E DIREITO CIVIL
1
NOSSA HISTÓRIA
2
Sumário
INTERSEÇÕES ENTRE PROCESSO CIVIL E DIREITO CIVIL .................................... 1
NOSSA HISTÓRIA ....................................................................................................... 2
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4
2 - DIREITO MATERIAL X DIREITO PROCESSUAL.................................................... 5
2.1 – Direito material .............................................................................................. 5
Conceito .............................................................................................................. 5
2.2 - Direito Processual ......................................................................................... 8
Conceito .............................................................................................................. 8
2.3 - Distinção entre Direito Material e Direito Processual ................................. 9
2.3.1 - Conceitos............................................................................................... 11
2.3.2 – Evolução ............................................................................................... 12
3 – DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO ........................................................... 14
3.1 - Critérios doutrinários de diferenciação entre o direito público e o direito
privado ................................................................................................................... 16
3.1.1 - Critério do interesse ............................................................................. 16
3.1.2 - Critério do sujeito .................................................................................. 17
3.1.3 - Critério da subordinação ...................................................................... 18
4 – DIREITO CIVIL X DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................ 19
5 - A DIFERENÇA ENTRE O CÓDIGO CIVIL E O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL .. 21
5.1 –Código Civil – Conceitos e princípios ........................................................ 21
Princípio da eticidade ....................................................................................... 22
Princípio da socialidade ................................................................................... 22
Princípio da operabilidade ............................................................................... 23
Princípio da equidade ...................................................................................... 23
5.2 - A estrutura do Código Civil ......................................................................... 24
Parte Geral do Código Civil ............................................................................. 24
Parte Especial do Código Civil ........................................................................ 24
5.3 - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC)........... 25
5.4 – Código de Processo Civil - conceito e princípios .................................... 27
5.5 - O Novo Código de Processo Civil.............................................................. 29
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 30
3
1. INTRODUÇÃO
4
Ressalta-se que o operador do direito deve se atentar as constantes mudanças
resultantes das modificações sociais e os valores científicos do nosso ordena-
mento jurídico. Não podendo, apenas, atentar-se a escrita fria da lei. Deverá
atentar-se para as formas instrumentais tentando obter o resultado pleiteado,
qual seja, a paz entre a sociedade.
Desta forma, resta demonstrado que o direito processual e seus preceitos são
frutos da relação jurídica material, visando identificar alguns problemas existen-
tes no âmbito do direito processual e entender os procedimentos adotados.
Conceito
5
Para de Antônio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Ran-
gel Dinamarco o Direito Material “é o corpo de normas que disciplinam as rela-
ções jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (direito civil, penal, adminis-
trativo, comercial, tributário, trabalhista, etc)."
6
uma condição para sua aplicabilidade, qual seja, a de
que para concessão da limitação do reajuste de 3,17%
a carreira do pleiteante deve ter sido reorganizada ou
reestruturada. 4. Ademais, se o acórdão recorrido che-
gou à conclusão diversa da pretensão do recorrente, ve-
rificar, em sede de recurso especial, se houve ou não a
implementação do reajuste de 3,17% demanda o ree-
xame do conjunto probatório, que é vedado pela Súmula
7/STJ. 5. A quebra de períodos, no tocante à aplicação
dos juros moratórios (antes e depois da MP nº 2.180/01),
é incabível, porquanto estes, ainda que disciplinados em
norma de conteúdo processual, têm efetivamente cará-
ter material. Desse modo, sua aplicação não se dá de
forma imediata (efeito das norma processuais), mas de
acordo com a data do ajuizamento da ação (efeito das
normas materiais). Precedentes. 6. Agravo regimental
improvido
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são par-
tes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por
unanimidade, negou provimento ao agravo regimental,
nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." Os Srs.
Ministros Og Fernandes, Jane Silva (Desembargadora
convocada do TJ/MG) e Paulo Gallotti votaram com a
Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr.
Ministro Nilson Naves. Presidiu o julgamento a Sra. Mi-
nistra Maria Thereza de Assis Moura.
7
valer a imperatividade da norma violada, para tanto deverá ser instaurado o pro-
cesso. Momento no qual não mais se irá falar do direito material e sim do direito
processual, que será o instrumento para fazer valer o direito violado.
Conceito
8
faz a distinção entre as relações dos envolvidos em con-
flitos não levados à juízo, com as daqueles que são le-
vados. As primeiras são lineares, as segundas triangu-
lares.
Ainda sobre a matéria, Vicente Greco leciona que é o ramo do direito público que
consiste no conjunto sistemático de normas e princípios que regula a atividade
da jurisdição, o exercício da ação e o processo, em face de uma pretensão civil,
entendida esta como toda aquela cuja decisão esteja fora da atuação da jurisdi-
ção penal, penal militar, do trabalho e eleitoral.
Misael Montenegro descreve que o direito processual civil está inserido no ramo
público, juntamente com o direito constitucional, do direito administrativo, fa-
zendo referência a um conjunto de normas jurídicas que regulamentam o pro-
cesso e a ação, alcançando a jurisdição, com o único objetivo de eliminar con-
flitos.
Chiovenda, por sua vez, entende que o "Direito Processual Civil pode ser defi-
nido como o ramo da ciência jurídica que trata do complexo das normas regula-
doras do exercício da jurisdição civil”.
Conclui-se, portanto, que o processo civil é uma "corrida" a ser percorrida, com
alguns obstáculos a serem superados e por fim alcançar a "linha de chegada".
Sem o emprego da metáfora, o processo civil é um englobado de regras e prin-
cípios para que se possa regular o exercício da jurisdição.
9
"a lei atribui numerosos direitos aos membros da coleti-
vidade. As normas de direito material são aqueles que
indicam quais os direitos de cada um. Por exemplo, a
que diz que determinadas pessoas têm direito de postu-
lar alimentos de outras é material: atribui um interesse
primário ao seu titular. As normas de processo são me-
ramente instrumentais. Pressupõe que o titular de um di-
reito material entenda que ele não foi respeitado, e re-
corra ao Judiciário para que o faça valer. O direito mate-
rial pode ser espontaneamente respeitado, ou pode não
ser. Se a vítima quiser fazê-lo valer com força coercitiva,
deve recorrer ao Estado, do que resultará a instauração
do processo. Ele não é um fim em si mesmo, nem o que
almeja quem ingressou em juízo, mas um meio, um ins-
trumento, para fazer valer o direito desrespeitado. As
normas de direito processual regulamentam o instru-
mento de que se vale o Estado-juiz para fazer valer os
direitos não respeitados dos que a ele recorreram“.
No contexto histórico,
10
condições. É impossível examinar a legitimidade ad cau-
sam dos litigantes, sem referência ao direito material ale-
gado.
Ao entender que o direito material são as normas ditadas pelo Estado e o pro-
cesso é o instrumento utilizado para proteger a violação daquelas normas, pas-
saremos a enfrentar a instrumentalidade do processo.
Importante destacar, que para alguns estudiosos essa distinção não se coaduna
mais com os moldes da atual CF, segundo Rodrigo Mazzei:
2.3.1 - Conceitos
Segundo a obra literária Teoria Geral do Processo de Antonio Cintra, Ada Gri-
nover e Cândido Dinamarco direito material pode ser conceituado como:
11
“O corpo de normas que disciplinam as relações jurídi-
cas referentes a bens e utilidades da vida (direito civil,
penal, administrativo, comercial, tributário, trabalhista
etc.)”
Assim, podemos dizer que o direito material são os bens jurídicos que são titu-
lados por uma pessoa.
2.3.2 – Evolução
12
Foi então que surgiu o modelo processual que se utiliza hoje no Brasil, onde
parte do processo é realizado através da escrita e parte realizado através de
reuniões entre as partes e o juiz, chamadas de audiências. Este modelo é teo-
ricamente o mais eficiente, pois, nele existe documentação comprovando os
fatos e também o diálogo entre as partes o que facilita uma melhor decisão.
13
3 – DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO
Quando se fala em direito público e em direito privado, quer-se, com isso, indicar
campos próprios da realidade cujo regime jurídico será diferente, conforme se
trate de um ou outro ramo. Assim, quando o Estado decide, unilateralmente, de-
sapropriar um imóvel privado (em que há o exercício de um poder público de
autoridade), a forma de produção e os efeitos jurídicos daí decorrentes são dife-
rentes daqueles verificados num contrato de compra e venda do mesmo imóvel.
Logo, saber que tipos de atos são de direito público e de direito privado é algo
extremamente relevante. No primeiro caso, vigora o princípio do interesse pú-
blico (em suas duas vertentes: a de supremacia e de indisponibilidade). Já no
direito privado, o princípio de liberdade, de autonomia privada.
Suponha que duas pessoas jurídicas resolvem se associar para realizar um em-
preendimento, como, por exemplo, a construção de um edifício comercial. Dentro
desse objetivo, elas podem escolher o instrumento jurídico que lhes pareça mais
adequado para tanto para a formalizar a associação. Podem fazer um consórcio
ou criar uma sociedade de propósito específico, na forma de sociedade limitada,
por exemplo. Feita a associação, além de uma parcela pequena de recursos
próprios, passam a buscar recursos de terceiros para financiar o projeto. Assim,
vão a bancos e celebram contratos de mútuo (contratos de financiamentos). To-
dos esses atos estão situados no domínio privado, e o direito privado é o regime
jurídico aplicável. Feito isso, passam a buscar as autorizações necessárias para
tanto. Buscam a aprovação do projeto no âmbito do Município, que lhes concede
uma licença para construir. Esta licença só será concedida se todos os parâme-
tros urbanísticos fixados em leis e atos administrativos normativos forem obser-
vados. Do contrário, os empreendedores terão que alterar o projeto. Agora su-
ponha que, iniciada a construção (após a devida emissão da licença), o empre-
endedor passa a construir o edifício fora das especificações devidas e os agen-
tes públicos acabam por fiscalizar. Verificada a desconformidade, editam um
auto de infração e iniciam um processo administrativo sancionador. Ao final, uma
14
vez concedido o contraditório e a ampla defesa, é aplicada uma sanção de
multa.
Aqui, não há dúvidas de que os atos do Município citados estão todos situados
no âmbito do direito público. Os limites dos dois campos acabam ficando mais
confusos quando, por exemplo, o contrato de financiamento é celebrado entre
os empreendedores e o Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional –
BNDES, que é uma empresa estatal. E mais: quando o edifício está inserido num
projeto associado de uma concessão administrativa de revitalização urbana, que
é um contrato administrativo celebrado com o Poder Público. Mais precisamente
com uma sociedade de economia mista (uma empresa estatal) que atuará como
“Poder Concedente”. Para que se possa ter clareza desses limites, é preciso
eleger um critério de identificação do regime jurídico, se público ou privado. Em
suma, é preciso indicar um critério que se mostre útil. Convém avaliar os princi-
pais critérios utilizados pela doutrina, antes de indicar aquele que se mostra mais
adequado.
Quando nós falamos de direito público, nós estamos falando de algumas prerro-
gativas que o Estado tem de impor sua vontade aos particulares, em nome do
bem comum, do interesse da coletividade, como a possibilidade de cobrar tribu-
tos, de prender os criminosos, de interditar estabelecimentos comerciais, de apli-
car multas, e assim por diante. Tudo isso está ligado ao que se chama de “jus
imperii”, quer dizer, o direito de império, a imperatividade da atuação estatal (o
direito que o Estado tem de, em determinadas situações, impor sua vontade aos
particulares). Obviamente que, num estado de Direito, estas situações são regu-
lamentadas pela Constituição e pela lei.
Quando nós pensamos no direito privado, a ideia básica que temos, historica-
mente, é que os sujeitos estão em pé de igualdade. Essa era a ideia que havia
em Roma, e esta foi a ideia de igualdade formal que prevaleceu na Revolução
francesa.
O primeiro fator é que o Estado, hoje, pode travar, ele mesmo, relações que são
típicas de direito privado. O Estado não apenas intervém no domínio econômico
15
para regular as relações de mercado, mas muitas vezes ele mesmo atua no mer-
cado, seja prestando um serviço público de natureza econômica, seja contra-
tando produtos ou serviços que ele mesmo necessita para o seu funcionamento.
Nesse último caso, embora haja um regramento básico, indicado, no Brasil, pela
Lei 8.666/1993, a lei de licitações, os contratos que o Estado celebra são espé-
cies de contratos de direito privado.
O segundo fator é que mesmo nas relações privadas, nas relações entre os par-
ticulares, hoje o Direito não considera mais a igualdade como uma igualdade
puramente formal, utópica, como nós vimos especialmente com o iluminismo e
a Revolução Francesa. Não, hoje, a nossa ideia de igualdade é diferente, é igual-
dade material, e o Direito procura tratar desigualmente os desiguais.
16
Nessa perspectiva, o direito público se refere aos interesses do Estado (ou da
sociedade representada pelo Estado); o direito privado, por sua vez, regula o
interesse dos sujeitos privados.
17
De fato, esse critério não se mostra útil. A atuação do BNDES – ao celebrar
contratos de financiamento – é fundada no direito privado. De igual modo,
quando o Estado cria empresas estatais de intervenção no domínio econômico
(ex.: Banco do Brasil, Petrobrás, dentre outras), são inúmeros os atos jurídicos
privados por elas praticados. Por isso, o critério do sujeito não se mostra útil.
Por sua vez, quando a relação jurídica for de paridade, de igualdade, está-se
diante do direito privado. Para Radbruch, quando uma obrigação provém da or-
dem de um terceiro, ela é, usualmente, de direito público. Entretanto, quando a
obrigação deriva de uma autossujeição, normalmente está em pauta o direito
privado.
Wolff, Bachof e Stober criticam a teoria da subordinação tal como acima formu-
lada. Para os autores, o Estado constitucional democrático não reconhece uma
superioridade jurídica do Estado sobre seus “súditos”.
Contudo, toda essa diferença entre direito público e direito privado hoje em dia
é muito mais uma diferença didática do que uma questão jurídica propriamente.
Em resumo, essa distinção entre direito público e direito privado é válida do ponto
de vista histórico e didático (quer dizer, retrata algo que se verificou ao longo do
tempo e nos ajuda a visualizar de forma mais ampla o panorama do Direito), mas
já não se sustenta mais diante da atuação do Estado praticamente como um
sujeito de direito privado em muitos casos, e também não se sustenta de forma
18
muito clara diante de relações de direito privado que sofrem forte regulamenta-
ção pelo Estado.
De modo geral, pode-se dizer que o Direito Civil é a área do Direito que regula
as relações privadas de pessoas, jurídicas ou naturais, entre si e entre coisas
(bens materiais ou imateriais, móveis ou imóveis, e assim em diante). Vale lem-
brar que a relação entre pessoas e animais, para a grande maioria do meio jurí-
dico, é vista com uma relação entre pessoa e coisa, muito embora possa ter suas
particularidades em decorrência de leis específicas.
19
Fontes do Direito Processual Civil
20
5 - A DIFERENÇA ENTRE O CÓDIGO CIVIL E O CÓDIGO
DE PROCESSO CIVIL
O Código Civil foi instituído pela Lei nº10.406/2002 com o objetivo de substituir
o antigo Código Civil de 1916 (lei nº3.071/1916) — conhecido como Código de
Bevilacqua, Esse regramento legal entrou em vigor no território nacional so-
mente em 2003, depois de decorrido o período de vacatio legis de 1 ano.
O Código Civil determina normas envolvendo o Direito privado. Isso significa que
ele regula os direitos e deveres que regem as pessoas, os seus bens e as rela-
ções inerentes a elas — nascimento, casamento, contratos, obrigações, suces-
são etc. Sendo assim, os seus dispositivos regulamentam as relações que são
firmadas entre particulares e também entre o particular e o Estado — desde que
este não esteja atuando com interesse público, ou seja, com o poder público de
império.
Por outro lado, o Código Civil não vai incidir sobre as relações que têm como
parte o Estado sob a condição de pessoa jurídica de direito público e atuando
com o poder de império. Isso porque nesses casos, o interesse público vai se
sobressair em detrimento dos interesses individuais.
21
principiológica varia de acordo com a doutrina por trás da abordagem. E o
mesmo ocorre em relação aos princípios do Código Civil.
Princípio da eticidade
A eticidade promove a importância de aliar os valores éticos com os jurídicos,
em uma clara forma de destacar as regras e leis morais para a convivência har-
mônica e íntegra em sociedade. Nesse sentido, os negócios jurídicos que são
celebrados em obediência ao Código Civil devem ser pautados sempre no ideal
de probidade, boa-fé e honestidade entre as partes.
Princípio da socialidade
Esse preceito defende a prevalência dos interesses coletivos sobre os individu-
ais, não se esquecendo de preservar os direitos fundamentais da pessoa hu-
mana. Nesse sentido, o ideal da ordem social e a sociabilidade ganha destaque.
Os maiores exemplos são o princípio da função social do contrato e da proprie-
dade.
22
Princípio da operabilidade
O Princípio da operabilidade, também conhecido como princípio da concretude,
busca deixar o Direito mais viável e prático. Ele determina soluções possíveis e
simples para garantir a efetividade na aplicação do direito, proporcionando o
cumprimento das normas e garantindo uma interpretação mais ampla da lei.
Um exemplo que está incluído nessa ideia é o princípio da concretude, ou seja,
a necessidade de resolver a situação do modo mais prático possível.
art. 520: "O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos her-
deiros";
art. 575: "Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto
a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano
que ela venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito".
Princípio da equidade
A equidade defende a necessidade de adequar uma norma ao caso concreto,
sendo que para isso são utilizados os critérios de igualdade, adequação e pro-
porcionalidade. Essa ideia também apresenta um objetivo corretivo, quando se
trata de aplicar o direito positivo na área contratual.
Do mesmo modo, a equidade também pode ser observada em sua função quan-
tificadora ou quantificativa, quando se refere à quantificação e mensuração dos
efeitos de aplicação da lei, como no momento de fixação do valor referente à
indenização a ser paga pelo réu ao autor.
23
5.2 - A estrutura do Código Civil
O Código Civil é um ordenamento bastante amplo que trata sobre assuntos re-
lacionados com o setor privado, ou seja, rege os direitos e as obrigações de
todas as pessoas. Ele apresenta um total de 2.046 artigos que estão divididos
em: Parte Geral e Parte Especial. Além disso, a parte final contém um Livro Com-
plementar que traz as Disposições Finais e Transitórias sobre o Código.
24
Direito de Empresa (arts. 966 a 1195)
Trata das atividades que são desenvolvidas por empresários e sociedades em-
presariais., incluindo estabelecimento, patrimônio, falência, recuperação judicial,
entre outras questões.
O Código Civil Brasileiro é, sem dúvidas, uma das leis mais importantes do or-
denamento jurídico do país. A reunião de seus dispositivos veio para regulamen-
tar as relações que se dão no Direito Privado entre particulares ou entre particu-
lares e o estado, imbuído sob a condição de um agente particular. O Código foi
editado com o objetivo de trazer segurança jurídica para as relações privadas e
reduzir os riscos de instabilidade social e a incidência de condutas ilegais e an-
tiéticas.
25
cujo título foi alterado em 2010. A LINDB, portanto, é a norma que dá as diretrizes
gerais para interpretação das demais normas brasileiras, independentemente de
sua natureza. Ou seja, aplica-se para questões civis, penais ou de qualquer outro
ramo jurídico.
Entre as questões abordadas pela LINDB estão a vigência geral das leis (45 dias
após a sua publicação) e a forma de atuação em face às lacunas da lei.
Não obstante, é também a LINDB que fornece panoramas para a polêmica dis-
cussão sobre o início e o fim da personalidade. Dessa maneira, o caput do art.
7º da LINDB prevê que:
26
Por fim, não se pode esquecer que também as normas civis devem obedecer
aos princípios constitucionais, em proteção aos direitos e garantias fundamen-
tais.
Desde que o processo civil alcançou a posição de ciência autônoma, se fez ne-
cessário à elaboração de seus princípios.
Portanto, durante a aplicação e a interpretação da lei processual os princípios
gerais do processo civil, jamais poderão deixar de serem observados.
27
“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um
sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamen-
tal que irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o
espírito e servindo de critério para sua exata compreen-
são e inteligência, exatamente por definir a lógica e a
racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere
a tônica e lhe dá sentido harmônico”
28
5. licitude das provas;
6. fundamentação das decisões judiciais;
7. duplo grau de jurisdição;
4. Garantia de segurança jurídica processual: coisa julgada.
Nesse sentido, as normas e regras contidas nesse diploma legal devem ser es-
tritamente obedecidas por advogados, juízes, servidores e todos os demais fun-
cionários que atuam na área do judiciário. Afinal, os artigos presentes
no CPC vão determinar o modo que os atos e procedimentos processuais serão
realizados, como prazos, audiências, recursos etc.
O Código apresenta mais de mil artigos, alguns foram introduzidos, outros foram
modificados e outros continuam em sua totalidade. É por isso que os profissio-
nais que atuam nesse meio devem estudar suas disposições e conhecer quais
foram as mudanças trazidas, em relação ao CPC de 1973, além de entender o
que as mudanças significam para o adequado desenvolvimento dos processos.
29
auxiliar o doutrinador na explicação de conceitos;
suprir as lacunas de lei presentes nas leis especiais;
ser aplicado como analogia em processos de natureza penal e trabalhista;
servir de consulta essencial para a aplicação da lei.
BIBLIOGRAFIA
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. 4. ed. São Paulo: Sa-
raiva Educação, 2018.
30
DIDIR JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao direito processual
civil, parte geral e processo de conhecimento. vol. 1. 19. ed. Salvador: Ed. Jus Podivm,
2017.
MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de Direito Processual Civil Moderno. 3. ed. rev.,
atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.
31