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Com a CR , foi previsto o princípio da moralidade no art.37, caput, entre os
princípios a que se sujeita a AP Direta e Indireta de todos os níveis de
governo e, no art. 5º, inciso LXXIII, foi inserida, como fundamento para
propositura da Ação Popular, à lesão à moralidade administrativa. Além disso,
no § 4º do art.37 ficou estabelecido que os atos de improbidade administrativa
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas e lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Por sua vez, o art.15, ao
indicar os casos em que é possível a perda ou suspensão dos direitos
políticos, expressamente inclui, no inciso V, a improbidade administrativa, nos
termos do art. 37, § 4º. Para regulamentar esta disposição constitucional, foi
promulgada a Lei 8.429/92.
Na Lei 8.429/92, o enriquecimento ilícito constitui apenas uma das hipóteses
de atos de improbidade (art.9º), ao lado dos atos que causam prejuízo ao
erário (art.10) e dos que atentam contra os princípios da AP (art.11).
As penas previstas no art.37, § 4º, CR só podem ser aplicadas por atos de
improbidade praticados após a entrada em vigor da Lei 8.429/92.
Um ato de improbidade administrativa pode corresponder a um ilícito penal, se
puder ser enquadrado em crime definido no CP ou em sua legislação
complementar. O ato de improbidade, em si, não constitui crime, mas
pode corresponder também a um crime definido em lei.
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processo administrativo concomitante), caracteriza um ilícito de natureza civil e
política, porque pode implicar a suspensão dos direitos políticos, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento dos danos causados ao erário.
Do mesmo modo, o ressarcimento ao erário constitui sanção de natureza civil.
O fato de estar prevista a perda da função pública entre as sanções cabíveis
em caso de improbidade administrativa não é suficiente para concluir que se
trata de sanção administrativa para punir em ilícito puramente administrativo,
apurável em processo administrativo. A perda da função pública, no caso, pela
gravidade do ato de improbidade, é inerente à própria suspensão dos direitos
políticos. Se uma pessoa tem os direitos políticos suspensos por determinado
período, ela deve perder concomitantemente o direito de exercer uma função de
natureza pública.
- Sujeito Passivo:
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O art.1º da lei indica as entidades que podem ser atingidas por atos de
improbidade administrativa.
O objeto da lei é a aplicação das medidas sancionatórias e o ressarcimento ao
erário.
O sujeito passivo abrange a AP Direta e Indireta.
- Sujeito Ativo:
A Lei 8429/92 considera como sujeitos ativos o agente público (tem vínculo
formal com o Estado – art.1º) e o terceiro (só pode ser pessoa física, não
pode ser pessoa jurídica) que, mesmo não sendo agente público, induz a ou
concorra (instigar não!) para a prática do ato de improbidade, ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (art.3º). Não se sujeitam à Lei
8429/92 os empregados e dirigentes de concessionária e permissionária de
serviço público.
Não é preciso ser servidor público, com vínculo empregatício, para enquadrar-
se como sujeito ativo da improbidade administrativa. Qualquer pessoa que
preste serviço ao Estado é agente público:
1- agentes políticos
2- servidores públicos (celetista, estatutário, temporário)
3- particulares em colaboração (agente honorífico). com
Quanto aos servidores públicos, todas as categorias estão incluídas,
independentemente de ocuparem cargos efetivos, em comissão ou vitalícios,
funções ou empregos públicos, seja o regime estatutário ou contratual, seja a
função permanente ou transitória, seja qual for a forma de provimento. E as
sanções por improbidade administrativa, com fundamento no art.37, §4º, CR só
podem ser impostas por sentença judicial.
- Atos de Improbidade:
Para ocorrer o ato de improbidade disciplina do pela lei 8429/92, são
necessários 3 elementos: o sujeito ativo, o sujeito passivo e a ocorrência de
um dos atos danosos previstos na lei como ato de improbidade, que se dá
através de uma conduta (ação ou omissão).
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Assim,
Art. 9º - ato que beneficiar o PRÓPRIO agente = ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Art. 10 - Ato que beneficiar TERCEIRO = PREJUÍZO AO ERÁRIO.
Art. 11 - Porém, se não beneficiar determinada PF ou PJ, nem o próprio agente
será ATENTADO AOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Este ato tem que ser praticado no exercício de função pública, considerada
a expressão em seu sentido mais amplo, de modo que abranja as 3 funções
do Estado; mesmo quando praticado por terceiro, que não se enquadre no
conceito de agente público, o ato tem que ter algum reflexo sobre uma função
pública exercida por agente público.
O roll dos artigos 9, 10 e 11 é meramente exemplificativo (não é taxativo).
A rigor, qualquer violação aos princípios da legalidade, da razoabilidade, da
moralidade, do interesse público, da eficiência, da motivação, da publicidade, da
impessoalidade e de qualquer outro imposto à AP pode constituir ato de
improbidade. No entanto, há que se perquirir a intenção do agente, para
verificar s e houve dolo ou culpa, pois, de outro modo, não ocorrerá o ilícito
previsto em lei.
O art. 21 da lei diz que as sanções podem ser aplicadas mesmo que não
ocorra dano ao patrimônio econômico.
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mínimo de má -fé, não se cogita de aplicação de penalidades tão severas
como a suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública.
Art. 9º - Dolo
Art.10 – Dolo
Art.11 – Dolo
A culpa se manifestava por negligência, imprudência e imperícia.
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poderoso instrumento de controle judicial sobre atos que a lei caracteriza como de
improbidade.
1- Legitimidade Ativa: o autor tanto pode ser o MP como a pessoa jurídica
interessada
2- Legitimidade Passiva: àquele que cometeu o ato de improbidade, podendo
formar-se um litisconsórcio passivo.
3- Pedidos: Declaratório ( reconhece o ato de improbidade) e Condenatório
(aplica a sanção).
4- Competência: Justiça Federal (art.109, I, CR) se houver interesse da União,
suas autarquias e empresas públicas. Do contrário, será na Justiça Estadual.
5- Prescrição: em 5 anos (art.23), mas a ação de ressarcimento de danos é
imprescritível (art. 37, §5º, CR).
PESCRIÇÃO: (5 ANOS)
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei
podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego. (5 ANOS)
DAS PENAS:
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
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Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o
caput.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.