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Sumário

SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL................................................................................................................. 2

1. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA...................................................................................................................................................3
2. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE....................................................................................................................................................3
2.1. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE SUBJETIVOS.............................................................................................................................4
3. DINÂMICIDADE DA CAPACIDADE PROCESSUAL, DO INTERESSE PROCESSUAL E DA LEGITIMIDADE...............................................................8

DA CAPACIDADE PROCESSUAL (ARTS. 70-76):................................................................................................................... 9

1. CONCEITO:............................................................................................................................................................................. 9
1.1. DISTINÇÕES RELEVANTES:...............................................................................................................................................9
1.2. REPRESENTAÇÃO/ASSISTÊNCIA:................................................................................................................................................9
2. TRATAMENTO DO CÔNJUGE:....................................................................................................................................................11
3. REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO........................................................................................................................................12
4. DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES..................................................................................................................12
4.1. DOS DEVERES (ARTIGOS 77-78):...........................................................................................................................................12
5. DO ATO ATENTATÓRIO A JUSTIÇA:............................................................................................................................................13
6. DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL (ARTS. 79-81):....................................................................................13
7. DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS (ART. 82-97):...............................................................................14
7.1. DAS DESPESAS...............................................................................................................................................................14
7.2. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS................................................................................................................................16
7.3. DAS MULTAS..................................................................................................................................................................19
8. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA (ARTS. 98-102):............................................................................................................................19
8.1. PROCEDIMENTO:...........................................................................................................................................................20
9. DOS PROCURADORES (ARTS. 103-107):....................................................................................................................................22
10. DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES (ARTS. 108-112)............................................................................................23
10.1. SUCESSÃO PROCESSUAL......................................................................................................................................................23
11. DA SUBSTITUIÇÃO DOS PROCURADORES........................................................................................................................25

FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO..................................................................................................... 26

1. DA FORMAÇÃO DO PROCESSO:.................................................................................................................................................26
2. DA SUSPENSÃO DO PROCESSO..................................................................................................................................................26
2.1. HIPÓTESES DE SUSPENSÃO DO PROCESSO TRAZIDAS PELO CPC:...................................................................................................26
2.1.1. MORTE OU PERDA DA CAPACIDADE PROCESSUAL DE QUALQUER DAS PARTES...............................................................................26
2.1.2. MORTE OU PERDA DA CAPACIDADE PROCESSUAL DO REPRESENTANTE LEGAL................................................................................27
2.1.3. MORTE OU PERDA DA CAPACIDADE PROCESSUAL DO PROCURADOR............................................................................................27
2.1.4. CONVENÇÃO DAS PARTES..................................................................................................................................................28
2.1.5. ARGUIÇÃO DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO........................................................................................................................28
2.1.6. PELA ADMISSÃO DE INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS..........................................................28
2.1.7. PREJUDICIALIDADE...........................................................................................................................................................28
2.1.8. NECESSIDADE DE VERIFICAÇÃO DE DETERMINADO FATO OU PRODUÇÃO DE CERTA PROVA, REQUISITADA A OUTRO JUÍZO.....................29

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2.1.9. FORÇA MAIOR................................................................................................................................................................ 29


2.1.10. ACIDENTES E FATOS DA NAVEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA DE TRIBUNAL MARÍTIMO.......................................................................29
2.2. DEMAIS CASOS REGULADOS PELO CPC...................................................................................................................................30
2.2.1. PELO PARTO OU ADOÇÃO..................................................................................................................................................30
2.2.2. PELA PATERNIDADE..........................................................................................................................................................30
2.3. PRAZO DE SUSPENSÃO.........................................................................................................................................................31
2.4. VEDAÇÃO À PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS DURANTE A SUSPENSÃO DO PROCESSO........................................................................31
2.5. ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO DO JUIZ...................................................................................................................31
2.6. VERIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE FATO DELITUOSO PELA JUSTIÇA CRIMINAL.....................................................................................32

EXTINÇÃO DO PROCESSO................................................................................................................................................ 32

1. PRINCIPIO DA COOPERAÇÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO POR SENTENÇA TERMINATIVA.........................................................................32

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SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL.

ATENÇAO: NESTE TEMA ABAIXO FOI ANEXADO O RESUMO DO FREDIE DIDIER,


SENDO MAIS TEORICO.
ATENÇAO: APÓS O ITEM 1.4 TEM A INDICAÇAO DO COMEÇO DO MATERIAL DO
GRUPO.

1. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA
O processo existe quando ALGUÉM DEMANDA perante um ÓRGÃO JURISDICIONAL.

Órgão jurisdicional

Pressupostos de Existência Demanda

Personalidade Judiciária

i) Órgão jurisdicional: se há uma demanda proposta em órgão não jurisdicional não há relação
jurídica processual.
ii) Demanda: ato de provocação inicial do autor que limita a prestação jurisdicional aqueles
elementos do objeto do litigio.
iii) Personalidade Judiciária / capacidade de ser parte: Consiste na aptidão para, em tese,
titularizar uma situação jurídica processual. Não há gradação, sendo um atributo absoluto
(não há capacidade para uma e não para outra.).
a. Pessoas, condomínio, massa falida, órgãos públicos, nascituro, etc.
b. Exige-se para o réu? Não é condição de existência. Há processos sem réu, o processo
nasce com a demanda (não com a presença do réu), sendo a presença do réu
fundamental para a eficácia da relação jurídica processual em face de terceiro (não
para a existência).
c. Quem não é parte? Morto, coletividades desorganizadas, em sínteses as coisas.
d. E animais? Abolicionismo animal defende a personalidade judiciária dos grandes
primatas, pois seriam sujeitos de direitos.
e. Obs. pressupostos de validade – capacidade processual / capacidade postulatória.

Como é feita a análise? É do processo como um todo. Também é possível falar em pressuposto de
existência de cada ato jurídico processual. Ex. sentença sem decisão não falta um elemento mínimo do
seu suporte fático.

2. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE
PROCESSO EXISTE (há relação jurídica processual), passa-se à ANÁLISE DE SUA VALIDADE
em seu ASPECTO AMPLO (do procedimento como ato jurídico complexo), ou de CADA ATO
JURÍDICO.
Consequência se houver vício?

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i) Verificar se há prejuízo.
ii) Busca saná-lo - princípio da primazia da decisão de mérito.
iii) Consequência após análises acima: extinção / remessa a juízo competente ou substituto

Pode reconhecer de ofício? Como regra sim, mas há exceções. Ex. incompetência relativa,
convenção de arbitragem.
Momento? Como regra suscitada a qualquer tempo, salvo incompetência relativa ou convenção de
arbitragem.

Juiz
Subjetivos
Partes
Pressupostos de Validade
Intrinsecos
Objetivos
Extrinsecos

i) Legitimidade Ad causam: antes analisada como condição da ação;


ii) Interesse de agir: antes analisado como condição da ação.

2.1. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE SUBJETIVOS

Relacionam-se com os sujeitos do processo – juiz e partes.


Competência
Juiz
Imparcialidade
Pressupostos de Validade
Subjetivos Capacidade Processual

Partes Capacidade Postulatória

Legitimidade Ad Causam

 Pressupostos de Validade Subjetivos relacionados ao JUIZ:

i) Competência: consiste em um requisito de validade do procedimento e da decisão.


a. O vício gera remessa ao juízo competente.
ii) Imparcialidade: há dois graus: i) impedimento; ii) suspeição.
a. O vício de parcialidade gera a remessa ao substituo legal.

 Pressupostos de Validade Subjetivos relacionados as PARTES:

i) CAPACIDADE PROCESSUAL: a capacidade de ser parte (existência) é pressuposto da


capacidade processual.
a. O que é capacidade processual? Consiste na capacidade de praticar atos processuais
pessoalmente ou por representante (pessoas indicadas na lei).

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i. pessoalmente: independentemente de representação dos pais, tutores,


curadores.
ii. representante (pessoas indicadas na lei): síndicos, administrador de
condomínio, inventariante, diretor, etc. o art. 75 NCPC – traz aqueles que são
representados em juízo, tendo capacidade processual.
b. É igual a capacidade civil? Se aproxima, pois em regra quem tem capacidade civil tem
capacidade processual. Mas são institutos autônomos. Exceções:
i. ter capacidade civil sem ter capacidade processual, réu revel preso tem
capacidade civil e não tem processual.
ii. Não ter capacidade civil e tem capacidade processual: interditado busca
levantar a interdição.
c. Consequência da falta? Art. 76, NCPC. Suspende o processo e designa prazo para sanar
o vício.
i. autor não corrige: extinção do processo;
ii. réu na corrige: revel;
iii. terceiro: revel ou excluído do processo.
iv. Na fase recursal? i) recorrente não corrige: recurso não conhecido; ii) recorrido:
contrarrazões não conhecidas (desentranhamento).
d. Sociedades, Associações irregulares e entes sem personalidade: representado por
aquele que couber administrar os bens. Quando demandadas não podem opor a
irregularidades de sua constituição. Art. 75, IX e §2o, NCPC.
e. CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS JURÍDICAS: art. 75, VIII. Para não
dar a ideia de que lhe falte capacidade processual fala-se em presentação (relação
orgânica), assim não confunde com a representação de incapazes processuais.
i. Na presentação há um sujeito que presenta (está presente), já na representação
são dois sujeitos.
f. ESPÓLIO: o inventariante representa o espólio – se for dativo os sucessores do falecido
são intimados dos processos do processo em que o espólio seja parte. Não se trata de
litisconsorte.
g. Convênio entre estados: para procuradores de estados representar outros em dada
localidade. Convenção processual. Fredie estende à Adm. Ind., ao MP e DP.
h. CURADOR ESPECIAL: art. 72, NCPC. Consiste em um representante processual
designado pelo juiz da causa para a parte processualmente inclusive. Defensoria
assume a função institucional. Múnus público que não pode ser recusado. Supre a
incapacidade processual (não a postulatória). É somente para o caso, por isso especial.
Não supre a incapacidade material. Instituto não se confunde com a curatela geral
designada por juiz de família. A parte continua sendo o curatelado.
i. Art. 72;
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1. incapaz sem representante ou colidir interesses – enquanto durar incap.


2. réu preso revel ou enquanto não constituir advogado
3. réu revel citado por edital ou hora certa enquanto não constituir advogado.
ii. Poderes de gestão do processo em exercício da defesa, incluindo:
1. opor embargos a execução;
2. MS contra ato judicial;
3. ação cautelar incidental.
4. Não pode reconvir, denunciar a lide, etc. Não pode transigir.
i. CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS CASADAS (também união estável
comprovada nos autos ou registrada em cartório): tem capacidade para praticar atos
processuais sozinhos, como regra.
i. Polo ativo:
1. consentimento do outro – ações reais imobiliárias – salvo separação
absoluta. Podem atuar em litisconsórcio facultativo. Não há litisconsórcio
necessário. O juiz pode suprir o consentimento em procedimento de
jurisdição voluntária.
2. Falta de consentimento: intimação do cônjuge preterido – silêncio
considera o consentimento. Negado com justo motivo o juiz invalida o
processo.
ii. Polo passivo: aqui se trata de litisconsórcio necessário. Citados:
1. ações reais imobiliárias – salvo separação absoluta.
2. resp. civil que digam respeito a ambos. São solidários;
3. divida contraída por um a bem da família. Também há solidariedade
4. ônus sobre imóveis de um ou ambos;
iii. Ações possessórias: participação
1. no polo ativo (expressão - composse) – exige consentimento.
2. no polo passivo (se atos por ambos praticados) há litisconsórcio passivo
na ação contra eles ajuizada.
ii) CAPACIDADE POSTULATÓRIA: trata-se de capacidade técnica para a prática de “atos
postulatórios”. Advogados, defensores, MP. Atos processuais podem ser ou não
postulatórios. Ex. testemunhar.
a. Ato postulatório – leigo depende de representante postulatório, SALVO:
i. i) Lei 9099; ii) ADI e governadores; iii) HC; iv) alimentos; v) mulher na LMP; vi)
JT.
b. Ausência: art. 4º, EAOAB – nulidade do ato postulatório praticado por leigo.
Requisito de validade do procedimento é somente relacionado ao autor. Do réu e do terceiro
apenas no tocante aos atos postulatórios praticados por eles.

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c. Advogado que (sempre tem capacidade postulatória) pratica ato sem procuração? Não
representa a parte, neste caso. Artigo 104 não trata de falta de capacidade postulatória,
mas da inexistência de procuração nos autos.
i. Admite ato sem procuração: i) urgente; ii) evitar preclusão, decadência ou
prescrição. Deverá apresentar procuração em 15 dias, pena de p/d.
ii. Sem procuração = ineficácia do ato (no CPC/73 era inexistência que gerou STJ 115
superada). Ver 662 do CC.
d. Procuração: instrumento da representação processual. Advogados públicos não precisam
juntar procuração.
e. Art. 105. Poderes gerais: não precisam estar expressos; Poderes especiais: expressos.
iii) LEGITIMDADE AD CAUSAM: CPC/73. Condições da ação. NCPC. 1ªc. Parte da
doutrina trata como pressuposto subjetivo de validade. 2ªc. ainda se trata de uma
condição da ação.
a. Conceito: consiste no
i. vínculo existente entre os sujeitos da demanda e a situação jurídica afirmada.
Pertinência subjetiva à ação.
ii. Aptidão para conduzir um processo de modo eficaz, sendo bilateral - polo
ativo ou passivo – bilateral. Legitimidade do autor face ao réu.
iii. Como afere-se? Somente a partir de um caso concreto, assim não uma análise
abstrata.
b. Parte (capacidade de ser parte) Absoluta e Abstrata.
c. Legitima ou ilegítima (legitimidade ad causam). Relação do sujeito ao objeto.
Específica a luz do caso concreto.
d. LEGITIMIDADE EXCLUSIVA: Apenas o titular do objeto pode discuti-lo em juízo. É
a regra.
e. LEGITIMIDADE CONCORRENTE: quando a lei atribui legitimidade a mais de um
agente. Ex. ADI. Credores solidários. Litis. unitário.
f. LEGITIMIDADE ORDINÁRIA: o sujeito defende direito próprio. Coincide a
legitimidade e o titular do direito.
g. LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: substituição processual. Alguém defendo no
processo em nome próprio uma situação jurídica de terceiros. Legitimado e titular do
direito não coincide. Ex. HC, ACP, etc.
i. Requisito – autorização do ordenamento (não apenas a lei) que pode ser
negocial. OBS. pode existir simultaneidade das legitimidades – credor solidário.
Obs. não confundir o termo substituição processual com sucessão processual
nem com representação processual.
ii. Características:
1. substituto é parte de direito processual (não material);
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2. pode ser ativa e passiva;


3. coisa julgada vincula os substituídos – eficácia contra terceiros da coisa
julgada
4. possibilita a assistência litisconsorcial;
5. cabe recurso de terceiro substituto processual que não participou (996).

Capacidade de ser parte / Pressuspoto de Existência


Aptidão para titularizar situação jurídica processual. Qualquer pessoa. Absoluta. Não ha gradação.

Capacidade processual / Pressupostos de Validade Subjetivo


Capacidade de praticar atos processuais pessoalmente ou por pessoas indicadas na lei. Aproxima-se da capacidade civil. Ha curadores especiais.

Legitimidade Ad Causam / Pressupostos de Validade Subjetivo

Vínculo existente entre os sujeitos da demanda e a situação jurídica afirmada.

3. DINÂMICIDADE DA CAPACIDADE PROCESSUAL, DO INTERESSE PROCESSUAL E DA


LEGITIMIDADE
Processo: conjunto DINÂMICO de atos e relações processuais.
Capacidade / legitimidade / interesse: examinados dinamicamente, ou seja, ato a ato, não
estaticamente para o processo como um todo. Não existe um único interesse de agir ao longo do
processo, bem como a legitimidade deve ser aferida a cada postulação. Ex. legitimidade para o processo,
mas não para recorrer. Ex. Pessoa jurídica pode mudar de polo na ação popular. Ex. o juiz torna-se parte
da suspeição.
Essa linha foi adorada pelo art. 17: não fala em propor/contestar, mas postular.

Art. 17. NCPC. para POSTULAR é necessário interesse e legitimidade. Não fala em propor
ou contestar.

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DA CAPACIDADE PROCESSUAL (ARTS. 70-76):

 ATENÇAO – ABAIXO MATERIAL DO GRUPO

1. CONCEITO:

Duas correntes acerca do conceito de parte:

 Conceito restritivo de parte na demanda (CHIOVENDA): a parte deve ser vista a luz do
direito material (seria aquele que pede e contra aquele que se pede).

 Conceito ampliativo de parte (LIEBMAN): a parte será todo aquele que participa do
processo, salvo o juiz (MP, assistente, amicus curie são considerados partes).

Não há no CPC a adoção de nenhum dos conceitos.

1.1. DISTINÇÕES RELEVANTES:

 Capacidade de ser parte: é a capacidade do ser humano, prevista nos artigos 1º e 2º, do
Código Civil (há doutrina que entende que é um pressuposto de validade do processo-
seria um pressuposto “pré-processual”).

 Capacidade de estar em juízo: é a capacidade ad processum, prevista no artigo 70, CPC.


Trata-se de um pressuposto processual de validade (sua ausência ocasiona extinção do
processo sem resolução do mérito). Salienta-se que o incapaz deverá ser representado ou
assistido.

 Capacidade (legitimidade) ad causam: é o vínculo que as partes do processo têm com o


direito material.

o Poderá ser ordinária (parte defende direito próprio em nome próprio) ou


extraordinária (parte defende direito alheio em nome próprio).

1.2. REPRESENTAÇÃO/ASSISTÊNCIA:

 da pessoa física:

Ordinariamente, pessoas capazes se autorepresentam (excepcionalmente, poderá ser


representada por um mandatário).

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Pessoa absolutamente incapaz será representada e as comunicações e manifestações no processo


serão realizadas nas pessoas de seu representante.

Pessoa relativamente incapaz, por sua vez, são assistidas, e os atos de comunicação e as tomadas
de decisão serão feitas de forma conjunta, ou seja, o relativamente incapaz e seu representante serão
intimados.

 da pessoa jurídica:

O CPC fala de representação da pessoa jurídica. Entretanto, o correto seria utilizar a expressão
“presentação da pessoa jurídica”, tendo em vista que a pessoa jurídica, apesar de ser uma ficção,
possui personalidade jurídica própria.

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:


I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão
vinculado;
II- o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III- o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV- a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado
designar;
[...]
VIII- a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem
ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
[...]
X- a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador
de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
[...]
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica
estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco
para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente
federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.

 dos entes despersonalizados:

Apesar de não possuírem personalidade jurídica, possuem capacidade de estarem em juízo


(capacidade judiciária). Serão “presentados” como as pessoas jurídicas.

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:


[...]
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V - a massa falida, pelo administrador judicia;


VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
[...]
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus
bens;
[...]
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador
de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão
intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a
irregularidade de sua constituição quando demandada.

2. TRATAMENTO DO CÔNJUGE:

Toda ação de bem imóvel fundada em direito real, para ser proposta precisará do
consentimento do cônjuge (vênia conjugal). Salienta-se que não se trata de litisconsórcio ativo, basta
apenas a autorização! Caso o regime seja o de separação total de bens, não é necessária a autorização (artigo
73).

Atenção! Quando a ação for fundada em direito obrigacional (por exemplo, descumprimento do
contrato de compra e venda) não será necessário o consentimento.

Se o cônjuge não der o consentimento, sem justo motivo, ou não puder fazê-lo, é possível ser
suprido judicialmente (artigo 74). Obs: prevalece o entendimento que o suprimento da vênia conjugal
se dá em uma ação de jurisdição voluntária. Entendimento minoritário aduz que a vênia poderia ser
suprida no próprio processo da ação real imobiliária.

Importante ressaltar que se os cônjuges estiverem no polo passivo, trata-se de litisconsórcio


passivo necessário por força de lei (artigo 73, § 1º).

Entretanto, tratando-se de ação possessória, apenas no caso de composse ou quando ambos os


cônjuges praticarem o ato é que haverá o litisconsórcio necessário passivo.

Art. 73.
§ 1º. Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime
de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado
por eles;

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III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;


IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de
ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges;
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos
praticado.

Tais previsões aplicam-se aos companheiros, desde que fique comprovada a união estável
(artigo 73, § 3º). A falta de comprovação não gera nenhum vício.

3. REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO

O Juiz suspenderá o processo para que o vício seja corrigido em prazo razoável
(discricionariedade do juiz):

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da


representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo
razoável para que seja sanado o vício.
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância
originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do
polo em que se encontre.
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça,
tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido.

4. DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES

4.1. DOS DEVERES (ARTIGOS 77-78):

Os deveres transcendem as partes e procuradores, aplicando-se a todos os personagens do


processo (Ministério Público, funcionários do Judiciários, peritos, etc).

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles
que de qualquer forma participem do processo:

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- atentar para a previsão do artigo 6º, CPC, que estabelece que as partes devem observar a boa-fé
na relação processual.
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
- só haverá ofensa se a parte, intencionalmente, falsear a verdade (deve ficar evidente a
intenção)

II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;
- a parte deve ter consciência, em seu íntimo, de que sua pretensão ou a defesa apresentada são
destituídas de fundamento

III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;

IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua
efetivação;
- tal previsão não está restrita às partes do processo (ex: juiz determina que o empregador
desconte a pensão alimentícia devida pelo réu na folha de pagamento e ele não o faz)

V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde
receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou
definitiva;

VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.


- necessário que haja processo em andamento

5. DO ATO ATENTATÓRIO A JUSTIÇA:

Os §§ 1º e 2º preceituam que o desrespeito às previsões dos incisos IV (cumprir com exatidão as


decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação) e VI (não
praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso) pode ser punida como ato
atentatório à justiça, e poderá ser aplicada multa de até 20% do valor da causa, de acordo com a
gravidade.

O não pagamento da multa enseja sua inscrição como dívida ativa (§ 3º), ou seja, não reverte em
proveito da parte prejudicada, e sim para a Fazenda Pública.

Os advogados públicos e privados, membros da Defensoria Pública e Ministério Público não


estão sujeitos à multa supra, devendo suas faltas funcionais serem apuradas pelo respectivo órgão de
classe ou corregedoria (§6º).

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O artigo 78 veda às partes e qualquer pessoa que participe do processo o emprego de


expressões ofensivas nos escritos apresentados. Se a conduta ofensiva for praticada oral ou
presencialmente, o juiz advertirá a parte e, se for o caso, cassará a palavra (§ 1º). Se for realizada de
forma escrita, determinará que sejam riscadas, entretanto, expedirá certidão a pedido do interessado
acerca de tal conteúdo (§ 3º).

6. DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL (ARTS. 79-81):

Aquele que violar os incisos I, II, III e V do artigo 77 responderá pelas perdas e danos que causar
(artigo 79).

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Sem prejuízo das perdas e danos (chamados de dano processual), o tribunal poderá condenar o
litigante de má-fé ao pagamento de multa fixada entre 1% e 10% do valor da causa, a ser revertida em
favor da parte prejudicada (artigo 81, caput). Se o valor da causa for irrisório, a multa será de até 10
salários mínimos (artigo 81, § 2º).

O Superior Tribunal de Justiça entende que a aplicação de multa pela má-fé independe de
comprovação de dano (Informativo 601)

7. DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS (ART. 82-97):

7.1. DAS DESPESAS

 Conceito:

Despesas processuais envolve o pagamento de custas (taxa judiciária), emolumentos (taxa


devida por atividade não jurisdicional - ex.: remuneração por serviços cartorários) e despesas em
sentido estrito (remuneração de terceiros auxiliares, como peritos). Para o STF, tanto as custas quanto
os emolumentos possuem natureza de taxa (ADI 3694), sendo, portanto, tributos.

Nos termos do art. 82 do CPC, excetuados os casos de gratuidade de justiça, incumbe às partes
prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o
pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito
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reconhecido no título.

Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de
ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem
jurídica.

No que toca à prova pericial, o artigo 95 preceitua que as despesas serão adiantadas por aquele
que a requereu ou rateadas caso haja pedido de ambas as partes ou determinada de ofício pelo juiz.

A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou, bem como os
honorários advocatícios.

Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre
eles as despesas (artigo 86). Se houver diversos autores ou diversos réus, a sentença fixará a
responsabilidade proporcional pelo pagamento das despesas e, em caso de omissão, a responsabilidade
pelas despesas processuais serão consideradas solidárias (artigo 87).

Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas
despesas e pelos honorários (artigo 86, parágrafo único).

Nos processos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas
entre os interessados.

Em caso de desistência, renúncia ou reconhecimento do pedido,

 Fazenda Pública:

Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda


Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final
pelo vencido.
§ 1º. As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou
pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou,
havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que
requerer a prova.
§ 2º. Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para
adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte
ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a
ser feito pelo ente público.

No mesmo sentido é o art. 39 da Lei de Execuções Fiscais (Lei n. 6.830/80):

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Direito

Art. 39. A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e


emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu interesse independerá de
preparo ou de prévio depósito
Parágrafo único. Se vencida, a Fazenda Pública ressarcirá o valor das despesas
feitas pela parte contrária

 Caução às custas:

Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do brasil ou deixar de
residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao
pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas
ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o
pagamento.
§ 1º não se exigirá a caução de que trata o caput:
I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que
o Brasil faz parte; (NOVIDADE NO CPC/2015)
II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;
III - na reconvenção.
§ 2º. Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá
o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido com a indicação
da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que
pretende obter.

7.2. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor (art. 85). São
devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou
definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

Regras:

1-) os honorários serão fixados entre o mínimo de 10 (dez) e o máximo de 20 (vinte) por cento
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre
o valor atualizado da causa, atendidos, o grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço, a
natureza e a importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço (artigo 85, §2º);

2-) nascem contemporaneamente à sentença e não preexistem à propositura da demanda,


devendo observar as normas do CPC/2015 nos casos de decisões proferidas a partir de 18/3/2016;

3-) nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo
(artigo 85, §10);
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4-) constituem direito do advogado, têm natureza alimentar e possuem os mesmos privilégios
dos créditos trabalhistas (artigo 85, §14);

5-) os juros moratórios contam a partir do trânsito em julgado e é cabível ação autônoma para
definição e cobrança dos honorários quando a decisão transitada em julgado for omissa, seja quanto
ao direito de sua percepção, seja quanto a seu valor (artigo 85, §§ 16 e 18);

6-) incabível a compensação de honorários advocatícios em caso de sucumbência recíproca;

7-) concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente


pelas despesas e pelos honorários (artigo 87);

8-) se houver desistência, renúncia ao direito sob o qual se funda a ação ou reconhecimento do
pedido, a parte que realizou tal ato suportará os honorários sucumbenciais (artigo 90);

9-) se, no entanto, o réu reconhecer a procedência do pedido e, imediatamente, adimplir


integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão devidos pela metade (artigo 90, § 4º)

Houve um claro intento do legislador em persuadir os litigantes a diminuir a litigiosidade, já que


previu expressamente que haverá condenação em honorários advocatícios na reconvenção, no
cumprimento de sentença, na execução (ainda que não haja resistência) e nos recursos interpostos
(artigo 85, § 11). Em relação aos honorários advocatícios recursais, é importante destacar que o
percentual total na fase de conhecimento não poderá ultrapassar 20% da condenação ou valor
atualizado da causa.

O STF já possui precedentes no sentido de que os honorários recursais independem da


apresentação de contrarrazões.

Beneficiário da justiça gratuita: o juiz condenará a parte nos honorários, mas suspenderá a
execução por cinco anos. Passado esse prazo, extingue-se as obrigações do beneficiário.

 Honorários e Fazenda Pública:

Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os
mesmos critérios estabelecidos (o grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço, a
natureza e a importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço), bem como seguintes percentuais:

I- - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;

II- mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito

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econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;

III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;

IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;

V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito


econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.

Deve ser considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que
estiver em vigor na data da decisão de liquidação.

Quando o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor de
200 (duzentos salários mínimos), a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e,
naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.

Por fim, não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública
que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.

 JURISPRUDÊNCIA:

INFORMATIVO 929, STF: Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em


litisconsórcio ativo facultativo simples em execução contra a Fazenda Pública por frustrar o regime do
precatório. A quantia devida a título de honorários advocatícios é uma só, fixada de forma global, pois
se trata de um único processo, e, portanto, consiste em título a ser executado de forma una e indivisível.
Obs: o tema era polêmico e está pacificado no sentido de o fracionamento ser incabível.

INFORMATIVO 865, STF: É cabível a fixação de honorários recursais em favor do recorrido mesmo
quando não são apresentadas contrarrazões. Os honorários recursais têm dois objetivos: remunerar o
trabalho extra do advogado e desestimular a interposição de recurso. Assim, o silêncio do recorrido não
prejudica o segundo objetivo, que continuará sendo cumprido com a estipulação de honorários.

INFORMATIVO 643, STJ: Configura abuso de direito a denúncia imotivada pelo cliente de contrato de
prestação de serviços advocatícios firmado com cláusula de êxito antes do resultado final do processo,
salvo quando houver estipulação contratual que a autorize ou quando ocorrer fato superveniente que a
justifique. Em situações como essa, o STJ tem afirmado que deverão ser arbitrados honorários para
remunerar o advogado pelo trabalho desempenhado até o momento da resilição unilateral e imotivada
do contrato pelo cliente, a fim de evitar o locupletamento ilícito deste com a atividade realizada por
aquele.

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Direito

INFORMATIVO 636, STJ: O § 2º do artigo 82, do CPC/2015 prevê que: “a sentença condenará o vencido
a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.” O sucumbente deve arcar também com os honorários
contratuais que foram pagos pela parte vencedora? Não. O vencido deverá pagar apenas os honorários
sucumbenciais. Os honorários advocatícios contratuais não se incluem nas despesas processuais do art.
82, § 2º, do CPC/2015 (art. 20 do CPC/1973). A jurisprudência é firme no sentido de que o artigo se
refere a despesas endoprocessuais.

INFORMATIVO 608, STJ: O cálculo dos honorários de sucumbência não considera o valor das
astreintes. A expressão “valor da condenação” (art. 85, §2°, CPC) diz respeito ao valor pretendido pelo
demandante, o que não inclui um instrumento processual (multa cominatória).

INFORMATIVO 601, STJ: Multa por litigância de má-fé não exige comprovação de dano processual.
A aplicação de multa por litigância de má-fé prescinde da comprovação de dano processual em
decorrência do recurso interposto. Com esse entendimento, os Ministros da Terceira Turma do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitaram por maioria um recurso do Banco do Brasil que
questionava a multa aplicada. Para o Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, autor do voto vencedor, a
multa aplicada reflete mera sanção processual, e por esse motivo, “não exige comprovação inequívoca
da ocorrência do dano”. O magistrado destacou que a comprovação de dano processual é fundamental
nos casos em que a parte busca uma indenização por perdas e danos, o que não fazia parte do recurso
analisado.

STJ: honorários advocatícios. Natureza jurídica. Lei nova. Marco temporal para a aplicação do
CPC/2015. Prolação da sentença. Tese firmada: os honorários advocatícios nascem
contemporaneamente à sentença e não preexistem à propositura da demanda, devendo observar as
normas do CPC/2015 nos casos de decisões proferidas a partir de 18/3/2016. (RESP 1.636.124-AL, REL.
MIN. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 6/12/2016, DJE 27/4/2017.)

7.3. DAS MULTAS

O artigo 96 estabelece que o valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em favor
da parte contrária e o valor das sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à União.

8. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA (ARTS. 98-102):

Conceito: direito de toda pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos, de ter suspensa a cobrança de custas, despesas processuais e honorários
advocatícios

Primeira onda de acesso a Justiça – as pessoas nem sempre têm consciência de seus direitos e,
em geral, quem não tem consciência são os mais prejudicados. Além disso, ir ao Poder Judiciário é

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Direito

custoso do ponto de vista econômico e temporal (ônus do tempo do processo). A solução seria a
assistência judiciária aos pobres e está relacionada ao obstáculo econômico do acesso à justiça.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência


de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a
publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do
empregador salário integral, como se em serviço estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de
outros exames considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do
tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento
redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para
instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para
propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao
exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da
prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o
benefício tenha sido concedido.
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário
pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua
sucumbência.

8.1. PROCEDIMENTO:

O art. 98 atribui o direito à gratuidade da justiça a toda pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios.

Em relação às pessoas naturais, há uma presunção de veracidade da alegação de insuficiência de


recursos, que só será afastada se houver nos autos elementos que evidenciem o contrário (artigo 99, § 3º).

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No que toca às pessoas jurídicas, não há essa presunção, cumprindo-lhes provar a insuficiência
econômica, necessária para o deferimento da gratuidade. Deve-se aplicar a súmula 481 do Superior
Tribunal de Justiça, que assim estabelece: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou
sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais”. Cabe à pessoa
jurídica demonstrar a impossibilidade financeira, não bastando simplesmente que a alegue, como
ocorre com as pessoas naturais. E, mesmo em relação a essas, embora haja a mencionada presunção
de veracidade, se o juiz entender que as circunstâncias são tais que indiquem que ela tem condições
de suportar as despesas do processo, deverá dar a ela condições de fazer prova da alegada
necessidade, indeferindo o benefício se a prova não for feita (Art. 99, §§ 2º e 3º).

Importante ressaltar que a gratuidade da justiça não afasta a responsabilidade do beneficiário


pelo pagamento das multas impostas no curso do processo (artigo 98, § 4º)

A gratuidade da justiça compreende tudo aquilo que está enumerado nos incisos do art. 98, §
1º, incluindo os emolumentos devidos a notários e registradores em decorrência da prática de atos de
registro ou averbação, bem como atos notariais necessários para a efetivação de decisão judicial ou à
continuidade do processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido. Frisa-se que o notário ou
registrador poderá requerer a revogação do benefício (artigo 98, § 8º).

Se o beneficiário da gratuidade for sucumbente, o juiz o condenará no pagamento das custas,


despesas e honorários advocatícios. Mas a condenação não poderá ser executada e ficará sob condição
suspensiva durante o prazo de cinco anos, a contar do trânsito em julgado. Se nesse ínterim o credor
demonstrar a alteração da situação econômica do devedor, que agora tem condições de arcar com as
verbas de sucumbência a que foi condenado, o juiz determinará a execução delas. Mas, passados os cinco
anos sem que isso ocorra, extinguem-se as obrigações (artigo 98, § 3º)

A gratuidade da justiça pode ser requerida a qualquer momento no processo (inclusive em sede
recursal), por qualquer parte ou interessado e mediante simples petição (artigo 99).

Se ela for deferida, a parte contrária poderá apresentar impugnação, pedindo ao juiz que a
revogue, no prazo de 15 dias. Tal impugnação se dará nos mesmos autos e não suspende o processo.
Ressalta-se que se ela foi requerida na inicial e deferida pelo juiz, a impugnação deve ser formulada
como preliminar em contestação. (artigo 100)

Caso haja a revogação, e o juiz entenda que houve má-fé, a parte não só terá de recolher as
despesas que tiver deixado de adiantar, mas pagará até o décuplo de seu valor a título de multa, em
benefício da Fazenda Pública Estadual ou Federal, conforme a ação corra pela Justiça Estadual ou
Federal (artigo 100, parágrafo único)

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Da decisão judicial que indeferir ou revogar o pedido de gratuidade, cabe agravo de


instrumento (salvo se a questão for apreciada na sentença, caso em que caberá apelação) (artigo 101). Se
o recurso não for interposto, a matéria preclui, a menos que se evidencie a existência de novas
circunstâncias fáticas que demonstrem a alteração da condição financeira da parte.

Enquanto não houver decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do


recurso de agravo de instrumento, o recorrente fica dispensado do recolhimento das custas necessárias
à continuidade do processo. E se a decisão de indeferimento ou revogação for mantida, ela será
intimada a fazer o recolhimento em cinco dias

 4.2.3. jurisprudência

Info 643 STJ: Caso a parte faça o requerimento da gratuidade da justiça no recurso e o relator indefira o
pedido, deverá intimar o recorrente para realizar o preparo antes de decretar a deserção.

Info 622 STJ: A gratuidade de justiça passou a poder ser concedida a estrangeiro não residente no Brasil
após a entrada em vigor do CPC/2015.

Info 615 STJ: no CPC de 1973, a impugnação à justiça gratuita era feita em autos apartados e da decisão
cabia apelação. No novo, é processada nos próprios autos e cabe agravo de instrumento. Na hipótese
de o sujeito ter iniciado a impugnação na vigência do CPC antigo (isso é, em autos apartados) e a
decisão se prolatada na vigência do novo, o recurso cabível é agravo de instrumento ante o princípio do
tempus regit actum.

Informativo 599, STJ. Benefício de justiça gratuita. O estatuto da cidade, ao tratar sobre a ação de
usucapião especial urbana, prevê que "o autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária
gratuita, inclusive perante o Cartório de Registro de Imóveis." Isso significa que o autor da ação de
usucapião especial urbana gozará sempre da gratuidade da justiça? Há uma presunção absoluta de que
este autor não tem recursos suficientes para pagar as custas? Não! O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001
(Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião especial
urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da
comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado”.

9. DOS PROCURADORES (ARTS. 103-107):


A parte deve ser representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil (art. 103). Necessária, portanto, a capacidade postulatória, exclusiva dos
advogados, membros do Ministério Público e defensores.
ATENÇÃO: há casos em que a lei atribuiu capacidade postulatória ao cidadão (Habeas Corpus e
causas de até 20 salários mínimos no Juizado Especial)

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É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal e nesse caso, deverá
declarar na petição inicial ou na contestação, o endereço, o número da OAB e nome da eventual
sociedade de advogados da qual participa (artigo 103, parágrafo único e 106).
O advogado não poderá postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão,
decadência, prescrição ou para praticar ato urgente, mas, nessas hipóteses, sob pena de ineficácia do
ato, deverá juntar a procuração em 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz
(art. 104).
A falta de procuração ou ratificação do ato o torna ineficaz e o advogado responderá por perdas
e danos (artigo 104, § 2º).
A procuração “ad judicia” deve ser por escrito, mas não é preciso reconhecimento de firma. É
suficiente o instrumento particular, não se exige procuração por instrumento público (ainda que a parte
seja absolutamente ou relativamente incapaz, pois o art. 105 não faz essa exigência para nenhuma
hipótese de procuração). Ressalta-se que a regra do artigo 105 prevalece sobre a previsão do artigo 654,
Código Civil (que só permite procuração por instrumento particular de pessoas capazes).
A procuração “ad judicia” habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto
receber citação, confessar, reconhecer o pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito do autor, receber,
dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem
constar da cláusula expressa (art. 105).
A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma de lei específica (artigo 105, § 1º).
No silêncio, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do
processo, inclusive para o cumprimento de sentença (, artigo 105, § 4º).
O art. 133 da Constituição Federal consagra o princípio da indispensabilidade do advogado e da
imunidade do advogado.

** Observações:

1-) a imunidade circunscreve-se às manifestações e práticas de atos vinculados ao efetivo e


regular exercício da profissão, sendo absolutamente descabida a sua invocação quando as ofensas
expedidas pelo advogado forem gratuitas, fora dos limites da causa e sem pertinência com o estrito
exercício da atividade profissional;

2-) a imunidade não alcança o desacato (STJ);

3-) o advogado não pode ser responsabilizado por ofensas em sua atuação profissional, ainda que
fora do juízo (STJ)

4-) a OAB não deve controlar as salas especiais destinadas a advogados nos órgãos públicos.

5-) os presidentes dos conselhos e subseções da OAB ao requisitarem cópias de peças de autos e
documentos a qualquer tribunal, devem motivar o pedido (STF)

6-) advogado não tem direito a fazer sustentação oral após o voto do relator (STF)

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7-) juiz atrasado: o atraso do magistrado por mais de 30 minutos autoriza o advogado a deixar o
recinto, mediante comunicação protocolada em juízo. porém, essa medida só se justifica quando o juiz
não está presente no fórum. (art. 7º, XX, da Lei nº 8906/1994 e art. 362, III, do NCPC). (STF)

10. DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES (ARTS. 108-112)

10.1. SUCESSÃO PROCESSUAL

Conceito: ato de exclusão de certa parte no processo com a inclusão de outra em seu lugar, em
razão da alteração da titularidade do bem, a qual, excepcionalmente, repercute no conceito processual
de legitimidade ad causam.

A ideia básica dessa temática reside no peculiar fato de que não se pode mudar as partes dentro
de uma relação processual por mudança do direito material que envolve o objeto do processo, dada a
autonomia que existe entre a relação processual e o negócio jurídico nela tratada. Feita a citação,
portanto, as partes devem ser mantidas (estabilização das partes ou perpetuatio legitimis) ocorrendo
alteração nessa matéria apenas em situações excepcionais.

A sucessão processual poderá ocorrer em duas hipóteses:

 1-) FALECIMENTO DA PARTE:

Havendo falecimento da parte, esta deixa a relação processual, a qual passa a ser integrada pelo
espólio ou pelos sucessores do morto (art. 110, CPC).

Será sucedida pelo espólio quando a ação tiver cunho patrimonial e ainda não tiver havido a
partilha dos bens.

Por sua vez, será sucedida pelos herdeiros quando a ação não tiver cunho patrimonial, mas
pessoal ou quando já ultimada a partilha.

Desde o falecimento, o processo fica suspenso, até a sucessão processual. Se não houver dúvida
sobe quem são os sucessores, ela se fará desde logo, nos próprios autos. Se houver, será necessário
recorrer a habilitação (artigo 313, §§1º e 2º, CPC)

 2-) ALIENAÇÃO DA COISA OU DO DIREITO LITIGIOSO:

Ocorre a sucessão quando há alienação da coisa ou do direito litigioso a título particular por ato

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entre vivos e o adquirente ou cessionário passa a integrar o polo passivo, com a aquiescência da parte
contrária, (Art. 109, §1º).

Ressalta-se que quando não há aquiescência da parte contrária em relação à entrada do


adquirente ou cessionário, o alienante ou cedente se mantém no processo, como parte, defendendo um
direito de outrem (do adquirente que foi impedido de ingressar no feito), e então, especificamente neste
caso, não há sucessão processual, mas, sim, substituição processual, com pessoa defendendo em juízo,
em nome próprio, direito alheio (caso de legitimidade extraordinária). Nesse caso, o substituído
poderá ingressar como assistente litisconsorcial.

O adquirente ou cessionário sofrerá os efeitos da sentença, ingressou não no feito como assistente
litisconsorcial.

*OBS: A anuência da parte contrária não será necessária no processo de execução, nos termos
do art. 778, §2º, do CPC:

Frisa-se que se o alienante for derrotado, a alienação da coisa será considerada fraude à
execução (artigo 792, I, CPC), quando sobre a coisa ou direito pender ação fundada em direito real ou
com pretensão reipersecutória.

11. DA SUBSTITUIÇÃO DOS PROCURADORES


O advogado poderá ser substituído de duas formas: por vontade da parte ou por vontade
própria.

A parte pode revogar a procuração a qualquer tempo, sem necessidade de fundamentação


(deverá constituir outro advogado que assumirá o patrocínio da causa). Não sendo constituído novo
advogado no prazo de 15 (quinze) dias, as consequências são as seguintes:

a) o processo será extinto sem resolução do mérito, se a providência couber ao autor;

b) o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

c) o terceiro que houver ingressado no processo como litisconsorte passivo, também será
considerado revel; nas demais hipóteses, o terceiro será excluído do processo;

d) o eventual recurso não será conhecido;

e) as contrarrazões do recurso serão desentranhadas.

Equivale a revogação tácita, a constituição de novo advogado sem ressalvar os poderes do


anterior.

O advogado ainda pode renunciar ao mandato, a qualquer momento e sem necessidade de


fundamentação. É, no entanto, indispensável que o advogado renunciante comunique a renúncia ao
mandante, a fim de que este nomeie sucessor (art. 110).

Dispensa-se essa comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte
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continuar representada por outro (art. 112, §2º CPC).

Nas demais hipóteses, durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar
o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo, nos termos do §1º do art. 112, mas pode
desligar-se se antes desse prazo a parte constituir novo advogado.

Importante: enquanto o advogado que não provar que notificou o cliente da renúncia, continuará
representando-o e, após essa notificação, ainda o representa por 10 dias.

FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO.

1. DA FORMAÇÃO DO PROCESSO:
O processo resulta da materialização do direito abstrato de ação, o que se dá pela
propositura da ação por meio de protocolo da petição inicial perante o juízo para o qual a peça seja
endereçada.
A partir desse momento já existe relação processual, ainda que linear, entre autor e juiz.
Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada.
Contudo, só produz contra o réu os efeitos da litispendência, tornar litigiosa a coisa e
constituir em mora, após validamente citado (CPC, 312).
A propositura da ação é ato unilateral do autor, representado pela apresentação da petição
inicial em juízo, não dependendo, portanto, de nenhum ato judicial que não o certificado de que a
petição inicial foi protocolada. Também não precisa de citação para ser formado.
Para o autor, há litispendência desde o protocolo de sua petição inicial, enquanto que para
o réu a litispendência depende de sua citação válida. Ou ainda, como prefere parcela da doutrina, há
litispendência desde a propositura da ação, mas seus efeitos são gerados para o autor a partir desse
momento e para o réu somente depois de sua citação.
Segundo o enunciado 117 da FPPC, em caso de desmembramento multitudinário ativo, os
referidos efeitos serão considerados produzidos desde o protocolo originário da petição inicial.

2. DA SUSPENSÃO DO PROCESSO
A natureza jurídica da decisão que determina a suspensão do processo, segundo doutrina
majoritária, é meramente declaratória, que se limita a dar a certeza jurídica da presença de uma das
causas legais de suspensão do processo. Minoritariamente, há doutrinadores que defendem a
natureza constitutiva, já que ela seria capaz de paralisar a atividade processual. Apesar da divergência
doutrinária, há um ponto de aceitação generalizada: a decisão de suspensão do processo tem eficácia
ex tunc, ou seja, retroage à data do evento que deu causa, devendo-se considerar desde esse
momento suspenso o procedimento. É no mesmo sentido o entendimento do Superior Tribunal de
Justiça.

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Direito

Por não estar previsto no rol do art. 1.015 do CPC e nem haver qualquer previsão expressa nesse
sentido, a decisão interlocutória de suspensão do processo não é recorrível por agravo de
instrumento, salvo se proferida no inventário, cumprimento de sentença, processo de execução e
liquidação de sentença (art. 1.015, parágrafo único, CPC). Diante da manifesta inutilidade de
impugnar-se por apelação, será cabível o mandado de segurança contra essa decisão. Registre-se que
o Superior Tribunal de Justiça admite o mandado de segurança contra ato judicial justamente quando
o recurso cabível é incapaz de inverter a sucumbência suportada pela parte.

2.1. HIPÓTESES DE SUSPENSÃO DO PROCESSO TRAZIDAS PELO CPC:

2.1.1. MORTE OU PERDA DA CAPACIDADE PROCESSUAL DE QUALQUER DAS


PARTES

Falecendo a parte durante o processo e sendo o direito nele discutido intransmissível, o


processo será extinto nos termos do art. 485, IX, do Novo CPC.
Nos demais casos, a morte da parte será causa de suspensão do processo, nos termos do art.
313, I, do Novo CPC. Essa distinção de tratamento é reconhecida pelo art. 313, § 2°, II, do Novo CPC,
que prevê que a intimação do espólio, sucessor ou herdeiro do autor depende de o direito em litígio
ser transferível.
Tendo a decisão sobre a suspensão do processo eficácia ex tunc, o processo estará suspenso
desde o momento em que a parte faleceu, sendo irrelevante para esse fim o momento em que a
informação é levada ao juízo ou o da data da decisão de suspensão.
Falecido o réu, o juiz ordenará a intimação do autor para que promova a citação do
respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de
no mínimo 2 e no máximo 6 meses (art. 313, § 2°, !, do Novo CPC). Descumprida a diligência, estará
configurado o abandono do processo, devendo o processo ser extinto sem resolução do mérito, nos
termos do art. 485, III, do Novo CPC.
Falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu
espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar
mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva
habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito (art. 313,
§2°, II e art. 485, IV, do Novo CPC).
Na hipótese de perda da capacidade processual da parte, a suspensão do processo serve
para que ingresse no processo um representante processual, porque nesse caso a parte perde a
capacidade de estar em juízo, só podendo atuar no processo por meio de um representante processual.
Nesse caso deve se seguir o procedimento previsto no art. 76 do CPC.

2.1.2. MORTE OU PERDA DA CAPACIDADE PROCESSUAL DO REPRESENTANTE


LEGAL

O procedimento para a regularização é aquele previsto no art. 76 do Novo CPC, sendo


entendimento tranquilo na doutrina que a hipótese não se aplica aos casos de morte ou perda de
capacidade processual do "presentante" de pessoa jurídica. Apenas para exemplificar, morto o
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Direito

prefeito, que "presenta" a Municipalidade em juízo, assume o cargo em seu lugar o vice-prefeito, não
havendo razão para a suspensão do processo.

2.1.3. MORTE OU PERDA DA CAPACIDADE PROCESSUAL DO PROCURADOR

O processo deve ser suspenso não só quando o advogado perde sua capacidade civil (por
exemplo, é interditado), mas também quando perde sua capacidade postulatória (por exemplo,
quando é suspenso pela Ordem dos Advogados do Brasil). A suspensão aqui tratada só se justifica se o
advogado morto ou que perdeu sua capacidade for o único constituído nos autos. Há, entretanto,
situação excepcional quando o advogado foi contratado especificamente para praticar determinado ato
processual. Ex: advogado contratado para uma sustentação oral e vem a falecer antes. Daniel
Assunção defende que nesse caso, mesmo havendo mais de um advogado constituído, o processo
deve ser suspenso.
No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de
instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15
dias.
Sendo o réu omisso, o juiz ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu. Caso o
falecimento do advogado do réu ocorra depois de já apresentada sua contestação, mesmo que não
haja a regularização nos termos do art. 313, § 3°, do CPC, será impossível considerar-se esse réu revel,
já que a revelia é um estado de fato gerado pela ausência jurídica da contestação. A única
consequência será a geração de outro efeito da revelia, a da dispensa da intimação do réu.

2.1.4. CONVENÇÃO DAS PARTES

Tratando-se de acordo bilateral, está sujeito às exigências formais do art. 190 do CPC,
exigindo-se que seja celebrado por partes capazes, em processos em que se admita a autocomposição
e que nenhuma das partes esteja em situação de vulnerabilidade.
Esse acordo específico de suspensão do processo tem uma limitação temporal prevista no art.
313, § 4°, do Novo CPC, não podendo ser superior a 6 meses.
Registre-se que esse prazo não é aplicável à execução quando a motivação da suspensão for
o cumprimento da obrigação pelo executado, sendo nesse caso o tempo de suspensão o necessário
para tal cumprimento (art. 922 do Novo CPC).
Há divergência doutrinária a respeito da possibilidade de as partes convencionarem a
suspensão do processo quando o ato processual estiver em curso. Para parcela da doutrina, não se
admite tal espécie de suspensão durante uma audiência ou de sessão de julgamento pelo tribunal,
enquanto outra parcela não vê qualquer impedimento.

2.1.5. ARGUIÇÃO DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO

A única arguição de impedimento e suspeição capaz de suspender o processo é a do juiz, não


havendo suspensão quando a arguição se dirigir ao membro do Ministério Público (art. 148, § 2º, do
CPC) ou a auxiliares da justiça.

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Direito

A mera arguição da suspeição ou impedimento do juiz suspende o procedimento principal


(suspensão imprópria), mas a continuidade dessa suspensão até o julgamento da arguição depende
de decisão a ser proferida pelo relator do incidente no tribunal.

2.1.6. PELA ADMISSÃO DE INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS


REPETITIVAS

O art. 980, caput, do CPC prevê o prazo máximo de um ano de suspensão, que poderá ser
prorrogado por decisão fundamentada do relator.

2.1.7. PREJUDICIALIDADE

As questões prejudiciais que podem gerar a suspensão do processo são as externas


(exógenas) homogênea, que dependem de outro processo na jurisdição civil. Inclui-se a suspensão de
processo em trâmite em diferentes Justiças, como Federal e Estadual. Há corrente doutrinária que
entende que a suspensão depende de uma determinada ordem temporal de propositura dos processos.
Só haveria suspensão se o processo prejudicial já estiver em trâmite quando da propositura do
processo prejudicado.
A doutrina entende que a suspensão só se justifica se não for possível a reunião dos
processos perante o mesmo juízo para julgamento conjunto dos processos.

2.1.8. NECESSIDADE DE VERIFICAÇÃO DE DETERMINADO FATO OU


PRODUÇÃO DE CERTA PROVA, REQUISITADA A OUTRO JUÍZO

O art. 313, V, b, do CPC prevê a suspensão do processo quando a prolação de sentença de


mérito depender da verificação de determinado fato ou de produção de certa prova requisitada para
outro juízo.
Não trata de questão prejudicial, mas de questão preliminar ao julgamento de mérito, aqui
compreendida como fato ou prova que deve ser verificada ou produzida anteriormente à prolação
de decisão de mérito.
Segundo o art. 377 do CPC, a suspensão do processo em razão da expedição de carta só
ocorre se o pedido de produção de prova for elaborado antes da decisão de saneamento e quando a
prova for imprescindível à formação do convencimento do juiz.
Trata-se de suspensão imprópria, porque todos os demais atos, salvo os debates orais
(memoriais escritos) e sentença, podem ser normalmente praticados durante o cumprimento da carta.

2.1.9. FORÇA MAIOR

Havendo motivo de força maior o processo será suspenso, nos termos do art. 313, VI, do
CPC, entendendo-se como força maior qualquer causa representada por evento insuperável, alheio à
vontade dos sujeitos processuais e que os impeça de praticar atos processuais, tais como no caso de

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Direito

epidemia, calamidade pública, inundação, fechamento do fórum por determinação da Defesa Civil,
incêndio etc.
O processo deve ser considerado suspenso desde o momento em que ocorreu a força maior
que motiva sua suspensão, sendo irrelevante para fins de fixação do termo inicial da suspensão o
momento em que o juiz torna conhecimento da força maior ou em que profere a decisão de suspensão
do processo. Encerrado o evento, o processo retoma o andamento regular.

2.1.10. ACIDENTES E FATOS DA NAVEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA DE


TRIBUNAL MARÍTIMO

Será suspenso o processo, nos termos do art. 313, VII, do Novo CPC, quando se discutir em
juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo.
A única interpretação possível é a de que é cabida a suspensão, quando o processo já estiver
em trâmite no Tribunal Marítimo.
O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que as conclusões estabelecidas pelo Tribunal
Marítimo são suscetíveis de reexame pelo Poder Judiciário, ainda que a decisão proferida pelo órgão
administrativo, no que se refere à matéria técnica sobre acidentes e fatos da navegação, tenha valor
probatório.

2.2. DEMAIS CASOS REGULADOS PELO CPC

O inciso VIII do art. 313 do Novo CPC torna o rol de causas para a suspensão exemplificativo
ao prever que também será suspenso o processo em outros casos regulados pelo Código de Processo
Civil.
Podem ser mencionadas como exemplo:

 a suspensão em razão da instauração do incidente de desconsideração da personalidade


jurídica (art. 134, § 3°, do Novo CPC);
 em razão da impugnação ao cumprimento de sentença ou embargos à execução (arts.
525, § 6°, e 919, § 1°, do Novo CPC);
 em razão da oposição (art. 685, parágrafo único, do Novo CPC);
 em razão da não localização de bens na execução de pagar quantia certa (art. 921, III, do
Novo CPC);
 em razão de prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra sua
obrigação (art. 922 do CPC);
 em razão de julgamento de recurso especial e extraordinário repetitivos (art. 1.037, II, do
Novo CPC).

2.2.1. PELO PARTO OU ADOÇÃO

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O processo será suspenso pelo parto ou pela concessão de adoção quando a advogada
responsável pelo processo constituir a única patrona da causa, pelo prazo de 30 dias, contado a partir
da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou
documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a
adoção, desde que haja notificação ao cliente (art. 313, § 6°, do Novo CPC).
O termo inicial da suspensão é o parto ou concessão de adoção, de forma que mesmo sendo
depois desse momento comunicado o juízo de tais fatos, a suspensão dar-se-á de forma retroativa,
ou seja, desde o fato descrito no § 6° do art. 313 do CPC. Este prazo é renunciável, de forma que sendo
sua vontade expressa a continuidade regular do processo não caberá a suspensão do processo.

2.2.2. PELA PATERNIDADE

O processo será suspenso quando o advogado responsável pelo processo constituir o único
patrono da causa e tornar-se pai, pelo prazo de 8 dias, contado a partir da data do parto ou da
concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que
comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja
notificação ao cliente (art. 313, § 7°, do CPC).

2.3. PRAZO DE SUSPENSÃO

O § 4° do art. 313 do CPC prevê que no caso de suspensão consensual pelas partes o prazo
máximo de suspensão é de 6 meses, e nos casos previstos no inciso V, o prazo máximo é de um ano.
O dispositivo faz claramente uma opção pela celeridade processual em detrimento da
segurança jurídica, preferindo correr o risco da prolação de decisões contraditórias a postergar
indefinidamente o andamento do processo.
O Superior Tribunal de Justiça tem decisões recentes adotando a interpretação literal do
art. 313, § 4°, do CPC, limitando o período de suspensão ao tempo previsto no dispositivo legal.
O tema, entretanto, não está pacificado, sendo que o mesmo STJ também já se manifestou
recentemente admitindo estender a suspensão do processo por período superior a um ano, por meio
da renovação desse prazo por um novo período de um ano ou determinando que a suspensão dure até
o trânsito em julgado do processo prejudicial. (AgRg no REsp 742428/DF e REsp. 604.435/SP -
decisões anteriores ao CPC/15, mas estes prazos já eram previstos no CPC/73).

2.4. VEDAÇÃO À PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS DURANTE A SUSPENSÃO DO


PROCESSO

É vedado a prática de qualquer ato processual durante o período de suspensão do


processo, com exceção dos atos urgentes a fim de evitar dano irreparável (CPC, art. 314).
Dessa forma, não resta dúvida de que o ato não urgente praticado durante a suspensão do processo
é viciado, já que praticado em desconformidade com a regra legal. Embora hajam correntes que defendam
que o ato praticado durante a suspensão do processo é inexistente, outras inválido e outras ineficaz, o
Superior Tribunal de Justiça entende que os atos não urgentes praticados durante a suspensão do

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Direito

processo são nulos, aplicando o princípio da instrumentalidade das formas, de modo que a nulidade
só será reconhecida se restar comprovado o prejuízo.

2.5. ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO DO JUIZ

No caso de suspensão do processo, o juiz poderá praticar atos urgentes necessários para
evitar dano irreparável, exceto no caso de impedimento ou suspeição do juiz (CPC, art. 314).
Havendo a necessidade de prática de ato urgente, caberá ao substituto legal do juiz acusado
de parcial a prática de tal espécie de ato, ainda que o procedimento principal esteja suspenso (art. 146,
§ 3°, do Novo CPC).
Registre-se que, não sendo o incidente recebido no efeito suspensivo pelo relator, o processo não
estará suspenso, de forma que qualquer ato, urgente ou não, será praticado normalmente pelo juiz
acusado de suspeição ou de impedimento.

2.6. VERIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE FATO DELITUOSO PELA JUSTIÇA CRIMINAL

O art. 315 do CPC regulamenta a chamada "prejudicialidade externa" entre a ação civil e a
ação criminal, facultando-se ao juiz da ação civil sua suspensão até que se resolva o processo penal.
Existe divergência doutrinária a respeito da obrigatoriedade ou facultatividade dessa suspensão.
Enquanto doutrinadores entendem ser uma faculdade do juiz cível, outros defendem a
obrigatoriedade sempre que presentes as hipóteses de vinculação do juízo civil à sentença penal. O
Superior Tribunal de Justiça já teve a oportunidade de decidir que, nos casos em que possa ser
comprovada, na esfera criminal, a inexistência de materialidade ou da autoria do crime, tornando
impossível a pretensão ressarcitória cível, será obrigatória a paralisação da ação civil.
De qualquer forma, tendo sido suspenso o processo na esfera cível, as partes serão intimadas
dessa decisão, contando-se a partir do primeiro dia útil subsequente um prazo de 3 meses para a
propositura da ação penal, sem o que cessará a suspensão, cabendo ao juiz cível examinar
incidentalmente a questão prévia.
O prazo máximo de suspensão nesse caso é de um ano, a exemplo do que ocorre com a
prejudicialidade externa com outro processo na esfera cível (art. 313, § 4°, do Novo CPC).

EXTINÇÃO DO PROCESSO

Nos termos do art. 316 do Novo CPC, a extinção do processo dar-se-á por meio de sentença.
Sentença é o pronunciamento do juiz que encerra a fase de conhecimento ou extingue a
execução, com fundamento em uma das hipóteses do art. 485 ou 487 do CPC.

1. PRINCIPIO DA COOPERAÇÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO POR SENTENÇA


TERMINATIVA
Antes de proferir sentença terminativa cabe ao juiz conceder à parte oportunidade, sempre
que possível, de corrigir o vício (CPC, art. 317). Sendo o vício insanável, de nada adiantará dar
oportunidade ao autor para saneá-lo, sendo nesse caso necessária, embora não desejada, a prolação da
sentença terminativa (art. 485 do Novo CPC).
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