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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 12
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Aos estudos!
Noções de Direito Administrativo p/ Agente PRF 2016
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 12
ABRANGÊNCIA
Mas a lei vai além, e aplica-se, no que couber, ao terceiro que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática de ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta.
Assim, não é preciso ser servidor público ou ter algum vínculo jurídico
com o Estado para enquadrar-se nas hipóteses da Lei de Improbidade.
Ademais, o terceiro não precisa necessariamente obter vantagem pessoal
para estar sujeito à Lei: basta que induza ou concorra para a prática de
ato de improbidade. São exemplos as pessoas representantes de empresas
privadas que atuam em conluio com agente público para fraudar licitação.
Importante ressaltar que o terceiro apenas se submete à Lei de
Improbidade se algum agente público também estiver envolvido no ato, vale
dizer, a pessoa sem vínculo com o Poder Público jamais pode praticar um
ato de improbidade isoladamente. Com efeito, a Lei 8.429/92 só prevê as
2Em 2007, na Rcl 2.138, o STF decidiu que a Lei de Improbidade não se aplica aos agentes políticos sujeitos
ao regime de crime de responsabilidade, quais sejam, Presidente da República, Ministros de Estado,
Procurador-Geral da República, Ministros do STF, Governadores e Secretários de Estado. A Lei se aplicaria
apenas aos agentes políticos não sujeitos a esse regime, a exemplo dos parlamentares de um modo geral e dos
prefeitos. Esse entendimento, contudo, tem sido superado pela jurisprudência mais atual, especialmente do
STJ, que vem admitindo a sujeição de todos os agentes políticos à Lei 8.429/92, conforme veremos adiante.
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DECLARAÇÃO DE BENS
6. (Cespe – TCU 2009) Caio, servidor público federal estável há mais de 10 anos,
ocupante do cargo de analista judiciário de determinado tribunal, está sendo acusado
pelo Ministério Público Federal de ter praticado ato de improbidade administrativa, nos
termos da Lei n.º 8.429/1992. O referido tribunal, para apurar a prática de ilícito
administrativo, resolveu instaurar processo disciplinar. Acerca dessa situação
hipotética e do que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte: no caso
narrado, a autoridade instauradora do processo disciplinar, como medida cautelar e a
fim de evitar qualquer influência na apuração da irregularidade, poderá determinar o
afastamento preventivo de Caio do exercício do cargo, pelo prazo improrrogável de
sessenta dias, não recebendo este, nesse período, qualquer remuneração dos cofres
públicos.
Comentário: O item está errado, pois nos termos da Lei 8.429/92 (art. 20,
parágrafo único), a “autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à
instrução processual.” Assim, Caio poderia ser afastado do cargo, mas não
poderia deixar de receber sua remuneração.
Gabarito: Errado
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8. (Cespe – MDIC 2014) Se, após uma operação da Polícia Federal, empreendida
para desarticular uma quadrilha que agia em órgãos públicos, o Ministério Público
Federal ajuizar ação de improbidade administrativa contra determinado servidor,
devido a irregularidades cometidas no exercício da sua função, mesmo que esse
servidor colabore com as investigações, será vedado o acordo ou a transação judicial.
Comentário: Á época do certame, era vedada a transação, acordo ou
conciliação nas ações por improbidade administrativa, face ao que dispunha o
art. 17, §1º da Lei 8.429/92, daí o gabarito. Tal dispositivo, contudo, foi revogado
pela MP 703/2015, a qual está sendo objeto de grande discussão no mundo
jurídico, mas ainda está em vigor. Assim, se fosse hoje, o gabarito seria errado.
Gabarito: Certo
PRESCRIÇÃO
9. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que um servidor doe para uma biblioteca
comunitária uma série de livros da repartição pública na qual ele trabalha. Nesse caso,
mesmo sem observar as formalidades legais, o servidor não incorre em improbidade
administrativa uma vez que os livros destinam-se a fins educativos e assistenciais.
Comentário: A assertiva está errada, pois, segundo o art. 10, inciso III da Lei
8.429/92, constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao
erário “doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie”.
Gabarito: Errado
Praticar ato visando fim proibido em lei ou diverso daquele previsto na regra de
competência;
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
Revelar informação sigilosa de que tem ciência em razão das suas atribuições;
Negar publicidade aos atos oficiais;
Frustrar a licitude de concurso público;
Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
mercadoria, bem ou serviço.
Descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
Deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na
legislação.
Por óbvio, o inciso I acima se refere apenas aos atos de improbidade que
importam enriquecimento ilícito e aos que atentam contra os princípios da
Administração Pública, vez que os que causam prejuízo ao erário, por definição,
requerem a ocorrência de dano ou lesão ao patrimônio público. Já os dois
primeiros podem se consumar sem que deles resultem qualquer prejuízo
material para o patrimônio público.
Ademais, perceba que a aplicação da pena de ressarcimento é prevista para
as três categorias de atos de improbidade, porém só é aplicável nos casos
concretos em que ocorrer dano efetivo ao erário.
Gabarito: Certo
12. (Cespe – TCDF 2012) De acordo com a referida lei [de improbidade
administrativa], a aplicação da pena de ressarcimento aos cofres públicos independe
da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.
Comentário: O quesito está errado, pois a pena de ressarcimento aos
cofres públicos apenas pode ser aplicada quando houver dano ao erário, nos
termos do art. 12 da Lei 8.429/92:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9° [enriquecimento ilícito], perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10 [prejuízo ao erário], ressarcimento integral do dano, perda
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito
anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11 [ofensa aos princípios da Administração Pública],
ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Gabarito: Errado
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*****
Enfim, chegamos ao final da parte teórica. Para consolidar, vamos
resolver mais algumas questões!
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QUESTÕES DE PROVA
Lembrando que tal dispositivo foi revogado pela MP 703/2015, a qual está
sendo objeto de grande discussão no mundo jurídico, mas ainda está em vigor.
Assim, se fosse hoje, o gabarito seria certo.
d) Errada, pois como já decidido pelo STF, as ações de improbidade
administrativa são processadas e julgadas perante o Juízo de 1º grau, mesmo
que ajuizada contra agentes políticos. Nesse sentido:
“(...) Esta Suprema Corte tem advertido que, tratando-se de ação civil por
improbidade administrativa (Lei 8.429/92) mostra-se irrelevante, para efeito de
definição originária dos Tribunais, que se cuide de ocupante de cargo público ou de
titular de mandato eletivo ainda no exercício das respectivas funções, pois a ação
civil em questão deverá ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau.
Precedentes” (STF – Ag. In. 506.323-PR).
e) Errada. A Lei assim dispõe sobre prescrição:
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão
ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares
puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo
efetivo ou emprego.
d) O administrador público que atrasa a entrega das contas públicas pratica ato de
improbidade, independentemente da existência de dolo na espécie.
e) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público estará sujeito, até o
limite da lesão, às cominações da Lei de Improbidade Administrativa.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. Tal conduta constitui ato de improbidade administrativa que
importa enriquecimento ilícito, nos termos do art. 9º, VIII da Lei 8.429/92:
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:
(...)
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de
ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público, durante a atividade;
b) ERRADA. Além de ser apresentada por ocasião da posse e na data em
que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função
pública, a declaração de bens também deverá ser atualizada anualmente, nos
termos do art. 13, §2º da Lei 8.429/92:
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de
declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser
arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente
público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
c) ERRADA. A caraterização de ato de improbidade administrativa
independe da efetiva ocorrência de lesão ao erário ou de obtenção de vantagem
pessoal por parte do agente. Basta, por exemplo, que haja violação a algum
princípio da Administração Pública.
d) ERRADA. O administrador público que deixa de prestar contas quando
está obrigado a fazê-lo pratica ato de improbidade que atenta contra os
princípios da Administração Pública, nos termos do art. 11, VI da Lei 8.429/92:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
(...)
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
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d) ERRADA. Tal pessoa é sim considerada agente público para fins da Lei
de Improbidade Administrativa. Afinal, “entidade para cuja criação o erário haja
concorrido com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual”
é um sujeito passivo dos atos de improbidade, nos termos do art. 1º da Lei
8.429/92; e, como sujeito ativo, a lei coloca qualquer pessoa que exerça emprego
nas entidades consideradas sujeitos passivos, ainda que transitoriamente e sem
remuneração, nos termos do art. 2º da Lei 8.429/92:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada
ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da
receita anual, serão punidos na forma desta lei.
(...)
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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
22. (Cespe – TCDF 2014) Servidor público que omitir ou negar a publicidade de
qualquer ato oficial incorre em improbidade administrativa.
Comentário: Segundo o art. 11, inciso IV da Lei 8.429/92, constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração
Pública (no caso, o princípio da publicidade), “negar publicidade aos atos
oficiais”. Não obstante, o quesito está errado, pois fala em “qualquer” ato oficial
e, como é sabido, os documentos sigilosos devem ter a publicidade resguardada
pelo agente público. Em outras palavras, negar a publicidade a documentos
sigilosos não constitui ato de improbidade administrativa.
Gabarito: Errado
23. (Cespe – TCDF 2014) Considere que José tenha representado contra um
servidor público por ato de improbidade mesmo sabendo ser ele inocente. Nesse caso,
além da sanção penal, José estará sujeito a indenizar o referido servidor pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Comentário: O quesito está correto, nos termos do art. 19 da Lei 8.429/92:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Gabarito: Certo
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24. (Cespe – TCE/AC – 2009) O Poder Judiciário, quando atua em caso que envolva
improbidade administrativa, possui a competência para requerer inspeção e auditoria
aos tribunais de contas, responsáveis pela verificação da legalidade da gestão
governamental.
Comentário: A questão está errada, pois os Tribunais Contas apenas
realizam auditoria ou inspeção por iniciativa própria ou por solicitação do Poder
Legislativo. Assim, o Poder Judiciário, mesmo quando atua em caso que envolva
improbidade administrativa, não possui competência para requerer que os TCs
realizem fiscalização.
Gabarito: Errado
26. (Cespe – TCDF 2002) A aplicação das sanções definidas em lei para a prática de
ato de improbidade, consistente na realização de despesa não autorizada na lei
orçamentária, está condicionada à apuração de efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público e à rejeição das contas pelo TCDF — isto na hipótese de o gestor
estar sujeito à apresentação de contas e ao respectivo julgamento destas por aquela
Corte.
Comentário: A realização de despesa não autorizada na lei orçamentária
enquadra-se na categoria de atos de improbidade administrativa que causam
prejuízo ao erário (art. 10, IX). Porém, a aplicação das sanções definidas na Lei de
Improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público
(salvo quanto à pena de ressarcimento), assim como da aprovação ou rejeição
das contas pelo Tribunal de Contas (art. 21, I e II), daí o erro do quesito.
Gabarito: Errado
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27. (Cespe – TRF 1ª Região – Juiz 2011) Quando for exarada decisão do tribunal de
contas reconhecendo a legitimidade do ato administrativo, este não poderá ser objeto
de impugnação em ação de improbidade, restando inviabilizado, em tal hipótese, o
controle do Poder Judiciário.
Comentário: O quesito está errado, pois a aplicação, pelo Poder Judiciário,
das sanções definidas na Lei de Improbidade independe da aprovação ou
rejeição das contas pelo Tribunal de Contas (art. 21, II).
Gabarito: Errado
28. (Cespe – TCDF 2012) Durante a instrução processual, o agente público poderá
ser afastado do seu cargo mediante determinação de autoridade administrativa
competente.
Comentário: O quesito está correto, nos termos do art. 20, parágrafo único
da Lei 8.429/92:
Art. 20 (...)
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução
processual.
Gabarito: Certo
30. (ESAF – STN 2013) Determinado reitor de uma Universidade Federal laborou na
assinatura de contrato que posteriormente foi considerado pelo Ministério Público
Federal como o início de um esquema delituoso.
Em ação judicial específica, foi deferida a indisponibilidade dos bens do referido reitor.
Acerca do caso concreto acima narrado, e tendo em mente a jurisprudência do STJ a
respeito do tema, analise as assertivas abaixo classificando-as como verdadeiras(V) ou
falsas(F). Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta.
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32. (Cespe – DPU 2015) O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade
administrativa constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.
Comentário: O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade
administrativa constante na Lei de Improbidade não é taxativo, mas meramente
exemplificativo. Observe a palavra “notadamente” no caput dos artigos 9º, 10 e
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Bons estudos!
Erick Alves
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RESUMÃO DA AULA
Agente público, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Inclui agentes políticos.
Sujeitos
Terceiro, que induza ou concorra para a prática de ato de improbidade (deve haver
ativos
participação de agente público).
Sanções:
Natureza administrativa, civil e política.
o Administrativa: perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público;
o Civil: indisponibilidade de bens, ressarcimento ao erário, multa civil;
o Política: suspensão dos direitos políticos.
NÃO PREVÊ SANÇÕES PENAIS (exceto àquele que apresenta denúncia sabidamente infundada).
Independe da ocorrência de dano ao erário (exceto quanto à pena de ressarcimento) ou da aprovação ou
rejeição das contas pelo Tribunal de Contas.
Exige comprovação de dolo (enriquecimento ilícito e violação dos princípios) e dolo ou culpa (prejuízo ao
erário).
Declaração de bens: obrigatória para a posse ou exercício. Quem deixar de entregar ou falsificar fica sujeito
à pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Prescrição:
Cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei
específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público.
Cinco anos contados da data da prestação de contas, no caso de entidades privadas beneficiárias de
recursos públicos ou de cujo patrimônio ou receita anual o Poder Público contribua com menos de 50%.
Ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.
Que causam prejuízo ao erário: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
Atos de haveres de órgão ou entidade pública. Exemplos:
improbidade
administrativa o Permitir ou concorrer que se utilize bens ou dinheiro público sem observar a lei;
aquisição de bens pela Adm. Pública fora das condições de mercado; frustrar a licitude
de licitação; realizar despesa pública de forma irregular.
Que atentam contra os princípios da Administração Pública: qualquer ação ou omissão que
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, bem
como outros princípios da Adm. Pública. Exemplos:
o Praticar ato visando fim proibido ou diverso daquele previsto em lei; revelar
informação sigilosa; deixar de prestar contas; frustrar a licitude de concurso público.
Proibição de contratar
Por 10 anos Por 5 anos Por 3 anos
com o Poder Público
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JURISPRUDÊNCIA
8.492/92, em seu art. 12, estabelece que "Independentemente das sanções penais,
civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo
ato de improbidade sujeito" [...] a penas como suspensão dos direitos políticos,
perda da função pública, indisponibilidade de bens e obrigação de ressarcir o erário
e denota que o ato improbo pode adentrar na seara criminal a resultar reprimenda
dessa natureza. 5. O bis in idem não está configurado, pois a sanção
criminal, subjacente ao art. 1º do Decreto-Lei n. 201/67, não repercute na
órbita das sanções civis e políticas relativas à Lei de Improbidade
Administrativa, de modo que são independentes entre si e demandam o
ajuizamento de ações cuja competência é distinta, seja em decorrência da
matéria (criminal e civil), seja por conta do grau de hierarquia (Tribunal de
Justiça e juízo singular) (...)7. Deveras, o julgado do STF em comento trata da
responsabilidade especial de agentes políticos, definida na Lei n. 1.079/50, mas faz
referência exclusiva aos Ministros de Estado e a competência para processá-los pela
prática de crimes de responsabilidade. Ademais, prefeito não está elencado no
rol das autoridades que o referido diploma designa como agentes políticos.
4. (Cespe – TCU 2008) Sílvio, empresário, concorreu para a prática de ato de improbidade,
enriquecendo ilicitamente. Nesse caso, mesmo não sendo agente público, será atingido pelas
disposições da Lei de Improbidade. Assim, após sua morte, seus sucessores estarão sujeitos
às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da herança.
6. (Cespe – TCU 2009) Caio, servidor público federal estável há mais de 10 anos, ocupante
do cargo de analista judiciário de determinado tribunal, está sendo acusado pelo Ministério
Público Federal de ter praticado ato de improbidade administrativa, nos termos da Lei n.º
8.429/1990. O referido tribunal, para apurar a prática de ilícito administrativo, resolveu instaurar
processo disciplinar. Acerca dessa situação hipotética e do que dispõe a Lei n.º 8.112/1990,
julgue o item seguinte: no caso narrado, a autoridade instauradora do processo disciplinar,
como medida cautelar e a fim de evitar qualquer influência na apuração da irregularidade,
poderá determinar o afastamento preventivo de Caio do exercício do cargo, pelo prazo
improrrogável de sessenta dias, não recebendo este, nesse período, qualquer remuneração
dos cofres públicos.
8. (Cespe – MDIC 2014) Se, após uma operação da Polícia Federal, empreendida para
desarticular uma quadrilha que agia em órgãos públicos, o Ministério Público Federal ajuizar
ação de improbidade administrativa contra determinado servidor, devido a irregularidades
cometidas no exercício da sua função, mesmo que esse servidor colabore com as
investigações, será vedado o acordo ou a transação judicial.
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9. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que um servidor doe para uma biblioteca comunitária
uma série de livros da repartição pública na qual ele trabalha. Nesse caso, mesmo sem
observar as formalidades legais, o servidor não incorre em improbidade administrativa uma vez
que os livros destinam-se a fins educativos e assistenciais.
10. (Cespe – TCE/BA – Procurador 2010) Atos de improbidade administrativa são os que
geram enriquecimento ilícito ao agente público ou causam prejuízo material à administração
pública. Quem pratica esses atos pode ser punido com sanções de natureza civil e política —
mas não penal — como o ressarcimento ao erário, a indisponibilidade dos bens e a perda da
função pública.
11. (Cespe – TCE/BA – Procurador 2010) A configuração do ato de improbidade que viola
princípios administrativos independe da ocorrência de dano ou lesão ao erário público.
12. (Cespe – TCDF 2012) De acordo com a referida lei [de improbidade administrativa], a
aplicação da pena de ressarcimento aos cofres públicos independe da efetiva ocorrência de
dano ao patrimônio público.
15. (Cespe – MPTCE/PB 2014) Com relação à ação de improbidade administrativa e à ação
civil pública, assinale a opção correta.
a) Inexiste foro por prerrogativa nas ações de improbidade administrativa, de modo que essas
ações deverão ser processadas perante o juízo de primeira instância, mesmo quando
ajuizadas contra ministro do STF.
b) O particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie, direta ou indiretamente, pode figurar, sozinho, no polo passivo de ação de
improbidade administrativa.
c) Ainda que a lei de ação civil preveja a legitimidade do MP para a proposição de ação
principal e de ação cautelar, esse órgão não tem legitimidade para promover ação civil pública
cuja causa de pedir seja a ilegalidade de reajustes de mensalidades escolares.
d) Tanto a ação civil pública quanto a ação de improbidade administrativa pressupõem a
impossibilidade de transação.
e) A aplicação das sanções previstas na lei de improbidade prescinde da efetiva ocorrência do
dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, e da aprovação ou rejeição
das contas pelo tribunal ou conselho de contas.
b) Suponha que Gustavo, que não é servidor público, seja coréu em uma ação civil pública que
apure ato de improbidade administrativa. Nessa situação, conforme entendimento do STJ,
como a lei não prevê prazo de prescrição para aqueles que não ocupam cargo ou função
pública, a ação será considerada imprescritível.
c) De acordo com a lei de regência, não há previsão legal para que o TCU venha a designar
um representante para acompanhar procedimento administrativo que vise apurar fatos que
possam fundamentar uma tomada de contas especial.
d) Servidor público estadual que, notificado para apresentar a declaração anual de bens,
recusar-se-á apresentá-la, dentro do prazo especificado, será punido com a pena de demissão,
conforme previsto na lei de regência.
e) Pessoas jurídicas de direito público, mesmo que interessadas, não têm legitimidade ativa
para propor ação civil pública de improbidade administrativa.
20. (Cespe – MPE/AC 2014) No que se refere à Lei de Improbidade Administrativa, assinale
a opção correta.
a) Para os efeitos dessa lei, aquele que exerce, ainda que transitoriamente, desde que de
forma remunerada, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta é considerado
agente público.
b) De acordo com entendimento pacificado no STJ, os agentes políticos submetem-se aos
preceitos dessa lei.
c) Consoante jurisprudência do STJ, é vedada a cumulação de pedidos condenatório e
ressarcitório em sede de ação por improbidade administrativa.
d) Para os efeitos dessa lei, não se reputa agente público aquele que exerça, por contratação,
emprego em entidade para cuja criação o erário haja concorrido com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual.
e) Segundo entendimento do STJ, seria compatível com a CF eventual preceito normativo
infraconstitucional que impusesse imunidade aos agentes políticos no que se refere à aplicação
dos preceitos da referida lei.
22. (Cespe – TCDF 2014) Servidor público que omitir ou negar a publicidade de qualquer ato
oficial incorre em improbidade administrativa.
23. (Cespe – TCDF 2014) Considere que José tenha representado contra um servidor
público por ato de improbidade mesmo sabendo ser ele inocente. Nesse caso, além da sanção
penal, José estará sujeito a indenizar o referido servidor pelos danos materiais, morais ou à
imagem que houver provocado.
24. (Cespe – TCE/AC – 2009) O Poder Judiciário, quando atua em caso que envolva
improbidade administrativa, possui a competência para requerer inspeção e auditoria aos
tribunais de contas, responsáveis pela verificação da legalidade da gestão governamental.
26. (Cespe – TCDF 2002) A aplicação das sanções definidas em lei para a prática de ato de
improbidade, consistente na realização de despesa não autorizada na lei orçamentária, está
condicionada à apuração de efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público e à rejeição das
contas pelo TCDF — isto na hipótese de o gestor estar sujeito à apresentação de contas e ao
respectivo julgamento destas por aquela Corte.
27. (Cespe – TRF 1ª Região – Juiz 2011) Quando for exarada decisão do tribunal de contas
reconhecendo a legitimidade do ato administrativo, este não poderá ser objeto de impugnação
em ação de improbidade, restando inviabilizado, em tal hipótese, o controle do Poder
Judiciário.
28. (Cespe – TCDF 2012) Durante a instrução processual, o agente público poderá ser
afastado do seu cargo mediante determinação de autoridade administrativa competente.
Noções de Direito Administrativo p/ Agente PRF 2016
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 12
29. (Cespe – TCDF 2012) Apenas a autoridade administrativa competente poderá instaurar
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sendo vedada a
representação da autoridade para que ocorra a instauração da investigação.
30. (ESAF – STN 2013) Determinado reitor de uma Universidade Federal laborou na
assinatura de contrato que posteriormente foi considerado pelo Ministério Público Federal
como o início de um esquema delituoso.
Em ação judicial específica, foi deferida a indisponibilidade dos bens do referido reitor.
Acerca do caso concreto acima narrado, e tendo em mente a jurisprudência do STJ a respeito
do tema, analise as assertivas abaixo classificando-as como verdadeiras(V) ou falsas(F). Ao
final, assinale a opção que contenha a sequência correta.
( ) A medida constritiva de indisponibilidade de bens pela Lei n. 8.429/92 deve observar, no
mínimo, a data de vigência da referida Lei.
( ) A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de atos de
improbidade administrativa deve limitar-se aos bens necessários ao ressarcimento integral do
dano, somente sendo passíveis de constrição os bens adquiridos posteriormente ao fato
ímprobo.
( ) A possibilidade de indisponibilidade de bens está condicionada à prévia manifestação dos
réus.
( ) A natureza jurídica da indisponibilidade de bens prevista na Lei de Improbidade
Administrativa é manifestamente acautelatória, pois visa assegurar o resultado prático de
eventual ressarcimento ao erário causado pelo ato ímprobo.
a) F, F, V, V
b) V, V, F, V
c) F, F, V, F
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V
32. (Cespe – DPU 2015) O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade
administrativa constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.
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GABARITO
2) E 3) C 4) C 5) E
1) E
7) E 8) C 9) E 10) E
6) E
12) E 13) d 14) b 15) e
11) C
17) d 18) a 19) d 20) b
16) d
22) E 23) C 24) E 25) E
21) c
27) E 28) C 29) E 30) e
26) E
32) E
31) e
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 22ª ed. Rio de Janeiro: Método, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Gajardoni, F. F. Cruz, L. P. F. et al. Comentários à lei de improbidade administrativa. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.
Pazzaglini Filho, M. Lei de improbidade administrativa comentada. 2ª ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2005.