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JURÍDICOS
PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
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emissão de conceitos.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES
SUMÁRIO
AULA 01 LICITAÇÃO - DISPOSIÇÕES GERAIS 05
INTRODUÇÃO
AULA 1
LICITAÇÃO - LEIS N.8.666/93
A chamada “Lei
“Leide
delicitações”,
licitações”,aaLei
Lein.n.8.666/93,contém
8.666/93,contémasas
principais regras
principais e procedimentos
regras e procedimen-
para as compras
tos para dosdos
as compras órgãos brasileiros
órgãos à AdministraçãoPública.
brasileiros à Administração Pública.
O foco deste livro será as licitações para compras de bens e serviços pela administração
pública no Brasil, aindaque boa parte da análise também se aplique às licitações para
contratação de obras e contratos de concessão.
Licitação é o processo realizado pela Administração Pública, onde consiste na disputa de
igualdade entre os interessados em celebrar contrato com ela, e para a escolha da melhor
proposta.
Esse processo administrativo é para escolher a proposta mais vantajosa para o Poder
Público, porém isso não quer dizer que deva ser necessariamente a mais barata.
Esse tema responde por mais de 70% das assertivas na matéria referente à Administração
Pública.
A matéria tem como base legislativa nas Leis n. 8.666/93 e na 10.520/02, portanto é
importante destacar que o estudo desse tema deve se basear principalmente na fixação do
texto legal.
a) Licitações no Brasil
O nosso ordenamento, a Constituição Federal de 1988 em seu art. 37, inciso XX, determinou
a obrigatoriedade da licitação para todas as aquisições de bens e contratações de serviços
e obras, bem como para alienação de bens, realizados pela Administração no exercício de
suas funções, tanto a Administração Direta como a Indireta deverão obedecer aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, estes princípios estão
disciplinados no artigo 37 e são considerados os princípios base da Administração:
As leis que irão substituí-las contamcom um “prazo de validade” de 2 (dois) anos, ou seja,
após a sanção presidencial, a nova lei de licitações terá validade simultânea com as leis que
foram substituídas.
Cuidado, pois, após o Presidente do Brasil sancionar a nova lei, esta passará a valer junto
com as que futuramente serão revogadas, isso em um prazo de 2 (dois) anos.
A finalidade foi dar e trazer maior transparência eficácia e agilidade nas execuções dos
contratos de licitações.
AULA 2
LICITAÇÃO
2.1 Finalidades
O governo
governocompra
compraeenegocia
negociade
detudoe
tudoaetodo
a todo momento. Essas
momento.Essas compras
compras públicas
públicas contem-
contemplam
plam as áreas
as áreas da educação,
da educação, saúde,saúde, segurança,
segurança, energia,
energia, infraestrutura, prestação
infraestrutura,prestação de serviços
de serviços entre
entre outros.
outros.
Em um universo muito lucrativo, portanto, a concorrência é inevitável e a depender do
caso, poderá ser desleal.
Contudo, as compras públicas devem dar oportunidades iguais a qualquer interessado,
seja ele fornecedor, prestador, usuário.
Finalidades dos certames licitatórios:
Princípios. Fonte:https://www.rcc.com.br/blog/quais-sao-os-principios-das-licitacoes/49&rlz=1C1PRFI_enBR871BR881&hl=pt-BR#imgrc=kQZEdkGpfozrVM
= Legalidade.
O processo das licitações precisa ser previamente estabelecido em uma lei, no caso das
licitações será a Lei 8.666/93, a Lei 10.520/02 e a 12.462/11. Este princípio objetiva garantir
a observância do princípio constitucional da Isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa
para a Administração Pública, de maneira a assegurar a oportunidade igual a todos os
interessados e possibilitando um número maior depossíveis concorrentes.
= Impessoalidade/Igualdade.
= Moralidade.
= Publicidade.
Acima de tudo, todo e qualquer processo licitatório deverá ser público.Podendo qualquer
pessoa ter acesso, principalmente, para fins de fiscalização do interesse da coletividade. O
próprio artigo 37, caput, da Constituição Federal, diz que os cidadãos têm o direito de acesso
às informações dos atos praticados pelo Poder Público. Sendo assim, a licitação não será
sigilosa, salvo quanto ao conteúdo das propostas até a data de sua abertura.
= Probidade Administrativa.
O dever de honestidade e fidelidade se estende tanto com relação ao Estado, quanto com
a população para que haja uma integridade no desempenho de suas funções por parte da
Administração Pública, este princípio possui contornos mais definidos do que a moralidade.
Tanto o edital como o convite vinculam os licitantes e também a Administração aos seus
termos. Assim, ambos constituem uma lei interna de licitação, devendo as regras e requisitos
serem observados e respeitados.
= Julgamento Objetivo.
Há também mais três princípios que podem ser aplicados à Licitação. São eles:
O Princípio da Competitividade - onde tornar a licitação muito mais atraente e com maior
número de interessados possíveis.
O Princípio do Sigilo das propostas - esse princípio existe apenas sigilo até a data de
sua regular abertura dos envelopes com as propostas. Após isso, o seu conteúdo passa a
receber, como todo o restante do processo, o tratamento de publicidade ampla.
AULA 3
LICITAÇÃO
Um dos temas mais importantes da matéria sobre Licitações sãoas modalidades licitatórias.
As modalidades nada mais são do que as categorias de Licitação conforme o preço, tipo
de serviço ou produto e também a depender da situação.
3.1.1 Concorrência
É destinada para as transações de MÉDIO valor, isso para obras e serviços de engenharia
ATÉ de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e para compras e demais serviços,
ATÉ de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais).
Os prazos dos editais são de 15 dias, como regra geral é de 30 dias para os tipos de
melhor técnica ou técnica e preço.
Contudo, diferente da concorrência, os interessados devem preencher o requisito de ter
cadastro prévio na Administração, isso até o terceiro dia anterior à abertura das propostas.
3.1.3 Convite
Modalidade está destinada às contratações de BAIXO valor, isso para obras e serviços de
engenharia ATÉ de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e para compras e demais
serviços, ATÉ de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).
Os prazos para apresentação das propostas é de 5 dias úteis.
Diferente das anteriores, no convite a Administração convocará pelo menos três interessados
que sejam do ramo, sejam eles cadastrados ou não.
3.1.4 Leilão
3.1.5 Concurso
Destinado à disputa entre interessados para que se escolha o trabalho técnico, científico ou
artístico, mediante um prêmio ou remuneração ao vencedor, tudo isso conforme os critérios
do edital.
O prazo para o edital ser publicado na impressa oficial é de 45 dias.
3.1.6 Pregão
Destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, ou seja, são os definidos nos padrões
de desempenho e qualidade no edital.
Há algumas peculiaridades referentes a essa modalidade de Licitação, quais sejam:
AULA 4
LICITAÇÃO
A) Pregão Presencial
No ano de 2002, promulgou-se a Lei 10.520/2002, lei esta que introduziu o pregão presencial,
um procedimento administrativo com dois estágios.
No primeiro procedimento/estágio ocorre um leilão selado de primeiro preço em que
os licitantes entregarão os envelopes lacrados contendo o lance de preço, assim como
ocorrecom as três modalidades já citadas e descritas da Lei 8.666/93.
No segundo procedimento/estágio, adota-se um leilão que será aberto com parte dos
licitantes do primeiro estágio, onde participarão deste o segundo estágio o autor da oferta
de valor mais baixo e os autores das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores
àquela (inciso VIII, art. 4º da Lei 10.520/2002).
Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas dentro dos 10% de intervalo, poderão os autores
das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), participar do segundo procedimento e
oferecer de forma oral novos e sucessivos no leilão descendente (inciso IX do art. 4º).
Os participantes que passaram para o segundo estágio fazem novos lances, sendo que
estes lances serão a partir do menor valor da primeira fase. O segundo estágio de leilão
oral aberto descendente define uma oportunidade para o certame com o primeiro estágio
de leilão selado de primeiro preço que dificulta o comportamento cartelizado.
Caso haja desdeo primeiro estágio poucos licitantes, digamos três ou dois, o primeiro
estágio se torna dispensável, pois todos os participantes já estarão automaticamente
“classificados” para o segundo estágio, independente do que façam no primeiro.
A competição vai acontecer mesmo é no segundo estágio e o leilão na prática é oral
eaberto.
Outra importante inovação do pregão foi a inversão das fases da licitação.
Pela Lei 8.666/93 todos licitantes devem se habilitar previamente ao certame. A verificação
da habilitação ocorrerá apenas para o vencedor, o que reduz o custo operacional da licitação
tanto para o Estado quanto para os licitantes (inciso XII do Art. 4, Lei 10.520/2002).
Conforme explica Rezende (2011, p. 28), quando a habilitação é verificada antes do leilão
No entanto, Ceccato (2012) também mostra que a inversão de fases abre espaço para uma
estratégia cartelizante quando associada ao mecanismo introduzido neste pregão presencial
de filtragem de apenas três licitantes da fase de leilão selado para a de leilão aberto.
B) Pregão Eletrônico
Já no ano de 2005, outra nova modalidade mais modernafoi introduzida aos procedimentos
licitatórios, chamada de “pregão eletrônico”.
Esta modalidade foi criada pelo Decreto 5.450/2005 e sua principal característica é ser
realizada a distância por meio eletrônico, o que reduz o custo de participação de vários
licitantes no certame, e que hoje, em uma situação ímpar que foi e está sendo a pandemia
Covid- 19 seria a modalidade mais viável aos órgãos da Administração Pública.
Este procedimento é definido no art. 4º do Decreto citado que servepara as licitações para
aquisição de bens e serviços será obrigatória a modalidade de pregão, sendo preferencial a
utilização da sua forma eletrônica.
O § 1º deste mesmo artigo define que o pregão só não será utilizado na forma eletrônica
nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.
Vejamos o quea Lei define:
Art. 4º Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória
a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica.
§ 1º O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de
comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.
§ 2º Na hipótese de aquisições por dispensa de licitação, fundamentadas no
inciso II do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, as unidades gestoras
integrantes do SISG deverão adotar, preferencialmente, o sistema de cotação
eletrônica, conforme disposto na legislação vigente.
4.2 Consulta
Última modalidade de Licitação, porém para muitos essa modalidade de Licitação nem
poderia ser considerada uma modalidade, mas ela está no rol. Vejamos, ela é reservada
às Agências Reguladoras, por exemplo, são elas: ANATEL, ANAC, ANA etc., onde as Leis n.
9.472/97 e 9.986/00 as regulamentam e servem para a contratação de bens e serviços não
abrangidos pela modalidade pregão.
AULA 5
LICITAÇÃO
Nesse tipo de Licitação que é a mais comum, prepondera a maior economia possível
na contratação. O critério básico é de que: vence quem apresentar o menor preço entre os
participantes.
Contudo, a Administração Pública deve estabelecer requisitos mínimos de qualidade quanto
ao objeto a ser contratado.
Esse tipo de Licitação será possível licitar pelo critério de melhor técnica quando versar sobre
a contratação de serviços de natureza preponderantemente intelectual, mais relacionado na
elaboração de cálculos, fiscalização, projetos, supervisão e gerenciamento e de engenharia em
geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos e projetos básicos e executivos.
Inicialmente, a classificação das propostas se dá pelo quesito técnico.
As atividades contratadas por meio desse tipo de licitação envolvem conhecimentos de nível
elevado e/ou o domínio de tecnologia avançada, podemos citar como exemplos de serviços
de natureza eminentemente intelectual os de elaboração de projetos, cálculos entre outros.
Na melhor técnica, a Administração fixará no edital o preço máximo que poderá e se
propõe a pagar.
É usado quando o serviço ou bem que será adquirido pelo Órgão Público é específico e
não pode ser avaliado apenas pelo valor/preço que é o caso dos trabalhos intelectuais.
5.6 Licitação
Embora não
nãotenham
tenhamasnomenclaturas
as nomenclaturas
dede espécies
espécies dede Licitações,
Licitações, as as Licitações
Licitações Dispensa-
Dispensadas,
das, Dispensáveis
Dispensáveis e Inexigíveis
e Inexigíveis tenham
tenham nomenclaturas
nomenclaturas muito parecidas,
muito parecidas, estas
estas são são comple-
completamente
tamente
distintas distintas
umas das umas das outras.
outras.
E de forma mais objetiva esta parte da matéria pode ser considerada a mais exigida
em provas e também a de dificuldade maisprecisa, pois as nomenclaturas utilizadas para
diferenciá-las são muito parecidas e os artigos que onde elas se embasam são relativamente
extensos.
E muitas vezes, senão observar as suas peculiaridades, fica difícil distingui-las.
Temos basicamente três espécies de Licitação, quais sejam:
1. Licitação Dispensada.
2. Licitação Dispensável.
3. Licitação Inexigível.
As principais razões parauma Licitação ser DISPENSADA tem tudo a ver com valores.
Sim, isso mesmo, valores!
Como já vimos, as modalidades de Licitação estabelecem valores.
A dispensa de Licitação ocorre quando o objeto tem seu VALOR INFERIOR a determinada
percentagem do estabelecido na modalidade, seja esta para serviço ou aquisição, compras,
obras e serviços de engenharia.
Vamos ver um exemplo para ficar mais fácil de entender.
Caso um município de um determinado Estado tenha interesse em reformar uma quadra
esportiva, neste caso ele terá que se submeter a realização de um processo licitatório (exemplo
relacionado a obras e serviços de engenharia).
Mas se essa reforma/obra seja de até 10% do limite previsto na Lei de Licitações, a Lei
n. 8.666/93 passa a ser uma Licitação dispensada ou pode-se optar pelo que se chama
dispensa de licitação.
Podemos verificar o artigo 17 da Lei.
AULA 6
LICITAÇÃO
Esta é uma espécie de Licitação, que embora seja possível a sua realização, ela não é
obrigatória.
O extenso artigo 24, incisos I e II, dispensa a licitação por considerar que o valor da
contratação não compensa os custos da Administração com todo o procedimento licitatório.
O artigo 24 em seus incisos trata dos casos em que a Licitação é dispensável. Destes,
destacam-se aqueles que se referem à percentagem mínima da compra ou serviço, contudo,
também há outras situações.
Mas o que interessa é, principalmente, os objetos cujos valores são inferiores ao estipulado
nas modalidades de licitação.
Analisemos o extenso artigo 24:
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior
vulto que possa ser realizada de uma só vez;
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência
de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente
para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as
parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder
ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou
normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores
aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos
oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e,
persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor
não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos
ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que
tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que
o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas
da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha,
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência
de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e
aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
devidamente corrigido;
AULA 7
LICITAÇÃO
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais
especializados os trabalhos relativos a:
rotineiros e que podem ser prestados por um número razoavelmente grande de pessoas
não requerem a contratação de um especialista, sendo disponível no mercado uma grande
quantidade de profissional minimamente qualificado e capacitado.
Portanto, serviços passíveis de critérios de ordem objetiva são sujeitos à licitação pública.
Veja-se que a singularidade recai sobre o objeto, ou seja, sobre um serviço técnico singular/
diferenciado, não sobre o prestador é o que dispõe a Súmula nº 264/2011 - TCU:
A inexigibilidade de licitação para a contratação de serviços técnicos com pessoas físicas
ou jurídicas de notória especialização somente é cabível quando se tratar de serviço de
natureza singular, capaz de exigir, na seleção do executor de confiança, grau de subjetividade
insuscetível de ser medido pelos critérios objetivos de qualificação inerentes ao processo
de licitação, nos termos do art. 25, inciso II, da Lei nº 8.666/93.
O que seria então um serviço singular? O inciso II diz que:
São serviços técnicos profissionais especializados e que não podem ser licitados, sendo
contratados por inexigibilidade, sendo aqueles em que:
a) em virtude de suas peculiaridades especiais, faz com que o grau de subjetividade em
relação à sua avaliação, impeça a adoção de critérios objetivos para adequadas mensuração
e avaliação;
b) o objeto, em face das suas peculiaridades especiais, não permite fixar um critério
objetivo de julgamento para a escolha do futuro contratado.
A licitação do tipo técnica e preço não seria aplicável à contratação de tal tipo de serviço
de natureza singular, porque este tipo de licitação tem como pressuposto necessário a
existência de critérios objetivos de julgamento e os serviços singulares não podem ser
reduzidos a um padrão objetivo de julgamento.
O pressuposto básico da licitação é a possibilidade de dispensar tratamento igualitário aos
competidores, foi exatamente em razão de tal impossibilidade que o legislador determinou
que os serviços singulares fossem contratados por inexigibilidade.
Os atributos singulares não podem ser mensurados objetivamente o que torna impossível
a realização da licitação para a seleção de profissional ou empresa para executar serviço
considerado singular.
O segundo requisito é de ordem subjetiva que é atinente à qualidade do profissional apto
a realizar o serviço.
Deve o contratado ser notório especialista e essa notoriedade recai sobre a especialização
do profissional, não sendo necessário que seja este famoso ou amplamente conhecido.
Ainda que existam várias pessoas notoriamente especializadas isto é plenamente possível,
não se pode fixar critério objetivo de escolha para definir entre uma e outra. Só há um tipo
de escolha, a subjetiva.
A inviabilidade de competição significa a impossibilidade de assegurar os pressupostos
da licitação, sendo o principal deles a igualdade de tratamento aos licitantes no julgamento
de suas propostas.
AULA 8
DIREITO DO TRABALHO
A expressão trabalho tinha como ideia a escravidão, sofrimento e castigo. Esse tipo de
trabalho, se é que podemos chamar de trabalho, existe desde os tempos remotos, no Brasil
ele está relacionado a uma herança cultural, a impunidade e a desigualdade de classes e/
ou gêneros.
Muitos trabalhadores abandonam suas origens e aceitam propostas, muitas delas
sedutoras,no intuito de suprir algumas de suas necessidades básicas, submetendo-se à
escravidão ou até mesmo a práticas análogas à escravidão.
A Constituição Federal Brasileira dita princípios protetivos com relação à situação de
vulnerabilidade e busca a igualdade e dignidade do trabalho, a fim de suprir o que o Estado
deveria lhe fornecer.
Diversas medidas com o intuito de erradicar o trabalho escravo estão sendo tomadas
pelo Estado, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela sociedade.
1o, o princípio da dignidade da pessoa humana está elencado como fundamento
No artigo 1º,
do Estado Democrático de Direito Brasileiro,
deDireito Brasileiro, invocando
invocando em
em vários
vários dispositivos legais e tem
por objetivo a garantia
garantia da
da vida
vidadigna
dignaaoaoser
serhumano.
humano.
Atualmente, o trabalho passou a designar toda forma de dispêndio de energia pelo homem,
seja ela intelectual e/ou física, com o objetivo de produzir, fornecer ou executar um trabalho.
Pode-se conceituar Direito do Trabalho como um ramo que estuda as relações entre
empregados e empregadores.
Historicamente o Direito do Trabalho teve a sua origem a partir da Revolução Industrial,
com o intuito de reduzir as desigualdades existentes entre empregador e empregados, nesse
contexto que se pode extrair a característica principal do Direito do Trabalho: a proteção ao
trabalhador.
Os ramos do Direito do Trabalho, seja o individual ou coletivo visam à proteção do empregado
ou dos empregadores, estabelecendo vantagens jurídicas aos trabalhadores como forma
de reequilibrar a relação.
AULA 9
DIREITO DO TRABALHO
Durante a escravidão não havia nenhum tipo de proteção à dignidade do ser humano,
principalmente relacionado ao empregado. Nessa época predominava que o trabalhador
era simplesmente uma coisa, sem possibilidade sequer de se equiparar a sujeito de direito.
Foi a partir do século XIX que se deram os principais movimentos operários visando à
melhoria das condições de trabalho, limitação da jornada de trabalho, proteção ao trabalho,
entre outras reivindicações afins.
Em 1988 no Brasil, foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil onde
constitui um importantíssimo instrumento garantidor dos direitos mínimos do trabalhador,
o chamado mínimo existencial, norteado pelo princípio da dignidade humana.
O princípio da dignidade humana, em que pese ser o princípio geral do direito, e mais,
princípio maior da Constituição da República, define-se como sendo uma noção de que
o ser humano é um fim em si mesmo não podendo ser utilizado como meio para atingir
determinado objetivo vedando-se assim, a coisificação do homem trabalhador, e, no caso,
específico o direito laboral, como ocorreu na época da escravidão.
Em outras palavras, o homem trabalhador não deve ser usado como mero instrumento
na busca incessante do lucro e pelos interesses do capitalismo.
Esse princípio se irradia em todas as relações trabalhistas, seja para impor limites ao poder
do empregador, seja vedando à discriminação de raças, sexos, religião ou outra característica,
por exemplo, na limitação das revistas pessoais e/ou íntimas.
Vale ressaltar que esse princípio foi um marco divisor da constitucionalização do direito e
do reconhecimento da força normativa dos princípios. Esse movimento teve como estopim as
barbaridades ocorridas ao longo de toda a história, por exemplo, a segunda guerra mundial,
os movimentos liderados por Hitler e seus seguidores, surgindo dessa forma, a necessidade
de agregar valores à figura do ser humano.
Há também outros princípios que também são relevantes, tais como:
- Valores sociais do trabalho.
- Liberdade profissional, liberdade de crença, liberdade de associação, liberdade de reunião.
- Inviolabilidade da intimidade e da privacidade; entre outros.
Os princípios têm um papel importantíssimo na prática, pois é a partir deles que se dará
um norte ao caso concreto, servindo eles como uma verdadeira bússola.
Dentre vários, vejamos os principais:
- Princípio da proteção = os princípios são o alicerce de todo o ordenamento jurídico.
Para ressaltar a importância da visão principiológica na aplicação do direito e das garantias
dos direitos fundamentais destaca que esse princípio é o guardião de todos os princípios
fundamentais dos trabalhadores é ele que dá direção e que norteia todo o sentido da criação
do Direito do Trabalho, no sentido de proteger a parte mais frágil na relação jurídica – o
trabalhador.
- Princípio da boa fé = a boa fé é um princípio de grande alcance e, portanto, aplica-se em
vários ramos do direito. Encontramos sua aplicação no direito civil, empresarial, trabalhista
e outros. A boa-fé pressupõe que todos se comportem de acordo com um padrão ético,
moral, de confiança e lealdade que se espera do homem comum.
Assim, num contrato, as partes devem perseguir esse tipo de comportamento, mesmo
que esse padrão não esteja previsto na lei ou no contrato. Trata-se de uma espécie de norma
de conduta que determina como as partes devem agir quando se firma um contrato.
- Princípio da razoabilidade = este princípio é comum a todos os ramos do direito e se
dirige não só ao empregado e empregador, mas, sobretudo, ao legislador e aos magistrados
(juízes), cada um no seu âmbito de atuação, sugerindo-lhes que atuem sempre pautados
no bom senso e coerência.
Cada uma dessas modalidades apresenta uma característica singular, que as diferenciam
das demais.
A Relação de Trabalho consiste na prestação de um serviço, de forma remunerada ou
não, ou mesmo com ou sem contrato de trabalho firmado entre as partes.
Nesse sentido, como vimos, existem diversos tipos de relação de trabalho, vejamos os
mais usados por profissionais e empresas:
AULA 10
DIREITO DO TRABALHO
Conforme o artigo 3º da CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, que é um dos artigos
mais importantes do mencionado diploma para definir o que é ou não um empregador.
Os requisitos para a caracterização da relação entre empregado e empregador são:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de
trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Vejamos agora de forma separada cada definição dos requisitos acima delimitados:
Esquematicamente:
o pessoa física,
o pessoalidade,
o subordinação,
o habitualidade e
o onerosidade.
Características do empregador:
Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra,
ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo
econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes
da relação de emprego.
Para que um grupo econômico seja formado dependerá da presença de, no mínimo, duas
empresas, as quais estejam sob direção única existindo sempre uma empresa principal,
controladora das demais.
Sendo que todas as empresas deverão exercer atividade econômica, mas não
necessariamente a mesma atividade e a atividade econômica do grupo de empresas não
precisam necessariamente ter o mesmo objeto social.
O grupo de empresas são responsáveis solidários ao eventual crédito do empregado,
porém na hipótese de reconhecimento de vínculo empregatício com anotação em CTPS
e ao caracterizar com grupo econômico o empregado poderá prestar serviços para todas
as empresas dentro da sua jornada de trabalho, de acordo com a Súmula 129 do Tribunal
Superior do Trabalho.
AULA 11
PERÍCIA
11.1 Conceito
A perícia pode ser conceituada como a análise técnica de um caso, fato ou estado redigida
por um especialista em uma determinada área que é o perito. Normalmente esse trabalho
é realizado por um profissional especialista, legalmente habilitado, destinado a verificar ou
esclarecer determinada situação, para apurar as causas e efeitos motivadores ou o estado,
a alegação de direitos ou até mesmo a estimação da coisa que é objeto de um conflito
judicial ou processual.
É normalmente realizado por um perito profissional na área, pois há casos em que a lei
permite que uma pessoa ou várias pessoas idôneas na matéria possam realizar a perícia,
contudo, isso só ocorre quando no caso concreto não há a possibilidade de exigir que
um profissional a realize, essa exceção é que seja preferencialmente na área que deva ser
determinada a perícia, vejamos o que diz o artigo 159 do Código de Processo Penal:
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por
perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza
do exame.
Em um processo judicial pode ser que as partes ou o juiz precisem de prova pericial, ou
seja, de um documento que esclareça algum ponto importante da causa, que somente pode
ser feito por pessoa com formação especializada, que é o perito.
O Código de Processo Civil fala em seu artigo 156:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados
e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido
pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
A razão de ser da perícia é que seu conteúdo não poderia ser produzido pelo juiz ou pelos
advogados constituídosno processo, por reclamar outras formações intelectuais, como as
de engenheiro civil, médico, dentista, contador etc.
Contudo, o próprio Código afirma que “o juiz não está ligado ao laudo”,o que evita que o
perito se transforme em um julgador da demanda, porém a perícia de alguma forma vincula
o juiz, e este poderá recusá-la.
A perícia tem por finalidade esclarecer à justiça sobre o fato de natureza permanente ou
duradoura.
Quem é o perito?
Perito é um auxiliar da Justiça, uma pessoa hábil e quetem conhecimento em uma
determinada área técnica ou científica que, ao ser nomeado por autoridade competente
deverá esclarecer um fato de natureza duradoura ou permanente. O perito engenheiro é
uma pessoa formada em engenharia, por exemplo, que tem registro no órgão competente,
o CREA e esteestá a serviço da Justiça e isento do sigilo profissional, já que tem o dever de
informar o juiz sobre o fato do ponto técnico.
Qualquer pessoa capaz, idônea, hábil para atos da vida civil e com conhecimento técnico
poderá ser perito, porém, caso haja necessidade, operito pode ser substituído durante o
processo.
Dentre os vários meios de produção de provas a perícia se destaca como um meio essencial,
na qual um profissional especialista na área em questão faz-se sempre necessário para o
esclarecimento de fatos técnicos.
A complexificação da sociedade exige a análise técnica do caso que irá trazer, à luz, a
veracidade de fatos ou circunstâncias.
A perícia tem várias naturezas, a depender de seu objeto de estudo: pode ser criminal, de
engenharia, de tecnologia,de medicina, ambiental; enfim, das mais variadas áreas em que o
concurso do conhecimento técnico se faça necessário.
Na área do direito, a perícia é um meio de prova em que pessoas tecnicamente qualificadas,
ou seja, os peritos são nomeados pelo juiz do caso, ou até mesmo oficialmente constituídos
por concurso público, analisam casos juridicamente relevantes à causa apreciada, elaborando
um laudo.
É um exame que exige conhecimentos técnicos e científicos a fim de provar a veracidade
de certo fato ou circunstância.
As perguntas técnicas que as partes querem ver respondidas pelo profissional perito são
os quesitos, que, além de auxiliar o trabalho deste, ainda deixam bem clara a objetividade
pretendida.
A elaboração de quesitos é uma parte fundamental na boa produção da prova pericial e
eles serão mais ricos quando bem elaborados.
11.3 Finalidade
substituído se durante o processo for verificado que ele não tem conhecimento técnico-
científico para o caso ou deixar de prestar compromisso.
Importante destacar que há algumas pessoas que são impedimentos de serem peritas
no casosão elas:
O incapaz, pois este não é apto para o exercício de seus direitos civis, além de não possuir
conhecimento técnico específico;
Pessoas impedidas (Código de Processo Civil, art. 447 - testemunha, cônjuge ou qualquer
outro parente, em linha reta ou colateral até o 3º grau);
E nos casos de suspeição (CPC, art. 447, § 3º - o amigo íntimo ou inimigo capital de uma
das partes).
Nos casos de impedimento ou suspeição, o perito pode escusar-se ou recusar-se, conforme
proclama o artigo 467 do Código de Processo Civil.
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso.
O perito tem seus deveres, mas também tem seus direitos, tais como: escusar-se do
encargo, pedir prorrogação de prazos, receber informações, ouvir testemunhas, verificar
documentos de qualquer lugar, ser indenizado das despesas relativas ao serviço prestado,
honorários etc.
Vejamos o que diz os artigos 465 Código de Processo Civil e do Código de Processo
Penal, art.159, §1º :
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por
perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica,
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico.
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão.
AULA 12
PERÍCIA
A) ATESTADO
B) NOTIFICAÇÃO
C) AUTO
D) LAUDO
1) preâmbulo – ele terá como conteúdo o nome do perito, seus títulos, nome da autoridade
que o nomeou, motivo da perícia, nome e qualificação do indivíduo a ser examinado;
2) histórico – que é a recordação do caso, colheita de informações do fato, local, envolvidos
etc;
3) descrição – que é a parte mais importante, deve ser minuciosa ao relatar as lesões e
sinais do indivíduo, e se envolver cadáver tem que constar os sinais da morte, identidade,
exame interno e externo;
4) discussão – que é o diagnóstico onde o perito dará a sua opinião, um relatório dos
critérios utilizados;
5) conclusão – é o que resume o ponto de vista do perito, baseando-se nos elementos
objetivos e comprovadores de forma segura;
6) respostas aos quesitos – por fim, eventualmente oferecidos pelas partes ou juízo.
E) PARECER
AULA 13
PERÍCIA
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em
outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das
demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo
órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
Salienta que o perito responde, tanto na área civil quanto na criminalmente, pelos
erros, omissões, desídia e venalidade que este assim o fizer, e sem dúvidas também será
responsabilizado perante o órgão da sua categoria (CREA).
O perito deve ser pontual, honesto e prestar suas informações e/ou declarações de seus
trabalhos com qualidade.
Artigo 343 do CP: Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Observa quea pena será aumentada caso haja suborno e/ou seja cometido com o fim
de obter prova destinada a produzir efeito em um processo.
Contudo,se antes da sentença o peritose retratar ou declarar a verdade, o fato deixará
de ser punível, mas isso somente na esfera penal, pois na esfera cível ele ainda poderá ser
responsabilizado, conforme o § 2o do artigo referido acima.
Conjugam-se os artigosdo Código Civil 186 e 187 com o artigo 927 também do Código
Civil que determinam que:
aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Já os danos materiais, que atingem a esfera patrimonial da vítima são mais deserem
visualizados e demonstrados, pois estes se caracterizam pela perda financeira e/ou pelo
o que deixou de ser auferido pela vítima, diferentemente dos danos morais que atingem a
honra do ser humano.
AULA 14
DIREITO AUTORAIS
14.1 Conceito
Mesmo que de formasuperficial, com certeza você já ouvir falar sobre isso: os Direitos
Autorais e/ou marcas.
Pode parecer que a Lei de Direitos Autorais não seja tão importante se comparada com as
demais leis, mas para garantir a segurança de alguns procedimentos é fundamental adquirir,
mesmo que seja um básico conhecimento sobrea Lei de Direitos Autorais, já que esse é
um ramo do direito que está diretamente ligado à proteção, reprodução e uso comercial de
criações e invenções.
Esta lei é crucial e importante para qualquer criador de obras ou empresas que exploram
comercialmente programas de marcas, patentes, desenhos, músicas, computadores, obras
plásticas, dentre muitas outras coisas conhecer esta lei para ver os seus direitos e bens
protegidos de forma legal.
Dá-se o nome Direito Autoral ao conjunto de privilégios que a lei garante aos criadores de
obras intelectuais, com o objetivo de garantir e resguardar a exploração de suas criações.
Os Direitos Autorais estão intimamente ligados com a imaterialidade, ou seja, algo que
não consegue ser palpável é imaterial.
A propriedade intelectual garante aos inventores ou responsáveis por qualquer tipo de
produção o direito de obter uma recompensa resultante da sua “criação/invenção”, criação/
invenção resultado da manifestação intelectual do ser humano, eestá relacionada a bens
imateriais ou incorpóreos dentro do domínio científico, literário, artístico ou industrial.
A sua principal característica é a propriedade intelectual, que está presente nas produções
culturais, científicas, artísticas etc. A propriedade intelectual é uma área do Direito que garante
aos inventores e/ou responsáveis por qualquerinvenção do intelecto, garantindo o domínio
industrial, artístico, literário ou científico.
Segundo Buainain (2004, p. 225), a propriedade intelectual:
Em suma é tudo
tudo aquilo
aquilo que
que pode
pode ser
ser considerado
considerado inventividade,
inventividade, ou
ou seja,
seja, qualidade de
criar/inventar é conhecimento ee capacidade
capacidade humana
humanade
decriar,
criar,inventar
inventareemodificar
modificarcoisas.
coisas.
Porém, se o ser humanotem
humano temcapacidade
capacidadede
decriar,ele
criar,eletambém
tambémtem
temcapacidade
capacidade de
de copiar,
aí surge a necessidade
necessidade de
de proteger
proteger oo que
quefoi
foiinventado
inventadoe/ou
e/oucriado
criadopor
poralguém,
alguém,passando
passandoo
dono dos
o dono direitos
dos sobre
direitos o invento
sobre a ter
o invento uma
a ter proteção
uma e garantia
proteção sobre
e garantia a obra.
sobre a obra.
Esta garantia dá o incentivo
Estagarantia incentivoaoaocriador e garante
criador queque
e garante o seu nome
o seu e sua
nome obraobra
e sua estarão pro-
estarão
tegidos juridicamente
protegidos por por
juridicamente um um
determinado período
determinado de tempo.
período de tempo.
Podemos tercomo
Podemoster comoexemplo
exemplode
decriação/invenção
criação/invenção remédios,
remédios, produtos
produtos dede consumo,
consumo, máqui-
máquinas
nas entre
entre outros
outros queque nascem
nascem da mente
da mente humana
humana e se
e se transformampara
transformam parao obem
bemda
dasociedade.
sociedade.
Os detentores de direitos de propriedade intelectual são protegidos por leis contra o mau
uso e pela não autorização de seus trabalhos, produtos, processos, marcas e serviços.
Este direito à exploração comercial, mesmo que de forma temporária e exclusiva de uma
propriedade intelectual, estimula a criação humana e o empreendedorismo, além de contribuir
AULA 15
DIREITOS AUTORAIS
15.1 Pirataria
Portanto, não caia nessa de que “pirataria não é crime”, pois pirataria é crime e hoje em
dia, nessa era digital, moderna e de informaçãorápida, cursos digitais, conteúdo exclusivo e
afins, a pirataria tornou-se uma doença para a internet.
A reprodução não autorizada de obras e produtos intelectuais vem merecendo atenção por
parte das autoridades públicas, afinal, além do prejuízo que causam aos legítimos detentores
dos direitos autorais, ainda, de forma indireta, contribuem para a prática de outras atividades
ilícitas.
O Código Penal se dedicou aos crimes contra a propriedade imaterial com o propósito de
coibir, mediante a fixação de sanções mais severas, tal conduta ilícita.
Contudo, a colaboração da sociedade é de fundamental para o sucesso das medidas
propostas pelo legislador, poder público e organizações não governamentais em favor da
erradicação, ou a menos o controle em níveis toleráveis, da pirataria de direitos autorais.
O nosso Código Penal brasileiro, ao tratar no Título III dos crimes contra a propriedade
imaterial classifica como violação de direito autoral a conduta daquele que reproduz, total
ou parcialmente, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, obra
intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do
artista intérprete ou executante, do produtor, ou de quem os represente.
Vejamos:
Violação de direito autoral -Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Além dos prejuízos causados ao proprietário daobra intelectual, ainda gera prejuízos fiscais
e sociais ao nosso país.
Contudo, a Lei Autoral é bem clara ao dispor que, dentre outras condutas igualmente vedadas,
a reprodução parcial ou integral de obras intelectuais, tais como musicais, literárias,programas
de computador, audiovisuais, dentre outras, dependem de prévia e expressa autorização
do autor, pois a sua prática, por afetar diretamente os direitos morais e patrimoniais do
proprietário, sujeitando o infrator a sanções de natureza civil e penal.
A lei n° 9.610/98,Lei Autoral, ao tratar das penalidades a serem aplicadas quando da
violação ao direito do autor, dispõe expressamente sobre as sanções civis, estas não afastam
a aplicação da sanção penal decorrente da prática de tal conduta delituosa.
O legislador considerou tão grave a conduta da reprodução não autorizada de obra literária,
artística ou científica, que a condenação decorrente de violação aos direitos de autor poderá
corresponder ao valor de 3000 (três mil) exemplares, além dos apreendidos.
Não obstante as sanções de natureza civil, o alto índice de produtos piratas comercializados
no Brasil levou o legislador a alterar o artigo 184 do Código Penal de modo a tornar mais
rígida a penalidade decorrente desta violação do direito autoral.
15.2.1a)Patente
Patente. Fonte:http://consensojr.com.br/o-que-sao-patentes-e-qual-a-sua-importancia/
O mesmo artigo, no item 27.2 e 3 - GATT/TRIPS define também o que os Estados membros
podem considerar o que não é patenteado, vejamos:
a) invenções que contrariem a ordem pública e a moralidade e que atentem contra a vida
ou a saúde humana, animal ou vegetal, além daquelas que prejudiquem o meio ambiente;
b) os métodos diagnósticos, terapêuticos e cirúrgicos para tratamento de seres humanos
ou de animais;
c) plantas e animais, exceto micro-organismos e processos essencialmente biológicos
para a produção de plantas ou animais, excetuando-se os processos não biológicos e
microbiológicos.
O artigo 18 da Leidispõe:
O inciso III do referido artigo fala em “mera descoberta”, ou seja,é a revelação de algo que
até então era desconhecido pela sociedade, porém encontra-se inserido na natureza, por
exemplo, uma planta medicinal; um metal etc.
15.2.3 c) Prazo
O prazo de proteção dapatente é de 20 (vinte) anos nos casos em que a patente seja
uma invenção e de 15 (quinze) anos nas patentes de modelo de utilidade, contados a partir
da data de depósito do pedido, após esses prazos o produto caem em domínio público, ou
seja, a sociedade terá acesso a eles.
AULA 16
DIREITOS AUTORAIS
16.1 Marca
A Leidiz em seus artigos 122 e 123 que pode ser registrado como marca qualquer sinal
que distingue visualmente um produto ou serviço de outro idêntico ou semelhante ou que
tenha como finalidade atestar a conformidade de um serviço ou produto com as normas e
especificações técnicas .
A proteção e a propriedade sobre uma marca somente é adquirida após o registro dela
perante o órgão responsável (INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial), e o titular
damarca tem o direito de: Ceder o seu registro ou pedido; Licenciar o uso desta;Zelar
pela reputação e integridade de sua marca.
As marcas podem se apresentar de forma nominativa a qual é formada por nomes, números,
siglas ou combinações; figurativa, em que fazem parte os desenhos, imagens, símbolos,
figuras, números ou letras fantasiosos e Mistana qual há uma combinação entre as formas
nominativas e figurativas.
O seu registro pode extinguir-se pela expiração do prazo de vigência sem renovação
sequencial seja feita;pela renúncia do titular dos direitos; pela caducidade dos direitos.
O prazo de proteção delas é de 10 (dez) anos contados a partir da concessão do registro,
podendo este ser prorrogado por períodos de 10 (dez) anos iguais e sucessivas vezes, tudo
conforme o artigo 133 da Lei em questão.
Desde que preenchidos os requisitos legais, todo aquele que cria um desenho industrial
poderá proteger sua criação Os requisitos são: da novidade, da originalidade e que o objeto
seja passível de fabricação.
O Art. 96 da Lei estabelece que o desenho industrial será considerado novo quando não
estiver compreendido no estado da técnica; já no Art. 97 da mesma lei, dispõe que será
considerado original o desenho industrial quando sua configuração visual o distinga dos
objetos anteriores a ele.
Contudo, háos que NÃO podem ser registrados como desenhos industriais: tudo o que
for contrário à moral e aos bons costumes;a forma necessária ou vulgar de um objeto;a
forma determinada pelas considerações técnicas ou funcionais do objeto.
O profissional de Desenho Industrial está voltado para os desenhos técnicos, fabricação
e mecânica, ondeesses desenhos definem, principalmente, o aspecto estético e constitutivo
do item, este profissional poderá atuar diretamente na indústria, mas também na engenharia,
arquitetura ou publicidade e propaganda.
O desenhista industrial cria, projeta, inova e melhora produtos para a indústria, como o
próprio nome já diz.
Por detrás de um produto, comoum fogão, uma moto, uma casa há um desenhista industrial
que projetou seu modelo, pensou em seus materiais e em seu processo de produção, calculou
suas áreas e resumiu essas informações para os demais envolvidos no processo de produção
desses objetos.
Prazo
para estas figuras intelectuais, são as denominadas figuras jurídicas intermediárias entre a
propriedade industrial e o direito autoral.
Jusbrasil. Fonte:https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/407435408/propriedade-intelectual-conceito-evolucao-historica-e-normativa-e-sua-importancia
CONCLUSÃO
Nos primeiros capítulos construiu-se no decorrer desta textualização, que a Lei de Licitações
é uma das leis mais importantes na área do Direito Administrativo e que esta trouxe a
isonomia no processo de seleção e competição no certame licitatório e com o novo projeto
de Lei, assim que sancionada e se tornar lei, trará diversas alterações sobre a contratação do
Poder Público. Por essa razão, para que as novas mudanças se tornem habituais e naturais,
será necessário uma adaptação da sociedade e dos órgãos.
Nos próximos capítulos foram pontuadas as características essenciais e principais na
relação de trabalho para analisar de forma mais precisa as normas que cercam o empregado
e empregador e diferenciar ambas as figuras.
No capítulo a seguir, foi definida a matéria sobre perícia e perito, a sua responsabilidade,
tanto civil como penal, de um perito e de uma perícia mal elaborada e/ou com qualquer tipo
de vício.
Já no último capítulo, dentro da seara dos Direitos Autorais, foram conceituados as regras,
princípios e institutos que regem a existência, normatização e desenvolvimento das marcas,
registro, a proteção que as regem, conforme explicitado no decorrer do estudo e das aulas.
Todo o conteúdo textual deste trabalho conduz à certeza de que a matéria de Direito
assume a conceituação de cada ponto principal para o curso, adquirindo e tornam-se mais
harmônicas e humanas, no sentido de ajudar as pessoas e a terem reconhecido seu direito
perante às leis.
Conclui-se que a matéria de Direito representa muito mais que leis e papéis, mas uma
definição de cada ponto, conforme a necessidadede cada curso e aula.
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
FILME
REFERÊNCIAS
BEVILACQUA, Clóvis. Teoria Geral do Direito Civil. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
2. ed. revista e atualizada por Caio Mário da Silva Pereira, 1976.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas,
2010.p.269
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo.23. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
COMPARATO, Fábio Konder.O Poder de Controle nas S. A. Ed. Revista dos Tribunais,
1976.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.27.ed. São Paulo:
Malheiros, 2010.
PONTES DE MIRANDA. Tratado de Direito Privado, vol. XVI, § 2005. Borzoi Ed. 1971.