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Aula 11

Direito Administrativo p/ INSS (Técnico


do Seguro Social) - 2021 - Pré-Edital

Autores:
Herbert Almeida, Time Herbert
Almeida
Aula 11
26 de Abril de 2021
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
Aula 11

1 Sumário

1 Improbidade administrativa ................................................................................................................... 2

1.1 Noções gerais e previsão constitucional ...................................................................................... 2

1.2 Espécies de atos de improbidade administrativa ....................................................................... 8

1.3 Sanções cabíveis ............................................................................................................................. 15

1.4 Declaração de bens e valores....................................................................................................... 18

1.5 Representação................................................................................................................................. 19

1.6 Ação de improbidade .................................................................................................................... 19

1.7 Competência ................................................................................................................................... 22

1.8 Prescrição ......................................................................................................................................... 23

2 Questões para fixação .......................................................................................................................... 30

3 Questões comentadas na aula ............................................................................................................ 69

4 Gabarito .................................................................................................................................................. 82

5 Referências.............................................................................................................................................. 82

Olá pessoal, tudo bem?


Essa é a última aula do nosso curso e vamos estudar a Lei de Improbidade Administrativa.
Espero que gostem!
Aos estudos, aproveitem!

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1 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
1.1 Noções gerais e previsão constitucional

A Constituição Federal deu importância relevante à moralidade administrativa, incluindo-a como princípio
constitucional previsto no art. 37, caput, do Texto Maior. Com efeito, a exigência de uma atuação moral se
relaciona com o dever de probidade, ética e honestidade da Administração Pública.

Nesse sentido, a Constituição da República se referiu à improbidade administrativa como forma de violação
à moralidade administrativa, incluindo diversos dispositivos sobre o tema. No art. 15, V, a improbidade
administrativa é tratada como forma de suspensão dos direitos políticos:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

O art. 85, V, dispõe que são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra a probidade na administração; enquanto o art. 14, §
9º, trata a proteção da probidade administrativa como um dos parâmetros para definição dos casos de
inelegibilidade.

Todavia, o dispositivo de importância maior é o § 4º do art. 37 da Constituição, que estabelece a base para
a responsabilização dos atos de improbidade administrativa:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Uma vez que se insere no texto constitucional, essa norma alcança a administração pública direta e indireta,
de qualquer dos Poderes, de todos entes da Federação. Por conseguinte, foi editada a Lei 8.429/1992, norma
de caráter nacional, alcançando, portanto, todos os entes da Federação (União, estados, Distrito Federal e
municípios).

Nesse contexto, a Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa – LIA) define os sujeitos ativo e passivo
do ato de improbidade (arts. 1º ao 3º); o próprio ato de improbidade, ainda que não o faça de maneira tão
clara (arts. 9ª ao 11º); as sanções cabíveis (art. 12); e as normas da ação judicial em decorrência da prática
do ato de improbidade (art. 17).

Com efeito, apesar de mencionarmos a relação entre a probidade administrativa e a moralidade, os casos
considerados como atos de improbidade administrativa são muito mais amplos. Segundo Maria Sylvia
Zanella Di Pietro,

Comparando a moralidade com a probidade, pode-se afirmar que, como princípios,


significam praticamente a mesma coisa, embora algumas leis façam referência às duas
separadamente [...].

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No entanto, quando se fala em improbidade como ato ilícito, como infração sancionada
pelo ordenamento jurídico, deixa de haver sinonímia entre as expressões improbidade e
imoralidade, porque aquela tem um sentido muito mais amplo e muito mais preciso, que
abrange não só atos desonestos ou imorais, mas também e principalmente ilegais.

Portanto, a improbidade envolve não somente os atos imorais e desonestos, mas também os atos ilegais em
sentido estrito, ou seja, aqueles que confrontam leis, regulamentos ou outros atos normativos.

Dessa forma, a Lei de Improbidade Administrativa (LIA) estabeleceu inúmeras hipóteses de atos de
improbidade, sendo que a violação à moralidade administrativa é apenas uma delas. Nesse contexto, a Lei
8.429/1992 estabeleceu quatro tipos de atos considerados como de improbidade administrativa: (a) os que
importam enriquecimento ilícito (art. 9º); (b) os que causam prejuízo ao erário (art. 10); (c) os decorrentes
de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A); (d) os que atentam
contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

A partir daí, vamos começar a analisar todos os aspectos da Lei 8.429/19921.

Sujeito passivo do ato de improbidade

Os sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa são todas as entidades que podem ser atingidas
por atos dessa natureza, ou seja, são as entidades contra as quais os atos de improbidade administrativa
podem ser praticados.

De acordo com o art. 1º da Lei 8.429/1992, os atos de improbidade administrativa podem ser praticados
contra (sujeitos passivos):
a) a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
b) empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Portanto, os sujeitos passivos abrangem todas as pessoas políticas (União, estados, Distrito Federal e
municípios); os órgãos dos três Poderes (incluindo o Tribunal de Contas e o Ministério Público); as
administrações direta e indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de

1
Nesta aula, quando falarmos em “Lei”, com inicial em letra maiúscula, ou quando mencionarmos diretamente um artigo,
sem especificar a lei, considere que estamos falando da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa).

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economia mista); as empresas que, mesmo não pertencendo ao Poder Público, estão sob controle deste –
no caso em que o erário concorreu com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual 2 –; entidades que
não pertencem à Administração Pública, mas que recebam algum tipo de subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de órgão público, ou então aquelas em cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, nos quais a sanção patrimonial
limitar-se-á à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Apenas esclarecendo um pouco mais, no último tipo de sujeito passivo dos atos de improbidade
administrativa mencionado acima, estão as entidades privadas em relação às quais o Estado exerce a função
de fomento, concedendo algum tipo de subsídio, benefício ou incentivo ou que ainda tenha contribuído com
a criação ou custeio, com menos de 50%. Podemos mencionar como exemplos os serviços sociais autônomos
(Sesi, Senai, Sesc, etc.), as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público e
qualquer outro tipo de entidade criada ou mantida com recursos públicos3. Nesse caso, a Lei limita a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Aquilo que exceder às
contribuições do erário, deverá ser pleiteado por outra via que não a ação de improbidade.

1.1.1 Sujeito ativo do ato de improbidade

O sujeito ativo é representado pelas pessoas que podem praticar os atos de improbidade administrativa e,
por consequência, sofrer as devidas sanções previstas na Lei 8.429/1992. Nesse contexto, existem dois tipos
de sujeitos ativos dos atos de improbidade:

a) os agentes públicos (art. 2º);


b) os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de
improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º).

Em primeiro lugar, devemos destacar que a Lei de Improbidade Administrativa permite a aplicação de
sanções a pessoas que não sejam agentes públicos. No entanto, não é possível que o terceiro atue
isoladamente. Em outras palavras, uma pessoa que não seja agente público somente cometerá atos de
improbidade administrativa quando se observar alguma relação com agentes públicos. Nesse caso, a Lei
8.429/1992 apresenta três tipos de relação:

a) quando a pessoa induz um agente a praticar ato de improbidade administrativa;


b) quando pratica o ato juntamente com o agente público, ou seja, quando concorre para o ato; e
c) quando a pessoa se beneficia de um ato de improbidade praticado por um agente público.

Em regra, a Lei de Improbidade busca sancionar as condutas praticadas por pessoas físicas.
Contudo, a despeito da divergência doutrinária sobre o tema, o STJ admite que pessoas
jurídicas sejam responsabilizadas, desde que tenham se beneficiado ou participado dos
atos de improbidade administrativa (REsp 1.122.177/MT).

2 Segundo a Profª. Maria Di Pietro, trata-se das “empresas sob controle direto ou indireto do poder público” (Di Pietro, 2014,

p. 910).
3 Di Pietro, 2014, p. 910-911.

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Com efeito, as pessoas jurídicas podem responder em ação de improbidade, ainda que
desacompanhadas de seus sócios, ou seja, uma empresa pode ser ré da ação de
improbidade, mesmo que seus sócios não figurem no polo passivo dessa demanda (REsp
970.393/CE).

Entretanto, a pessoa jurídica não se submete, por incompatibilidade com a sua natureza,
às sanções de perda da função pública e de suspensão dos direitos políticos. Por outro lado,
as empresas poderão sofrer as sanções de ressarcimento integral do dano, perda dos bens
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, pagamento de multa civil e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
nos termos e limites do art. 12 da LIA (REsp 1.038.762/RJ).

Em resumo, os terceiros, para fins da Lei de Improbidade, podem ser pessoas físicas ou
jurídicas.

Por outro lado, o conceito de agente público da Lei 8.429/1992 é amplo, abrangendo todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas que podem ser enquadrados como sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa (art.
2º).

transitoriamente ou sem remuneração

Agentes públicos (em


por eleição, nomeção, designação, contratação ou
sentido amplo), ainda
qualquer forma de investidura ou vínculo
que:
Sujeitos ativos do mandato, cargo, emprego ou função
ato de
improbidade
administrativa Induzam

Terceiros que: Concorram

Beneficiem-se

Apesar da abrangência do conceito de agente público, já houve muita discussão em relação à aplicação das
sanções por improbidade administrativa aos agentes políticos que respondem por crime de
responsabilidade (Presidente da República; Ministros de Estado; Procurador-Geral da República; Ministros
do STF; Governadores; Secretários de Estado).

No âmbito do Superior Tribunal de Justiça, sempre foi comum aceitar a aplicação conjunta da
responsabilização prevista na Lei 8.429/1992 e da Lei 1.079/1950, ressalvando-se o Presidente da República,
que somente responderia por crime de responsabilidade. Portanto, segundo o STJ, um agente político pode
responder simultaneamente por crime de responsabilidade e por improbidade administrativa, salvo o
Presidente da República.

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O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, chegou a declarar, em 2007, que os agentes políticos passíveis de
responder por crime de responsabilidade, na forma prevista no art. 102, I, “c”, da Constituição Federal, e na
Lei 1.079/1950, não se sujeitariam às disposições da Lei 8.429/1992.4 O caso tratava especificamente da
responsabilidade de um Ministro de Estado. No entanto, algumas decisões posteriores do STF indicavam
uma superação deste posicionamento.

Finalmente, em 2018, o STF pacificou o assunto ao concluir que os agentes políticos, com exceção do
Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que se submetem
tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à responsabilização
político-administrativa por crimes de responsabilidade.5

Dessa forma, podemos concluir atualmente que a Lei de Improbidade aplica-se aos agentes políticos,
independentemente da responsabilidade política por crime de responsabilidade. A única exceção trata do
Presidente da República, uma vez que tal autoridade possui rito específico para fins de responsabilização,
consoante determina a Constituição Federal.

1.1.2 Natureza da ação de improbidade administrativa e cumulação de


instâncias

De acordo com o art. 37, §4º da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa importarão: (a)
a suspensão dos direitos políticos; (b) a perda da função pública; (c) a indisponibilidade dos bens; e (d) o
ressarcimento ao erário, “sem prejuízo da ação penal cabível”. Adicionalmente, a Lei 8.429/1992 apresentou
outras penalidades, que serão discutidas a seguir.

Portanto, a natureza da ação não é penal. Claro que se a conduta for tipificada como crime, não haverá
prejuízo de interpor ação própria buscando a aplicação das sanções penais. Nesse caso, teremos duas ações
distintas, uma de improbidade administrativa e outra de natureza penal.

Nesse contexto, devemos destacar que existem três esferas independentes: penal, civil e administrativa.
Essas esferas são, em regra, independentes, ou seja, é possível que uma pessoa seja absolvida em uma, e
não na outra. Também é possível que alguém seja sancionado nas três esferas, ou em apenas duas.

A regra é a independência das instâncias penal, civil e administrativa, motivo pelo qual uma pessoa poderá
sofrer ações nas três esferas. Todavia, a ação penal, que possui um procedimento mais solene, poderá
interferir nas demais instâncias da seguinte forma6:
a) a condenação criminal, invariavelmente, acarreta a condenação nas esferas civil e administrativa;

4 Informativo 471 do STF; veja também a Rcl 2.138/DF.


5
Pet 3240 AgR/DF, 10/5/2018.
6
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 898-899.

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b) a absolvição na esfera penal estende-se às outras instâncias exclusivamente quando fundada na


inexistência do fato ou na ausência de autoria.

Assim, um agente público poderá, na mesma conduta, cometer um crime previsto no Código Penal (esfera
penal); ser responsabilizado civilmente pelo dano causado ao erário (esfera civil); e ser punido com pena de
demissão do serviço público (esfera administrativa).

Quanto à natureza da ação de improbidade, alguns doutrinadores a consideram como de natureza civil.
Todavia, a Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o ato de improbidade administrativa caracteriza
um ilícito de natureza civil e política, uma vez que pode implicar a suspensão dos direitos políticos, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

Com efeito, devemos notar que as sanções por atos de improbidade não são aplicadas na esfera
administrativa. Vale dizer: as sanções são aplicadas no âmbito judicial, em processo próprio, instaurado por
iniciativa do Ministério Público ou da pessoa jurídica atingida pelo ato.

Dessa forma, ainda que a sanção possa ter repercussão na esfera administrativa (como ocorre com a perda
da função pública, com a proibição de contratar com o Poder Público e com a proibição de receber do Poder
Público benefícios fiscais ou creditícios), a sanção em si é aplicada no âmbito judicial.

Independentemente do que se considera por “natureza”, o fato é que os atos de improbidade administrativa
não geram sanções penais, sendo necessário, para tanto, a interposição de ação própria.

(TCDF - 2013) O ato de improbidade, que, em si, não constitui crime, caracteriza-se como um ilícito de
natureza civil e política.
Comentários:
O art. 37, §4º, da LIA determina que as penalidades decorrentes dos atos de improbidade administrativa
devem ser aplicadas “sem prejuízo da ação penal cabível”. Portanto, a ação e suas penalidades não possuem
natureza penal.
De acordo com Maria Di Pietro, o ato de improbidade administrativa caracteriza um ilícito de natureza civil
e política, uma vez que pode implicar a suspensão dos direitos políticos, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário. Dessa forma, o item está correto.
(MJ - 2013) Um ato de improbidade administrativa praticado por servidor público não pode ser
simultaneamente enquadrado como um ilícito administrativo, o que exime a autoridade competente de
instaurar qualquer procedimento para apuração de responsabilidade de natureza disciplinar.
Comentários:
As instâncias são independentes. Logo, um ato de improbidade administrativa também poderá ser
enquadrado nas esferas administrativa e penal. Por exemplo, um servidor público federal que dispensar ou
inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei poderá ser responsabilizado na esfera penal (Lei

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8.666/1993, art. 89); na esfera administrativa (Lei 8.112/1990, art. 132, I e IV); e por ato de improbidade
administrativa – esfera civil (Lei 8.429/1992, art. 10, VIII).
Logo, o servidor público poderá ser enquadrado simultaneamente pelo ilícito administrativo. E sendo assim
a questão está incorreta.
(MJ - 2013) A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a qualquer agente público que seja servidor
estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito público, não abrangendo os empregados públicos
vinculados à administração indireta.
Comentários:
A Lei 8.429/1992 abrangem todas as pessoas políticas (União, estados, Distrito Federal e municípios); os
órgãos dos três Poderes (incluindo o Tribunal de Contas e o Ministério Público); as administrações direta e
indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista); as empresas
que, mesmo não pertencendo ao Poder Público, estão sob controle deste – no caso em que o erário
concorreu com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual –; entidades que não pertencem à
Administração Pública, mas que recebam algum tipo de subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público, ou então aquelas em cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com menos
de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, nos quais a sanção patrimonial limitar-se-á à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Com efeito, o art. 2º estabelece o seguinte:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior.
Dessa forma, o conceito é amplo, abrangendo quase todos os tipos de agentes públicos. A Lei também
abrange toda a administração direta e indireta, as entidades controladas e aquelas que recebam recursos
para fomento. Por isso a questão está incorreta.

1.2 Espécies de atos de improbidade administrativa

A Lei 8.429/1992 classifica os atos de improbidade administrativa em quatro grandes grupos.

Os arts. 9º, 10, 10-A e 11 estabelecem os grupos de atos de improbidade, dividindo-os em atos que:
a) importam enriquecimento ilícito (art. 9º);
b) causam prejuízo ao erário (art. 10);
c) decorram de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A);
d) atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

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A partir do enquadramento do ato em um desses grupos, serão aplicadas as penalidades previstas no art. 12
da Lei. Nesse caso, há uma verdadeira hierarquia das sanções, sendo que as penalidades mais rigorosas se
aplicam aos atos que importam enriquecimento ilícito, e as penas mais brandas aos que atentam contra os
princípios da Administração Pública.

Além disso, a Lei estabelece, para cada um desses grupos, uma rápida definição e, em seguida, lista alguns
exemplos de atos que neles poderiam ser enquadrados. Nesse contexto, após a definição, em cada um dos
artigos, consta a expressão “e notadamente”. Dessa forma, podemos perceber que o rol de condutas
previstas em cada um dos artigos que estabelecem os atos de improbidade administrativa é apenas
exemplificativo, podendo existir casos que não constem expressamente nesses dispositivos, mas igualmente
possam ser considerados como improbidades.

Agora, vamos analisar as condutas enquadráveis em cada um desses grupos.

1.2.1 Atos que importam enriquecimento ilícito

De acordo com o art. 9º da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito “auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades” abrangidas pela Lei e, notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou


locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art.
1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de


qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a


exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura
ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

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VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública,
bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda
do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para


pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de


qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Essas são as condutas mais graves e, por conseguinte, receberão as penalidades mais gravosas.

1.2.2 Atos que causam lesão ao erário

Consoante o art. 10 da LIA, constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades abrangidas pela Lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de


pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de


qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte
delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;

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VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-lo indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação


orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei;

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie;

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

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XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.

Esses são os casos intermediários, que geram penas de nível médio, conforme escalonamento prevista na
Lei de Improbidade Administrativa.

Com efeito, o art. 10 foi claro em mencionar que este grupo alcança qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa. A doutrina e a jurisprudência consideram que é necessário demonstrar a existência do elemento
subjetivo do ato, ou seja, o dolo ou a culpa. O dolo ocorre quando o agente possui a intenção de praticar a
conduta prevista na lei; por outro lado, a culpa ocorre quando ele atua com negligência, imprudência ou
imperícia.

No caso dos atos de improbidade administrativa, só se admite conduta culposa naqueles que causam lesão
ao erário; enquanto, nos outros casos (os que importam enriquecimento ilícito, os que atentam contra os
princípios da Administração Pública e os que concedem benefício financeiro ou tributário irregular) só
admitem conduta dolosa. O dolo, no entanto, conforme entendimento do STJ, não precisa ter finalidade
específica (dolo específico), basta o dolo genérico7.

Nesse sentido, vale transcrever o trecho da ementa do REsp 805.080/SP, que mostra-se bastante
esclarecedor8:

7. A configuração de qualquer ato de improbidade administrativa exige a presença do


elemento subjetivo na conduta do agente público, pois não é admitida a responsabilidade
objetiva em face do atual sistema jurídico brasileiro, principalmente considerando a
gravidade das sanções contidas na Lei de Improbidade Administrativa. Portanto, é
indispensável a presença de conduta dolosa ou culposa do agente público ao praticar o ato
de improbidade administrativa, especialmente pelo tipo previsto no art. 11 da Lei 8.429/92,
especificamente por lesão aos princípios da Administração Pública, que admite manifesta
amplitude em sua aplicação. Por outro lado, é importante ressaltar que a forma culposa
somente é admitida no ato de improbidade administrativa relacionado à lesão ao erário
(art. 10 da LIA), não sendo aplicável aos demais tipos (arts. 9º e 11 da LIA). (REsp 805080/SP,
Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe
06/08/2009)

Assim, antes de partirmos para o próximo grupo, vamos apresentar um pequeno resumo:

Elemento
Tipo de ato de improbidade
subjetivo
Atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º) Dolo
Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) Dolo ou culpa
Concessão de benefício financeiro ou tributário irregular (art. 10-A) Dolo
Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11). Dolo

7
REsp 951389/SC.
8
REsp 805.080/SP.

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1.2.3 Atos decorrentes da concessão ou aplicação indevida de benefício


financeiro ou tributário

Esse tipo de ato de improbidade foi incluído por meio da Lei Complementar 157/2016. Certamente, o
objetivo do legislador foi atuar contra a guerra fiscal entre os municípios e a corrupção de prefeitos que
concediam indevidamente isenções ou benefícios fiscais ou tributários, diminuindo significativamente a
arrecadação municipal em benefício de poucas empresas.

Anota-se, por oportuno, que a Lei 8.429/1992 é uma lei ordinária, ao passo que a matéria foi incluída no art.
10-A mediante a edição de uma lei complementar. Não há qualquer problema nisso, o legislador apenas
aproveitou a legislação que estava alterando a Lei Complementar 116/2003, que dispõe sobre o Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza, para também alternar a Lei 8.429/1992. No entanto, a norma
insculpida no art. 10-A é apenas formalmente lei complementar, mas materialmente é lei ordinária. Assim,
se futuramente o art. 10-A for alterado ou revogado, isso poderá ocorrer mediante lei ordinária.

Nesse contexto, o art. 10-A estabelece que constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou
omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar 116/2003.

O art. 8º-A, § 1º, da LC 116/2003, por sua vez, estabelece que a alíquota mínima do Imposto sobre Serviços
de Qualquer Natureza é de 2%. Com efeito, tal imposto não poderá ser objeto de concessão de isenções,
incentivos ou benefícios tributários ou financeiros que venham a resultar em carga tributária menor que a
decorrente da aplicação da alíquota mínima de 2%.9

Em resumo, o ato de improbidade que estamos falando configura-se quando uma autoridade, por ação ou
omissão, conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que enseje a aplicação de uma
alíquota abaixo dos 2% para o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, exceto em relação aos serviços
que a própria LC 116/2003 permita instituir alíquota menor.

Ademais, assim como ocorre com os atos que importam enriquecimento ilícito e os atos que atentam contra
os princípios, essa forma de ato admite apenas conduta dolosa.

1.2.4 Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública

Constitui ato que atenta contra os princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente (art. 11º):

9 A própria Lei Complementar 116/2003 apresenta exceções, ou seja, apresenta casos em que poderá ser instituída uma
carga tributária abaixo dos 2%, sem que isso represente uma irregularidade. Os serviços que podem ter alguma isenção que
enseje uma alíquota abaixo dos 2% são os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, quais
sejam:
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de
outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem,
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros.

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I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra
de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
serviço;

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem
a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo
único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

Essas são as condutas cuja a Lei impõe as penalidades mais simples, ou seja, são consideradas menos
gravosas.

Devemos notar que frustrar a licitude de procedimento licitatório ou de processo seletivo para celebração
de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente enquadra-se como ato que
causa lesão ao erário, enquanto frustrar a licitude de concurso público é um ato que atenta contra os
princípios da Administração Pública.

Vamos resolver questões!

(MJ - 2013) Com relação aos agentes públicos e à improbidade administrativa, julgue o item que se segue
conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
Para a caracterização de ato de improbidade por ofensa a princípios da administração pública, exige-se a
demonstração do dolo lato sensu ou genérico.
Comentários:

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De acordo com o STJ, para a configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11
da Lei 8.429/1992 (ato de improbidade por ofensa a princípios da administração pública), basta a
demonstração do dolo genérico de realizar a conduta. Nesse sentido, vejamos um trecho da ementa do REsp
951389/SC
2. Conforme já decidido pela Segunda Turma do STJ (REsp 765.212/AC), o elemento subjetivo, necessário à
configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429/1992, é o dolo
genérico de realizar conduta que atente contra os princípios da Administração Pública, não se exigindo a
presença de dolo específico.
Logo, o item está correto.
(IBAMA - 2013) A utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de amigo ou parente é
considerada improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
Comentários:
Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades do Poder Público. Além disso, a Lei 8.429/1992 cita como exemplo de ato de
improbidade dessa natureza: “XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça
ilicitamente”.
Portanto, o caso descrito na questão: “utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de
amigo ou parente”, enquadra-se nas hipóteses de atos que causam prejuízo ao erário. Portanto a questão
está correta.
(SUFRAMA - 2014) Considere que determinada regra exige licença ambiental para liberação de
financiamento de projeto empresarial na cidade de Manaus. Nesse caso, se um servidor da SUFRAMA
autorizar a liberação de verba da autarquia para financiamento de atividade empresarial cuja licença
ambiental esteja irregular, ele poderá figurar como réu em ação de improbidade.
Comentários:
Vamos ao conteúdo do art. 10 da LIA:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
[...]
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para
a sua aplicação irregular;
Além disso, por ser servidor de autarquia da União, se enquadra no conceito de agente público da Lei.
Portanto, ele poderá figurar como réu em ação de improbidade. Desta forma, a questão está correta.

1.3 Sanções cabíveis

A Constituição Federal apresentou quatro tipos de sanções cabíveis em decorrência do ato de improbidade
administrativa:

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a) a suspensão dos direitos políticos;


b) a perda da função pública;
c) a indisponibilidade dos bens; e
d) o ressarcimento ao erário.

Adicionalmente, a Lei 8.429/1992 acrescentou outros dois tipos de penas: (a) pagamento de multa civil; e
(b) proibição de contratar com o Poder Público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.

Essas penas são aplicadas pelo Poder Judiciário, de acordo com a autonomia que lhe é atribuída10. Nesse
sentido, o parágrafo único do art. 12 da LIA dispõe que “na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará
em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente”.

Entretanto, é possível a aplicação de pena de demissão de servidor público por ato de improbidade
administrativa, em processo administrativo disciplinar, mesmo sem decisão judicial prévia. Nessa linha, o
STJ entendeu, com base na independência das instâncias administrativa e instância judicial civil e penal, que
é possível que servidor seja demitido, com fundamento no art. 132, IV11, da Lei 8.112/1990,
independentemente de processo judicial prévio. Todavia, para as penas não previstas no Estatuto do
Servidor, será indispensável o processo judicial12.

Na verdade, não podemos confundir a pena de demissão, que é uma sanção disciplinar, aplicável no âmbito
do processo administrativo disciplinar, com a pena de perda da função pública, que é uma sanção de
improbidade, aplicada no âmbito do processo judicial de improbidade administrativa, pelo juízo competente.
Um dos fundamentos da pena de demissão é o cometimento de ato de improbidade administrativa (vide art.
132, IV, da Lei 8.112/1990). Assim, no âmbito do processo administrativo disciplinar, será possível aplicar a
sanção de demissão, pelo cometimento de ato de improbidade, ainda que o processo de improbidade não
tenha sido concluído. Por outro lado, a aplicação da pena de perda da função pública somente poderá ser
realizada com o trânsito em julgado trânsito em julgado da sentença condenatória.

Após essa exposição, vamos analisar as penas previstas, de acordo com cada tipo de ato de improbidade
praticado.

De acordo com o art. 12 da Lei 8.429/1992, independentemente das sanções penais, civis e administrativas
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

a) para os atos que importam enriquecimento ilícito:

10Scatolinho, 2014, p. 739.


11
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: [...] IV - improbidade administrativa;
12 MS 15.054/DF.

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→ perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;


→ ressarcimento integral do dano, quando houver;
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
→ pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de dez anos;
b) para os atos que causam prejuízo ao erário:
→ ressarcimento integral do dano;
→ perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância;
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
→ pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de cinco anos;
c) para os atos que decorrem de concessão indevida de benefício financeiro ou tributário:
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; e
→ multa civil de até três vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
d) para os atos atentam contra os princípios da Administração Pública:
→ ressarcimento integral do dano, se houver;
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;
→ pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de três anos.

As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória. Todavia, a autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual (art. 20, caput e parágrafo único).

Ademais, o art. 21 determina que a aplicação das sanções previstas na Lei independe:

a) da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

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b) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.

Com efeito, a Lei impõe que, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa,
do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano (art. 5º). Além disso, no caso de
enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao
seu patrimônio.

Por fim, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito
às cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º). Portanto, nesses dois casos específicos (lesão
ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito), é possível que o sucessor seja atingido pelas penalidades
da Lei de Improbidade Administrativa.

Por exemplo: Paulo cometeu ato de improbidade administrativa, causando uma lesão ao erário no montante
de R$ 1 milhão. Todavia, Paulo vem a óbito, deixando de herança o montante de R$ 500 mil para os seus
filhos. Nesse caso, os herdeiros poderão responder até o valor de R$ 500 mil. Aquilo que exceder a esse
montante não poderá ser exigido dos herdeiros, pois nesse caso a sanção estaria passando da pessoa do
condenado (os filhos teriam que arcar com o próprio patrimônio).

(TJDFT - 2013) Com base no disposto na Lei n.º 8.429/1992, julgue o item seguinte.
As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio público são de natureza
pessoal, extinguindo-se com a sua morte.
Comentários:
De acordo com o art. 8º da Lei 8.429/1992, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da herança.
Portanto, mesmo com a morte do servidor ou do agente que causar lesão ao patrimônio, é possível que as
penalidades alcancem o seu sucessor. Logo, o item está errado.

1.4 Declaração de bens e valores

O art. 13 da LIA determina que a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação
de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço
de pessoal competente.

Quando for o caso, a declaração abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os
objetos e utensílios de uso doméstico (art. 13. §1º).

Ademais, a declaração de bens deverá ser atualizada: (a) anualmente e (b) na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. A Lei determina ainda que será punido com a

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pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que
se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

Por fim, é facultado ao declarante entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza.

1.5 Representação

Conforme consta no art. 14, é facultado a qualquer pessoa representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Por outro lado, a Lei considera como crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o saiba inocente (art. 19).

Como requisito de validade, a representação deverá ser escrita ou reduzida a termo e assinada, contendo a
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento. Caso não contenha essas formalidades, a autoridade administrativa rejeitará a
representação, em despacho fundamentado. Todavia, a rejeição não impede a representação ao Ministério
Público.

Casos sejam atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos
fatos. Nesse caso, a decisão é vinculada, pois, casos sejam atendidos os requisitos da Lei, obrigatoriamente
a autoridade deverá apurar a representação, utilizando-se do devido processo administrativo disciplinar. Em
se tratando de servidor público federal, o processo deverá ocorrer nos moldes dos arts. 148 ao 182 da Lei
8.112/1990.

1.6 Ação de improbidade

O art. 15 da LIA prevê a existência de uma comissão encarregada de realizar a instrução do processo
administrativo, que deverá dar conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade, os quais poderão
designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Casos existam fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à


procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente
ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art. 16). O sequestro
é uma medida cautelar que incide sobre bens específicos, com a finalidade de garantir a futura execução.

Adicionalmente, quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
internacionais.

Até agora, estamos tratando da instrução do processo administrativo. Todavia, o Ministério Público não
depende somente de provocação para pleitear as medidas cautelares ou para mover a ação de improbidade.
Conforme dispõe o art. 22 da Lei, para apurar qualquer ilícito de improbidade, o Ministério Público, de ofício,

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a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação, poderá requisitar a instauração


de inquérito policial ou procedimento administrativo.

Nesse contexto, vale mencionar que a apuração administrativa não deve se confundir com a ação judicial
interposta pelos legitimados para punir os responsáveis. De acordo com o art. 17 da LIA, são legitimados
ativos ad causam para propor ação de improbidade administrativa:

a) o Ministério Público;
b) a pessoa jurídica interessada – no caso, é uma daquelas entidades que podem sofrer o ato de
improbidade administrativa, isto é, que se enquadram como sujeitos passivos dos atos de improbidade
administrativa.

Ademais, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da
obrigação tributária do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, prevista na Lei Complementar
116/2003 (art. 17, § 13º). Assim, se um prefeito, por exemplo, conceder um benefício tributário que enseja
uma alíquota abaixo de 2% para uma empresa, posteriormente o município será a pessoa jurídica interessada
para mover a ação de improbidade administrativa contra o ato.

Caso exista medida cautelar, a ação principal, que terá rito ordinário, deverá ser movida em até 30 dias a
contar da efetivação da medida (art. 17, caput). A expressão "rito ordinário" apenas significa que a ação de
improbidade irá seguir os trâmites normais de uma ação civil.

Além disso, nem sempre haverá medida cautelar. Nesse caso, a Lei de Improbidade não impõe um prazo
para mover a ação de improbidade. Isso não significa, todavia, que não exista prazo algum, uma vez que toda
ação de improbidade deverá observar o prazo prescricional previsto no art. 23, que vamos conversar
adiante.

Outro ponto importante na Lei de Improbidade consta no art. 17, § 1º. Hoje, a Lei de Improbidade admite
que sejam firmados acordos de não persecução cível. Vamos explicar isso com calma, mas antes vamos ter
que fazer uma rápida análise histórica sobre esse assunto.

Antigamente, a legislação vedava que fosse firmado qualquer tipo de transação, acordo ou conciliação nas
ações de improbidade administrativa. Esses são instrumentos extrajudiciais firmados entre as partes. Em
resumo, eles são semelhantes àqueles acordos que são firmados nos seriados americanos em que o
Ministério Público e o réu definem qual pena será cumprida.

Essa vedação, entretanto, deixou de existir, uma vez que a Lei Anticrime alterou a redação do art. 17, § 1º,
mencionando expressamente a possibilidade de celebrar acordo de não persecução cível.

Mas, professor, o que é um "acordo de não persecução cível"? A ação de improbidade é uma ação cível, uma
vez que tem o propósito de, entre outros, obter o ressarcimento do dano causado ao erário. Assim, seria
possível, por exemplo, que o Ministério Público e o réu firmassem um acordo, com este se comprometendo
a ressarcir o erário, pagar alguma multa ou cumprir outras penalidades, sem a necessidade de mover a ação
de improbidade.

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Em resumo: o réu se compromete a adotar algumas medidas e o Ministério Público ou a pessoa jurídica
interessada (legitimados para mover a ação de improbidade) se comprometem a não mover a ação de
improbidade ou outra ação de natureza cível.

Há, todavia, um grande problema aqui! O dispositivo que trata do tema prevê expressamente que o acordo
será firmado "nos termos desta Lei", ou seja, será firmado nos termos da Lei de Improbidade. Porém, o art.
17-A, que iria explicar como funcionaria o acordo, foi integralmente vetado. Assim, temos a possibilidade de
firmar o acordo, mas não existe, na Lei de Improbidade, a explicação de como esse acordo deverá funcionar.
Possivelmente, teremos alguma regulamentação ou uma nova lei para tratar desse tema no futuro.

Na verdade, existe um único parágrafo na Lei de Improbidade que trata do acordo, dispondo que "havendo
a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a
contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias" (art. 17, § 10-A). Esse dispositivo é como se fosse
um "pedido de tempo". Imagine que foi apresentada a peça inicial da ação de improbidade, mas surge a
possibilidade de firmar um acordo. Então, as partes podem requerer ao juiz que "dê uma segurada" no
processo, para que seja possível conversar sobre o possível acordo.

A legislação permite que sejam firmados acordos nas ações de improbidade.

Prosseguindo, a Lei de Improbidade prevê que, quando for o caso, a Fazenda Pública promoverá as ações
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. Por exemplo, se o juiz determinar
o ressarcimento, a Fazenda Pública poderá promover a ação de "execução", para obter a penhora ou outras
medidas para que o erário seja ressarcido.

Quanto ao rito do processo, o § 3º, art. 17, determina que, no caso de a ação principal ter sido proposta pelo
Ministério Público, a pessoa jurídica interessada poderá optar por abster-se de contestar o pedido de
impugnação do ato ou atuar ao lado do MP, “desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do
respectivo representante legal ou dirigente” (Lei 4.717/1965, art. 6º, 3º). Nesse caso, a pessoa jurídica
poderá compor o polo ativo da ação, ao lado do MP, ou permanecer inerte diante da instauração do
processo.

Contudo, quando for a pessoa interessada quem interpôs a ação, o Ministério Público, se não intervir no
processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

Os §§ 5º ao 12 estabelecem outras regras sobre o andamento da ação, vejamos:

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente


intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida
provisória nº 2.180-35, de 2001)

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes
da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de

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apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições


inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do


requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de quinze dias.

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará


a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

[...]

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz


extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos
ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica
prejudicada pelo ilícito (art. 18).

Por fim, vale mencionar os ensinamentos de George Sarmento, que dispõe que a ação judicial por ato de
improbidade administrativa possui natureza de ação civil pública, sendo-lhe cabível, subsidiariamente, as
regras da Lei 7.347/1995 (Lei da Ação Civil Pública).

1.7 Competência

A competência para processar e julgar a ação civil por ato de improbidade administrativa é do juiz de 1º grau
(Federal ou estadual) com jurisdição na sede da lesão. A ação tramitará na Justiça Federal se houver interesse
da União, autarquias ou empresas públicas federais (CF, art. 109, I); caso contrário, será de competência da
justiça estadual.

Vale mencionar que a Lei 10.628/2002 acrescentou o §2 º no art. 84 do Código de Processo Penal,
determinando que a ação de improbidade deveria ser proposta perante o tribunal competente para
processar e julgar criminalmente o funcionário ou autoridade na hipótese de foro em razão do exercício de
função pública.

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Ocorre que as ações de improbidade possuem natureza civil e, portanto, não existe amparo constitucional
para conceder foro especial. Por conseguinte, o STF, ao julgar a ADI 2797/DF13 declarou o dispositivo
inconstitucional, afirmando a competência do juiz de 1ª instância para julgar as ações de improbidade.

Com efeito, o tema foi novamente abordado pelo STF recentemente, concluindo-se mais uma vez que não
há foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa.14

Portanto, o entendimento vigente é de que não existe foro especial por prerrogativa de função em ações
de improbidade administrativa.15

1.8 Prescrição

O art. 23 da Lei 8.429/1992 determina que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas em
decorrência de ato de improbidade administrativa podem ser propostas:

a) em até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;
b) dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão
a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego; e
c) até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas
entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

Esse prazo previsto no item “b” varia conforme o ente da Federação. No caso da União, o prazo prescricional
é de cinco anos, conforme consta no art. 142, I, da Lei 8.112/199016.

Ademais, no caso de exercício de mandato, sendo reeleito, o prazo prescricional contará do término do
segundo mandato. Tal regra será aplicável ainda que o mandato seja interrompido por algum tempo. Por
exemplo: um prefeito comete um ato de improbidade durante a vigência do primeiro mandato; ele é
reeleito; no meio do segundo mandato, o Prefeito é afastado, assumindo o presidente da câmara municipal;
após isso, o prefeito volta ao mandato; nessa situação, o prazo prescricional será contado somente após o
término do segundo mandato, mesmo que o presidente da câmara tenha substituído interinamente o
prefeito.

13
ADI 2797/DF.
14
Pet 3.245/DF, de 18/5/2018.
15 O STF já entendeu que os ministros do próprio STF responderiam por improbidade perante a própria Corte. No entanto,

podemos dizer que tal posicionamento foi superado, uma vez que não foi feita qualquer ressalva no julgamento da Pet.
3.245/DF, julgada recentemente. Da mesma forma, há entendimento no âmbito do STJ de que os governadores de Estado
responderiam por improbidade no âmbito do STJ (Rcl 2.790/SC). Novamente, acreditamos que, para fins de prova, podemos
concluir que esse entendimento não deverá prevalecer, salvo se a questão perguntar de forma específica sobre o
entendimento do STJ.
16 Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição
de cargo em comissão;

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E em relação ao terceiro “que não é agente público”?

A Lei de Improbidade também se aplica ao terceiro que, mesmo não sendo agente público, induziu,
concorreu ou se beneficiou da prática do ato de improbidade. Como o terceiro nunca responderá sozinho
pelo ato de improbidade, o STJ entende que o prazo prescricional será o mesmo aplicável ao agente público,
consoante redação da Súmula 634:

634 – Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na Lei de Improbidade


Administrativa para o agente público.

E quanto ao dano ao erário?

Há algum tempo, defendia-se a tese de que as ações de ressarcimento de dano ao erário seriam
imprescritíveis, tomando como fundamento das disposições do art. 37, § 5º, da Constituição Federal, que
prevê que: “a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”.

Porém, a tese da imprescritibilidade “absoluta” do dano ao erário foi sendo vencida aos poucos no STF.
Inicialmente, em 2016, o STF firmou posicionamento de que “é prescritível a ação de reparação de danos à
Fazenda Pública decorrente de ilícito civil” (RE 669.069). Esta decisão, porém, não afetava o dano ao erário
decorrente de improbidade administrativa, pois os ministros, na ocasião, afirmaram que este tema deveria
ser discutido em ação específica.

Já em 2018, o Supremo analisou o RE 852.475, discutindo se existia a prescrição da ação de reparação de


dano ao erário decorrente de ato de improbidade administrativa. Ao final, foi firmada a seguinte tese com
repercussão geral:

São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso


tipificado na Lei de Improbidade Administrativa

A partir desse julgamento, podemos ter as seguintes conclusões sobre as ações de ressarcimento de dano
ao erário:

a) ato de improbidade doloso: será imprescritível;


b) ato de improbidade culposo: será prescritível.

Portanto, não podemos mais falar genericamente que as ações de ressarcimento por dano decorrente de
ato de improbidade são imprescritíveis. Isso vai depender do elemento subjetivo da conduta do agente
público. Se ele agiu de forma culposa, haverá prescrição; se agiu de forma dolosa, não haverá prescrição da
ação de ressarcimento.

Vale lembrar que isso vale somente para a ação de ressarcimento. Por outro lado, as ações de improbidade,
em si, prescrevem nos prazos que vimos acima. Por exemplo, a ação para aplicar as penalidades de perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos, multas, etc. prescrevem nos prazos constantes no art. 23
da Lei de Improbidade.

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Ademais, no caso de ato de improbidade culposo, o prazo de prescrição da ação de ressarcimento será o
mesmo aplicável para as demais sanções, ou seja, serão os prazos do art. 23.

Vamos analisar questões sobre o tema.

Término do exercício de
5 anos mandato, cargo em comissão
ou função de confiança
Mesmo prazo p/
Sanções de Cargo efetivo ou emprego
demissão a bem
improbidade público
do serviço público
Prestação de contas final de
5 anos entidade que recebeu
Prescrição recursos públicos

Culpa Prescritível
Dano ao erário
Dolo Imprescritível

Vamos analisar questões sobre o tema.

(CNJ - 2013) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de
improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º
8.429'1992), requer o exercício de função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à
atividade judicante.
Comentários:
No entendimento do STJ, as disposições da Lei 8.429/1992 alcançam os magistrados, inclusive no exercício
da função judicante. Nesse sentido, vejamos o trecho do precedente do Superior Tribunal de Justiça
constante no REsp 1.127.182/RN
[...] o conceito de "agente público" previsto no art. 2º da Lei n. 8.429/92 é amplo o suficiente para albergar
os magistrados, especialmente, se, no exercício da função judicante, eles praticarem condutas enquadráveis,
em tese, pelos arts. 9º, 10 e 11 daquele diploma normativo.
Portanto, o reconhecimento de ato de improbidade pode alcançar até mesmo o exercício da função
judicante. Por isso, a questão está errada.
(TJDFT - 2013) Somente são sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa os agentes públicos,
assim entendidos os que exercem, por eleição, nomeação, designação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios.

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Comentários:
Podemos considerar como sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa os terceiros que, mesmo
não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade administrativa ou
dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta, e os agentes públicos, ou seja, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no art. 1º da Lei. Portanto, não são apenas os agentes públicos os sujeitos ativos do ato de
improbidade. Sendo assim, a questão está incorreta.
(TRT 10 - 2013) Apuração interna realizada descobriu que um empregado público federal de uma sociedade
de economia mista recebeu vantagem indevida de terceiros, em troca do fornecimento de informações
privilegiadas e dados sigilosos do ente de que ele fazia parte. O relatório de conclusão da apuração foi
enviado ao Ministério Público para providências cabíveis.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e criminal, mas não por improbidade
administrativa, visto que esta não abrange particulares.
Comentários:
Podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa os agentes públicos e os terceiros que,
mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade
administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta. Dessa forma, o terceiro
beneficiado poderá ser responsabilizado também por improbidade administrativa, sem prejuízo das sanções
penais. Por isso, a questão está incorreta.
(TCDF - 2014) O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício do mandato, ocasionado lesão ao
patrimônio público e enriquecido ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade
Administrativa, mas somente até o limite do valor da herança recebida.
Comentários:
O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º). Dessa forma, o herdeiro poderá ser atingido
pelas penalidades da LIA, até o limite do valor da herança recebida. Com feito, vale mencionar que não há
nenhuma vedação para a responsabilização de deputado por improbidade administrativa. Sendo assim, a
assertiva está correta.
(CNJ - 2013) A configuração da improbidade exige os seguintes elementos: o enriquecimento ilícito, o
prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios fundamentais (legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência), presente o elemento subjetivo doloso.
Comentários:
a questão foi mal elaborada e, infelizmente, o gabarito foi infeliz. O avaliador tomou por base a ementa do
REsp 654.721/MT17 do STJ, vejamos:
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSOS ESPECIAIS. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LEI
8.429/92. CONTRATAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PESSOAL SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO.
AUSÊNCIA DE DOLO E DE PREJUÍZO AO ERÁRIO. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA NÃO
CONFIGURADO. RECURSOS PROVIDOS. 1. "A improbidade administrativa consiste na ação ou omissão

17
REsp 654.721/MT.

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intencionalmente violadora do dever constitucional de moralidade no exercício da função pública, tal como
definido por lei" (Marçal Justen Filho in Curso de Direito Administrativo, 3 ed. rev. e atual., São Paulo: Saraiva,
2008, p. 828). 2. Para que se configure a improbidade, devem estar presentes os seguintes elementos: o
enriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios fundamentais (legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). 3. O ato de improbidade, na sua caracterização, como
de regra, exige elemento subjetivo doloso, à luz da natureza sancionatória da Lei 8.429/92. 4. No caso dos
autos, as instâncias ordinárias afastaram a existência de dolo, bem como de prejuízo ao erário, razão por que
não há falar em ocorrência de ato de improbidade administrativa. 5. Recursos especiais providos. (grifos
nossos)
Ocorre que o texto do REsp deixa claro que a presença do elemento subjetivo doloso ocorre apenas “como
regra”. Isso porque no caso do ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário admite-se tanto
o dolo quanto a culpa. É o que consta no art. 10 da Lei 8.429/1992:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (grifos nossos)
Dessa forma, a questão deveria ser dada como errada, pois a redação deu a entender que deverá sempre
estar presente o dolo, o que não é verdadeiro.
Além disso, o enunciado tanto da questão quanto da ementa do REsp 654.721/MT dão a entender que todos
os três elementos devem estar presentes para a condenação por improbidade: “o enriquecimento ilícito, o
prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios fundamentais”. O mais adequado seria utilizar o “ou” no
lugar do “e”.
Assim, o item foi dado como correto, mas entendemos que deveria ser errado. Não adianta “brigar” com a
banca, por isso a revisão acima serve apenas para aprofundarmos nossos estudos.
(CNJ - 2013) Constituem improbidade administrativa não apenas os atos que geram enriquecimento ilícito,
mas também os que atentam contra os princípios da administração pública.
Comentários:
Acabamos de ver isso. Além dos atos que geram enriquecimento ilícito, podemos considerar também os atos
que atentam contra os princípios da administração e os que causam prejuízo ao erário. Logo, o item está
correto.
(TJDFT - 2013) O servidor que, estando obrigado a prestar contas referentes a recursos recebidos, deixa de
fazê-lo incorre em ato de improbidade administrativa passível de demissão do serviço público.
Comentários:
Deixar de prestar contas quando deve fazê-lo se enquadra na relação de atos que atentam contra os
princípios da administração pública (art. 11, VI). Dentre as sanções cabíveis a quem comete tal ato, encontra-
se a perda da função pública, nos termos do art. 12, III, da Lei 8.429/1992:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada
ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais

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ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de três anos.
Com efeito, na esfera federal, a pena de demissão do serviço público, prevista na Lei 8.112/1990, poderá
ser aplicada em caso de improbidade administrativa (art. 132, IV). Sendo assim, o gabarito está correto.
(TJDFT - 2013) Os atos típicos de improbidade administrativa restringem-se ao descumprimento do
princípio do sigilo e da confidencialidade de informações.
Comentários:
Essa é para não esquecer! Constituem atos típicos de improbidade administrativa aqueles que causam
prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e que atentam contra os princípios administrativos.
Dessa forma, os atos de improbidade não se restringem ao descumprimento do princípio do sigilo e da
confidencialidade de informações, existindo muitas outras hipóteses. Por isso a assertiva está incorreta.
(TJDFT - 2013) A procrastinação é uma conduta que pode configurar ato de improbidade administrativa
que causa prejuízo ao erário, por gerar atrasos e ineficiência do serviço público.
Comentários:
A procrastinação se refere ao atraso, adiamento de alguma ação que deveria ser tomada. Retardar ou deixar
de praticar ato de ofício constitui ato de improbidade administrativa. Contudo, essa ação se enquadra nos
atos que atentam contra os princípios administrativos (art. 11, II) e não nos que causam prejuízo ao erário.
Logo, o item está errado.
(TJDFT - 2013) O oficial de justiça que, no exercício do cargo público, aufira vantagem patrimonial indevida
estará sujeito, além das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, às
cominações arroladas na Lei n.º 8.429/1992, por configurar a situação ato de improbidade administrativa
que importa enriquecimento ilícito.
Comentários:
O recebimento ilícito de vantagem econômica de qualquer natureza, seja ela direta ou indireta, configura
ato de improbidade administrativa por enriquecimento ilícito, sujeitando o agente às sanções da Lei de
Improbidade.
Para reforçar, vejamos o conteúdo do art. 9º da Lei 8.429/1992 (ato de improbidade administrativa que
importa enriquecimento ilícito) com as respectivas penalidades (art. 12, I):
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo
de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

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IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer


natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art.
1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada
ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
Dessa forma, o item está correto.
(MPU - 2013) Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública o servidor público que revelar a seus familiares, durante um jantar em família, os
detalhes de processo que tramite em segredo de justiça contra seu chefe e do qual tenha tomado
conhecimento em razão de suas atribuições.
Comentários:
Segundo o art. 11, III, da Lei, revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo, constitui ato que viola os princípios da administração. Logo, o item está
correto.

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2 QUESTÕES PARA FIXAÇÃO

1. (Cebraspe – STJ/2018) Situação hipotética: Um secretário estadual contratou, sem licitação e com
preço muito inferior ao praticado no mercado, a empresa de seu irmão para a manutenção de
computadores alocados em um departamento da secretaria. Assertiva: Nesse caso, para ser configurado
o ato de improbidade, não é necessária a existência de lesão ao patrimônio público.

Comentário:

Pelo fato de o valor da contratação ter sido “muito inferior” ao praticado no mercado, podemos concluir que
não houve prejuízo ao erário. Não obstante, não é necessária a existência de lesão ao patrimônio público
para ser configurado ato de improbidade, ainda que caracterizada a frustração da licitude do processo
licitatório. No caso, o ato do secretário estadual poderia ser enquadrado como ato de improbidade que
atenta contra os princípios da administração, o qual prescinde de comprovação de dano ao patrimônio
público, considerando que a Lei assegura que a aplicação das sanções previstas independe da efetiva
ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento (art. 21, I da Lei
8.429/1992).

Gabarito: correto.

2. (Cebraspe – STJ/2018) O agente público que facilitar a incorporação de verba integrante do acervo
patrimonial da União ao patrimônio de pessoa física, ainda que aja de boa-fé e sem dolo ou culpa, praticará
ato de improbidade administrativa, submetendo-se às sanções previstas em lei.

Comentário:

Para que se constitua ato de improbidade administrativa vedado pela Lei n.º 8.429/1992 é necessário a
existência de dolo ou culpa da ação do agente imputado, ou seja, a responsabilidade do agente deve ser
subjetiva. No caso em apreço, podemos perceber que seria um caso de dano ao erário, assim, se a conduta
do agente fosse dolosa ou culposa, o agente público teria causado ato de improbidade administrativa que
causa prejuízo ao erário (art. 10, I). Esse é o motivo para a incorreção da questão.

Gabarito: errado.

3. (Cebraspe – STJ/2018) As sanções aplicáveis nos casos de enriquecimento ilícito são cabíveis apenas
para agentes públicos, excluindo-se a possibilidade de responsabilização administrativa de pessoa que não
exerça mandato, cargo, emprego ou função administrativa.

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Comentário:

As disposições da LIA são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta
(art. 3º). Ou seja, mesmo nos casos de enriquecimento ilícito, as sanções não se limitam aos agentes públicos,
podendo serem aplicadas a qualquer pessoa.

Gabarito: errado.

4. (Cebraspe – STJ/2018) O servidor público que atrasa a realização de ato que deveria promover de
ofício não atenta contra os princípios da administração pública, ao contrário do que ocorre com aqueles
que deixam de praticar o referido ato.

Comentário:

Esse servidor irá cometer ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração. Nessa
perspectiva, irá cometer tal ato o agente que praticar qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente retardar ou deixar de
praticar, indevidamente, ato de ofício (art. 11, II).

Gabarito: errado.

5. (Cebraspe – STJ/2018) O servidor público que revelar a particular determinado fato sigiloso de que
tenha ciência em razão das atribuições praticará ato de improbidade administrativa atentatório aos
princípios da administração pública.

Comentário:

Essa é a previsão do art. 11, III. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo.

Gabarito: correto.

6. (Cebraspe – STJ/2018) De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, caso uma ação de improbidade
administrativa seja julgada improcedente, a respectiva sentença deverá sujeitar-se à remessa necessária.

Comentário:

De acordo com a jurisprudência do STJ, a sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação
de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário (ou remessa necessária), com base na
aplicação subsidiária do art. 475 do CPC/73 e por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n.
4.717/65. Isso significa que o juiz terá que remeter o processo automaticamente para o julgamento por um
tribunal. Só então, após a decisão do tribunal, efetivamente o processo poderá ser arquivado.

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Gabarito: correto.

7. (Cebraspe – STJ/2018) A ideia de probidade administrativa equivale à de moralidade, na medida


em que ambas se relacionam à honestidade na administração pública, sendo, por isso, exigidas do agente
público a observância dos princípios éticos e a consciência dos valores morais.

Comentário:

A questão está correta. Em uma análise ampla e genérica da LIA, podemos constatar que está correta essa
relação estabelecida entre a probidade e a moralidade, na medida em que ambas preceituam um
comportamento honesto e, portanto, se equivalem. Com efeito, alguns autores defendem que os conceitos
de probidade e de moralidade (como princípios) são sinônimos. Por outro lado, quando falamos de
improbidade e imoralidade (ou seja, como infrações) aquele é mais amplo que este, já que existem inúmeros
casos de improbidade, previstos na Lei 8.429/92, que não se tratam de mera ofensa à moral, atacando
também a lei e outros princípios.

Gabarito: correto.

8. (Cebraspe – PGE PE/2018) Conforme a Lei de Improbidade Administrativa, configura ato de


improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, em
especial,
a) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública de qualquer natureza.
b) utilizar, em obra particular, máquinas de propriedade de entidades da administração pública indireta
estadual.
c) frustrar a licitude de processo seletivo para a celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos.
d) realizar operação financeira sem a observância das normas legais e regulamentares.
e) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo.

Comentário:

a) essa ação constitui ato de improbidade que importa em enriquecimento ilícito (art. 9º, II) – ERRADA;

b) da mesma forma, tal ação constitui ato de improbidade na modalidade de enriquecimento ilícito (art. 9º,
IV) – ERRADA;

c) irá constituir ato de improbidade administrativa que cause lesão ao erário (art. 10, VIII). Cuidado para não
confundir:

• “frustrar a licitude de concurso público” (art. 11, V) – atenta contra os princípios;


• “frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente” (art. 10, VIII) – causa lesão ao erário

Logo, o item está ERRADO.

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d) como as normas legais são feitas para que se observe o melhor meio de se realizar a operação financeira,
tal ação caracteriza ato de improbidade administrativa que caracteriza prejuízo ao erário – ERRADA;

e) agora sim, esse é o nosso gabarito! Essa é uma das hipóteses de ato que atenta contra os princípios da
Administração Pública. Vejamos: constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: deixar de prestar contas quando esteja obrigado a
fazê-lo (art. 11, VI) – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

9. (Cebraspe – ABIN/2018) Cometerá ato de improbidade administrativa, violando o dever da


imparcialidade, legalidade, lealdade às instituições, o servidor público que, em consequência de
desafeição com determinado cidadão, negar publicidade de um ato oficial.

Comentário:

De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (art. 11, caput). Um dos exemplos desse tipo de ato
consta no art. 11, IV: “negar publicidade aos atos oficiais”.

Gabarito: correto.

10. (Cebraspe – ABIN/2018) A condenação pela prática de ato de improbidade administrativa é


hipótese de que resulta perda dos direitos políticos.

Comentário:

A Lei de Improbidade prevê apenas a suspensão (e não a perda) políticos. Aproveitando, vamos recapitular
os prazos da suspensão:

▪ enriquecimento ilícito: 8 a 10 anos;


▪ lesão ao erário: 5 a 8 anos;
▪ concessão de benefício financeiro ou tributário indevido: 5 a 8 anos;
▪ atenta contra os princípios da Administração: 3 a 5 anos.

Ademais, a suspensão só produzirá os efeitos com trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 20).

Gabarito: errado.

11. (Cebraspe – ABIN/2018) Valdemar, empresário do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como
a utilização de produtos químicos, para disfarçar o estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo
de validade. Ele garante uma mesada a Odair, empregado de agência reguladora do setor e encarregado
de elaborar os registros de fiscalização, em troca de ser avisado de qualquer ação não programada do

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órgão. De posse desse tipo de informação, Valdemar toma providências para que os fiscais não encontrem
a carne de má qualidade. Durante a investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo
à saúde em razão do consumo de carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da
existência do esquema.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.
Valdemar cometeu o crime de corrupção ativa, mas, como não é servidor público, a ele não se aplica a Lei
n.º 8.429/1992.

Comentário:

O empresário Valdemar não é servidor, mas concorreu para a prática de um ato de improbidade com um
servidor público e se beneficiou desse ato. As disposições da LIA aplicam-se, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer
forma direta ou indireta (art. 3º). Ainda, sob o ponto de vista jurisprudencial, consoante informativo do STJ,
não será possível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa exclusivamente em face de
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda18. De todo modo, o
fato de Valdemar não ser servido público, não o exime de responder por ato de improbidade administrativa,
além de responder pelo crime de corrupção ativa (art. 333, CP).

Gabarito: errado.

12. (Cebraspe – STM/2018) Conforme a Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, o
agente público que revelar, para pessoa de sua confiança, fato de que tem ciência em razão de suas
atribuições e sobre o qual deveria manter segredo cometerá conduta antiética, não se configurando, nesse
caso, ato de improbidade administrativa.

Comentário:

Nesse caso, está configurado ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública (art. 11, III).

Gabarito: errado.

13. (Cebraspe – STM/2018) Conforme a Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, se
um agente público regularmente processado e condenado por ter causado lesão ao patrimônio público
vier a falecer antes de submeter-se às penalidades que lhe tiverem sido impostas, estas não poderão afetar
os seus sucessores, tampouco atingir a herança.

Comentário:

18
REsp 896.044-PA, 25/2/2014.

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Segundo a LIA, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança (art. 8º). Logo, será possível alcançar os
sucessores, no limite do valor deixado de herança.

Gabarito: errado.

14. (Cebraspe – STM/2018) É imprescindível a ocorrência de dolo para a tipificação, como ato de
improbidade administrativa, da conduta de agente público que cause prejuízo ao erário.

Comentário:

Essa questão é recorrente no assunto improbidade administrativa. O ato de improbidade administrativa que
cause prejuízo ao erário admite a culpa. Logo, o dolo é dispensável (não é imprescindível), já que a conduta
culposa será suficiente. Ademais, constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º da LIA (art. 10).

Gabarito: errado.

15. (Cebraspe – STM/2018) Além dos servidores públicos, são considerados sujeitos ativos de atos de
improbidade administrativa os notários e registradores, que podem sofrer as penalidades previstas na lei
em apreço.

Comentário:

Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, em sentido amplo, poderão ser punidos na
forma estabelecida na LIA, alcançando, portanto, os notários e registradores. Vale dizer: os notários e
registradores (o pessoal que recebe delegação para prestar os serviços de cartório) são agentes públicos para
os fins da Lei de Improbidade. Nessa linha, conforme entendimento jurisprudencial do STJ 19, por exercerem
atividade delegada do Poder Público, mantendo com ele vínculo contratual especial, os notários e
registradores são sujeitos ativos em potencial dos atos de improbidade administrativa.

Gabarito: correto.

16. (Cebraspe – PC MA/2018) Representa ato de improbidade administrativa que importa


enriquecimento ilícito, segundo a Lei n.º 8.429/1992,
a) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
b) usar, em proveito próprio, bens integrantes do patrimônio das entidades públicas.
c) ordenar a realização de despesas não autorizadas.
d) frustrar a licitude de concurso público.
e) deixar de prestar contas quando obrigado a fazê-lo.

19
REsp 118417, 19/08/2010.

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Comentário:

a) isso constituirá ato de improbidade administrativa que importa em prejuízo ao erário (art. 10, XII) –
ERRADA;

b) quando o agente utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° da LIA,
bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades,
estará cometendo ato de improbidade administrativa, na modalidade de enriquecimento ilícito – CORRETA;

c) também constituirá ato de improbidade administrativa que importa em prejuízo ao erário (art. 10, IX) –
ERRADA;

d) constituirá ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da adm. pública (art. 11, V)
– ERRADA;

e) essa é outra hipótese se ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da adm.
pública (art. 11, VI) – ERRADA;

Gabarito: alternativa B.

17. (Cebraspe – PC MA/2018) À luz da Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —,
julgue os itens a seguir.
I Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
II A representação, por carecer de formalismo, será escrita ou reduzida a termo e assinada, devendo conter
somente a qualificação do representante e as informações sobre o fato.
III Comissão processante poderá representar ao Ministério Público para que este requeira ao juízo
competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou de terceiro que tenha enriquecido
ilicitamente.
IV A rejeição da representação pela autoridade administrativa impede a representação ao Ministério Público
no mesmo caso.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

Comentário:

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I – segundo da Lei de Licitações, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa


competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade (art.
14) – CORRETO;

II – não somente isso, a representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento (art. 14, § 1º) – ERRADO;

III – a LIA prevê que, havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos
bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art.
16) – CORRETO;

IV – a rejeição da representação pela autoridade administrativa não impede a representação ao Ministério


Público (art. 14, § 2º). Nesses casos, o interessado poderá formular a representação diretamente ao MP (art.
22) – ERRADA.

Sendo os itens I e III corretos, o nosso gabarito é a alternativa B.

Gabarito: alternativa B.

18. (Cebraspe – PC MA/2018) À luz da CF, os atos de improbidade administrativa poderão acarretar
o(a)
a) suspensão dos direitos políticos.
b) disponibilidade dos bens.
c) cassação de direitos políticos.
d) suspensão da função pública.
e) ressarcimento ao erário, o que inviabiliza a persecução penal.

Comentário:

A CF prevê expressamente, os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível (CF, art. 37, § 4º). Logo, não há “disponibilidade
dos bens”, “cassação de direitos políticos” ou “suspensão da função pública”. Além disso, o ressarcimento
ao erário não inviabiliza a persecução penal, em virtude da independência e cumulatividade das instâncias.
Sobra, dessa forma, a letra A: suspensão dos direitos políticos.

Gabarito: alternativa A.

19. (Cebraspe – CGM de João Pessoa - PB/2018) A pretensão estatal de ressarcimento do erário em
face de agente que tenha enriquecido ilicitamente no exercício de suas funções prescreverá em cinco anos.

Comentário:

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Tais ações são imprescritíveis. Pelo entendimento atual, os danos decorrentes de atos de improbidade dolosa
são imprescritíveis. Já o dano pela improbidade culposa é prescritível. Como houve enriquecimento ilícito, o
ato é necessariamente doloso. Logo, o eventual dano será imprescritível. Note que a questão foi aplicada
antes do novo entendimento, mas neste caso específico o dano continua imprescritível.

Gabarito: errado.

20. (Cebraspe – CGM de João Pessoa - PB/2018) Os atos de improbidade administrativa atingem apenas
entidades integrantes do Poder Executivo.

Comentário:

Os atos de improbidade poderão ser praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra as
seguintes entidades: a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual (art. 1º). Portanto não há como limitar a aplicação da LIA somente
ao Poder Executivo.

Gabarito: errado.

21. (Cebraspe – PC MA/2018) A Lei de Improbidade Administrativa elenca as penas aplicáveis àqueles
que praticarem atos de improbidade. O agente público que, atentando contra os princípios da
administração pública, for condenado em ação de improbidade por ter deixado de praticar,
indevidamente, ato de ofício, estará sujeito à pena de
a) suspensão dos direitos políticos pelo período de oito a dez anos.
b) suspensão da função pública pelo período de cinco a oito anos.
c) ressarcimento integral do dano, ainda que este seja presumido.
d) proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.
e) multa, limitada a vinte vezes o valor da sua remuneração.

Comentário:

Para responder a essa questão devemos entender que a ação de retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública (art. 11, II). Assim, de acordo com o previsto na LIA, na hipótese desse tipo de ato,
ficará sujeito o responsável, pelo seguinte: ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o
valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos (art. 12, III). Assim, o nosso gabarito é a letra
D.

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a) essa punição é prevista para os casos de atos de improbidade que importem enriquecimento ilícito (art.
12, I) – ERRADA;

b) essa punição é prevista para os casos de atos de improbidade que causam prejuízo ao erário (art. 12, II) –
ERRADA;

c) o ressarcimento será aplicável quando efetivamente ocorrer – ERRADA;

e) não existe multa prevista nessa quantia, consoante os incisos do art. 12 da LIA – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

22. (Cebraspe – PC MA/2018) De acordo com a Lei de Improbidade — Lei n.º 8.429/1992 —, o servidor
público que comprovadamente tiver causado lesão ao patrimônio público estará sujeito
a) a detenção de cinco a oito anos.
b) à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) ao ressarcimento correspondente ao dobro do valor integral do dano.
d) ao pagamento de multa civil em valor igual ao do acréscimo patrimonial.
e) a suspensão dos direitos políticos por dez anos.

Comentário:

No caso de lesão ao patrimônio público, as sanções cabíveis são as seguintes:

(i) ressarcimento integral do dano;


(ii) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância;
(iii) perda da função pública;
(iv) suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
(v) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
(vi) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos.

Dessa forma, o gabarito é o que consta na letra B. Vamos analisar as demais alternativas:

a) o único caso de detenção previsto na LIA é a pena de detenção de seis a dez meses, para o caso de crime
a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da
denúncia o sabe inocente (art. 19). Note que, nesse caso, não há ato de improbidade, mas um crime
específico previsto na Lei – ERRADA;

c) não há a hipótese da cobrança do dobro do valor integral do dano. O ressarcimento é do valor do dano.
Por outro lado, há a possibilidade de aplicar a multa no limite de até o dobro do dano – ERRADA;

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d) a depender do ato de improbidade ocorrido, a multa civil irá variar. Vejamos as bases de cálculo das
multas: (i) enriquecimento ilícito – até 3x o valor do acréscimo indevido; (ii) dano ao erário – até 2x o valor
do dano; (iii) princípios – até 100x o valor da remuneração; (iv) benefício financeiro/tributário – até 3x o valor
do benefício – ERRADA;

e) na hipótese de ato de improbidade que comporte enriquecimento ilícito, a previsão para a suspensão dos
direitos políticos é de oito a dez anos (art. 12, I), logo não é um prazo fixo – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

23. (Cebraspe – TCE PB/2018) Por ter permitido a alienação de um imóvel integrante do patrimônio de
uma autarquia pública estadual por preço inferior ao de mercado, determinado agente público causou
lesão ao erário.
Durante o processo, provou-se que o agente agiu de forma imprudente, bem como constatou-se o nexo
causal entre a conduta e o dano. Porém, não houve comprovação de enriquecimento pessoal do agente,
nem indício de má-fé.
Nessa situação hipotética, segundo a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa —, o
ressarcimento do dano
a) só seria devido se a conduta tivesse sido omissiva, caso em que teria de ser comprovado o dolo ou a culpa
do agente público.
b) será devido tão só em razão de a conduta ter sido comissiva, pouco importando, nesse caso, a
comprovação de ter havido dolo ou culpa.
c) só seria exigível caso a conduta em questão se tivesse dado de forma omissiva, já que não houve dolo.
d) não poderá ser cobrado do agente público, independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva,
uma vez que não houve a comprovação de dolo.
e) será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva, sendo suficiente para tal a
comprovação da culpa do agente público.

Comentário:

Nitidamente a questão trata de um caso no qual houve o prejuízo ao erário. Assim, a LIA assegura que
constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º da Lei (compreende a autarquia), e notadamente: permitir ou
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio das referidas entidades, por preço
inferior ao de mercado (art. 10, IV). Dessa forma, é nítido que a única assertiva que compreende ação
(comissiva) ou omissão, bem como a forma culposa (por culpa do agente) é a letra ‘e’.

Gabarito: alternativa E.

24. (Cebraspe – TCE PB/2018) Uma empresa que presta serviços de vigilância e limpeza para órgão da
administração pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes do atraso dos pagamentos que lhe
são devidos pelos serviços adequadamente prestados, deu vantagem pecuniária aos servidores

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responsáveis pela liquidação e pagamento da despesa orçamentária empenhada, com o objetivo de


acelerar os trâmites administrativos necessários ao efetivo pagamento.
Nessa situação hipotética, os servidores responderão por ato de improbidade administrativa por terem
a) concedido indevidamente benefício financeiro, sujeitando-se, entre outras cominações, ao ressarcimento
integral do dano causado à administração pública.
b) atentado contra os princípios da administração pública, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) aplicado indevidamente benefício tributário, sujeitando-se, entre outras cominações, à proibição de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
d) causado prejuízo ao erário, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda de bens e valores, inclusive
aqueles obtidos licitamente.
e) enriquecido ilicitamente, sujeitando-se, entre outras cominações, ao pagamento de multa civil de até três
vezes o valor do acréscimo patrimonial.

Comentário:

No caso em apreço, podemos constatar que os servidores públicos que receberem vantagem economia para
acelerar os trâmites necessários ao pagamento de determinada empresa irão incidir no ato de improbidade
administrativa que importe em enriquecimento ilícito.

Vejamos: constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° da Lei.

Para tanto, a LIA prevê como sanções a esse tipo de ato a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de dez anos.

Assim, podemos concluir que o nosso gabarito é a letra ‘e’, considerando que as demais assertivas se referem
a outras hipóteses de atos de improbidade.

Gabarito: alternativa E.

25. (Cebraspe – TJ CE/2018 – adaptada) Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ,
é correto afirmar que a ação de improbidade administrativa
a) pode ser ajuizada tanto em caráter preventivo como em caráter repressivo.
b) exige a formação de litisconsórcio passivo necessário entre o réu agente público e os particulares
beneficiados pelo ato ímprobo.
c) admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o direito ao
contraditório e à ampla defesa.

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d) deve ser ajuizada e processada nas instâncias ordinárias, salvo se a conduta ímproba tiver sido praticada
por agente público com foro privilegiado.

Comentário:

a) a ação de improbidade administrativa só pode ser proposta quando já praticado o ato ímprobo, assim é
descabido a referida demanda em caráter preventivo. Isso não significa que a ação de improbidade
administrativa, uma vez ajuizada, não tenha caráter de prevenção; não só há finalidade preventiva no
ajuizamento, possibilitando inclusive o afastamento cautelar do agente público (art. 20, parágrafo único),
como as sanções aplicadas ao agente ímprobo buscam desestimular que este, no futuro, pratique novos atos
de improbidade – ERRADA;

b) o litisconsórcio é um fenômeno processual que consiste na pluralidade de partes em uma lide (mais de
um réu – no caso). Já o foco da ação de improbidade administrativa é a conduta do agente público, que é
pautada por deveres e regras específicos e que não necessariamente coincidem com as condutas do agente
particular. Ademais, não é necessário que haja punição do particular para que o agente público seja
responsabilizado20. Vale dizer: o particular somente responde em conjunto com o agente público, mas este
pode responder sem necessidade da presença do particular. Assim sendo, não é imprescindível o
litisconsórcio – ERRADA;

c) admite-se a utilização da prova emprestada do processo penal em processos administrativos ou de


improbidade. Por exemplo: uma escuta telefônica produzida no processo penal pode ser “emprestada” para
o processo de improbidade ou para o processo disciplinar. Nessa linha, vale a leitura do enunciado da súmula
591 do STJ (em que pese específica do processo administrativo), que diz: “é permitida a ‘prova emprestada’
no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e
respeitados o contraditório e a ampla defesa”. O mesmo entendimento é admitido nas ações de
improbidade, ou seja, admite-se a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa – CORRETA;

d) consolidou-se o entendimento de que não existe foro por prerrogativa de função nas ações de
improbidade administrativo. No mesmo julgamento, também se consolidou que os agentes políticos aptos a
responder por crime de responsabilidade também podem responder por improbidade administrativo, exceto
o Presidente da República (Pet 3240) – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

26. (Cebraspe – TJ CE/2018) O prefeito de determinado município contratou diretamente empresa


prestadora de serviços à prefeitura, dispensando indevidamente a licitação e causando prejuízos ao erário,
razão pela qual respondeu a ação civil por ato de improbidade administrativa. O juízo competente,
anteriormente à citação do prefeito e sem sua prévia manifestação, deferiu medida cautelar de bloqueio
de bens e, ao término da instrução processual, julgou procedentes os pedidos condenatórios formulados
na ação.

20
STJ. 2ª Turma. REsp 896.044/PA, rel. Min. Herman Benjamin, j. 16.09.2010.

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A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta, considerando o disposto na Lei n.º 8.429/1992
e o entendimento jurisprudencial.
a) Em razão do cargo que ocupa, o prefeito deveria ter sido submetido à legislação específica referente à
prática de crimes de responsabilidade em vez de responder a ação de improbidade administrativa.
b) Dada a comprovação de concreta dilapidação patrimonial, o deferimento da medida cautelar de
indisponibilidade de bens deveria ter sido condicionado à prévia citação do prefeito.
c) No curso da instrução processual, a demonstração do dolo enquanto elemento subjetivo é fundamental
para a caracterização da conduta imputada ao prefeito como ato de improbidade administrativa.
d) O ressarcimento integral do dano, a perda da função pública e a cassação dos direitos políticos são sanções
aplicáveis ao prefeito da situação hipotética, conforme a Lei n.º 8.429/1992.
e) Eventual reconhecimento de prescrição da ação de improbidade administrativa não impedirá o
prosseguimento da demanda relativa ao pedido de ressarcimento do prejuízo ao erário.

Comentário:

Atenção, vamos notar que a questão está desatualizada. No entanto, preferimos mantê-la, já que podemos
aprender muita coisa com a questão. Vamos lá:

a) o STJ já rejeitou a tese de que prefeito não responde por improbidade. Portanto, é descabida a tese de
que os agentes políticos não se sujeitam à Lei de Improbidade Administrativa. O entendimento do STJ é de
que a Lei 8.429 se refere aos prefeitos e vereadores, inexistindo incompatibilidade com o Decreto-Lei 201/67
(REsp 1.108.490). Atualmente, o posicionamento é ainda mais reforçado, consoante entendimento firmado
na Pet. 3240, pois todos agentes políticos (salvo o Presidente da República) submetem-se ao regime da Lei
de Improbidade – ERRADA;

b) não necessita da prévia citação. O STJ adota o entendimento de que, na situação em voga, o periculum in
mora (risco da decisão tardia) é presumido: “a indisponibilidade dos bens é cabível quando o julgador
entender presentes fortes indícios de responsabilidade na prática de ato de improbidade que cause dano ao
Erário, estando o periculum in mora implícito no referido dispositivo, atendendo determinação contida no
art. 37, § 4º, da Constituição”21 – ERRADA;

c) não é exclusivamente necessário a ocorrência do dolo, sendo que a LIA caracteriza como ato de
improbidade administrativa que importe prejuízo ao erário a ação ou omissão, dolosa ou culposa. Sendo
assim, poderá ser responsabilizado, também, por sua culpa. No entanto, nas demais espécies de
improbidade, o dolo é imprescindível – ERRADA;

d) o ordenamento jurídico brasileiro veda a cassação dos direitos políticos, o que pode ocorrer é a suspensão
de tais direitos – ERRADA;

e) na época da aplicação da questão, entendia-se que o dano ao erário decorrente de ato de improbidade
seria imprescritível em qualquer caso. Por isso, o gabarito foi dado como esta alternativa. Ressalva-se,
porém, que atualmente o STF entende que o dano ao erário poderá ser ou não prescritível, vejamos:

21
AgRg nos EREsp 1315092 RJ.

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▪ se o dano decorrer de improbidade dolosa: será imprescritível;


▪ se o dano decorrer de improbidade culposa: será prescritível.

Como o caso da questão trata de dano ao erário, seria possível tanto a conduta dolosa como a culposa. Até
poderíamos tentar deduzir que houve dolo, no sentido de que ele dispensou a licitação intencionalmente.
Contudo, em provas, as bancas deixam isso expresso de forma literal. Com isso, vamos manter o gabarito
como a letra E, mas na verdade fica a ressalva, pois a questão está desatualizada – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

27. (Cebraspe – EMAP/2018) De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a decretação cautelar da
indisponibilidade de bens de um agente público réu em ação de improbidade administrativa independe
da comprovação do periculum in mora.

Comentário:

Acabamos de ver a matéria na questão acima, nesse caso, o STJ entende que o periculum in mora (risco da
decisão tardia) é presumido: “a indisponibilidade dos bens é cabível quando o julgador entender presentes
fortes indícios de responsabilidade na prática de ato de improbidade que cause dano ao Erário, estando o
periculum in mora implícito no referido dispositivo, atendendo determinação contida no art. 37, § 4º, da
Constituição. Assim, não será necessário comprová-lo.

Gabarito: correto.

28. (Cebraspe – PGM Manaus - AM/2018) O ato de improbidade administrativa violador do princípio
da moralidade não requer a demonstração específica de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito,
exigindo-se apenas a demonstração do dolo genérico.

Comentário:

Vamos nos valer da jurisprudência do STJ, considerando que a questão é similar ao seguinte entendimento
daquela corte: “a jurisprudência dessa Corte Superior de Justiça é no sentido de que não se pode confundir
improbidade com simples ilegalidade. A improbidade é a ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento
subjetivo da conduta do agente. Assim, para a tipificação das condutas descritas nos artigos 9º e 11 da Lei
8.429/92 é indispensável, para a caracterização de improbidade, que o agente tenha agido dolosamente e,
ao menos, culposamente, nas hipóteses do artigo 10. Os atos de improbidade administrativa descritos no
artigo 11 (atentam contra os princípios) da Lei nº 8.429/92 dependem da presença do dolo genérico, mas
dispensam a demonstração da ocorrência de dano para a Administração Pública ou enriquecimento ilícito
do agente”.22 Portanto, quando o ato atentar contra os princípios da administração, podemos afirmar que
só o dolo genérico já basta para caracterizar o ato de improbidade administrativa. Com efeito, dolo genérico
é aquele sem um fim específico. Por exemplo: a autoridade que frustra um concurso público
intencionalmente comete ato de improbidade que atenta contra os princípios – nesse caso, não é preciso

22
AgRg no REsp 1.355.136, 16/04/2015.

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comprovar que ela “frustrou o concurso para contratar um amigo”, basta que a autoridade tenha frustrado
a seleção propositalmente.

Gabarito: correto.

29. (Cebraspe – PGM Manaus - AM/2018) Não é permitida a utilização de prova emprestada do
processo penal nas ações de improbidade administrativa.

Comentário:

Como já colocamos, esse entendimento é jurisprudencial e ele caminha no sentido de que é permitido a
prova emprestada, uma vez que se afirma que a ação de improbidade administrativa, apesar de ser uma
ação de natureza cível e não um processo administrativo disciplinar, admite a utilização de prova emprestada
colhida na persecução penal, desde que assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Gabarito: errado.

30. (Cebraspe – TCE PE/2017) As pessoas condenadas por ato de improbidade administrativa estão
sujeitas às cominações previstas na legislação correspondente, como, por exemplo, a cassação de direitos
políticos.

Comentário:

A Constituição Federal de 1988 se referiu à improbidade administrativa como forma de violação à moralidade
administrativa, incluindo diversos dispositivos sobre o tema. No art. 15, V, a improbidade administrativa é
tratada como forma de suspensão dos direitos políticos:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Portanto, os atos de improbidade podem levar à perda ou suspensão dos direitos políticos, mas não à
cassação, que é vedada pelo ordenamento.

Gabarito: errado.

31. (Cebraspe – TCE PE/2017) As instâncias penal, civil e administrativa são, em regra, independentes;
no entanto, a aprovação das contas do gestor público pelo seu respectivo tribunal de contas impede a
aplicação de sanções relativas à condenação por ato de improbidade administrativa.

Comentário:

A afirmação começou bem. Mas a previsão legal é de que a aplicação das sanções previstas na Lei de
Improbidade independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal
ou Conselho de Contas (art. 21, II).

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Gabarito: errado.

32. (Cebraspe – TCE PE/2017) Fundamenta-se no periculum in mora implícito a decretação da


indisponibilidade de bens quando estiverem presentes fortes indícios da prática de ato ímprobo.

Comentário:

Periculum in mora significa “perigo da demora”. Essa é uma justificativa para a decretação da
indisponibilidade dos bens do acusado, tendo em vista que a demora na tramitação do processo pode fazer
com que ele comece a se desfazer de seus bens e que não se consiga efetivar o ressarcimento ao erário ao
final.

Gabarito: correto.

33. (Cebraspe – TCE PE/2017) Na punição aos atos de improbidade administrativa, a penalidade será
distinta se o ato implicar enriquecimento ilícito do agente ou se ele apenas causar prejuízo ao erário.

Comentário:

Para cada tipo de ato de improbidade previsto na Lei, há penalidades diferentes.

Para os atos que importam em enriquecimento ilícito, são: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de dez anos;

Para os atos que importam em prejuízo ao erário, são: ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de cinco anos.

Gabarito: correto.

34. (Cebraspe – TCE PE/2017) João, aprovado em concurso público para auditor de controle externo no
tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter ciência desse fato, o prefeito do
município, amigo da família de João, resolveu presenteá-lo com um veículo, a fim de facilitar a sua
locomoção até o local de trabalho. João aceitou o presente. Com referência a essa situação hipotética,
julgue o item que se segue, à luz do disposto na Lei n.º 8.429/1992.
João cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito.

Comentário:

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Pelo ponto de vista da conduta de João, houve a prática de ato de improbidade administrativa que importa
em enriquecimento ilícito, nos termos da previsão do art. 9º, I da LIA:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir


qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;

Portanto, o item está correto.

Gabarito: correto.

35. (Cebraspe – TCE PE/2017) A aplicação de sanções por atos de improbidade administrativa que
causem prejuízo ao erário depende da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho de contas.

Comentário:

A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade independe da aprovação ou rejeição das contas
pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas (art. 21, II).

Gabarito: errado.

36. (Cebraspe – TRE BA/2017 – adaptada) No que concerne à improbidade administrativa, julgue os
seguintes itens, à luz da Lei n.º 8.429/1992.
I - É possível conduta omissiva culposa configurar ato de improbidade administrativa que cause lesão ao
erário.
II - As hipóteses de improbidade administrativa previstas na Lei de Improbidade são taxativas.
III - Em ação de improbidade, é admissível acordo.
IV - Aplica-se aos atos de improbidade administrativa o princípio da insignificância.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e IV.

Comentário:

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I - É possível conduta omissiva culposa configurar ato de improbidade administrativa que cause lesão ao
erário – no caso de atos que causam lesão ao erário, a lei prevê a possibilidade de conduta omissiva. Vejamos
o teor do caput do art. 10: “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei (...)” – CORRETA;

II - As hipóteses de improbidade administrativa previstas na Lei de Improbidade são taxativas – a doutrina


entende que a expressão “notadamente” utilizada ao final dos arts. 9º, 10 e 11 da LIA significa que o rol é
meramente exemplificativo – ERRADA;

III - Em ação de improbidade, é admissível acordo– isso mesmo. A Lei de Improbidade, a partir da
promulgação da Lei Anticrime, passou a permitir acordo entre as partes – CORRETA;

IV - Aplica-se aos atos de improbidade administrativa o princípio da insignificância – o STJ não admite a
aplicação do princípio da insignificância no âmbito das ações de improbidade – ERRADA.

Temos como corretas, então, as afirmativas I e III.

Gabarito: alternativa B.

37. (Cebraspe – TRE BA/2017) De acordo com a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa
—, servidor público que, utilizando-se do cargo que ocupa, facilitar o enriquecimento ilícito de terceiros,
causando prejuízo ao erário, estará sujeito à pena de
a) proibição do recebimento de qualquer benefício até o total ressarcimento do dano.
b) perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) suspensão da função pública.
d) suspensão dos direitos políticos até o integral ressarcimento do dano ao erário.
e) pagamento de multa civil, cujo valor deve ser equivalente ao valor do dano causado.

Comentário:

A conduta de permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente configura ato de
improbidade que causa prejuízo ao erário (art. 10, XII). Para esse tipo de ato, a lei comina as seguintes
sanções:

Ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de cinco anos;

Assim, apenas a letra B contém uma penalidade prevista corretamente na LIA.

Gabarito: alternativa B.

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38. (Cebraspe – MPE RR/2017) Após a captura em flagrante de um homem, policiais o detiveram na
delegacia, onde o torturaram na tentativa de obter dele a confissão da prática de determinado crime. O
MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra esses policiais. Nessa situação hipotética,
conforme o entendimento do STJ, a conduta dos policiais
a) não configurou ato de improbidade administrativa, que se caracteriza como ato imoral com feição de
corrupção de natureza econômica, conduta inexistente no tipo penal de tortura.
b) configurou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.
c) configurou ato de improbidade administrativa, pois a tortura é expressamente prevista no rol de condutas
ímprobas na Lei de Improbidade Administrativa.
d) não configurou ato de improbidade administrativa, que pressupõe lesão direta à própria administração, e
não a terceiros.

Comentário:

O STJ entende que a tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. (STJ. 1ª Seção. REsp
1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015, Informativo 577).

Gabarito: alternativa B.

39. (Cebraspe – Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) De acordo com o disposto na Lei de
Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, assinale a opção correta.
a) A efetivação da perda da função pública, penalidade prevista na lei em apreço, independe do trânsito em
julgado da sentença condenatória.
b) A configuração dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito, causem
prejuízo ao erário ou atentem contra os princípios da administração pública depende da existência do dolo
do agente.
c) O sucessor do agente que causou lesão ao patrimônio público ou que enriqueceu ilicitamente responderá
às cominações da lei em questão até o limite do valor da sua herança.
d) O responsável por ato de improbidade está sujeito, na hipótese de cometimento de ato que implique
enriquecimento ilícito, à perda dos bens ou dos valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, ao
ressarcimento integral do dano e à perda dos direitos políticos.

Comentário:

a) a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado
da sentença condenatória (art. 20) – ERRADA;

b) no caso dos atos que causam prejuízo ao erário, a conduta pode ser dolosa ou culposa, na forma do art.
10 da LIA – ERRADA;

c) na forma do art. 8°, caso o agente que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
venha a falecer, seu sucessor ficará sujeito às cominações da lei até o limite do valor da herança – CORRETA;

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d) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

40. (Cebraspe – Prefeitura de Fortaleza - CE/2017) Se, após um inquérito civil público, o MP ajuizar ação
de improbidade contra agente público por ofensa ao princípio constitucional da publicidade, o agente
público responderá objetivamente pelos atos praticados, conforme o entendimento do STJ.

Comentário:

O STJ pacificou o entendimento no sentido de que para a configuração do ato de improbidade administrativa
previsto no art. 11 da Lei 8.429/92 (ofensa aos princípios), é necessária a presença de conduta dolosa, não
sendo admitida a atribuição de responsabilidade objetiva em sede de improbidade administrativa (AgRg no
REsp 1200575/DF).

Gabarito: errado.

41. (Cebraspe – SEDF/2017) O prefeito de determinado município utilizou recursos do Fundo de


Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) para pagamento de professores e para a compra de medicamentos e insumos hospitalares
destinados à assistência médico-odontológica das crianças em idade escolar do município. Mauro, chefe
do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que o estoque de medicamentos e insumos
hospitalares chegasse a zero para justificar situação emergencial e dispensar indevidamente a licitação,
adquirindo os produtos, a preços superfaturados, da empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que
desconhecia o esquema fraudulento. A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e
doutrinários a ela relacionados, julgue o item a seguir.
A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.

Comentário:

A conduta de frustrar a licitude de procedimento licitatório é um ato de improbidade que causa lesão ao
erário (art. 10, VIII). Permitir a aquisição de bens por preço superior ao de mercado também (art. 10, V).
Assim, claramente a conduta de Mauro configurou improbidade administrativa.

Gabarito: correto.

42. (Cebraspe – TRE PE/2017) Um empresário, proprietário de determinada empresa que firmou
contrato com o poder público, contribuiu para a prática de ato de improbidade administrativa levado a
efeito por servidor público de determinado órgão estatal. Nessa situação hipotética,
a) o servidor público só estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa se pertencer a órgão
da administração direta.

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b) o empresário só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se o ato de


improbidade lhe tiver beneficiado.
c) o servidor só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se tiver sido nomeado
para o cargo mediante concurso público.
d) o servidor estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa ainda que exerça suas
funções de forma transitória.
e) o empresário, por não ser agente público, não estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade
Administrativa.

Comentário:

Existem dois tipos de sujeitos ativos dos atos de improbidade: os agentes públicos (art. 2º) e os terceiros
que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade
administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º). Para aplicação da LIA,
reputa-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Assim, tanto o servidor quanto o empresário respondem por improbidade.

Gabarito: alternativa D.

43. (Cebraspe – TRE PE/2017) Considerando, por mera hipótese, que Sérgio seja servidor público da
autarquia X e que, no desempenho de atividades do seu cargo, pratique ato de improbidade
administrativa, assinale a opção correta.
a) Se o ato em questão atentar contra os princípios da administração pública, Sérgio responderá tanto por
ação quanto por omissão, tenha ele agido de forma dolosa ou culposa.
b) Qualquer pessoa terá legitimidade para, perante a autoridade administrativa competente, apresentar
representação solicitando a instauração de investigação para apurar a prática do ato de improbidade.
c) Caso o referido ato cause lesão ao erário, Sérgio poderá ter os direitos políticos suspensos de oito a dez
anos.
d) Sérgio somente sofrerá as sanções previstas em lei se houver efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público.
e) A ação de improbidade contra Sérgio somente poderá ser proposta pela pessoa jurídica lesada, ou seja, a
autarquia X.

Comentário:

a) para configuração dos atos que atentam contra os princípios, é necessária a conduta dolosa. O único tipo
de ato em que a lei expressamente menciona a possibilidade de configuração por conduta culposa é aquele
que causa prejuízo ao erário (art. 10) – ERRADA;

b) qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade (art. 14) – CORRETA;

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c) nas hipóteses de lesão ao erário, a suspensão dos direitos políticos poderá ser de cinco a oito anos –
ERRADA;

d) a aplicação das sanções da LIA independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
quanto à pena de ressarcimento – ERRADA;

e) a ação principal, que terá o rito ordinário, pode ser proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
interessada (art. 17) – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

44. (Cebraspe – PC GO/2017) Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia
por ato de improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá ser considerada, conforme o
disposto na Lei n.º 8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.

Comentário:

Na forma do art. 19 da LIA, constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. A pena, nesses casos, é de detenção
de seis a dez meses, e multa.

Gabarito: alternativa A.

45. (Cebraspe – PC GO/2017) Em relação à improbidade administrativa, assinale a opção correta.


a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição decenal, qualquer que seja a
tipicidade do ilícito praticado pelo agente público.
b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade administrativa por uso de maquinário
da administração em seu sítio particular, poderá ser-lhe aplicada pena de suspensão dos direitos políticos
por período de cinco a oito anos.
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho ou em conluio com agente
público, responderá, nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, desde que tenha obtido alguma
vantagem pessoal.
d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o autor auferir vantagem
patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou atividade, mesmo que de forma
culposa.
e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem justificativa e reiterada, deixar de
praticar ato de ofício, poderá ser-lhe aplicada multa civil de até cem vezes o valor da sua remuneração,
conforme a gravidade do fato.

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Comentário:

a) a prescrição está prevista no art. 23 da LIA, nos seguintes termos:

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final
pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei.

Assim, para cada caso haverá uma contagem diferente – ERRADA;

b) utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer


natureza, de propriedade ou à disposição da Administração constitui ato de improbidade que gera
enriquecimento ilícito, cuja pena de suspensão dos direitos políticos será de 8 a 10 anos – ERRADA;

c) o particular não comete ato de improbidade sozinho. Isso decorre da previsão da LIA, que diz que as suas
disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º) –
ERRADA;

d) apenas nos casos dos atos que causam prejuízo ao erário é que a conduta pode ser dolosa ou culposa,
pois essa previsão consta expressamente do art. 10. Nos demais casos, exige-se a conduta dolosa – ERRADA;

e) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício configura ato de improbidade que atenta
contra os princípios da Administração e, consequentemente, gera o pagamento de multa civil de até cem
vezes o valor da remuneração percebida pelo agente – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

46. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) Ainda que a prática de ato que configure improbidade
administrativa não cause prejuízo ao erário ou não implique enriquecimento ilícito, estará o responsável
sujeito à perda da função pública.

Comentário:

A penalidade de perda da função pública também é aplicável nos casos em que há violação dos princípios
(art. 11) e nas hipóteses de pratica de atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário (art. 10-A).

Gabarito: correto.

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47. (Cebraspe – TRT 7ª Região (CE)/2017) Determinado agente público, em troca de recebimento de
vantagem econômica, facilitou a alienação de um bem público por preço inferior ao valor de mercado,
praticando, assim, ato de improbidade administrativa. Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente,
o agente público praticou improbidade administrativa
a) que atenta contra os princípios da administração pública.
b) que importa enriquecimento ilícito.
c) decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.
d) que causa prejuízo ao erário.

Comentário:

Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado é ato que gera
enriquecimento ilícito (art. 9º, III).

Gabarito: alternativa B.

48. (Cebraspe – TRT CE/2017) Lucas é analista judiciário de determinado tribunal. Seu irmão, Tiago, é
um advogado militante político, ativo nesse tribunal. Lucas, sem a observância das formalidades legais,
concedeu benefício administrativo a Tiago, caracterizado como ato de improbidade administrativa,
levando-o a ter seus direitos políticos suspensos por oito anos. Considerando essa situação hipotética,
assinale a opção correspondente a outra sanção que, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa,
também será aplicada a Lucas em razão da falta cometida.
a) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de dez anos
b) pagamento de multa civil, de até três vezes o valor do dano causado
c) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de três anos
d) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de cinco anos

Comentário:

A conduta de conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie constitui ato de improbidade que causa lesão ao erário.

As penas cabíveis para esse tipo de ato são: ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos.

Portanto, apenas a alternativa D está de acordo com a previsão do art. 12, II da LIA.

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Gabarito: alternativa D.

49. (Cebraspe – TRT CE/2017) Em razão de indevida dispensa de licitação, que gerou prejuízo ao erário
decorrente de compra superfaturada, o Ministério Público estadual ajuizou ação de improbidade
administrativa contra o prefeito de determinado município do estado. Nessa situação hipotética, de
acordo com a CF, as consequências a que se sujeita o prefeito em decorrência do processo judicial incluem
a
a) pena privativa de liberdade, a suspensão dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
b) suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública e o ressarcimento ao erário.
c) perda da função pública, a cassação dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
d) pena privativa de liberdade, a perda da função pública e o confisco de bens.

Comentário:

Pena privativa de liberdade; cassação de direitos políticos e confisco de bens não são penas cabíveis no
âmbito da Lei de Improbidade (a cassação e o confisco não são admitidos no ordenamento, e a pena privativa
de liberdade decorre de ações penais, o que não é o caso da LIA).

Assim, a única alternativa que restou foi a B, que está de acordo com o art. 37, § 4º da CF/88, que diz que
“os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível”.

Gabarito: alternativa B.

50. (Cebraspe – TRE PE/2017) Um empregado de determinada sociedade de economia mista permitiu
que terceiro enriquecesse ilicitamente, em detrimento do patrimônio público, embora não tenha
facilitado a prática do ato que resultou no enriquecimento do terceiro nem tenha concorrido para a sua
prática. Nessa situação, o empregado
a) cometeu ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito.
b) cometeu ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.
c) não cometeu ato de improbidade administrativa, pois empregados de sociedade de economia mista não
estão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade Administrativa.
d) não cometeu ato de improbidade, pois o ato de permitir o enriquecimento ilícito de terceiro não está
expressamente configurado como improbidade administrativa no ordenamento jurídico brasileiro.
e) não cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública,
pois agiu mediante omissão culposa.

Comentário:

De acordo com o art. 10, XII, da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão
ao erário “permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente”. Portanto, nem precisa

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facilitar ou concorrer, basta permitir que o terceiro se enriqueça ilicitamente para que ocorra o ato de
improbidade. Com isso, já sabemos que o gabarito é a letra B.

Agora, vamos analisar as outras alternativas:

a) o ato causa lesão ao erário, não é ato que importa enriquecimento ilícito (quem se enriqueceu foi o
terceiro e não o servidor) – ERRADA;

c) o conceito de agente público, previsto nos arts. 1º e 2º da Lei 8.429/1992, alcança também os empregados
das sociedades de economia mista – ERRADA;

d) conforme vimos, o ato está expressamente previsto no art. 10, XII, da Lei de Improbidade – ERRADA;

e) de fato, ele não cometeu ato que atenta contra os princípios, mas não porque houve “omissão culposa” e
sim porque o ato é, na verdade, um que causa lesão ao erário – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

51. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) O servidor público que retardar ou deixar de praticar ato de ofício
indevidamente responderá por improbidade administrativa apenas no caso de o ato ter sido praticado por
ação ou omissão dolosa.

Comentário:

Deixar de praticar ou retardar ato de ofício indevidamente constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da Administração (Lei 8.429/1992, art. 11, II). Por isso, tal ato só admite a forma
dolosa, uma vez que os atos que atentam contra os princípios não admitem a forma culposa.

Gabarito: correto.

52. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) Se servidor público, em conluio com representante de sociedade
empresária, cometer ato de improbidade administrativa, ambos responderão pelo integral ressarcimento
do dano causado, bem como estarão sujeitos, no que couber a cada um, às penalidades previstas na lei
que trata da improbidade administrativa.

Comentário:

A Lei de Improbidade se aplica aos agentes públicos e aos terceiros que induzam, concorram ou se
beneficiem do ato ímprobo. Nesse caso, o agente público e o representante da sociedade empresária
respondem integralmente pelo dano quando agirem em conluio. Ademais, a eles serão aplicáveis as demais
penalidades previstas na Lei 8.429/92, no que couber, uma vez que nem toda sanção pode alcançar o
particular.

Gabarito: correto.

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53. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) De acordo com a legislação que trata de atos de improbidade
administrativa, são considerados agentes públicos as pessoas em exercício de cargo eletivo em autarquia
federal, mesmo que sem remuneração.

Comentário:

O conceito de agentes públicos constante na Lei 8.429/1992 é amplo, vejamos:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

Logo, aquele que estiver em cargo eletivo em autarquia federal é considerado agente público, ainda que
atue sem remuneração. É difícil, na prática, imaginar alguém que ocupe cargo eletivo em autarquia, nas
poderíamos pensar numa pessoa eleita para atuar em algum conselho em determinada entidade dessa
natureza. Enfim, em qualquer caso, ele será agente público.

Gabarito: correto.

54. (Cebraspe – FUB/2015) A aplicação de sanções pela prática de ato de improbidade administrativa
prescinde da ocorrência de dano ao patrimônio público.

Comentário:

Essa é uma questão bem duvidosa, que não avalia conhecimento. Muita gente pode tentar dar uma lógica
ao gabarito, mas eu penso que alguns bons candidatos acertariam e outros bons errariam, conforme a
interpretação de cada um.

De acordo com a Lei 8.429/1992, a aplicação das sanções previstas nesta lei independe (art. 21): (i) da efetiva
ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (ii) da aprovação ou
rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

O ponto agora é tentar entender a generalização feita pelo Cebraspe em “de sanções”. A aplicação de
sanções, como regra, independe de dano ao patrimônio público. Assim, o item estaria correto.

Porém, se eu usar o raciocínio lógico, a questão generalizou o caso, pois nem sempre tal afirmativa seria
verdadeira, afinal há sanções que dependem sim da ocorrência de dano. Digo melhor, não é qualquer sanção
que prescinde da ocorrência de dano. Dessa forma, como a assertiva não tratou das exceções, ela está
errada.

Porém, volta e meia o Cebraspe apresenta afirmativas sem as exceções e considera elas corretas. Assim,
acho que o item ficou dúbio e, dessa forma, deveria ser anulado. Contudo, não foi. Então, devemos ficar
atentos para uma eventual questão semelhante.

Gabarito: errado.

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55. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) A configuração de ato de improbidade administrativa dependerá,


necessariamente, da existência de efetivo dano ao erário.

Comentário:

De acordo com a Lei de Improbidade:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.

Logo, a ocorrência de dano não é pressuposto necessário para a ocorrência dos atos de improbidade.

Gabarito: errado.

56. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) As penas previstas na Lei de Improbidade serão sempre aplicadas
de forma cumulativa, independentemente da gravidade do fato.

Comentário:

As sanções de improbidade podem ser aplicadas: “isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade
do fato” (art. 12, caput).

Gabarito: errado.

57. (Cebraspe – Funpresp-EXE/2016) Os herdeiros daquele que causar lesão ao patrimônio público
estarão sujeitos às cominações legais até o limite do valor da herança.

Comentário:

De acordo com a Constituição Federal, as sanções não podem extrapolar a esfera da pessoa do condenado.
Isso significa, por exemplo, que uma pena de suspensão dos direitos políticos aplicada ao pai não poderá ser
passada ao filho, no caso de falecimento daquele.

Contudo, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser podem ser passadas aos
herdeiros, porém no limite do valor do patrimônio transferido (CF, art. 5º, XLV). Por exemplo: se o pai é
condenado a ressarcir o erário em cinco milhões, porém os herdeiros receberam de herança o total de três
milhões, significa que o máximo que estes deverão suportar de ressarcimento são os três milhões (limite do
valor do patrimônio transferido).

Essa mesma lógica consta na Lei 8.429/1992, que dispõe que “o sucessor daquele que causar lesão ao
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da
herança” (art. 8º), exatamente como previsto na questão.

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Gabarito: correto.

58. (Cebraspe – Funpresp-EXE/2016) Entre as sanções para a prática de ato de improbidade


administrativa previstas na Lei n.º 8.429/1992 inclui-se a suspensão dos direitos políticos, que não se
encontra expressamente prevista na CF.

Comentário:

A Constituição Federal estabelece um rol de possíveis sanções a serem aplicadas no caso de cometimento
de improbidade administrativa. Por outro lado, a Lei 8.429/1992 apresenta outras possíveis sanções, vamos
comparar!

Constituição Federal: (i) suspensão dos direitos políticos; (ii) perda da função pública; (iii) indisponibilidade
dos bens; e (iv) ressarcimento ao erário.

Lei 8.429/1992: (i) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; (ii) ressarcimento
integral do dano, quando houver; (iii) perda da função pública; (iv) suspensão dos direitos políticos; (v)
pagamento de multa civil; (vi) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário.

Apenas as duas últimas sanções estão previstas somente na Lei de Improbidade. Dessa forma, a suspensão
dos direitos políticas consta sim expressamente na Constituição Federal e por isso a assertiva está errada.

Gabarito: errado.

59. (Cebraspe – Funpresp-EXE/2016) Conforme a referida lei, são espécies de atos de improbidade
administrativa aqueles que atentam contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça.

Comentário:

Existem quatro espécies de atos de improbidade administrativa: (i) atos que importam enriquecimento ilícito
(art. 9º); (ii) atos que causam prejuízo ao erário (art. 10); (iii) atos decorrentes de concessão ou aplicação
indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A) e (iv) atos que atentam contra os princípios da
Administração Pública (art. 11)

Dessa forma, atentar contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça não são espécies de atos
de improbidade e desta forma, a questão está incorreta.

Gabarito: errado.

60. (Cebraspe – TRE GO/2015) Embora possa corresponder a crime definido em lei, o ato de
improbidade administrativa, em si, não constitui crime.

Comentário:

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Essa questão nos ajuda bastante a compreender o que é o ato de improbidade administrativa. Devemos ter
em mente que o ato de improbidade, em si, não é um crime. Porém, podemos ter um ato que,
simultaneamente, está previsto na legislação penal e na Lei de Improbidade Administrativa.

Por exemplo, dispensar o procedimento licitatório indevidamente é um ato de improbidade previsto no art.
10, VIII, da Lei 8.429/1992 e, ao mesmo tempo, é um crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/1993.

Dessa forma, quem dispensar a licitação indevidamente poderá ser sancionado na esfera cível por ato de
improbidade e na esfera penal pelo crime cometido. Contudo, o ato de improbidade, em si, não é um crime.
Logo, o item está correto.

Podemos acrescentar ainda que as sanções por improbidade administrativa são aplicadas em ação judicial.
Em que pese a ação costume ser precedida de um processo administrativo para apurar os fatos, a aplicação
da sanção pelo ato de improbidade só pode ser aplicada na esfera judicial, por ação movida pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada. Portanto, não esqueça: as sanções de improbidade
administrativa não são aplicadas na esfera administrativa, mas sim na judicial.

Gabarito: correto.

61. (Cebraspe – TRE GO/2015) A sanção de perda da função pública decorrente de sentença em ação
de improbidade administrativa não tem natureza de sanção administrativa.

Comentário:

Essa questão complementa o exercício anterior. Foi um item mal elaborado, mas nos ajuda a entender
melhor o assunto.

As sanções por improbidade administrativa não se confundem com as sanções penais ou administrativas.
Assim, um ato de improbidade pode estar também previsto na legislação penal e na legislação administrativa
aplicada ao servidor público. Por esse motivo, o agente poderá ser penalizado, como regra, em todas essas
esferas.

Ademais, temos a sanção de perda da função pública na Lei 8.429/1992 e a penalidade disciplinar de
demissão, prevista no estatuto do servidor do ente da Federação. São penas distintas. A primeira é uma
sanção por improbidade administrativa, aplicada pelo juiz na ação de improbidade; a segunda é sanção de
natureza administrativa, aplicada pela autoridade administrativa competente, em processo administrativo
disciplinar, previsto no estatuto do servidor.

Assim, o que a questão quis deixar claro é que não devemos confundir a sanção de improbidade
administrativa de perda da função pública (de natureza cível, aplicada por meio judicial), prevista no art. 12
da Lei 8.429/1992, com a sanção de demissão disciplinar, prevista nos estatutos dos servidores públicos (na
esfera federal, por exemplo, a demissão consta no art. 127, III, da Lei 8.112/1990).

Contudo, o item causou uma certa confusão. A Profª. Maria Di Pietro, ao analisar as sanções de improbidade,
comenta que elas possuem natureza civil, administrativa e penal, incluindo a perda da função no rol da
natureza administrativa. O que a autora está dizendo é o conteúdo ou os efeitos das sanções. Por exemplo,

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a perda da função público, por interferir na esfera administrativa, teria natureza administrativa; a suspensão
dos direitos políticos, pelos efeitos que geraria, teria natureza política, etc.

Portanto, por essa análise, a questão estaria errada.

Em resumo, para questões semelhantes, devemos guardar que as sanções decorrentes do processo de
improbidade não se confundem com as aplicadas na esfera administrativa ou penal, possuindo natureza civil.

Gabarito: correto.

62. (Cebraspe – FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação
de determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo,
vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento
licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de
Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão. Considerando essa situação hipotética, julgue
o item a seguir, com base na legislação aplicável ao caso.
A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito.

Comentário:

Nessa situação, é mais fácil tentar a analisar o caso do que memorizar o tipo de ato. Podemos notar que
Maria recebeu vantagem econômica, ou seja, ela se enriqueceu em troca do benefício em procedimento
licitatório para uma empresa. Portanto, ocorreu um enriquecimento ilícito.

Nesse caso, não conseguimos encontrar a situação da questão expressamente na Lei 8.429/1992. O aluno
poderia entender que seria o caso de lesão ao erário previsto no art. 10, VIII: “frustrar a licitude de processo
licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou
dispensá-los indevidamente”.

Todavia, os atos de improbidade relacionados nos arts. 9º, 10 e 11 são meramente exemplificativos. Assim,
existem situações não previstas expressamente nesses dispositivos, mas que se enquadram em seu conceito.
Dessa forma, o art. 9º dispõe que constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento
ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades públicas. Logo, já poderíamos enquadrar essa situação no
próprio caput do art. 9º.

Adicionalmente, o caso também se enquadraria no art. 9º, I, que dispõe que constitui ato de improbidade
administrativa que importa enriquecimento ilícito “receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público”.

Em um caso ou outro, poderemos enquadrar a situação em ato que importa enriquecimento ilícito.

Gabarito: correto.

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63. (Cebraspe – FUB/2015) Suponha que determinado servidor público federal tenha permitido, de
forma culposa, a realização de despesas não autorizadas em lei. Nessa hipótese, embora tenha sido
cometido ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, nos termos da lei, não se exige
o ressarcimento integral do dano, haja vista a inexistência de dolo na conduta do servidor.

Comentário:

De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, deverá ocorrer o integral ressarcimento do dano (art.
5º).

Ademais, os atos de improbidade que resultam em dano ao erário podem decorre de ação ou omissão,
dolosa ou culposa, na forma do art. 10 da Lei de Improbidade.

Portanto, ainda que não haja dolo, o agente poderá ser condenado a ressarcir integralmente o erário se tiver
gerado dano ao patrimônio público.

Gabarito: errado.

64. (Cebraspe – DPU/2015) O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa
constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.

Comentário:

O rol de condutas de improbidade administrativa previsto na Lei 8.429/1992 é exemplificativo. Assim, se o


ato se encaixar no conceito de cada espécie de ato de improbidade, o agente poderá ser sancionado, ainda
que não haja um enquadramento exato com as hipóteses relacionadas na Lei de Improbidade.

Nessa linha, vejamos o caput dos arts. 9º, 10 e 11 da Lei 8.429/1992:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir


qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

A expressão “notadamente” significa que os casos relacionados são exemplos e que podem existir outras
condutas que venham a ser considerados como atos de improbidade administrativa. Por isso que a assertiva
está incorreta.

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Gabarito: errado.

65. (Cebraspe – FUB/2015) O servidor público que praticar ato de improbidade administrativa que
implique em enriquecimento ilícito estará sujeito à perda de bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Em caso de óbito do agente público autor da improbidade, esse ônus não será extensível aos seus
sucessores.

Comentário:

De fato, o servidor público que praticar ato de improbidade que represente enriquecimento ilícito estará
sujeito à sanção da perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, conforme estabelece o
art. 12, I, da Lei 8.429/1992.

Contudo, no caso de dano ao erário e enriquecimento ilícito, se o agente responsável vier a óbito, o seu
sucessor estará sujeito às cominações da Lei de Improbidade, até o limite do valor da herança (art. 8º).

Por exemplo, se o agente desviar cinco milhões de reais dos cofres públicos, mas gastar parte do dinheiro,
passando aos herdeiros somente dois milhões; estes somente poderão ser condenados a perda ou
ressarcimento de até dois milhões.

Gabarito: errado.

66. (Cebraspe – MPU/2015) Em razão do caráter meramente exemplificativo do rol de condutas que
caracterizam os atos de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbidade ainda que
a infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de Improbidade Administrativa.

Comentário:

Essa já ficou fácil. Os atos de improbidade administrativa relacionados na Lei 8.429/1992 são meramente
exemplificativos. Assim, um agente poderá cometer uma conduta que não se enquadre expressamente nos
casos previstas na Lei de Improbidade, mas mesmo assim o caso vir a ser considerado como ato de
improbidade administrativa.

Gabarito: correto.

67. (Cebraspe – FUB/2015) Organização privada que não possua a maior parte do seu patrimônio
formada por capital público poderá ser vítima de improbidade administrativa, caracterizando-se como
sujeito passivo.

Comentário:

Os sujeitos passivos, isto é, os que venham a sofrer o ato de improbidade, são os seguintes:

→ a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território;

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→ empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
→ entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Assim, uma entidade privada poderá sofrer um ato de improbidade, ainda que o erário haja contribuído com
a menor parte de seu patrimônio (menos que 50%). Porém, nesse caso, a sanção patrimonial estará limitada
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Gabarito: correto.

68. (Cebraspe – FUB/2015) Em relação ao alcance subjetivo da improbidade administrativa, verifica-se


que os órgãos da administração direta e indireta dos três poderes e de qualquer um dos entes federados
configuram-se como sujeitos passivos imediatos do ato caracterizado pela improbidade administrativa.

Comentário:

Os órgãos e entidades da administração direta ou indireta, de qualquer dos Poderes e de todos os entes da
Federação poderá figurar como sujeitos passivos do ato de improbidade, ou seja, poderão sofrer um ato de
improbidade administrativa.

Gabarito: correto.

69. (Cebraspe – FUB/2015) O particular tem legitimidade para figurar como sujeito ativo de ato de
improbidade administrativa, isolada e independentemente da participação de agentes públicos.

Comentário:

Um particular poderá figurar como sujeito ativo do ato de improbidade administrativa, figurando como o
terceiro que venha a induzir, concorrer ou se beneficiar do ato. Portanto, o particular jamais irá praticar um
ato de improbidade de forma isolada, pois sempre deverá estar presente um agente público.

Dessa forma, o terceiro somente será o sujeito ativo se induzir um agente público a praticar o ato; praticar o
ato em conjunto com um agente público; ou ainda se beneficiar do ato de improbidade praticado por um
agente público. Porém, de forma isolada/independente, não teremos um particular como sujeito ativo.

Gabarito: errado.

70. (Cebraspe – FUB/2015) O pagamento de despesa sem prévio empenho caracteriza ato de
improbidade administrativa, da mesma forma que o pagamento de despesa antes da sua liquidação.

Comentário:

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Essa questão exige um pouco de conhecimento das fases da despesa pública. Nessa linha, sem adentrar em
detalhes mais específicos, a execução da despesa pública segue a seguinte ordem: empenho, liquidação e
pagamento.

Assim, a Lei 4.320/1964 veda a realização da despesa sem prévio empenho (art. 60) e determina que o
pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação (art. 62).

Ademais, a Lei 8.429/1992 considera ato de improbidade que causa dano ao erário “ordenar ou permitir a
realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento” (art. 10, IX). Logo, realizar o pagamento sem
prévio empenho ou antes de sua liquidação é um ato de improbidade, pois seria uma despesa não
autorizada.

Gabarito: correto.

71. (Cebraspe – FUB/2015) O servidor indiciado, uma vez julgado e punido na esfera penal, também
poderá sofrer as cominações da lei de improbidade administrativa.

Comentário:

As instâncias são, em regra, independentes. Assim, um servidor poderá ser punido na esfera administrativa
e penal e ainda sofrer a sanção por improbidade, pela mesma conduta.

Gabarito: correto.

72. (Cebraspe – FUB/2015) Servidor público que possibilita o uso de patrimônio público sem as
formalidades necessárias, ainda que, com esse ato, não tenha obtido ganho pessoal nem causado dano ao
erário, não comete improbidade administrativa.

Comentário:

O art. 10, II, da Lei 8.429/1992 considera como ato de improbidade administrativa “permitir ou concorrer
para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie”. Nesse caso, a o dano é presumido, pois não há necessidade de se
comprovar que o agente teve ganho pessoal ou ainda que causou dano ao erário. A própria utilização do
patrimônio público sem observar as formalidades legais ou regulamentares já representa o ato de
improbidade.

Gabarito: errado.

73. (Cebraspe – FUB/2015) A doação de bens pertencentes à UnB, sem a observância das formalidades
aplicáveis, será caracterizada como ato de improbidade administrativa, exceto se esses bens forem
destinados a entes despersonalizados, com fins educativos ou assistenciais.

Comentário:

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Configura ato de improbidade administrativa que importa dano ao erário “doar à pessoa física ou jurídica
bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou
valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie” (art. 10, III).

Gabarito: errado.

74. (Cebraspe – FUB/2015) O dever de imparcialidade, quando violado por servidor público, configura
prejuízo ao interesse público, passível de punição como ato de improbidade administrativa.

Comentário:

O art. 11 da Lei 8.429/1992 estabelece que constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições.

Assim, quando o agente violar o seu dever de imparcialidade estará cometendo um ato de improbidade
administrativa.

Com efeito, não devemos confundir o prejuízo ao interesse público com dano ao patrimônio público. O
simples fato de o agente deixar de cumprir os princípios aplicáveis à Administração Pública já representa um
prejuízo ao interesse público. Logo, deixar de observar a imparcialidade configura prejuízo ao interesse
público e por isso a assertiva está correta.

Gabarito: correto.

75. (Cebraspe – FUB/2015) Será passível de punição o agente que praticar ato de improbidade
administrativa contra o patrimônio de entidades que recebam incentivo fiscal do governo.

Comentário:

Para fixar, vejamos novamente quem são os sujeitos passivos do ato de improbidade:

→ a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
→ empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
→ entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Assim, um agente poderá ser punido por ato de improbidade que praticar contra uma entidade que receber
incentivo fiscal do governo.

Gabarito: correto.

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76. (Cebraspe – MPU/2015) Considere que um agente público, contratado para o exercício de função
transitória e não remunerada em determinado órgão público, tenha recebido vantagem econômica
indevida em razão desse exercício de função. Nesse caso, em virtude da precariedade do vínculo e da
ausência de remuneração, é correto afirmar que o agente público não estará sujeito às regras e às
penalidades contidas na Lei de Improbidade Administrativa.

Comentário:

Inicialmente, cumpre anotar que receber vantagem econômica indevida em razão do exercício de função
configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (Lei 8.429/1992, art. 9º).

Agora, precisamos analisar o conceito de agente público para a Lei de Improbidade:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

Portanto, mesmo que o vínculo seja transitório e sem remuneração, o autor estará enquadrado no conceito
de agente público para os fins da aplicação das sanções de improbidade administrativa, podendo sofrer as
sanções cabíveis.

Gabarito: errado.

77. (Cebraspe – FUB/2015) A iniciativa para a instauração de processo que vise apurar ato de
improbidade administrativa cometido em órgão público somente poderá advir de servidor público
vinculado a esse órgão ou de iniciativa do Ministério Público.

Comentário:

É preciso entender, primeiro, o que a questão quis dizer com a “iniciativa para a instauração de processo que
vise apurar ato de improbidade administrativa”.

Nesse caso, a banca estava considerando a possibilidade de se representar para que a autoridade
administrativa competente instaure investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. Tal
representação poderá ser realizada por qualquer pessoa, independente de ela ser vinculada ou não ao órgão.
Assim, o item está errado.

Ademais, não devemos confundir o processo de apuração do ato de improbidade, que possui natureza
administrativa, com a ação de improbidade. Esta última é ação judicial, decorrente do processo de apuração,
que poderá ser proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada.

Gabarito: errado.

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78. (Cebraspe – FUB/2015) Em inquéritos que apurem crime de improbidade administrativa, é vedado
à autoridade administrativa responsável pelo inquérito decretar a indisponibilidade dos bens do indiciado,
pois a presunção de inocência é um direito constitucionalmente protegido.

Comentário:

Inicialmente, não é usual falar em “crime de improbidade”, mas sim em ato de improbidade ou ilícito de
improbidade. A expressão crime é mais adequada para a esfera penal. Por isso, o item está errado.

Porém, a questão merece um pouco mais de análise.

Vejamos o que estabelece o art. 7º da Lei 8.429/1992:

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

A redação do art. 7º é muito imprecisa e não nos ajuda a compreender melhor o assunto. O que ocorre é
que a autoridade administrativa representa ao Ministério Público, que, por sua vez, deverá requisitar a
medida ao juiz competente. Isso mesmo, não é a autoridade administrativa nem o Ministério Público que
decretam a indisponibilidade dos bens, mas sim o juiz.

Assim, o trecho: “é vedado à autoridade administrativa responsável pelo inquérito decretar a


indisponibilidade dos bens do indiciado” está correto, pois é o juiz, a requerimento do Ministério Público,
que pode adotar tal medida. Contudo, a “justificativa” para isso está errada, pois não é pela presunção de
inocência, afinal a indisponibilidade dos bens é medida cautelar, mas sim porque a autoridade administrativa
não tem competência, no processo de indisponibilidade, para decretar a indisponibilidade dos bens.

Por fim, alguns alunos questionam a observação acima pelo fato de o Tribunal de Contas da União, que é um
órgão administrativo, possuir a competência para decretar a indisponibilidade dos bens dos responsáveis
por dano ao erário. Contudo, o TCU faz isso em processo de controle externo, que nada tem a ver com a ação
de improbidade administrativa. Portanto, não confundam a indisponibilidade dos bens prevista na Lei
8.429/1992 com a indisponibilidade dos bens decretada pelo TCU, com fundamento em sua Lei Orgânica (Lei
8.443/1992, art. 44, § 2º), em processos de controle externo.

Gabarito: errado.

É isso pessoal! Finalizamos o nosso conteúdo.

Foi um prazer trabalhar com vocês!

Sucesso e bons estudos.

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HERBERT ALMEIDA.

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Se preferir, basta escanear as figuras abaixo:

3 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA


1. (Cebraspe – STJ/2018) Situação hipotética: Um secretário estadual contratou, sem licitação e com
preço muito inferior ao praticado no mercado, a empresa de seu irmão para a manutenção de
computadores alocados em um departamento da secretaria. Assertiva: Nesse caso, para ser configurado
o ato de improbidade, não é necessária a existência de lesão ao patrimônio público.
2. (Cebraspe – STJ/2018) O agente público que facilitar a incorporação de verba integrante do acervo
patrimonial da União ao patrimônio de pessoa física, ainda que aja de boa-fé e sem dolo ou culpa, praticará
ato de improbidade administrativa, submetendo-se às sanções previstas em lei.

3. (Cebraspe – STJ/2018) As sanções aplicáveis nos casos de enriquecimento ilícito são cabíveis apenas
para agentes públicos, excluindo-se a possibilidade de responsabilização administrativa de pessoa que não
exerça mandato, cargo, emprego ou função administrativa.
4. (Cebraspe – STJ/2018) O servidor público que atrasa a realização de ato que deveria promover de
ofício não atenta contra os princípios da administração pública, ao contrário do que ocorre com aqueles
que deixam de praticar o referido ato.

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5. (Cebraspe – STJ/2018) O servidor público que revelar a particular determinado fato sigiloso de que
tenha ciência em razão das atribuições praticará ato de improbidade administrativa atentatório aos
princípios da administração pública.

6. (Cebraspe – STJ/2018) De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, caso uma ação de improbidade
administrativa seja julgada improcedente, a respectiva sentença deverá sujeitar-se à remessa necessária.

7. (Cebraspe – STJ/2018) A ideia de probidade administrativa equivale à de moralidade, na medida


em que ambas se relacionam à honestidade na administração pública, sendo, por isso, exigidas do agente
público a observância dos princípios éticos e a consciência dos valores morais.

8. (Cebraspe – PGE PE/2018) Conforme a Lei de Improbidade Administrativa, configura ato de


improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, em
especial,
a) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública de qualquer natureza.
b) utilizar, em obra particular, máquinas de propriedade de entidades da administração pública indireta
estadual.
c) frustrar a licitude de processo seletivo para a celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos.
d) realizar operação financeira sem a observância das normas legais e regulamentares.
e) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo.

9. (Cebraspe – ABIN/2018) Cometerá ato de improbidade administrativa, violando o dever da


imparcialidade, legalidade, lealdade às instituições, o servidor público que, em consequência de
desafeição com determinado cidadão, negar publicidade de um ato oficial.

10. (Cebraspe – ABIN/2018) A condenação pela prática de ato de improbidade administrativa é


hipótese de que resulta perda dos direitos políticos.

11. (Cebraspe – ABIN/2018) Valdemar, empresário do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como
a utilização de produtos químicos, para disfarçar o estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo
de validade. Ele garante uma mesada a Odair, empregado de agência reguladora do setor e encarregado
de elaborar os registros de fiscalização, em troca de ser avisado de qualquer ação não programada do
órgão. De posse desse tipo de informação, Valdemar toma providências para que os fiscais não encontrem
a carne de má qualidade. Durante a investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo
à saúde em razão do consumo de carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da
existência do esquema.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.
Valdemar cometeu o crime de corrupção ativa, mas, como não é servidor público, a ele não se aplica a Lei
n.º 8.429/1992.

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12. (Cebraspe – STM/2018) Conforme a Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, o
agente público que revelar, para pessoa de sua confiança, fato de que tem ciência em razão de suas
atribuições e sobre o qual deveria manter segredo cometerá conduta antiética, não se configurando, nesse
caso, ato de improbidade administrativa.

13. (Cebraspe – STM/2018) Conforme a Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, se
um agente público regularmente processado e condenado por ter causado lesão ao patrimônio público
vier a falecer antes de submeter-se às penalidades que lhe tiverem sido impostas, estas não poderão afetar
os seus sucessores, tampouco atingir a herança.

14. (Cebraspe – STM/2018) É imprescindível a ocorrência de dolo para a tipificação, como ato de
improbidade administrativa, da conduta de agente público que cause prejuízo ao erário.

15. (Cebraspe – STM/2018) Além dos servidores públicos, são considerados sujeitos ativos de atos de
improbidade administrativa os notários e registradores, que podem sofrer as penalidades previstas na lei
em apreço.

16. (Cebraspe – PC MA/2018) Representa ato de improbidade administrativa que importa


enriquecimento ilícito, segundo a Lei n.º 8.429/1992,
a) permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
b) usar, em proveito próprio, bens integrantes do patrimônio das entidades públicas.
c) ordenar a realização de despesas não autorizadas.
d) frustrar a licitude de concurso público.
e) deixar de prestar contas quando obrigado a fazê-lo.

17. (Cebraspe – PC MA/2018) À luz da Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —,
julgue os itens a seguir.
I Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
II A representação, por carecer de formalismo, será escrita ou reduzida a termo e assinada, devendo conter
somente a qualificação do representante e as informações sobre o fato.
III Comissão processante poderá representar ao Ministério Público para que este requeira ao juízo
competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou de terceiro que tenha enriquecido
ilicitamente.
IV A rejeição da representação pela autoridade administrativa impede a representação ao Ministério Público
no mesmo caso.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.

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e) II, III e IV.

18. (Cebraspe – PC MA/2018) À luz da CF, os atos de improbidade administrativa poderão acarretar
o(a)
a) suspensão dos direitos políticos.
b) disponibilidade dos bens.
c) cassação de direitos políticos.
d) suspensão da função pública.
e) ressarcimento ao erário, o que inviabiliza a persecução penal.

19. (Cebraspe – CGM de João Pessoa - PB/2018) A pretensão estatal de ressarcimento do erário em
face de agente que tenha enriquecido ilicitamente no exercício de suas funções prescreverá em cinco anos.

20. (Cebraspe – CGM de João Pessoa - PB/2018) Os atos de improbidade administrativa atingem apenas
entidades integrantes do Poder Executivo.
21. (Cebraspe – PC MA/2018) A Lei de Improbidade Administrativa elenca as penas aplicáveis àqueles
que praticarem atos de improbidade. O agente público que, atentando contra os princípios da
administração pública, for condenado em ação de improbidade por ter deixado de praticar,
indevidamente, ato de ofício, estará sujeito à pena de
a) suspensão dos direitos políticos pelo período de oito a dez anos.
b) suspensão da função pública pelo período de cinco a oito anos.
c) ressarcimento integral do dano, ainda que este seja presumido.
d) proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.
e) multa, limitada a vinte vezes o valor da sua remuneração.

22. (Cebraspe – PC MA/2018) De acordo com a Lei de Improbidade — Lei n.º 8.429/1992 —, o servidor
público que comprovadamente tiver causado lesão ao patrimônio público estará sujeito
a) a detenção de cinco a oito anos.
b) à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) ao ressarcimento correspondente ao dobro do valor integral do dano.
d) ao pagamento de multa civil em valor igual ao do acréscimo patrimonial.
e) a suspensão dos direitos políticos por dez anos.

23. (Cebraspe – TCE PB/2018) Por ter permitido a alienação de um imóvel integrante do patrimônio de
uma autarquia pública estadual por preço inferior ao de mercado, determinado agente público causou
lesão ao erário.
Durante o processo, provou-se que o agente agiu de forma imprudente, bem como constatou-se o nexo
causal entre a conduta e o dano. Porém, não houve comprovação de enriquecimento pessoal do agente,
nem indício de má-fé.

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Nessa situação hipotética, segundo a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa —, o
ressarcimento do dano
a) só seria devido se a conduta tivesse sido omissiva, caso em que teria de ser comprovado o dolo ou a culpa
do agente público.
b) será devido tão só em razão de a conduta ter sido comissiva, pouco importando, nesse caso, a
comprovação de ter havido dolo ou culpa.
c) só seria exigível caso a conduta em questão se tivesse dado de forma omissiva, já que não houve dolo.
d) não poderá ser cobrado do agente público, independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva,
uma vez que não houve a comprovação de dolo.
e) será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva, sendo suficiente para tal a
comprovação da culpa do agente público.

24. (Cebraspe – TCE PB/2018) Uma empresa que presta serviços de vigilância e limpeza para órgão da
administração pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes do atraso dos pagamentos que lhe
são devidos pelos serviços adequadamente prestados, deu vantagem pecuniária aos servidores
responsáveis pela liquidação e pagamento da despesa orçamentária empenhada, com o objetivo de
acelerar os trâmites administrativos necessários ao efetivo pagamento.
Nessa situação hipotética, os servidores responderão por ato de improbidade administrativa por terem
a) concedido indevidamente benefício financeiro, sujeitando-se, entre outras cominações, ao ressarcimento
integral do dano causado à administração pública.
b) atentado contra os princípios da administração pública, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) aplicado indevidamente benefício tributário, sujeitando-se, entre outras cominações, à proibição de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
d) causado prejuízo ao erário, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda de bens e valores, inclusive
aqueles obtidos licitamente.
e) enriquecido ilicitamente, sujeitando-se, entre outras cominações, ao pagamento de multa civil de até três
vezes o valor do acréscimo patrimonial.

25. (Cebraspe – TJ CE/2018 – adaptada) Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ,
é correto afirmar que a ação de improbidade administrativa
a) pode ser ajuizada tanto em caráter preventivo como em caráter repressivo.
b) exige a formação de litisconsórcio passivo necessário entre o réu agente público e os particulares
beneficiados pelo ato ímprobo.
c) admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o direito ao
contraditório e à ampla defesa.
d) deve ser ajuizada e processada nas instâncias ordinárias, salvo se a conduta ímproba tiver sido praticada
por agente público com foro privilegiado.
26. (Cebraspe – TJ CE/2018) O prefeito de determinado município contratou diretamente empresa
prestadora de serviços à prefeitura, dispensando indevidamente a licitação e causando prejuízos ao erário,

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razão pela qual respondeu a ação civil por ato de improbidade administrativa. O juízo competente,
anteriormente à citação do prefeito e sem sua prévia manifestação, deferiu medida cautelar de bloqueio
de bens e, ao término da instrução processual, julgou procedentes os pedidos condenatórios formulados
na ação.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta, considerando o disposto na Lei n.º 8.429/1992
e o entendimento jurisprudencial.
a) Em razão do cargo que ocupa, o prefeito deveria ter sido submetido à legislação específica referente à
prática de crimes de responsabilidade em vez de responder a ação de improbidade administrativa.
b) Dada a comprovação de concreta dilapidação patrimonial, o deferimento da medida cautelar de
indisponibilidade de bens deveria ter sido condicionado à prévia citação do prefeito.
c) No curso da instrução processual, a demonstração do dolo enquanto elemento subjetivo é fundamental
para a caracterização da conduta imputada ao prefeito como ato de improbidade administrativa.
d) O ressarcimento integral do dano, a perda da função pública e a cassação dos direitos políticos são sanções
aplicáveis ao prefeito da situação hipotética, conforme a Lei n.º 8.429/1992.
e) Eventual reconhecimento de prescrição da ação de improbidade administrativa não impedirá o
prosseguimento da demanda relativa ao pedido de ressarcimento do prejuízo ao erário.

27. (Cebraspe – EMAP/2018) De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a decretação cautelar da
indisponibilidade de bens de um agente público réu em ação de improbidade administrativa independe
da comprovação do periculum in mora.

28. (Cebraspe – PGM Manaus - AM/2018) O ato de improbidade administrativa violador do princípio
da moralidade não requer a demonstração específica de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito,
exigindo-se apenas a demonstração do dolo genérico.

29. (Cebraspe – PGM Manaus - AM/2018) Não é permitida a utilização de prova emprestada do
processo penal nas ações de improbidade administrativa.

30. (Cebraspe – TCE PE/2017) As pessoas condenadas por ato de improbidade administrativa estão
sujeitas às cominações previstas na legislação correspondente, como, por exemplo, a cassação de direitos
políticos.

31. (Cebraspe – TCE PE/2017) As instâncias penal, civil e administrativa são, em regra, independentes;
no entanto, a aprovação das contas do gestor público pelo seu respectivo tribunal de contas impede a
aplicação de sanções relativas à condenação por ato de improbidade administrativa.

32. (Cebraspe – TCE PE/2017) Fundamenta-se no periculum in mora implícito a decretação da


indisponibilidade de bens quando estiverem presentes fortes indícios da prática de ato ímprobo.

33. (Cebraspe – TCE PE/2017) Na punição aos atos de improbidade administrativa, a penalidade será
distinta se o ato implicar enriquecimento ilícito do agente ou se ele apenas causar prejuízo ao erário.

34. (Cebraspe – TCE PE/2017) João, aprovado em concurso público para auditor de controle externo no
tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter ciência desse fato, o prefeito do

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município, amigo da família de João, resolveu presenteá-lo com um veículo, a fim de facilitar a sua
locomoção até o local de trabalho. João aceitou o presente. Com referência a essa situação hipotética,
julgue o item que se segue, à luz do disposto na Lei n.º 8.429/1992.
João cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito.

35. (Cebraspe – TCE PE/2017) A aplicação de sanções por atos de improbidade administrativa que
causem prejuízo ao erário depende da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho de contas.

36. (Cebraspe – TRE BA/2017) No que concerne à improbidade administrativa, julgue os seguintes
itens, à luz da Lei n.º 8.429/1992.
I - É possível conduta omissiva culposa configurar ato de improbidade administrativa que cause lesão ao
erário.
II - As hipóteses de improbidade administrativa previstas na Lei de Improbidade são taxativas.
III - Em ação de improbidade, é admissível acordo.
IV - Aplica-se aos atos de improbidade administrativa o princípio da insignificância.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e IV.

37. (Cebraspe – TRE BA/2017) De acordo com a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade Administrativa
—, servidor público que, utilizando-se do cargo que ocupa, facilitar o enriquecimento ilícito de terceiros,
causando prejuízo ao erário, estará sujeito à pena de
a) proibição do recebimento de qualquer benefício até o total ressarcimento do dano.
b) perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) suspensão da função pública.
d) suspensão dos direitos políticos até o integral ressarcimento do dano ao erário.
e) pagamento de multa civil, cujo valor deve ser equivalente ao valor do dano causado.

38. (Cebraspe – MPE RR/2017) Após a captura em flagrante de um homem, policiais o detiveram na
delegacia, onde o torturaram na tentativa de obter dele a confissão da prática de determinado crime. O
MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra esses policiais. Nessa situação hipotética,
conforme o entendimento do STJ, a conduta dos policiais
a) não configurou ato de improbidade administrativa, que se caracteriza como ato imoral com feição de
corrupção de natureza econômica, conduta inexistente no tipo penal de tortura.
b) configurou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

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c) configurou ato de improbidade administrativa, pois a tortura é expressamente prevista no rol de condutas
ímprobas na Lei de Improbidade Administrativa.
d) não configurou ato de improbidade administrativa, que pressupõe lesão direta à própria administração, e
não a terceiros.

39. (Cebraspe – Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) De acordo com o disposto na Lei de
Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, assinale a opção correta.
a) A efetivação da perda da função pública, penalidade prevista na lei em apreço, independe do trânsito em
julgado da sentença condenatória.
b) A configuração dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito, causem
prejuízo ao erário ou atentem contra os princípios da administração pública depende da existência do dolo
do agente.
c) O sucessor do agente que causou lesão ao patrimônio público ou que enriqueceu ilicitamente responderá
às cominações da lei em questão até o limite do valor da sua herança.
d) O responsável por ato de improbidade está sujeito, na hipótese de cometimento de ato que implique
enriquecimento ilícito, à perda dos bens ou dos valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, ao
ressarcimento integral do dano e à perda dos direitos políticos.

40. (Cebraspe – Prefeitura de Fortaleza - CE/2017) Se, após um inquérito civil público, o MP ajuizar ação
de improbidade contra agente público por ofensa ao princípio constitucional da publicidade, o agente
público responderá objetivamente pelos atos praticados, conforme o entendimento do STJ.

41. (Cebraspe – SEDF/2017) O prefeito de determinado município utilizou recursos do Fundo de


Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) para pagamento de professores e para a compra de medicamentos e insumos hospitalares
destinados à assistência médico-odontológica das crianças em idade escolar do município. Mauro, chefe
do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que o estoque de medicamentos e insumos
hospitalares chegasse a zero para justificar situação emergencial e dispensar indevidamente a licitação,
adquirindo os produtos, a preços superfaturados, da empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que
desconhecia o esquema fraudulento. A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e
doutrinários a ela relacionados, julgue o item a seguir.
A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.

42. (Cebraspe – TRE PE/2017) Um empresário, proprietário de determinada empresa que firmou
contrato com o poder público, contribuiu para a prática de ato de improbidade administrativa levado a
efeito por servidor público de determinado órgão estatal. Nessa situação hipotética,
a) o servidor público só estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa se pertencer a órgão
da administração direta.
b) o empresário só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se o ato de
improbidade lhe tiver beneficiado.
c) o servidor só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se tiver sido nomeado
para o cargo mediante concurso público.

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d) o servidor estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa ainda que exerça suas
funções de forma transitória.
e) o empresário, por não ser agente público, não estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade
Administrativa.

43. (Cebraspe – TRE PE/2017) Considerando, por mera hipótese, que Sérgio seja servidor público da
autarquia X e que, no desempenho de atividades do seu cargo, pratique ato de improbidade
administrativa, assinale a opção correta.
a) Se o ato em questão atentar contra os princípios da administração pública, Sérgio responderá tanto por
ação quanto por omissão, tenha ele agido de forma dolosa ou culposa.
b) Qualquer pessoa terá legitimidade para, perante a autoridade administrativa competente, apresentar
representação solicitando a instauração de investigação para apurar a prática do ato de improbidade.
c) Caso o referido ato cause lesão ao erário, Sérgio poderá ter os direitos políticos suspensos de oito a dez
anos.
d) Sérgio somente sofrerá as sanções previstas em lei se houver efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público.
e) A ação de improbidade contra Sérgio somente poderá ser proposta pela pessoa jurídica lesada, ou seja, a
autarquia X.

44. (Cebraspe – PC GO/2017) Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia
por ato de improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá ser considerada, conforme o
disposto na Lei n.º 8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.

45. (Cebraspe – PC GO/2017) Em relação à improbidade administrativa, assinale a opção correta.


a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição decenal, qualquer que seja a
tipicidade do ilícito praticado pelo agente público.
b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade administrativa por uso de maquinário
da administração em seu sítio particular, poderá ser-lhe aplicada pena de suspensão dos direitos políticos
por período de cinco a oito anos.
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho ou em conluio com agente
público, responderá, nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, desde que tenha obtido alguma
vantagem pessoal.
d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o autor auferir vantagem
patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou atividade, mesmo que de forma
culposa.

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e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem justificativa e reiterada, deixar de
praticar ato de ofício, poderá ser-lhe aplicada multa civil de até cem vezes o valor da sua remuneração,
conforme a gravidade do fato.

46. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) Ainda que a prática de ato que configure improbidade
administrativa não cause prejuízo ao erário ou não implique enriquecimento ilícito, estará o responsável
sujeito à perda da função pública.

47. (Cebraspe – TRT 7ª Região (CE)/2017) Determinado agente público, em troca de recebimento de
vantagem econômica, facilitou a alienação de um bem público por preço inferior ao valor de mercado,
praticando, assim, ato de improbidade administrativa. Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente,
o agente público praticou improbidade administrativa
a) que atenta contra os princípios da administração pública.
b) que importa enriquecimento ilícito.
c) decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.
d) que causa prejuízo ao erário.

48. (Cebraspe – TRT CE/2017) Lucas é analista judiciário de determinado tribunal. Seu irmão, Tiago, é
um advogado militante político, ativo nesse tribunal. Lucas, sem a observância das formalidades legais,
concedeu benefício administrativo a Tiago, caracterizado como ato de improbidade administrativa,
levando-o a ter seus direitos políticos suspensos por oito anos. Considerando essa situação hipotética,
assinale a opção correspondente a outra sanção que, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa,
também será aplicada a Lucas em razão da falta cometida.
a) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de dez anos
b) pagamento de multa civil, de até três vezes o valor do dano causado
c) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de três anos
d) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de cinco anos

49. (Cebraspe – TRT CE/2017) Em razão de indevida dispensa de licitação, que gerou prejuízo ao erário
decorrente de compra superfaturada, o Ministério Público estadual ajuizou ação de improbidade
administrativa contra o prefeito de determinado município do estado. Nessa situação hipotética, de
acordo com a CF, as consequências a que se sujeita o prefeito em decorrência do processo judicial incluem
a
a) pena privativa de liberdade, a suspensão dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
b) suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública e o ressarcimento ao erário.
c) perda da função pública, a cassação dos direitos políticos e o ressarcimento ao erário.
d) pena privativa de liberdade, a perda da função pública e o confisco de bens.

50. (Cebraspe – TRE PE/2017) Um empregado de determinada sociedade de economia mista permitiu
que terceiro enriquecesse ilicitamente, em detrimento do patrimônio público, embora não tenha

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facilitado a prática do ato que resultou no enriquecimento do terceiro nem tenha concorrido para a sua
prática. Nessa situação, o empregado
a) cometeu ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito.
b) cometeu ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.
c) não cometeu ato de improbidade administrativa, pois empregados de sociedade de economia mista não
estão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade Administrativa.
d) não cometeu ato de improbidade, pois o ato de permitir o enriquecimento ilícito de terceiro não está
expressamente configurado como improbidade administrativa no ordenamento jurídico brasileiro.
e) não cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública,
pois agiu mediante omissão culposa.

51. (Cebraspe – TRF - 1ª Região/2017) O servidor público que retardar ou deixar de praticar ato de
ofício indevidamente responderá por improbidade administrativa apenas no caso de o ato ter sido
praticado por ação ou omissão dolosa.

52. (Cebraspe – TRF - 1ª Região/2017) Se servidor público, em conluio com representante de sociedade
empresária, cometer ato de improbidade administrativa, ambos responderão pelo integral ressarcimento
do dano causado, bem como estarão sujeitos, no que couber a cada um, às penalidades previstas na lei
que trata da improbidade administrativa.

53. (Cebraspe – TRF - 1ª Região/2017) De acordo com a legislação que trata de atos de improbidade
administrativa, são considerados agentes públicos as pessoas em exercício de cargo eletivo em autarquia
federal, mesmo que sem remuneração.

54. (Cebraspe – FUB/2015) A aplicação de sanções pela prática de ato de improbidade administrativa
prescinde da ocorrência de dano ao patrimônio público.
55. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) A configuração de ato de improbidade administrativa dependerá,
necessariamente, da existência de efetivo dano ao erário.

56. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) As penas previstas na Lei de Improbidade serão sempre aplicadas
de forma cumulativa, independentemente da gravidade do fato.

57. (Cebraspe – Funpresp-EXE/2016) Os herdeiros daquele que causar lesão ao patrimônio público
estarão sujeitos às cominações legais até o limite do valor da herança.

58. (Cebraspe – Funpresp-EXE/2016) Entre as sanções para a prática de ato de improbidade


administrativa previstas na Lei n.º 8.429/1992 inclui-se a suspensão dos direitos políticos, que não se
encontra expressamente prevista na CF.

59. (Cebraspe – Funpresp-EXE/2016) Conforme a referida lei, são espécies de atos de improbidade
administrativa aqueles que atentam contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça.
60. (Cebraspe – TRE GO/2015) Embora possa corresponder a crime definido em lei, o ato de
improbidade administrativa, em si, não constitui crime.

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61. (Cebraspe – TRE GO/2015) A sanção de perda da função pública decorrente de sentença em ação
de improbidade administrativa não tem natureza de sanção administrativa.

62. (Cebraspe – FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação
de determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo,
vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento
licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de
Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão. Considerando essa situação hipotética, julgue
o item a seguir, com base na legislação aplicável ao caso.
A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito.

63. (Cebraspe – FUB/2015) Suponha que determinado servidor público federal tenha permitido, de
forma culposa, a realização de despesas não autorizadas em lei. Nessa hipótese, embora tenha sido
cometido ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, nos termos da lei, não se exige
o ressarcimento integral do dano, haja vista a inexistência de dolo na conduta do servidor.

64. (Cebraspe – DPU/2015) O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa
constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.

65. (Cebraspe – FUB/2015) O servidor público que praticar ato de improbidade administrativa que
implique em enriquecimento ilícito estará sujeito à perda de bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Em caso de óbito do agente público autor da improbidade, esse ônus não será extensível aos seus
sucessores.

66. (Cebraspe – MPU/2015) Em razão do caráter meramente exemplificativo do rol de condutas que
caracterizam os atos de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbidade ainda que
a infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de Improbidade Administrativa.

67. (Cebraspe – FUB/2015) Organização privada que não possua a maior parte do seu patrimônio
formada por capital público poderá ser vítima de improbidade administrativa, caracterizando-se como
sujeito passivo.

68. (Cebraspe – FUB/2015) Em relação ao alcance subjetivo da improbidade administrativa, verifica-se


que os órgãos da administração direta e indireta dos três poderes e de qualquer um dos entes federados
configuram-se como sujeitos passivos imediatos do ato caracterizado pela improbidade administrativa.

69. (Cebraspe – FUB/2015) O particular tem legitimidade para figurar como sujeito ativo de ato de
improbidade administrativa, isolada e independentemente da participação de agentes públicos.

70. (Cebraspe – FUB/2015) O pagamento de despesa sem prévio empenho caracteriza ato de
improbidade administrativa, da mesma forma que o pagamento de despesa antes da sua liquidação.

71. (Cebraspe – FUB/2015) O servidor indiciado, uma vez julgado e punido na esfera penal, também
poderá sofrer as cominações da lei de improbidade administrativa.

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72. (Cebraspe – FUB/2015) Servidor público que possibilita o uso de patrimônio público sem as
formalidades necessárias, ainda que, com esse ato, não tenha obtido ganho pessoal nem causado dano ao
erário, não comete improbidade administrativa.

73. (Cebraspe – FUB/2015) A doação de bens pertencentes à UnB, sem a observância das formalidades
aplicáveis, será caracterizada como ato de improbidade administrativa, exceto se esses bens forem
destinados a entes despersonalizados, com fins educativos ou assistenciais.

74. (Cebraspe – FUB/2015) O dever de imparcialidade, quando violado por servidor público, configura
prejuízo ao interesse público, passível de punição como ato de improbidade administrativa.

75. (Cebraspe – FUB/2015) Será passível de punição o agente que praticar ato de improbidade
administrativa contra o patrimônio de entidades que recebam incentivo fiscal do governo.

76. (Cebraspe – MPU/2015) Considere que um agente público, contratado para o exercício de função
transitória e não remunerada em determinado órgão público, tenha recebido vantagem econômica
indevida em razão desse exercício de função. Nesse caso, em virtude da precariedade do vínculo e da
ausência de remuneração, é correto afirmar que o agente público não estará sujeito às regras e às
penalidades contidas na Lei de Improbidade Administrativa.

77. (Cebraspe – FUB/2015) A iniciativa para a instauração de processo que vise apurar ato de
improbidade administrativa cometido em órgão público somente poderá advir de servidor público
vinculado a esse órgão ou de iniciativa do Ministério Público.

78. (Cebraspe – FUB/2015) Em inquéritos que apurem crime de improbidade administrativa, é vedado
à autoridade administrativa responsável pelo inquérito decretar a indisponibilidade dos bens do indiciado,
pois a presunção de inocência é um direito constitucionalmente protegido.

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4 GABARITO

1. C 11. E 21. D 31. E 41. C 51. C 61. C 71. C


2. E 12. E 22. B 32. C 42. D 52. C 62. C 72. E
3. E 13. E 23. E 33. C 43. B 53. C 63. E 73. E
4. E 14. E 24. E 34. C 44. A 54. E 64. E 74. C
5. C 15. C 25. C 35. E 45. E 55. E 65. E 75. C
6. C 16. B 26. E 36. B 46. C 56. E 66. C 76. E
7. C 17. B 27. C 37. B 47. B 57. C 67. C 77. E
8. E 18. A 28. C 38. B 48. D 58. E 68. C 78. E
9. C 19. E 29. E 39. C 49. B 59. E 69. E
10. E 20. E 30. E 40. E 50. B 60. C 70. C

5 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.

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