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NOÇÕES

DE DIREITO
ADMINISTRATIVO
Lei n. 8.429/1992 – Improbidade
Administrativa

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIOGO SURDI

Diogo Surdi é formado em Administração Pública


e é professor de Direito Administrativo em
concursos públicos, tendo sido aprovado para
vários cargos, dentre os quais se destacam:
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
(2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013),
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil
(2012) e Técnico Judiciário dos seguintes
órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-
MS e MPU.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
Prof. Diogo Surdi

Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa .............................................5


1. Conceito de Improbidade e Disposições Constitucionais ................................5
2. Sujeitos da Ação de Improbidade...............................................................6
2.1. Sujeitos Ativos......................................................................................6
2.2. Sujeitos Passivos................................................................................ 11
3. Atos de Improbidade Administrativa......................................................... 14
3.1. Atos que Importam Enriquecimento Ilícito.............................................. 15
3.2. Atos que Causam Prejuízo ao Erário....................................................... 16
3.3. Atos que Atentam contra os Princípios da Administração Pública................ 18
3.4. Atos Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício
Financeiro ou Tributário.............................................................................. 19
4. Características dos Atos de Improbidade Administrativa.............................. 20
5. Indisponibilidade dos Bens...................................................................... 23
6. Penas Aplicáveis.................................................................................... 25
7. Declaração de Bens................................................................................ 31
8. Procedimento Administrativo e Judicial..................................................... 33
9. Competência......................................................................................... 39
10. Prescrição........................................................................................... 41
Resumo.................................................................................................... 45
Questões de Concurso................................................................................ 57
Gabarito................................................................................................... 78
Gabarito Comentado.................................................................................. 79

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Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!

Na aula de hoje, estudaremos um assunto em que boa parte de sua base jurídi-

ca está prevista em um dispositivo legal. Trata-se da Improbidade Administrativa,

cujas principais disposições estão expressas na Lei n. 8.429/1992.

Grande abraço e boa aula!

Diogo

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LEI N. 8.429/1992 – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


1. Conceito de Improbidade e Disposições Constitucionais
Para compreendermos as disposições concernentes à lei da improbidade admi-

nistrativa, devemos, em um primeiro momento, entender a origem da prática dos

atos de improbidade.

Assim, devemos fazer menção ao princípio da moralidade, que, em sentido

amplo, comporta os subprincípios da probidade, decoro e boa-fé. Como é sabi-

do, a moralidade é um princípio constitucionalmente estabelecido, de forma a ser

observado pelos órgãos e entidades de todos os entes federativos, independente de

estarmos no âmbito do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário.

Não respeitar a moralidade ou qualquer um de seus subprincípios acarreta a

anulação do ato administrativo praticado.

Decoro

Probidade Boa-fé

Moralidade

Neste sentido, para conferir maior segurança ao respeito do subprincípio da

probidade, é que a Constituição Federal estabeleceu, em seu artigo 37, § 4º, as

seguintes consequências para a prática dos atos de improbidade:

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Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Tal artigo, no entanto, trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, ca-

recendo, quando da promulgação da Constituição Federal, de regulamentação para

a produção de efeitos jurídicos.

Dessa forma, foi com a edição da Lei n. 8.429/1992, conhecida como Lei da

Improbidade Administrativa, que o legislador infraconstitucional estabeleceu as

regras e procedimentos a serem observados quando da prática de atos de impro-

bidade.

Importante salientar que a Lei n. 8.429/1992 é uma lei nacional, sendo, por

isso mesmo, de observância obrigatória por parte da administração direta e

indireta de todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e

Municípios).

Todas as regras que veremos, a partir de agora, são oriundas do mencionado

diploma legal.

2. Sujeitos da Ação de Improbidade

Analisar os sujeitos ativo e passivo da lei de improbidade administrativa é com-


preender quais partes figuram no polo ativo e passivo da relação jurídica instaurada
com o cometimento da improbidade.

2.1. Sujeitos Ativos

Os sujeitos ativos são as pessoas que podem vir a cometer atos que sejam
configurados como improbidade administrativa. De acordo com o artigo 2º da Lei

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8.429/1992, extraímos a relação de pessoas com vínculo com o Poder Público que
podem vir a se tornar sujeito passivo da ação de improbidade.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas
no art. 1º desta Lei.
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às san-
ções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com
a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão,
termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.

Trata-se de um conceito extremamente amplo de agente público, de forma que


mesmo aqueles que exerçam suas atribuições em caráter transitório ou ainda que
sem remuneração são considerados, para efeitos legais, como possíveis sujeitos
ativos.

EXEMPLO

Jaime foi escolhido para ser jurado em um Tribunal do Júri, oportunidade em que

desempenhará uma função pública de caráter transitório e sem remuneração.

Caso Jaime pratique alguma das condutas elencadas como atos de improbidade

administrativa, deverá, nos termos legais, ser responsabilizado com base nas dis-

posições da Lei 8.429/1992.

Questão 1    (CEBRASPE/CESPE/ANA MIN/MPE-CE/MPE-CE/ADMINISTRAÇÃO/2020)

Considerando as disposições da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Adminis-

trativa), julgue o item que se segue.

As regras que vedam a prática de atos de improbidade administrativa incidem ape-

nas sobre servidores públicos.

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Errado.

As disposições relacionadas com a vedação à prática de atos de improbidade ad-

ministrativa não são aplicadas apenas aos servidores públicos. Em sentido diverso,

a definição de agente público, para fins de improbidade administrativa, é bastante

ampla, abarcando inclusive aqueles que desempenham suas atividades de forma


transitória ou sem remuneração.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu-
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no
art. 1º desta Lei.

Uma das novidades introduzidas pela Lei 14.230/2021 foi a expressamente pre-

ver os agentes políticos como sujeitos ativos dos atos de improbidade adminis-

trativa.

Os agentes políticos são aqueles que ocupam os mais altos postos no âmbito

dos Poderes da República, estando ligados às decisões fundamentais do Estado

e possuindo grande parte de suas competências estabelecidas diretamente pela

Constituição. Outra peculiaridade desta classe é o alto nível de autonomia que

possuem para tomar as suas decisões.

Especificamente em relação aos recursos de origem pública, estão sujeitos às

sanções da lei de improbidade administrativa o particular, pessoa física ou jurídica, que

tiver celebrado com a administração pública algum dos seguintes tipos de instru-

mento jurídico: convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parce-

ria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.

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O conceito de sujeito ativo, entretanto, não compreende apenas as pessoas que

tenham algum tipo de vínculo com o Poder Público, abrangendo também as pessoas

que, ainda que não sejam titulares de cargo, emprego ou função pública, induzam

ou concorram para a prática de improbidade administrativa.

Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de impro-
bidade.

Aqui, dois pontos merecem atenção, a saber:

a) Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de

direito privado não respondem, como regra geral, pelo ato de improbidade

que venha a ser imputado à pessoa jurídica. Contudo, a responsabilização de

tais pessoas ocorre quando, comprovadamente, houver a participação e benefí-

cios diretos. Neste caso, a responsabilidade ocorrerá dentro dos limites da sua par-

ticipação.

b) As sanções estabelecidas não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de

improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à ad-

ministração pública, nos termos da Lei Anticorrupção.

No entanto, temos que fazer uma importante distinção no que se refere às classes

de pessoas que podem vir a figurar como sujeito ativo dos atos de improbidade:

a) Para que o agente público venha a figurar como sujeito ativo, deve ele ter agi-

do com dolo (intencionalmente).

b) Para que o particular (que tenha induzido ou concorrido para a improbidade)

figurar como sujeito ativo, faz-se necessário, obrigatoriamente, um “elo de ligação”

com o serviço público, elo este que ocorre por meio do agente público.

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Trata-se de uma regra que faz todo o sentido, uma vez que a participação do

particular, ainda que tenha sido de extrema importância para a caracterização da

irregularidade, jamais seria capaz, por si só, de gerar a improbidade administrativa.

Para a configuração do ilícito, faz-se necessária a existência de um elo de ligação

com o serviço público, condição que é preenchida pelo respectivo agente público.

Neste sentido já decidiu o STJ, no Resp. 1155992, de seguinte teor:

JURISPRUDÊNCIA
1. Os arts. 1º e 3º da Lei 8.429/92 são expressos ao prever a responsabiliza-
ção de todos, agentes públicos ou não, que induzam ou concorram para a prá-
tica do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta
ou indireta.
2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o par-
ticular figurar sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa.

Durante muito tempo, a doutrina se dividia acerca da possibilidade das pessoas

jurídicas virem a figurar como sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa.

Tal controvérsia foi sanada no julgamento do Resp. 970.393, de autoria do STJ, que

decidiu que as pessoas jurídicas, tal como ocorre com os agentes públicos, podem

perfeitamente concorrer para a prática dos atos de improbidade.

JURISPRUDÊNCIA
Considerando que as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas e condenadas
por atos ímprobos, é de se concluir que, de forma correlata, podem figurar no
polo passivo de uma demanda de improbidade, ainda que desacompanhada
de seus sócios.

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Com base em tudo o que foi apresentado, podemos sedimentar o aprendizado

acerca dos sujeitos ativos de improbidade administrativa por meio do quadro sinó-

tico.

O agente político, o servidor público e todo aquele que exer-


ce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
É considerado Agente
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer ou-
Público
tra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função
Ficam sujeitos às disposições da Lei de Improbidade o par-
ticular, pessoa física ou jurídica, que celebrar com a admi-
Em relação aos recursos de
nistração pública convênio, contrato de repasse, contrato de
origem pública
gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste
administrativo equivalente
As regras da Lei da
Àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
Improbidade também são apli-
concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade
cadas, no que couber
Regra geral: não respondem pelos atos de improbidade ad-
Os sócios, os cotistas, os dire- ministrativa que venha a ser imputado à pessoa jurídica.
tores e os Exceção: a responsabilização ocorrerá quando, comprovada-
colaboradores de pessoa jurí- mente, houver participação e benefícios diretos. Neste caso,
dica de direito privado a responsabilidade estará limitada aos limites da sua parti-
cipação.
Caso o ato de
improbidade
administrativa seja
também sancionado como ato As sanções estabelecidas na Lei de Improbidade Administra-
lesivo à tiva não se aplicarão à pessoa jurídica.
administração pública de acor-
do com a Lei
Anticorrupção

2.2. Sujeitos Passivos

Os sujeitos passivos, de maneira contrária, são as pessoas jurídicas que são


lesadas pela prática de improbidade administrativa, passando a figurar, quando da
respectiva ação, no polo ativo da respectiva demanda.

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De acordo com a legislação em vigor, os sujeitos passivos estão expressos no

artigo 1º, §§ 5º a 7º da norma objeto de estudo, que apresenta a seguinte redação:

Art. 1º, § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e


no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indire-
ta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste
artigo.
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às san-
ções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade
privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no
seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso,
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Analisando as informações apresentadas, é possível chegar à conclusão de que

os sujeitos passivos da improbidade administrativa são os seguintes:

a) Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de cada um dos entes fede-

rativos.

b) Administração Direta e Indireta da União, dos Estados, dos Municípios

e do Distrito Federal.

c) Entidades privadas que recebam subvenção, benefício ou incentivo,

fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais.

d) Entidades privadas para cuja criação ou custeio o erário haja con-

corrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual. Neste caso, temos a

peculiaridade de que o ressarcimento de prejuízos estará limitado à repercussão do

ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Tais entidades, conforme mencionado, são as que são lesadas com a prática de

atos de improbidade administrativa, vindo a figurar, no âmbito da relação processual

instaurada com a ação de improbidade, no polo ativo da demanda.

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Importante salientar, neste sentido, que o Ministério Público, ainda que não seja

uma das entidades relacionadas expressamente pela Lei 8.429/1992, pode figurar,

tal como as demais pessoas jurídicas, no polo ativo da ação.

O fundamento para tal atuação é a defesa, por parte do Ministério Público, dos

interesses públicos indisponíveis, conforme previsão no artigo 127 da Constituição

Federal:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

Outro ponto a ser destacado é que, após a entrada em vigor da Lei 14.230/2021,

os atos que ensejarem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropria-

ção, malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos

ou de suas fundações estarão fora do campo de incidência da LIA, sendo

regidos, em sentido oposto, pela Lei dos Partidos Políticos.

Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apro-
priação, malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos,
ou de suas fundações, serão responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de
setembro de 1995.

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Importante mencionar que a ação para a aplicação das sanções da Lei de Im-
probidade será proposta pelo Ministério Público.

3. Atos de Improbidade Administrativa


A Lei n. 8.429/1992 apresenta, a depender da conduta do agente público ou

de terceiros relacionados, quatro espécies de atos de improbidade administrativa,

sendo elas:

• atos que importam em enriquecimento ilícito;

• atos que causam prejuízo ao erário;

• atos que atentam contra os princípios da administração pública;

• atos que violam a legislação do ISS no que se refere aos benefícios

financeiros ou tributários.

A depender da configuração em cada uma das espécies, diversas sanções de

natureza administrativa, cível e política são aplicadas aos responsáveis.

Frisa-se que o conhecimento das ações de improbidade administrativa elenca-

das exemplificativamente pela Lei n. 8.429/1992 é um dos temas mais exigidos

em provas de concursos públicos, sendo bastante comum as bancas apresentarem

uma conduta ímproba e exigirem do candidato qual a classificação com base na

norma legal.

Assim, antes de conhecermos as condutas previstas no texto da Lei n. 8.429/1992,

precisamos conhecer um método que possibilita a rápida resolução deste tipo de

questão sem a eventual necessidade de o candidato memorizar todas as

condutas previstas em lei:

• Enriquecimento ilícito: o agente público é quem recebe vantagem indevi-

da;

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• Prejuízo ao erário: um terceiro (que não o agente público) recebe a vanta-

gem ou alguma norma prevista em lei ou regulamento não é observada;

• Violação aos princípios: situações que não geram, por si só, vantagem in-

devida ao agente público ou a terceiros;

• Violação da legislação do ISS: situações relacionadas com benefícios fi-

nanceiros ou tributários.

EXEMPLO

Caso um agente público utilize bens da administração pública para a realização de

atividades particulares, estamos diante de uma conduta que representa uma van-

tagem direta ao servidor, uma vez que é ele que será beneficiado com a utilização

dos bens. Logo, trata-se de enriquecimento público.

Caso o agente público apenas permita que os bens da repartição sejam utilizados,

em atividades particulares, por terceiros, nota-se que não é o servidor quem está

recebendo diretamente a vantagem, mas sim um terceiro alheio ao serviço público.

Neste caso, estamos diante de um ato que causa prejuízo ao erário.

Caso o agente público, notificado pela administração, não preste suas contas no

prazo legal, estaremos diante de uma conduta que não causa, por si só, vantagem

ao servidor ou a terceiros. Por exclusão, estamos diante de um ato que atenta

contra os princípios da administração pública.

3.1. Atos que Importam Enriquecimento Ilícito

Estabelece o artigo 9º da Lei n. 8.429/1992 uma série de condutas que resultam

na mais grave das espécies de improbidade administrativa:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,

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mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta


lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-
ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, per-
muta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades
referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, per-
muta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-
terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro ser-
viço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-
ção pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessora-
mento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante
a atividade;
IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba
pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para
omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

3.2. Atos que Causam Prejuízo ao Erário

As condutas que são configuradas como prejuízo ao erário estão previstas, de


forma exemplificativa, no artigo 10 da Lei n. 8.429/1992.

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Tais atos de improbidade administrativa possuem a peculiaridade de poder re-


sultar tanto de condutas omissivas quanto comissivas do agente público. Da mes-
ma forma, podem dar ensejo à lesão ao erário atos dolosos (com intenção) ou
culposos (em que houve a imperícia, a negligência ou a imprudência do
agente estatal).

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio parti-
cular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de
fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qual-
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patri-
mônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de
serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço
superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração
de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; 
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regula-
mento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz
respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

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XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor públi-
co, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de ser-
viços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na
lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio par-
ticular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe-
ridos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade
privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a ob-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-
tas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular.
XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular. 

3.3. Atos que Atentam contra os Princípios da Administração


Pública

Por fim, temos os atos de improbidade administrativa que atentam contra

os princípios da administração pública. Em tais situações, ainda que não tenha

ocorrido a vantagem do agente público ou de terceiros, certos princípios ou deveres

do Poder Público deixaram de ser observados.

Relaciona-se abaixo tais condutas, com a menção ao princípio ou dever que dei-

xou de ser observado pelo agente público:

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Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto,
na regra de competência; (Legalidade)
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (Poder-Dever de
Agir)
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo; (Publicidade)
IV – negar publicidade aos atos oficiais; (Publicidade)
V – frustrar a licitude de concurso público; (Impessoalidade)
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; (Probidade)
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mer-
cadoria, bem ou serviço; (Publicidade)
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas
de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Legalidade)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legisla-
ção. (Legalidade)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de
saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos
termos do parágrafo único do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Le-
galidade)

3.4. Atos Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de


Benefício Financeiro ou Tributário

A Lei Complementar n. 157/2016, instituiu uma nova modalidade de atos de

improbidade administrativa.

De acordo com a Lei n. 8.429/1992, enquadra-se em tal modalidade qualquer

ação ou omissão destinada a conceder, aplicar ou manter benefício finan-

ceiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei

Complementar n. 116/2003 (que é a norma relacionada com o ISS).

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4. Características dos Atos de Improbidade Administrativa


Como se percebe, as quatro grandes espécies de atos de improbidade adminis-

trativa estão hierarquizadas de acordo com a lesão sofrida pelo patrimônio público.

Dessa forma, sempre que um ato cause enriquecimento ilícito, ainda que possa

recair em outra hipótese de ilícito (prejuízo ao erário ou desobediência aos princí-

pios da administração), será configurado como pertencente ao primeiro caso.

Neste sentido, inclusive, já decidiu o STJ, conforme se observa do julgamento


do Recurso Especial 1.075.882, de seguinte teor:
1. A Lei de Improbidade Administrativa visa a tutela do patrimônio público e da
moralidade, impondo aos agentes públicos e aos particulares padrão de com-
portamento probo, ou seja, honesto, íntegro, reto.
2. A Lei 8.429/92 estabelece três modalidades de improbidade administrativa,
previstas nos arts. 9º, 10 e 11, a saber, respectivamente: enriquecimento ilí-
cito, lesão ao erário e violação aos princípios norteadores da Administração
Pública.
3. A conduta prevista no art. 9º da LIA (enriquecimento ilícito) abrange, por
sua amplitude, as demais formas de improbidade estabelecidas nos artigos
subsequentes. Desta maneira, a violação aos princípios pode ser entendida,
em comparação ao direito penal, como “soldado de reserva”, sendo aplicada,
subsidiariamente, isto é, quando a conduta ímproba não se subsume nas
demais formas previstas.

Outro ponto importante se refere à necessidade da existência de dolo ou culpa


para a caracterização de cada uma das hipóteses elencadas nas quatro espécies de
atos de improbidade.
De acordo com a doutrina majoritária, as condutas que resultam em enrique-
cimento ilícito ou em desrespeito aos princípios da administração pública
necessitam, para a sua configuração, da presença de dolo (intenção) do agente

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público para a sua configuração. Dessa forma, a simples conduta culposa do agente
não enseja a configuração de improbidade administrativa nas espécies enriqueci-
mento ilícito e lesão aos princípios da administração pública.
Nos casos de prejuízo ao erário, por sua vez, a improbidade estará confi-
gurada tanto nas hipóteses de dolo quanto nas condutas praticadas com
simples culpa do agente público. Tal entendimento está consubstanciado no
julgamento do Recurso Especial n. 1.364.529, da lavra do STJ:

Para que seja configurado o ato de improbidade de que trata a Lei n. 8.429/99,
“é necessária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo
dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, pela culpa, nas
hipóteses do artigo 10”.

Enriquecimento
ilícito
Necessidade de
dolo para a
configuração Desrespeito aos
princípios da
Atos de Administração
improbidade Pública
administrativa

Possibilidade de
configuração por
Prejuízo ao erário
meio de dolo ou
culpa

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Sobre os atos de improbidade administrativa que causam enriquecimento

ilícito ou lesão ao erário, merecem destaque, ainda, alguns artigos da Lei n.

8.429/1992:

Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do


agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (Art. 5º)
No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (Art. 6º)

Tais artigos possuem o claro objetivo de evitar que uma possível omissão legis-

lativa seja alegada, pela parte que está respondendo pela prática de improbidade

administrativa, como forma de evitar o ressarcimento ao Poder Público ou a perda

dos bens acrescidos ao patrimônio quando da prática dos atos em questão.

Ainda como forma de evitar que não haja o correto ressarcimento dos danos

causados ao Poder Público, o artigo 8º da mesma norma estabelece que

O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente


está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Tal regra encontra fundamento na obrigação do Estado em preservar o bem-es-


tar coletivo, garantindo que o interesse público seja preservado ante as práticas
que tentam usufruir indevidamente dos direitos indisponíveis da sociedade.

EXEMPLO
Uma das principais finalidades do Estado é a garantia do bem-estar da população
existente em seu território.
Como é a população, basicamente, quem financia, por meio do pagamento de tri-
butos, as atividades do Estado, quando ocorre uma prática de improbidade admi-
nistrativa que causa prejuízo ao erário, é o próprio patrimônio coletivo que está
sendo dilapidado.

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Assim, cabe ao Estado, por meio da exigência de ressarcimento aos cofres públi-
cos, a manutenção do patrimônio daqueles que financiam as suas atividades, qual
seja, o povo.

Assim, se algum agente público adquirir, ao longo de sua carreira no serviço


público, bens que são comprovadamente desproporcionais ao valor da sua remu-
neração, estaremos diante da prática de improbidade administrativa causadora de
enriquecimento ilícito. Nesta situação, caso tal agente venha a falecer, ocorrerá a
transferência do patrimônio, oportunidade em que os sucessores receberão a he-
rança do agente ímprobo.

E como boa parte dos bens transferidos foram adquiridos com base no ato de

improbidade, uma vez que o Poder Público tome conhecimento da prática, pode-

rá exigir dos herdeiros a responsabilização, com base nas disposições da Lei n.

8.429/1992, até o limite dos valores que foram transferidos.

5. Indisponibilidade dos Bens


Como anteriormente mencionado, o artigo 37, § 4º, da Constituição Federal

estabelece uma série de consequências para os atos de improbidade administrati-

va, dentre as quais se inclui a possibilidade da decretação da indisponibilidade dos

bens.

Em sintonia com a disposição constitucional, a Lei n. 8.429/1992 estabelece,

em seu artigo 7º, que a indisponibilidade dos bens será declarada sempre que o

ato de improbidade administrativa ficar caracterizado como enriquecimento ilícito

ou lesão ao patrimônio público.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

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Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimo-
nial resultante do enriquecimento ilícito.

Importante mencionarmos que a indisponibilidade dos bens não se trata de uma

espécie de sanção, mas, sim, de medida cautelar que tem por finalidade assegurar

que o indiciado não dilapide o seu patrimônio antes que o Poder Público conclua o

respectivo processo administrativo.

De acordo com a doutrina majoritária, dois são os requisitos que devem estar

presentes para que seja possível a determinação da indisponibilidade dos bens no

curso da ação de improbidade administrativa, sendo eles o fumus boni juris e o

periculum in mora.
O fumus boni juris consiste na probabilidade de os fatos imputados ao agente
público serem verossímeis. Isso não significa que o ato ímprobo deve estar ca-

balmente provado, uma vez que tal pressuposto é averiguado por ocasião da

sentença. O que deve existir é uma grande possibilidade, no curso do processo

administrativo, da ocorrência do ato de improbidade administrativa.

O periculum in mora (também conhecido como perigo de dano iminente e

irreparável) por sua vez, refere-se à possibilidade daquele que está indiciado dila-

pidar o seu patrimônio, impossibilitando a devolução dos valores devidos aos cofres

públicos.

Uma vez estando presentes estas duas características, a autoridade adminis-

trativa representa ao Ministério Público, que, analisando os fatos, requer ao juiz

responsável pela ação a decretação da indisponibilidade dos bens.

Ressalta-se que a possibilidade de decretação da indisponibilidade dos bens é

privativa do Poder Judiciário, não havendo que se falar na possibilidade de o Minis-

tério Público atuar desta forma.

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EXEMPLO

Álvaro foi indiciado pelo cometimento de ato de improbidade administrativa que

configura enriquecimento ilícito.

Neste caso, a autoridade que está conduzindo o inquérito, verificando que é muito

provável que tenha ocorrido a improbidade (fumus boni juris), bem como que

Álvaro está em vias de dilapidar os seus bens (periculum in mora), representa ao

Ministério Público, que, após analisar os fatos, requer ao Poder Judiciário a decre-

tação da indisponibilidade.

6. Penas Aplicáveis

Para cada uma das condutas que dão ensejo às quatro diferentes espécies de

improbidade administrativa, a Lei n. 8.429/1992 apresenta uma série de sanções

de natureza administrativa, civil e política.

Tais sanções estão hierarquizadas de acordo com a gravidade da conduta, de

forma que as ações que ensejam enriquecimento ilícito possuem como conse-

quência as sanções mais graves, as que ensejam lesão ao patrimônio público

possuem sanções intermediárias e as que atentam contra os princípios da ad-

ministração pública, por sua vez, possuem as sanções de menor gravidade.

As sanções de natureza civil são aquelas que implicam na obrigação de pagar

ou devolver algo ao poder público. De acordo com as normas da Lei n. 8.429/1992,

são as seguintes:

• ressarcimento ao erário;

• perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

• multa.

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As sanções de natureza política são aquelas que implicam em restrições aos

direitos políticos, sendo, nos termos do dispositivo legal, uma só:

• suspensão dos direitos políticos.

Por fim, as sanções administrativas são aquelas que implicam na impossibi-

lidade de ser mantido vínculo com a administração pública, sendo elas:

• perda da função pública;

• proibição de contratar com o Poder Público;

• proibição de receber incentivos fiscais ou creditícios por parte do Poder

Público.

Cível Administrativa Política


• Ressarcimento ao • Perda da função • Suspensão dos
erário pública direitos políticos
• Perda dos bens e • Proibição de contratar
valores acrescidos com o poder público
ilicitamente ao • Proibição de receber
patrimônio incentivos fiscais ou creditícios
• Multa por parte do poder público

Tais sanções, independente da natureza (administrativa, civil e política), são gradu-

adas, conforme já mencionado, de acordo com a gravidade da conduta praticada pelo

agente público ou por terceiro, conforme se extrai do artigo 12 da Lei n. 8.429/1992:

Art. 12, Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato (...)

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Sanção
Ato de Improbidade Sanção Política Sanção Cível
Administrativa
Enriquecimento Suspensão dos direi- Pagamento de multa Proibição de contratar
Ilícito tos políticos de 8 a 10 de até 3 vezes o valor ou receber benefícios
anos do acréscimo do Poder Público por
10 anos
Dano causado ao Suspensão dos direi- Pagamento de multa Proibição de contratar
Erário tos políticos de 5 a 8 de até 2 vezes o valor ou receber benefícios
anos do dano do Poder Público por
5 anos
Não obediência aos Suspensão dos direi- Pagamento de Multa Proibição de contratar
Princípios tos políticos de 3 a 5 civil de até 100 vezes ou receber benefícios
anos o valor da remunera- do Poder Público por
ção do agente 3 anos
Violação relacionada Suspensão dos direi- Pagamento de multa
com benefício finan- tos políticos de 5 a 8 civil de até 3 vezes
ceiro ou tributário anos o valor do benefício
contrário às disposi- financeiro ou tributá-
ções do ISS rio concedido

Questão 2    (FGV/TJ-AL/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/2018) Antônio, Oficial


de Justiça do Tribunal de Justiça de Alagoas, adquiriu, para si, durante o exercício
do cargo público, bem imóvel cujo valor é desproporcional à sua evolução patrimo-
nial e à sua renda.
De acordo com o ordenamento jurídico, Antônio, em tese:
a) não praticou qualquer ato ilícito, seja na esfera disciplinar, seja em matéria de
improbidade administrativa;
b) não praticou ato de improbidade administrativa, mas cometeu falta disciplinar,
punível com pena de demissão;

c) não praticou ato de improbidade administrativa, mas cometeu falta disciplinar,

punível com pena de suspensão por noventa dias;

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d) praticou ato de improbidade administrativa, cujas sanções, dentre outras, con-

sistem em ressarcimento integral do dano, perda da função pública, multa civil e

cassação dos direitos políticos;

e) praticou ato de improbidade administrativa, cujas sanções, dentre outras, con-

sistem em perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio e res-

sarcimento integral do dano, quando houver.

Letra e.

Ao adquirir bem imóvel cujo valor é desproporcional à sua evolução patrimonial e à

sua renda, Antônio praticou ato de improbidade administrativa por enriquecimento

ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-
ção pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;

Como consequência pela prática do ato, Antônio estará sujeito às seguintes medi-

das e sanções:

• perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

• ressarcimento integral do dano, quando houver;


• perda da função pública;
• suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
• pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial;
• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

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No que se refere à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos,


tais sanções só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
A aplicação das sanções previstas na Lei n. 8.429/1992 independe, conforme
previsão do artigo 21, dos seguintes fatores:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-


cimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal
ou Conselho de Contas.

EXEMPLO
A circunstância das contas de determinado agente público ou do órgão onde este
desempenha suas atribuições terem sido aprovadas pelos tribunais ou conselhos de
contas não impede que, diante de provas, seja o respectivo agente responsabiliza-
do pela prática de improbidade.
Isso ocorre porque os tribunais e conselhos, em determinadas situações, não con-
seguem detectar que houve a prática de improbidade.

Da mesma forma, ainda que não haja dano ao patrimônio público, poderá o agente

público ou terceira pessoa ser responsabilizado pela prática de improbidade, situ-

ação que ocorre, por exemplo, com a violação dos princípios da administração

pública.

A única ressalva, nesta última situação, fica por conta da pena de ressarcimento,

ou seja, para que o agente seja obrigado a ressarcir o erário, deverá obrigatoria-

mente ser comprovado que houve dano ao Poder Público.

Questão 3    (FGV/ANALM/CM/SALVADOR/LICITAÇÃO, CONTRATOS E CONVÊNIOS/

LICITAÇÃO, CONTRATOS E CONVÊNIOS/2018) João, servidor público ocupante de

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cargo efetivo da Câmara Municipal de Salvador, é chefe do departamento que cuida

da frota oficial da Câmara. No exercício de sua função, João utilizou, em serviço

particular para levar seu filho à escola durante todo o ano letivo de 2017, veículo

de propriedade do Legislativo, bem como o trabalho de motoristas da Câmara.

Diante do caso hipotético narrado, consoante dispõe a Lei nº 8.429/92, João res-

ponderia por:

a) crime de responsabilidade, mas não por ato de improbidade administrativa, pois

integra a estrutura do Legislativo municipal;

b) crime contra a administração pública, mas não por ato de improbidade adminis-

trativa, pois não houve efetivo prejuízo patrimonial ao erário;

c) infração administrativo-disciplinar, mas não por ato de improbidade administra-

tiva, pois não houve efetivo prejuízo patrimonial ao erário;

d) ato de improbidade administrativa, exceto se, antes do recebimento da denún-

cia, João promover o integral ressarcimento ao erário;

e) ato de improbidade administrativa, independentemente da existência e do valor

do dano ao erário, assim como também respondem os motoristas que concorreram

para o ato ilícito.

Letra e.

A situação narrada é caso de improbidade administrativa na modalidade de enri-

quecimento ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:

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Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-


terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;

Independente da conduta ter ou não causado dano ao patrimônio público, deve o

agente público ser responsabilizado com as sanções da Lei n. 8.429/1992:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-
cimento;

Por fim, ressalta-se que há, ainda, a possibilidade de responsabilização do mo-

torista, uma vez que, no caso concreto apresentado, ele concorre para a prática

do ato.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

7. Declaração de Bens
Dois são os momentos distintos, de acordo com a Lei de Improbidade Adminis-

trativa, em que o agente público deve demonstrar a sua declaração de bens: na

posse e no exercício da função pública.

Assim, ao ser empossado, o agora servidor deve apresentar a declaração de

todos os bens que constituem o seu patrimônio, incluindo imóveis, móveis, semo-

ventes, dinheiros, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patri-

moniais, localizado no país ou no exterior. Quando for o caso, a declaração deverá

abranger os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de

outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos

apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

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Posteriormente, a cada ano, o agente público deve demonstrar a mesma de-

claração, até que ocorra a sua saída do respectivo cargo, mandato, emprego ou

função.

A ideia de tal medida é propiciar que a autoridade administrativa verifique a

evolução patrimonial do agente público, uma vez que esta, quando incompatível

com a soma das remunerações do servidor, é um dos principais indícios de impro-

bidade administrativa.

Como forma de simplificar a comprovação dos valores, o agente público poderá

entregar, anualmente, cópia de sua declaração do Imposto de Renda à repartição

pública.

Caso o agente não cumpra com a obrigação de apresentar os bens que com-

põem o seu patrimônio ou então apresente declaração falsa, teremos, nos termos

do § 3º do artigo 13 da Lei n. 8.429/1992, a demissão a bem do serviço público,

sem prejuízo das demais sanções previstas em lei.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

Na posse do servidor

Momentos em que
deve ocorrer a
declaração de valores
Anualmente, no
exercício das
atribuições

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8. Procedimento Administrativo e Judicial


A Lei n. 8.429/1992 também estabelece regras processuais a serem observadas

no âmbito do procedimento administrativo e do processo judicial destinado a veri-

ficar a ocorrência de improbidade administrativa.

Inicialmente, tem-se que qualquer pessoa é parte competente para representar

à autoridade administrativa solicitando a instauração das investigações necessárias

para a apuração da Improbidade Administrativa.

Caso, no entanto, alguém representar contra agente público ou terceiro, e já

souber, de antemão, que tais pessoas são inocentes, incorrerá em crime, deven-

do responder com a pena de detenção, de 6 a 10 meses, e multa. Além disso,

será obrigado a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais e à

imagem.

A representação deverá ser formulada por escrito ou reduzida a termo, possuin-

do, ainda, a qualificação e demais dados do denunciante.

Atendidos todos os pressupostos legais, a autoridade competente tem a obri-

gação de instaurar o competente procedimento administrativo disciplinar, que será

regido pelo estatuto de cada categoria funcional. No âmbito da União, as regras a

serem observadas estão previstas na Lei n. 8.112/1990.

Neste ponto, merece destaque o fato da Lei n. 8.429/1992 ser uma norma de

natureza cível, viabilizando a aplicação de sanções de natureza extrapenal, ou seja,

aquelas que não estão tipificadas como crime. Tal característica não inviabiliza a

aplicação de sanções de natureza penal ante a prática de improbidade administra-

tiva. Para que isso ocorra, as condutas previstas na norma em estudo devem estar

tipificadas, também, como crime.

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Da mesma forma, a aplicação de qualquer uma das sanções previstas na Lei de

Improbidade Administrativa é competência privativa do Poder Judiciário, conforme

se observa da decisão do STF no âmbito do RMS 24699/DF, de seguinte teor:

Ato de improbidade: a aplicação das penalidades previstas na Lei n. 8.429/92


não incumbe à Administração, eis que privativa do Poder Judiciário. Verificada
a prática de atos de improbidade no âmbito administrativo, caberia represen-
tação ao Ministério Público para ajuizamento da competente ação, não a apli-
cação da pena de demissão.

Assim, ainda que a autoridade administrativa seja competente para a apuração


das eventuais faltas funcionais cometidas pelos servidores públicos, quando a con-
duta em questão ficar caracterizada como improbidade, não poderá a autoridade
administrativa aplicar a penalidade, devendo formular representação junto ao Mi-
nistério Público, que representará ao Poder Judiciário para o ajuizamento da ação e
o ajuizamento da ação e consequente aplicação da penalidade.

EXEMPLO

Elias, servidor público federal, praticou infração disciplinar que restou configurada

como violação dos deveres previstos no estatuto dos servidores e como improbida-

de administrativa.

Nesta situação, a autoridade administrativa competente deve instaurar processo

administrativo disciplinar para a investigação da situação. Tendo sido verificada a

ocorrência das duas infrações, a autoridade deve proceder da seguinte forma:

• No que se refere à infração prevista no estatuto dos servidores, deve aplicar a

penalidade de acordo com as disposições da mencionada norma, sem necessi-

dade de acionar o Poder Judiciário;

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• Com relação à infração de improbidade administrativa, a autoridade não poderá

aplicar a penalidade prevista no estatuto, devendo acionar, por meio do Minis-

tério Público, o Poder Judiciário, que será competente para aplicar a penalidade

prevista na Lei n. 8.429/1992.

Em todas as ações destinadas à apuração da prática de improbidade administra-

tiva, obrigatoriamente, deverá haver a participação do Ministério Público, conforme

estabelecido no artigo 17, § 4º, da Lei n. 8.429/1992:

O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,


como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

E o Ministério Público tem um papel extremamente importante nas ações de im-

probidade. Tanto é que o artigo 15 da norma em análise determina que a autorida-

de competente dê conhecimento ao órgão e aos Tribunais ou Conselhos de contas

da existência do procedimento administrativo destinado a apurar as condutas de

improbidade.

Da mesma forma, quando houver indícios fundados de responsabilidade, a co-

missão que estiver instruindo o processo comunicará ao Ministério Público sobre tal

fato, de forma que sejam sequestrados os bens suficientes para garantir o provável

valor do dano.

Vejamos o teor de tais disposições, de acordo com o texto da Lei n. 8.429/1992:

Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério


Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou cau-
sado dano ao patrimônio público. (art. 16)
Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, con-
tas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
da lei e dos tratados internacionais. (art. 16, § 2º)

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Nestas situações, conforme já mencionado, estamos diante de medidas de cará-

ter cautelar, se forma a impedir que o patrimônio do indiciado seja dilapidado (ven-

dido ou transferido a outras pessoas) e que o Poder Público, como consequência,

deixe de ser ressarcido pelos prejuízos devidos.

Importante julgado do STJ (REsp 1.771.440) afirma que a indisponibilidade em

questão poderá se dar em valor superior ao da respectiva ação de improbidade,

bem como sobre bens adquiridos antes da prática do ato improbo.

É pacífica no Superior Tribunal de Justiça a orientação de que a medida cons-


tritiva deve recair sobre o patrimônio dos réus em ação de improbidade admi-
nistrativa, de modo suficiente a garantir o integral ressarcimento de eventual
prejuízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de possível
multa civil como sanção autônoma.
A indisponibilidade acautelatória prevista na Lei de Improbidade Administrativa
tem como finalidade a reparação integral dos danos que porventura tenham
sido causados ao erário; trata-se de medida preparatória da responsabilidade
patrimonial, representando, em essência, a afetação de todos os bens neces-
sários ao ressarcimento, podendo, por tal razão, atingir quaisquer bens ainda
que adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade.

Temos que cuidar, no entanto, para não confundirmos tais situações com a im-

possibilidade (já pacífica no âmbito do STJ) de responsabilização por atos cometidos

anteriormente à vigência da Lei n. 8.429/1992 (que ocorreu em 03/06/1992), e,

por consequência, da própria Constituição Federal de 1988.

Neste sentido, temos a importante decisão do REsp 1129121, de 2013:

LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA A FATOS


POSTERIORES À EDIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBI-
LIDADE.

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1. A Lei de Improbidade Administrativa não pode ser aplicada retroativamente


para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a edição
da Constituição Federal de 1988.
2. A observância da garantia constitucional da irretroatividade da lei mais gra-
vosa, esteio da segurança jurídica e das garantias do cidadão, não impede a
reparação do dano ao erário, tendo em vista que, de há muito, o princípio da
responsabilidade subjetiva se acha incrustado em nosso sistema jurídico. 3.
Consoante iterativa jurisprudência desta Corte, a condenação do Parquet ao
pagamento de honorários advocatícios no âmbito de ação civil pública está
condicionada à demonstração de inequívoca má-fé, o que não ocorreu no caso.
4. Recurso especial provido em parte, apenas para afastar a condenação do
recorrente em honorários advocatícios.

Exemplo: se estivermos diante de uma conduta prevista na Lei n. 8.429/1992


como improbidade administrativa, mas que foi praticada, por exemplo, no mês de
dezembro de 1991, não poderá haver a responsabilização por tal prática, uma vez
que a Lei n. 8.429/1992 apenas entrou em vigor em meados de 1992.
Assim, ainda que a Constituição Federal de 1988 já estivesse em vigor, não há que
se falar em responsabilização com base em uma norma legal que apenas foi publi-
cada posteriormente à prática de improbidade administrativa.

Outra forma de medida cautelar é o afastamento do servidor, com remuneração,


quando tal providência se fizer necessária para a melhor instrução processual. Em
tais situações, ainda que o servidor seja afastado com remuneração, o que é levado
em conta é a necessidade da apuração de uma possível prática de improbidade,
dano que envolveria a coletividade como um todo.
Afastando o servidor do desempenho das suas atribuições, pode a comissão
processante desempenhar suas atividades com maior imparcialidade e eficiência.
A possibilidade da adoção desta medida está prevista no parágrafo único do ar-
tigo 20 da Lei n. 8.429/1992, de seguinte teor:

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A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento


do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

A ação destinada a apurar a prática de improbidade administrativa será proces-


sada de acordo com o rito ordinário, podendo ser proposta, pelo Ministério Público
ou pelas pessoas jurídicas interessadas, no prazo de 30 dias da efetivação da
medida cautelar.
Salienta-se que é expressamente vedada a transação, acordo ou conciliação
em ações de improbidade administrativa. Tal fundamento, em consonância
com o princípio da indisponibilidade do interesse público, é plenamente justificável
ante a relevância do patrimônio público. Nesse sentido, merece destaque a lição da
professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

A norma se justifica pela relevância do patrimônio pú­blico, seja econômico, seja mo-
ral, protegido pela ação de improbidade. Trata-se de aplicação do princípio da in­
disponibilidade do interesse público.

As demais regras processuais, no âmbito da ação de improbidade administrati-


va, podem ser resumidas da seguinte forma:

• Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a

notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que pode-

rá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze

dias;

• Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão funda-

mentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbi-

dade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita;

• Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação;

• Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento;

• Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de impro-

bidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito;

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• Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos


por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.
• A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou de-
cretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou
a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica preju-
dicada pelo ilícito.

9. Competência
A competência para o julgamento das ações de improbidade administrativa é

tema que não está pacificando na doutrina. O motivo das inúmeras controvérsias

dos tribunais superiores está na possibilidade ou não de aplicação do foro por prer-

rogativa de função no âmbito das ações em questão.

Basicamente, o foro por prerrogativa de função (ou foro privilegiado) trata-se

de uma prerrogativa concedida a certas autoridades detentoras de poder, tais como

os Parlamentares, os Magistrados e os Chefes do Poder Executivo.

Estas autoridades possuem o direito (prerrogativa) de serem processadas e

julgadas, no âmbito das ações de natureza penal, por tribunais e juízes especiali-

zados, escapando assim do julgamento da justiça comum.

Inicialmente, o entendimento do STF sempre foi no sentido de que o foro por

prerrogativa de função tratava-se de prerrogativa que apenas poderia ser

exercida no âmbito das ações de natureza penal, dentre as quais não se inclui

a ação de improbidade administrativa, de natureza civil.

Da mesma forma, o entendimento do tribunal em questão era no sentido de

que tal prerrogativa apenas poderia ser exercida enquanto o seu titular estivesse

no exercício no mandato, não se estendendo, por conseguinte, após a quebra de

tal vínculo com o Estado.

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De acordo com tais entendimentos, e considerando que a ação de improbida-

de administrativa é de natureza cível, a competência para processar e julgar

sempre foi atribuída ao juiz comum de primeiro grau.

Com a entrada em vigor da Lei n. 10.628/2002, diversos artigos do Código de

Processo Penal foram alterados, de forma que passou a existir, em nosso ordena-

mento, a possibilidade de o foro por prerrogativa de função ser estendido para as

ações de improbidade administrativa.

Não demorou para a questão chegar no STF, que, por meio da ADIN 2.797, ma-

nifestou seu entendimento de que não era possível ao legislador ordinário impor

um entendimento contrário ao até então esposado pelo tribunal superior.

A grande controvérsia surgiu, no entanto, quando o mesmo tribunal decidiu, no

julgamento da Questão de Ordem n. 3.211/DF, que caberia a ele próprio (STF) o jul-

gamento das ações de improbidade administrativa contra seus próprios membros:

1. Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra


seus membros.
2. Arquivamento da ação quanto ao Ministro da Suprema Corte e remessa dos
autos ao Juízo de 1º grau de jurisdição no tocante aos demais.

Não obstante a decisão do STF, o entendimento que deve ser levado para as pro-

vas de concursos é o de que é competente para o processamento e julgamento

das ações de improbidade administrativa o juiz ordinário comum de primeiro

grau.

Caso a banca exija o conhecimento do posicionamento do STF, vindo a exigir a li-

teralidade da ementa expressa na Questão de Ordem n. 3.211, deve-se entender

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que, de acordo com a Suprema Corte, cabe ao STF julgar seus membros nas ações

de improbidade.

Da mesma forma, deve-se seguir o entendimento anterior do STF no que se refere

a não possibilidade da aplicação do foro por prerrogativa de função no âmbito de

ações de natureza cível ou após o término do exercício do mandato ou cargo.

Tais entendimentos podem ser sedimentados da seguinte forma:

• As ações de improbidade administrativa possuem natureza cível, devendo ser

processadas e julgadas pelos juízes de primeiro grau;

• O STF possui entendimento de que cabe a ele processar e julgar, nas ações

de improbidade administrativa, seus próprios ministros;

• O foro por prerrogativa de função não é aplicado nas ações de natureza civil,

mas sim apenas nas de natureza penal;

• O foro por prerrogativa de função não é aplicado após o término do cargo ou

do mandato do agente público.

10. Prescrição
Tal como ocorre com as demais penalidades aplicáveis no âmbito do Direito Ad-

ministrativo, as sanções previstas como consequência pela prática de improbidade

administrativa apenas podem ser propostas até um determinado período, após o

qual ocorrerá a prescrição e a impossibilidade da penalização ao agente público ou

ao terceiro beneficiado.

Tal lapso temporal, no âmbito da Lei n. 8.429/1992, está previsto no artigo 23,

que assim dispõe:

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As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propos-
tas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares pu-
níveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo
ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de
contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

EXEMPLO
Afonso foi eleito vereador de um pequeno município. Caso ele venha a cometer, no
curso do seu mandato, algum ato que configure improbidade administrativa, poderá
o Poder Público propor as medidas necessárias à responsabilização de Afonso no
prazo de 5 anos após o término do seu mandato.

Não podemos confundir o prazo prescricional previsto na Lei n. 8.429/1992 com


a possibilidade do ressarcimento aos cofres públicos pela prática de improbidade
administrativa.
Nos termos do artigo 37, § 5º, da Constituição Federal, as ações de ressarci-
mento de prejuízos causados ao erário, quando decorrentes de improbidade admi-
nistrativa, são imprescritíveis, podendo ser propostas a qualquer tempo.

A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

O fundamento para tal possibilidade, conforme já mencionado diversas vezes,

é a indisponibilidade do interesse público que permeia toda a atividade do Poder

Público.

Dessa forma, como a administração apenas gere a coisa alheia (que pertence ao

povo), as ações de ressarcimento de prejuízos causados aos cofres públicos é, em

última análise, o ressarcimento dos danos causados à própria coletividade.

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A imprescritibilidade das ações de ressarcimentos decorrentes de ilícitos civis,

contudo, sofreu alterações após o julgamento do Recurso Extraordinário 669069,

realizado pelo STF em fevereiro de 2016.

Se até o aquele momento todas as ações de ressarcimento decorrentes de ilíci-

tos cíveis eram pacificamente consideradas imprescritíveis, a jurisprudência, após

o julgado em questão, inclina-se no sentido de admitir que as ações de ressarci-

mento, salvo as hipóteses expressamente ressalvadas, são prescritíveis.

RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 3.2.2016. (RE-669069)


É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente
de ilícito civil. Esse o entendimento do Plenário, que em conclusão de julga-
mento e por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário em que
discutido o alcance da imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao
erário prevista no § 5º do art. 37 da CF (“§ 5º - A lei estabelecerá os prazos
de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressar-
cimento”).
A Corte pontuou que a situação em exame não trataria de imprescritibilidade
no tocante a improbidade e tampouco envolveria matéria criminal.

Em 2018, em nova decisão sobre a imprescritibilidade das ações de ressarci-

mento, o STF manifestou-se, no julgamento do RE 852475, pela imprescritibilidade

da ação de ressarcimento decorrente de ato doloso de improbidade adminis-

trativa.

Com base neste importante julgado, devemos levar para a prova as seguintes in-

formações:

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• a ação de ressarcimento não mais é imprescritível para todos os danos decor-

rentes de ilícitos civis;

• no caso de ilícito civil que envolva matéria criminal, a ação de ressarcimento

continua sendo imprescritível, podendo o Estado ajuizar o ressarcimento a

qualquer tempo;

• no caso de ação de ressarcimento decorrente de improbidade administrati-

va, devemos analisar se o ato é doloso ou culposo. Em caso de ato culposo,

o prazo prescricional é o previsto legalmente (5 anos). Em sentido diverso,

no caso de ato de improbidade doloso, a eventual ação de ressarcimento é

imprescritível;

• não há, ainda, uma definição acerca do prazo prescricional para as demais

ações de ressarcimento (aquelas que não são decorrentes de improbidade

culposa ou de matéria criminal). Ainda assim, uma eventual questão de prova

cobrando o assunto deve ter como resposta o prazo de 5 anos.

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RESUMO
O princípio constitucional da moralidade compreende os subprincípios da probi-

dade, decoro e boa-fé. Violar a moralidade ou qualquer um dos seus subprincípios

implica na anulação do respectivo ato administrativo.

Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 37, § 4º, que os atos de im-

probidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da

função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma

e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Um ponto que merece atenção é que a suspensão ocorre apenas em relação aos

direitos políticos. No caso da função pública, o que teremos é a respectiva perda.

Dito de outra forma, a suspensão dos direitos políticos ocorrerá por um período

determinado de tempo, ao passo que a perda da função pública é medida definitiva

para o respectivo agente estatal.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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O dispositivo constitucional trata-se de uma norma de eficácia limitada, care-

cendo de regulamentação para a produção de efeitos jurídicos. Com a edição da

Lei 8.429, ocorrida em 1992, passamos a contar com a possibilidade de responsa-

bilização pela prática de atos de improbidade administrativa.

Atualmente, apenas serão considerados como atos de improbidade ad-

ministrativa aqueles que contiverem o elemento doloso (vontade do agente)

no momento da sua prática.

De acordo com a norma legal, considera-se dolo a vontade livre e consciente

de alcançar o resultado ilícito tipificado em cada uma das espécies de atos

de improbidade administrativa, não bastando, para a configuração, a volunta-

riedade do agente.

Consequentemente, o mero exercício da função ou desempenho de competên-

cias públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a respon-

sabilidade por ato de improbidade administrativa.

Um ponto a ser destacado é o que estabelece que o mero exercício da fun-

ção ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato

doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade

administrativa.

Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência

interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo

que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de con-

trole ou dos tribunais do Poder Judiciário.

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Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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As regras relacionadas com os sujeitos ativos podem ser mais bem visualizadas

por meio do seguinte quadro sinótico:

O agente político, o servidor público e todo aquele que exer-


ce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
É considerado Agente
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer ou-
Público
tra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função
Ficam sujeitos às disposições da Lei de Improbidade o par-
ticular, pessoa física ou jurídica, que celebrar com a admi-
Em relação aos recursos de
nistração pública convênio, contrato de repasse, contrato de
origem pública
gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste
administrativo equivalente

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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As regras da Lei da
Àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
Improbidade também são
concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade
aplicadas, no que couber
Regra geral: não respondem pelos atos de improbidade ad-
Os sócios, os cotistas, os ministrativa que venha a ser imputado à pessoa jurídica.
diretores e os colaboradores Exceção: a responsabilização ocorrerá quando, comprovada-
de pessoa jurídica de direito mente, houver participação e benefícios diretos. Neste caso,
privado a responsabilidade estará limitada aos limites da sua parti-
cipação.
Caso o ato de improbidade
administrativa seja também
sancionado como ato lesivo à As sanções estabelecidas na Lei de Improbidade Administra-
administração pública de tiva não se aplicarão à pessoa jurídica.
acordo com a Lei
Anticorrupção

Os sujeitos passivos, de maneira contrária, são as pessoas jurídicas que são


lesadas pela prática de improbidade administrativa, passando a figurar, quando da
respectiva ação, no polo ativo da respectiva demanda.
É possível chegar à conclusão de que os sujeitos passivos da improbidade admi-
nistrativa são os seguintes:
a) Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de cada um dos entes fede-
rativos.
b) Administração Direta e Indireta da União, dos Estados, dos Municípios
e do Distrito Federal.

c) Entidades privadas que recebam subvenção, benefício ou incentivo,

fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais.

d) Entidades privadas para cuja criação ou custeio o erário haja con-

corrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual. Neste caso, temos a

peculiaridade de que o ressarcimento de prejuízos estará limitado à repercussão do

ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

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Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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A Lei 8.429/1992 apresenta, a depender da conduta do agente público ou de


terceiros relacionados, três espécies de atos de improbidade administrativa, sendo
elas:
a) atos que importam em enriquecimento ilícito;
b) atos que causam prejuízo ao erário;
c) atos que atentam contra os princípios da administração pública;
A depender da configuração em cada uma das espécies, diversas sanções de
natureza administrativa, cível e política são aplicadas aos responsáveis.

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Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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Uma das novidades legislativas foi a previsão da responsabilidade decorrente da

sucessão, também, para as pessoas jurídicas. Esta situação ocorrerá nas hipóteses

de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de

cisão societária.

Especificamente nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade

da sucessora, como regra geral, será restrita à obrigação de reparação inte-

gral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sen-

do aplicáveis as demais sanções decorrentes de atos e de fatos ocorridos

antes da data da fusão ou da incorporação. Caso, contudo, seja devidamente

comprovado que houve simulação ou evidente intuito de fraude, a sucessora

será responsável pelos atos respectivos, ainda que praticados antes da sucessão.

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Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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Como regra geral, o pedido de indisponibilidade apenas será deferido me-

diante a demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou

de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da pro-

babilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos

respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 dias.

Entretanto, a indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva

prévia do réu, medida que ocorrerá sempre que o contraditório prévio puder

comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras cir-

cunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser

presumida.

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A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua

efetiva concorrência para os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de

pessoa jurídica, da instauração de incidente de desconsideração da persona-

lidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.

Duas são as vedações relacionadas com a indisponibilidade dos bens que devem

ser memorizadas, a saber:

a) É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 salários

mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações fi-

nanceiras ou em conta corrente.

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b) É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo

se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.

Para cada uma das condutas que dão ensejo às três diferentes espécies de

improbidade administrativa, a Lei 8.429/1992 apresenta uma série de sanções de

natureza administrativa, civil e política.

Tais sanções estão hierarquizadas de acordo com a gravidade da conduta, de

forma que as ações que ensejam enriquecimento ilícito possuem como conse-

quência as sanções mais graves, as que ensejam lesão ao patrimônio público

possuem sanções intermediárias e as que atentam contra os princípios da ad-

ministração pública, por sua vez, possuem as sanções de menor gravidade.

Violação aos Princípios da


Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário
Administração Pública

Perda dos bens ou valores


Perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao
acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer
patrimônio
esta circunstância

Perda da função pública Perda da função pública

Suspensão dos direitos Suspensão dos direitos polí-


políticos até 14 anos ticos até 12 anos

Pagamento de multa civil Pagamento de multa civil Pagamento de multa civil de até 24
equivalente ao valor do equivalente ao valor do vezes o valor da remuneração perce-
acréscimo patrimonial dano bida pelo agente

Proibição de contratar com o Proibição de contratar com


poder público ou de receber o poder público ou de rece- Proibição de contratar com o poder
benefícios ou incentivos fis- ber benefícios ou incentivos público ou de receber benefícios ou
cais ou creditícios, direta ou fiscais ou creditícios, direta incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por ou indiretamente, ainda que indiretamente, ainda que por intermé-
intermédio de pessoa jurídica por intermédio de pessoa dio de pessoa jurídica da qual seja sócio
da qual seja sócio majoritá- jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não
rio, pelo prazo não superior majoritário, pelo prazo não superior a 4 anos
a 14 anos superior a 12 anos

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A aplicação das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa

independe, como regra geral, da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio

público. A exceção fica por conta da pena de ressarcimento e dos atos de impro-

bidade classificados como “lesão ao erário”, que, em sentido oposto, dependem da

efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.

A aplicação das penalidades também independe da aprovação ou rejeição

das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Caso alguém representar contra agente público ou terceiro, e já souber, de an-

temão, que tais pessoas são inocentes, incorrerá em crime, devendo responder

com a pena de detenção, de 6 a 10 meses, e multa. Além disso, será obri-

gado a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais e à imagem.

Atualmente, o Ministério possui a legitimidade exclusiva para propor a ação

judicial de improbidade administrativa.

No entanto, para apurar qualquer ilícito previsto, o Ministério Público, de

ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante repre-

sentação formulada, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo

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assemelhado e requisitar a instauração de inquérito policial. Na apuração dos ilí-

citos previstos, será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por

escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na

elucidação dos fatos.

Uma série de regras processuais não são adotadas no fluxo na ação de impro-

bidade administrativa, sendo elas:

a) a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de re-

velia;

b) a imposição de ônus da prova ao réu;

c) o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa

pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do Ministério Público dirimir

conflitos de atribuições entre membros de Ministérios Públicos distintos;

d) o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção

sem resolução de mérito;

A ação por improbidade administrativa apresenta as seguintes características:

a) é repressiva;

b) possui caráter sancionatório;

c) é destinada à aplicação de sanções de caráter pessoal;

d) não constitui ação civil;

e) é vedado o seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas

públicas e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambien-

te e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.

As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contra-

tar ou de receber incentivos fiscais ou creditícios do poder público obser-

varão o limite máximo de 20 anos.

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A ação para a aplicação das sanções previstas na lei de improbidade adminis-

trativa prescreve em 8 anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no

caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (FGV/TMD/DPE/RJ/2019) Por meio de inquérito civil público, o Ministé-

rio Público realizou investigações sobre suposto envolvimento do policial civil João

com a milícia que atua em determinada comunidade do Rio de Janeiro. O MP obteve

provas de que João adquiriu, para si, no exercício do cargo de inspetor de polícia,

bem imóvel no valor de sete milhões de reais, desproporcional à evolução de seu

patrimônio ou à sua renda.

Pelos fatos narrados, de acordo com a Lei nº 8.429/92, em tese, João:

a) não cometeu qualquer ato de improbidade administrativa, pois a simples evolu-

ção patrimonial incompatível do agente público não configura ato ímprobo, sendo

imprescindível, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, a comprovação

da origem ilícita da verba utilizada na formação do patrimônio do policial;

b) não cometeu qualquer ato de improbidade administrativa, pois a simples evolu-

ção patrimonial incompatível do agente público não configura ato ímprobo, sendo

imprescindível a comprovação de efetivo prejuízo financeiro aos cofres públicos;

c) não cometeu qualquer ato de improbidade administrativa, pois eventuais atos de

corrupção e envolvimento com o crime organizado fora do exercício da função pública

não configuram ato de improbidade e estão restritos às sanções na esfera criminal;

d) cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito

e está sujeito, dentre outras, às sanções de perda dos bens acrescidos ilicitamente

ao seu patrimônio, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos de

oito a dez anos;

e) cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da

Administração Pública e está sujeito, dentre outras, às sanções de perda da função

pública, cassação dos direitos políticos e ressarcimento de eventuais danos ao erário.

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Questão 2    (FGV/CM/SALVADOR/2018) Almir, servidor público da Câmara Muni-

cipal de Salvador e membro da comissão permanente de licitação, valendo-se de

seu cargo, em conluio com seu amigo Adir, que não é servidor público, frustrou a

licitude de processo licitatório no âmbito do legislativo municipal. A fraude pratica-

da fez com que a sociedade empresária de que Adir é sócio-administrador saísse

vencedora no certame e celebrasse contrato superfaturado.

Na hipótese descrita, no que concerne ao sujeito ativo do ato de improbidade ad-

ministrativa, de acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92:

a) Almir deve responder por ato de improbidade administrativa, mas Adir não pode

ser responsabilizado por ato de improbidade porque não é servidor público;

b) ambos devem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa, seja

o agente público Almir, seja o particular Adir que concorreu e se beneficiou do ato;

c) Almir e Adir não podem responder por ato de improbidade administrativa, por-

que não ostentam a qualidade de ordenador de despesas;

d) Adir deve responder por ato de improbidade administrativa porque causou dano

ao erário, mas Almir não pode ser responsabilizado por ato de improbidade porque

é servidor público;

e) Almir e Adir não podem responder por ato de improbidade administrativa, por-

que não ostentam a qualidade de agentes políticos.

Questão 3    (FGV/CM/SALVADOR/2018) De acordo com a Lei n. 8.429/92, o ato de

improbidade administrativa que causa lesão ao erário público, ensejando perda pa-

trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens públicos,

pode ser praticado por conduta:

a) comissiva ou omissiva, somente dolosa, perpetrada por agente público e por

particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se

beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;

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b) comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, perpetrada por agente público e por

particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se

beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;

c) comissiva e dolosa, necessariamente, e que seja perpetrada por agente público

e por particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou

dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;

d) comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, perpetrada apenas por agente públi-

co, em sentido amplo;

e) comissiva e dolosa, necessariamente, e que seja perpetrada apenas por agente

público, em sentido amplo.

Questão 4    (FGV/CM/SALVADOR/2018) O Vereador Moacir, na qualidade de presi-

dente de determinada Câmara Municipal, no exercício das funções, deixou de pres-

tar contas quando estava obrigado a fazê-lo.

O agente político Moacir, em tese, pode ser responsabilizado por:

a) crime de responsabilidade, pela tipicidade penal, mas não por ato de improbi-

dade administrativa, pois não houve dano ao erário;

b) crime de responsabilidade, pela tipicidade administrativa, mas não por ato de

improbidade administrativa, pois não houve dano ao erário;

c) crime contra a administração pública, pela tipicidade penal, mas não por ato de

improbidade administrativa, pois não houve dano ao erário;

d) ato de improbidade administrativa, independentemente de ter ocorrido dano ao

erário;

e) ato de improbidade administrativa, apenas se for comprovado o dolo e o dano

ao erário.

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Questão 5    (FGV/CM/SALVADOR/2018) João, Administrador Público, deixou dolo-

samente de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos no Estatu-

to da Pessoa com Deficiência, inviabilizando o pleno acesso dos cidadãos a impor-

tante prédio da Administração Pública.

De acordo com a Lei nº 8.429/92, o agente político João, em tese, praticou:

a) infração administrativa e disciplinar leve, mas não ato de improbidade adminis-

trativa, por falta de previsão legal;

b) crime de responsabilidade, mas não ato de improbidade administrativa, por fal-

ta de previsão legal;

c) crime contra a administração pública, mas não ato de improbidade administra-

tiva, por falta de previsão legal;

d) ato de improbidade administrativa, que pode gerar, dentre outras sanções, per-

da da função pública, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa civil;

e) ato de improbidade administrativa, que pode gerar, dentre outras sanções, res-

sarcimento integral do dano, perda da função pública, cassação dos direitos políti-

cos e multa administrativa.

Questão 6    (FGV/TJ/AL/JUDICIÁRIA/2018) João, ocupante do cargo efetivo de

Analista Judiciário, no exercício de suas funções, recebeu, para si, mensalmente,

durante um ano, a quantia de mil reais em dinheiro, a título de presente de Márcio,

que figura como réu em determinado processo que tramita na Vara onde João está

lotado. Em contrapartida, o Analista Judiciário deixou de dar andamento ao proces-

so que potencialmente poderia causar prejuízo econômico a Márcio.

No caso descrito, a ação civil pública por ato de improbidade administrativa:

a) não pode ser ajuizada em face de nenhum personagem, eis que não houve da-

nos ao erário, restando a responsabilização em âmbito disciplinar e criminal;

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b) não pode ser ajuizada em face de Márcio, porque não é agente público, mas

deve ser promovida em desfavor do Analista Judiciário, por ofensa ao princípio da

moralidade;

c) deve ser ajuizada em face de ambos os personagens, eis que praticaram con-

juntamente o ato ilícito, independentemente de ter ocorrido dano ao erário, e será

processada e julgada originariamente no Tribunal de Justiça;

d) deve ser ajuizada em face do agente público que praticou o ato ímprobo, por

conduta dolosa e omissiva, bem como do particular que se beneficiou do ilícito, in-

dependentemente de ter ocorrido dano ao erário;

e) deve ser ajuizada em face de ambos os personagens, eis que praticaram con-

juntamente o ato ilícito, com domínio final do fato, e será processada e julgada na

Vara Criminal competente.

Questão 7    (FGV/TJ/AL/JUDICIÁRIA/2018) João, Técnico Judiciário do Tribunal de

Justiça de Alagoas, lotado em determinada Vara Criminal, revelou fato de que ti-

nha ciência em razão das suas atribuições, consistente no teor do depoimento de

determinada testemunha em ação penal de grande repercussão social que tramita

em segredo de justiça, ainda em fase de instrução.

De acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92, João:

a) não cometeu ato de improbidade administrativa, porque não houve efetivo pre-

juízo ao erário, mas deve responder em âmbito disciplinar;

b) não cometeu ato de improbidade administrativa, porque está ausente o especial

fim de agir do agente, consistente em seu enriquecimento ilícito;

c) não cometeu ato de improbidade administrativa, porque não faz parte do Poder

Executivo ou Legislativo, mas deve responder em âmbito disciplinar;

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d) cometeu ato de improbidade administrativa, sem prejuízo dos demais reflexos

nas esferas criminal e administrativo-disciplinar;

e) cometeu ato de improbidade administrativa, desde que se comprove nexo cau-

sal entre a conduta do servidor e efetivo dano ao erário.

Questão 8    (FGV/MPE/AL/2018) João, servidor público estadual e que permanecia

com as chaves da repartição em que trabalhava, permitiu que André, que não era

servidor público, ali ingressasse e subtraísse diversos computadores do local. Os

bens subtraídos ficaram, em sua integralidade, para André.

À luz da sistemática estabelecida na Lei nº 8.429/92, João e André praticaram ato

de improbidade que consubstancia

a) violação aos princípios regentes da atividade estatal.

b) dano ao patrimônio público.

c) crime de responsabilidade.

d) enriquecimento ilícito.

e) excesso de exação.

Questão 9    (FGV/TJ/SC/ADMINISTRATIVO/2018) Alexandre, Analista Administra-

tivo do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no exercício da função, recebeu van-

tagem econômica direta, consistente na quantia de trinta mil reais, para fazer de-

claração falsa sobre quantidade, qualidade e característica de mercadorias e bens

fornecidos por sociedade empresária contratada por aquele Tribunal.

De acordo com a Lei nº 8.429/92, Alexandre praticou:

a) ato ilícito disciplinar e está sujeito à pena de demissão, após processo adminis-

trativo disciplinar, mas não praticou ato de improbidade administrativa por falta de

dano ao erário;

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b) ato ilícito civil e está sujeito à indenização com ressarcimento ao erário, após

processo judicial, mas não praticou ato de improbidade administrativa por falta de

tipicidade;

c) ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, e por isso está

sujeito, dentre outras sanções, à cassação de seus direitos políticos;

d) ato de improbidade administrativa que atentou contra os princípios da Adminis-

tração Pública, e por isso está sujeito, dentre outras sanções, à prisão preventiva

ou domiciliar, e à perda da função pública;

e) ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito, e por

isso está sujeito, dentre outras sanções, ao pagamento de multa civil de até três

vezes o valor do acréscimo patrimonial.

Questão 10    (FGV/TJ/SC/JURÍDICO/2018) De acordo com a jurisprudência do Su-

perior Tribunal de Justiça, para configuração dos atos de improbidade administra-

tiva que atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 11, da Lei n.

8.429/92), é necessária a demonstração do:

a) dano ao erário, o qual deverá ser objeto de ressarcimento aos cofres públicos;

b) enriquecimento sem causa, o qual deverá ser objeto de multa civil;

c) dolo, o qual não precisa ser específico, sendo suficiente o dolo genérico;

d) dolo ou da culpa, os quais precisam ser específicos para comprovação do ele-

mento subjetivo;

e) prejuízo ao erário, o qual deverá ser objeto de multa civil ou perda dos valores

acrescidos ilicitamente ao patrimônio.

Questão 11    (FGV/TJ/SC/JURÍDICO/2018) João, Policial Civil, no exercício da função,

recebeu vantagem econômica, que consiste em mesada no valor mensal de cinco mil

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reais, para tolerar a exploração e a prática de jogos de azar na área circunscricional

da Delegacia de Polícia onde está lotado. Assim agindo, sem prejuízo das demais

sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, João:

a) não praticou ato de improbidade administrativa, eis que não houve prejuízo aos

cofres públicos, circunstância imprescindível para configuração do ato ímprobo;

b) não praticou ato de improbidade administrativa, por falta de tipicidade legal es-

trita, mas está incurso em penalidade disciplinar;

c) praticou ato de improbidade administrativa, e está sujeito, dentre outras san-

ções, à cassação dos direitos políticos, ao ressarcimento ao erário e à perda da

função pública;

d) praticou ato de improbidade administrativa, e está sujeito, dentre outras san-

ções, à perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio e da função pública;

e) praticou ato de improbidade administrativa, e está sujeito, dentre outras san-

ções, ao pagamento de multa civil de até dez vezes o valor da remuneração perce-

bida pelo agente.

Questão 12    (FGV/MPE/AL/2018) O Ministério Público recebeu informações de que

determinado agente público teve evolução patrimonial incompatível com a sua renda.

Considerando a tipologia dos atos de improbidade administrativa, prevista nos arti-

gos 9º, 10, 10-A e 11 da Lei nº 8.429/92, é correto afirmar que essa conduta pode

ser enquadrada como

a) violação aos princípios regentes da atividade estatal.

b) dano ao patrimônio público.

c) excessiva exação tributária.

d) enriquecimento ilícito.

e) infração disciplinar.

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Questão 13    (FGV/ALERO/2018) Determinado gestor público, no exercício de suas


funções, não obstante provocado pelo Ministério Público, deixou de cumprir a exi-
gência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.
De acordo com a Lei nº 8.429/92, em tese, o agente público
a) não cometeu ato de improbidade administrativa, por falta de tipicidade legal,
mas está incurso em crime de responsabilidade.
b) não cometeu ato de improbidade administrativa, por falta de dano ao erário,
mas está sujeito à punição na esfera disciplinar.
c) não cometeu ato de improbidade administrativa, por falta de repercussão crimi-
nal da conduta, mas está sujeito à multa administrativa.
d) cometeu ato de improbidade administrativa e está sujeito, dentre outras, à per-
da da função pública e suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos.
e) cometeu ato de improbidade administrativa e está sujeito, dentre outras, à pena
privativa de liberdade e pagamento de multa de até vinte salários mínimos.

Questão 14    (FGV/ALERO/2018) Maria, consultora legislativa da Assembleia Le-


gislativa de Rondônia, foi designada para secretariar, administrativamente, uma
Comissão Parlamentar de Inquérito.
No curso da CPI, Maria revelou fato constante no processo administrativo de que
tinha ciência em razão de suas atribuições e que devia permanecer em segredo.
Em tese, de acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92, Maria
a) não praticou ato de improbidade administrativa, mas está sujeita à sanção por
falta funcional, após regular processo administrativo disciplinar, assegurados o con-
traditório e a ampla defesa.
b) não praticou ato de improbidade administrativa, pois não houve dano ao erário,
que é imprescindível para configuração do ato ímprobo, cuja consequência, dentre

outras, é a sanção de ressarcimento ao erário.

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c) praticou ato de improbidade administrativa, desde que comprovado que auferiu

vantagem patrimonial indevida e está sujeita, dentre outras sanções, à perda da

função pública.

d) praticou ato de improbidade administrativa, independentemente de comprova-

ção de dano ao erário e está sujeita, dentre outras sanções, à cassação dos direitos

políticos.

e) praticou ato de improbidade administrativa, independentemente de comprova-

ção de dano ao erário ou de que tenha auferido vantagem patrimonial indevida, e

está sujeita, dentre outras sanções, à multa civil.

Questão 15    (FGV/CM/SALVADOR/2018) Antônio, ex-Presidente da Câmara Muni-

cipal, no exercício de suas funções públicas à época em que chefiava o legislativo

local, dispensou indevidamente a licitação para contratação de sociedade empresá-

ria com vistas à aquisição de determinados bens. O Ministério Público ajuizou ação

de improbidade administrativa e, dentre os pedidos, requereu a condenação do

então parlamentar ao ressarcimento ao erário.

Instado pelo atual Presidente da Câmara a se manifestar sobre o caso, estritamen-

te de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa e com a jurisprudência do

Superior Tribunal de Justiça, o Advogado Legislativo da Câmara deve lançar parecer

no sentido de que o pleito ministerial de ressarcimento:

a) não merece prosperar, eis que o parlamentar não pode figurar no polo passivo

da relação processual, devendo responder somente por crime de responsabilidade;

b) não merece prosperar, eis que na hipótese narrada não houve dano ao erário, e

sim dispensa ilegal de licitação, que acarreta apenas a aplicação das demais san-

ções pessoais da Lei de Improbidade Administrativa;

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c) não merece prosperar, eis que para configuração desta espécie de ato de im-

probidade é imprescindível a demonstração do dolo do gestor público e do efetivo

prejuízo ao erário (in re ipsa);

d) merece prosperar, eis que todo ato de improbidade administrativa, por expresso

mandamento constitucional, causa danos materiais ao erário que devem ser res-

sarcidos pelo agente público envolvido;

a) merece prosperar, eis que o prejuízo ao erário é inerente (in re ipsa) à conduta

ímproba, na medida em que o poder público deixou de contratar a melhor proposta,

por condutas do agente político.

Questão 16    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) Fernando, servidor público municipal, no

exercício da função inerente ao seu cargo efetivo de Fiscal de Tributos, agiu negli-

gentemente na arrecadação de tributo municipal. De acordo com a Lei n. 8.429/92,

em tese, Fernando:

a) não praticou ato de improbidade administrativa, para cuja configuração é im-

prescindível conduta dolosa;

b) não praticou ato de improbidade administrativa, porque não se beneficiou direta

e economicamente;

c) não praticou ato de improbidade administrativa, devendo apenas ser responsa-

bilizado em âmbito disciplinar;

d) deve ser condenado, mediante processo administrativo, às sanções previstas na

citada lei, por ter praticado ato de improbidade administrativa;

e) deve ser condenado, mediante processo judicial de natureza cível, às sanções

previstas na citada lei, por ter praticado ato de improbidade administrativa.

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Questão 17    (FGV/PREF. CUIABÁ/2016) Patrícia, enfermeira sem vínculo estatutá-

rio com a Administração Pública e ocupante de cargo em comissão na Secretaria

Municipal de Saúde, deixa de prestar contas às quais estava, por lei, obrigada.

Com relação à hipótese descrita, assinale a afirmativa correta.

a) Patrícia somente responderá por improbidade administrativa se ocorrer efetivo

prejuízo à Administração Pública, caso em que seus bens poderão ser declarados

indisponíveis para assegurar o integral ressarcimento do dano.

b) Patrícia responde por improbidade administrativa, mesmo na hipótese de não

haver efetivo prejuízo à Administração Pública, sendo certo que a ação de impro-

bidade será imprescritível e deverá ser proposta pelo Ministério Público, legitimado

exclusivo.

c) Patrícia não responde por ato de improbidade administrativa, uma vez que não

possui vínculo estatutário com a Administração Pública, mas poderá ser responsa-

bilizada civilmente caso tenha causado prejuízo.

d) Patrícia responde por improbidade administrativa, independentemente de haver

dano patrimonial à Administração Pública, sendo certo que seus sucessores respon-

dem no limite da herança caso o ato também cause lesão ao patrimônio público.

e) Patrícia responde por improbidade administrativa, independentemente do dano

causado, porém, por não ter vínculo estatutário com a Administração pública, não

está sujeita à suspensão de direitos políticos, mas sim à perda de função pública e

pagamento de multa civil.

Questão 18    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) Ronaldo, servidor público municipal ocu-

pante de cargo efetivo, recebeu vantagem econômica consistente em um veículo

zero quilômetro, para fazer declaração falsa sobre medição em determinada obra

pública municipal. Ronaldo agiu em conluio com os sócios da sociedade empresária

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contratada pelo Município e a citada fraude causou dano ao erário no valor de cem

mil reais. Sob o prisma da Lei de Improbidade Administrativa, é correto afirmar que:

a) apenas Ronaldo responderá por ato de improbidade administrativa, cujas san-

ções são aplicáveis tão somente aos agentes públicos, e o particular se limitará a

responder em âmbito criminal;

b) apenas Ronaldo responderá por ato de improbidade administrativa, cujas san-

ções são aplicáveis tão somente aos agentes públicos, e o particular responderá em

âmbito criminal e de responsabilidade civil;

c) Ronaldo e a sociedade empresária responderão por ato de improbidade admi-

nistrativa e, no bojo do processo administrativo disciplinar, poderá ser decretada a

indisponibilidade de bens de ambos;

d) Ronaldo e a sociedade empresária responderão por ato de improbidade admi-

nistrativa e, no bojo do processo administrativo disciplinar, poderá ser decretada a

indisponibilidade de bens apenas de Ronaldo;

e) Ronaldo e a sociedade empresária responderão por ato de improbidade admi-

nistrativa e, somente no bojo do processo judicial, poderá ser decretada a indispo-

nibilidade de bens de ambos.

Questão 19    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) De acordo com o texto constitucional, sem

prejuízo da ação penal cabível, os atos de improbidade administrativa importarão,

na forma e gradação previstas em lei:

a) a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função pública, o arresto dos

bens e a devolução em dobro do valor do dano ao erário;

b) a multa civil, a proibição de contratar com o poder público, o ressarcimento ao

erário e a cassação dos direitos políticos;

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c) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade

dos bens e o ressarcimento ao erário;

d) a inelegibilidade, a suspensão do cadastro de pessoa física ou do cadastro na-

cional de pessoa jurídica e o ressarcimento ao erário;

e) a devolução em dobro do valor do dano ao erário, a suspensão dos direitos ad-

ministrativos e o sequestro dos bens adquiridos ilicitamente.

Questão 20    (FGV/TJ/BA/ADMINISTRATIVA/2015) O Tribunal de Contas do Estado

da Bahia verificou que determinado gestor estadual percebeu vantagem econômica

indevida e direta para facilitar a aquisição de bem imóvel pelo Estado, por preço

superior ao valor de mercado. Assim, a Corte de Contas remeteu a documentação

pertinente ao Ministério Público Estadual, que ajuizou ação civil pública por ato

de improbidade administrativa. No caso em tela, o gestor está sujeito, no bojo do

citado processo judicial, dentre outras, às seguintes consequências pelo ato de im-

probidade administrativa:

a) cassação dos direitos políticos, perda da função pública, inscrição no serviço de

proteção ao crédito;

b) pena privativa de liberdade, perda da função pública, suspensão do cadastro de

pessoa física;

c) suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos

bens e ressarcimento ao erário;

d) proibição de figurar como sócio de qualquer sociedade empresária, perda da

função pública e ressarcimento ao erário;

e) perda da função pública, ressarcimento ao erário, pena privativa de liberdade e

cassação dos direitos políticos.

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Questão 21    (FGV/MPE/RJ/NOTIFICAÇÃO E ATOS INTIMATÓRIOS/2016) Promotor

de Justiça Criminal notificou diversas vezes famoso político ex-ocupante de man-

dato eletivo municipal para comparecer ao órgão de execução ministerial, na qua-

lidade de testemunha, para prestar declarações, no bojo de procedimento inves-

tigatório criminal com sigilo decretado, que apura crimes contra a Administração

Pública. Diante da recusa reiterada e injustificada de comparecimento do político,

o Promotor determinou sua condução coercitiva, designando Antônio, Técnico do

Ministério Público da Área de Notificação (TNAI), e policiais para cumprirem a dili-

gência. Com o escopo de fornecer informação privilegiada ao político, o TNAI Antô-

nio revelou-lhe fato de que tinha ciência em razão de suas atribuições e que devia

permanecer em segredo, ou seja, que seria conduzido coercitivamente na manhã

do dia seguinte. A conduta do TNAI Antônio frustrou a diligência, pois o político via-

jou para local incerto. De acordo com a Lei nº 8.429/90, o TNAI Antônio:

a) não cometeu ato de improbidade administrativa, eis que não houve prejuízo ao

erário, mas cometeu crime contra a administração pública, que deverá ser julgado

pelo juízo de competência criminal do local onde ocorreram os fatos;

b) não cometeu ato de improbidade administrativa, eis que não houve prejuízo ao

erário, mas cometeu infração administrativa disciplinar punível com pena de demissão;

c) cometeu ato de improbidade administrativa, que deverá ser julgado pelo juízo

de competência criminal do local onde ocorreram os fatos;

d) cometeu ato de improbidade administrativa, que pode acarretar, dentre outras

sanções, o ressarcimento integral do dano e a cassação dos direitos políticos;

e) cometeu ato de improbidade administrativa, que pode acarretar, dentre outras

sanções, a perda da função pública e o pagamento de multa civil de até cem vezes

o valor da remuneração percebida pelo agente.

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Questão 22    (FGV/TJ/PI/ADMINISTRATIVA/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2015) A

posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de de-

claração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, que deve ser

arquivada no serviço de pessoal competente. De acordo com a Lei de Improbida-

de Administrativa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que

se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a

prestar falsa, será punido com a pena de:

a) multa e suspensão da função pública;

b) multa e advertência;

c) suspensão até apresentar o documento;

d) exoneração, com multa no valor de um salário mínimo;

e) demissão, a bem do serviço público.

Questão 23    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) De acordo com o texto constitucional,

os atos de improbidade administrativa importarão, na forma e gradação previstas

em lei:

a) a perda dos direitos políticos, o afastamento cautelar da função pública, o res-

sarcimento ao erário e a multa;

b) a perda da função pública, o sequestro dos bens, a suspensão do cadastro na-

cional de pessoa jurídica e a multa;

c) a pena privativa de liberdade, a suspensão dos direitos políticos, a perda do

cargo público e o ressarcimento ao erário;

d) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade

dos bens e o ressarcimento ao erário;

e) a pena privativa de liberdade, o sequestro dos bens, a perda do cargo público e

o ressarcimento ao erário.

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Questão 24    (FGV/ALERO/2017) A Lei nº 8.429/1992 dispõe sobre as sanções apli-

cáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de

função na administração pública.

Acerca das disposições legais relativas à declaração de bens pelos agentes públi-

cos, é correto afirmar que:

a) a posse no cargo do agente público é condicionada à apresentação de declara-

ção de bens;

b) a declaração de bens do agente público está limitada ao seu patrimônio pessoal;

c) a declaração de bens só precisa ser atualizada quando houver alterações signi-

ficativas no patrimônio do agente público;

d) é obrigatória a entrega de cópia da declaração anual de imposto de renda do

agente público;

e) a pena para o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens é a

suspensão.

Questão 25    (FGV/ALERO/2017) A Lei Federal nº 8.429/1992 trata dos atos de

improbidade administrativa praticados por agentes públicos e os apresenta em três

tipos: os que importam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário e

os que atentam contra os princípios da Administração Pública.

Constitui um exemplo de ato de improbidade administrativa que importa enrique-

cimento ilícito:

a) agir negligentemente na arrecadação de tributos;

b) deixar de prestar contas quando estiver obrigado a fazê-lo;

c) frustrar a licitude de concurso público;

d) ordenar a realização de despesas não autorizadas;

e) usar, em proveito próprio, bens integrantes do patrimônio das entidades públicas.

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Questão 26    (FGV/MPE/RJ/2016) Rodrigo é servidor público estadual ocupante

exclusivamente de cargo em comissão e está lotado em setor da controladoria

do Estado. De forma livre e consciente e no exercício da função pública, Rodrigo

descumpriu normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de

parceria firmada pela administração pública com determinada entidade privada,

que se beneficiou do ato, bem como negou publicidade a ato oficial, pois impediu

a publicação na imprensa oficial do extrato do termo de parceria, tudo em conluio

com o particular beneficiado. De acordo com a Lei nº 8.429/92, em tese:

a) Rodrigo e a entidade privada incorreram na prática de ato de improbidade admi-

nistrativa, cuja prescrição é de 5 (cinco) anos contados da data da conduta ímproba;

b) Rodrigo e a entidade privada incorreram na prática de ato de improbidade ad-

ministrativa, para cuja configuração é prescindível a existência de dano patrimonial

ao erário;

c) Rodrigo e a entidade privada incorreram na prática de ato de improbidade admi-

nistrativa, e o Ministério Público deverá decretar, no bojo de inquérito civil público,

a indisponibilidade de seus bens para ressarcimento ao erário;

d) Rodrigo incorreu na prática de ato de improbidade administrativa, desde que

fique comprovado que houve dano patrimonial ao erário, mas a entidade privada

responderá apenas com base na responsabilidade civil;

e) Rodrigo incorreu na prática de ato de improbidade administrativa, cuja pres-

crição é de 3 (três) anos contados da data da conduta ímproba, mas a entidade

privada responderá apenas com base na responsabilidade civil.

Questão 27    (FGV/ALERJ/2017) A Assembleia Legislativa instaurou comissão par-

lamentar de inquérito para apurar as condições estruturais, materiais e de pessoal

do sistema penitenciário estadual, diante da reiteração de denúncias de tortura e

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maus tratos aos detentos. A conclusão da CPI foi no sentido da procedência das re-

presentações, inclusive com a identificação de agentes penitenciários responsáveis

pelas torturas.

De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

a) o agente penitenciário responderá pelo crime de tortura e por infração discipli-

nar, mas não poderá ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa,

eis que a vítima imediata do ato ilícito não foi a Administração Pública e não houve

dano ao erário;

b) o detento vítima do ato de tortura deverá pleitear diretamente do agente peni-

tenciário que praticou o ato ilícito indenização pelos danos sofridos, com base na

responsabilidade civil subjetiva, não se aplicando o art. 37, § 6º, da Constituição

Federal por ausência de omissão do poder público;

c) o agente penitenciário responsável direto pelo ato ilícito e o Secretário de Esta-

do de Administração Penitenciária responderão, em tese, solidariamente pelo crime

de tortura, por infração disciplinar e por ato de improbidade administrativa, o pri-

meiro por ato comissivo e o segundo por omissão;

d) a violência policial arbitrária não é ato apenas contra o particular-vítima, mas

sim contra a própria Administração Pública, ferindo suas bases de legitimidade e

respeitabilidade, razão pela qual o agente penitenciário responderá apenas na es-

fera penal, não havendo que se falar em improbidade administrativa;

e) a tortura de preso custodiado no sistema prisional praticada por agente peniten-

ciário constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da

Administração Pública, fora as demais repercussões nas esferas penal e disciplinar.

Questão 28    (FGV/AL/BA/2014) No que concerne ao ato de improbidade adminis-

trativa que causa prejuízo ao erário, assinale a afirmativa correta.

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a) Não há a necessidade de comprovação de dolo ou culpa para a responsabiliza-

ção do servidor.

b) Apenas haverá responsabilização do servidor quando restar provado o dolo, não

bastando a comprovação da culpa.

c) o dolo ou a culpa são necessários para a responsabilização do servidor.

d) O prejuízo ao erário decorrente de omissão culposa não possibilita a responsa-

bilização por ato de improbidade administrativa.

e) O prejuízo ao erário, sem que haja enriquecimento ilícito, não tem o condão de

caracterizar-se como ato de improbidade administrativa.

Questão 29    (FGV/PREF. FLORIANÓPOLIS/2014) Tício, Vereador Presidente da

Câmara Municipal, em conluio com o sócio administrador da sociedade empre-

sária Mutretas Muitas Ltda, dispensou indevidamente processo licitatório, com o

intuito de favorecer seu amigo João, fato que causou dano ao erário. De acordo

com o ordenamento jurídico, a condenação de Tício por improbidade adminis-

trativa:

a) tem por sanção a aplicação de pena privativa de liberdade;

b) deve ser decretada pelo Tribunal de Justiça, pois Tício possui foro especial por

prerrogativa de função;

c) importa a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-

nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário;

d) ocorre após regular processo administrativo disciplinar, respeitados o contradi-

tório e ampla defesa;

e) é decretada após regular processo criminal e tem como sanções o ressarcimen-

to ao erário, cassação dos direitos políticos e pena privativa de liberdade.

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Questão 30    (FGV/PREF. RECIFE/FINANÇAS PÚBLICAS/2014) No caso de atos de

improbidade administrativa que atentem contra os princípios da administração pú-

blica, a Lei n. 8.429/92 impõe, como uma das suas cominações,

a) a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco a oito anos.

b) a proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco anos.

c) a proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, direta ou indiretamente,

pelo prazo de cinco anos.

d) a suspensão da função pública pelo prazo de até três anos.

e) o pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida

pelo agente.

Questão 31    (FGV/PREF. RECIFE/FINANÇAS PÚBLICAS/2014) Constitui ato de im-

probidade administrativa qualquer ação ou omissão que viole os deveres de hones-

tidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições.

A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.

I – Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele

previsto, na regra de competência.

II – Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e

que deva permanecer em segredo.

III – Frustrar a licitude de concurso público.

São atos que atentam contra princípios da Administração Pública

a) somente I.

b) somente II.

c) somente I e III.

d) somente II e III.

e) I, II e III.

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GABARITO
1. d 25. e

2. b 26. b

3. b 27. e

4. d 28. c

5. d 29. c

6. d 30. e

7. d 31. e

8. b

9. e

10. c

11. d

12. d

13. d

14. e

15. e

16. e

17. d

18. e

19. c

20. c

21. e

22. e

23. d

24. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (FGV/TMD/DPE/RJ/2019) Por meio de inquérito civil público, o Ministé-

rio Público realizou investigações sobre suposto envolvimento do policial civil João

com a milícia que atua em determinada comunidade do Rio de Janeiro. O MP obteve

provas de que João adquiriu, para si, no exercício do cargo de inspetor de polícia,

bem imóvel no valor de sete milhões de reais, desproporcional à evolução de seu

patrimônio ou à sua renda.

Pelos fatos narrados, de acordo com a Lei nº 8.429/92, em tese, João:

a) não cometeu qualquer ato de improbidade administrativa, pois a simples evolu-

ção patrimonial incompatível do agente público não configura ato ímprobo, sendo

imprescindível, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, a comprovação

da origem ilícita da verba utilizada na formação do patrimônio do policial;

b) não cometeu qualquer ato de improbidade administrativa, pois a simples evolu-

ção patrimonial incompatível do agente público não configura ato ímprobo, sendo

imprescindível a comprovação de efetivo prejuízo financeiro aos cofres públicos;

c) não cometeu qualquer ato de improbidade administrativa, pois eventuais atos de

corrupção e envolvimento com o crime organizado fora do exercício da função pública

não configuram ato de improbidade e estão restritos às sanções na esfera criminal;

d) cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito

e está sujeito, dentre outras, às sanções de perda dos bens acrescidos ilicitamente

ao seu patrimônio, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos de

oito a dez anos;

e) cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da

Administração Pública e está sujeito, dentre outras, às sanções de perda da função

pública, cassação dos direitos políticos e ressarcimento de eventuais danos ao erário.

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Letra d.

Na situação apresentada, João cometeu ato de improbidade administrativa na mo-

dalidade de enriquecimento ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-
ção pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;

Consequentemente, João está sujeito às seguintes medidas e sanções:

a) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

b) ressarcimento integral do dano, quando houver;

c) perda da função pública;

d) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;

e) pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial;

f) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos

fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa

jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Questão 2    (FGV/CM/SALVADOR/2018) Almir, servidor público da Câmara Muni-

cipal de Salvador e membro da comissão permanente de licitação, valendo-se de

seu cargo, em conluio com seu amigo Adir, que não é servidor público, frustrou a

licitude de processo licitatório no âmbito do legislativo municipal. A fraude pratica-

da fez com que a sociedade empresária de que Adir é sócio-administrador saísse

vencedora no certame e celebrasse contrato superfaturado.

Na hipótese descrita, no que concerne ao sujeito ativo do ato de improbidade ad-

ministrativa, de acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92:

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a) Almir deve responder por ato de improbidade administrativa, mas Adir não pode

ser responsabilizado por ato de improbidade porque não é servidor público;

b) ambos devem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa, seja

o agente público Almir, seja o particular Adir que concorreu e se beneficiou do ato;

c) Almir e Adir não podem responder por ato de improbidade administrativa, por-

que não ostentam a qualidade de ordenador de despesas;

d) Adir deve responder por ato de improbidade administrativa porque causou dano

ao erário, mas Almir não pode ser responsabilizado por ato de improbidade porque

é servidor público;

e) Almir e Adir não podem responder por ato de improbidade administrativa, por-

que não ostentam a qualidade de agentes políticos.

Letra b.

A questão deve ser respondida de acordo com as disposições do artigo 3º da Lei

n. 8.429/1992, de seguinte redação:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Consequentemente, tanto o agente público Almir quanto o particular Adir (que

concorreu e se beneficiou do ato) devem ser responsabilizados pelos atos de im-

probidade administrativa.

Questão 3    (FGV/CM/SALVADOR/2018) De acordo com a Lei nº 8.429/92, o ato de

improbidade administrativa que causa lesão ao erário público, ensejando perda

patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens públi-

cos, pode ser praticado por conduta:

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a) comissiva ou omissiva, somente dolosa, perpetrada por agente público e por

particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se

beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;

b) comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, perpetrada por agente público e por

particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se

beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;

c) comissiva e dolosa, necessariamente, e que seja perpetrada por agente público

e por particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou

dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;

d) comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, perpetrada apenas por agente público,

em sentido amplo;

e) comissiva e dolosa, necessariamente, e que seja perpetrada apenas por agente

público, em sentido amplo.

Letra b.

De acordo com o artigo 10 da Lei n. 8.429/1992, temos a seguinte definição para

os atos administrativos que importam em prejuízo ao erário.

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente (...)

Além disso, precisamos saber que podem ser responsabilizados pelos atos de impro-

bidade administrativa tanto os agentes públicos quanto os terceiros que induzam,

concorram ou sejam beneficiados, direta ou indiretamente, pela prática do ato.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

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Questão 4    (FGV/CM/SALVADOR/2018) O Vereador Moacir, na qualidade de presi-

dente de determinada Câmara Municipal, no exercício das funções, deixou de pres-

tar contas quando estava obrigado a fazê-lo.

O agente político Moacir, em tese, pode ser responsabilizado por:

a) crime de responsabilidade, pela tipicidade penal, mas não por ato de improbi-

dade administrativa, pois não houve dano ao erário;

b) crime de responsabilidade, pela tipicidade administrativa, mas não por ato de

improbidade administrativa, pois não houve dano ao erário;

c) crime contra a administração pública, pela tipicidade penal, mas não por ato de

improbidade administrativa, pois não houve dano ao erário;

d) ato de improbidade administrativa, independentemente de ter ocorrido dano ao

erário;

e) ato de improbidade administrativa, apenas se for comprovado o dolo e o dano

ao erário.

Letra d.

A mencionada situação caracteriza ato de improbidade administrativa na modalida-

de de violação dos princípios da Administração Pública.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

Com isso, já afastamos as letras a, b e c.

Na letra e, o erro está em afirmar que há a necessidade de dano ao erário para


a configuração de improbidade. Em sentido oposto, estabelece o artigo 21 da Lei
n. 8.429/1992 que a aplicação das sanções independe da efetiva ocorrência de
dano ao patrimônio público.

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Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-
cimento; 

Questão 5    (FGV/CM/SALVADOR/2018) João, Administrador Público, deixou dolo-


samente de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos no Estatu-
to da Pessoa com Deficiência, inviabilizando o pleno acesso dos cidadãos a impor-
tante prédio da Administração Pública.
De acordo com a Lei nº 8.429/92, o agente político João, em tese, praticou:
a) infração administrativa e disciplinar leve, mas não ato de improbidade adminis-
trativa, por falta de previsão legal;
b) crime de responsabilidade, mas não ato de improbidade administrativa, por fal-
ta de previsão legal;
c) crime contra a administração pública, mas não ato de improbidade administra-
tiva, por falta de previsão legal;
d) ato de improbidade administrativa, que pode gerar, dentre outras sanções, per-
da da função pública, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa civil;
e) ato de improbidade administrativa, que pode gerar, dentre outras sanções, res-
sarcimento integral do dano, perda da função pública, cassação dos direitos políti-
cos e multa administrativa.

Letra d.

Ao deixar de cumprir com os requisitos de acessibilidade previstos em lei, o agente

público João incorreu em ato de improbidade administrativa que viola os princípios

da Administração Pública.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

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Consequentemente, pode João ser sancionado com as seguintes medidas:

• ressarcimento integral do dano, se houver;

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;

• pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida

pelo agente;

• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-

vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio

de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Questão 6    (FGV/TJ/AL/JUDICIÁRIA/2018) João, ocupante do cargo efetivo de

Analista Judiciário, no exercício de suas funções, recebeu, para si, mensalmente,

durante um ano, a quantia de mil reais em dinheiro, a título de presente de Márcio,

que figura como réu em determinado processo que tramita na Vara onde João está

lotado. Em contrapartida, o Analista Judiciário deixou de dar andamento ao proces-

so que potencialmente poderia causar prejuízo econômico a Márcio.

No caso descrito, a ação civil pública por ato de improbidade administrativa:

a) não pode ser ajuizada em face de nenhum personagem, eis que não houve da-

nos ao erário, restando a responsabilização em âmbito disciplinar e criminal;

b) não pode ser ajuizada em face de Márcio, porque não é agente público, mas

deve ser promovida em desfavor do Analista Judiciário, por ofensa ao princípio da

moralidade;

c) deve ser ajuizada em face de ambos os personagens, eis que praticaram con-

juntamente o ato ilícito, independentemente de ter ocorrido dano ao erário, e será

processada e julgada originariamente no Tribunal de Justiça;

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d) deve ser ajuizada em face do agente público que praticou o ato ímprobo, por

conduta dolosa e omissiva, bem como do particular que se beneficiou do ilícito, in-

dependentemente de ter ocorrido dano ao erário;

e) deve ser ajuizada em face de ambos os personagens, eis que praticaram con-

juntamente o ato ilícito, com domínio final do fato, e será processada e julgada na

Vara Criminal competente.

Letra d.

A situação narrada é típico caso de improbidade administrativa por enriquecimento

ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-
ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

No caso, estamos diante de uma conduta dolosa (praticada pelo agente público

com esta intenção) e omissiva (pois ele deixou de dar prosseguimento a determi-

nado processo).

Para a configuração da improbidade, não é levado em conta se houve ou não dano

ao erário.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-
cimento;

Por fim, devemos mencionar que as disposições da Lei n. 8.429/1992 são aplicadas

aos agentes públicos e a terceiros que induzam ou concorram para a prática do ato

de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta.

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Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Com base nestas informações, verifica-se que o gabarito da questão é a letra d.

Questão 7    (FGV/TJ/AL/JUDICIÁRIA/2018) João, Técnico Judiciário do Tribunal de

Justiça de Alagoas, lotado em determinada Vara Criminal, revelou fato de que ti-

nha ciência em razão das suas atribuições, consistente no teor do depoimento de

determinada testemunha em ação penal de grande repercussão social que tramita

em segredo de justiça, ainda em fase de instrução.

De acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92, João:

a) não cometeu ato de improbidade administrativa, porque não houve efetivo pre-

juízo ao erário, mas deve responder em âmbito disciplinar;

b) não cometeu ato de improbidade administrativa, porque está ausente o especial

fim de agir do agente, consistente em seu enriquecimento ilícito;

c) não cometeu ato de improbidade administrativa, porque não faz parte do Poder

Executivo ou Legislativo, mas deve responder em âmbito disciplinar;


d) cometeu ato de improbidade administrativa, sem prejuízo dos demais reflexos
nas esferas criminal e administrativo-disciplinar;
e) cometeu ato de improbidade administrativa, desde que se comprove nexo cau-
sal entre a conduta do servidor e efetivo dano ao erário.

Letra d.
No caso concreto, estamos diante de um ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da Administração Pública.

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administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
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III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo;

Com isso, eliminamos as Letras a, b e c.


Na letra e, o erro está em afirmar que, para a configuração de improbidade, há a
necessidade de comprovado prejuízo ao erário.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-
cimento;

Ainda que o ato seja tipificado como improbidade administrativa, poderá o agente
público, se for o caso, ser responsabilizado nas demais esferas, ou seja, no âmbito
criminal e administrativo-disciplinar.

Questão 8    (FGV/MPE/AL/2018) João, servidor público estadual e que permanecia


com as chaves da repartição em que trabalhava, permitiu que André, que não era
servidor público, ali ingressasse e subtraísse diversos computadores do local. Os

bens subtraídos ficaram, em sua integralidade, para André.

À luz da sistemática estabelecida na Lei nº 8.429/92, João e André praticaram ato

de improbidade que consubstancia

a) violação aos princípios regentes da atividade estatal.

b) dano ao patrimônio público.

c) crime de responsabilidade.

d) enriquecimento ilícito.

e) excesso de exação.

Letra b.

A situação se enquadra em ato de improbidade administrativa por dano ao erário,

conforme previsão da Lei n. 8.429/1992:

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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio parti-
cular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

Importante mencionar que o ato em questão não se enquadra em enriquecimento

ilícito na medida em que João não foi diretamente beneficiado com a conduta. Em

sentido oposto, João apenas permitiu que outra pessoa (André) incorporasse bens

públicos.

Questão 9    (FGV/TJ/SC/ADMINISTRATIVO/2018) Alexandre, Analista Administra-

tivo do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no exercício da função, recebeu van-

tagem econômica direta, consistente na quantia de trinta mil reais, para fazer de-

claração falsa sobre quantidade, qualidade e característica de mercadorias e bens

fornecidos por sociedade empresária contratada por aquele Tribunal.

De acordo com a Lei nº 8.429/92, Alexandre praticou:

a) ato ilícito disciplinar e está sujeito à pena de demissão, após processo adminis-

trativo disciplinar, mas não praticou ato de improbidade administrativa por falta de

dano ao erário;

b) ato ilícito civil e está sujeito à indenização com ressarcimento ao erário, após proces-

so judicial, mas não praticou ato de improbidade administrativa por falta de tipicidade;

c) ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, e por isso está

sujeito, dentre outras sanções, à cassação de seus direitos políticos;

d) ato de improbidade administrativa que atentou contra os princípios da Adminis-

tração Pública, e por isso está sujeito, dentre outras sanções, à prisão preventiva

ou domiciliar, e à perda da função pública;

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e) ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito, e por

isso está sujeito, dentre outras sanções, ao pagamento de multa civil de até três
vezes o valor do acréscimo patrimonial.

Letra e.
Inicialmente, deve ser informado que o ato em questão é classificado como impro-

bidade administrativa por enriquecimento ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro ser-
viço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

Como consequência pela prática do ato, Alexandre estará sujeito às seguintes me-
didas e sanções:
• perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
• ressarcimento integral do dano, quando houver;
• perda da função pública;
• suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
• pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial;
• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Questão 10    (FGV/TJ/SC/JURÍDICO/2018) De acordo com a jurisprudência do Su-


perior Tribunal de Justiça, para configuração dos atos de improbidade adminis-

trativa que atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 11, da Lei

n. 8.429/92), é necessária a demonstração do:

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Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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a) dano ao erário, o qual deverá ser objeto de ressarcimento aos cofres públicos;

b) enriquecimento sem causa, o qual deverá ser objeto de multa civil;

c) dolo, o qual não precisa ser específico, sendo suficiente o dolo genérico;

d) dolo ou da culpa, os quais precisam ser específicos para comprovação do ele-

mento subjetivo;

e) prejuízo ao erário, o qual deverá ser objeto de multa civil ou perda dos valores

acrescidos ilicitamente ao patrimônio.

Letra c.

A questão pode ser respondida de acordo com o entendimento proferido pelo STJ

no julgamento do Resp. 1275469:

O STJ tem compreensão no sentido de que “o elemento subjetivo, necessário


à configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11
da Lei n. 8.429/1992, é o dolo genérico de realizar conduta que atente contra
os princípios da Administração Pública, não se exigindo a presença de dolo
específico” (...) O ilícito de que trata o art. 11 da Lei n. 8.429/92 dispensa a
prova de prejuízo ao erário e de enriquecimento ilícito do agente.

Logo, para a configuração de improbidade administrativa na modalidade de viola-

ção aos princípios da Administração Pública, não é necessário a presença de dolo

específico, de dano ao patrimônio público ou, ainda, de enriquecimento ilícito do

agente público.

Assim, a simples existência de dolo genérico é suficiente para que ocorra a respon-

sabilização nesta modalidade de improbidade administrativa.

Questão 11    (FGV/TJ/SC/JURÍDICO/2018) João, Policial Civil, no exercício da fun-

ção, recebeu vantagem econômica, que consiste em mesada no valor mensal de

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cinco mil reais, para tolerar a exploração e a prática de jogos de azar na área cir-

cunscricional da Delegacia de Polícia onde está lotado. Assim agindo, sem prejuízo

das demais sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação especí-

fica, João:

a) não praticou ato de improbidade administrativa, eis que não houve prejuízo aos

cofres públicos, circunstância imprescindível para configuração do ato ímprobo;

b) não praticou ato de improbidade administrativa, por falta de tipicidade legal es-

trita, mas está incurso em penalidade disciplinar;

c) praticou ato de improbidade administrativa, e está sujeito, dentre outras san-

ções, à cassação dos direitos políticos, ao ressarcimento ao erário e à perda da

função pública;

d) praticou ato de improbidade administrativa, e está sujeito, dentre outras san-

ções, à perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio e da função pública;

e) praticou ato de improbidade administrativa, e está sujeito, dentre outras san-

ções, ao pagamento de multa civil de até dez vezes o valor da remuneração perce-

bida pelo agente.

Letra d.

João, no caso apresentado, praticou improbidade administrativa por enriquecimen-

to ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

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Logo, as seguintes sanções e medidas legais podem ser aplicadas ao respectivo

agente público.

• perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

• ressarcimento integral do dano, quando houver;

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;

• pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial;

• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-

vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio

de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Questão 12    (FGV/MPE/AL/2018) O Ministério Público recebeu informações de que

determinado agente público teve evolução patrimonial incompatível com a sua renda.

Considerando a tipologia dos atos de improbidade administrativa, prevista nos arti-

gos 9º, 10, 10-A e 11 da Lei nº 8.429/92, é correto afirmar que essa conduta pode

ser enquadrada como

a) violação aos princípios regentes da atividade estatal.

b) dano ao patrimônio público.

c) excessiva exação tributária.

d) enriquecimento ilícito.

e) infração disciplinar.

Letra d.

A evolução patrimonial incompatível com a renda do agente público é caso que

configura improbidade administrativa por enriquecimento ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,

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mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta


lei, e notadamente:
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-
ção pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;

Questão 13    (FGV/ALERO/2018) Determinado gestor público, no exercício de suas

funções, não obstante provocado pelo Ministério Público, deixou de cumprir a exi-

gência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

De acordo com a Lei nº 8.429/92, em tese, o agente público

a) não cometeu ato de improbidade administrativa, por falta de tipicidade legal,

mas está incurso em crime de responsabilidade.

b) não cometeu ato de improbidade administrativa, por falta de dano ao erário,

mas está sujeito à punição na esfera disciplinar.

c) não cometeu ato de improbidade administrativa, por falta de repercussão crimi-

nal da conduta, mas está sujeito à multa administrativa.

d) cometeu ato de improbidade administrativa e está sujeito, dentre outras, à per-

da da função pública e suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos.

e) cometeu ato de improbidade administrativa e está sujeito, dentre outras, à pena

privativa de liberdade e pagamento de multa de até vinte salários mínimos.

Letra d.

Ao deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legis-

lação, o agente público incorreu em improbidade administrativa, mais precisamen-

te na modalidade de violação dos princípios da Administração Pública.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

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Consequentemente, o agente público está sujeito às seguintes medidas e sanções:

• ressarcimento integral do dano, se houver;

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;

• pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida

pelo agente;

• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-

vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio

de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Questão 14    (FGV/ALERO/2018) Maria, consultora legislativa da Assembleia Le-

gislativa de Rondônia, foi designada para secretariar, administrativamente, uma

Comissão Parlamentar de Inquérito.

No curso da CPI, Maria revelou fato constante no processo administrativo de que

tinha ciência em razão de suas atribuições e que devia permanecer em segredo.

Em tese, de acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92, Maria

a) não praticou ato de improbidade administrativa, mas está sujeita à sanção por

falta funcional, após regular processo administrativo disciplinar, assegurados o con-

traditório e a ampla defesa.

b) não praticou ato de improbidade administrativa, pois não houve dano ao erário,

que é imprescindível para configuração do ato ímprobo, cuja consequência, dentre

outras, é a sanção de ressarcimento ao erário.

c) praticou ato de improbidade administrativa, desde que comprovado que auferiu

vantagem patrimonial indevida e está sujeita, dentre outras sanções, à perda da

função pública.

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d) praticou ato de improbidade administrativa, independentemente de comprova-

ção de dano ao erário e está sujeita, dentre outras sanções, à cassação dos direitos

políticos.

e) praticou ato de improbidade administrativa, independentemente de comprova-

ção de dano ao erário ou de que tenha auferido vantagem patrimonial indevida, e

está sujeita, dentre outras sanções, à multa civil.

Letra e.

Maria, na situação apresentada, cometeu ato de improbidade administrativa que

atenta contra os princípios da Administração Pública.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo;

Com isso, eliminamos as letras a e b.

Para esta modalidade de ato de improbidade, não há necessidade de comprovar

que o agente público auferiu vantagem patrimonial, algo que apenas ocorre para a

classificação como enriquecimento ilícito. Eliminamos assim a letra c.

Como consequência pela prática do ato, Maria está sujeita às seguintes sanções e

medidas legais:

• ressarcimento integral do dano, se houver;

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; (erro da letra d)

• pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida

pelo agente;

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• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-

vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio


de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Por fim, ressalta-se que, para a responsabilização por improbidade administrativa,
é desnecessária a comprovação de dano ao erário:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-
cimento; 

Questão 15    (FGV/CM/SALVADOR/2018) Antônio, ex-Presidente da Câmara Muni-


cipal, no exercício de suas funções públicas à época em que chefiava o legislativo

local, dispensou indevidamente a licitação para contratação de sociedade empresá-

ria com vistas à aquisição de determinados bens. O Ministério Público ajuizou ação

de improbidade administrativa e, dentre os pedidos, requereu a condenação do

então parlamentar ao ressarcimento ao erário.

Instado pelo atual Presidente da Câmara a se manifestar sobre o caso, estritamen-

te de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa e com a jurisprudência do

Superior Tribunal de Justiça, o Advogado Legislativo da Câmara deve lançar parecer

no sentido de que o pleito ministerial de ressarcimento:

a) não merece prosperar, eis que o parlamentar não pode figurar no polo passivo

da relação processual, devendo responder somente por crime de responsabilidade;

b) não merece prosperar, eis que na hipótese narrada não houve dano ao erário, e

sim dispensa ilegal de licitação, que acarreta apenas a aplicação das demais san-

ções pessoais da Lei de Improbidade Administrativa;

c) não merece prosperar, eis que para configuração desta espécie de ato de im-

probidade é imprescindível a demonstração do dolo do gestor público e do efetivo

prejuízo ao erário (in re ipsa);

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d) merece prosperar, eis que todo ato de improbidade administrativa, por expresso

mandamento constitucional, causa danos materiais ao erário que devem ser res-

sarcidos pelo agente público envolvido;

a) merece prosperar, eis que o prejuízo ao erário é inerente (in re ipsa) à conduta

ímproba, na medida em que o poder público deixou de contratar a melhor proposta,

por condutas do agente político.

Letra e.

De acordo com a jurisprudência do STJ, eventual dispensa indevida de licitação por

parte do Poder Público é situação que enseja a configuração do ato de improbidade


administrativa. Neste sentido, cumpre destacar que o termo in re ipsa está relacio-
nado com uma situação presumida.

No que tange à possibilidade de imposição de ressarcimento ao erário,


nos casos em que o dano decorrer da contratação irregular proveniente de
fraude a processo licitatório, como ocorreu na hipótese, a jurisprudência
desta Corte de Justiça tem evoluído no sentido de considerar que o dano,
em tais circunstâncias, é in re ipsa, na medida em que o Poder Público deixa
de, por condutas de administradores, contratar a melhor proposta. REsp
1.280.321/MG

Logo, a tese merece prosperar (com isso, eliminamos as alternativas a, b e c). Na


letra d, o erro está em afirmar que todo ato de improbidade causa danos materiais
ao Poder Público. Diversamente, os atos de improbidade que violam os princípios
da Administração Pública nem sempre causam tal tipo de dano.

Questão 16    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) Fernando, servidor público municipal, no

exercício da função inerente ao seu cargo efetivo de Fiscal de Tributos, agiu

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negligentemente na arrecadação de tributo municipal. De acordo com a Lei nº

8.429/92, em tese, Fernando:

a) não praticou ato de improbidade administrativa, para cuja configuração é im-

prescindível conduta dolosa;

b) não praticou ato de improbidade administrativa, porque não se beneficiou direta

e economicamente;

c) não praticou ato de improbidade administrativa, devendo apenas ser responsa-

bilizado em âmbito disciplinar;

d) deve ser condenado, mediante processo administrativo, às sanções previstas na

citada lei, por ter praticado ato de improbidade administrativa;

e) deve ser condenado, mediante processo judicial de natureza cível, às sanções

previstas na citada lei, por ter praticado ato de improbidade administrativa.

Letra e.

No caso, houve o cometimento de improbidade administrativa, conforme previsão

do artigo 10, X, da Lei n. 8.429/1992:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz
respeito à conservação do patrimônio público;

E como as penas de improbidade administrativa apenas podem ser aplicadas pelo

Poder Judiciário, faz-se necessário que haja, previamente, um processo judicial (e

não administrativo) regularmente instaurado.

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Questão 17    (FGV/PREF. CUIABÁ/2016) Patrícia, enfermeira sem vínculo estatutá-


rio com a Administração Pública e ocupante de cargo em comissão na Secretaria
Municipal de Saúde, deixa de prestar contas às quais estava, por lei, obrigada.
Com relação à hipótese descrita, assinale a afirmativa correta.
a) Patrícia somente responderá por improbidade administrativa se ocorrer efetivo
prejuízo à Administração Pública, caso em que seus bens poderão ser declarados
indisponíveis para assegurar o integral ressarcimento do dano.
b) Patrícia responde por improbidade administrativa, mesmo na hipótese de não
haver efetivo prejuízo à Administração Pública, sendo certo que a ação de impro-
bidade será imprescritível e deverá ser proposta pelo Ministério Público, legitimado
exclusivo.
c) Patrícia não responde por ato de improbidade administrativa, uma vez que não
possui vínculo estatutário com a Administração Pública, mas poderá ser responsa-
bilizada civilmente caso tenha causado prejuízo.
d) Patrícia responde por improbidade administrativa, independentemente de ha-
ver dano patrimonial à Administração Pública, sendo certo que seus sucessores
respondem no limite da herança caso o ato também cause lesão ao patrimônio
público.
e) Patrícia responde por improbidade administrativa, independentemente do dano
causado, porém, por não ter vínculo estatutário com a Administração pública, não
está sujeita à suspensão de direitos políticos, mas sim à perda de função pública e
pagamento de multa civil.

Letra d.

Ainda que Patrícia não seja servidora pública (não possuindo, por isso mesmo, vín-

culo estatutário com o Poder Público), deve ela responder pelos atos de improbida-

de administrativa eventualmente cometidos.

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Para a configuração da improbidade, não há necessidade da efetiva ocorrência de

dano ao patrimônio público, conforme previsão no artigo 21, I, da Lei n. 8.429/1992:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-
cimento;

Por fim, importante frisar que os sucessores de Patrícia (seus herdeiros) respon-
derão pelos prejuízos causados até o limite do patrimônio transferido. Tal regra
encontra fundamento no artigo 8º da Lei n. 8.429/1992:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Questão 18    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) Ronaldo, servidor público municipal ocu-


pante de cargo efetivo, recebeu vantagem econômica consistente em um veículo
zero quilômetro, para fazer declaração falsa sobre medição em determinada obra
pública municipal. Ronaldo agiu em conluio com os sócios da sociedade empresária
contratada pelo Município e a citada fraude causou dano ao erário no valor de cem
mil reais. Sob o prisma da Lei de Improbidade Administrativa, é correto afirmar que:
a) apenas Ronaldo responderá por ato de improbidade administrativa, cujas san-
ções são aplicáveis tão somente aos agentes públicos, e o particular se limitará a
responder em âmbito criminal;
b) apenas Ronaldo responderá por ato de improbidade administrativa, cujas san-
ções são aplicáveis tão somente aos agentes públicos, e o particular responderá em
âmbito criminal e de responsabilidade civil;
c) Ronaldo e a sociedade empresária responderão por ato de improbidade admi-
nistrativa e, no bojo do processo administrativo disciplinar, poderá ser decretada a
indisponibilidade de bens de ambos;

d) Ronaldo e a sociedade empresária responderão por ato de improbidade admi-

nistrativa e, no bojo do processo administrativo disciplinar, poderá ser decretada a

indisponibilidade de bens apenas de Ronaldo;

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e) Ronaldo e a sociedade empresária responderão por ato de improbidade admi-

nistrativa e, somente no bojo do processo judicial, poderá ser decretada a indispo-


nibilidade de bens de ambos.

Letra e.

No caso narrado, tanto Ronaldo quanto a sociedade empresária responderão pelos

atos de improbidade administrativa.

Isso acontece na medida em que a Lei n. 8.429/1992 apresenta, em seu artigo 3º,

que

As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se be-
neficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Uma das medidas cabíveis, quando estivermos no curso de uma ação de improbi-

dade administrativa, é a decretação da indisponibilidade dos bens, evitando assim

que os particulares investigados dilapidem o seu patrimônio e não tenham como

ressarcir os cofres públicos.

Importante frisar que a decretação da indisponibilidade, tal como a aplicação de

qualquer uma das sanções previstas na norma em análise, apenas pode ser decre-

tada pelo Poder Judiciário.

Questão 19    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) De acordo com o texto constitucional, sem

prejuízo da ação penal cabível, os atos de improbidade administrativa importarão,

na forma e gradação previstas em lei:

a) a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função pública, o arresto dos

bens e a devolução em dobro do valor do dano ao erário;

b) a multa civil, a proibição de contratar com o poder público, o ressarcimento ao

erário e a cassação dos direitos políticos;

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c) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade

dos bens e o ressarcimento ao erário;

d) a inelegibilidade, a suspensão do cadastro de pessoa física ou do cadastro na-

cional de pessoa jurídica e o ressarcimento ao erário;

e) a devolução em dobro do valor do dano ao erário, a suspensão dos direitos ad-

ministrativos e o sequestro dos bens adquiridos ilicitamente.

Letra c.

As questões que exigem o conhecimento das consequências pelos atos de improbi-

dade estão fundamentadas no artigo 37, § 4º da Constituição Federal, muito exigi-

do em provas de concurso público:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Questão 20    (FGV/TJ/BA/ADMINISTRATIVA/2015) O Tribunal de Contas do Estado

da Bahia verificou que determinado gestor estadual percebeu vantagem econômica

indevida e direta para facilitar a aquisição de bem imóvel pelo Estado, por preço

superior ao valor de mercado. Assim, a Corte de Contas remeteu a documentação

pertinente ao Ministério Público Estadual, que ajuizou ação civil pública por ato

de improbidade administrativa. No caso em tela, o gestor está sujeito, no bojo do

citado processo judicial, dentre outras, às seguintes consequências pelo ato de im-

probidade administrativa:

a) cassação dos direitos políticos, perda da função pública, inscrição no serviço de

proteção ao crédito;

b) pena privativa de liberdade, perda da função pública, suspensão do cadastro de

pessoa física;

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c) suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos

bens e ressarcimento ao erário;

d) proibição de figurar como sócio de qualquer sociedade empresária, perda da

função pública e ressarcimento ao erário;

e) perda da função pública, ressarcimento ao erário, pena privativa de liberdade e

cassação dos direitos políticos.

Letra c.

As questões que exigem o conhecimento das consequências pelos atos de improbi-

dade estão fundamentadas no artigo 37, § 4º, da Constituição Federal:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Questão 21    (FGV/MPE/RJ/NOTIFICAÇÃO E ATOS INTIMATÓRIOS/2016) Promotor

de Justiça Criminal notificou diversas vezes famoso político ex-ocupante de man-

dato eletivo municipal para comparecer ao órgão de execução ministerial, na qua-

lidade de testemunha, para prestar declarações, no bojo de procedimento inves-

tigatório criminal com sigilo decretado, que apura crimes contra a Administração

Pública. Diante da recusa reiterada e injustificada de comparecimento do político,

o Promotor determinou sua condução coercitiva, designando Antônio, Técnico do

Ministério Público da Área de Notificação (TNAI), e policiais para cumprirem a dili-

gência. Com o escopo de fornecer informação privilegiada ao político, o TNAI Antô-

nio revelou-lhe fato de que tinha ciência em razão de suas atribuições e que devia

permanecer em segredo, ou seja, que seria conduzido coercitivamente na manhã

do dia seguinte. A conduta do TNAI Antônio frustrou a diligência, pois o político via-

jou para local incerto. De acordo com a Lei nº 8.429/90, o TNAI Antônio:

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Lei n. 8.429/1992 – Improbidade Administrativa
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a) não cometeu ato de improbidade administrativa, eis que não houve prejuízo ao

erário, mas cometeu crime contra a administração pública, que deverá ser julgado

pelo juízo de competência criminal do local onde ocorreram os fatos;

b) não cometeu ato de improbidade administrativa, eis que não houve prejuízo

ao erário, mas cometeu infração administrativa disciplinar punível com pena de

demissão;

c) cometeu ato de improbidade administrativa, que deverá ser julgado pelo juízo

de competência criminal do local onde ocorreram os fatos;

d) cometeu ato de improbidade administrativa, que pode acarretar, dentre outras

sanções, o ressarcimento integral do dano e a cassação dos direitos políticos;

e) cometeu ato de improbidade administrativa, que pode acarretar, dentre outras

sanções, a perda da função pública e o pagamento de multa civil de até cem vezes

o valor da remuneração percebida pelo agente.

Letra e.

Para respondermos rapidamente à questão, temos que identificar, no enunciado, a

conduta de improbidade administrativa praticada pelo servidor Antônio. E ela está

presente no seguinte trecho: “O TNAI Antônio revelou-lhe fato de que tinha ciência

em razão de suas atribuições e que devia permanecer em segredo”.

De acordo com a Lei n. 8.429/1992, tal conduta implica em improbidade por viola-

ção aos princípios da Administração Pública:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo;

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Para esta espécie de improbidade, as sanções, de acordo com a Lei n. 8.429/1992,

são as seguintes:

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;

• pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida

pelo agente;

• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-

vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio

de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Questão 22    (FGV/TJ/PI/ADMINISTRATIVA/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2015) A

posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de de-

claração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, que deve ser

arquivada no serviço de pessoal competente. De acordo com a Lei de Improbida-

de Administrativa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que

se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a

prestar falsa, será punido com a pena de:

a) multa e suspensão da função pública;

b) multa e advertência;

c) suspensão até apresentar o documento;

d) exoneração, com multa no valor de um salário mínimo;

e) demissão, a bem do serviço público.

Letra e.

Trata-se de questão que exige o conhecimento do artigo 13, §3º, da Lei

n. 8.429/1992:

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Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro
do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

Questão 23    (FGV/PREF. NITERÓI/2015) De acordo com o texto constitucional, os

atos de improbidade administrativa importarão, na forma e gradação previstas em lei:

a) a perda dos direitos políticos, o afastamento cautelar da função pública, o res-

sarcimento ao erário e a multa;

b) a perda da função pública, o sequestro dos bens, a suspensão do cadastro na-

cional de pessoa jurídica e a multa;

c) a pena privativa de liberdade, a suspensão dos direitos políticos, a perda do

cargo público e o ressarcimento ao erário;

d) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade

dos bens e o ressarcimento ao erário;

e) a pena privativa de liberdade, o sequestro dos bens, a perda do cargo público e

o ressarcimento ao erário.

Letra d.

Questão que exige o conhecimento do artigo 37, § 4º, da Constituição Federal, de

seguinte teor:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Questão 24    (FGV/ALERO/2017) A Lei nº 8.429/1992 dispõe sobre as sanções apli-

cáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de

função na administração pública.

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Acerca das disposições legais relativas à declaração de bens pelos agentes públi-

cos, é correto afirmar que:

a) a posse no cargo do agente público é condicionada à apresentação de declara-

ção de bens;

b) a declaração de bens do agente público está limitada ao seu patrimônio pessoal;

c) a declaração de bens só precisa ser atualizada quando houver alterações signi-

ficativas no patrimônio do agente público;

d) é obrigatória a entrega de cópia da declaração anual de imposto de renda do

agente público;

e) a pena para o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens é a

suspensão.

Letra a.

a) Correta. No momento da posse, como medida necessária ao controle da evolu-

ção patrimonial do agente público, deve o servidor apresentar a declaração de bens

que constitui o seu patrimônio.

b) Incorreta. Ao contrário do que afirmado, a declaração compreenderá imóveis,

móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e

valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abran-

gerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de

outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos

apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

c) Incorreta. A declaração precisa ser anualmente atualizada.

d) Incorreta. Não há obrigatoriedade de entrega de cópia da declaração de impos-

to de renda. Em sentido diverso, a Lei n. 8.429/1992 apresenta a possibilidade de

entrega como forma de suprir a exigência da entrega da declaração de bens.

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e) Incorreta. Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público,

sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar

declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

Questão 25    (FGV/ALERO/2017) A Lei Federal nº 8.429/1992 trata dos atos de

improbidade administrativa praticados por agentes públicos e os apresenta em três

tipos: os que importam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário e

os que atentam contra os princípios da Administração Pública.

Constitui um exemplo de ato de improbidade administrativa que importa enrique-

cimento ilícito:

a) agir negligentemente na arrecadação de tributos;

b) deixar de prestar contas quando estiver obrigado a fazê-lo;

c) frustrar a licitude de concurso público;

d) ordenar a realização de despesas não autorizadas;

e) usar, em proveito próprio, bens integrantes do patrimônio das entidades públicas.

Letra e.

Nas situações de enriquecimento ilícito, o agente público é beneficiado diretamente

com a medida.

Dentre as situações apresentadas, apenas ao “usar, em proveito próprio, bens

integrantes do patrimônio das entidades públicas” é que temos esta caracte-

rística atendida.

Questão 26    (FGV/MPE/RJ/2016) Rodrigo é servidor público estadual ocupante

exclusivamente de cargo em comissão e está lotado em setor da controladoria

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do Estado. De forma livre e consciente e no exercício da função pública, Rodrigo

descumpriu normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de

parceria firmada pela administração pública com determinada entidade privada,

que se beneficiou do ato, bem como negou publicidade a ato oficial, pois impediu

a publicação na imprensa oficial do extrato do termo de parceria, tudo em conluio

com o particular beneficiado. De acordo com a Lei nº 8.429/92, em tese:

a) Rodrigo e a entidade privada incorreram na prática de ato de improbidade admi-

nistrativa, cuja prescrição é de 5 (cinco) anos contados da data da conduta ímproba;

b) Rodrigo e a entidade privada incorreram na prática de ato de improbidade ad-

ministrativa, para cuja configuração é prescindível a existência de dano patrimonial

ao erário;

c) Rodrigo e a entidade privada incorreram na prática de ato de improbidade admi-

nistrativa, e o Ministério Público deverá decretar, no bojo de inquérito civil público,

a indisponibilidade de seus bens para ressarcimento ao erário;

d) Rodrigo incorreu na prática de ato de improbidade administrativa, desde que

fique comprovado que houve dano patrimonial ao erário, mas a entidade privada

responderá apenas com base na responsabilidade civil;

e) Rodrigo incorreu na prática de ato de improbidade administrativa, cuja pres-

crição é de 3 (três) anos contados da data da conduta ímproba, mas a entidade

privada responderá apenas com base na responsabilidade civil.

Letra b.

Na situação narrada, dois foram os atos de improbidade administrativa cometidos

por Rodrigo e pela sociedade empresária (que, ainda que seja particular, foi bene-

ficiada com ambas as condutas).

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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-
tas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
IV - negar publicidade aos atos oficiais;

Observem que as violações estão classificadas em duas diferentes espécies de atos

de improbidade. Nesta situação, prevalece, para fins de aplicação das penalidades,

a conduta cujas sanções são mais gravosas.

Logo, devemos tomar por base, para analisar a questão, o ato de improbidade ad-

ministrativa que causa lesão ao erário.

a) Incorreta. Como Rodrigo ocupa um cargo comissionado, a prescrição terá início

após o término do exercício do cargo, e não a partir do dia em que houve a conduta.

b) Correta. Para a configuração como ato de improbidade administrativa, é pres-

cindível (dispensável) a efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressar-
cimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal
ou Conselho de Contas.

c) Incorreta. A indisponibilidade dos bens, que é medida cautelar, deve ser decre-

tada pelo Juiz, que é quem julga a ação, e não pelo Ministério Público.

d) Incorreta. Como já afirmado, não há necessidade de dano ao patrimônio para a

configuração da improbidade. Além disso, tanto Rodrigo quanto a entidade privada

(que foi beneficiada) responderão pelos atos de improbidade.

e) Incorreta. O prazo prescricional, no caso, é de 5 anos, que serão contados a

partir do momento em que Rodrigo deixar de ocupar o cargo em comissão.

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Questão 27    (FGV/ALERJ/2017) A Assembleia Legislativa instaurou comissão par-

lamentar de inquérito para apurar as condições estruturais, materiais e de pessoal

do sistema penitenciário estadual, diante da reiteração de denúncias de tortura e

maus tratos aos detentos. A conclusão da CPI foi no sentido da procedência das re-

presentações, inclusive com a identificação de agentes penitenciários responsáveis

pelas torturas.

De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

a) o agente penitenciário responderá pelo crime de tortura e por infração discipli-

nar, mas não poderá ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa,

eis que a vítima imediata do ato ilícito não foi a Administração Pública e não houve

dano ao erário;

b) o detento vítima do ato de tortura deverá pleitear diretamente do agente peni-

tenciário que praticou o ato ilícito indenização pelos danos sofridos, com base na

responsabilidade civil subjetiva, não se aplicando o art. 37, § 6º, da Constituição

Federal por ausência de omissão do poder público;

c) o agente penitenciário responsável direto pelo ato ilícito e o Secretário de Esta-

do de Administração Penitenciária responderão, em tese, solidariamente pelo crime

de tortura, por infração disciplinar e por ato de improbidade administrativa, o pri-

meiro por ato comissivo e o segundo por omissão;

d) a violência policial arbitrária não é ato apenas contra o particular-vítima, mas

sim contra a própria Administração Pública, ferindo suas bases de legitimidade e

respeitabilidade, razão pela qual o agente penitenciário responderá apenas na es-

fera penal, não havendo que se falar em improbidade administrativa;

e) a tortura de preso custodiado no sistema prisional praticada por agente peniten-


ciário constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública, fora as demais repercussões nas esferas penal e disciplinar.

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Letra e.
No caso, estamos diante de questão que apresenta uma importante informação: a
prática de tortura, de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, é ato
de improbidade administrativa que viola os princípios da Administração Pública.
Neste sentido, é o entendimento exposto no REsp 1.177.910-SE, de seguinte teor:

A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato


de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administra-
ção pública.

Além disso, como não poderia deixar de ser, o agente causador da tortura está su-
jeito às demais cominações legais (em âmbito penal e disciplinar).

Questão 28    (FGV/AL/BA/2014) No que concerne ao ato de improbidade adminis-


trativa que causa prejuízo ao erário, assinale a afirmativa correta.
a) Não há a necessidade de comprovação de dolo ou culpa para a responsabiliza-
ção do servidor.
b) Apenas haverá responsabilização do servidor quando restar provado o dolo, não
bastando a comprovação da culpa.
c) o dolo ou a culpa são necessários para a responsabilização do servidor.
d) O prejuízo ao erário decorrente de omissão culposa não possibilita a responsa-
bilização por ato de improbidade administrativa.
e) O prejuízo ao erário, sem que haja enriquecimento ilícito, não tem o condão de
caracterizar-se como ato de improbidade administrativa.

Letra c.

Das hipóteses de atos de improbidade administrativa atualmente vigentes, a dou-

trina entende que apenas nas situações de prejuízo ao erário é que poderá haver a

responsabilização por dolo ou culpa.

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Nas duas demais espécies, apenas com a ocorrência de dolo (intenção) é que pode-

rá ocorrer a responsabilização. Neste sentido, é a posição do STJ (REsp 1364529):

Para que seja configurado o ato de improbidade de que trata a Lei 8.429/99,
“é necessária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo
dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, pela culpa, nas
hipóteses do artigo 10”.

Questão 29    (FGV/PREF. FLORIANÓPOLIS/2014) Tício, Vereador Presidente da Câ-

mara Municipal, em conluio com o sócio administrador da sociedade empresária

Mutretas Muitas Ltda, dispensou indevidamente processo licitatório, com o intuito

de favorecer seu amigo João, fato que causou dano ao erário. De acordo com o or-

denamento jurídico, a condenação de Tício por improbidade administrativa:

a) tem por sanção a aplicação de pena privativa de liberdade;

b) deve ser decretada pelo Tribunal de Justiça, pois Tício possui foro especial por

prerrogativa de função;

c) importa a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-

nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário;

d) ocorre após regular processo administrativo disciplinar, respeitados o contradi-

tório e ampla defesa;

e) é decretada após regular processo criminal e tem como sanções o ressarcimen-

to ao erário, cassação dos direitos políticos e pena privativa de liberdade.

Letra c.

a) Incorreta. A pena privativa de liberdade não é medida aplicável para os atos de

improbidade administrativa.

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b) Incorreta. Não há foro privilegiado nas ações de improbidade administrativa.

c) Correta. Trata-se das sanções previstas, de acordo com o texto da Constituição

Federal:

Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direi-


tos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) Incorreta. Não há necessidade de processo administrativo disciplinar para a

aplicação de todas as sanções decorrentes de improbidade. Como exemplo, temos

a sanção de suspensão dos direitos políticos, que independe de PAD.

e) Incorreta. A ação de improbidade é uma ação tipicamente cível, e não uma

ação criminal.

Questão 30    (FGV/PREF. RECIFE/FINANÇAS PÚBLICAS/2014) No caso de atos de

improbidade administrativa que atentem contra os princípios da administração pú-

blica, a Lei n. 8.429/92 impõe, como uma das suas cominações,

a) a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco a oito anos.

b) a proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco anos.

c) a proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, direta ou indiretamente,

pelo prazo de cinco anos.

d) a suspensão da função pública pelo prazo de até três anos.

e) o pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida

pelo agente.

Letra e.

Quando o ato de improbidade estiver classificado como violador dos princípios da

Administração Pública, as seguintes sanções podem ser adotadas:

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Ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos di-
reitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três
anos.

Questão 31    (FGV/PREF. RECIFE/FINANÇAS PÚBLICAS/2014) Constitui ato de im-

probidade administrativa qualquer ação ou omissão que viole os deveres de hones-

tidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições.

A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.

I – Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele

previsto, na regra de competência.

II – Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e

que deva permanecer em segredo.

III – Frustrar a licitude de concurso público.

São atos que atentam contra princípios da Administração Pública

a) somente I.

b) somente II.

c) somente I e III.

d) somente II e III.

e) I, II e III.

Letra e.
Todos os atos elencados são classificados como de improbidade administrativa por
violação aos princípios da Administração Pública.

Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da adminis-


tração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, impar-
cialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

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I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto,
na regra de competência;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo;
V - frustrar a licitude de concurso público;

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