, embora o art. 73 do CPP estabeleça a possibilidade de o querelante escolher o
foro do domicílio do réu, mesmo quando conhecido o lugar da infração, isso não ocorre em toda
ação penal privada, mas apenas na ação penal privada EXCLUSIVA, ou seja, não inclui a ação penal
privada subsidiária da pública. Portanto, errada!

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

11. (CESPE – 2012 – MPE-TO – PROMOTOR – ADAPTADA) Não consubstanciam transgressão


ao princípio do juiz natural as regras que estabelecem a competência originária dos tribunais para
o processo e o julgamento de determinadas pessoas em razão de prerrogativa de função.

COMENTÁRIOS

De fato, este é o entendimento adotado pelo STF e também pelo STJ. Estes Tribunais entendem,
ainda, que nem mesmo a atração por conexão de um processo relativo a outra pessoa, que não
possui prerrogativa de foro, constitui violação ao Juiz Natural. Vejamos:

EMENTA: COMPETÊNCIA CRIMINAL. Ação penal. Membro do Ministério Público


estadual. Condição de co-réu. Conexão da acusação com fatos imputados a
desembargador. Pretensão de ser julgado perante o Tribunal de Justiça.
Inadmissibilidade. Prerrogativa de foro. Irrenunciabilidade. Ofensa às garantias do
juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal. Inexistência.
Feito da competência do Superior Tribunal de Justiça. HC denegado. Aplicação
da súmula 704. Não viola as garantias do juiz natural e da ampla defesa,
elementares do devido processo legal, a atração, por conexão ou continência, do
processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados, a
qual é irrenunciável.

(HC 91437, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em


04/09/2007, DJe-126 DIVULG 18-10-2007 PUBLIC 19-10-2007 DJ 19-10-2007 PP-
00087 EMENT VOL-02294-02 PP-00391 RTJ VOL-00204-03 PP-01224)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

12. (CESPE – 2011 – TJ-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Caso diversas
infrações sejam praticadas por diversas pessoas, umas contra as outras, configurar-se-á conexão
intersubjetiva por reciprocidade.

COMENTÁRIOS

O item está correto. Essa é, de fato, a definição doutrinária da conexão intersubjetiva por
reciprocidade, prevista no art. 76, I do CPP:
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo


tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

13. (CESPE – 2011 – TRE-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O tribunal de justiça
não tem competência para julgar prefeito municipal pela prática de crime eleitoral.

COMENTÁRIOS

O item está correto. Embora os prefeitos possuam prerrogativa de foro para serem julgados
perante o TJ local, no caso de se tratar de crime de competência da justiça especializada, caberá
ao respectivo órgão de segunda instância o julgamento (no caso, o TRE local), nos termos da
súmula 702 do STF.

Vejamos:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

(...)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso


VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

[...]

SÚMULA 702 DO STF

A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA JULGAR PREFEITOS


RESTRINGE-SE AOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM
ESTADUAL; NOS DEMAIS CASOS, A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA CABERÁ AO
RESPECTIVO TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.


14. (CESPE – 2011 – TRE-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O tribunal do júri é
competente para julgar promotor de justiça que comete crime doloso contra a vida, consumado
ou tentado.

COMENTÁRIOS

O item está errado. Embora o tribunal do júri tenha competência para o processo e julgamento
dos crimes dolosos contra a vida, tal competência fica afastada quando o acusado possui foro por
prerrogativa de função estabelecido na própria Constituição Federal, como ocorre com os
promotores de justiça, que são julgados perante o TJ local. Vejamos:

Art. 96. Compete privativamente:

(...)

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e


Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Nesse caso, prevalece a competência por prerrogativa de foro, conforme súmula 721 do STF:

"A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro


por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição estadual"

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

15. (CESPE – 2011 – TRE-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Conforme


entendimento sumulado do STF, quando o foro por prerrogativa de função for estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual, prevalecerá o juízo natural previsto na CF, ou seja, a
competência do tribunal do júri, para os crimes dolosos contra a vida, por exemplo.

COMENTÁRIOS

O item está correto. No aparente conflito de competências entre o Tribunal do Júri e a


competência de foro por prerrogativa de função prevista apenas na Constituição Estadual,
prevalece a competência do Tribunal do Júri, conforme súmula 721 do STF:
"A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro
por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição estadual"

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

16. (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Admite-se a fixação da competência


ratione loci pelo domicílio ou pela residência do réu quando não for conhecido o lugar da infração
ou nos casos de exclusiva ação privada, em que o querelante poderá preferir o foro do domicílio
ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

COMENTÁRIOS

O item está correto. Esta é a previsão contida nos arts. 72 e 73 do CPP:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.

(...)

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

17. (CESPE – 2012 – TRE-RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A competência será
determinada pela prevenção se houver dois ou mais juízes competentes e um deles tiver
antecedido aos outros na prática de alguma medida relativa ao processo, ainda que em fase
anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa.

COMENTÁRIOS

O item está correto. Esta é uma hipótese de consolidação da competência pela prevenção, nos
termos do art. 83 do CPP:

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo
dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de
medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da
queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

18. (CESPE – 2012 – PC-CE – INSPETOR) Considere que a agência dos Correios de determinado
bairro de Fortaleza – CE, que funciona em prédio próprio da ECT, tenha sido assaltada por agentes
armados, que roubaram a quantia de R$ 500,00. Nesse caso, a competência para processar e julgar
eventual ação penal será da justiça federal.

COMENTÁRIOS

Existe uma pequena controvérsia jurisprudencial a respeito da competência no caso de crimes


praticados contra agências dos correios. Parte da Jurisprudência entende que sempre será da
competência da Justiça Federal, pois a ECT é uma empresa pública federal, e, portanto, a
competência é da Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV da CRFB/88:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...)

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,


serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar
e da Justiça Eleitoral;

Contudo, há parcela da Jurisprudência que entende que isso só se aplica quando a agência
pertencer à própria ECT (Pois existem agências que são franqueadas, ou seja, pertencem a
particulares e atuam sob o regime de franquia).

A questão não diz se se trata, ou não, de agência franqueada. De toda forma, a questão é clara ao
dizer que a agência funciona dentro de prédio da própria ECT, o que já denota, por si só, a
existência de um interesse por parte da empresa pública.

De qualquer maneira, apenas parte da jurisprudência faz esta distinção. A maioria ainda entende
que haverá sempre interesse da ECT, de forma que a competência será sempre da Justiça Federal.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

19. (CESPE – 2012 – PC-CE – INSPETOR) Considere que um agente tenha sido surpreendido
por inspetores civis, na cidade de Fortaleza – CE, com mercadorias que adentraram no Brasil, por
meio de contrabando, pela cidade de Foz do Iguaçu – PR. Nesse caso, a competência da justiça
federal será determinada pelo local de entrada dos produtos, e não pelo local da apreensão.
COMENTÁRIOS

O item está errado. O STJ firmou o entendimento no sentido de que a competência, neste caso,
é determinada pelo local da apreensão dos produtos, nos termos do verbete nº 151 da súmula de
sua jurisprudência. Vejamos:

Súmula 151 do STJ

A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou


descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos
bens.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

20. (CESPE – 2013 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Compete à justiça federal
processar e julgar a contravenção penal praticada em detrimento de bens e serviços da União.

COMENTÁRIOS

O item está errado, pois a Justiça Federal não possui competência para o processo e julgamento
de contravenções penais, tendo o art. 109, IV da CRFB expressamente excluído as contravenções
penais:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...)

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,


serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar
e da Justiça Eleitoral;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

21. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Em se tratando de ações penais privadas,
prevalece, no processo penal, a competência de foro, com preponderância do interesse do
queixoso no que diz respeito à distribuição territorial da competência.

COMENTÁRIOS

O item está errado. A preponderância do interesse do queixoso somente se aplica quando


estivermos diante de ações penais privadas exclusivas, ou seja, não há esta possibilidade em
relação às ações penais privadas subsidiárias da pública. Vejamos:
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

22. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Uma quadrilha, em determinado lapso
temporal, realizou, em larga escala, diversos roubos de cargas e valores transportados por
empresas privadas em inúmeras operações interestaduais, o que ensejou a atuação da Polícia
Federal na coordenação das investigações e a instauração do competente inquérito policial. Nessa
situação hipotética, findo o procedimento policial, os autos deverão ser remetidos à justiça
estadual, pois a atuação da Polícia Federal não transfere à justiça federal a competência para
processar e julgar o crime.

COMENTÁRIOS

O item está correto. Embora, neste caso, a Polícia Federal possua atribuição para investigar o caso
(art. 144, §1º, I da CRFB/88), isso, por si só, não transfere à Justiça Federal a competência para
processar e julgar o delito, que permanece sendo de competência da Justiça Estadual, eis que não
há nenhuma hipótese de atração da competência para a Justiça Federal, nos termos do art. 109
da CRFB/88.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

23. (CESPE – 2013 – MPU – ANALISTA – DIREITO) Deputado estadual que pratique crime
doloso contra a vida deve ser julgado, dada a prerrogativa de foro especial, pelo tribunal de justiça
do estado em que tenha sido eleito.

COMENTÁRIOS

No aparente conflito de competências entre o Tribunal do Júri e a competência de foro por


prerrogativa de função prevista apenas na Constituição Estadual, prevalece a competência do
Tribunal do Júri, conforme súmula 721 do STF:

"A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro


por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição estadual"

Os deputados estaduais não possuem prerrogativa de foro EXPRESSAMENTE prevista na


Constituição Federal, logo, deveria prevalecer a competência do Júri.
Contudo, sustenta-se que, pelo princípio da simetria, os deputados estaduais possuem as mesmas
prerrogativas dos deputados federais (aplicadas as devidas proporções), de maneira que haveria
prerrogativa de foro para eles, com previsão constitucional (implícita).

O STJ possui decisões adotando a segunda corrente, ou seja, considerando que o foro por
prerrogativa de função dos deputados estaduais está previsto na CF/88, pelo princípio da simetria.

A questão é tão controversa que o CESPE chegou a dar a afirmativa como ERRADA no gabarito
preliminar, mas voltou atrás e passou a entender que está correta.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

24. (CESPE – 2013 – TJ-DF – ANALISTA JUDICIÁRIO) No que se refere a competência, sujeitos
processuais, provas, medidas cautelares e recursos, julgue os itens a seguir.
O querelante pode escolher ajuizar queixa-crime no foro do domicílio do réu, ainda que conhecido
o lugar da infração.

COMENTÁRIOS

Questão polêmica! O CESPE entendeu como correta, tendo como base o art. 73 do CPP:

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Contudo, este dispositivo só se aplica às ações penais privadas. Não se aplica, portanto, à ação
penal privada subsidiária da pública (em que também há querelante). Desta maneira, o item estaria
errado.

Assim, entendo que o item está errado.

Porém, a Banca considerou a AFIRMATIVA COMO CORRETA.

25. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) Na determinação da competência por


conexão ou continência, quando houver concurso entre a jurisdição comum e a especial,
prevalecerá aquela.

COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso, deverá prevalecer a jurisdição especial, conforme art. 78, IV do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

26. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) A junção dos processos, em decorrência de
conexão ou continência, é absoluta.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a junção dos processos pode ser rechaçada pelo Juiz quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo
número de acusados e para não lhes prolongar a prisão cautelar, ou por outro motivo relevante, o
juiz entender conveniente a separação, nos termos do art. 80 do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

27. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) A competência será determinada pela
conexão quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois neste caso teremos continência, e não conexão, nos termos do art. 77, I do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

28. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) Caso um deputado federal cometa um crime
de corrupção e seu comparsa, um delito doloso contra a vida, ambos serão processados e julgados
perante o STF.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o entendimento que tem predominado é no sentido de que, neste caso, a
competência do Júri não prevalece frente à competência do STF para processar e julgar o
deputado, competência esta de foro por prerrogativa de função, por possuírem o mesmo status
constitucional. Contudo, entende-se que esta competência do júri prevalece sobre as regras legais
(e, portanto, infraconstitucionais) de fixação da competência por conexão (que seria o caso), de
forma que o corréu não seria julgado pelo STF, ocorrendo a separação dos processos e seu
julgamento pelo Tribunal do Júri. Vejamos:

(...) 2. Em caso de co-autoria em crime doloso contra a vida, o privilégio de foro


ostentado por um dos agentes, porque desembargador, não atrai para
competência do Superior Tribunal de Justiça o julgamento do outro envolvido,
que deve ser julgado pelo Tribunal do Júri, seu juiz natural. Precedentes do STF e
do STJ.

3. O reconhecimento da competência do Tribunal do Júri para processar e julgar


a reclamante não prescinde da prévia desconstituição da competência até então
prorrogada e preventa deste Superior Tribunal de Justiça em decorrência de
anterior deferimento de quebra dos sigilos bancário e telefônico dos acusados,
que não podia ser ignorada nem pelo Ministério Público, nem pelo Juízo do
primeiro grau, nos seus efeitos jurídico-processuais.

(...)

(Rcl 2.125/CE, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, CORTE ESPECIAL, julgado


em 03/12/2008, DJe 05/02/2009)

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

29. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) Se um deputado federal cometer um crime
doloso contra a vida, ele terá de ser julgado pelo STF, em detrimento do tribunal do júri.

COMENTÁRIOS

O item está correto pois, neste caso, prevalece a competência de foro por prerrogativa de função,
uma vez que está prevista na Constituição Federal. Vejamos o entendimento sumulado do STF:

Súmula 721

A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DO JÚRI PREVALECE


SOBRE O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ESTABELECIDO
EXCLUSIVAMENTE PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.


30. (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) Acerca do inquérito policial, da ação penal e da
competência, julgue os próximos itens.
Em caso de conexão ou continência, é facultativa a separação dos processos caso os crimes tenham
sido cometidos em tempo e lugares diferentes.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois é a exata previsão do art. 80 do CPP:

Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando
pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória,
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

31. (CESPE – 2011 – PC-ES – DELEGADO DE POLÍCIA) Em caso de crime continuado e,


também, de infração permanente, praticado em território de duas ou mais jurisdições, a
competência processual penal será definida pela prevenção.

COMENTÁRIOS

Item correto. Neste caso, a competência será firmada pela prevenção, já que ambos serão
considerados competentes para o julgamento da demanda, nos termos do art. 71 do CPP:

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em


território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

32. (CESPE – 2010 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO) Júlio e Lauro foram denunciados, em
processos distintos, pela prática da mesma infração penal. Nessa situação, a continência pode ser
reconhecida em qualquer fase da persecução penal, ainda que um dos processos esteja em sede
recursal ou, ainda, na fase de execução penal.

COMENTÁRIOS

Aqui temos continência, nos termos do art. 77, I do CPP. Contudo, não poderá haver a reunião de
processos quando um deles já estiver em fase de execução penal, pois já possuirá sentença
definitiva, nos termos do art. 82 do CPP:
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva.
Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
soma ou de unificação das penas.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

33. (CESPE – 2010 – PGM-RR – PROCURADOR) Não sendo conhecido o lugar da infração, a
competência será firmada pelo domicílio da vítima.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois, neste caso, a competência será determinada pelo local de domicílio ou
residência do réu:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

34. (CESPE – 2010 – PGM-RR – PROCURADOR) Caso um prefeito municipal cometa crimes
contra bens, interesses ou serviços da União, ele somente poderá ser processado criminalmente
mediante ação penal instaurada no tribunal de justiça do estado.

COMENTÁRIOS

O prefeito, neste caso, será julgado perante o TRF, pois será compatibilizada a competência de
foro por prerrogativa de função afeta ao TJ com a competência ratione materiae da Justiça Federal,
de forma que o Prefeito será julgado pelo órgão de segunda instância (foro por prerrogativa de
função) da Justiça Federal (ratione materiae), nos termos do art. 29, X e 109, IV da CRFB/88,
respectivamente.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

35. (CESPE – 2010 – PGM-RR – PROCURADOR) A competência territorial é relativa; não alegada
no momento oportuno, ocorre a preclusão. Por conseguinte, ela é prorrogável.

COMENTÁRIOS

Item correto. A competência territorial é considerada pela Doutrina como relativa, ou seja, se não
for alegada a eventual incompetência territorial do Juízo no momento oportuno, ocorrerá a
preclusão, não podendo mais ser arguida, de forma que a competência irá “prorrogar-se” nas
mãos do Juízo originalmente incompetente.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

36. (CESPE – 2010 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A incompetência do juízo anula somente
os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz
competente.

COMENTÁRIOS

Item correto. Vejamos a redação do art. 567 do CPP:

Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o


processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

Frise-se, apenas a título de registro, que o STJ entende que a nulidade dos atos decisórios somente
se aplica no caso de nulidade absoluta. No caso de nulidade relativa os atos decisórios poderiam
ser ratificados pelo Juízo competente:

“(...) O § 1º do artigo 108 do Código de Processo Penal, estabelece que se a


exceção de incompetência for aceita, "o feito será remetido ao juízo competente
onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá".

2. Por sua vez, o artigo 567 da Lei Penal adjetiva preceitua que "a incompetência
do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for
declarada a nulidade, ser remetido ao juízo competente".

3. Da leitura dos dispositivos legais em apreço, observa-se que em caso de


incompetência relativa, o Juízo competente deve confirmar os atos decisórios
proferidos, para que se revistam de legalidade.

(...)”

(HC 185.407/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em


12/03/2013, DJe 26/03/2013)

Mais: Mesmo em se tratando de atos decisórios, é possível a ratificação, desde que não se trate
de ato decisório “meritório” (sentença):

2. Inexiste nulidade a ser declarada, pois os atos eram de caráter instrutório e não
decisório, tendo sido ratificados posteriormente, pelo juízo competente.
3. Nos termos da jurisprudência desta Corte, a modificação da competência não
invalida automaticamente a prova regularmente produzida. Destarte, constatada a
incompetência absoluta, os autos devem ser remetidos ao juízo competente, que
pode ratificar ou não os atos já praticados.

4. Não se verifica qualquer nulidade na ratificação de atos decisórios não


meritórios, como no caso, pois a ratificação consiste na validação desses atos pelo
juízo competente, mormente quando não demonstrado qualquer prejuízo, uma
vez que o processo seguiu seus trâmites normais e a pronúncia foi proferida pelo
juízo competente.

5. Recurso Especial a que se nega provimento.

(REsp 1453601/AL, Rel. Ministro WALTER DE ALMEIDA GUILHERME


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), QUINTA TURMA, julgado em
05/02/2015, DJe 12/02/2015)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

37. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO) Cláudio, maior e capaz, residente e domiciliado em
Goiânia – GO, praticou determinado crime, para o qual é prevista ação penal privada, em Anápolis
– GO. A vítima do crime, Artur, maior e capaz, é residente e domiciliada em Mineiros – GO.
Nessa situação hipotética, considerando-se o disposto no Código de Processo Penal, o foro
competente para processar e julgar eventual ação privada proposta por Artur contra Cláudio será
a) Anápolis – GO ou Goiânia – GO.
b) Goiânia – GO ou Mineiros – GO.
c) Goiânia – GO, exclusivamente.
d) Anápolis – GO, exclusivamente.
e) Mineiros – GO, exclusivamente.

COMENTÁRIOS

Em se tratando de crime de exclusiva ação privada, o querelante pode optar pelo local da
consumação do delito ou pelo local do domicílio ou residência do querelado. Esta é a previsão
contida nos arts. 72 e 73 do CPP:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.

(...)
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Neste caso, portanto, o querelante pode optar pelas comarcas de Anápolis-GO e Goiânia-GO.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

38. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) Segundo entendimento do STJ, é de


competência da justiça estadual processar e julgar crime contra funcionário público federal,
estando ou não este no exercício da função.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois em se tratando de funcionário público FEDERAL no exercício da função, há


interesse direto da União, de forma que a competência será da Justiça Federal, nos termos do
art. 109, IV da CF/88.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

39. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) A competência para julgar prefeito
municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante o órgão federal será dos juízes
federais da seção judiciária da localidade em que o prefeito exercer ou tiver exercido o mandato.

COMENTÁRIOS

A competência, nesse caso, é da Justiça Federal. Vejamos a súmula 208 do STJ:

COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR E JULGAR PREFEITO


MUNICIPAL POR DESVIO DE VERBA SUJEITA A PRESTAÇÃO DE CONTAS
PERANTE ORGÃO FEDERAL.

Em se tratando de competência da Justiça Federal, a competência para processar e julgar o


prefeito municipal será do Tribunal Regional Federal da respectiva região (súmula 702 do STF).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

40. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) A competência para julgar governador
de estado que, no exercício do mandato, cometa crime doloso contra a vida será do tribunal do
júri da unidade da Federação na qual aquela autoridade tenha sido eleita para o exercício do cargo
público.

COMENTÁRIOS
Embora o tribunal do júri possua competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos
contra a vida, tal competência fica afastada quando o acusado possui foro por prerrogativa de
função estabelecido na própria Constituição Federal (caso dos Governadores, que são julgados
pelo STJ).

Nesse caso, prevalece a competência por prerrogativa de foro, conforme súmula vinculante 45:

Súmula Vinculante 45 - “A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição Estadual.”

Como se vê, se a competência de foro por prerrogativa de função está prevista apenas na
Constituição ESTADUAL, prevalecerá a competência do Júri.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

41. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) A competência para processar e julgar
crime de roubo que resulte em morte da vítima será do tribunal do júri da localidade em que
ocorrer o fato criminoso.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o latrocínio (roubo com resultado morte) é um crime contra o patrimônio, e não
um crime doloso contra a vida.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

42. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) No Estado brasileiro, a jurisdição penal
pode ser exercida pelo STF, e em todos os graus de jurisdição das justiças militar e eleitoral, e das
justiças comuns estadual e federal, dentro do limite da competência fixada por lei.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois a jurisdição penal é exercida pelo STF e pelas justiças comum (estadual e
federal) e especializada (militar e eleitoral), não havendo competência criminal outorgada à Justiça
do Trabalho.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.


43. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) Conexão e continência são institutos que
autorizam a prorrogação da competência, possibilitando que esta seja definida em desacordo com
as regras abstratas baseadas no lugar do crime, domicílio do réu, natureza da infração ou
distribuição.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois a conexão e a continência são institutos que fazem com que a competência
para o processo e julgamento de determinado delito seja deslocada em razão de alguns fatores
externos (interdependência entre as infrações penais, concurso de pessoas, etc.).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

44. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) A competência ratione loci, que se refere
ao local da consumação do crime, deriva da legislação infraconstitucional e é de natureza absoluta,
não podendo ser prorrogada nem reconhecida de ofício pelo juiz.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a competência territorial possui natureza relativa, ou seja, não sendo impugnada
no momento oportuno, considera-se “prorrogada”, ou seja, o Juiz originalmente incompetente
passa a ser competente para julgar aquele processo.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

45. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) O princípio do juiz natural determina que
a ação penal deverá ser julgada pelo juiz que primeiro tiver tomado conhecimento do fato.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o princípio do Juiz natural determina, apenas que a competência para o
processo e julgamento de determinada infração penal deve estar previamente estabelecida de
acordo com regras abstratas de definição da competência, sendo vedada a atribuição casuística
de competência, bem como a criação de tribunais de exceção.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

46. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Na hipótese de um crime de latrocínio em


que haja conexão com um crime de tentativa de homicídio, deve haver a reunião de processos em
um só juízo, e preponderará a competência do juízo ao qual esteja associado o crime cominado
com pena mais grave, no caso o de latrocínio.

COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso, deverá prevalecer a jurisdição especial do Tribunal do Júri, conforme
art. 78, I do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

47. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Nos crimes culposos contra a vida em que os
atos de execução ocorram em um lugar e a consumação, em outro, excepcionalmente adota-se a
teoria da atividade, e a competência para julgar o fato será do juízo do local dos atos executórios.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois o STJ possui entendimento no sentido de que, para fins de facilitação da
atividade instrutória, a competência territorial nos crimes contra a vida (dolosos ou culposos) é
definida de acordo como local da prática dos atos executórios (teoria da atividade).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

48. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) É da competência da justiça estadual o


processo dos réus acusados pelo crime de redução à condição análoga à de escravo, porque a
conduta criminosa atinge a liberdade individual de homem específico, não caracterizando violação
a interesse da União.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a competência, neste caso, é da Justiça Federal. O STF e o STJ possuem
entendimento pacífico no sentido de que a competência será da Justiça Federal, eis que o delito
ofende gravemente a organização do trabalho, eis que, dentre outras coisas, há violação flagrante
à dignidade da pessoa humana em relação de trabalho (RE 459510).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

49. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) A competência pela prevenção se dá quando,
concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles
anteceda aos outros ao determinar a citação do réu.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a competência pela prevenção se dá quando “concorrendo dois ou mais juízes
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na
prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao
oferecimento da denúncia ou da queixa”, nos termos do art. 83 do CPP.
Quando o Juiz determina a citação, já houve definição da competência pela distribuição do
processo, e não pela prevenção.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

50. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Os crimes contra a honra da vítima quando
praticados pelas redes sociais da Internet são da competência exclusiva da justiça federal.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tais delitos só serão da competência da Justiça Federal quando ofenderem
bens, interesses ou serviços da União, suas autarquias, etc., na forma do art. 109, IV da CF/88, ou
quando houver qualquer outra situação que desloque a competência para a Justiça Federal.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

51. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Prefeito municipal do estado do Rio Grande do Sul que cometa o delito de porte ilegal de arma
em cidade do estado de São Paulo será processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o prefeito deverá ser julgado pelo TJ-RS, que é o Tribunal de Justiça do local
em que exerce seu mandato, nos termos do art. 29, X da CF/88.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

52. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Parlamentar estadual que cometa crime contra bens e interesses da União deverá ser processado
e julgado pelo tribunal de justiça com jurisdição no local do delito.

COMENTÁRIOS

O parlamentar, neste caso, deverá ser processado e julgado pelo TRF local, e não pelo TJ local,
por se tratar de crime da competência da Justiça Federal (analogia à súmula 702 do STF).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

53. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Prefeito municipal que cometa homicídio doloso será processado e julgado pelo tribunal de justiça
local, e não pelo tribunal do júri.
COMENTÁRIOS

Embora o tribunal do júri possua competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos
contra a vida, tal competência fica afastada quando o acusado possui foro por prerrogativa de
função estabelecido na própria Constituição Federal (como é o caso dos prefeitos, nos termos do
art. 29, X da CF/88).

Nesse caso, prevalece a competência de foro por prerrogativa de função, conforme súmula
vinculante 45:

Súmula Vinculante 45 - “A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição Estadual.”

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

54. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Ocorrerá a separação de processos quando um parlamentar federal praticar homicídio doloso em
concurso com outro parlamentar estadual, pois, no caso deste, o foro especial é estabelecido pela
Constituição estadual.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois, apesar de a separação ser necessária neste caso, já que um tem foro por
prerrogativa de função no STF e o outro perante o TJ local, a separação se dá para preservar
ambas as competências funcionais, e não por que o foro especial do parlamentar estadual está
previsto apenas na Constituição Estadual, já que segundo a Doutrina majoritária, os parlamentares
estaduais possuem foro por prerrogativa de função previsto na CF/88 (princípio da simetria).

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

55. (CESPE – 2015 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) Um servidor público, concursado e


estável, praticou crime de corrupção passiva e foi condenado definitivamente ao cumprimento de
pena privativa de liberdade de seis anos de reclusão, em regime semiaberto, bem como ao
pagamento de multa.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Na hipótese em apreço, a competência seria da justiça federal, caso o servidor público fosse
integrante da administração pública federal e o crime cometido tivesse nexo funcional com o cargo
ocupado.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois em se tratando de funcionário público FEDERAL no exercício da função, há


interesse direto da União, de forma que a competência será da Justiça Federal, nos termos do
art. 109, IV da CF/88.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

56. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA LEGISLATIVO) Acerca dos
juizados especiais criminais, do processo de responsabilidade administrativa, civil e penal nos casos
de abuso de autoridade, do processo dos crimes ambientais e da interceptação de comunicações
telefônicas, julgue o item a seguir.
O policial militar que, em serviço, praticar crime de abuso de autoridade será julgado pela justiça
militar.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a competência para processar e julgar militar pela prática de crime de abuso de
autoridade, ainda quando praticado em serviço, é da justiça comum, nos termos da súmula 172
do STJ:

Súmula 172 do STJ – “Compete à justiça comum processar e julgar militar por
crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

57. (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) Considere que Cássio, jogador de futebol
residente na cidade de Montes Claros — MG, tenha declarado, em entrevista a jornais de
circulação local no município de Governador Valadares — MG, que Emílio, árbitro de futebol,
recebia dinheiro de agremiações para influenciar os resultados das partidas que arbitrava. Nessa
situação hipotética, caso Emílio se considere caluniado e decida defender seus direitos na esfera
criminal, ele poderá optar por propor a queixa-crime no foro de Montes Claros — MG.

COMENTÁRIOS
O item está correto, pois o querelante pode optar por ajuizar a ação penal no foro do domicílio do
querelado. Esta é a previsão contida nos arts. 72 e 73 do CPP:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.

(...)

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

58. (CESPE – 2013 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Acerca da competência, da coisa julgada
e dos recursos no processo penal, julgue os itens a seguir à luz do entendimento dos tribunais
superiores e da doutrina majoritária.
Aos juízes federais compete processar e julgar, nos casos determinados por lei, os crimes contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 109, VI da CF/88:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...) VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por


lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

59. (CESPE – 2013 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Acerca da competência, da coisa julgada
e dos recursos no processo penal, julgue os itens a seguir à luz do entendimento dos tribunais
superiores e da doutrina majoritária.
A competência da justiça federal para processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho
alcança os delitos referentes a direitos individuais, e não, a direitos que visem a toda uma categoria
de trabalhadores.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois para o STJ, a competência será, a princípio, da Justiça estadual, salvo se ficar
comprovado que houve:
(i) violação a direito dos trabalhadores, considerados coletivamente; ou

(ii) violação à organização geral do trabalho.

Segundo o STJ, a mera violação aos direitos de um ou alguns trabalhadores não desloca a
competência para a Justiça Federal. Resumidamente, para o STJ, só haverá competência da Justiça
Federal quando a conduta configurar lesão ao sistema de órgãos e instituições destinadas a
preservar a coletividade trabalhista.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

60. (CESPE – 2013 – TJ-BA – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Nos casos de exclusiva ação
privada, quando conhecido o lugar da infração, o querelante não poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu.

COMENTÁRIOS

O item está errado, pois o querelante pode optar por ajuizar a ação penal no foro do domicílio do
querelado, nos casos de exclusiva ação privada. Esta é a previsão contida nos arts. 72 e 73 do CPP:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.

(...)

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

61. (CESPE – 2013 – TJ-BA – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A conexão e a continência


importarão na unidade de processo e julgamento, mesmo no concurso entre a jurisdição comum
e a militar.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a conexão e a continência importarão na unidade de processo e julgamento


como REGRA, mas há exceções. Uma destas exceções é o concurso entre a jurisdição comum e a
militar. Neste caso, deverá ocorrer a separação obrigatória dos processos, nos termos do art. 79, I
do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.


62. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Não sendo conhecido o local
da infração praticada no território nacional, a competência será regulada pelo domicílio ou pela
residência da vítima.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois neste caso a competência será determinada pelo local domicílio ou residência
do réu, nos termos do art. 72 do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

63. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A competência para o processo
de acusado de conduta classificada como contravenção penal contra bens da União é da justiça
federal.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a justiça federal não possui competência para o processo e julgamento de
contravenções penais, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

64. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Compete à justiça estadual o
julgamento dos acusados da prática de contravenções penais, ainda que praticadas em desfavor
da União, de suas autarquias ou empresas públicas, salvo se houver conexão entre a prática da
contravenção penal e a prática de delitos cujo agente deva ser julgado pela justiça federal, a quem
caberá o julgamento de ambos os fatos.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a justiça federal não possui competência para o processo e julgamento de
contravenções penais, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal. Havendo conexão entre
contravenção penal e crime da competência da Justiça Federal, deverá ser realizada a separação
dos processos.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

65. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A competência do tribunal do


júri prevista na CF prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
em constituição estadual.

COMENTÁRIOS
Embora o tribunal do júri possua competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos
contra a vida, tal competência fica afastada quando o acusado possui foro por prerrogativa de
função estabelecido na própria Constituição Federal.

Nesse caso, prevalece a competência de foro por prerrogativa de função, conforme súmula
vinculante 45:

Súmula Vinculante 45 - “A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição Estadual.”

Como se vê, se a competência de foro por prerrogativa de função está prevista apenas na
Constituição ESTADUAL, prevalecerá a competência do Júri.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

66. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Compete à justiça militar
processar e julgar militar pela prática, em serviço, do crime de abuso de autoridade.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a competência para processar e julgar militar pela prática de crime de abuso de
autoridade, ainda quando praticado em serviço, é da justiça comum, nos termos da súmula 172
do STJ:

Súmula 172 do STJ – “Compete à justiça comum processar e julgar militar por
crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

67. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) Compete à Justiça federal
processar e julgar os acusados da prática de crimes de lavagem de dinheiro, uma vez que a
repressão a esses crimes é imposta por tratado internacional.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o simples fato de se tratar de crime de lavagem de capitais não atrai a
competência da Justiça Federal. Tal crime só será da competência da Justiça Federal quando
praticado contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens,
serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas ou quando
a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal, nos termos do art. 2º, III da
Lei 9.613/98.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

68. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) A conexão e a continência implicam a reunião
dos processos e atingem os processos que estiverem com sentença prolatada, salvo se, em relação
a algum corréu, sobrevier doença mental posterior à infração penal ou se houver corréu foragido
que não possa ser julgado à revelia.

COMENTÁRIOS

Item errado. A conexão e a continência implicam, como regra, a reunião dos processos. Nos casos
de superveniência de doença mental a algum dos corréus ou no caso de corréu foragido que não
possa ser julgado à revelia (ex.: art. 366 do CPP), a separação dos processos será obrigatória, nos
termos do art. 79, §§1º e 2º do CPP.

Todavia, se já foram instaurados processos diversos, perante juízos diversos, e já houve sentença
prolatada em alguns deles, não será possível a reunião dos processos, nos termos do art. 82 do
CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

69. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Determina-se a competência pela continência,
caso se caracterize, nos termos do CPP, concurso formal de crimes, aberractio ictus e aberractio
criminis.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois nos casos de concurso formal de crimes, aberractio ictus e aberractio criminis, a
competência será definida pela continência, nos termos do art. 77, II do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

70. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Caracteriza-se como conexão intersubjetiva
por simultaneidade a prática de diversas infrações penais, perpetradas por diversas pessoas, umas
contra as outras.

COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso teremos conexão intersubjetiva por reciprocidade, prevista no art. 76,
I do CPP:

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo


tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

71. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) A competência é definida pelo lugar em que
ocorreu a infração cominada com a pena mais grave. Caso o limite territorial entre duas ou mais
jurisdições seja incerto ou a jurisdição seja incerta, por ter sido o crime consumado ou tentado nas
divisas de duas ou mais jurisdições, prevalece o lugar em que ocorreu o maior número de infrações,
independentemente da regra de conexão ou continência.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois como regra a competência é definida pelo local em que se consumar a infração,
nos termos do art. 70 do CPP.

Caso o limite territorial entre duas ou mais jurisdições seja incerto ou a jurisdição seja incerta, por
ter sido o crime consumado ou tentado nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência
deverá se firmar pela prevenção, nos termos do art. 70, §3º do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

72. (CESPE – 2013 – TJDFT – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O querelante pode
escolher ajuizar queixa-crime no foro do domicílio do réu, ainda que conhecido o lugar da infração.

COMENTÁRIOS

O item está correto, pois o querelante pode optar por ajuizar a ação penal no foro do domicílio do
querelado. Esta é a previsão contida nos arts. 72 e 73 do CPP:

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.

(...)

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

73. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Será da competência da justiça
federal processar e julgar os acusados da prática de crimes em detrimento de sociedade de
economia mista.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois os crimes praticados em detrimento de sociedade de economia mista não são
da competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV da CF/88.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

74. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O vereador que praticar crime
doloso contra a vida será processado e julgado no tribunal do júri, não se aplicando, nesse caso,
o foro especial estabelecido em Constituição estadual.

COMENTÁRIOS

A súmula vinculante 45 assim dispõe:

Súmula Vinculante 45 - “A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição Estadual.”

Como se vê, se a competência de foro por prerrogativa de função está prevista apenas na
Constituição ESTADUAL, prevalecerá a competência do Júri. No caso dos vereadores, a
competência de foro por prerrogativa de função NÃO está prevista na CF/88, motivo pelo qual
devem ser julgados pelo Tribunal do Júri.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

75. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O prefeito que praticar crime
eleitoral será processado pelo tribunal de justiça do estado onde se localize o município em que
ele exerça sua função, ainda que o fato tenha ocorrido em outro estado.

COMENTÁRIOS
Embora os prefeitos possuam prerrogativa de foro para serem julgados perante o TJ local, no caso
de se tratar de crime de competência da justiça especializada, caberá ao respectivo órgão de
segunda instância o julgamento (TRE ou TRF, a depender do caso), nos termos da súmula 702 do
STF.

Vejamos:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

(...)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso


VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

[...]

SÚMULA 702 DO STF

A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA JULGAR PREFEITOS


RESTRINGE-SE AOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM
ESTADUAL; NOS DEMAIS CASOS, A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA CABERÁ AO
RESPECTIVO TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

76. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A inobservância da competência


pela prevenção será causa de nulidade absoluta.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a inobservância da competência pela prevenção é causa de nulidade relativa, nos
termos da súmula 706 do STF:

Súmula 706 do STF - “É relativa a nulidade decorrente da inobservância da


competência penal por prevenção.”

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

77. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O prefeito que desviar verba
pública federal será processado perante o foro especial estadual.
COMENTÁRIOS

A competência, nesse caso, é da Justiça Federal. Vejamos a súmula 208 do STJ:

COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR E JULGAR PREFEITO


MUNICIPAL POR DESVIO DE VERBA SUJEITA A PRESTAÇÃO DE CONTAS
PERANTE ORGÃO FEDERAL.

Em se tratando de competência da Justiça Federal, a competência para processar e julgar o


prefeito municipal será do Tribunal Regional Federal da respectiva região (súmula 702 do STF).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

78. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Deputada federal que
cometeu infanticídio deverá ser processada e julgada perante o STF, por tratar-se de crime doloso
contra a vida.

COMENTÁRIOS

Embora o tribunal do júri possua competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos
contra a vida (como o infanticídio), tal competência fica afastada quando o acusado possui foro por
prerrogativa de função estabelecido na própria Constituição Federal (caso dos deputados federais).

Nesse caso, prevalece a competência de foro por prerrogativa de função, conforme súmula
vinculante 45:

Súmula Vinculante 45 - “A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição Estadual.”

Todavia, a questão possui uma redação MUITO ruim, pois a competência do STF não se dá “por
tratar-se de crime doloso contra a vida”. Caberia anulação da questão.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

79. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Deputado estadual que
cometeu homicídio qualificado pela crueldade deverá ser processado e julgado perante o
respectivo tribunal de justiça do estado, em consideração à prerrogativa infraconstitucional.
COMENTÁRIOS

Embora o tribunal do júri possua competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos
contra a vida (como o homicídio), tal competência fica afastada quando o acusado possui foro por
prerrogativa de função estabelecido na própria Constituição Federal (caso dos deputados federais).

Nesse caso, prevalece a competência de foro por prerrogativa de função, conforme súmula
vinculante 45:

Súmula Vinculante 45 - “A competência constitucional do Tribunal do Júri


prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição Estadual.”

Os deputados estaduais não possuem prerrogativa de foro EXPRESSAMENTE prevista na


Constituição Federal, logo, deveria prevalecer a competência do Júri.

Contudo, sustenta-se que, pelo princípio da simetria, os deputados estaduais possuem as mesmas
prerrogativas dos deputados federais (aplicadas as devidas proporções), de maneira que haveria
prerrogativa de foro para eles, com previsão constitucional (implícita).

Assim, é errado dizer que a competência do TJ local se dará “em consideração à prerrogativa
infraconstitucional”, pois a prerrogativa, aqui, é CONSTITUCIONAL.

Ademais, é importante destacar que o STF restringiu o foro privilegiado, entendendo que o foro
por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF – AP 937). Assim, hoje a questão fica parcialmente
prejudicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

80. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Membro de ministério


público estadual que cometeu crime de peculato deverá ser processado e julgado por juiz de 1.º
grau, exceto se, na respectiva constituição estadual, essas ações sejam de competência do tribunal
de justiça.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois os membros do MP possuem prerrogativa de foro prevista na Constituição, sendo
de competência dos Tribunais de Justiça dos estados procederem ao processo e julgamento dos
membros do MP, nos termos do art. 96, III da Constituição Federal.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.


81. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Juiz de direito que cometeu
crime de abuso de autoridade durante sua atuação em vara criminal deverá ser processado e
julgado perante o Superior Tribunal de Justiça.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois os Juízes Direito de primeira instância possuem prerrogativa de foro prevista na
Constituição, sendo de competência dos Tribunais de Justiça ao qual estão vinculados o processo
e julgamento dos crimes por eles praticados, nos termos do art. 96, III da Constituição Federal.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

82. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Governador que cometeu
estelionato deverá ser processado e julgado perante o STF, em face de exercer função
constitucional.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o Governador, neste caso, deverá ser processado e julgado pelo STJ, nos termos
do art. 105, I, “a” da CF/88.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

83. (CESPE – 2012 – TJ-RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) Se


duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração penal, a competência deve ser definida
pela continência.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois neste caso teremos o fenômeno da continência por cumulação subjetiva, nos
termos do art. 77, I do CPP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

84. (CESPE – 2012 – TJ-RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA)


Caso uma infração continuada ou permanente seja praticada em território de duas ou mais
jurisdições, a competência deve ser definida pela natureza da infração.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois neste caso a competência será firmada pela prevenção, nos termos do art. 71 do
CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

85. (CESPE – 2012 – TJ-RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA)


Tanto nas ações penais privadas como nas públicas, cabe ao autor escolher o foro de domicílio ou
da residência do réu, ainda que seja conhecido o local da infração.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois, embora o art. 73 do CPP estabeleça a possibilidade de o querelante escolher o
foro do domicílio do réu, mesmo quando conhecido o lugar da infração, isso só se aplica às ações
de EXCLUSIVA AÇÃO PRIVADA, não se aplicando às ações penais públicas e às ações penais
privadas subsidiárias das públicas.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.


EXERCÍCIOS PARA PRATICAR – JURISDIÇÃO E
COMPETÊNCIA

01. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Verificada a reunião
dos processos por conexão ou continência, o juiz ou o tribunal que proferir sentença que
desclassifique a infração para outra que não se inclua em sua competência própria perderá a
competência em relação aos demais processos.
02. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Situação hipotética:
Caio, prefeito municipal, responde a ação penal pelo desvio, em proveito próprio, de verba
destinada pelo Ministério da Educaçao ̃ à construção de escolas no município. Assertiva: Nessa
situação, o TRF local é o órgão jurisdicional competente para o julgamento do crime cometido por
Caio, porque se trata de infração praticada em detrimento de bem da União.

03. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Sentença prolatada
por juiz territorialmente incompetente é ato jurídico nulo, razão pela qual o seu trânsito em julgado
não impede que o acusado seja processado novamente, pela mesma imputação, em juízo
competente, salvo se tiver sido anteriormente absolvido.

04. (CESPE – 2017 – TRF1 – OFICIAL DE JUSTIÇA) José, vereador do município de Luziânia –
GO, foi denunciado pela prática de crime doloso contra a vida praticado contra Antônio, policial
rodoviário federal que, no momento do crime, se encontrava no exercício de suas funções em
Brasília – DF.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.
A competência para processar e julgar José é, em regra, do tribunal do júri federal situado em
Brasília – DF, porém, caso exista previsão de foro por prerrogativa de função para vereadores,
estabelecido exclusivamente na Constituição estadual, a competência será do TRF da 1.a Região.
05. (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) José foi denunciado pela prática de homicídio
doloso contra Carlos, em Brasília. A vítima era policial federal e estava investigando crime de
falsificação de moeda que teria sido praticado por José em Goiânia. O juiz determinou a citação
de José por edital, devido ao fato de ele não ter sido encontrado no endereço que constava dos
autos.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

1
A competência para processar e julgar José será do tribunal do júri federal do DF.
06. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) Em se tratando de crime permanente praticado
em território de duas ou mais jurisdições, a competência será firmada pela residência do réu.

07. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) A justiça federal deverá julgar os casos de
contravenção praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União.

08. (CESPE – 2015 – TJDFT – JUIZ – ADAPTADA) Roberto importou do exterior, para venda,
grande quantidade de equipamentos eletroeletrônicos. Ele não declarou esses bens à aduana
brasileira nem recolheu os tributos que seriam devidos. Antes de chegar a Brasília, destino final,
seu voo fez escalas em São Paulo e Goiânia. Nessa situação, havendo a apreensão da mercadoria
em Brasília, competirá à justiça federal do DF processar e julgar a ação.

09. (CESPE – 2012 – MPE-TO – PROMOTOR – ADAPTADA) Será do tribunal do júri a


competência para o processo e o julgamento de membro do MP acusado de praticar crime doloso
contra a vida.

10. (CESPE – 2012 – MPE-TO – PROMOTOR – ADAPTADA) No caso de ação penal privada,
prevalece, no processo penal, a competência de foro, sendo preponderante o interesse do
querelante quando se trata da distribuição territorial da competência.

11. (CESPE – 2012 – MPE-TO – PROMOTOR – ADAPTADA) Não consubstanciam transgressão


ao princípio do juiz natural as regras que estabelecem a competência originária dos tribunais para
o processo e o julgamento de determinadas pessoas em razão de prerrogativa de função.

12. (CESPE – 2011 – TJ-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Caso diversas
infrações sejam praticadas por diversas pessoas, umas contra as outras, configurar-se-á conexão
intersubjetiva por reciprocidade.

13. (CESPE – 2011 – TRE-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O tribunal de justiça
não tem competência para julgar prefeito municipal pela prática de crime eleitoral.

14. (CESPE – 2011 – TRE-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O tribunal do júri é
competente para julgar promotor de justiça que comete crime doloso contra a vida, consumado
ou tentado.

15. (CESPE – 2011 – TRE-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Conforme


entendimento sumulado do STF, quando o foro por prerrogativa de função for estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual, prevalecerá o juízo natural previsto na CF, ou seja, a
competência do tribunal do júri, para os crimes dolosos contra a vida, por exemplo.

16. (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Admite-se a fixação da competência


ratione loci pelo domicílio ou pela residência do réu quando não for conhecido o lugar da infração
ou nos casos de exclusiva ação privada, em que o querelante poderá preferir o foro do domicílio
ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

2
17. (CESPE – 2012 – TRE-RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A competência será
determinada pela prevenção se houver dois ou mais juízes competentes e um deles tiver
antecedido aos outros na prática de alguma medida relativa ao processo, ainda que em fase
anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa.

18. (CESPE – 2012 – PC-CE – INSPETOR) Considere que a agência dos Correios de determinado
bairro de Fortaleza – CE, que funciona em prédio próprio da ECT, tenha sido assaltada por agentes
armados, que roubaram a quantia de R$ 500,00. Nesse caso, a competência para processar e julgar
eventual ação penal será da justiça federal.

19. (CESPE – 2012 – PC-CE – INSPETOR) Considere que um agente tenha sido surpreendido
por inspetores civis, na cidade de Fortaleza – CE, com mercadorias que adentraram no Brasil, por
meio de contrabando, pela cidade de Foz do Iguaçu – PR. Nesse caso, a competência da justiça
federal será determinada pelo local de entrada dos produtos, e não pelo local da apreensão.

20. (CESPE – 2013 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Compete à justiça federal
processar e julgar a contravenção penal praticada em detrimento de bens e serviços da União.

21. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Em se tratando de ações penais privadas,
prevalece, no processo penal, a competência de foro, com preponderância do interesse do
queixoso no que diz respeito à distribuição territorial da competência.

22. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Uma quadrilha, em determinado lapso
temporal, realizou, em larga escala, diversos roubos de cargas e valores transportados por
empresas privadas em inúmeras operações interestaduais, o que ensejou a atuação da Polícia
Federal na coordenação das investigações e a instauração do competente inquérito policial. Nessa
situação hipotética, findo o procedimento policial, os autos deverão ser remetidos à justiça
estadual, pois a atuação da Polícia Federal não transfere à justiça federal a competência para
processar e julgar o crime.

23. (CESPE – 2013 – MPU – ANALISTA – DIREITO) Deputado estadual que pratique crime
doloso contra a vida deve ser julgado, dada a prerrogativa de foro especial, pelo tribunal de justiça
do estado em que tenha sido eleito.

24. (CESPE – 2013 – TJ-DF – ANALISTA JUDICIÁRIO) No que se refere a competência, sujeitos
processuais, provas, medidas cautelares e recursos, julgue os itens a seguir.
O querelante pode escolher ajuizar queixa-crime no foro do domicílio do réu, ainda que conhecido
o lugar da infração.

25. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) Na determinação da competência por


conexão ou continência, quando houver concurso entre a jurisdição comum e a especial,
prevalecerá aquela.

3
26. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) A junção dos processos, em decorrência de
conexão ou continência, é absoluta.

27. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) A competência será determinada pela
conexão quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.

28. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) Caso um deputado federal cometa um crime
de corrupção e seu comparsa, um delito doloso contra a vida, ambos serão processados e julgados
perante o STF.

29. (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA) Se um deputado federal cometer um crime
doloso contra a vida, ele terá de ser julgado pelo STF, em detrimento do tribunal do júri.

30. (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) Acerca do inquérito policial, da ação penal e da
competência, julgue os próximos itens.
Em caso de conexão ou continência, é facultativa a separação dos processos caso os crimes tenham
sido cometidos em tempo e lugares diferentes.

31. (CESPE – 2011 – PC-ES – DELEGADO DE POLÍCIA) Em caso de crime continuado e,


também, de infração permanente, praticado em território de duas ou mais jurisdições, a
competência processual penal será definida pela prevenção.

32. (CESPE – 2010 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO) Júlio e Lauro foram denunciados, em
processos distintos, pela prática da mesma infração penal. Nessa situação, a continência pode ser
reconhecida em qualquer fase da persecução penal, ainda que um dos processos esteja em sede
recursal ou, ainda, na fase de execução penal.

33. (CESPE – 2010 – PGM-RR – PROCURADOR) Não sendo conhecido o lugar da infração, a
competência será firmada pelo domicílio da vítima.

34. (CESPE – 2010 – PGM-RR – PROCURADOR) Caso um prefeito municipal cometa crimes
contra bens, interesses ou serviços da União, ele somente poderá ser processado criminalmente
mediante ação penal instaurada no tribunal de justiça do estado.

35. (CESPE – 2010 – PGM-RR – PROCURADOR) A competência territorial é relativa; não alegada
no momento oportuno, ocorre a preclusão. Por conseguinte, ela é prorrogável.

36. (CESPE – 2010 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A incompetência do juízo anula somente
os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz
competente.

37. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO) Cláudio, maior e capaz, residente e domiciliado em
Goiânia – GO, praticou determinado crime, para o qual é prevista ação penal privada, em Anápolis
– GO. A vítima do crime, Artur, maior e capaz, é residente e domiciliada em Mineiros – GO.

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Nessa situação hipotética, considerando-se o disposto no Código de Processo Penal, o foro
competente para processar e julgar eventual ação privada proposta por Artur contra Cláudio será
a) Anápolis – GO ou Goiânia – GO.
b) Goiânia – GO ou Mineiros – GO.
c) Goiânia – GO, exclusivamente.
d) Anápolis – GO, exclusivamente.
e) Mineiros – GO, exclusivamente.

38. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) Segundo entendimento do STJ, é de


competência da justiça estadual processar e julgar crime contra funcionário público federal,
estando ou não este no exercício da função.

39. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) A competência para julgar prefeito
municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante o órgão federal será dos juízes
federais da seção judiciária da localidade em que o prefeito exercer ou tiver exercido o mandato.

40. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) A competência para julgar governador
de estado que, no exercício do mandato, cometa crime doloso contra a vida será do tribunal do
júri da unidade da Federação na qual aquela autoridade tenha sido eleita para o exercício do cargo
público.

41. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) A competência para processar e julgar
crime de roubo que resulte em morte da vítima será do tribunal do júri da localidade em que
ocorrer o fato criminoso.

42. (CESPE – 2017 – PC-GO – DELEGADO - ADAPTADA) No Estado brasileiro, a jurisdição penal
pode ser exercida pelo STF, e em todos os graus de jurisdição das justiças militar e eleitoral, e das
justiças comuns estadual e federal, dentro do limite da competência fixada por lei.

43. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) Conexão e continência são institutos que
autorizam a prorrogação da competência, possibilitando que esta seja definida em desacordo com
as regras abstratas baseadas no lugar do crime, domicílio do réu, natureza da infração ou
distribuição.

44. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) A competência ratione loci, que se refere
ao local da consumação do crime, deriva da legislação infraconstitucional e é de natureza absoluta,
não podendo ser prorrogada nem reconhecida de ofício pelo juiz.

45. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) O princípio do juiz natural determina que
a ação penal deverá ser julgada pelo juiz que primeiro tiver tomado conhecimento do fato.

46. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Na hipótese de um crime de latrocínio em


que haja conexão com um crime de tentativa de homicídio, deve haver a reunião de processos em

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um só juízo, e preponderará a competência do juízo ao qual esteja associado o crime cominado
com pena mais grave, no caso o de latrocínio.

47. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Nos crimes culposos contra a vida em que os
atos de execução ocorram em um lugar e a consumação, em outro, excepcionalmente adota-se a
teoria da atividade, e a competência para julgar o fato será do juízo do local dos atos executórios.

48. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) É da competência da justiça estadual o


processo dos réus acusados pelo crime de redução à condição análoga à de escravo, porque a
conduta criminosa atinge a liberdade individual de homem específico, não caracterizando violação
a interesse da União.

49. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) A competência pela prevenção se dá quando,
concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles
anteceda aos outros ao determinar a citação do réu.

50. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Os crimes contra a honra da vítima quando
praticados pelas redes sociais da Internet são da competência exclusiva da justiça federal.

51. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Prefeito municipal do estado do Rio Grande do Sul que cometa o delito de porte ilegal de arma
em cidade do estado de São Paulo será processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo.

52. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Parlamentar estadual que cometa crime contra bens e interesses da União deverá ser processado
e julgado pelo tribunal de justiça com jurisdição no local do delito.

53. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Prefeito municipal que cometa homicídio doloso será processado e julgado pelo tribunal de justiça
local, e não pelo tribunal do júri.

54. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA)


Ocorrerá a separação de processos quando um parlamentar federal praticar homicídio doloso em
concurso com outro parlamentar estadual, pois, no caso deste, o foro especial é estabelecido pela
Constituição estadual.

55. (CESPE – 2015 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) Um servidor público, concursado e


estável, praticou crime de corrupção passiva e foi condenado definitivamente ao cumprimento de
pena privativa de liberdade de seis anos de reclusão, em regime semiaberto, bem como ao
pagamento de multa.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.

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Na hipótese em apreço, a competência seria da justiça federal, caso o servidor público fosse
integrante da administração pública federal e o crime cometido tivesse nexo funcional com o cargo
ocupado.

56. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA LEGISLATIVO) Acerca dos
juizados especiais criminais, do processo de responsabilidade administrativa, civil e penal nos casos
de abuso de autoridade, do processo dos crimes ambientais e da interceptação de comunicações
telefônicas, julgue o item a seguir.
O policial militar que, em serviço, praticar crime de abuso de autoridade será julgado pela justiça
militar.

57. (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) Considere que Cássio, jogador de futebol
residente na cidade de Montes Claros — MG, tenha declarado, em entrevista a jornais de
circulação local no município de Governador Valadares — MG, que Emílio, árbitro de futebol,
recebia dinheiro de agremiações para influenciar os resultados das partidas que arbitrava. Nessa
situação hipotética, caso Emílio se considere caluniado e decida defender seus direitos na esfera
criminal, ele poderá optar por propor a queixa-crime no foro de Montes Claros — MG.

58. (CESPE – 2013 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Acerca da competência, da coisa julgada
e dos recursos no processo penal, julgue os itens a seguir à luz do entendimento dos tribunais
superiores e da doutrina majoritária.
Aos juízes federais compete processar e julgar, nos casos determinados por lei, os crimes contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira.
59. (CESPE – 2013 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Acerca da competência, da coisa julgada
e dos recursos no processo penal, julgue os itens a seguir à luz do entendimento dos tribunais
superiores e da doutrina majoritária.
A competência da justiça federal para processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho
alcança os delitos referentes a direitos individuais, e não, a direitos que visem a toda uma categoria
de trabalhadores.
60. (CESPE – 2013 – TJ-BA – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Nos casos de exclusiva ação
privada, quando conhecido o lugar da infração, o querelante não poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu.

61. (CESPE – 2013 – TJ-BA – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A conexão e a continência


importarão na unidade de processo e julgamento, mesmo no concurso entre a jurisdição comum
e a militar.

62. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Não sendo conhecido o local
da infração praticada no território nacional, a competência será regulada pelo domicílio ou pela
residência da vítima.

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63. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A competência para o processo
de acusado de conduta classificada como contravenção penal contra bens da União é da justiça
federal.

64. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Compete à justiça estadual o
julgamento dos acusados da prática de contravenções penais, ainda que praticadas em desfavor
da União, de suas autarquias ou empresas públicas, salvo se houver conexão entre a prática da
contravenção penal e a prática de delitos cujo agente deva ser julgado pela justiça federal, a quem
caberá o julgamento de ambos os fatos.

65. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A competência do tribunal do


júri prevista na CF prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
em constituição estadual.

66. (CESPE – 2013 – TJ-ES – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Compete à justiça militar
processar e julgar militar pela prática, em serviço, do crime de abuso de autoridade.

67. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) Compete à Justiça federal
processar e julgar os acusados da prática de crimes de lavagem de dinheiro, uma vez que a
repressão a esses crimes é imposta por tratado internacional.

68. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) A conexão e a continência implicam a reunião
dos processos e atingem os processos que estiverem com sentença prolatada, salvo se, em relação
a algum corréu, sobrevier doença mental posterior à infração penal ou se houver corréu foragido
que não possa ser julgado à revelia.

69. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Determina-se a competência pela continência,
caso se caracterize, nos termos do CPP, concurso formal de crimes, aberractio ictus e aberractio
criminis.

70. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Caracteriza-se como conexão intersubjetiva
por simultaneidade a prática de diversas infrações penais, perpetradas por diversas pessoas, umas
contra as outras.

71. (CESPE – 2013 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) A competência é definida pelo lugar em que
ocorreu a infração cominada com a pena mais grave. Caso o limite territorial entre duas ou mais
jurisdições seja incerto ou a jurisdição seja incerta, por ter sido o crime consumado ou tentado nas
divisas de duas ou mais jurisdições, prevalece o lugar em que ocorreu o maior número de infrações,
independentemente da regra de conexão ou continência.

72. (CESPE – 2013 – TJDFT – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O querelante pode
escolher ajuizar queixa-crime no foro do domicílio do réu, ainda que conhecido o lugar da infração.

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73. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Será da competência da justiça
federal processar e julgar os acusados da prática de crimes em detrimento de sociedade de
economia mista.

74. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O vereador que praticar crime
doloso contra a vida será processado e julgado no tribunal do júri, não se aplicando, nesse caso,
o foro especial estabelecido em Constituição estadual.

75. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O prefeito que praticar crime
eleitoral será processado pelo tribunal de justiça do estado onde se localize o município em que
ele exerça sua função, ainda que o fato tenha ocorrido em outro estado.

76. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) A inobservância da competência


pela prevenção será causa de nulidade absoluta.

77. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O prefeito que desviar verba
pública federal será processado perante o foro especial estadual.

78. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Deputada federal que
cometeu infanticídio deverá ser processada e julgada perante o STF, por tratar-se de crime doloso
contra a vida.

79. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Deputado estadual que
cometeu homicídio qualificado pela crueldade deverá ser processado e julgado perante o
respectivo tribunal de justiça do estado, em consideração à prerrogativa infraconstitucional.

80. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Membro de ministério


público estadual que cometeu crime de peculato deverá ser processado e julgado por juiz de 1.º
grau, exceto se, na respectiva constituição estadual, essas ações sejam de competência do tribunal
de justiça.

81. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Juiz de direito que cometeu
crime de abuso de autoridade durante sua atuação em vara criminal deverá ser processado e
julgado perante o Superior Tribunal de Justiça.

82. (CESPE – 2012 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADA) Governador que cometeu
estelionato deverá ser processado e julgado perante o STF, em face de exercer função
constitucional.

83. (CESPE – 2012 – TJ-RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) Se


duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração penal, a competência deve ser definida
pela continência.

84. (CESPE – 2012 – TJ-RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA)


Caso uma infração continuada ou permanente seja praticada em território de duas ou mais
jurisdições, a competência deve ser definida pela natureza da infração.

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85. (CESPE – 2012 – TJ-RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA)
Tanto nas ações penais privadas como nas públicas, cabe ao autor escolher o foro de domicílio ou
da residência do réu, ainda que seja conhecido o local da infração.

GABARITO

1. ERRADA
2. CORRETA (ANULADA)
3. ERRADA
4. ERRADA
5. CORRETA
6. ERRADA
7. ERRADA
8. CORRETA
9. ERRADA
10. ERRADA
11. CORRETA
12. CORRETA
13. CORRETA
14. ERRADA
15. CORRETA
16. CORRETA
17. CORRETA
18. CORRETA
19. ERRADA
20. ERRADA
21. ERRADA
22. CORRETA
23. CORRETA
24. CORRETA
25. ERRADA
26. ERRADA

10
27. ERRADA
28. ERRADA
29. CORRETA
30. CORRETA
31. CORRETA
32. ERRADA
33. ERRADA
34. ERRADA
35. CORRETA
36. CORRETA
37. ALTERNATIVA A
38. CORRETA
39. ERRADA
40. ERRADA
41. ERRADA
42. ERRADA
43. CORRETA
44. ERRADA
45. ERRADA
46. ERRADA
47. CORRETA
48. ERRADA
49. ERRADA
50. ERRADA
51. ERRADA
52. ERRADA
53. CORRETA
54. ERRADA
55. CORRETA
56. ERRADA
57. CORRETA
58. CORRETA
59. ERRADA
60. ERRADA
61. ERRADA
62. ERRADA
63. ERRADA
64. ERRADA
65. CORRETA
66. ERRADA
67. ERRADA
68. ERRADA

11
69. CORRETA
70. ERRADA
71. ERRADA
72. CORRETA
73. ERRADA
74. CORRETA
75. ERRADA
76. ERRADA
77. ERRADA
78. CORRETA
79. ERRADA
80. ERRADA
81. ERRADA
82. ERRADA
83. CORRETA
84. ERRADA
85. ERRADA

12

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