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Sumário
JURISDIÇÃO.................................................................................................................................................................... 11
1. JURISDIÇÃO.......................................................................................................................................................................... 11
2. ESCOPOS DA JURISDIÇÃO........................................................................................................................................................12
3. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS................................................................................................................................................12
4. ARBITRAGEM - LEI 13.129/15............................................................................................................................................13
5. PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO.....................................................................................................................................................14
6. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA................................................................................................................................................15
PROCESSO...................................................................................................................................................................... 17
1. CONCEITO DE PROCESSO..................................................................................................................................................17
2. APLICAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL NO TEMPO (ART. 14 NCPC)....................................................................................17
3. MODELOS DE PROCESSO..................................................................................................................................................17
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Direito
ORIGEM: Idade média – como premissa de uma reação ao exercício desmedido do poder
(combate à tirania), de submeter o poder a um controle.
Conceito: é uma cláusula geral, a qual consiste em um conjunto das garantias mínimas para que
um processo seja considerado justo que o tempo foi incorporando ao devido processo legal (uma série
de exigências para que o processo seja considerado devido). Há um acumulo histórico no seu conteúdo
para que seja um processo devido. Além disso, há uma constante incorporação de novas feições com a
evolução social.
CONTEÚDO DO DPL (previsto como direito fundamental – é preciso estudar qual o conteúdo).
Acúmulo histórico de garantias que não podem ser eliminadas E é uma garantia de proteção contra
novas manifestações de tirania processual – é uma clausula geral flexível (permite que se adapte na
história). As normas fundamentais processuais decorrem do devido processo legal.
i) DPL Formal: Garante as exigências formais para que o processo seja devido – respeito às
garantias formais impostas pelo direito. Conjunto de garantias formais – contraditório,
juiz competente, motivação.
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Direito
a. Legitimidade formal.
ii) DPL Substancial: além de ser processo devido, a decisão também deve ser devida.
Controle de conteúdo dos atos dos Poderes Públicos.
a. Consiste na garantia de direitos fundamentais não previstos – doutrina brasileiro da
DPL = significa a fonte dos deveres de proporcionalidade e razoabilidade. Controle
de conteúdo dos atos dos Poderes Públicos.
b. EUA - desenvolveram essa dupla dimensão do DPL - uma dimensão formal e uma
dimensão material. Lembrando que nos EUA havia uma necessidade de amparar
constitucionalmente novos direitos diante do rol diminuto de direitos fundamentais.
DPL da CF americana atribuía outros direitos – fonte implícita de direitos
fundamentais.
c. STF: a dimensão substancial do devido processo legal significa ser a fonte dos deveres
de proporcionalidade e razoabilidade. Assim, abre caminho para uma função de
controle de conteúdo dos atos do Poder Público.
3. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
É uma pedra de toque do NCPC. Todo pautado nesse princípio. NCPC: contraditório é pilar,
todo pautado por ele.
Dimensões:
AMPLA DEFESA: tudo é uma amálgama, hoje como conteúdo do contraditório, como os
instrumentos para influenciar na decisão.
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Direito
i) complexidade da matéria;
ii) comportamento dos litigantes,
iii) comportamento do juiz;
iv) estrutura do órgão judiciário.
Lei 9504 – 01 ano em todas as instâncias. Art. 7º, Lei de ação popular – priva a lista de
merecimento.
Consequências da demora desarrazoada: i) resp. civil do Estado; ii) representação contra o juiz,
235 CPC e perda da competência; iii) priva de promoção, art. 93 , II, “e”, da CF, iv) Mandado de
Segurança.
5. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Conceito: é uma imposição constitucional (11 NCPC e 93 CF) que garante o processo público com
duas dimensões:
Concretizações:
7. PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE
Conceito: O processo tem que gerar/produzir resultados e realizar o direito material, processo
devido é aquele que CONHECE e REALIZA o direito material reconhecido pelo juiz. Impõe a
necessidade de efetivação da decisão judicial.
i) Solução +
ii) Satisfação.
8. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Conceito: trata-se da forma que se obtém o resultado.
Inclui instrumentos gerenciais (ciência da administração) para conduzir o processo obtendo o
máximo que se busca com o mínimo de recursos, com o plus das técnicas de administração. Previsão
– art. 37, CF e art. 8º, NCPC.
Versão atualizada do antigo princípio da econômica processual, termo novo que estabelece um
diálogo entre a ciência da administração e o Direito, em um aspecto gerencial. Agrega um arsenal de
instrumentos para a gestão processual do juiz.
i) Dimensão administrativa: aos tribunais como ente da administração. CNJ foi criado para
otimizá-la.
ii) Dimensão processual: dirigido ao juiz que ao conduzir o processo é o gestor dele.
i) Processo EFETIVO: aquele que realiza o direito material. É possível ser efetivo e não
eficiente.
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Direito
ii) Processo EFICIENTE: é o processo efetivo (tenha resultado) com o menor uso de recursos
(dinheiro) possível.
i) Boa-fé objetiva: é uma norma que impõe comportamentos éticos. Art. 5º CPC. Exame do
comportamento, não a intenção.
ii) Boa-fé subjetiva: é um fato, uma crença que a parte atue em seu aspecto interno com
crença de agir corretamente.
i) Supressio: não exercício de um direito e sua supressão = perda. Ex. nulidade de algibeira
– parte, embora tenha o direito de alegar nulidade, mantem-se inerte durante longo prazo,
a violar a boa-fé processual. art. 278, CPC.
ii) Surrectio: surge um direito diante da supressão do direito de outrem.
iii) Excepcio doli: defesa da parte contra ações dolosas da outra. É a boa-fé em matéria de
defesa.
iv) Venire contra factum proprium: proibição do comportamento contraditório a violar a
confiança e lealdade. Art. 1000, CPC.
v) Tu quoque: vedação ao comportamento inesperado, parte não pode criar situações que
viciem o processo para alegar, após, a nulidade. Art. 276, CPC.
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Direito
i) Art. 932, CPC. relator não pode deixar de conhecer recurso por questões formais.
ii) Art. 1032, CPC. recurso especial recebido como recursos extraordinário.
iii) Art. 321, CPC. antes de indeferir a inicial, abre-se oportunidade para emendá-la.
i) NCPC estruturado para estimular uma solução consensual – logo, prestigia a vontade;
ii) postulações (ato de vontade) devem ser interpretadas – reconhece que postulação é um ato
de vontade.
iii) NCPC prevê diversos negócios jurídicos consensuais. Ex. escolhe consensual do perito,
calendário processual
iv) art. 190 – negócios processuais atípicos;
v) expansão da arbitragem.
i) Objetiva: deve estruturar-se a partir das peculiaridades do direito material discutido. Ex.
execução de alimentos;
ii) Subjetiva: deve ser adequado aos sujeitos processuais segundo o princípio da isonomia.
Ex. idosos.
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Direito
iii) Teleológica: deve adequar ao fim pretendido. Ex. processo de conhecimento o fim é
declarar o direito, no executivo o fim é efetivar, por exemplo.
i) base da confiança: haja um ato normativo produzido por quem tenha competência para
aquilo;
ii) confiança na base: haja alguém que tenha confiado naquela norma, acreditava no ato;
iii) exercício da confiança: sujeito se comportou a partir daquela confiança;
iv) frustração pelo poder público: O PP frustra, por outro ato, a confiança gerada.
Relação com o processo: o processo produz atos normativos, logo produz a base da confiança.
Deve atuar a partir dos precedentes anteriores, ou seja, não praticar ato que confronte confiança gerada.
As pessoas se comportam de acordo com aquele precedente.
Art. 927. modificar jurisprudência = Alterada a base da confiança, a norma jurídica – precedente.
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Direito
i) salvo para a fase recursal (na fase recursal o impulso oficial só em remessa necessária).
ii) Não impede a desistência.
iii) Negócio processual – pode modular o impulso oficial em determinadas situações. Ex.
suspensão negocial.
JURISDIÇÃO
1. JURISDIÇÃO
Conceitos iniciais:
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Direito
i) Poder Jurisdicional: um órgão Estatal – o qual tem o Poder Estatal de interferir na esfera
jurídica do jurisdicionado aplicando o Direito Objetivo.
ii) Função jurisdicional: encargo atribuído ao Poder Judiciário de exercer tipicamente o
Poder acima.
iii) Atividade jurisdicional: complexo de atos praticados pelo agente estatal investido de
jurisdição no processo.
i) Terceiro: fato de o juiz não ser parte (impartialidade), mas terceiro, sendo um atributo
objetivo.
a. Heterocomposição: O juiz substitui a vontade das partes.
b. Substitutividade: o juiz substitui a vontade das partes.
ii) Imparcial: dado subjetivo, é a ausência de interesse na causa, equidistância. Diverso de
neutralidade.
iii) Monopólio Estatal: mas a lei pode admitir que terceiros exerçam. Ex. arbitragem.
iv) Mediante processo: é o resultado de um processo que a precede e legitima.
v) Reconhece/protege/efetiva situação concretamente deduzida: sempre atua sobre um caso
concreto. Difere-se de lide – pretensão resistida. Basta problema concreto a ser resolvido.
a. Legislador atua em abstrato.
b. Processo de Conhecimento: reconhecer.
c. Processo Cautelar: proteger
d. Processo Executivo: efetivar
vi) Modo imperativo: o julgamento é um ato de império, poder coercitivo inevitável.
vii) Modo criativo: ao julgar cria a norma jurídica individualizada e norma do precedente.
Limites na lei, caso concreto e na racionalidade.
viii) Decisão insuscetível de controle externo: somente a jurisdição controla a jurisdição. Nem
a lei muda a coisa julgada.
a. CNJ. Tem natureza administrativa e correcional, âmbito interno e não controla o ato de
decidir.
ix) Definitividade: é a coisa julgada como uma qualidade da decisão, um fenômeno exclusivo
a jurisdição.
2. ESCOPOS DA JURISDIÇÃO
Escopo Jurídico: é solucionar a lide jurídica com a aplicação do direito ao caso concreto.
Escopo Social: é a pacificação social gerado pela solução da controvérsia. Espera-se que o
vencido saia conformado (não necessariamente feliz).
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Direito
Escopo educacional: intuito de ensinar aos jurisdicionados seus direitos e deveres. Para isso, as
decisões devem ser claras, objetivas e em linguagem acessível.
3. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS
Jurisdição: é RESOLVER CONFLITO, DIZER O DIREITO.
Equivalentes: formas de resolver conflitos diversa da jurisdição:
i) Sistema Multiportas: diversas formas de resolver o conflito. Não se fala mais em meios
alternativos, pois todos têm preferência, a depender do conflito (princípio da adequação).
i) Mediação não há proposta de acordo pelo arbitro, apenas facilita o diálogo. Se tiver laços
anteriores. Lei 13140/2015.
ii) Conciliação faz proposta sendo proativo. Sem laços anteriores. Lei 13140/2015 (artigo 42).
iii) P. independência: exercício das funções sem influência externa;
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Direito
Poder Público: deve ser pública (sem sigilo) e não admite a equidade (deve ser de direito).
Somente direitos patrimoniais disponíveis.
Negócio Jurídico – Convenção de arbitragem: documento escrito em que as partes resolvem
seguir a arbitragem.
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Direito
ii) Compromisso arbitral: relacionada a conflito determinado e já existente, a qual poderá ser
resultante de uma cláusula compromissória anterior, como forma de cumpri-la.
NCPC. juiz não pode reconhecer de ofício ambas. Réu não alegar haverá renúncia à jurisdição arbitral.
Regras de arbitragem: podem ser delimitadas pelas partes. Apesar de maleável, sujeita-se aos
princípios constitucionais. Não cabe recurso, salvo se houver convenção. Decidem se vai ser por
equidade ou de direito.
Poderes do arbitro: julga a causa, mas não executa. Sentença arbitral é titulo judicial a ser
executado no PJ. Também pode conceder medidas cautelares.
Judiciário: não controla o mérito da decisão. Cabe ação anulatória nas hipóteses previstas na lei,
sendo o prazo de 90 dias da publicação. Nesse caso o Judiciário anula, pelo defeito formal, exigindo
nova sentença arbitral. Não cabe ação rescisória.
Carta arbitral: cooperação entre o juiz estatal e o arbitro.
5. PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
P. da investidura: exercício da jurisdição apenas por aqueles regularmente investido na
autoridade de juiz, seja concurso, investiduras dos ministros ou arbitro por convenção.
P. da Indelegabilidade: PODER JURISDICIONAL que foi investido é indelegável.
PODERES DO JUIZ:
P. da Infastabilidade: art. 5º, XXV, CF. A lei não excluirá lesão ou ameaça de lesão (tutela
inibitória). Há o direito de ação, provocar o PJ.
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Direito
ii) Sistema da jurisdição única – sistema inglês. Há países em que se adotou a jurisdição
administrativa ou sistema francês.
iii) Jurisdição condicionada: quando a lei determina o esgotamento das instâncias
administrativas para acessar o PJ – é o interesse de agir no que toca a necessidade.
a. Esse princípio proíbe? CF antiga tinha permissão expressa. CF/88 exige isso na justiça
desportiva.
b. Previsões legais – HD, reclamação. São constitucionais? Sim, se justificáveis e
razoáveis. Ex. ação previdenciária
iv) E leis que proíbem tutela de urgência contra o PP? STF diz constitucional, o que não impede o
magistrado apreciar a razoabilidade no caso concreto.
P. do Juiz natural: não tem previsão expressa na CF. Garantia constitucional sem previsão
constitucional, construído a partir da conjunção de dois dispositivos: i) proibição do juízo de exceção;
ii) ninguém será processado, salvo por autoridade competente. É o juiz imparcial (dimensão
subjetiva) e competente (dimensão objetiva). CF:
6. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Características:
i) Atividade integrativa: o judiciário integra a vontade da parte, tornando-a integra e apta a
produzir os efeitos desejados. Ex. interdição, mudança de nome;
ii) Atividade fiscalizatória: o interesse do estado é fiscalizar o ato da parte a partir dessa
necessidade de integração;
iii) Necessária: para que a vontade do sujeito produza efeitos, o sujeito tem que ao
judiciário.
a. Obs. algumas há possibilidade de ser extrajudicial. Ex. divórcio;
iv) essencialmente constitutiva: julgador constitui situações jurídicas novas
(desfaz/modifica). Ex. adoção, emancipação;
v) Inquisitorial: predomina esse caráter. Valoriza os poderes do juiz. Há procedimentos
instaurados de ofício e poder geral de adequação. Ex. herança jacente, bens de ausentes e
arrecadação de coisas vagas.
Sentença: ato final do processo, que o encerra.
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PROCESSO
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1. CONCEITO DE PROCESSO
PALAVRA PROCESSO - DIVERSAS ACEPÇÕES – 03 principais:
3. MODELOS DE PROCESSO
É o modo de organizar o processo, ou seja, a análise dos papéis que cada sujeito deve exercer
em um processo. Principais análises: papéis do juiz = poder instrutório / executar decisões de ofício.
Não há modelos puros, mas preponderantes.
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Direito
c. Ex. princípio da boa-fé como algo autoritário porque no processo há uma batalha.
i) Modelo Cooperativo: modelo do NCPC que não se confunde com o dispositivo nem com
o inquisitivo. Trata-se de uma estrutura em que os sujeitos cooperam para a decisão
final, um processo estruturado a partir da ideia de cooperação entre todos os sujeitos
processuais. Não vislumbra apenas as funções do juiz durante o processo, mas, também, alguns
deveres. No processo há um diálogo constante e permanente entre as partes.
a. Princípio da cooperação: art. 6º, CPC, corolário da boa-fé e do DPL. Consequências ao
juiz – imposição de deveres:
i. Dever de consulta: impõe ao juiz o dever de consultar as partes antes de
decidir quando houver questão relevante que não foi objeto de contraditório.
ii. Dever de esclarecimento: com dupla dimensão
1. Juiz tem dever de produzir decisões claras e inteligíveis;
2. Dever de pedir esclarecimentos: não pode rejeitar postulações por não as
entender.
iii. Dever de prevenção: juiz deve advertir as partes para evitar que o processo
seja invalidado por questões formais. Corolário do princípio da primazia da
decisão de mérito.
iv. Dever de auxílio: dever judicial de cooperar com os sujeitos processuais na
obtenção de informações e eliminar obstáculos que dificultem exercício de
direitos – em previsões típicas na lei. Ex. relativas ao patrimônio do executado.
Dever geral de auxilio: Parcela doutrinária encerra um dever geral de auxílio. Juiz sempre
tem que auxiliar as partes em todas situações, como um dever geral atípico. Didier entende que não
há respaldo normativo, sendo, portanto, um dever sempre típico.
Ação como DIREITO MATERIAL AFIRMADO: expressão utilizada como sinônimo de direito.
Muito utilizada pelos romanos que não diferenciavam ação processual de direito. Ex. art. 195, CC - ação
sendo utilizada como sinônimo de direito.
Ação COMO ATO: ato de provocar o judiciário, não mais como direito, e sim o exercício. Nome
demanda - É o exercício do direito de ação afirmando uma ação em sentido material.
Procedimento: conjunto de atos destinados ao ato final.
Demanda = Ato de provocar o judiciário – condições da ação?
Termos - Condições da ação e carência de ação. Eram expressões que diziam respeito ao tema.
Faltando condições da ação a parte autora deixa de ter direito de exercitar o ato.
Há condições que devem ser preenchidas para acessar o Poder Judiciário?
i) 1ªc. Fredie Didier. não há mais as condições da ação. Legitimidade e interesse são
pressupostos processuais.
ii) 2ªc. Majoritária. ainda existem condições da ação e carência de ação. Legitimidade /
interesse.
iii) A possibilidade jurídica do pedido já era tratada como questão de mérito.
i) Conclusão: não existe direito de ação sem direito material, pois é o mesmo direito em
momentos diversos – prevalece o direito material estático ou em movimento.
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Direito
ii) Conclusão: o direito de ação traduz em um poder do indivíduo contra o seu adversário e
não contra o Estado.
iii) Conclusão: processo como um mero procedimento, conjunto de atos coordenados.
TEORIA ABSTRATA DA AÇÃO: direito de ação e direito material não se confunde, são
independentes e autônomos. Consiste em um direito abstrato de obter um provimento judicial do
Estado-juiz. Assim, a improcedência não afasta o direito de ação do individuo.
b. Direito de ação (direito processual de ação) é o direito a uma sentença de mérito, esse
condicional.
Direito de ação não se confunde com direito material, mas aquele depende de requisitos que
condicionam ao julgamento de mérito, em qualquer momento julga-se a carência.
Obs. Condições da ação, de acordo com o grau de profundidade cognitiva de analise, tornam-
se juízo de mérito.
2.2.2. PEDIDO
Um fato de vida sofre incidência de uma hipótese normativa que o torna fato jurídico. Este
produz efeitos jurídicos e gera consequências – direitos e deveres = relação jurídica.
Pedido – tem uma causa – toda construção acima deve ser descrita para embasar o pedido.
Fato
(1)
Onde está a norma incidente? No fato jurídico há uma norma incidente sobre o fato da vida.
Já o fundamento jurídico é a relação jurídica - direito subjetivo: é o direito que cada um afirma
ter contra o demandado. O juiz não está vinculado ao que o autor diz sobre a norma incidente sobre o
fato da vida.
i) Fundamento jurídico: não é a norma incidente, mas sim o direito que se afirma ter. é o
direito subjetivo afirmado;
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Direito
ii) Norma jurídica: não é causa de pedir. O juiz pode decidir com fulcro em outra norma,
mas não pode dar um direito diverso do pleiteado nem com base em fato diverso do
alegado.
Causa de pedir remota: é o fato jurídico, ou seja, a norma incidente em um fato da vida.
Causa de pedir próxima: é o direito que se afirma ter que constrói uma relação jurídica.
i) Causa do pedido = FATO JURÍDICO} Fato da vida > incidência de hipótese normativa.
Afirmações o fato jurídico = CAUSA DE PEDIR REMOTA.
ii) Fundamento do pedido = FUNDAMENTO JURÍDICO} Relação jurídica > direitos e
deveres. Assim, este não é a norma que incide, mas o direito afirmado = CAUSA DE
PEDIR PRÓXIMA.
i) CONTRATO INADIMPLIDO:
a. Fato jurídico - causa de pedir remota: = contrato inadimplido (fato)
i. Causa remota ativa = contrato - o fato título
ii. Causa remota passiva = inadimplemento - o impulso ao
judiciário
b. Fundamento jurídico - causa de pedir próxima: = direito de crédito (direito)
c. Pedido: perdas e danos.
ii) ANULAÇÃO DO CONTRATO POR DOLO ou ERRO:
a. Fato jurídico – causa de pedir remota: = contrato com vício
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Direito
Segundo o direito afirmado: direito afirmado é a relação jurídica, ou seja, causa de pedir
próxima.
i) Mobiliária: objeto é um bem móvel. Ex. usucapião (ação real) pleiteando bem móvel.
ii) Imobiliária: objeto é um bem imóvel. Ex. usucapião (ação real) pleiteando bem imóvel.
Obs. nem toda ação real é imobiliária, pois há direitos reais sobre bens móveis. Também é
possível ação imobiliária pessoal, a exemplo do despejo que é pessoal e imobiliária.
Conforme o tipo de tutela:
Ações necessárias:
i) Direitos que somente podem ser efetivados em juízo. Penal, falência, rescisória,
interdição. Regra na jurisdição voluntária.
ii) Interesse de agir: presumido. Não se discute a necessidade de ir a juízo.
iii) Ação sempre constitutivas.
a. Obs. mas nem todas ações constitutivas são necessárias.
Ações dúplices:
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Direito
i) Acepção processual: é o pedido formulado pelo réu contra o autor em contestação. Sinônimo
de pedido contraposto que é restrito aos fatos aduzidos pelo autor. JEC.
ii) Acepção material: demandas em que o autor afirma um direito que poderia ser levado
pelo réu a juízo A defesa já é um ataque e pode propiciar o bem da vida. O réu não precisa
reconvir para adquirir o bem da vida pleiteado. Ex. oferta de alimentos. Consignação em
pagamento. ADI e ADC. Ações declaratórias.
iii) Ações possessórias: duplamente dúplice.
a. Material no pedido possessório,
b. processual quanto ao pedido indenizar do réu.
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Direito
b. execução indireta: são os casos em que o PJ se vale de poder psicológico para que o
devedor cumpra a obrigação, seja por meio de sanção (multa/prisão) ou de um
benefício.
iii) AÇÃO CONDENATÓRIA: como visto as ações de conhecimento buscam a certificação,
a declaração ou o reconhecimento, sendo a que veicular direito prestacional a ação
condenatória. Afirmada a existência de um DIREITO PRESTACIONAL
a. Prescrição da pretensão relacionada a um direito prestacional. Há ações condenatórias
imprescritíveis – ressarcir o erário por ato de improbidade administrativa é uma ação
que se busca uma condenação a prestação de ressarcimento.
b. Título executivo: objetivo da ação condenatória.
c. Prestação > inadimplemento > condenação > execução. Formas de efetivação é o que
diferenciam - Execução de forma direita ou indireta.
i. Ação executiva lato sensu: prestação efetivada de modo direto / sub-rogação
ii. Ação mandamental: execução indireta.
iv) Ações condenatórias sincréticas: por uma ação condenatória há o reconhecimento e a
efetivação. Pontes de Miranda:
a. Puro conhecimento – ação condenatória;
b. Sincrética – mandamental (execução indireta) ou executiva Lato senso (execução
direta).
v) Histórico:
a. 1973: Ações de prestação de puro conhecimento – ações condenatórias. Ações de
prestação sincréticas – ações executivas em sentido amplo (execução direta) ou ações
mandamentais (execução indireta).
b. 1994: ações de prestação sincréticas: CPC inclui as de fazer e não fazer (mandamental
– execução indireta).
c. 2002: ações de prestação sincréticas: CPC inclui as de dar coisa diversa de dinheiro
(executiva lato senso – execução direta).
d. 2005: ações de prestação sincréticas: dar dinheiro (ação condenatória). Perde
relevância a divisão das condenatórias, mandamentais e executivas lato senso, pois
todas são sincréticas.
vi) Concepção Quinária: Quartenária Trinária
a. Constitutiva Constitutiva Constitutiva
b. Declaratória Declaratória Declaratória
c. Condenatória (pecuniária) x Condenatória
d. Exec. lato senso (entrega coisa) Executiva lato senso x
e. Mandamental (fazer/não) Mandamental x
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Direito
Majoritária: todas as Ações condenatórias são sincréticas, assim, prevalece a concepção trinaria.
Logo, a execução é apenas uma técnica de efetivação.
i) Conceito: nada mais é que o direito de alguém interferir na esfera jurídica de outra
pessoa criando, alterando ou extinguindo situações jurídicas. É um estado de sujeição que a
pessoa está inserida – não um dever (Não há uma conduta exigível do terceiro, não há
prestação).
ii) Logo, não há inadimplemento ou lesão, não há prescrição e não há execução. Não tem dever de
outrem. Ex. direito ao divórcio, direito de anular um contrato, de rescindir uma sentença.
iii) Decadência: é o prazo para exercer um direito potestativo.
iv) Efetivação: por mero decreto, pela palavra (decreto, dissolvo). Não há execução.
v) AÇÕES CONSTITUTIVAS: veiculam direto potestativo, a qual cria, modifica ou
extingue situações jurídicas – pede o reconhecimento do direito potestativo e a sua
efetivação, ou seja, não há uma prestação inadimplida, mas um estado de sujeição.
a. Constitui situação jurídica nova. Direito ao divórcio, anular contrato, rescindir
sentença, etc. Basta a sentença para mudar o fato, não há execução.
b. Algumas ações dependem de prazo, outras não – decadencial.
c. Efeitos: em regra ex nunc.
d. Ações constitutivas NEGATIVAS: extingue situação jurídica. Podem retroagir, a
exemplo do 182 CC, anulatória de contrato.
e. Ações constitutivas POSITIVA: altera ou cria situação jurídica.
f. Verbos – dissolvo, decreto, anulo, rescindo, etc.
vi) Polêmicas:
a. Interdição: declaratória, mas para Fredie instituir uma curatela é constitutiva, uma
nova situação jurídica é constituída;
b. Falência: é uma nova situação jurídica decretada, não declarada;
c. Ação de anulabilidade e nulidade: há a desconstituição de um ato, sendo ações
constitutivas (alguns incluem a de nulidade como declaratória);
d. ADI: ações constitutivas. Retiram a lei do sistema jurídico;
e. Ação de investigação de paternidade: objetivo é constituir o vinculo jurídico que
possibilita herança, pedido de alimentos, etc. Há diferença entre pai e genitor, algo
genético que se declara.
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Direito
Ação com o objetivo de obter a certeza jurídica (esclarecer uma dúvida sobre determinada
situação jurídica).
Art. 20, CPC. Inadimplemento x ação declaratória: é possível propor ação declaratória quando
seria viável uma ação condenatória. Não há falta de interesse e agir. Atenção:
i) é possível executar a decisão que declarou (art. 515, I, NCPC – reconhecer a exigibilidade
de obrigação);
ii) propositura não interrompe a prescrição: ao propor não se diz que quer efetivar (esse
seria o motivo de interromper). Busca apenas o reconhecimento que não interrompe a
prescrição.
obs. Ação Condenatória – também declara, mas pressupõe lesão. A declaratória somente
declara e pode ser antes ou após á lesão.
i) Conceito de Processo:
a. Ponto de vista externo = procedimento.
b. Ponto de vista interno = relação jurídica. Assim, deve passar por pressupostos:
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Direito
Regime jurídico
5. PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA
O processo existe quando ALGUÉM DEMANDA perante um ÓRGÃO JURISDICIONAL.
Órgão jurisdicional
Personalidade Judiciária
i) Órgão jurisdicional: se há uma demanda proposta em órgão não jurisdicional não há relação
jurídica processual.
ii) Demanda: ato de provocação inicial do autor que limita a prestação jurisdicional aqueles
elementos do objeto do litigio.
iii) Personalidade Judiciária / capacidade de ser parte: Consiste na aptidão para, em tese,
titularizar uma situação jurídica processual. Não há gradação, sendo um atributo absoluto
(não há capacidade para uma e não para outra.).
a. Pessoas, condomínio, massa falida, órgãos públicos, nascituro, etc.
b. Exige-se para o réu? Não é condição de existência. Há processos sem réu, o processo
nasce com a demanda (não com a presença do réu), sendo a presença do réu
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Direito
Como é feita a análise? É do processo como um todo. Também é possível falar em pressuposto de
existência de cada ato jurídico processual. Ex. sentença sem decisão não falta um elemento mínimo do
seu suporte fático.
6. PRESSUPOSTOS DE VALIDADE
PROCESSO EXISTE (há relação jurídica processual), passa-se à ANÁLISE DE SUA VALIDADE
em seu ASPECTO AMPLO (do procedimento como ato jurídico complexo), ou de CADA ATO
JURÍDICO.
Consequência se houver vício?
i) Verificar se há prejuízo.
ii) Busca saná-lo - princípio da primazia da decisão de mérito.
iii) Consequência após análises acima: extinção / remessa a juízo competente ou substituto
Pode reconhecer de ofício? Como regra sim, mas há exceções. Ex. incompetência relativa,
convenção de arbitragem.
Momento? Como regra suscitada a qualquer tempo, salvo incompetência relativa ou convenção de
arbitragem.
Juiz
Subjetivos
Partes
Pressupostos de Validade
Intrinsecos
Objetivos
Extrinsecos
Legitimidade Ad Causam
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Direito
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Direito
Intrinsecos
Pressupostos de Validade
Objetivos Negativos
Extrinsecos
Positivos Interesse de Agir
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Direito
São fatos internos ao processo que condicionam a sua validade. É o respeito ao procedimento,
ao formalismo processual. Ex. Petição apta. MP deve intervir nas causas. Citação. Intimações.
Consequência do vício: a invalidade do ato processual. Deve-se buscar o aproveitamento dos
atos, sendo que, na impossibilidade, torna-se possível a extinção/invalidade.
Citação:
i) Negativos: fatos que não devem existir para que o processo seja válido, por isso são
chamados de impedimentos processuais. Ex. inexistência de coisa julgada / litispendência /
perempção / convenção de arbitragem.
a. Consequência: diante de vícios insanáveis leva a extinção do processo, mas se disser
respeito a parcela da demanda, a outra parte continua válida.
ii) Positivos: antes apenas negativos, mas, agora, com retirada do ordenamento das
condições da ação, o interesse de agir torna-se um pressuposto de validade objetivo
extrínseco.
a. INTERESSE DE AGIR: consiste no interesse de âmbito processual para tutelar um
interesse substancial. Assim, o interesse de agir é secundário, instrumental em
relação ao afirmado (interesse substancial). Trata-se de interesse relacionado ao
provimento jurisdicional para satisfazer o interesse primário lesado. De tal modo,
tem como objeto a tutela jurisdicional e não o bem da vida.
i. Consequência: extinção do processo sem julgamento do mérito.
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ii. DIMENSÕES:
1. Adequação: alguns autores incluem no interesse de agir a adequação.
Consiste no procedimento adotado ser o correto ou provimento correto.
Fredie não concorda por entender que o juízo deve adequá-lo. Pode ser
sanado pelo juiz, e a adequação não tem a ver com algo fora do processo,
diferentemente dos outros dois – utilidade ou necessidade questões
externas ao processo.
2. utilidade: sempre que o processo puder resultar em algum proveito ao
demandante. Por isso se perder o objeto há falta de interesse com extinção
do processo.
3. necessidade: o processo deve ser necessário para atingir o objeto
buscado. A jurisdição como a última forma de resolver o litígio. Apesar
de infestável, um direito, se valer dele sem a necessidade é abusar do direito.
iii. Ações condenatório: autor deve afirmar fato constitutivo de seu direito (causa
ativa) e o fato violador do seu direito (causa passiva) que basta afirmar a lesão,
sendo a sua verificação questão de mérito.
iv. Ações constitutivas não necessárias: autor deve afirmar o direito potestativo e
a necessidade de efetivá-lo pelo judiciário.
v. Ações necessárias: somente o PJ pode resolver, a necessidade é presumida. Ex.
falência.
vi. Ações previdenciárias contra o INSS: REsp 631240. Precedidas de requerimento
administrativo sob pena de faltar interesse.
vii. Ação de exibição de documentos bancários: REsp 1349453. Somente se houver
pedido no banco não atendido.
viii. Direito de resposta – Lei 13.188/15. Se o veiculo não transmitir a resposta em 7
dias o interesse estará caracterizado.
Art. 17. NCPC. para POSTULAR é necessário interesse e legitimidade. Não fala em propor
ou contestar.
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