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Livro Eletrônico

Aula 09

Noções de Direito Administrativo p/ PC-DF (Agente) Com Videoaulas -


2019
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
Aula 09

1 Improbidade administrativa ........................................................................................ 2


1.1 Noções gerais e previsão constitucional ................................................................................. 2
1.2 Espécies de atos de improbidade administrativa .................................................................... 8
1.3 Sanções cabíveis .................................................................................................................... 15
1.4 Declaração de bens e valores ................................................................................................ 18
1.5 Representação ....................................................................................................................... 19
1.6 Ação de improbidade ............................................................................................................ 19
1.7 Competência .......................................................................................................................... 21
1.8 Prescrição .............................................................................................................................. 22
2 Questões para fixação ........................ ............................................................. 28
3 Questões comentadas na aula................................................................................... 65
4 Gabarito .................................................................................................................... 81
5 Referências ............................................................................................................... 81

Olá pessoal, tudo bem?


Essa é a última aula do nosso curso  e vamos estudar o seguinte tema:

4 Lei nº 8.429/1992 (sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de


enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da
administração pública direta, indireta ou fundacional).

Espero que gostem!


Aos estudos, aproveitem!

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1 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

1.1 NOÇÕES GERAIS E PREVISÃO CONSTITUCIONAL

A Constituição Federal deu importância relevante à moralidade administrativa, incluindo-a como


princípio constitucional previsto no art. 37, caput, do Texto Maior. Com efeito, a exigência de uma
atuação moral se relaciona com o dever de probidade, ética e honestidade da Administração
Pública.
Nesse sentido, a Constituição da República se referiu à improbidade administrativa como forma de
violação à moralidade administrativa, incluindo diversos dispositivos sobre o tema. No art. 15, V, a
improbidade administrativa é tratada como forma de suspensão dos direitos políticos:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

O art. 85, V, dispõe que são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra a probidade na administração;
enquanto o art. 14, § 9º, trata a proteção da probidade administrativa como um dos parâmetros
para definição dos casos de inelegibilidade.
Todavia, o dispositivo de importância maior é o § 4º do art. 37 da Constituição, que estabelece a
base para a responsabilização dos atos de improbidade administrativa:
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.

Uma vez que se insere no texto constitucional, essa norma alcança a administração pública direta e
indireta, de qualquer dos Poderes, de todos entes da Federação. Por conseguinte, foi editada a Lei
8.429/1992, norma de caráter nacional, alcançando, portanto, todos os entes da Federação
(União, estados, Distrito Federal e municípios).
Nesse contexto, a Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa LIA) define os sujeitos
ativo e passivo do ato de improbidade (arts. 1º ao 3º); o próprio ato de improbidade, ainda que
não o faça de maneira tão clara (arts. 9ª ao 11º); as sanções cabíveis (art. 12); e as normas da ação
judicial em decorrência da prática do ato de improbidade (art. 17).
Com efeito, apesar de mencionarmos a relação entre a probidade administrativa e a moralidade,
os casos considerados como atos de improbidade administrativa são muito mais amplos. Segundo
Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
Comparando a moralidade com a probidade, pode-se afirmar que, como princípios, significam praticamente a mesma
coisa, embora algumas leis façam referência às duas separadamente [...].
No entanto, quando se fala em improbidade como ato ilícito, como infração sancionada pelo ordenamento jurídico, deixa
de haver sinonímia entre as expressões improbidade e imoralidade, porque aquela tem um sentido muito mais amplo e
muito mais preciso, que abrange não só atos desonestos ou imorais, mas também e principalmente ilegais.

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Portanto, a improbidade envolve não somente os atos imorais e desonestos, mas também os atos
ilegais em sentido estrito, ou seja, aqueles que confrontam leis, regulamentos ou outros atos
normativos.
Dessa forma, a Lei de Improbidade Administrativa (LIA) estabeleceu inúmeras hipóteses de atos de
improbidade, sendo que a violação à moralidade administrativa é apenas uma delas. Nesse
contexto, a Lei 8.429/1992 estabeleceu quatro tipos de atos considerados como de improbidade
administrativa: (a) os que importam enriquecimento ilícito (art. 9º); (b) os que causam prejuízo ao
erário (art. 10); (c) os decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou
tributário (art. 10-A); (d) os que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).
A partir daí, vamos começar a analisar todos os aspectos da Lei 8.429/19921.

1.1.1 Sujeito passivo do ato de improbidade

Os sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa são todas as entidades que podem ser
atingidas por atos dessa natureza, ou seja, são as entidades contra as quais os atos de improbidade
administrativa podem ser praticados.

De acordo com o art. 1º da Lei 8.429/1992, os atos de improbidade administrativa podem ser
praticados contra (sujeitos passivos):
a) a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
b) empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da
receita anual;
c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Portanto, os sujeitos passivos abrangem todas as pessoas políticas (União, estados, Distrito Federal
e municípios); os órgãos dos três Poderes (incluindo o Tribunal de Contas e o Ministério Público);
as administrações direta e indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista); as empresas que, mesmo não pertencendo ao Poder Público,
estão sob controle deste no caso em que o erário concorreu com mais de 50% do patrimônio ou
da receita anual2 ; entidades que não pertencem à Administração Pública, mas que recebam

1
N à à à à à L à à à à à à à à à à à à à
especificar a lei, considere que estamos falando da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa).
2
Segundo a Pro. Maria Di Pietro, trata- à à à à à à à à à à à D àP à à à
910).

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algum tipo de subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, ou então
aquelas em cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, nos quais a sanção patrimonial limitar-se-á à repercussão do ilícito
sobre a contribuição dos cofres públicos.
Apenas esclarecendo um pouco mais, no último tipo de sujeito passivo dos atos de improbidade
administrativa mencionado acima, estão as entidades privadas em relação às quais o Estado exerce
a função de fomento, concedendo algum tipo de subsídio, benefício ou incentivo ou que ainda
tenha contribuído com a criação ou custeio, com menos de 50%. Podemos mencionar como
exemplos os serviços sociais autônomos (Sesi, Senai, Sesc, etc.), as organizações sociais, as
organizações da sociedade civil de interesse público e qualquer outro tipo de entidade criada ou
mantida com recursos públicos3. Nesse caso, a Lei limita a sanção patrimonial à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Aquilo que exceder às contribuições do erário,
deverá ser pleiteado por outra via que não a ação de improbidade.

1.1.2 Sujeito ativo do ato de improbidade


O sujeito ativo é representado pelas pessoas que podem praticar os atos de improbidade
administrativa e, por consequência, sofrer as devidas sanções previstas na Lei 8.429/1992. Nesse
contexto, existem dois tipos de sujeitos ativos dos atos de improbidade:

a) os agentes públicos (art. 2º);


b) os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática
do ato de improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou
indireta (art. 3º).

Em primeiro lugar, devemos destacar que a Lei de Improbidade Administrativa permite a aplicação
de sanções a pessoas que não sejam agentes públicos. No entanto, não é possível que o terceiro
atue isoladamente. Em outras palavras, uma pessoa que não seja agente público somente
cometerá atos de improbidade administrativa quando se observar alguma relação com agentes
públicos. Nesse caso, a Lei 8.429/1992 apresenta três tipos de relação:
a) quando a pessoa induz um agente a praticar ato de improbidade administrativa;
b) quando pratica o ato juntamente com o agente público, ou seja, quando concorre para o ato;
e
c) quando a pessoa se beneficia de um ato de improbidade praticado por um agente público.

Em regra, a Lei de Improbidade busca sancionar as condutas praticadas por pessoas


físicas. Contudo, a despeito da divergência doutrinária sobre o tema, o STJ admite que

3
Di Pietro, 2014, p. 910-911.

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pessoas jurídicas sejam responsabilizadas, desde que tenham se beneficiado ou


participado dos atos de improbidade administrativa (REsp 1.122.177/MT).
Com efeito, as pessoas jurídicas podem responder em ação de improbidade, ainda que
desacompanhadas de seus sócios, ou seja, uma empresa pode ser ré da ação de
improbidade, mesmo que seus sócios não figurem no polo passivo dessa demanda (REsp
970.393/CE).
Entretanto, a pessoa jurídica não se submete, por incompatibilidade com a sua
natureza, às sanções de perda da função pública e de suspensão dos direitos políticos.
Por outro lado, as empresas poderão sofrer as sanções de ressarcimento integral do
dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, pagamento de
multa civil e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, nos termos e limites do art. 12 da LIA (REsp
1.038.762/RJ).
Em resumo, os terceiros, para fins da Lei de Improbidade, podem ser pessoas físicas ou
jurídicas.

Por outro lado, o conceito de agente público da Lei 8.429/1992 é amplo, abrangendo todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas que podem ser enquadrados como sujeito ativo dos atos de
improbidade administrativa (art. 2º).

transitoriamente ou sem remuneração

Agentes públicos (em por eleição, nomeção, designação, contratação ou qualquer


sentido amplo), ainda que: forma de investidura ou vínculo

mandato, cargo, emprego ou função


Sujeitos ativos do ato
de improbidade
administrativa
Induzam

Terceiros que: Concorram

Beneficiem-se

Apesar da abrangência do conceito de agente público, já houve muita discussão em relação à


aplicação das sanções por improbidade administrativa aos agentes políticos que respondem por
crime de responsabilidade (Presidente da República; Ministros de Estado; Procurador-Geral da
República; Ministros do STF; Governadores; Secretários de Estado).
No âmbito do Superior Tribunal de Justiça, sempre foi comum aceitar a aplicação conjunta da
responsabilização prevista na Lei 8.429/1992 e da Lei 1.079/1950, ressalvando-se o Presidente da
República, que somente responderia por crime de responsabilidade. Portanto, segundo o STJ, um

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agente político pode responder simultaneamente por crime de responsabilidade e por


improbidade administrativa, salvo o Presidente da República.
O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, chegou a declarar, em 2007, que os agentes políticos
passíveis de responder por crime de responsabilidade à à à à à à àI à à à
Constituição Federal, e na Lei 1.079/1950, não se sujeitariam às disposições da Lei 8.429/1992.4 O
caso tratava especificamente da responsabilidade de um Ministro de Estado. No entanto, algumas
decisões posteriores do STF indicavam uma superação deste posicionamento.
Finalmente, em 2018, o STF pacificou o assunto ao concluir que os agentes políticos, com exceção
do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que
se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à
responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade.5
Dessa forma, podemos concluir atualmente que a Lei de Improbidade aplica-se aos agentes
políticos, independentemente da responsabilidade política por crime de responsabilidade. A única
exceção trata do Presidente da República, uma vez que tal autoridade possui rito específico para
fins de responsabilização, consoante determina a Constituição Federal.

1.1.3 Natureza da ação de improbidade administrativa e cumulação de instâncias

De acordo com o art. 37, §4º da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa
importarão: (a) a suspensão dos direitos políticos; (b) a perda da função pública; (c) a
à à à à à à à à à sem prejuízo da ação penal cabível à
Adicionalmente, a Lei 8.429/1992 apresentou outras penalidades, que serão discutidas a seguir.
Portanto, a natureza da ação não é penal. Claro que se a conduta for tipificada como crime, não
haverá prejuízo de interpor ação própria buscando a aplicação das sanções penais. Nesse caso,
teremos duas ações distintas, uma de improbidade administrativa e outra de natureza penal.
Nesse contexto, devemos destacar que existem três esferas independentes: penal, civil e
administrativa. Essas esferas são, em regra, independentes, ou seja, é possível que uma pessoa
seja absolvida em uma, e não na outra. Também é possível que alguém seja sancionado nas três
esferas, ou em apenas duas.

A regra é a independência das instâncias penal, civil e administrativa, motivo pelo qual uma pessoa
poderá sofrer ações nas três esferas. Todavia, a ação penal, que possui um procedimento mais
solene, poderá interferir nas demais instâncias da seguinte forma6:
a) a condenação criminal, invariavelmente, acarreta a condenação nas esferas civil e
administrativa;

4
Informativo 471 do STF; veja também a Rcl 2.138/DF.
5
Pet 3240 AgR/DF, 10/5/2018.
6
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 898-899.

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b) a absolvição na esfera penal estende-se às outras instâncias exclusivamente quando fundada


na inexistência do fato ou na ausência de autoria.

Assim, um agente público poderá, na mesma conduta, cometer um crime previsto no Código Penal
(esfera penal); ser responsabilizado civilmente pelo dano causado ao erário (esfera civil); e ser
punido com pena de demissão do serviço público (esfera administrativa).
Quanto à natureza da ação de improbidade, alguns doutrinadores a consideram como de natureza
civil. Todavia, a Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o ato de improbidade
administrativa caracteriza um ilícito de natureza civil e política, uma vez que pode implicar a
suspensão dos direitos políticos, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
Com efeito, devemos notar que as sanções por atos de improbidade não são aplicadas na esfera
administrativa. Vale dizer: as sanções são aplicadas no âmbito judicial, em processo próprio,
instaurado por iniciativa do Ministério Público ou da pessoa jurídica atingida pelo ato.
Dessa forma, ainda que a sanção possa ter repercussão na esfera administrativa (como ocorre com
a perda da função pública, com a proibição de contratar com o Poder Público e com a proibição de
receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios), a sanção em si é aplicada no âmbito
judicial.
I à à à à à à à à à à à à à à obidade
administrativa não geram sanções penais, sendo necessário, para tanto, a interposição de ação
própria.

(Cespe - Proc/TC DF/2013) O ato de improbidade, que, em si, não constitui crime,
caracteriza-se como um ilícito de natureza civil e política.
Comentário: o art. 37, §4º, da LIA determina que as penalidades decorrentes dos atos de
à à à à à à à à à à à
Portanto, a ação e suas penalidades não possuem natureza penal.
De acordo com Maria Di Pietro, o ato de improbidade administrativa caracteriza um ilícito de
natureza civil e política, uma vez que pode implicar a suspensão dos direitos políticos, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. Dessa forma, o item está correto.
Gabarito: correto.
(Cespe - AnaTA/MJ/2013) Um ato de improbidade administrativa praticado por servidor
público não pode ser simultaneamente enquadrado como um ilícito administrativo, o que
exime a autoridade competente de instaurar qualquer procedimento para apuração de
responsabilidade de natureza disciplinar.
Comentário: as instâncias são independentes. Logo, um ato de improbidade administrativa
também poderá ser enquadrado nas esferas administrativa e penal. Por exemplo, um
servidor público federal que dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei
poderá ser responsabilizado na esfera penal (Lei 8.666/1993, art. 89); na esfera

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administrativa (Lei 8.112/1990, art. 132, I e IV); e por ato de improbidade administrativa
esfera civil (Lei 8.429/1992, art. 10, VIII).
Logo, o servidor público poderá ser enquadrado simultaneamente pelo ilícito administrativo.
Gabarito: errado.
(Cespe - AnaTA/MJ/2013) A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a qualquer agente
público que seja servidor estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito público, não
abrangendo os empregados públicos vinculados à administração indireta.
Comentário: a Lei 8.429/1992 abrangem todas as pessoas políticas (União, estados, Distrito
Federal e municípios); os órgãos dos três Poderes (incluindo o Tribunal de Contas e o
Ministério Público); as administrações direta e indireta (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista); as empresas que, mesmo não
pertencendo ao Poder Público, estão sob controle deste no caso em que o erário concorreu
com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual ; entidades que não pertencem à
Administração Pública, mas que recebam algum tipo de subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de órgão público, ou então aquelas em cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, nos
quais a sanção patrimonial limitar-se-á à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos
cofres públicos.
Com efeito, o art. 2º estabelece o seguinte:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
Dessa forma, o conceito é amplo, abrangendo quase todos os tipos de agentes públicos. A Lei
também abrange toda a administração direta e indireta, as entidades controladas e aquelas
que recebam recursos para fomento.
Gabarito: errado.

1.2 ESPÉCIES DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A Lei 8.429/1992 classifica os atos de improbidade administrativa em quatro grandes grupos.

Os arts. 9º, 10, 10-A e 11 estabelecem os grupos de atos de improbidade, dividindo-os em atos
que:
a) importam enriquecimento ilícito (art. 9º);
b) causam prejuízo ao erário (art. 10);

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c) concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A);


d) atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

A partir do enquadramento do ato em um desses grupos, serão aplicadas as penalidades


previstas no art. 12 da Lei. Nesse caso, há uma verdadeira hierarquia das sanções, sendo que as
penalidades mais rigorosas se aplicam aos atos que importam enriquecimento ilícito, e as penas
mais brandas aos que atentam contra os princípios da Administração Pública.
Além disso, a Lei estabelece, para cada um desses grupos, uma rápida definição e, em seguida, lista
alguns exemplos de atos que neles poderiam ser enquadrados. Nesse contexto, após a definição,
à à à à à à à à e notadamente à D à à à à
que o rol de condutas previstas em cada um dos artigos que estabelecem os atos de improbidade
administrativa é apenas exemplificativo, podendo existir casos que não constem expressamente
nesses dispositivos, mas igualmente possam ser considerados como improbidades.
Agora, vamos analisar as condutas enquadráveis em cada um desses grupos.

1.2.1 Atos que importam enriquecimento ilícito

De acordo com o art. 9º da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa


importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razão do exercício de cargo, mandat à à à à à à à à
pela Lei e, notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.
1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura
ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a

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qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;


VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública,
bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do
agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de
ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Essas são as condutas mais graves e, por conseguinte, receberão as penalidades mais gravosas.

1.2.2 Atos que causam lesão ao erário


Consoante o art. 10 da LIA, constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades abrangidas pela Lei, e
notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de


pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte
delas, por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar

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garantia insuficiente ou inidônea;


VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-lo indevidamente;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
XIV celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei;
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem
a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular.

Esses são os casos intermediários, que geram penas de nível médio, conforme escalonamento
prevista na Lei de Improbidade Administrativa.
Com efeito, o art. 10 foi claro em mencionar que este grupo alcança qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa. A doutrina e a jurisprudência consideram que é necessário demonstrar a

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existência do elemento subjetivo do ato, ou seja, o dolo ou a culpa. O dolo ocorre quando o agente
possui a intenção de praticar a conduta prevista na lei; por outro lado, a culpa ocorre quando ele
atua com negligência, imprudência ou imperícia.
No caso dos atos de improbidade administrativa, só se admite conduta culposa naqueles que
causam lesão ao erário; enquanto, nos outros casos (os que importam enriquecimento ilícito, os
que atentam contra os princípios da Administração Pública e os que concedem benefício financeiro
ou tributário irregular) só admitem conduta dolosa. O dolo, no entanto, conforme entendimento
do STJ, não precisa ter finalidade específica (dolo específico), basta o dolo genérico7.
Nesse sentido, vale transcrever o trecho da ementa do REsp 805.080/SP, que mostra-se bastante
esclarecedor8:
7. A configuração de qualquer ato de improbidade administrativa exige a presença do elemento subjetivo na conduta do
agente público, pois não é admitida a responsabilidade objetiva em face do atual sistema jurídico brasileiro,
principalmente considerando a gravidade das sanções contidas na Lei de Improbidade Administrativa. Portanto, é
indispensável a presença de conduta dolosa ou culposa do agente público ao praticar o ato de improbidade
administrativa, especialmente pelo tipo previsto no art. 11 da Lei 8.429/92, especificamente por lesão aos princípios da
Administração Pública, que admite manifesta amplitude em sua aplicação. Por outro lado, é importante ressaltar que a
forma culposa somente é admitida no ato de improbidade administrativa relacionado à lesão ao erário (art. 10 da LIA),
não sendo aplicável aos demais tipos (arts. 9º e 11 da LIA). (REsp 805080/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 06/08/2009)

Assim, antes de partirmos para o próximo grupo, vamos apresentar um pequeno resumo:

Tipo de ato de improbidade Elemento subjetivo

Atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º) Dolo

Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) Dolo ou culpa

Concessão de benefício financeiro ou tributário irregular (art. 10-A) Dolo

Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11). Dolo

1.2.3 Atos decorrentes da concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou


tributário

Esse tipo de ato de improbidade foi incluído por meio da Lei Complementar 157/2016.
Certamente, o objetivo do legislador foi atuar contra a guerra fiscal entre os municípios e a

7
REsp 951389/SC.
8
REsp 805.080/SP.

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corrupção de prefeitos que concediam indevidamente isenções ou benefícios fiscais ou tributários,


diminuindo significativamente a arrecadação municipal em benefício de poucas empresas.
Anota-se, por oportuno, que a Lei 8.429/1992 é uma lei ordinária, ao passo que a matéria foi
incluída no art. 10-A mediante a edição de uma lei complementar. Não há qualquer problema
nisso, o legislador apenas aproveitou a legislação que estava alterando a Lei Complementar
116/2003, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, para também
alternar a Lei 8.429/1992. No entanto, a norma insculpida no art. 10-A é apenas formalmente lei
complementar, mas materialmente é lei ordinária. Assim, se futuramente o art. 10-A for alterado
ou revogado, isso poderá ocorrer mediante lei ordinária.
Nesse contexto, o art. 10-A estabelece que constitui ato de improbidade administrativa qualquer
ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao
que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar 116/2003.
O art. 8º-A, § 1º, da LC 116/2003, por sua vez, estabelece que a alíquota mínima do Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza é de 2%. Com efeito, tal imposto não poderá ser objeto de
concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros que venham a resultar
em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima de 2%. 9
Em resumo, o ato de improbidade que estamos falando configura-se quando uma autoridade, por
ação ou omissão, conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que enseje a
aplicação de uma alíquota abaixo dos 2% para o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza,
exceto em relação aos serviços que a própria LC 116/2003 permita instituir alíquota menor.
Ademais, assim como ocorre com os atos que importam enriquecimento ilícito e os atos que
atentam contra os princípios, essa forma de ato admite apenas conduta dolosa.

1.2.4 Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública

Constitui ato que atenta contra os princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão
que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
notadamente (art. 11º):

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra
de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

9
A própria Lei Complementar 116/2003 apresenta exceções, ou seja, apresenta casos em que poderá ser instituída uma carga
tributária abaixo dos 2%, sem que isso represente uma irregularidade. Os serviços que podem ter alguma isenção que enseje
uma alíquota abaixo dos 2% são os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, quais sejam:
7.02 Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de
outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem,
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
7.05 Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros.

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III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
serviço;
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas; e
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem
a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo
único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

Essas são as condutas cuja a Lei impõe as penalidades mais simples, ou seja, são consideradas
menos gravosas.
Devemos notar que frustrar a licitude de procedimento licitatório ou de processo seletivo para
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente
enquadra-se como ato que causa lesão ao erário, enquanto frustrar a licitude de concurso público
é um ato que atenta contra os princípios da Administração Pública.
Vamos resolver questões!

(Cespe - Adm/MJ/2013) Com relação aos agentes públicos e à improbidade administrativa,


julgue o item que se segue conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
Para a caracterização de ato de improbidade por ofensa a princípios da administração
pública, exige-se a demonstração do dolo lato sensu ou genérico.
Comentário: de acordo com o STJ, para a configuração de improbidade administrativa
censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429/1992 (ato de improbidade por ofensa a
princípios da administração pública), basta a demonstração do dolo genérico de realizar a
conduta. Nesse sentido, vejamos um trecho da ementa do REsp 951389/SC
2. Conforme já decidido pela Segunda Turma do STJ (REsp 765.212/AC), o elemento subjetivo,
necessário à configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11 da
Lei 8.429/1992, é o dolo genérico de realizar conduta que atente contra os princípios da
Administração Pública, não se exigindo a presença de dolo específico.
Logo, o item está correto.
Gabarito: correto.

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(Cespe - AA/IBAMA/2013) A utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito


de amigo ou parente é considerada improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
Comentário: constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades do Poder Público. Além
à àL à à à à à à à à à à à XII -
permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente
P à à à à à à à à à o para favorecer
à à à à à à -se nas hipóteses de atos que causam
prejuízo ao erário.
Gabarito: correto.
(Cespe - AnaTA/SUFRAMA/2014) Considere que determinada regra exige licença ambiental
para liberação de financiamento de projeto empresarial na cidade de Manaus. Nesse caso, se
um servidor da SUFRAMA autorizar a liberação de verba da autarquia para financiamento de
atividade empresarial cuja licença ambiental esteja irregular, ele poderá figurar como réu em
ação de improbidade.
Comentário: vamos ao conteúdo do art. 10 da LIA:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta
lei, e notadamente:
[...]
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
Além disso, por ser servidor de autarquia da União, se enquadra no conceito de agente
público da Lei. Portanto, ele poderá figurar como réu em ação de improbidade.
Gabarito: correto.

1.3 SANÇÕES CABÍVEIS

A Constituição Federal apresentou quatro tipos de sanções cabíveis em decorrência do ato de


improbidade administrativa:
a) a suspensão dos direitos políticos;
b) a perda da função pública;
c) a indisponibilidade dos bens; e
d) o ressarcimento ao erário.
Adicionalmente, a Lei 8.429/1992 acrescentou outros dois tipos de penas: (a) pagamento de multa
civil; e (b) proibição de contratar com o Poder Público ou de receber benefícios ou incentivos

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fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário.
Essas penas são aplicadas pelo Poder Judiciário, de acordo com a autonomia que lhe é atribuída 10.
N à à à à à à à à àLIáà à à na fixação das penas previstas nesta
lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido
pelo agente
Entretanto, é possível a aplicação de pena de demissão de servidor público por ato de
improbidade administrativa, em processo administrativo disciplinar, mesmo sem decisão judicial
prévia. Nessa linha, o STJ entendeu, com base na independência das instâncias administrativa e
instância judicial civil e penal, que é possível que servidor seja demitido, com fundamento no art.
132, IV11, da Lei 8.112/1990, independentemente de processo judicial prévio. Todavia, para as
penas não previstas no Estatuto do Servidor, será indispensável o processo judicial12.
Na verdade, não podemos confundir a pena de demissão, que é uma sanção disciplinar, aplicável
no âmbito do processo administrativo disciplinar, com a pena de perda da função pública, que é
uma sanção de improbidade, aplicada no âmbito do processo judicial de improbidade
administrativa, pelo juízo competente. Um dos fundamentos da pena de demissão é o
cometimento de ato de improbidade administrativa (vide art. 132, IV, da Lei 8.112/1990). Assim,
no âmbito do processo administrativo disciplinar, será possível aplicar a sanção de demissão, pelo
cometimento de ato de improbidade, ainda que o processo de improbidade não tenha sido
concluído. Por outro lado, a aplicação da pena de perda da função pública somente poderá ser
realizada com o trânsito em julgado trânsito em julgado da sentença condenatória.
Após essa exposição, vamos analisar as penas previstas, de acordo com cada tipo de ato de
improbidade praticado.

De acordo com o art. 12 da Lei 8.429/1992, independentemente das sanções penais, civis e
administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato:
a) para os atos que importam enriquecimento ilícito:
 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
 ressarcimento integral do dano, quando houver;
 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;

10
Scatolinho, 2014, p. 739.
11
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: [...] IV - improbidade administrativa;
12
MS 15.054/DF.

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 pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e


 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
b) para os atos que causam prejuízo ao erário:
 ressarcimento integral do dano;
 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância;
 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
 pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
c) para os atos que decorrem de concessão indevida de benefício financeiro ou tributário:
 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; e
 multa civil de até três vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
d) para os atos atentam contra os princípios da Administração Pública:
 ressarcimento integral do dano, se houver;
 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;
 pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
agente; e
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória. Todavia, a autoridade judicial ou administrativa
competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução
processual (art. 20, caput e parágrafo único).
Ademais, o art. 21 determina que a aplicação das sanções previstas na Lei independe:
a) da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

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b) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Com efeito, a Lei impõe que, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa
ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano (art. 5º). Além
disso, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens
ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Por fim, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º). Portanto, nesses dois
casos específicos (lesão ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito), é possível que o sucessor
seja atingido pelas penalidades da Lei de Improbidade Administrativa.
Por exemplo: Paulo cometeu ato de improbidade administrativa, causando uma lesão ao erário no
montante de R$ 1 milhão. Todavia, Paula vem a óbito, deixando de herança o montante de R$ 500
mil para os seus filhos. Nesse caso, os herdeiros poderão responder até o valor de R$ 500 mil.
Aquilo que exceder a esse montante não poderá ser exigido dos herdeiros, pois nesse caso a
sanção estaria passando da pessoa condenado (os filhos teriam que arcar com o próprio
patrimônio).

(Cespe - TJ/TJDFT/2013) Com base no disposto na Lei n.º 8.429/1992, julgue o item seguinte.
As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio público são
de natureza pessoal, extinguindo-se com a sua morte.
Comentário: de acordo com o art. 8º da Lei 8.429/1992, o sucessor daquele que causar lesão
ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de
Improbidade até o limite do valor da herança. Portanto, mesmo com a morte do servidor ou
do agente que causar lesão ao patrimônio, é possível que as penalidades alcancem o seu
sucessor. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

1.4 DECLARAÇÃO DE BENS E VALORES

O art. 13 da LIA determina que a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à
apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de
ser arquivada no serviço de pessoal competente.
Quando for o caso, a declaração abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou
companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do
declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico (art. 13. §1º).
Ademais, a declaração de bens deverá ser atualizada: (a) anualmente e (b) na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. A Lei determina ainda
que será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras

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sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo
determinado, ou que a prestar falsa.
Por fim, é facultado ao declarante entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à
Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos
de qualquer natureza.

1.5 REPRESENTAÇÃO

Conforme consta no art. 14, é facultado a qualquer pessoa representar à autoridade


administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de
ato de improbidade.
Por outro lado, a Lei considera como crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o saiba inocente (art. 19).
Como requisito de validade, a representação deverá ser escrita ou reduzida a termo e assinada,
contendo a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação
das provas de que tenha conhecimento. Caso não contenha essas formalidades, a autoridade
administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado. Todavia, a rejeição não
impede a representação ao Ministério Público.
Casos sejam atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata
apuração dos fatos. Nesse caso, a decisão é vinculada, pois, casos sejam atendidos os requisitos da
Lei, obrigatoriamente a autoridade deverá apurar a representação, utilizando-se do devido
processo administrativa disciplinar. Em se tratando de servidor público federal, o processo deverá
ocorrer nos moldes dos arts. 148 ao 182 da Lei 8.112/1990.

1.6 AÇÃO DE IMPROBIDADE

O art. 15 da LIA prevê a existência de uma comissão encarregada de realizar a instrução do


processo administrativo, que deverá dar conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou
Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de
improbidade, os quais poderão designar representante para acompanhar o procedimento
administrativo.
Casos existam fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público (art. 16). O sequestro é uma medida cautelar que incide sobre bens específicos,
com a finalidade de garantir a futura execução.
Adicionalmente, quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de
bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
da lei e dos tratados internacionais.
Até agora, estamos tratando da instrução do processo administrativo. Todavia, o Ministério
Público não depende somente de provocação para pleitear as medidas cautelares ou para mover a

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ação de improbidade. Conforme dispõe o art. 22 da Lei, para apurar qualquer ilícito de
improbidade, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou
mediante representação, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento
administrativo.
Nesse contexto, vale mencionar que a apuração administrativa não deve se confundir com a ação
judicial interposta pelos legitimados para punir os responsáveis. De acordo com o art. 17 da LIA,
são legitimados ativos ad causam para propor ação de improbidade administrativa:
a) o Ministério Público;
b) a pessoa jurídica interessada no caso, é uma daquelas entidades que podem sofrer o ato de
improbidade administrativa, isto é, que se enquadram como sujeitos passivos dos atos de
improbidade administrativa.
Ademais, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo
ativo da obrigação tributária do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, prevista na Lei
Complementar 116/2003 (art. 17, § 13º). Assim, se um prefeito, por exemplo, conceder um
benefício tributário que enseja uma alíquota abaixo de 2% para uma empresa, posteriormente o
município será a pessoa jurídica interessada para mover a ação de improbidade administrativa
contra o ato.
Caso exista medida cautelar, a ação principal, que terá rito ordinário, deverá ser movida em até 30
dias a contar da efetivação da medida (art. 17, caput).
Com efeito, é vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações por ato de improbidade
administrativa (art. 17, §1º).13

A LIA veda a transação, acordo ou conciliação em ações de improbidade


administrativa.

Quando for o caso, a Fazenda Pública promoverá as ações necessárias à complementação do


ressarcimento do patrimônio público.
Quanto ao rito do processo, o § 3º, art. 17, determina que, no caso de a ação principal ter sido
proposta pelo Ministério Público, a pessoa jurídica interessada poderá optar por abster-se de
à à à à à à à à à à à àMP à à à à à à à
à à à à à à à à à à àL à à à
6º, 3º). Nesse caso, a pessoa jurídica poderá compor o polo ativo da ação, ao lado do MP, ou
permanecer inerte diante da instauração do processo.

13
O art. 17, § 1º, da Lei de Improbidade chegou a ser revogado por meio da MP 703/2015. Contudo, a MP 703/2015 perdeu a
sua validade, uma vez que não foi votada no prazo constitucional. Dessa forma, voltou a vigorar a proibição de se firmar
transação, acordo e conciliação em ações de improbidade administrativa.

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Contudo, quando for a pessoa interessada quem interpôs a ação, o Ministério Público, se não
intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de
nulidade.
Os §§ 5º ao 12 estabelecem outras regras sobre o andamento da ação, vejamos:
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida
provisória nº 2.180-35, de 2001)
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da
existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições
inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do
requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de quinze dias.
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada,
rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação
ou da inadequação da via eleita.
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz
extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens
havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor
da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito (art. 18).
Por fim, vale mencionar os ensinamentos de George Sarmento, que dispõe que a ação judicial por
ato de improbidade administrativa possui natureza de ação civil pública, sendo-lhe cabível,
subsidiariamente, as regras da Lei 7.347/1995 (Lei da Ação Civil Pública).

1.7 COMPETÊNCIA

A competência para processar e julgar a ação civil por ato de improbidade administrativa é do juiz
de 1º grau (Federal ou estadual) com jurisdição na sede da lesão. A ação tramitará na Justiça
Federal se houver interesse da União, autarquias ou empresas públicas federais (CF, art. 109, I);
caso contrário, será de competência da justiça estadual.
Vale mencionar que a Lei 10.628/2002 acrescentou o §2 º no art. 84 do Código de Processo Penal,
determinando que a ação de improbidade deveria ser proposta perante o tribunal competente
para processar e julgar criminalmente o funcionário ou autoridade na hipótese de foro em razão
do exercício de função pública.

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Ocorre que as ações de improbidade possuem natureza civil e, portanto, não existe amparo
constitucional para conceder foro especial. Por conseguinte, o STF, ao julgar a ADI 2797/DF14
declarou o dispositivo inconstitucional, afirmando a competência do juiz de 1ª instância para
julgar as ações de improbidade.
Com efeito, o tema foi novamente abordado pelo STF recentemente, concluindo-se mais uma vez
que não há foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa. 15
Portanto, o entendimento vigente é de que não existe foro especial por prerrogativa de função
em ações de improbidade administrativa.16

1.8 PRESCRIÇÃO

O art. 23 da Lei 8.429/1992 determina que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções
previstas em decorrência de ato de improbidade administrativa podem ser propostas:
a) em até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança;
b) dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego; e
c) até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final
pelas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.
E à à à à à à à à à à àF àN à à àU à à à
17
prescricional é de cinco anos, conforme consta no art. 142, I, da Lei 8.112/1990 .
Ademais, no caso de exercício de mandato, sendo reeleito, o prazo prescricional contará do
término do segundo mandato. Tal regra será aplicável ainda que o mandato seja interrompido por
algum tempo. Por exemplo: um prefeito comete um ato de improbidade durante a vigência do
primeiro mandato; ele é reeleito; no meio do segundo mandato, o Prefeito é afastado, assumindo
o presidente da câmara municipal; após isso, o prefeito volta ao mandato; nessa situação, o prazo
prescricional será contado somente após o término do segundo mandato, mesmo que o
presidente da câmara tenha substituído interinamente o prefeito.

14
ADI 2797/DF.
15
Pet 3.245/DF, de 18/5/2018.
16
O STF já entendeu que os ministros do próprio STF responderiam por improbidade perante a própria Corte. No entanto,
podemos dizer que tal posicionamento foi superado, uma vez que não foi feita qualquer ressalva no julgamento da Pet.
3.245/DF, julgada recentemente. Da mesma forma, há entendimento no âmbito do STJ de que os governadores de Estado
responderiam por improbidade no âmbito do STJ (Rcl 2.790/SC). Novamente, acreditamos que, para fins de prova, podemos
concluir que esse entendimento não deverá prevalecer, salvo se a questão perguntar de forma específica sobre o entendimento
do STJ.
17
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
cargo em comissão;

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Vamos analisar questões sobre o tema.

(Cespe - AJ/CNJ/2013) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o


reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de
Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429'1992), requer o exercício de função específica
(administrativa), não se admitindo sua extensão à atividade judicante.
Comentário: no entendimento do STJ, as disposições da Lei 8.429/1992 alcançam os
magistrados, inclusive no exercício da função judicante. Nesse sentido, vejamos o trecho do
precedente do Superior Tribunal de Justiça constante no REsp 1.127.182/RN
[...] o conceito de "agente público" previsto no art. 2º da Lei n. 8.429/92 é amplo o suficiente
para albergar os magistrados, especialmente, se, no exercício da função judicante, eles
praticarem condutas enquadráveis, em tese, pelos arts. 9º, 10 e 11 daquele diploma
normativo.
Portanto, o reconhecimento de ato de improbidade pode alcançar até mesmo o exercício da
função judicante.
Gabarito: errado.
(Cespe - TJ/TJDFT/2013) O servidor que estiver sendo processado judicialmente pela prática
de ato de improbidade somente perderá a função pública após o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
Comentário: isso mesmo! As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Todavia, a
autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do
agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à instrução processual (art. 20, caput e parágrafo único).
Gabarito: correto.
(Cespe - AJ/TJDFT/2013) Somente são sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa
os agentes públicos, assim entendidos os que exercem, por eleição, nomeação, designação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes da União, dos
estados, do DF e dos municípios.
Comentário: podemos considerar como sujeitos ativos dos atos de improbidade
administrativa os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram
para a prática do ato de improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer
forma direta ou indireta, e os agentes públicos, ou seja, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no art. 1º da Lei. Portanto, não são apenas os agentes públicos os
sujeitos ativos do ato de improbidade.

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Gabarito: errado.
(Cespe - AJ/TRT 10/2013) Apuração interna realizada descobriu que um empregado público
federal de uma sociedade de economia mista recebeu vantagem indevida de terceiros, em
troca do fornecimento de informações privilegiadas e dados sigilosos do ente de que ele fazia
parte. O relatório de conclusão da apuração foi enviado ao Ministério Público para
providências cabíveis.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e criminal, mas não por
improbidade administrativa, visto que esta não abrange particulares.
Comentário: podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa os agentes
públicos e os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para
a prática do ato de improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma
direta ou indireta. Dessa forma, o terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado também
por improbidade administrativa, sem prejuízo das sanções penais.
Gabarito: errado.
(Cespe - ACE/TC DF/2014) O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício do
mandato, ocasionado lesão ao patrimônio público e enriquecido ilicitamente está sujeito às
cominações da Lei de Improbidade Administrativa, mas somente até o limite do valor da
herança recebida.
Comentário: o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente está sujeito às cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º). Dessa
forma, o herdeiro poderá ser atingido pelas penalidades da LIA, até o limite do valor da
herança recebida. Com feito, vale mencionar que não há nenhuma vedação para a
responsabilização de deputado por improbidade administrativa.
Gabarito: correto.
(Cespe - TJ/CNJ/2013) A configuração da improbidade exige os seguintes elementos: o
enriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios fundamentais
(legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), presente o elemento
subjetivo doloso.
Comentário: a questão foi mal elaborada e, infelizmente, o gabarito foi infeliz. O avaliador
tomou por base a ementa do REsp 654.721/MT18 do STJ, vejamos:
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSOS ESPECIAIS. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. LEI 8.429/92. CONTRATAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PESSOAL SEM A
REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO. AUSÊNCIA DE DOLO E DE PREJUÍZO AO ERÁRIO. ATO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA NÃO CONFIGURADO. RECURSOS PROVIDOS. 1. "A
improbidade administrativa consiste na ação ou omissão intencionalmente violadora do dever
constitucional de moralidade no exercício da função pública, tal como definido por lei"
(Marçal Justen Filho in Curso de Direito Administrativo, 3 ed. rev. e atual., São Paulo: Saraiva,

18
REsp 654.721/MT.

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2008, p. 828). 2. Para que se configure a improbidade, devem estar presentes os seguintes
elementos: o enriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios
fundamentais (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). 3. O ato
de improbidade, na sua caracterização, como de regra, exige elemento subjetivo doloso, à
luz da natureza sancionatória da Lei 8.429/92. 4. No caso dos autos, as instâncias ordinárias
afastaram a existência de dolo, bem como de prejuízo ao erário, razão por que não há falar
em ocorrência de ato de improbidade administrativa. 5. Recursos especiais providos. (grifos
nossos)
Ocorre que o texto do REsp deixa claro que a presenta do elemento subjetivo doloso ocorre
I improbidade administrativa que causa
lesão ao erário admite-se tanto o dolo quanto a culpa. É o que consta no art. 10 da Lei
8.429/1992:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta
lei, e notadamente: (grifos nossos)
Dessa forma, a questão deveria ser dada como errada, pois a redação deu a entender que
deverá sempre estar presente o dolo, o que não é verdadeiro.
Além disso, o enunciado tanto da questão quanto da ementa do REsp 654.721/MT dão a
entender que todos os três elementos devem estar presentes para a condenação por
à àenriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios
àOà à à à à à à à à à
Assim, o item foi dado como correto, mas entendemos que deveria ser errado. Não adianta
à à à a, por isso a revisão acima serve apenas para aprofundarmos nossos
estudos.
Gabarito: correto.
(Cespe - AJ/CNJ/2013) Constituem improbidade administrativa não apenas os atos que
geram enriquecimento ilícito, mas também os que atentam contra os princípios da
administração pública.
Comentário: acabamos de ver isso. Além dos atos que geram enriquecimento ilícito,
podemos considerar também os atos que atentam contra os princípios da administração e os
que causam prejuízo ao erário.
Gabarito: correto.
(Cespe TJ/TJDFT/2013) O servidor que, estando obrigado a prestar contas referentes a
recursos recebidos, deixa de fazê-lo incorre em ato de improbidade administrativa passível
de demissão do serviço público.
Comentário: deixar de prestar contas quando deve fazê-lo se enquadra na relação de atos
que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11, VI). Dentre as sanções
cabíveis a quem comete tal ato, encontra-se a perda da função público, nos termos do art.
12, III, da Lei 8.429/1992:

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Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato:
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até
cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos. (grifos nossos)
Com efeito, na esfera federal, a pena de demissão do serviço público, prevista na Lei
8.112/1990, poderá ser aplicada em caso de improbidade administrativa (art. 132, IV).
Gabarito: correto.
(Cespe TJ/TJDFT/2013) Os atos típicos de improbidade administrativa restringem-se ao
descumprimento do princípio do sigilo e da confidencialidade de informações.
Comentário: essa é para não esquecer! Constituem atos típicos de improbidade
administrativa aqueles que causam prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e que atentam
contra os princípios administrativos.
Dessa forma, os atos de improbidade não se restringem ao descumprimento do princípio do
sigilo e da confidencialidade de informações, existindo muitas outras hipóteses.
Gabarito: errado.
(Cespe AJ/TJDFT/2013) A procrastinação é uma conduta que pode configurar ato de
improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, por gerar atrasos e ineficiência do
serviço público.
Comentário: a procrastinação se refere ao atraso, adiamento de alguma ação que deveria ser
tomada. Retardar ou deixar de praticar ato de ofício constitui ato de improbidade
administrativa. Contudo, essa ação se enquadra nos atos que atentam contra os princípios
administrativos (art. 11, II) e não nos que causam prejuízo ao erário. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.
(Cespe AJ/TJDFT/2013) O oficial de justiça que, no exercício do cargo público, aufira
vantagem patrimonial indevida estará sujeito, além das sanções penais, civis e
administrativas previstas na legislação específica, às cominações arroladas na Lei n.º
8.429/1992, por configurar a situação ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito.
Comentário: o recebimento ilícito de vantagem econômica de qualquer natureza, seja ela
direta ou indireta, configura ato de improbidade administrativa por enriquecimento ilícito,
sujeitando o agente às sanções da Lei de Improbidade.
Para reforçar, vejamos o conteúdo do art. 9º da Lei 8.429/1992 (ato de improbidade
administrativa que importa enriquecimento ilícito) com as respectivas penalidades (art. 12, I):

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Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir


qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por
ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no
art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio
ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública
de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir
ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

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Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
Dessa forma, o item está correto.
Gabarito: correto.
(Cespe - Tec/MPU/2013) Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública o servidor público que revelar a seus familiares, durante
um jantar em família, os detalhes de processo que tramite em segredo de justiça contra seu
chefe e do qual tenha tomado conhecimento em razão de suas atribuições.
Comentário: segundo o art. 11, III, da Lei, revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo, constitui ato que viola os
princípios da administração.
Gabarito: correto.

2 QUESTÕES PARA FIXAÇÃO


1. (Cespe AJOJ/STJ/2018)
Situação hipotética: Um secretário estadual contratou, sem licitação e com preço muito
inferior ao praticado no mercado, a empresa de seu irmão para a manutenção de
computadores alocados em um departamento da secretaria. Assertiva: Nesse caso, para ser
configurado o ato de improbidade, não é necessária a existência de lesão ao patrimônio
público.
Comentário à à à à à à à à à à à à à à à
mercado, podemos concluir que não houve prejuízo ao erário. Não obstante, não é necessária a
existência de lesão ao patrimônio público para ser configurado ato de improbidade, ainda que
caracterizada a frustração da licitude do processo licitatório. No caso, o ato do secretário estadual
poderia ser enquadrado como ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração, o qual prescinde de comprovação de dano ao patrimônio público, considerando
que a Lei assegura que a aplicação das sanções previstas independe da efetiva ocorrência de dano
ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento (art. 21, I). da Lei 8.429/1992.
Gabarito: correto.

2. (Cespe Analista Judiciário/STJ/2018)

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O agente público que facilitar a incorporação de verba integrante do acervo patrimonial da


União ao patrimônio de pessoa física, ainda que aja de boa-fé e sem dolo ou culpa, praticará
ato de improbidade administrativa, submetendo-se às sanções previstas em lei.
Comentário: para que se constitua ato de improbidade administrativa vedado pela Lei n.º
8.429/1992 é necessário a existência de dolo ou culpa da ação do agente imputado, ou seja, a
responsabilidade do agente deve ser subjetiva. No caso em apreço, podemos perceber que seria
um caso de dano ao erário, assim, se a conduta do agente fosse dolosa ou culposa, o agente
público teria causado ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário (art. 10, I).
Gabarito: errado.

3. (Cespe STJ/2018)
As sanções aplicáveis nos casos de enriquecimento ilícito são cabíveis apenas para agentes
públicos, excluindo-se a possibilidade de responsabilização administrativa de pessoa que não
exerça mandato, cargo, emprego ou função administrativa.
Comentário: as disposições da LIA são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta (art. 3º). Ou seja, mesmo nos casos de enriquecimento ilícito, as
sanções não se limitam aos agentes públicos, podendo serem aplicadas a qualquer pessoa.
Gabarito: errado.

4. (Cespe STJ/2018)
O servidor público que atrasa a realização de ato que deveria promover de ofício não atenta
contra os princípios da administração pública, ao contrário do que ocorre com aqueles que
deixam de praticar o referido ato.
Comentário: esse servidor irá cometer ato de improbidade que atenta contra os princípios da
Administração. Nessa perspectiva, irá cometer tal ato o agente que praticar qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício (art. 11,
II).
Gabarito: errado.

5. (Cespe AJAA/STJ/2018)
O servidor público que revelar a particular determinado fato sigiloso de que tenha ciência em
razão das atribuições praticará ato de improbidade administrativa atentatório aos princípios
da administração pública.
Comentário: essa é a previsão do art. 11, III. Constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo.

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Gabarito: correto.

6. (Cespe AJAJ/STJ/2018)
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, caso uma ação de improbidade administrativa
seja julgada improcedente, a respectiva sentença deverá sujeitar-se à remessa necessária.
Comentário: de acordo com a jurisprudência do STJ, a sentença que concluir pela carência ou pela
improcedência de ação de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário (ou
remessa necessária), com base na aplicação subsidiária do art. 475 do CPC/73 e por aplicação
analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n. 4.717/6519. Isso significa que o juiz terá que
remeter o processo automaticamente para o julgamento por um tribunal. Só então, após a decisão
do tribunal, efetivamente o processo poderá ser arquivado.
Gabarito: correto.

7. (Cespe Analista Judiciário/STJ/2018)


A ideia de probidade administrativa equivale à de moralidade, na medida em que ambas se
relacionam à honestidade na administração pública, sendo, por isso, exigidas do agente
público a observância dos princípios éticos e a consciência dos valores morais.
Comentário: em uma análise ampla e genérica da LIA, podemos constatar que está correta essa
relação estabelecida entre a probidade e a moralidade, na medida em que ambas preceituam um
comportamento honesto e, portanto, se equivalem. Com efeito, alguns autores defendem que os
conceitos de probidade e de moralidade (como princípios) são sinônimos. Por outro lado, quando
falamos de improbidade e imoralidade (ou seja, como infrações) aquele é mais amplo que este, já
que existem inúmeros casos de improbidade, previstos na Lei 8.429/92, que não se tratam de mera
ofensa à moral, atacando também a lei e outros princípios.
Gabarito: correto.

8. (Cespe Procurador do Estado/PGE PE/2018)


Conforme a Lei de Improbidade Administrativa, configura ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, em especial,
a) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública de qualquer
natureza.
b) utilizar, em obra particular, máquinas de propriedade de entidades da administração
pública indireta estadual.
c) frustrar a licitude de processo seletivo para a celebração de parcerias com entidades sem
fins lucrativos.
d) realizar operação financeira sem a observância das normas legais e regulamentares.
e) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo.

19
EREsp 1.220.667-MG, 24/5/2017.

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Comentário:
a) essa ação constitui ato de improbidade que importa em enriquecimento ilícito (art. 9º, II)
ERRADA;
b) da mesma forma, tal ação constitui ato de improbidade na modalidade de enriquecimento ilícito
(art. 9º, IV) ERRADA;
c) irá constituir ato de improbidade administrativa que cause lesão ao erário (art. 10, VIII). Cuidado
para não confundir:
 à à à à à à à àV à atenta contra os princípios;
 frustrar a licitude de processo licitatório à à àVIII à causa lesão ao erário
Logo, o item está ERRADO.
d) como as normas legais são feitas para que se observe o melhor meio de se realizar a operação
financeira, tal ação caracteriza ato de improbidade administrativa que caracteriza prejuízo ao
erário ERRADA;
e) agora sim! Essa é uma das hipóteses de ato que atenta contra os princípios da Administração
Pública. Vejamos: constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: deixar de prestar contas
quando esteja obrigado a fazê-lo (art. 11, VI) CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

9. (Cespe Agente de Inteligência/ABIN/2018)


Cometerá ato de improbidade administrativa, violando o dever da imparcialidade, legalidade,
lealdade às instituições, o servidor público que, em consequência de desafeição com
determinado cidadão, negar publicidade de um ato oficial.
Comentário: de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão
que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (art. 11,
àU à à à à à à à à à à à IV à à à à atos

Gabarito: correto.

10. (Cespe Agente de Inteligência/ABIN/2018)


A condenação pela prática de ato de improbidade administrativa é hipótese de que resulta
perda dos direitos políticos.
Comentário: a Lei de Improbidade prevê apenas a suspensão (e não a perda) políticos.
Aproveitando, vamos recapitular os prazos da suspensão:
 enriquecimento ilícito: 8 a 10 anos;
 lesão ao erário: 5 a 8 anos;
 concessão de benefício financeiro ou tributário indevido: 5 a 8 anos;
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 atenta contra os princípios da Administração: 3 a 5 anos.


Ademais, a suspensão só produzirá os efeitos com trânsito em julgado da sentença condenatória
(art. 20).
Gabarito: errado.

11. (Cespe Oficial Técnico de Inteligência/ABIN/2018)


Valdemar, empresário do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como a utilização de
produtos químicos, para disfarçar o estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo
de validade. Ele garante uma mesada a Odair, empregado de agência reguladora do setor e
encarregado de elaborar os registros de fiscalização, em troca de ser avisado de qualquer
ação não programada do órgão. De posse desse tipo de informação, Valdemar toma
providências para que os fiscais não encontrem a carne de má qualidade. Durante a
investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo à saúde em razão do
consumo de carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da existência do
esquema.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.
Valdemar cometeu o crime de corrupção ativa, mas, como não é servidor público, a ele não
se aplica a Lei n.º 8.429/1992.
Comentário: o empresário Valdemar não é servidor, mas concorreu para a prática de um ato de
improbidade com um servidor público e se beneficiou desse ato. As disposições da LIA aplicam-se,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º). Ainda, sob o
ponto de vista jurisprudencial, consoante informativo do STJ, não será possível o ajuizamento de
ação de improbidade administrativa exclusivamente em face de particular, sem a concomitante
presença de agente público no polo passivo da demanda 20. De todo modo, o fato de Valdemar não
ser servido público, não o exime de responder por ato de improbidade administrativa, além de
responder pelo crime de corrupção ativa (art. 333, CP).
Gabarito: errado.

12. (Cespe TJAA/STM/2018)


Conforme a Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 , o agente público que
revelar, para pessoa de sua confiança, fato de que tem ciência em razão de suas atribuições e
sobre o qual deveria manter segredo cometerá conduta antiética, não se configurando, nesse
caso, ato de improbidade administrativa.
Comentário: nesse caso, está configurado ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da Administração Pública (art. 11, III).
Gabarito: errado.

13. (Cespe TJAA/STM/2018)

20
REsp 896.044-PA, 25/2/2014.

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Conforme a Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 , se um agente público


regularmente processado e condenado por ter causado lesão ao patrimônio público vier a
falecer antes de submeter-se às penalidades que lhe tiverem sido impostas, estas não
poderão afetar os seus sucessores, tampouco atingir a herança.
Comentário: segundo a LIA, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança (art.
8º). Logo, será possível alcançar os sucessores, no limite do valor deixado de herança.
Gabarito: errado.

14. (Cespe Analista Judiciário/STM/2018)


É imprescindível a ocorrência de dolo para a tipificação, como ato de improbidade
administrativa, da conduta de agente público que cause prejuízo ao erário.
Comentário: essa questão é recorrente no assunto improbidade administrativa. O ato de
improbidade administrativa que cause prejuízo ao erário admite a culpa. Logo, o dolo é
dispensável (não é imprescindível), já que a conduta culposa será suficiente. Ademais, constitui ato
de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º da LIA (art. 10).
Gabarito: errado.

15. (Cespe AJAA/STM/2018)


Além dos servidores públicos, são considerados sujeitos ativos de atos de improbidade
administrativa os notários e registradores, que podem sofrer as penalidades previstas na lei
em apreço.
Comentário: os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, em sentido amplo,
poderão ser punidos na forma estabelecida na LIA, alcançando, portanto, os notários e
registradores. Vale dizer: os notários e registradores (o pessoal que recebe delegação para prestar
os serviços de cartório) são agentes públicos para os fins da Lei de Improbidade. Nessa linha,
conforme entendimento jurisprudencial do STJ21, por exercerem atividade delegada do Poder
Público, mantendo com ele vínculo contratual especial, os notários e registradores são sujeitos
ativos em potencial dos atos de improbidade administrativa.
Gabarito: correto.

16. (Cespe Investigador de Polícia/PC MA/2018)


Representa ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, segundo a
Lei n.º 8.429/1992,
a) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
b) usar, em proveito próprio, bens integrantes do patrimônio das entidades públicas.

21
REsp 118417, 19/08/2010.

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c) ordenar a realização de despesas não autorizadas.


d) frustrar a licitude de concurso público.
e) deixar de prestar contas quando obrigado a fazê-lo.
Comentário:
a) isso constituirá ato de improbidade administrativa que importa em prejuízo ao erário (art. 10,
XII) ERRADA;
b) quanto o agente utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° da LIA, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades, irá cometer ato de improbidade administrativa, na
modalidade de enriquecimento ilícito CORRETA;
c) também constituirá ato de improbidade administrativa que importa em prejuízo ao erário (art.
10, IX) ERRADA;
d) constituirá ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da adm pública
(art. 11, V) ERRADA;
e) essa é outra hipótese se ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da
adm pública (art. 11, VI) ERRADA;
Gabarito: alternativa B.

17. (Cespe Investigador de Polícia/PC MA/2018)


À luz da Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 , julgue os itens a seguir.
I Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
II A representação, por carecer de formalismo, será escrita ou reduzida a termo e assinada,
devendo conter somente a qualificação do representante e as informações sobre o fato.
III Comissão processante poderá representar ao Ministério Público para que este requeira ao
juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou de terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente.
IV A rejeição da representação pela autoridade administrativa impede a representação ao
Ministério Público no mesmo caso.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

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Comentário:
I segundo da Lei de Licitações, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de
improbidade (art. 14) CORRETO;
II não somente isso, a representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas
de que tenha conhecimento (art. 14, § 1º) ERRADO;
III a LIA prevê que, havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano
ao patrimônio público (art. 16) CORRETO;
IV a rejeição da representação pela autoridade administrativa não impede a representação ao
Ministério Público (art. 14, § 2º). Nesses casos, o interessado poderá formular a representação
diretamente ao MP (art. 22) ERRADA.
Sendo os itens I e III corretos, o nosso gabarito é a alternativa B.
Gabarito: alternativa B.

18. (Cespe Investigador de Polícia/PC MA/2018)


À luz da CF, os atos de improbidade administrativa poderão acarretar o(a)
a) suspensão dos direitos políticos.
b) disponibilidade dos bens.
c) cassação de direitos políticos.
d) suspensão da função pública.
e) ressarcimento ao erário, o que inviabiliza a persecução penal.
Comentário: a CF prevê expressamente, os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível
CF à à à à àL à à à à à à à à à à à
à à à àá à à à à à à à à à à
penal, em virtude da independência e cumulatividade das instâncias. Sobre, dessa forma, a letra A:
suspensão dos direitos políticos.
Gabarito: alternativa A.

19. (Cespe Auditor de Controle Interno/CGM de João Pessoa - PB/2018)


A pretensão estatal de ressarcimento do erário em face de agente que tenha enriquecido
ilicitamente no exercício de suas funções prescreverá em cinco anos.
Comentário: tais ações são imprescritíveis. Pelo entendimento atual, os danos decorrentes de atos
de improbidade dolosa são imprescritíveis. Já o dano pela improbidade culposa é prescritível.
Como houve enriquecimento ilícito, o ato é necessariamente doloso. Logo, o eventual dano será
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imprescritível. Note que a questão foi aplicada antes do novo entendimento, mas neste caso
específico o dano continua imprescritível.
Gabarito: errado.

20. (Cespe Auditor de Controle Interno/CGM de João Pessoa - PB/2018)


Os atos de improbidade administrativa atingem apenas entidades integrantes do Poder
Executivo.
Comentário: os atos de improbidade poderão ser praticados por qualquer agente público, servidor
ou não, contra as seguintes entidades: a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual (art.
1º). Portanto não há como limitar a aplicação da LIA somente ao Poder Executivo.
Gabarito: errado.

21. (Cespe Médico Legista/PC MA/2018)


A Lei de Improbidade Administrativa elenca as penas aplicáveis àqueles que praticarem atos
de improbidade. O agente público que, atentando contra os princípios da administração
pública, for condenado em ação de improbidade por ter deixado de praticar, indevidamente,
ato de ofício, estará sujeito à pena de
a) suspensão dos direitos políticos pelo período de oito a dez anos.
b) suspensão da função pública pelo período de cinco a oito anos.
c) ressarcimento integral do dano, ainda que este seja presumido.
d) proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.
e) multa, limitada a vinte vezes o valor da sua remuneração.
Comentário: para responder a essa questão devemos entender que a ação de retardar ou deixar
de praticar, indevidamente, ato de ofício, constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública (art. 11, II). Assim, de acordo com o previsto na LIA,
na hipótese desse tipo de ato, ficará sujeito o responsável, pelo seguinte: ressarcimento integral
do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de três anos (art. 12, III). Assim, o nosso gabarito é a letra D.
a) essa punição é prevista para os casos de atos de improbidade que importem enriquecimento
ilícito (art. 12, I) ERRADA;
b) essa punição é prevista para os casos de atos de improbidade que causam prejuízo ao erário
(art. 12, II) ERRADA;
c) o ressarcimento será aplicável quando efetivamente ocorrer ERRADA;

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e) não existe multa prevista nessa quantia, consoante os incisos do art. 12 da LIA ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

22. (Cespe Escrivão de Polícia/PC MA/2018)


De acordo com a Lei de Improbidade Lei n.º 8.429/1992 , o servidor público que
comprovadamente tiver causado lesão ao patrimônio público estará sujeito
a) a detenção de cinco a oito anos.
b) à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) ao ressarcimento correspondente ao dobro do valor integral do dano.
d) ao pagamento de multa civil em valor igual ao do acréscimo patrimonial.
e) a suspensão dos direitos políticos por dez anos.
Comentário: no caso de lesão ao patrimônio público, as sanções cabíveis são as seguintes:
(i) ressarcimento integral do dano;
(ii) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância;
(iii) perda da função pública;
(iv) suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
(v) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
(vi) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.
Dessa forma, o gabarito é o que consta na letra B. Vamos analisar as demais alternativas:
a) o único caso de detenção previsto na LIA é a pena de detenção de seis a dez meses, para o caso
de crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente (art. 19). Note que, nesse caso, não há ato de
improbidade, mas um crime específico previsto na Lei ERRADA;
c) não há a hipótese da cobrança do dobro do valor integral do dano. O ressarcimento é do valor
do dano. Por outro lado, há a possibilidade de aplicar a multa no limite de até três vezes o
acréscimo patrimonial indevido ERRADA;
d) a depender do ato de improbidade ocorrido, a multa civil irá variar. Vejamos as bases de cálculo
das multas: (i) enriquecimento ilícito até 3x o valor do acréscimo indevido; (ii) dano ao erário
até 2x o valor do dano; (iii) princípios até 100x o valor da remuneração; (iv) benefício
financeiro/tributário até 3x o valor do benefício ERRADA;
e) na hipótese de ato de improbidade que comporte enriquecimento ilícito, a previsão para a
suspensão dos direitos políticos é de oito a dez anos (art. 12, I), logo não é um prazo fixo
ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

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23. (Cespe Auditor de Contas Públicas/TCE PB/2018)


Por ter permitido a alienação de um imóvel integrante do patrimônio de uma autarquia
pública estadual por preço inferior ao de mercado, determinado agente público causou lesão
ao erário.
Durante o processo, provou-se que o agente agiu de forma imprudente, bem como
constatou-se o nexo causal entre a conduta e o dano. Porém, não houve comprovação de
enriquecimento pessoal do agente, nem indício de má-fé.
Nessa situação hipotética, segundo a Lei n.º 8.429/1992 Lei de Improbidade Administrativa
, o ressarcimento do dano
a) só seria devido se a conduta tivesse sido omissiva, caso em que teria de ser comprovado o
dolo ou a culpa do agente público.
b) será devido tão só em razão de a conduta ter sido comissiva, pouco importando, nesse
caso, a comprovação de ter havido dolo ou culpa.
c) só seria exigível caso a conduta em questão se tivesse dado de forma omissiva, já que não
houve dolo.
d) não poderá ser cobrado do agente público, independentemente de a conduta ser omissiva
ou comissiva, uma vez que não houve a comprovação de dolo.
e) será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva, sendo suficiente
para tal a comprovação da culpa do agente público.
Comentário: nitidamente a questão trata de um caso no qual houve o prejuízo ao erário. Assim, a
LIA assegura que constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º da Lei
(compreende a autarquia), e notadamente: permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem integrante do patrimônio das referidas entidades, por preço inferior ao de mercado (art.
10, IV). Dessa forma, é nítido que a única assertiva que compreende ação (comissiva) ou omissão,
à à à à à à à à à à à à
Gabarito: alternativa E.

24. (Cespe Auditor de Contas Públicas/TCE PB/2018)


Uma empresa que presta serviços de vigilância e limpeza para órgão da administração
pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes do atraso dos pagamentos que lhe são
devidos pelos serviços adequadamente prestados, deu vantagem pecuniária aos servidores
responsáveis pela liquidação e pagamento da despesa orçamentária empenhada, com o
objetivo de acelerar os trâmites administrativos necessários ao efetivo pagamento.
Nessa situação hipotética, os servidores responderão por ato de improbidade administrativa
por terem
a) concedido indevidamente benefício financeiro, sujeitando-se, entre outras cominações, ao
ressarcimento integral do dano causado à administração pública.

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b) atentado contra os princípios da administração pública, sujeitando-se, entre outras


cominações, à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) aplicado indevidamente benefício tributário, sujeitando-se, entre outras cominações, à
proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
d) causado prejuízo ao erário, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda de bens e
valores, inclusive aqueles obtidos licitamente.
e) enriquecido ilicitamente, sujeitando-se, entre outras cominações, ao pagamento de multa
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
Comentário: no caso em apreço, podemos constatar que os servidores públicos que receberem
vantagem economia para acelerar os trâmites necessários ao pagamento de determinada empresa
irão incidir no ato de improbidade administrativa que importe em enriquecimento ilícito.
Vejamos: constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° da Lei.
Para tanto, a LIA prevê como sanções a esse tipo de ato a perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três
vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.
á à à à à à à à à à à à à à à à à
se referem a outras hipóteses de atos de improbidade.
Gabarito: alternativa E.

25. (Cespe Juiz Substituto/TJ CE/2018)


Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ, é correto afirmar que a ação
de improbidade administrativa
a) pode ser ajuizada tanto em caráter preventivo como em caráter repressivo.
b) exige a formação de litisconsórcio passivo necessário entre o réu agente público e os
particulares beneficiados pelo ato ímprobo.
c) pode ser encerrada por meio de acordo firmado entre as partes e devidamente
homologado pelo juízo.
d) admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
e) deve ser ajuizada e processada nas instâncias ordinárias, salvo se a conduta ímproba tiver
sido praticada por agente público com foro privilegiado.
Comentário:

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a) a ação de improbidade administrativa só pode ser proposta quando já praticado o ato ímprobo,
assim é descabido a referida demanda em caráter preventivo. Isso não significa que a ação de
improbidade administrativa, uma vez ajuizada, não tenha caráter de prevenção; não só há
finalidade preventiva no ajuizamento, possibilitando inclusive o afastamento cautelar do agente
público (art. 20, parágrafo único), como as sanções aplicadas ao agente ímprobo buscam
desestimular que este, no futuro, pratique novos atos de improbidade ERRADA;
b) o litisconsórcio é um fenômeno processual que consiste na pluralidade de partes em uma lide
(mais de um réu no caso). Já o foco da ação de improbidade administrativa é a conduta do
agente público, que é pautada por deveres e regras específicos e que não necessariamente
coincidem com as condutas do agente particular. Ademais, não é necessário que haja punição do
particular para que o agente público seja responsabilizado22. Vale dizer: o particular somente
responde em conjunto com o agente público, mas este pode responder sem necessidade da
presença do particular. Assim sendo, não é imprescindível o litisconsórcio ERRADA;
c) é vedada a transação, o acordo ou a conciliação nas ações de improbidade administrativa (art.
17, § 1º) ERRADA;
d) admite-se a utilização da prova emprestada do processo penal em processos administrativos
ou de improbidade. Por exemplo: uma escuta telefônica produzida no processo penal pode ser
à à à à à à à à à à àN à à à à
leitura do enunciado da súmula 591 do STJ (em que pese específica do processo administrativo),
à à à à à à no processo administrativo disciplinar, desde que
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a a à àOà
mesmo entendimento é admitido nas ações de improbidade, ou seja, admite-se a utilização de
prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o direito ao contraditório e
à ampla defesa CORRETA;
e) consolidou-se o entendimento de que não existe foro por prerrogativa de função nas ações de
improbidade administrativo. No mesmo julgamento, também se consolidou que os agentes
políticos aptos a responder por crime de responsabilidade também podem responder por
improbidade administrativo, exceto o Presidente da República (Pet 3240) ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

26. (Cespe Juiz Substituto/TJ CE/2018)


O prefeito de determinado município contratou diretamente empresa prestadora de serviços
à prefeitura, dispensando indevidamente a licitação e causando prejuízos ao erário, razão
pela qual respondeu a ação civil por ato de improbidade administrativa. O juízo competente,
anteriormente à citação do prefeito e sem sua prévia manifestação, deferiu medida cautelar
de bloqueio de bens e, ao término da instrução processual, julgou procedentes os pedidos
condenatórios formulados na ação.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta, considerando o disposto na Lei
n.º 8.429/1992 e o entendimento jurisprudencial.

22
STJ. 2ª Turma. REsp 896.044/PA, rel. Min. Herman Benjamin, j. 16.09.2010.

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a) Em razão do cargo que ocupa, o prefeito deveria ter sido submetido à legislação específica
referente à prática de crimes de responsabilidade em vez de responder a ação de
improbidade administrativa.
b) Dada a comprovação de concreta dilapidação patrimonial, o deferimento da medida
cautelar de indisponibilidade de bens deveria ter sido condicionado à prévia citação do
prefeito.
c) No curso da instrução processual, a demonstração do dolo enquanto elemento subjetivo é
fundamental para a caracterização da conduta imputada ao prefeito como ato de
improbidade administrativa.
d) O ressarcimento integral do dano, a perda da função pública e a cassação dos direitos
políticos são sanções aplicáveis ao prefeito da situação hipotética, conforme a Lei n.º
8.429/1992.
e) Eventual reconhecimento de prescrição da ação de improbidade administrativa não
impedirá o prosseguimento da demanda relativa ao pedido de ressarcimento do prejuízo ao
erário.
Comentário: atenção, vamos notar que a questão está desatualizada. No entanto, preferimos
mantê-la, já que podemos aprender muita coisa com a questão. Vamos lá:
a) o STJ já rejeitou a tese de que prefeito não responde por improbidade. Portanto, é descabida a
tese de que os agentes políticos não se sujeitam à Lei de Improbidade Administrativa. O
entendimento do STJ é de que a Lei 8.429 se refere aos prefeitos e vereadores, inexistindo
incompatibilidade com o Decreto-Lei 201/67 (REsp 1.108.490). Atualmente, o posicionamento é
ainda mais reforçado, consoante entendimento firmado na Pet. 3240, pois todos agentes políticos
(salvo o Presidente da República) submetem-se ao regime da Lei de Improbidade ERRADA;
b) não necessita da prévia citação. O STJ adota o entendimento de que, na situação em voga, o
periculum in mora à à à à à à à à à à à à
quando o julgador entender presentes fortes indícios de responsabilidade na prática de ato de
improbidade que cause dano ao Erário, estando o periculum in mora implícito no referido
à à à à à à à à à àC 23
ERRADA;
c) não é exclusivamente necessário a ocorrência do dolo, sendo que a LIA caracteriza como ato de
improbidade administrativa que importe prejuízo ao erário a ação ou omissão, dolosa ou culposa.
Sendo assim, poderá ser responsabilizado, também, por sua culpa. No entanto, nas demais
espécies de improbidade, o dolo é imprescindível ERRADA;
d) o ordenamento jurídico brasileiro veda a cassação dos direitos políticos, o que pode ocorrer é a
suspensão de tais direitos ERRADA;
e) na época da aplicação da questão, entendia-se que o dano ao erário decorrente de ato de
improbidade seria imprescritível em qualquer caso. Por isso, o gabarito foi dado como esta
alternativa. Ressalva-se, porém, que atualmente o STF entende que o dano ao erário poderá ser ou
não prescritível, vejamos:

23
AgRg nos EREsp 1315092 RJ.

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 se o dano decorrer de improbidade dolosa: será imprescritível;


 se o dano decorrer de improbidade culposa: será prescritível.
Como o caso da questão trata de dano ao erário, seria possível tanto a conduta dolosa como a
culposa. Até poderíamos tentar deduzir que houve dolo, no sentido de que ele dispensou a
licitação intencionalmente. Contudo, em provas, as bancas deixam isso expresso de forma literal.
Com isso, vamos manter o gabarito como a letra E, mas na verdade fica a ressalva, pois a questão
está desatualizada CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

27. (Cespe Analista Portuário Área Jurídica/EMAP/2018)


De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a decretação cautelar da indisponibilidade de
bens de um agente público réu em ação de improbidade administrativa independe da
comprovação do periculum in mora.
Comentário: acabamos de ver a matéria na questão acima, nesse caso, o STJ entende que o
periculum in mora à à à à à à à à à à à à
quando o julgador entender presentes fortes indícios de responsabilidade na prática de ato de
improbidade que cause dano ao Erário, estando o periculum in mora implícito no referido
dispositivo, atendendo determinação contida no art. 37, § 4º, da Constituição. Assim, não será
necessário comprová-lo.
Gabarito: correto.

28. (Cespe Procurador do Município/PGM Manaus - AM/2018)


O ato de improbidade administrativa violador do princípio da moralidade não requer a
demonstração específica de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, exigindo-se apenas a
demonstração do dolo genérico.

Comentário: vamos nos valer da jurisprudência do STJ, considerando que a questão é similar ao
à à à à à à àC à“ à àJ à à à
sentido de que não se pode confundir improbidade com simples ilegalidade. A improbidade é a
ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente. Assim, para a
tipificação das condutas descritas nos artigos 9º e 11 da Lei 8.429/92 é indispensável, para a
caracterização de improbidade, que o agente tenha agido dolosamente e, ao menos,
culposamente, nas hipóteses do artigo 10. Os atos de improbidade administrativa descritos no
artigo 11 (atentam contra os princípios) da Lei nº 8.429/92 dependem da presença do dolo
genérico, mas dispensam a demonstração da ocorrência de dano para a Administração Pública ou
enriquecim à à à 24
Portanto, quando o ato atentar contra os princípios da
administração, podemos afirmar que só o dolo genérico já basta para caracterizar o ato de
improbidade administrativa. Com efeito, dolo genérico é aquele sem um fim específico. Por
exemplo: a autoridade que frustra um concurso público intencionalmente comete ato de
improbidade que atenta contra os princípios nesse caso, não é preciso comprovar que ela

24
AgRg no REsp 1.355.136, 16/04/2015.

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à à àpara à à à à à à à àfrustrado a seleção


propositalmente.
Gabarito: correto.

29. (Cespe Procurador do Município/PGM Manaus - AM/2018)


Não é permitida a utilização de prova emprestada do processo penal nas ações de
improbidade administrativa.
Comentário: como já colocamos, esse entendimento é jurisprudencial e ele caminha no sentido de
que é permitido a prova emprestada, uma vez que se afirma que a ação de improbidade
administrativa, apesar de ser uma ação de natureza cível e não um processo administrativo
disciplinar, admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Gabarito: errado.

30. (Cespe Analista de Controle Externo/TCE PE/2017)


As pessoas condenadas por ato de improbidade administrativa estão sujeitas às cominações
previstas na legislação correspondente, como, por exemplo, a cassação de direitos políticos.
Comentário: a Constituição Federal de 1988 se referiu à improbidade administrativa como forma
de violação à moralidade administrativa, incluindo diversos dispositivos sobre o tema. No art. 15,
V, a improbidade administrativa é tratada como forma de suspensão dos direitos políticos:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Portanto, os atos de improbidade podem levar à perda ou suspensão dos direitos políticos, mas
não à cassação, que é vedada pelo ordenamento.
Gabarito: errado.

31. (Cespe Analista de Controle Externo/TCE PE/2017)


As instâncias penal, civil e administrativa são, em regra, independentes; no entanto, a
aprovação das contas do gestor público pelo seu respectivo tribunal de contas impede a
aplicação de sanções relativas à condenação por ato de improbidade administrativa.
Comentário: a afirmação começou bem. Mas a previsão legal é de que a aplicação das sanções
previstas na Lei de Improbidade independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas (art. 21, II).
Gabarito: errado.

32. (Cespe Analista de Controle Externo/TCE PE/2017)


Fundamenta-se no periculum in mora implícito a decretação da indisponibilidade de bens
quando estiverem presentes fortes indícios da prática de ato ímprobo.

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Comentário: pe à à à à à à àE à à à à à à
decretação da indisponibilidade dos bens do acusado, tendo em vista que a demora na tramitação
do processo pode fazer com que ele comece a se desfazer de seus bens e que não se consiga
efetivar o ressarcimento ao erário ao final.
Gabarito: correto.

33. (Cespe Analista de Gestão Administrador/TCE PE/2017)


Na punição aos atos de improbidade administrativa, a penalidade será distinta se o ato
implicar enriquecimento ilícito do agente ou se ele apenas causar prejuízo ao erário.
Comentário: para cada tipo de ato de improbidade previsto na Lei, há penalidades diferentes.
Para os atos que importam em enriquecimento ilícito, são: perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três
vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
Para os atos que importam em prejuízo ao erário, são: ressarcimento integral do dano, perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de
até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.
Gabarito: correto.

34. (Cespe Auditor de Controle Externo/TCE PE/2017)


João, aprovado em concurso público para auditor de controle externo no tribunal de contas
de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter ciência desse fato, o prefeito do
município, amigo da família de João, resolveu presenteá-lo com um veículo, a fim de facilitar
a sua locomoção até o local de trabalho. João aceitou o presente. Com referência a essa
situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz do disposto na Lei n.º 8.429/1992.
João cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito.
Comentário: pelo ponto de vista da conduta de João, houve a prática de ato de improbidade
administrativa que importa em enriquecimento ilícito, nos termos da previsão do art. 9º, I da LIA:
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;

Portanto, o item está correto.

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Gabarito: correto.

35. (Cespe Auditor de Controle Externo/TCE PE/2017)


A aplicação de sanções por atos de improbidade administrativa que causem prejuízo ao
erário depende da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho de contas.
Comentário: a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade independe da aprovação ou
rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas (art. 21,
II).
Gabarito: errado.

36. (Cespe AJAJ/TRE BA/2017)


No que concerne à improbidade administrativa, julgue os seguintes itens, à luz da Lei n.º
8.429/1992.
I - É possível conduta omissiva culposa configurar ato de improbidade administrativa que
cause lesão ao erário.
II - As hipóteses de improbidade administrativa previstas na Lei de Improbidade são taxativas.
III - Em ação de improbidade, é inadmissível transação, acordo ou conciliação.
IV - Aplica-se aos atos de improbidade administrativa o princípio da insignificância.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e IV.
Comentário:
I - É possível conduta omissiva culposa configurar ato de improbidade administrativa que cause
lesão ao erário no caso de atos que causam lesão ao erário, a lei prevê a possibilidade de
à à V à à à à à à à à C à à à à
administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
à à à à à à à à CORRETA;
II - As hipóteses de improbidade administrativa previstas na Lei de Improbidade são taxativas a
do à à à à à à à à à à à à à à à à LIáà
significa que o rol é meramente exemplificativo ERRADA;
III - Em ação de improbidade, é inadmissível transação, acordo ou conciliação isso mesmo. Não
há como transacionar em matéria de improbidade administrativa, tendo em vista a relevância do
patrimônio público, bem como a indisponibilidade do interesse público CORRETA;

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IV - Aplica-se aos atos de improbidade administrativa o princípio da insignificância o STJ não


admite a aplicação do princípio da insignificância no âmbito das ações de improbidade ERRADA.
Temos como corretas, então, as afirmativas I e III.
Gabarito: alternativa B.

37. (Cespe AJAA/TRE BA/2017)


De acordo com a Lei n.º 8.429/1992 Lei de Improbidade Administrativa , servidor público
que, utilizando-se do cargo que ocupa, facilitar o enriquecimento ilícito de terceiros,
causando prejuízo ao erário, estará sujeito à pena de
a) proibição do recebimento de qualquer benefício até o total ressarcimento do dano.
b) perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) suspensão da função pública.
d) suspensão dos direitos políticos até o integral ressarcimento do dano ao erário.
e) pagamento de multa civil, cujo valor deve ser equivalente ao valor do dano causado.
Comentário: a conduta de permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça
ilicitamente configura ato de improbidade que causa prejuízo ao erário (art. 10, XII). Para esse tipo
de ato, a lei comina as seguintes sanções:
Ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de cinco anos;

Assim, apenas a letra B contém uma penalidade prevista corretamente na LIA.


Gabarito: alternativa B.

38. (Cespe Promotor de Justiça/MPE RR/2017)


Após a captura em flagrante de um homem, policiais o detiveram na delegacia, onde o
torturaram na tentativa de obter dele a confissão da prática de determinado crime. O MP
ajuizou ação de improbidade administrativa contra esses policiais. Nessa situação hipotética,
conforme o entendimento do STJ, a conduta dos policiais
a) não configurou ato de improbidade administrativa, que se caracteriza como ato imoral
com feição de corrupção de natureza econômica, conduta inexistente no tipo penal de
tortura.
b) configurou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública.
c) configurou ato de improbidade administrativa, pois a tortura é expressamente prevista no
rol de condutas ímprobas na Lei de Improbidade Administrativa.
d) não configurou ato de improbidade administrativa, que pressupõe lesão direta à própria
administração, e não a terceiros.
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Comentário: o STJ entende que a tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial
constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública. (STJ. 1ª Seção. REsp 1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015,
Informativo 577).
Gabarito: alternativa B.

39. (Cespe Procurador Municipal/Prefeitura de Belo Horizonte MG/2017)


De acordo com o disposto na Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 ,
assinale a opção correta.
a) A efetivação da perda da função pública, penalidade prevista na lei em apreço, independe
do trânsito em julgado da sentença condenatória.
b) A configuração dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento
ilícito, causem prejuízo ao erário ou atentem contra os princípios da administração pública
depende da existência do dolo do agente.
c) O sucessor do agente que causou lesão ao patrimônio público ou que enriqueceu
ilicitamente responderá às cominações da lei em questão até o limite do valor da sua
herança.
d) O responsável por ato de improbidade está sujeito, na hipótese de cometimento de ato
que implique enriquecimento ilícito, à perda dos bens ou dos valores acrescidos ilicitamente
ao seu patrimônio, ao ressarcimento integral do dano e à perda dos direitos políticos.
Comentário:
a) a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória (art. 20) ERRADA;
b) no caso dos atos que causam prejuízo ao erário, a conduta pode ser dolosa ou culposa, na forma
do art. 10 da LIA ERRADA;
c) na forma do art. 8°, caso o agente que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente venha a falecer, seu sucessor ficará sujeito às cominações da lei até o limite do valor
da herança CORRETA;
d) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do
dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos
ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

40. (Cespe Procurador Municipal/Prefeitura de Fortaleza - CE/2017)


Se, após um inquérito civil público, o MP ajuizar ação de improbidade contra agente público
por ofensa ao princípio constitucional da publicidade, o agente público responderá
objetivamente pelos atos praticados, conforme o entendimento do STJ.
Comentário: o STJ pacificou o entendimento no sentido de que para a configuração do ato de
improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei 8.429/92 (ofensa aos princípios), é necessária

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a presença de conduta dolosa, não sendo admitida a atribuição de responsabilidade objetiva em


sede de improbidade administrativa (AgRg no REsp 1200575/DF).
Gabarito: errado.

41. (Cespe Direito/SEDF/2017)


O prefeito de determinado município utilizou recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) para pagamento de professores e para a compra de medicamentos e insumos
hospitalares destinados à assistência médico-odontológica das crianças em idade escolar do
município. Mauro, chefe do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que
o estoque de medicamentos e insumos hospitalares chegasse a zero para justificar situação
emergencial e dispensar indevidamente a licitação, adquirindo os produtos, a preços
superfaturados, da empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que desconhecia o esquema
fraudulento. A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e
doutrinários a ela relacionados, julgue o item a seguir.
A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.
Comentário: a conduta de frustrar a licitude de procedimento licitatório é um ato de improbidade
que causa lesão ao erário (art. 10, VIII). Permitir a aquisição de bens por preço superior ao de
mercado também (art. 10, V). Assim, claramente a conduta de Mauro configurou improbidade
administrativa.
Gabarito: correto.

42. (Cespe Técnico Judiciário/TRE PE/2017)


Um empresário, proprietário de determinada empresa que firmou contrato com o poder
público, contribuiu para a prática de ato de improbidade administrativa levado a efeito por
servidor público de determinado órgão estatal. Nessa situação hipotética,
a) o servidor público só estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa se
pertencer a órgão da administração direta.
b) o empresário só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se o
ato de improbidade lhe tiver beneficiado.
c) o servidor só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se tiver
sido nomeado para o cargo mediante concurso público.
d) o servidor estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa ainda que
exerça suas funções de forma transitória.
e) o empresário, por não ser agente público, não estará sujeito ao disposto na Lei de
Improbidade Administrativa.
Comentário: existem dois tipos de sujeitos ativos dos atos de improbidade: os agentes públicos
(art. 2º) e os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a
prática do ato de improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou
indireta (art. 3º). Para aplicação da LIA, reputa-se agente público todo aquele que exerce, ainda

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que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou


qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
Assim, tanto o servidor quanto o empresário respondem por improbidade.
Gabarito: alternativa D.

43. (Cespe AJ/TRE PE/2017)


Considerando, por mera hipótese, que Sérgio seja servidor público da autarquia X e que, no
desempenho de atividades do seu cargo, pratique ato de improbidade administrativa,
assinale a opção correta.
a) Se o ato em questão atentar contra os princípios da administração pública, Sérgio
responderá tanto por ação quanto por omissão, tenha ele agido de forma dolosa ou culposa.
b) Qualquer pessoa terá legitimidade para, perante a autoridade administrativa competente,
apresentar representação solicitando a instauração de investigação para apurar a prática do
ato de improbidade.
c) Caso o referido ato cause lesão ao erário, Sérgio poderá ter os direitos políticos suspensos
de oito a dez anos.
d) Sérgio somente sofrerá as sanções previstas em lei se houver efetiva ocorrência de dano
ao patrimônio público.
e) A ação de improbidade contra Sérgio somente poderá ser proposta pela pessoa jurídica
lesada, ou seja, a autarquia X.
Comentário:
a) para configuração dos atos que atentam contra os princípios, é necessária a conduta dolosa. O
único tipo de ato em que a lei expressamente menciona a possibilidade de configuração por
conduta omissiva é aquele que causa prejuízo ao erário (art. 10) ERRADA;
b) qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade (art. 14) CORRETA;
c) nas hipóteses de lesão ao erário, a suspensão dos direitos políticos poderá ser de cinco a oito
anos ERRADA;
d) a aplicação das sanções da LIA independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,
salvo quanto à pena de ressarcimento ERRADA;
e) a ação principal, que terá o rito ordinário, pode ser proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada (art. 17) ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

44. (Cespe Delegado de Polícia/PC GO/2017)


Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia por ato de
improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá ser considerada, conforme o
disposto na Lei n.º 8.429/1992,
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a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.


b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.
Comentário: na forma do art. 19 da LIA, constitui crime a representação por ato de improbidade
contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. A
pena, nesses casos, é de detenção de seis a dez meses, e multa.
Gabarito: alternativa A.

45. (Cespe Delegado de Polícia/PC GO/2017)


Em relação à improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição decenal, qualquer
que seja a tipicidade do ilícito praticado pelo agente público.
b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade administrativa por uso
de maquinário da administração em seu sítio particular, poderá ser-lhe aplicada pena de
suspensão dos direitos políticos por período de cinco a oito anos.
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho ou em conluio
com agente público, responderá, nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, desde
que tenha obtido alguma vantagem pessoal.
d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o autor auferir
vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou atividade,
mesmo que de forma culposa.
e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem justificativa e
reiterada, deixar de praticar ato de ofício, poderá ser-lhe aplicada multa civil de até cem
vezes o valor da sua remuneração, conforme a gravidade do fato.
Comentário:
a) a prescrição está prevista no art. 23 da LIA, nos seguintes termos:
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final
pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei.

Assim, para cada caso haverá uma contagem diferente ERRADA;


b) utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição da Administração constitui ato de improbidade

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que gera enriquecimento ilícito, cuja pena de suspensão dos direitos políticos será de 8 a 10 anos
ERRADA;
c) o particular não comete ato de improbidade sozinho. Isso decorre da previsão da LIA, que diz
que as suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta (art. 3º) ERRADA;
d) apenas nos casos dos atos que causam prejuízo ao erário é que a conduta pode ser dolosa ou
culposa, pois essa previsão consta expressamente do art. 10. Nos demais casos, exige-se a conduta
dolosa ERRADA;
e) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício configura ato de improbidade que
atenta contra os princípios da Administração e, consequentemente, gera o pagamento de multa
civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

46. (Cespe AJAJ/TRF - 1ª Região/2017)


Ainda que a prática de ato que configure improbidade administrativa não cause prejuízo ao
erário ou não implique enriquecimento ilícito, estará o responsável sujeito à perda da função
pública.
Comentário: a penalidade de perda da função pública também é aplicável nos casos em que há
violação dos princípios (art. 11) e nas hipóteses de pratica de atos decorrentes de concessão ou
aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A).
Gabarito: correto.

47. (Cespe Analista Judiciário/TRT - 7ª Região (CE)/2017)


Determinado agente público, em troca de recebimento de vantagem econômica, facilitou a
alienação de um bem público por preço inferior ao valor de mercado, praticando, assim, ato
de improbidade administrativa. Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente, o agente
público praticou improbidade administrativa
a) que atenta contra os princípios da administração pública.
b) que importa enriquecimento ilícito.
c) decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.
d) que causa prejuízo ao erário.
Comentário: perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta
ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado é ato que gera enriquecimento ilícito (art. 9º, III).
Gabarito: alternativa B.

48. (Cespe AJAA/TRT CE/2017)

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Lucas é analista judiciário de determinado tribunal. Seu irmão, Tiago, é um advogado


militante político, ativo nesse tribunal. Lucas, sem a observância das formalidades legais,
concedeu benefício administrativo a Tiago, caracterizado como ato de improbidade
administrativa, levando-o a ter seus direitos políticos suspensos por oito anos. Considerando
essa situação hipotética, assinale a opção correspondente a outra sanção que, de acordo com
a Lei de Improbidade Administrativa, também será aplicada a Lucas em razão da falta
cometida.
a) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de dez anos
b) pagamento de multa civil, de até três vezes o valor do dano causado
c) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de três anos
d) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de cinco anos
Comentário: a conduta de conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie constitui ato de improbidade que causa
lesão ao erário.
As penas cabíveis para esse tipo de ato são: ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas
vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.
Portanto, apenas a alternativa D está de acordo com a previsão do art. 12, II da LIA.
Gabarito: alternativa D.

49. (Cespe Analista Judiciário - Contabilidade/ TRT CE/2017)


Em razão de indevida dispensa de licitação, que gerou prejuízo ao erário decorrente de
compra superfaturada, o Ministério Público estadual ajuizou ação de improbidade
administrativa contra o prefeito de determinado município do estado. Nessa situação
hipotética, de acordo com a CF, as consequências a que se sujeita o prefeito em decorrência
do processo judicial incluem a
a) pena privativa de liberdade, a suspensão dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
b) suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública e o ressarcimento ao erário.
c) perda da função pública, a cassação dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
d) pena privativa de liberdade, a perda da função pública e o confisco de bens.
Comentário: pena privativa de liberdade; cassação de direitos políticos e confisco de bens não são
penas cabíveis no âmbito da Lei de Improbidade (a cassação e o confisco não são admitidos no
ordenamento, e a pena privativa de liberdade decorre de ações penais, o que não é o caso da LIA).
Assim, a única alternativa que restou foi a B, que está de acordo com o art. 37, § 4º da CF/88, que
à à à à à à à à à são dos direitos políticos, a

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perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e


à à à à à à à à à
Gabarito: alternativa B.

50. (Cespe AJAJ/TRE PE/2017)


Um empregado de determinada sociedade de economia mista permitiu que terceiro
enriquecesse ilicitamente, em detrimento do patrimônio público, embora não tenha
facilitado a prática do ato que resultou no enriquecimento do terceiro nem tenha concorrido
para a sua prática. Nessa situação, o empregado
a) cometeu ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito.
b) cometeu ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.
c) não cometeu ato de improbidade administrativa, pois empregados de sociedade de
economia mista não estão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade Administrativa.
d) não cometeu ato de improbidade, pois o ato de permitir o enriquecimento ilícito de
terceiro não está expressamente configurado como improbidade administrativa no
ordenamento jurídico brasileiro.
e) não cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública, pois agiu mediante omissão culposa.
Comentário: de acordo com o art. 10, XII, da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade
à à à à à à permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
à àP à à à à à à à à à à à
se enriqueça ilicitamente para que ocorra o ato de improbidade. Com isso, já sabemos que o
gabarito é a letra B.
Agora, vamos analisar as outras alternativas:
a) o ato causa lesão ao erário, não é ato que importa enriquecimento ilícito (quem se enriqueceu
foi o terceiro e não o servidor) ERRADA;
c) o conceito de agente público, previsto nos arts. 1º e 2º da Lei 8.429/1992, alcança também os
empregados das sociedades de economia mista ERRADA;
d) conforme vimos, o ato está expressamente previsto no art. 10, XII, da Lei de Improbidade
ERRADA;
e) à à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à à ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

51. (Cespe Analista Judiciário/TRF - 1ª Região/2017)


O servidor público que retardar ou deixar de praticar ato de ofício indevidamente responderá
por improbidade administrativa apenas no caso de o ato ter sido praticado por ação ou
omissão dolosa.

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Comentário: deixar de praticar ou retardar ato de ofício indevidamente constitui ato de


improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração (Lei 8.429/1992, art.
11, II). Por isso, tal ato só admite a forma dolosa, uma vez que os atos que atentam contra os
princípios não admitem a forma culposa.
Gabarito: correto.

52. (Cespe Técnico Judiciário/TRF - 1ª Região/2017)


Se servidor público, em conluio com representante de sociedade empresária, cometer ato de
improbidade administrativa, ambos responderão pelo integral ressarcimento do dano
causado, bem como estarão sujeitos, no que couber a cada um, às penalidades previstas na
lei que trata da improbidade administrativa.
Comentário: a Lei de Improbidade se aplica aos agentes públicos e aos terceiros que induzam,
concorram ou se beneficiem do ato ímprobo. Nesse caso, o agente público e o representante da
sociedade empresária respondem integralmente pelo dano quando agirem em conluio. Ademais, a
eles serão aplicáveis as demais penalidades previstas na Lei 8.429/92, no que couber, uma vez que
nem toda sanção pode alcançar o particular. Portanto, o item está correto.
Gabarito: correto.

53. (Cespe AJAJ/TRF - 1ª Região/2017)


De acordo com a legislação que trata de atos de improbidade administrativa, são
considerados agentes públicos as pessoas em exercício de cargo eletivo em autarquia federal,
mesmo que sem remuneração.
Comentário: o conceito de agentes públicos constante na Lei 8.429/1992 é amplo, vejamos:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

Logo, aquele que estiver em cargo eletivo em autarquia federal é considerado agente público,
ainda que atue sem remuneração. É difícil, na prática, imaginar alguém que ocupe cargo eletivo em
autarquia, nas poderíamos pensar numa pessoa eleita para atuar em algum conselho em
determinada entidade dessa natureza. Enfim, em qualquer caso, ele será agente público.
Gabarito: correto.

54. (Cespe AJOJ/TRF - 1ª Região/2017)


Na ação de improbidade administrativa, caso o réu seja primário, o Ministério Público poderá
propor transação, desde que o ato praticado não tenha sido lesivo ao patrimônio público e
não tenha importado enriquecimento ilícito.
Comentário: é vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade
à à à à à à à à àL à àL à à à à à à
e que não tenha sido o ato lesivo ao patrimônio público ou que tenha ocorrido enriquecimento
ilícito, não se pode firmar transação nas ações de improbidade.

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Gabarito: errado.

55. (Cespe TJAA/TRF - 1ª Região/2017)


A configuração de ato de improbidade administrativa dependerá, necessariamente, da
existência de efetivo dano ao erário.
Comentário: de acordo com a Lei de Improbidade:
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.

Logo, a ocorrência de dano não é pressuposto necessário para a ocorrência dos atos de
improbidade.
Gabarito: errado.

56. (Cespe TJAA/TRF - 1ª Região/2017)


As penas previstas na Lei de Improbidade serão sempre aplicadas de forma cumulativa,
independentemente da gravidade do fato.
Comentário à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à
Gabarito: errado.

57. (Cespe Funpresp-EXE/2016)


Os herdeiros daquele que causar lesão ao patrimônio público estarão sujeitos às cominações
legais até o limite do valor da herança.
Comentário: de acordo com a Constituição Federal, as sanções não podem extrapolar a esfera da
pessoa do condenado. Isso significa, por exemplo, que uma pena de suspensão dos direitos
políticos aplicada ao pai não poderá ser passada ao filho, no caso de falecimento daquele.
Contudo, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser podem ser
passadas aos herdeiros, porém no limite do valor do patrimônio transferido (CF, art. 5º, XLV). Por
exemplo: se o pai é condenado a ressarcir o erário em cinco milhões, porém os herdeiros
receberam de herança o total de três milhões, significa que o máximo que estes deverão suportar
de ressarcimento são os três milhões (limite do valor do patrimônio transferido).
E à à à à àL à à à à à à à à à à à
ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o
limite do valor da herança à à à à à à à
Gabarito: correto.

58. (Cespe Funpresp-EXE/2016)

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Entre as sanções para a prática de ato de improbidade administrativa previstas na Lei n.º
8.429/1992 inclui-se a suspensão dos direitos políticos, que não se encontra expressamente
prevista na CF.
Comentário: a Constituição Federal estabelece um rol de possíveis sanções a serem aplicados no
caso de cometimento de improbidade administrativa. Por outro lado, a Lei 8.429/1992 apresenta
outras possíveis sanções, vamos comparar!
Constituição Federal: (i) suspensão dos direitos políticos; (ii) perda da função pública; (iii)
indisponibilidade dos bens; e (iv) ressarcimento ao erário.
Lei 8.429/1992: (i) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; (ii)
ressarcimento integral do dano, quando houver; (iii) perda da função pública; (iv) suspensão dos
direitos políticos; (v) pagamento de multa civil; (vi) proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.
Apenas as duas últimas sanções estão previstas somente na Lei de Improbidade. Dessa forma, a
suspensão dos direitos políticas consta sim expressamente na Constituição Federal.
Gabarito: errado.

59. (Cespe Funpresp-EXE/2016)


Conforme a referida lei, são espécies de atos de improbidade administrativa aqueles que
atentam contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça.
Comentário: existem quatro espécies de atos de improbidade administrativa: (i) atos que
importam enriquecimento ilícito (art. 9º); (ii) atos que causam prejuízo ao erário (art. 10); (iii) atos
decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A) e
(iv) atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11)
Dessa forma, atentar contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça não são espécies
de atos de improbidade.
Gabarito: errado.

60. (Cespe Analista Judiciário/TRE GO/2015)


Embora possa corresponder a crime definido em lei, o ato de improbidade administrativa, em
si, não constitui crime.
Comentário: essa questão nos ajuda bastante a compreender o que é o ato de improbidade
administrativa. Devemos ter em mente que o ato de improbidade, em si, não é um crime. Porém,
podemos ter um ato que, simultaneamente, está previsto na legislação penal e na Lei de
Improbidade Administrativa.
Por exemplo, dispensar o procedimento licitatório indevidamente é um ato de improbidade
previsto no art. 10, VIII, da Lei 8.429/1992 e, ao mesmo tempo, é um crime previsto no art. 89 da
Lei 8.666/1993.

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Dessa forma, quem dispensar a licitação indevidamente poderá ser sancionado na esfera cível por
ato de improbidade e na esfera penal pelo crime cometido. Contudo, o ato de improbidade, em si,
não é um crime. Logo, o item está correto.
Podemos acrescentar ainda que as sanções por improbidade administrativa são aplicadas em ação
judicial. Em que pese a ação costume ser precedida de um processo administrativo para apurar os
fatos, a aplicação da sanção pelo ato de improbidade só pode ser aplicada na esfera judicial, por
ação movida pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada. Portanto, não esqueça: as
sanções de improbidade administrativa não são aplicadas na esfera administrativa, mas sim na
judicial.
Gabarito: correto.

61. (Cespe Analista Judiciário/TRE GO/2015)


A sanção de perda da função pública decorrente de sentença em ação de improbidade
administrativa não tem natureza de sanção administrativa.
Comentário: essa questão complementa o exercício anterior. Foi um item mal elaborado, mas nos
ajuda a entender melhor o assunto.
As sanções por improbidade administrativa não se confundem com as sanções penais ou
administrativas. Assim, um ato de improbidade pode estar também previsto na legislação penal e
na legislação administrativa aplicada ao servidor público. Por esse motivo, o agente poderá ser
penalizado, como regra, em todas essas esferas.
Ademais, temos a sanção de perda da função pública na Lei 8.429/1992 e a penalidade disciplinar
de demissão, prevista no estatuto do servidor do ente da Federação. São penas distintas. A
primeira é uma sanção por improbidade administrativa, aplicada pelo juiz na ação de improbidade;
a segunda é sanção de natureza administrativa, aplicada pela autoridade administrativa
competente, em processo administrativo disciplinar, previsto no estatuto do servidor.
Assim, o que a questão quis deixar claro é que não devemos confundir a sanção de improbidade
administrativa de perda da função pública (de natureza cível, aplicada por meio judicial), prevista
no art. 12 da Lei 8.429/1992, com a sanção de demissão disciplinar, prevista nos estatutos dos
servidores públicos (na esfera federal, por exemplo, a demissão consta no art. 127, III, da Lei
8.112/1990).
Contudo, o item causou uma certa confusão. A Prof. Maria Di Pietro, ao analisar as sanções de
improbidade, comenta que elas possuem natureza civil, administrativa e penal, incluindo a perda
da função no rol da natureza administrativa. O que a autora está dizendo é o conteúdo ou os
efeitos das sanções. Por exemplo, a perda da função público, por interferir na esfera
administrativa, teria natureza administrativa; a suspensão dos direitos políticos, pelos efeitos que
geraria, teria natureza política, etc.
Portanto, por essa análise, a questão estaria errada.
Em resumo, para questões semelhantes, devemos guardar que as sanções decorrentes do
processo de improbidade não se confundem com as aplicadas na esfera administrativa ou penal,
possuindo natureza civil.

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Gabarito: correto.

62. (Cespe Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015)


Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação de determinado
órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo,
vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada empresa em um
procedimento licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar,
confirmada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de
demissão. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na
legislação aplicável ao caso.
A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administrativa que
importa enriquecimento ilícito.
Comentário: nessa situação, é mais fácil tentar a analisar o caso do que memorizar o tipo de ato.
Podemos notar que Maria recebeu vantagem econômica, ou seja, ela se enriqueceu em troca do
benefício em procedimento licitatório para uma empresa. Portanto, ocorreu um enriquecimento
ilícito.
Nesse caso, não conseguimos encontrar a situação da questão expressamente na Lei 8.429/1992.
O aluno poderia ent à à à à à à à à à à à à àVIII à frustrar a
licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades
sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente
Todavia, os atos de improbidade relacionados nos arts. 9º, 10 e 11 são meramente
exemplificativos. Assim, existem situações não previstas expressamente nesses dispositivos, mas
que se enquadram em seu conceito. Dessa forma, o art. 9º dispõe que constitui ato de
improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas
entidades públicas. Logo, já poderíamos enquadrar essa situação no próprio caput do art. 9º.
Adicionalmente, o caso também se enquadraria no art. 9º, I, que dispõe que constitui ato de
à à à à à à à à à à à à
dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a
título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público
Em um caso ou outro, poderemos enquadrar a situação em ato que importa enriquecimento ilícito.
Gabarito: correto.

63. (Cespe Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015)


Suponha que determinado servidor público federal tenha permitido, de forma culposa, a
realização de despesas não autorizadas em lei. Nessa hipótese, embora tenha sido cometido
ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, nos termos da lei, não se
exige o ressarcimento integral do dano, haja vista a inexistência de dolo na conduta do
servidor.

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Comentário: de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, ocorrendo lesão ao patrimônio


público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, deverá ocorrer o
integral ressarcimento do dano (art. 5º).
Ademais, os atos de improbidade que resultam em dano ao erário podem decorre de ação ou
omissão, dolosa ou culposa, na forma do art. 10 da Lei de Improbidade.
Portanto, ainda que não haja dolo, o agente poderá ser condenado a ressarcir integralmente o
erário se tiver gerado dano ao patrimônio público.
Gabarito: errado.

64. (Cespe Defensor Público Federal/DPU/2015)


O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na Lei de
Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.
Comentário: o rol de condutas de improbidade administrativa previsto na Lei 8.429/1992 é
exemplificativo. Assim, se o ato se encaixar no conceito de cada espécie de ato de improbidade, o
agente poderá ser sancionado, ainda que não haja um enquadramento exato com as hipóteses
relacionadas na Lei de Improbidade.
Nessa linha, vejamos o caput dos arts. 9º, 10 e 11 da Lei 8.429/1992:
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

áà à à à à à à à à à à à à à
outras condutas que venham a ser considerados como atos de improbidade administrativa.
Gabarito: errado.

65. (Cespe - Técnico/FUB/2015)


O servidor público que praticar ato de improbidade administrativa que implique em
enriquecimento ilícito estará sujeito à perda de bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Em caso de óbito do agente público autor da improbidade, esse ônus não será extensível aos
seus sucessores.
Comentário: de fato, o servidor público que praticar ato de improbidade que represente
enriquecimento ilícito estará sujeito à sanção da perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, conforme estabelece o art. 12, I, da Lei 8.429/1992.
Contudo, no caso de dano ao erário e enriquecimento ilícito, se o agente responsável vier a óbito,
o seu sucessor estará sujeito às cominações da Lei de Improbidade, até o limite do valor da
herança (art. 8º).

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Por exemplo, se o agente desviar cinco milhões de reais dos cofres públicos, mas gastar parte do
dinheiro, passando aos herdeiros somente dois milhões; estes somente poderão ser condenados a
perda ou ressarcimento de até dois milhões.
Gabarito: errado.

66. (Cespe - Analista/MPU/2015)


Em razão do caráter meramente exemplificativo do rol de condutas que caracterizam os atos
de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbidade ainda que a
infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de Improbidade
Administrativa.
Comentário: essa já ficou fácil. Os atos de improbidade administrativa relacionados na Lei
8.429/1992 são meramente exemplificativos. Assim, um agente poderá cometer uma conduta que
não se enquadre expressamente nos casos previstas na Lei de Improbidade, mas mesmo assim o
caso vir a ser considerado como ato de improbidade administrativa.
Gabarito: correto.

67. (Cespe - Assistente Administrativo/FUB/2015)


Organização privada que não possua a maior parte do seu patrimônio formada por capital
público poderá ser vítima de improbidade administrativa, caracterizando-se como sujeito
passivo.
Comentário: os sujeitos passivos, isto é, os que venham a sofrer o ato de improbidade, são os
seguintes:
 a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
 empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da
receita anual;
 entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público
bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Assim, uma entidade privada poderá sofrer um ato de improbidade, ainda que o erário haja
contribuído com a menor parte de seu patrimônio (menos que 50%). Porém, nesse caso, a sanção
patrimonial estará limitada à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Gabarito: correto.

68. (Cespe - Administrador/FUB/2015)


Em relação ao alcance subjetivo da improbidade administrativa, verifica-se que os órgãos da
administração direta e indireta dos três poderes e de qualquer um dos entes federados
configuram-se como sujeitos passivos imediatos do ato caracterizado pela improbidade
administrativa.

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Comentário: os órgãos e entidades da administração direta ou indireta, de qualquer dos Poderes e


de todos os entes da Federação poderá figurar como sujeitos passivos do ato de improbidade, ou
seja, poderão sofrer um ato de improbidade administrativa.
Gabarito: correto.

69. (Cespe - Auditor/FUB/2015)


O particular tem legitimidade para figurar como sujeito ativo de ato de improbidade
administrativa, isolada e independentemente da participação de agentes públicos.
Comentário: um particular poderá figurar como sujeito ativo do ato de improbidade
administrativa, figurando como o terceiro que venha a induzir, concorrer ou se beneficiar do ato.
Portanto, o particular jamais irá praticar um ato de improbidade de forma isolada, pois sempre
deverá estar presente um agente público.
Dessa forma, o terceiro somente será o sujeito ativo se induzir um agente público a praticar o ato;
praticar o ato em conjunto com um agente público; ou ainda se beneficiar do ato de improbidade
praticado por um agente público. Porém, de forma isolada/independente, não teremos um
particular como sujeito ativo.
Gabarito: errado.

70. (Cespe Assistente Administrativo/FUB/2015)


O pagamento de despesa sem prévio empenho caracteriza ato de improbidade
administrativa, da mesma forma que o pagamento de despesa antes da sua liquidação.
Comentário: essa questão exige um pouco de conhecimento das fases da despesa pública. Nessa
linha, sem adentrar em detalhes mais específicos, a execução da despesa pública segue a seguinte
ordem: empenho, liquidação e pagamento.
Assim, a Lei 4.320/1964 veda a realização da despesa sem prévio empenho (art. 60) e determina
que o pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação (art.
62).
á à àL à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à IX à L à
realizar o pagamento sem prévio empenho ou antes de sua liquidação é um ato de improbidade,
pois seria uma despesa não autorizada.
Gabarito: correto.

71. (Cespe - Op Cam TV/FUB/2015)


O servidor indiciado, uma vez julgado e punido na esfera penal, também poderá sofrer as
cominações da lei de improbidade administrativa.
Comentário: as instâncias são, em regra, independentes. Assim, um servidor poderá ser punido na
esfera administrativa e penal e ainda sofrer a sanção por improbidade, pela mesma conduta.
Gabarito: correto.

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72. (Cespe - Assistente Administrativo/FUB/2015)


Servidor público que possibilita o uso de patrimônio público sem as formalidades necessárias,
ainda que, com esse ato, não tenha obtido ganho pessoal nem causado dano ao erário, não
comete improbidade administrativa.
Comentário: o art. 10, II, da Lei 8.429/1992 considera como ato de improbidade administrativa
à à à à à à à à à à utilize bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie àN à à à à à
é presumido, pois não há necessidade de se comprovar que o agente teve ganho pessoal ou ainda
que causou dano ao erário. A própria utilização do patrimônio público sem observar as
formalidades legais ou regulamentares já representa o ato de improbidade.
Gabarito: errado.

73. (Cespe - Técnico/FUB/2015)


A doação de bens pertencentes à UnB, sem a observância das formalidades aplicáveis, será
caracterizada como ato de improbidade administrativa, exceto se esses bens forem
destinados a entes despersonalizados, com fins educativos ou assistenciais.
Comentário à à à à à à à à à à à à à
pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares
à à à à àIII
Gabarito: errado.

74. (Cespe - Op Cam TV/FUB/2015)


O dever de imparcialidade, quando violado por servidor público, configura prejuízo ao
interesse público, passível de punição como ato de improbidade administrativa.
Comentário: o art. 11 da Lei 8.429/1992 estabelece que constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão
que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições.
Assim, quando o agente violar o seu dever de imparcialidade estará cometendo um ato de
improbidade administrativa.
Com efeito, não devemos confundir o prejuízo ao interesse público com dano ao patrimônio
público. O simples fato de o agente deixar de cumprir os princípios aplicáveis à Administração
Pública já representa um prejuízo ao interesse público. Logo, deixar de observar a imparcialidade
configura prejuízo ao interesse público.
Gabarito: correto.

75. (Cespe - Analista TI/FUB/2015)

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Será passível de punição o agente que praticar ato de improbidade administrativa contra o
patrimônio de entidades que recebam incentivo fiscal do governo.
Comentário: para fixar, vejamos novamente quem são os sujeitos passivos do ato de improbidade:
 a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
 empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da
receita anual;
 entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público
bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Assim, um agente poderá ser punido por ato de improbidade que praticar contra uma entidade
que receber incentivo fiscal do governo.
Gabarito: correto.

76. (Cespe - Analista/MPU/2015)


Considere que um agente público, contratado para o exercício de função transitória e não
remunerada em determinado órgão público, tenha recebido vantagem econômica indevida
em razão desse exercício de função. Nesse caso, em virtude da precariedade do vínculo e da
ausência de remuneração, é correto afirmar que o agente público não estará sujeito às regras
e às penalidades contidas na Lei de Improbidade Administrativa.
Comentário: inicialmente, cumpre anotar que receber vantagem econômica indevida em razão do
exercício de função configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento
ilícito (Lei 8.429/1992, art. 9º).
Agora, precisamos analisar o conceito de agente público para a Lei de Improbidade:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

Portanto, mesmo que o vínculo seja transitório e sem remuneração, o autor estará enquadrado no
conceito de agente público para os fins da aplicação das sanções de improbidade administrativa,
podendo sofrer as sanções cabíveis.
Gabarito: errado.

77. (Cespe - Op Cam TV/FUB/2015)


A iniciativa para a instauração de processo que vise apurar ato de improbidade administrativa
cometido em órgão público somente poderá advir de servidor público vinculado a esse órgão
ou de iniciativa do Ministério Público.
Comentário à à à à à à à à à à à à à à à à
instauração de processo que vise apurar à à à

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Nesse caso, a banca estava considerando a possibilidade de se representar para que a autoridade
administrativa competente instaure investigação destinada a apurar a prática de ato de
improbidade. Tal representação poderá ser realizada por qualquer pessoa, independente de ela
ser vinculada ou não ao órgão. Assim, o item está errado.
Ademais, não devemos confundir o processo de apuração do ato de improbidade, que possui
natureza administrativa, com a ação de improbidade. Esta última é ação judicial, decorrente do
processo de apuração, que poderá ser proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
interessada.
Gabarito: errado.

78. (Cespe - Adm/FUB/2015)


Em inquéritos que apurem crime de improbidade administrativa, é vedado à autoridade
administrativa responsável pelo inquérito decretar a indisponibilidade dos bens do indiciado,
pois a presunção de inocência é um direito constitucionalmente protegido.
Comentário à à à à à à à à à mas sim em ato de
improbidade ou ilícito de improbidade. A expressão crime é mais adequada para a esfera penal.
Por isso, o item está errado.
Porém, a questão merece um pouco mais de análise.
Vejamos o que estabelece o art. 7º da Lei 8.429/1992:
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial
resultante do enriquecimento ilícito.

A redação do art. 7º é muito imprecisa e não nos ajuda a compreender melhor o assunto. O que
ocorre é que a autoridade administrativa representa ao Ministério Público, que, por sua vez,
deverá requisitar a medida ao juiz competente. Isso mesmo, não é a autoridade administrativa
nem o Ministério Público que decretam a indisponibilidade dos bens, mas sim o juiz.
á à à à à à à à à à à à à à
à
à à à à à à à à à à à à àM à
Público, que po à à à àC à à à à à à à à à à
pela presunção de inocência, afinal a indisponibilidade dos bens é medida cautelar, mas sim
porque a autoridade administrativa não tem competência, no processo de indisponibilidade, para
decretar a indisponibilidade dos bens.
Por fim, alguns alunos questionam a observação acima pelo fato de o Tribunal de Contas da União,
que é um órgão administrativo, possuir a competência para decretar a indisponibilidade dos bens
dos responsáveis por dano ao erário. Contudo, o TCU faz isso em processo de controle externo,
que nada tem a ver com a ação de improbidade administrativa. Portanto, não confundam a
indisponibilidade dos bens prevista na Lei 8.429/1992 com a indisponibilidade dos bens decretada
pelo TCU, com fundamento em sua Lei Orgânica (Lei 8.443/1992, art. 44, § 2º), em processos de
controle externo.

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Gabarito: errado.

79. (Cespe - Auditor/FUB/2015)


A aplicação de sanções pela prática de ato de improbidade administrativa prescinde da
ocorrência de dano ao patrimônio público.
Comentário: essa é uma questão bem duvidosa, que não avalia conhecimento. Muita gente pode
tentar dar uma lógica ao gabarito, mas eu penso que alguns bons candidatos acertariam e outros
bons errariam, conforme a interpretação de cada um.
De acordo com a Lei 8.429/1992, a aplicação das sanções previstas nesta lei independe (art. 21): (i)
da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (ii) da
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.
Oà à à à à à à à à àC à à à àáà à à
sanções, como regra, independe de dano ao patrimônio público. Assim, o item estaria correto.
Porém, se eu usar o raciocínio lógico, a questão generalizou o caso, pois nem sempre tal afirmativa
seria verdadeira, afinal há sanções que dependem sim da ocorrência de dano. Digo melhor, não é
qualquer sanção que prescinde da ocorrência de dano. Dessa forma, como a assertiva não tratou
das exceções, ela está errada.
Porém, volta e meia o Cespe apresenta afirmativas sem as exceções e considera elas corretas.
Assim, acho que o item ficou dúbio e, dessa forma, deveria ser anulado. Contudo, não foi. Então,
devemos ficar atentos para uma eventual questão semelhante.
Gabarito: errado.

É isso pessoal! Finalizamos o nosso conteúdo.


Foi um prazer trabalhar com vocês!
Sucesso e bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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3 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA


1. (Cespe AJOJ/STJ/2018)
Situação hipotética: Um secretário estadual contratou, sem licitação e com preço muito
inferior ao praticado no mercado, a empresa de seu irmão para a manutenção de

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computadores alocados em um departamento da secretaria. Assertiva: Nesse caso, para ser


configurado o ato de improbidade, não é necessária a existência de lesão ao patrimônio
público.
2. (Cespe Analista Judiciário/STJ/2018)
O agente público que facilitar a incorporação de verba integrante do acervo patrimonial da
União ao patrimônio de pessoa física, ainda que aja de boa-fé e sem dolo ou culpa, praticará
ato de improbidade administrativa, submetendo-se às sanções previstas em lei.
3. (Cespe STJ/2018)
As sanções aplicáveis nos casos de enriquecimento ilícito são cabíveis apenas para agentes
públicos, excluindo-se a possibilidade de responsabilização administrativa de pessoa que não
exerça mandato, cargo, emprego ou função administrativa.
4. (Cespe STJ/2018)
O servidor público que atrasa a realização de ato que deveria promover de ofício não atenta
contra os princípios da administração pública, ao contrário do que ocorre com aqueles que
deixam de praticar o referido ato.
5. (Cespe AJAA/STJ/2018)
O servidor público que revelar a particular determinado fato sigiloso de que tenha ciência em
razão das atribuições praticará ato de improbidade administrativa atentatório aos princípios
da administração pública.
6. (Cespe AJAJ/STJ/2018)
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, caso uma ação de improbidade administrativa
seja julgada improcedente, a respectiva sentença deverá sujeitar-se à remessa necessária.
7. (Cespe Analista Judiciário/STJ/2018)
A ideia de probidade administrativa equivale à de moralidade, na medida em que ambas se
relacionam à honestidade na administração pública, sendo, por isso, exigidas do agente
público a observância dos princípios éticos e a consciência dos valores morais.
8. (Cespe Procurador do Estado/PGE PE/2018)
Conforme a Lei de Improbidade Administrativa, configura ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, em especial,
a) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública de qualquer
natureza.
b) utilizar, em obra particular, máquinas de propriedade de entidades da administração
pública indireta estadual.
c) frustrar a licitude de processo seletivo para a celebração de parcerias com entidades sem
fins lucrativos.
d) realizar operação financeira sem a observância das normas legais e regulamentares.

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e) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo.


9. (Cespe Agente de Inteligência/ABIN/2018)
Cometerá ato de improbidade administrativa, violando o dever da imparcialidade, legalidade,
lealdade às instituições, o servidor público que, em consequência de desafeição com
determinado cidadão, negar publicidade de um ato oficial.
10. (Cespe Agente de Inteligência/ABIN/2018)
A condenação pela prática de ato de improbidade administrativa é hipótese de que resulta
perda dos direitos políticos.
11. (Cespe Oficial Técnico de Inteligência/ABIN/2018)
Valdemar, empresário do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como a utilização de
produtos químicos, para disfarçar o estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo
de validade. Ele garante uma mesada a Odair, empregado de agência reguladora do setor e
encarregado de elaborar os registros de fiscalização, em troca de ser avisado de qualquer
ação não programada do órgão. De posse desse tipo de informação, Valdemar toma
providências para que os fiscais não encontrem a carne de má qualidade. Durante a
investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo à saúde em razão do
consumo de carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da existência do
esquema.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.
Valdemar cometeu o crime de corrupção ativa, mas, como não é servidor público, a ele não
se aplica a Lei n.º 8.429/1992.
12. (Cespe TJAA/STM/2018)
Conforme a Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 , o agente público que
revelar, para pessoa de sua confiança, fato de que tem ciência em razão de suas atribuições e
sobre o qual deveria manter segredo cometerá conduta antiética, não se configurando, nesse
caso, ato de improbidade administrativa.
13. (Cespe TJAA/STM/2018)
Conforme a Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 , se um agente público
regularmente processado e condenado por ter causado lesão ao patrimônio público vier a
falecer antes de submeter-se às penalidades que lhe tiverem sido impostas, estas não
poderão afetar os seus sucessores, tampouco atingir a herança.
14. (Cespe Analista Judiciário/STM/2018)
É imprescindível a ocorrência de dolo para a tipificação, como ato de improbidade
administrativa, da conduta de agente público que cause prejuízo ao erário.
15. (Cespe AJAA/STM/2018)
Além dos servidores públicos, são considerados sujeitos ativos de atos de improbidade
administrativa os notários e registradores, que podem sofrer as penalidades previstas na lei
em apreço.

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16. (Cespe Investigador de Polícia/PC MA/2018)


Representa ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, segundo a
Lei n.º 8.429/1992,
a) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
b) usar, em proveito próprio, bens integrantes do patrimônio das entidades públicas.
c) ordenar a realização de despesas não autorizadas.
d) frustrar a licitude de concurso público.
e) deixar de prestar contas quando obrigado a fazê-lo.
17. (Cespe Investigador de Polícia/PC MA/2018)
À luz da Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 , julgue os itens a seguir.
I Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
II A representação, por carecer de formalismo, será escrita ou reduzida a termo e assinada,
devendo conter somente a qualificação do representante e as informações sobre o fato.
III Comissão processante poderá representar ao Ministério Público para que este requeira ao
juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou de terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente.
IV A rejeição da representação pela autoridade administrativa impede a representação ao
Ministério Público no mesmo caso.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
18. (Cespe Investigador de Polícia/PC MA/2018)
À luz da CF, os atos de improbidade administrativa poderão acarretar o(a)
a) suspensão dos direitos políticos.
b) disponibilidade dos bens.
c) cassação de direitos políticos.
d) suspensão da função pública.
e) ressarcimento ao erário, o que inviabiliza a persecução penal.
19. (Cespe Auditor de Controle Interno/CGM de João Pessoa - PB/2018)

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A pretensão estatal de ressarcimento do erário em face de agente que tenha enriquecido


ilicitamente no exercício de suas funções prescreverá em cinco anos.
20. (Cespe Auditor de Controle Interno/CGM de João Pessoa - PB/2018)
Os atos de improbidade administrativa atingem apenas entidades integrantes do Poder
Executivo.
21. (Cespe Médico Legista/PC MA/2018)
A Lei de Improbidade Administrativa elenca as penas aplicáveis àqueles que praticarem atos
de improbidade. O agente público que, atentando contra os princípios da administração
pública, for condenado em ação de improbidade por ter deixado de praticar, indevidamente,
ato de ofício, estará sujeito à pena de
a) suspensão dos direitos políticos pelo período de oito a dez anos.
b) suspensão da função pública pelo período de cinco a oito anos.
c) ressarcimento integral do dano, ainda que este seja presumido.
d) proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.
e) multa, limitada a vinte vezes o valor da sua remuneração.
22. (Cespe Escrivão de Polícia/PC MA/2018)
De acordo com a Lei de Improbidade Lei n.º 8.429/1992 , o servidor público que
comprovadamente tiver causado lesão ao patrimônio público estará sujeito
a) a detenção de cinco a oito anos.
b) à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) ao ressarcimento correspondente ao dobro do valor integral do dano.
d) ao pagamento de multa civil em valor igual ao do acréscimo patrimonial.
e) a suspensão dos direitos políticos por dez anos.
23. (Cespe Auditor de Contas Públicas/TCE PB/2018)
Por ter permitido a alienação de um imóvel integrante do patrimônio de uma autarquia
pública estadual por preço inferior ao de mercado, determinado agente público causou lesão
ao erário.
Durante o processo, provou-se que o agente agiu de forma imprudente, bem como
constatou-se o nexo causal entre a conduta e o dano. Porém, não houve comprovação de
enriquecimento pessoal do agente, nem indício de má-fé.
Nessa situação hipotética, segundo a Lei n.º 8.429/1992 Lei de Improbidade Administrativa
, o ressarcimento do dano
a) só seria devido se a conduta tivesse sido omissiva, caso em que teria de ser comprovado o
dolo ou a culpa do agente público.
b) será devido tão só em razão de a conduta ter sido comissiva, pouco importando, nesse
caso, a comprovação de ter havido dolo ou culpa.

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c) só seria exigível caso a conduta em questão se tivesse dado de forma omissiva, já que não
houve dolo.
d) não poderá ser cobrado do agente público, independentemente de a conduta ser omissiva
ou comissiva, uma vez que não houve a comprovação de dolo.
e) será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva, sendo suficiente
para tal a comprovação da culpa do agente público.
24. (Cespe Auditor de Contas Públicas/TCE PB/2018)
Uma empresa que presta serviços de vigilância e limpeza para órgão da administração
pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes do atraso dos pagamentos que lhe são
devidos pelos serviços adequadamente prestados, deu vantagem pecuniária aos servidores
responsáveis pela liquidação e pagamento da despesa orçamentária empenhada, com o
objetivo de acelerar os trâmites administrativos necessários ao efetivo pagamento.
Nessa situação hipotética, os servidores responderão por ato de improbidade administrativa
por terem
a) concedido indevidamente benefício financeiro, sujeitando-se, entre outras cominações, ao
ressarcimento integral do dano causado à administração pública.
b) atentado contra os princípios da administração pública, sujeitando-se, entre outras
cominações, à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) aplicado indevidamente benefício tributário, sujeitando-se, entre outras cominações, à
proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
d) causado prejuízo ao erário, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda de bens e
valores, inclusive aqueles obtidos licitamente.
e) enriquecido ilicitamente, sujeitando-se, entre outras cominações, ao pagamento de multa
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
25. (Cespe Juiz Substituto/TJ CE/2018)
Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ, é correto afirmar que a ação
de improbidade administrativa
a) pode ser ajuizada tanto em caráter preventivo como em caráter repressivo.
b) exige a formação de litisconsórcio passivo necessário entre o réu agente público e os
particulares beneficiados pelo ato ímprobo.
c) pode ser encerrada por meio de acordo firmado entre as partes e devidamente
homologado pelo juízo.
d) admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
e) deve ser ajuizada e processada nas instâncias ordinárias, salvo se a conduta ímproba tiver
sido praticada por agente público com foro privilegiado.
26. (Cespe Juiz Substituto/TJ CE/2018)

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O prefeito de determinado município contratou diretamente empresa prestadora de serviços


à prefeitura, dispensando indevidamente a licitação e causando prejuízos ao erário, razão
pela qual respondeu a ação civil por ato de improbidade administrativa. O juízo competente,
anteriormente à citação do prefeito e sem sua prévia manifestação, deferiu medida cautelar
de bloqueio de bens e, ao término da instrução processual, julgou procedentes os pedidos
condenatórios formulados na ação.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta, considerando o disposto na Lei
n.º 8.429/1992 e o entendimento jurisprudencial.
a) Em razão do cargo que ocupa, o prefeito deveria ter sido submetido à legislação específica
referente à prática de crimes de responsabilidade em vez de responder a ação de
improbidade administrativa.
b) Dada a comprovação de concreta dilapidação patrimonial, o deferimento da medida
cautelar de indisponibilidade de bens deveria ter sido condicionado à prévia citação do
prefeito.
c) No curso da instrução processual, a demonstração do dolo enquanto elemento subjetivo é
fundamental para a caracterização da conduta imputada ao prefeito como ato de
improbidade administrativa.
d) O ressarcimento integral do dano, a perda da função pública e a cassação dos direitos
políticos são sanções aplicáveis ao prefeito da situação hipotética, conforme a Lei n.º
8.429/1992.
e) Eventual reconhecimento de prescrição da ação de improbidade administrativa não
impedirá o prosseguimento da demanda relativa ao pedido de ressarcimento do prejuízo ao
erário.
27. (Cespe Analista Portuário Área Jurídica/EMAP/2018)
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a decretação cautelar da indisponibilidade de
bens de um agente público réu em ação de improbidade administrativa independe da
comprovação do periculum in mora.
28. (Cespe Procurador do Município/PGM Manaus - AM/2018)
O ato de improbidade administrativa violador do princípio da moralidade não requer a
demonstração específica de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, exigindo-se apenas a
demonstração do dolo genérico.
29. (Cespe Procurador do Município/PGM Manaus - AM/2018)
Não é permitida a utilização de prova emprestada do processo penal nas ações de
improbidade administrativa.
30. (Cespe Analista de Controle Externo/TCE PE/2017)
As pessoas condenadas por ato de improbidade administrativa estão sujeitas às cominações
previstas na legislação correspondente, como, por exemplo, a cassação de direitos políticos.
31. (Cespe Analista de Controle Externo/TCE PE/2017)

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As instâncias penal, civil e administrativa são, em regra, independentes; no entanto, a


aprovação das contas do gestor público pelo seu respectivo tribunal de contas impede a
aplicação de sanções relativas à condenação por ato de improbidade administrativa.
32. (Cespe Analista de Controle Externo/TCE PE/2017)
Fundamenta-se no periculum in mora implícito a decretação da indisponibilidade de bens
quando estiverem presentes fortes indícios da prática de ato ímprobo.
33. (Cespe Analista de Gestão Administrador/TCE PE/2017)
Na punição aos atos de improbidade administrativa, a penalidade será distinta se o ato
implicar enriquecimento ilícito do agente ou se ele apenas causar prejuízo ao erário.
34. (Cespe Auditor de Controle Externo/TCE PE/2017)
João, aprovado em concurso público para auditor de controle externo no tribunal de contas
de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter ciência desse fato, o prefeito do
município, amigo da família de João, resolveu presenteá-lo com um veículo, a fim de facilitar
a sua locomoção até o local de trabalho. João aceitou o presente. Com referência a essa
situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz do disposto na Lei n.º 8.429/1992.
João cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito.
35. (Cespe Auditor de Controle Externo/TCE PE/2017)
A aplicação de sanções por atos de improbidade administrativa que causem prejuízo ao
erário depende da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho de contas.
36. (Cespe AJAJ/TRE BA/2017)
No que concerne à improbidade administrativa, julgue os seguintes itens, à luz da Lei n.º
8.429/1992.
I - É possível conduta omissiva culposa configurar ato de improbidade administrativa que
cause lesão ao erário.
II - As hipóteses de improbidade administrativa previstas na Lei de Improbidade são taxativas.
III - Em ação de improbidade, é inadmissível transação, acordo ou conciliação.
IV - Aplica-se aos atos de improbidade administrativa o princípio da insignificância.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e IV.
37. (Cespe AJAA/TRE BA/2017)

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De acordo com a Lei n.º 8.429/1992 Lei de Improbidade Administrativa , servidor público
que, utilizando-se do cargo que ocupa, facilitar o enriquecimento ilícito de terceiros,
causando prejuízo ao erário, estará sujeito à pena de
a) proibição do recebimento de qualquer benefício até o total ressarcimento do dano.
b) perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) suspensão da função pública.
d) suspensão dos direitos políticos até o integral ressarcimento do dano ao erário.
e) pagamento de multa civil, cujo valor deve ser equivalente ao valor do dano causado.
38. (Cespe Promotor de Justiça/MPE RR/2017)
Após a captura em flagrante de um homem, policiais o detiveram na delegacia, onde o
torturaram na tentativa de obter dele a confissão da prática de determinado crime. O MP
ajuizou ação de improbidade administrativa contra esses policiais. Nessa situação hipotética,
conforme o entendimento do STJ, a conduta dos policiais
a) não configurou ato de improbidade administrativa, que se caracteriza como ato imoral
com feição de corrupção de natureza econômica, conduta inexistente no tipo penal de
tortura.
b) configurou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública.
c) configurou ato de improbidade administrativa, pois a tortura é expressamente prevista no
rol de condutas ímprobas na Lei de Improbidade Administrativa.
d) não configurou ato de improbidade administrativa, que pressupõe lesão direta à própria
administração, e não a terceiros.
39. (Cespe Procurador Municipal/Prefeitura de Belo Horizonte MG/2017)
De acordo com o disposto na Lei de Improbidade Administrativa Lei n.º 8.429/1992 ,
assinale a opção correta.
a) A efetivação da perda da função pública, penalidade prevista na lei em apreço, independe
do trânsito em julgado da sentença condenatória.
b) A configuração dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento
ilícito, causem prejuízo ao erário ou atentem contra os princípios da administração pública
depende da existência do dolo do agente.
c) O sucessor do agente que causou lesão ao patrimônio público ou que enriqueceu
ilicitamente responderá às cominações da lei em questão até o limite do valor da sua
herança.
d) O responsável por ato de improbidade está sujeito, na hipótese de cometimento de ato
que implique enriquecimento ilícito, à perda dos bens ou dos valores acrescidos ilicitamente
ao seu patrimônio, ao ressarcimento integral do dano e à perda dos direitos políticos.
40. (Cespe Procurador Municipal/Prefeitura de Fortaleza - CE/2017)

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Se, após um inquérito civil público, o MP ajuizar ação de improbidade contra agente público
por ofensa ao princípio constitucional da publicidade, o agente público responderá
objetivamente pelos atos praticados, conforme o entendimento do STJ.
41. (Cespe Direito/SEDF/2017)
O prefeito de determinado município utilizou recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) para pagamento de professores e para a compra de medicamentos e insumos
hospitalares destinados à assistência médico-odontológica das crianças em idade escolar do
município. Mauro, chefe do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que
o estoque de medicamentos e insumos hospitalares chegasse a zero para justificar situação
emergencial e dispensar indevidamente a licitação, adquirindo os produtos, a preços
superfaturados, da empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que desconhecia o esquema
fraudulento. A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e
==fbd4f==

doutrinários a ela relacionados, julgue o item a seguir.


A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.
42. (Cespe Técnico Judiciário/TRE PE/2017)
Um empresário, proprietário de determinada empresa que firmou contrato com o poder
público, contribuiu para a prática de ato de improbidade administrativa levado a efeito por
servidor público de determinado órgão estatal. Nessa situação hipotética,
a) o servidor público só estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa se
pertencer a órgão da administração direta.
b) o empresário só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se o
ato de improbidade lhe tiver beneficiado.
c) o servidor só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se tiver
sido nomeado para o cargo mediante concurso público.
d) o servidor estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa ainda que
exerça suas funções de forma transitória.
e) o empresário, por não ser agente público, não estará sujeito ao disposto na Lei de
Improbidade Administrativa.
43. (Cespe AJ/TRE PE/2017)
Considerando, por mera hipótese, que Sérgio seja servidor público da autarquia X e que, no
desempenho de atividades do seu cargo, pratique ato de improbidade administrativa,
assinale a opção correta.
a) Se o ato em questão atentar contra os princípios da administração pública, Sérgio
responderá tanto por ação quanto por omissão, tenha ele agido de forma dolosa ou culposa.
b) Qualquer pessoa terá legitimidade para, perante a autoridade administrativa competente,
apresentar representação solicitando a instauração de investigação para apurar a prática do
ato de improbidade.

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c) Caso o referido ato cause lesão ao erário, Sérgio poderá ter os direitos políticos suspensos
de oito a dez anos.
d) Sérgio somente sofrerá as sanções previstas em lei se houver efetiva ocorrência de dano
ao patrimônio público.
e) A ação de improbidade contra Sérgio somente poderá ser proposta pela pessoa jurídica
lesada, ou seja, a autarquia X.
44. (Cespe Delegado de Polícia/PC GO/2017)
Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia por ato de
improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá ser considerada, conforme o
disposto na Lei n.º 8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.
45. (Cespe Delegado de Polícia/PC GO/2017)
Em relação à improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição decenal, qualquer
que seja a tipicidade do ilícito praticado pelo agente público.
b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade administrativa por uso
de maquinário da administração em seu sítio particular, poderá ser-lhe aplicada pena de
suspensão dos direitos políticos por período de cinco a oito anos.
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho ou em conluio
com agente público, responderá, nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, desde
que tenha obtido alguma vantagem pessoal.
d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o autor auferir
vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou atividade,
mesmo que de forma culposa.
e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem justificativa e
reiterada, deixar de praticar ato de ofício, poderá ser-lhe aplicada multa civil de até cem
vezes o valor da sua remuneração, conforme a gravidade do fato.
46. (Cespe AJAJ/TRF - 1ª Região/2017)
Ainda que a prática de ato que configure improbidade administrativa não cause prejuízo ao
erário ou não implique enriquecimento ilícito, estará o responsável sujeito à perda da função
pública.
47. (Cespe Analista Judiciário/TRT - 7ª Região (CE)/2017)

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Determinado agente público, em troca de recebimento de vantagem econômica, facilitou a


alienação de um bem público por preço inferior ao valor de mercado, praticando, assim, ato
de improbidade administrativa. Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente, o agente
público praticou improbidade administrativa
a) que atenta contra os princípios da administração pública.
b) que importa enriquecimento ilícito.
c) decorrente de concessão ou aplicação de benefício financeiro ou tributário.
d) que causa prejuízo ao erário.
48. (Cespe AJAA/TRT CE/2017)
Lucas é analista judiciário de determinado tribunal. Seu irmão, Tiago, é um advogado
militante político, ativo nesse tribunal. Lucas, sem a observância das formalidades legais,
concedeu benefício administrativo a Tiago, caracterizado como ato de improbidade
administrativa, levando-o a ter seus direitos políticos suspensos por oito anos. Considerando
essa situação hipotética, assinale a opção correspondente a outra sanção que, de acordo com
a Lei de Improbidade Administrativa, também será aplicada a Lucas em razão da falta
cometida.
a) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de dez anos
b) pagamento de multa civil, de até três vezes o valor do dano causado
c) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de três anos
d) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de cinco anos
49. (Cespe Analista Judiciário - Contabilidade/ TRT CE/2017)
Em razão de indevida dispensa de licitação, que gerou prejuízo ao erário decorrente de
compra superfaturada, o Ministério Público estadual ajuizou ação de improbidade
administrativa contra o prefeito de determinado município do estado. Nessa situação
hipotética, de acordo com a CF, as consequências a que se sujeita o prefeito em decorrência
do processo judicial incluem a
a) pena privativa de liberdade, a suspensão dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
b) suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública e o ressarcimento ao erário.
c) perda da função pública, a cassação dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
d) pena privativa de liberdade, a perda da função pública e o confisco de bens.
50. (Cespe AJAJ/TRE PE/2017)
Um empregado de determinada sociedade de economia mista permitiu que terceiro
enriquecesse ilicitamente, em detrimento do patrimônio público, embora não tenha
facilitado a prática do ato que resultou no enriquecimento do terceiro nem tenha concorrido
para a sua prática. Nessa situação, o empregado
a) cometeu ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito.
b) cometeu ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.

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c) não cometeu ato de improbidade administrativa, pois empregados de sociedade de


economia mista não estão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade Administrativa.
d) não cometeu ato de improbidade, pois o ato de permitir o enriquecimento ilícito de
terceiro não está expressamente configurado como improbidade administrativa no
ordenamento jurídico brasileiro.
e) não cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública, pois agiu mediante omissão culposa.
51. (Cespe Analista Judiciário/TRF - 1ª Região/2017)
O servidor público que retardar ou deixar de praticar ato de ofício indevidamente responderá
por improbidade administrativa apenas no caso de o ato ter sido praticado por ação ou
omissão dolosa.
52. (Cespe Técnico Judiciário/TRF - 1ª Região/2017)
Se servidor público, em conluio com representante de sociedade empresária, cometer ato de
improbidade administrativa, ambos responderão pelo integral ressarcimento do dano
causado, bem como estarão sujeitos, no que couber a cada um, às penalidades previstas na
lei que trata da improbidade administrativa.
53. (Cespe AJAJ/TRF - 1ª Região/2017)
De acordo com a legislação que trata de atos de improbidade administrativa, são
considerados agentes públicos as pessoas em exercício de cargo eletivo em autarquia federal,
mesmo que sem remuneração.
54. (Cespe AJOJ/TRF - 1ª Região/2017)
Na ação de improbidade administrativa, caso o réu seja primário, o Ministério Público poderá
propor transação, desde que o ato praticado não tenha sido lesivo ao patrimônio público e
não tenha importado enriquecimento ilícito.
55. (Cespe TJAA/TRF - 1ª Região/2017)
A configuração de ato de improbidade administrativa dependerá, necessariamente, da
existência de efetivo dano ao erário.
56. (Cespe TJAA/TRF - 1ª Região/2017)
As penas previstas na Lei de Improbidade serão sempre aplicadas de forma cumulativa,
independentemente da gravidade do fato.
57. (Cespe Funpresp-EXE/2016)
Os herdeiros daquele que causar lesão ao patrimônio público estarão sujeitos às cominações
legais até o limite do valor da herança.
58. (Cespe Funpresp-EXE/2016)
Entre as sanções para a prática de ato de improbidade administrativa previstas na Lei n.º
8.429/1992 inclui-se a suspensão dos direitos políticos, que não se encontra expressamente
prevista na CF.

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59. (Cespe Funpresp-EXE/2016)


Conforme a referida lei, são espécies de atos de improbidade administrativa aqueles que
atentam contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça.
60. (Cespe Analista Judiciário/TRE GO/2015)
Embora possa corresponder a crime definido em lei, o ato de improbidade administrativa, em
si, não constitui crime.
61. (Cespe Analista Judiciário/TRE GO/2015)
A sanção de perda da função pública decorrente de sentença em ação de improbidade
administrativa não tem natureza de sanção administrativa.
62. (Cespe Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015)
Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação de determinado
órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo,
vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada empresa em um
procedimento licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar,
confirmada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de
demissão. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na
legislação aplicável ao caso.
A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administrativa que
importa enriquecimento ilícito.
63. (Cespe Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015)
Suponha que determinado servidor público federal tenha permitido, de forma culposa, a
realização de despesas não autorizadas em lei. Nessa hipótese, embora tenha sido cometido
ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, nos termos da lei, não se
exige o ressarcimento integral do dano, haja vista a inexistência de dolo na conduta do
servidor.
64. (Cespe Defensor Público Federal/DPU/2015)
O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na Lei de
Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.
65. (Cespe - Técnico/FUB/2015)
O servidor público que praticar ato de improbidade administrativa que implique em
enriquecimento ilícito estará sujeito à perda de bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Em caso de óbito do agente público autor da improbidade, esse ônus não será extensível aos
seus sucessores.
66. (Cespe - Analista/MPU/2015)
Em razão do caráter meramente exemplificativo do rol de condutas que caracterizam os atos
de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbidade ainda que a
infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de Improbidade
Administrativa.

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67. (Cespe - Assistente Administrativo/FUB/2015)


Organização privada que não possua a maior parte do seu patrimônio formada por capital
público poderá ser vítima de improbidade administrativa, caracterizando-se como sujeito
passivo.
68. (Cespe - Administrador/FUB/2015)
Em relação ao alcance subjetivo da improbidade administrativa, verifica-se que os órgãos da
administração direta e indireta dos três poderes e de qualquer um dos entes federados
configuram-se como sujeitos passivos imediatos do ato caracterizado pela improbidade
administrativa.
69. (Cespe - Auditor/FUB/2015)
O particular tem legitimidade para figurar como sujeito ativo de ato de improbidade
administrativa, isolada e independentemente da participação de agentes públicos.
70. (Cespe Assistente Administrativo/FUB/2015)
O pagamento de despesa sem prévio empenho caracteriza ato de improbidade
administrativa, da mesma forma que o pagamento de despesa antes da sua liquidação.
71. (Cespe - Op Cam TV/FUB/2015)
O servidor indiciado, uma vez julgado e punido na esfera penal, também poderá sofrer as
cominações da lei de improbidade administrativa.
72. (Cespe - Assistente Administrativo/FUB/2015)
Servidor público que possibilita o uso de patrimônio público sem as formalidades necessárias,
ainda que, com esse ato, não tenha obtido ganho pessoal nem causado dano ao erário, não
comete improbidade administrativa.
73. (Cespe - Técnico/FUB/2015)
A doação de bens pertencentes à UnB, sem a observância das formalidades aplicáveis, será
caracterizada como ato de improbidade administrativa, exceto se esses bens forem
destinados a entes despersonalizados, com fins educativos ou assistenciais.
74. (Cespe - Op Cam TV/FUB/2015)
O dever de imparcialidade, quando violado por servidor público, configura prejuízo ao
interesse público, passível de punição como ato de improbidade administrativa.
75. (Cespe - Analista TI/FUB/2015)
Será passível de punição o agente que praticar ato de improbidade administrativa contra o
patrimônio de entidades que recebam incentivo fiscal do governo.
76. (Cespe - Analista/MPU/2015)
Considere que um agente público, contratado para o exercício de função transitória e não
remunerada em determinado órgão público, tenha recebido vantagem econômica indevida
em razão desse exercício de função. Nesse caso, em virtude da precariedade do vínculo e da

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ausência de remuneração, é correto afirmar que o agente público não estará sujeito às regras
e às penalidades contidas na Lei de Improbidade Administrativa.
77. (Cespe - Op Cam TV/FUB/2015)
A iniciativa para a instauração de processo que vise apurar ato de improbidade administrativa
cometido em órgão público somente poderá advir de servidor público vinculado a esse órgão
ou de iniciativa do Ministério Público.
78. (Cespe - Adm/FUB/2015)
Em inquéritos que apurem crime de improbidade administrativa, é vedado à autoridade
administrativa responsável pelo inquérito decretar a indisponibilidade dos bens do indiciado,
pois a presunção de inocência é um direito constitucionalmente protegido.
79. (Cespe - Auditor/FUB/2015)
A aplicação de sanções pela prática de ato de improbidade administrativa prescinde da
ocorrência de dano ao patrimônio público.

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4 GABARITO

1. C 11. E 21. D 31. E 41. C 51. C 61. C 71. C

2. E 12. E 22. B 32. C 42. D 52. C 62. C 72. E

3. E 13. E 23. E 33. C 43. B 53. C 63. E 73. E

4. E 14. E 24. E 34. C 44. A 54. E 64. E 74. C

5. C 15. C 25. D 35. E 45. E 55. E 65. E 75. C

6. C 16. B 26. E 36. B 46. C 56. E 66. C 76. E

7. C 17. B 27. C 37. B 47. B 57. C 67. C 77. E

8. E 18. A 28. C 38. B 48. D 58. E 68. C 78. E

9. C 19. E 29. E 39. C 49. B 59. E 69. E 79. E

10. E 20. E 30. E 40. E 50. B 60. C 70. C

5 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro: Método,
2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. “Personalidade judiciária de órgãos públicos”. Salvador: Revista Eletrônica
de Direito do Estado, 2007.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

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JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 7ª Ed. Niterói: Impetus, 2013.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.

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